Copyright © 2008 by Waltel Branco. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra, sem a permissão prévia dos autores. A permissão para reprodução total ou parcial está condicionada à citação da fonte. Branco, Waltel (1929 - ) / Cláudio Menandro de Oliveira (1956 - ). Obras para Violão : Waltel Branco. Curitiba, 2008. 134p. : il. ; Col. ; 31cm. (Partituras) 1. Canção Poesia. I. Título. II. Letra. III. Partitura. IV. Canção.
Este livro foi possível graças ao Fundo Municipal de Cultura/ Programa de Apoio e Incentivo à Cultura, da Fundação Cultural de Curitiba. Produção executiva Alvaro Collaço Seleção, coordenação e revisão das partituras Cláudio Menandro
Coordenação editorial Adalberto Camargo e Alvaro Collaço Capa e projeto gráfico Adalberto Camargo Editoração musicográfica José Gomes Gómez Revisão e versão para o inglês Joana d' Arc Martins Pupo
Fotografias Gilson Camargo e arquivo Waltel Branco Assistência de produção Neli Gomes Contato Alvaro Collaço Produções
[email protected] (41) 3352-1201
Simples assim. Mestre Waltel desafia nossa sensibilidade a decifrar os superlativos que seu nome carrega: exímio violonista, excepcional arranjador, grande regente, talentoso instrumentista, genial compositor. Mestre Waltel provoca nossa racionalidade a compreender o que faz um homem de cabelos brancos, fala mansa e gestos suaves guardar por tanto tempo uma preciosidade como esta. Ele é sua própria obra. Mestre Waltel estimula nossa emoção a entender que é possível um homem dedicar-se a seu ofício com generosidade e plenitude por toda uma vida, mais que a si mesmo – e é isso que o torna um gigante. A Obra para Violão de Waltel Branco – Livro de Partituras é um tesouro que mestre Waltel construiu e que agora se revela para o mundo. É ainda pouco para a grandeza de toda a sua obra, mas o princípio de um conjunto que um dia alcançará todo o vasto trabalho deste incansável compositor que aprendemos a admirar. Aplausos! Paulino Viapiana Presidente da Fundação Cultural de Curitiba
Conheci a música de Waltel Branco no ano de 2000. Durante quatro anos, pesquisei seus manuscritos e, em 2004, gravei o CD "Tributo a Waltel Branco", primeiro trabalho dedicado exclusivamente a sua obra, com exceção de gravações do próprio autor. Na ocasião do minucioso estudo para selecionar e revisar o material para esse álbum, pude perceber claramente o verdadeiro lugar que Waltel Branco ocupa na história do violão brasileiro. A lista de grandes violonistas-compositores em nosso país é longa: Villa-Lobos, João Pernambuco, Dilermando Reis, Garoto, Baden Powel, Armandinho Neves, Sebastião Tapajós, Marco Pereira e Paulo Bellinati, dentre outros. Agora, finalmente, chegou a vez de os intérpretes terem acesso à bela obra para violão de Waltel Branco. Cláudio Menandro Músico e Compositor
Este livro representa um sonho de Waltel Branco e uma imensa alegria para mim, como produtor. Waltel é meu amigo há anos e, por inúmeras vezes, conversamos sobre sua obra e a possibilidade de trabalharmos juntos, seja em recitais ou em algo que fosse mais permanente. Um livro de partituras é algo que pode ser definitivo. E aqui está o livro com suas partituras para violão, porque este é o mais importante instrumento de trabalho de Waltel e onde repousa também sua poesia. A obra está, agora, acessível a violonistas do país e do exterior para, quem sabe, em futuro bem próximo, as músicas desse mestre sejam tocadas e gravadas. A realização deste livro não teria sido possível sem o trabalho meticuloso e apaixonado de Cláudio Menandro. Tenho de agradecer aos dois, a Waltel e a Cláudio, pela amizade e confiança neste trabalho. E à Fundaç-ão Cultural de Curitiba, por ter possibilitado os meios para que este sonho de Waltel, há tempos compartilhado comigo e Cláudio, se tornasse real. Alvaro Collaço Jornalista e Produtor Cultural
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4| Simple like this. Master Waltel challenges our sensibility to decipher the superlatives which follow his name: extraordinary guitarist, excellent arranger, great conductor, talented instrumentist, brilliant composer. Master Waltel provokes our rationality to understand what makes a white-haired man, soft talk and soft gestures, to keep for so long such a preciousness like this. He is his own music. Master Waltel stirs up our emotion to understand it is possible for a man to dedicate himself to his work with generosity and plenitude for his whole life, more than to himself – and this is what makes him a giant. Obra para Violão de Waltel Branco – Livro de Partituras is a treasure which Master Waltel has built and which is now unveiled to the world. It is still little due to the grandiosity of his work, but the beginning of a whole which one day will reach the vast work of this indefatigable composer who we have learned to admire. Applauses! Paulino Viapiana President of Fundação Cultural de Curitiba
"I was acquainted with Waltel Branco's music in the year 2000. For four years, I have researched his manuscripts and, in 2004, I recorded the CD "Tributo a Waltel Branco", the fi rst work exclusively dedicated to his pieces _ apart from Waltel's own recordings. On the occasion of the careful study to select and revise the material for this album, I could clearly recognize the truthful place hold by Waltel Branco in the history of the Brazilian guitar. The list of great guitarists in our country is long: Villa-Lobos, João Pernambuco, Dilermando Reis, Garoto, Baden Powel, Armandinho Neves, Sebastião Tapajós, Marco Pereira and Paulo Bellinati, among others. Now, fi nally, it is time for the interpreters to gain access to the beautiful work for guitar created by Waltel Branco." Cláudio Menandro Musician and Composer
This book means a fulfi lled dream for Waltel Branco and a great happiness for me, as a producer. Waltel has been a friend of mine for years and, many many times, we have talked about his creation and the possibility of developing some work together, either in concerts or doing something else which could last indefi nitely. A partiture book is something which can last forever. And here it is his partiture book for the guitar, because this is another important instrument for Waltel's work and where his poetry also lies. His music is now available for the Brazilian guitarists as well as for the ones from abroad so that, maybe in a near future, these master's pieces be played and recorded. This book could not be accomplished without the meticulous and affectionate work of Cláudio Menandro. I have to gratefully thank both, Waltel and Cláudio, for their friendship and confi dence in this project. And I also thank Fundação Cultural de Curitiba, for having provided the means through which Waltel's dream, shared for years with Claúdio and I, came true. Alvaro Collaço Journalist and Cultural Producer
Composições que enriquecem nosso Brasil Paulo Bellinati Quando o Cláudio Menandro e o Alvaro Collaço me convidaram para escrever este texto, não sabia por onde começar. É difícil para um violonista falar de outro, fora os elogios de praxe. Então, resolvi falar do amor incondicional à música que nos leva a dedicar uma vida inteira a ela, sem pedirmos nada em troca. Assim sou eu, assim é Waltel, e muitos outros colegas que dedicam horas, dias, meses, anos a fio a arranjar, compor, estudar incessantemente em busca de uma perfeição e talvez de um reconhecimento que pode nunca acontecer em vida. Quantos arranjos e composições não assinados foram realmente criados e não reconhecidos e, muitas vezes, feitos gratuitamente, somente por paixão! Nem por isso são menos bons, ao contrário. Músicos, como o Waltel, trabalham sempre com o máximo capricho. Uma frase do meu querido amigo e grande contrabaixista, Zeca Assumpção, resume bem esta rotina: "Estamos sempre colocando a azeitona na empada dos outros". Conversando com Waltel sobre João Gilberto, estava comentando sobre a participação do Maestro Claus Ogerman em vários trabalhos, tanto do João como do Jobim. Apaixonado que sou pelos arranjos do Maestro, queria saber detalhes sobre a ficha técnica do LP "João Gilberto Prado Pereira de Oliveira" gravado ao vivo 20 anos atrás no Teatro Fênix da Globo e agora relançado em CD. Para minha surpresa, o Waltel Encontro de violonistas em festival realizado em Curitiba, em 1994: Octávio Camargo, Paulo Bellinati, Baden Powel e Waltel Branco.
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6| me comunica na maior calma que foi ele quem escreveu os arranjos atribuídos ao Claus Ogerman, que havia cancelado sua vinda ao Brasil na ocasião. O Waltel se dispôs a resolver brilhantemente a questão, criando os arranjos de um dia para o outro, evitando o cancelamento de toda a produção. Como é possível o nome Waltel Branco não aparecer em nenhum lugar da parte impressa deste LP/CD? Brigar com quem, reclamar para quem? O presente álbum de partituras vem trazer à luz o grande compositor, arranjador, violonista, Waltel Branco. Acrescenta, de forma nobre e única, sua obra à literatura do violão brasileiro, que vem se firmando como uma das mais importantes e significativas do mundo. São composições inspiradas e criativas, muito bem escritas, que enriquecem nosso Brasil e eternizam a criação fundamental desse grande artista. Parabéns, Cláudio Menandro e Alvaro Collaço, por este lindo projeto! Parabéns, Waltel Branco, pelo trabalho maravilhoso, que será agora divulgado, tocado, gravado em todo mundo, e com o merecido e tão aguardado reconhecimento. Paulo Bellinati é violonista, compositor e arranjador
Compositions which enrich our Brazil When Cláudio Menandro and Alvaro Collaço invited me to write this text, I didn't know how to start. It's diffi cult for one guitarist to talk about another one, apart from offering the common praises. Therefore I've decided to talk about the unconditional love for music which makes us dedicate our entire lives to it, without asking for anything in exchange. So am I, so is Waltel, and many other colleagues who dedicate hours, days, and years to arrange, compose, and study incessantly, searching for perfection and maybe for a recognition which may not happen during all our lifetime. How many not signed arrangements and compositions were, in fact, created and not recognized and, many times, written for free, for passion only! And they aren't bad because of that. On the contrary, musicians, like Waltel, always work with extreme care. A statement by my dear friend and great contrabassist, Zeca Assumpção, summarizes this everyday routine very well: "We're always putting the olive into others' pie". Once talking to Waltel about João Gilberto, I was making comments on the participation of the Conductor Claus Ogerman in many different works of João's as well as of Jobim's. In love as I am with the Conductor's arrangements, I'd like to know about the technical details of the LP "João Gilberto Prado Pereira de Oliveira", live recorded twenty years ago at the Fênix Theatre of Rede Globo and re-launched in CD at the moment. For my surprise, Waltel calmly tells me that it was him who had written the arrangements ascribed to Claus Ogerman, who had cancelled his trip to Brazil on the occasion. Waltel made himself ready to brilliantly solve the question, creating the arrangements in one day, and so avoiding the cancellation of the whole production. How is it possible that the name of Waltel Branco is not mentioned in any of the printed parts of this LP/CD? Whom to fi ght with, whom to complain to? The present album of partitures brings to light the great composer, arranger, and guitarist Waltel Branco is. In a unique and noble form, it includes his works in the Brazilian guitar literature, which has been more and more established as one of the most important and signifying in the world. They
are all inspired and creative compositions, very well written, which enrich our Brazil and immortalize the fundamental creation of this great artist. Congratulations, Cláudio Menandro and Alvaro Collaço, for this beautiful project! Congratulations, Waltel Branco, for the wonderful work which is now going to be, fi nally, divulged, played, recorded all over the world, and with the very deserved and expected recognition! Paulo Bellinati
Waltel, que pensava ser Walter Zeca Corrêa Leite e Alvaro Collaço A cena se passa num seminário, no fim dos anos 1940. Um abade corrige o jovem aluno que errara a assinatura de seu próprio nome. O rapaz escrevera Walter. — Não, você não é Walter. Está assinando errado. O susto do rapaz beira o surrealismo. Nascera e fora criado como sendo Walter. Agora, aos 19 anos, vem um religioso dizer que esse não é o seu nome? "Waltel", insiste o abade. Para provar, mostra a certidão de nascimento. A reação do rapaz é desfazer o erro do cartorário, mas para isso é preciso contratar advogado; descobre que as custas judiciais são muito altas. Assim, quase aos 20 anos, nasce Waltel Branco. A troca de um única letra num documento fez com que um nome comum se transformasse em outro, incomum. Um nome verdadeiramente artístico. Waltel veio ao mundo em novembro de 1929, quando a previsão era para dois meses depois. Os pais, Ismael e Lia, tinham ido passear em Paranaguá, quando ao final do dia foram surpreendidos com a inesperada vinda do bebê, num lugar conhecido por Campo Grande. O parto aconteceu em meio a um cenário de bois e vacas. O recém-nascido e a mãe foram trazidos às pressas, de carro, para o Hospital São Vicente, em Curitiba. Era 22 de novembro: Dia do Músico. A data não poderia ser mais eloqüente. A música fazia parte do cotidiano da família Branco. Ismael Helmuth Scholtz Branco era saxofonista, clarinetista e maestro na corporação militar de Campo Grande, para onde fora transferido pouco tempo depois do episódio de Paranaguá. A família cresceu e Ismael incentivou os filhos a aprenderem tocar o instrumento que quisessem. Para desgosto do menino Walter, o violão era proibido em casa. "Meu pai achava que era instrumento de vagabundo", lembraria muitos anos depois. Porém, foi tanta a insistência do garoto que, finalmente, Ismael lhe deu permissão, sob a condição que aprendesse o "clássico". Assim, o violão entra definitivamente na vida de Waltel. Teve como primeiro professor Sebastião da Silva, capitão do Exército, conhecido de seu pai. Aos 12 anos, muda-se para a casa de seu tio Gonçalo Araújo, em Curitiba, com o intuito de estudar música. Entre seus professores, estão o maestro Bento Mossurunga e Jorge Koshag. Em Curitiba, freqüentou seminário franciscano, onde estudou canto gregoriano com o Padre Penalva e Dom João Evangelista. Os irmãos Branco. Em pé, da esquerda para a direita: Valdo, Wilson e Waltel. Sobre a cadeira: Ivo.
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26 | The scores of "Paranaguá" and "Joana" are printed on the book "Música Feita no Paraná" (2006), coordinated by the musician and composer Hilton Barcellos. And a text about Waltel is published in the book "A (des)construção da música da cultura Paranaense", coordinated by the researcher Manoel de Souza Neto. In Curitiba, two productions dedicated to the master appear: "Tributo a Waltel Branco", by Cláudio Menandro (2004-2006), the fi rst record for the guitar entirely dedicated to the composer in which it has been included unreleased recordings and; "Mestre Waltel", with the Brass Band Orchestra, from the Conservatório de MPB (20042007), CD which had been among the fi nalists for the Prêmio Tim, in 2008. Another important orchestra, in the city, the Harmonic Orchestra of Curitiba, records "Rua das Flores", in a CD from 2007. Far away from Brazil, in Greece, the record "Capriccio Diabólico", by the guitarist Eva Fampas, came on the market, in 2007, with four pieces by Waltel for the guitar: "Tema para Pilar", "Valsa Grega para Eva", "Revelações" (released under the name "Revelações Modinha") and "As Cores do Leme", released under the name "Samba Ternário". Due to his importance as a guitar composer, Waltel has been honoured, in 2008, during the II Guitar Symposium, at Escola de Música e Belas Artes do Paraná, the most important erudite music school of the state. In Paraná, Waltel has also been paid the following tributes: "Bicho do Paraná"; Honorifi c Citizenship of Curitiba; Honorifi c Citizenship of Ponta Grossa, in 2003; and the most important badge of honour of the State: the Ordem Estadual do Pinheiro, in 2004.
The guitar, the life The composition for guitar throughout his long career as an artist does not obey a chronological order as well as it cannot be limited to specifi c periods. It started in his early youth, has accompanied him throughout his life and, with so many pieces composed, Waltel cannot quantify them. "I have lots of works which are lost", he says resignedly. "Another day somebody called me from a conservatory in Rio de Janeiro and told me that they had two of my pieces which I had passed on to somebody else. I didn't even know who the person was. And such as that, I have a bunch of lost things", he says. At home, in Curitiba, he has among his belongings a score by Guerra-Peixe with the following dedication: "To my friend and colleague Waltel Branco, a great talent, offers Guerra-Peixe". The date: February 2nd, 1970. Obviously, many things have been lost with the passing of time: clues, documents, registers of his long walk as a craftsman of the musical notes. Absorbed in the passage of the days and years, among bookshelves, stages, rehearsals, studios, he has not paid attention in order to be more careful with the destiny of his creation, in the sense of preserving his authorship. Waltel still composes, he likes to play, he watches shows by artists who, invariably, getting to know that he is in the audience, show him reverence. The musician says that, sometimes, it happens that he wakes up in the middle of the night and rushes to write down the sounds which come in his dreams: "The creation appears even when I am sleeping". Waltel states that he owes everything to the guitar because it was from the guitar that the world has shown itself much wider for him. However, in spite of all the journeys around the world, he retains affection for his origins, which he translates in a joyful way: "I am baiano" (from Bahia state, in Brazil), he insists on saying to his incredulous interlocutors. "Baiano da Baía de Paranaguá" – Baiano from Paranaguá Bay*. Zeca Corrêa Leite is a journalist and writer. Alvaro Collaço is a musical producer and a journalist. *Translator's note: The joke made by Waltel Branco is based on the fact that Bahia is a state in the northeastern region of Brazil while Paranaguá Bay is in the southern state of Paraná.
Waltel Branco e o violão no Brasil Mário da Silva O panorama do violão contemporâneo brasileiro exibe aspectos peculiares, dos quais um dos mais surpreendentes é a variedade de estilos que circulam e compartilham, pacificamente, espaços comuns. É muito freqüente, dentro de atividades acadêmicas e artísticas do universo do violão, depararmo-nos com repertórios e artigos versando desde linguagens populares como Quincas Laranjeiras, João Pernambuco, o repertório tradicional de personagens de estilos musicais institucionalizados como J. S. Bach (barroco), Fernando Sor (clássico), até as mais elaboradas experimentações do século XX, começando com o próprio H. Villa-Lobos, além de Leo Brouwer, Luciano Berio, Benjamin Britten, Elliot Carter, Edino Krieger, Arthur Kampela, dentre muitos outros. Não distante, iríamos constatar que uma personalidade oriunda do Paraná representaria grande qualidade artística no âmbito da interpretação e, ao mesmo tempo, da produção para violão. Waltel Branco produziu incessantemente para violão, e ultrapassou 70 títulos, incluindo obras para violão solo, música de câmara e concertos com orquestra (veja catálogo de obras). Curiosamente, sua produção aborda variados aspectos e linguagens: caráter popular, formas tradicionais e sistemas elaborados. As atividades de Waltel Branco como violonista e compositor tiveram seu apogeu na década de 60 e 70, tendo sido intercaladas por outras: professor, arranjador e intérprete. Seu trabalho com Villa-Lobos, na época do Canto Orfeônico, proporcionou uma proximidade maior com a estética daquele compositor, visto que Branco conhecia a produção de Villa-Lobos e suas qualidades estéticas e idiomáticas, principalmente, nas obras violonísticas. As dedicatórias a Waltel Branco em obras importantes de ícones da música brasileira como em "Tocatta em Ritmo de Samba" e "Estudo" de Radamés Gnatalli e em "Prelúdio" de GuerraPeixe, interpretadas por ele em um concerto memorável na Sala Cecília Meireles, em 9 de dezembro de 1969, provam sua visível circulação no meio artístico do Brasil.
Primeiros registros do violão no Paraná Os primeiros registros documentados de atividades violonísticas no Paraná datam da década de 30, de acordo com um documento encontrado no acervo do professor Admar Garcia (1916-1994), um dos precursores do ensino do violão no Paraná1. Juntamente com este documento, havia três partituras de autoria de Watel Branco, intituladas "Giga"e "Menuet". 1Este documento é o manuscrito de um arranjo para dois violões da obra "Lágrima", de Francisco Tárrega, cuja parte do 1o violão é assinada pelo professor Walter Pereira da Silva, em 11 de setembro de 1934, em Curitiba, e cuja parte do 2o violão é assinada por Isaías Sávio, em Belo Horizonte. Os numerais do ano no documento de Walter Pereira da Silva estão ilegíveis.
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