Vasconcelos - RELAÇÃO TEORIA - PRÁTICA - O PROCESSO DE ASSESSORIA - CONSULTORIA E O SERVIÇO SOCIAL PDF

December 7, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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RELAÇÃO TEORIA/ PRÁTICA: O PROCESSO DE ASSESSORIA/CONSULTORIA E O SERVIÇO SOCIAL  

Ana Maria de Vasconcelos Rua Mário Portela, nº 161/apto 2301 Bloco B Laranjeiras, Rio de Ja neiro CEP: 22 241 000  Te l e fo n e : ( 02 1) 55 8 6 5 65

E-Mail: anavasco @ rio.nutecnet.com. br  

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RELAÇÃO TEORIA/ PRÁTICA: O PROCESSO DE ASSESSORIA/CONSULTORIA E O SERVIÇO SOCIAL 1   A n a M a r i a d e V a s c o n c e l o s

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 A investi investida da neolib neoliberal, eral, acentuada acentuada após a última eleição presiden presidencial, cial, advém da necessidade, para as classes dominantes, da inserção do Brasil no processo de globalii-zação da economia de mercado, buscando garantir vantagens adicionais para o grande capital, nacional e internacional. Esse processo, maquiado de novas estratégias de ação para garantir velhos objetivos -criar permanentemente novas formas de acumulação, acumulação, com garantia de concentração e acumulação de riqueza cada vez maiores-, não se dá ao acaso nem desorganizadamente. O nível, a qualidade e forma de alianças articuladas nesse busca mostram isso. Com pena de permanecermos a reboque dos acontecimentos, esta conjuntura impõe, aos intelectuais discordantes dessa direção social, a necessidade premente da sua crítica radical, e ainda, para os assistentes sociais, de projetar sua ação profissional tendo em vista uma participação consciente e de qualidade no enfrentamento desse quadro. Essa tarefa demanda, para os assistentes sociais, no mínimo: a - conhecer a realidade sobre a qual operam, nas suas particularidades e singularidades; b - desnudar, avali avaliar, ar, criticar e denunciar a proposta neoliberal no sentido de propor políticas alternativas alternativas que excluam qualquer al aliança iança com essa propos proposta, ta, o que implica que os assistentes sociais aprofundem seu nível de articulação interna (organização profissional) e externa (articulação e alianças com outros profissionais, trabalhadores e com os diferentes segmentos que demandam a ação profissional); c - determinar objetivos profissionais exeqüíveis - o que só pode vir como conseqüência da apreensão do movimento da realidade social - garantindo, ampliando e facilitando o acesso, de crescentes contingentes populacionais, aos direitos sociais; d - qualificar as práticas operativas, garantindo um padrão mínimo de eficiência do conhecimento conhecim ento técnico oper operativo. ativo.3  

Na viabilização de um projeto dessa natureza, diante do quadro da prática e da formação profissional no Serviço Social, é determinante a articulação entre áreas de prática (meio profissional) e espaços de formação (academia) na medida em que não há projeto de formação que prescinda da realidade, assim como não há projeto projeto de profissão 1  2  3 

Texto publicado na Re Revista vista Serviço Social Sociedade nº 56, São Paulo, Cortez Editora, 1998. Assistente Social do INANPS de 1972/1994, professora do departamento de Fundamentos teórico- metodológi metodológicos cos do Serviço Social da Faculdade de serviço Social da UERJ desde 1979; Coordenadora de Estágio da Faculdade de Serviço Social da UFRJ de 0 6/1991 a 05/1994 ; prestadora prestadora de A Assessoria/Co ssessoria/Consultoria nsultoria em Serviço Social, na área do Rio de Janeiro; doutorando em Serviço Social (ESS/UFRJ) Propostas baseadas em conferênci conferênciaa proferida por José Paulo Netto no VIII Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, Salvador, Salvador, Bahia, 1995.

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que prescinda da teoria. Um Serviço Social consciente dos seus objetivos e do seu projeto de profissão está determinado pela relação teoria/prática. Há, assim, que se restabelecer as bases daquilo que o Serviço Social tem condições de ser, das possibilidades objetivas contidas, e a serem captadas na realidade. É diante desse quadro que propomos uma reflexão sobre uma possibilidade concreta de articulação entre academia e meio profissional: os processos de Assessoria/Consultoria, não sem antes tecer algumas considerações sobre meio profissional/ academia. MEIO PROFISSIONAL/ACADEMIA O que está em jogo, para os assistentes sociais que objetivam uma ação profissional que rompa com o conservadorismo,4 preponderante no domínio da prática, - numa direção que, "pondo como valor central a liberdade, fundada numa ontologia do ser social assentada no trabalho, toma como princípios fundamentais a democracia e o pluralismo e, posicionando-se em favor da  equidade e da  justiça social , opta "por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação-exploração de classe, etnia e gênero" (Netto, 1996:117), é apropriação de uma perspectiva teórico-metodológica que colocando referências concretas para a ação profissional, possibilite a reconstrução permanente do movimento da realidade objeto da ação profissional, enquanto expressão da totalidade social, gerando condições condi ções para um exercício profissional consciente, crítico, criativo, que só pode ser empreendido na relação de unidade entre teoria e prática. prá tica.  A unidade dialética dialética entre teori teoria a e prática não vai ser o obtida btida no Se Serviço rviço Socia Sociall apenas a partir das referências teórico-metodológicas, mas tendo como base a qualidade das conexões que os profissionais - assistentes sociais, pesquisadores, docentes e assessores/consultores - estabeleçam com a realidade objeto da ação profissional, o que 4 

Segundo NETTO "a década de oitenta co consolidou, nsolidou, no plano ideo ideo-político, -político, a rupt ruptura ura com o histórico histórico conse conservadorismo rvadorismo no Serviço Social" U Uma ma ruptur rupturaa que " n não ão significa que o conservadorismo (e, com ele o reacionarismo) foi superado no interior da categoria profissional: significa significa,, apenas, que -...- posicionamentos ideológicos e políticos de natureza crítica e/ou contestadora em face da ordem burguesa conquistaram legitimidade para se expressarem abertamente. ...O conservadorismo conservado rismo nos meios profissionais tem raízes profundas e se engana quem o supuser residual. A legitimidade alcançada para a diversidade de posições está longe de eqüivaler à emergência de uma maioria político-profissional radicalmente democrática e progressista que, para ser construída, demanda trabalho de largo prazo e conjuntura sócio-histórica favorável"(NETTO:1996:111,112) favorável"(NETTO:1996:111,112)

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passa por uma relação consciente entre pensamento e ação, determinada pelo resgate da unidade academia/meio profissional a partir de uma relação sistemática, projetada, permanente. Os assistentes sociais, ainda que portadores de um discurso progressista, parecem, em sua maioria, não mostrar possibilidades de superar uma prática de caráter conservador 5. Uma prática que consequentemente não caminha na direção proposta na formação e/ou reciclagem profissional6 - em última instância na direção proposta no debate teórico, hegemônico na profissão "onde foi dominante a produção influenciada pela tradição marxista7 (nas suas mais diversas vertentes))"(Netto, 1996). Confirmado, esse quadro8 repercute negativamente, no ensino - reproduzindo a dicotomia teoria-prática teoria-prática com afastamento da realidade trabalhada pelos assistentes sociais, ou seja, separando, no pesquisa ensino, teoria de realidade -; na pesquisa  - levando à priorização de temas generali9

zantes -; na prática profissional profissional - reproduzindo e legitimando práticas tradicionais   e conservadoras, desarticuladas dos interesses e necessidades dos usuários, estimulando práticas individu individualizante alizantess e do “aqui/ago “aqui/agora” ra” que impossibili impossibilitam tam a busca de novos p arâmetros e rumos para o fazer profissional e contribuindo para a manutenção do distanciamentrabalho  - reafi to entre teoria e re realidade alidade - e no mercado de trabalho  reafirmand rmando o espaços e de de-mandas ultrapassadas e negligenciando, negando e/ou recusando espaços e demandas reais e potenciais, novas e tradicionais, dificultando a projeção, implementação, consolidação e realização, pela categoria, de um projeto de profissão que rompa com práticas conservadoras.  Assim, consider considerando ando q que: ue: - os assistentes sociais só podem captar o movimento, o sentido e o significado da prática profissional, buscando-os no movimento histórico da realidade social, do qual o Serviço Social é parte e expressão; 5  6 7  8 9

Práticas que conscient conscientee ou inconscientement inconscientementee são funcionais à ordem do ccapital apital contribuindo pa para ra reproduzir e/ou conserva conservarr sob antigos e/ou novos par parâmetros âmetros a ord ordem em estabelecida. Aqui estamos nos referindo às unidades de ensino que vêm realizando suas reformas reformas curriculares tendo como referência as propostas d daa ABESS ABESS (Serviç (Serviço o Social e Sociedade nº14:1984 e ABESS/CEDEPS:1995), e não à maioria absoluta das escolas particulares, cuja lógica operada, é a da "pura rentabilidade capitalista"(NETTO:1996) Ainda segun segundo do Netto, ""no no curso dos anos oitenta, a ttradição radição marxist marxistaa se colocou no centro da agenda agenda intelectual intelectual da pro profissão: fissão: todas as polemicas relevantes (o debate sobre formação profissional e sobre teoria e metodologia, sobre estado e movimentos sociais, sobre democracia e cidadania, sobre políticas políticas sociais e assistência) foram decisivamente marcadas pelo pensamento marxista"(1996:112) Estamos iniciando pesquisa, tendo como objetivo, captar tendências de prática postas no exercício profissional dos assistentes sociais, a partir da análise de inserções profissionais na área da atenção primária em saúde, no Município do Rio de Janeiro.. Entende-se Entende -se por Serviço Social Tradicional “a prática empirista, ,reiterativa, paliativa e burocratizada” dos profissionais, parametrada “por uma ética ética liberal burguesa” e cuja teleologia “consiste na correção - desde que do ponto de vista claramente funcionalista - de resultad resultados os psicossociais consid considerados erados nega negativos tivos ou indesejáveis, sobre o substrato de uma concepção (aberta ou velada) idealista e/ou mecanicista da dinâmica social, sempre pressuposta a ordenação capitalista da vida como um dato factual ineliminável” (Netto,1991:117, nota 5).

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- captar o movimento da prática profissional na sua historicidade, inserindo-a no quadro das relações sociais fundamentais da sociedade - entendendo-a nas relações entre as classes sociais e suas frações e das relações destas com o Estado -, tendo em vista - direta ou indiretamente - dar respostas às demandas postas ao Serviço Social, que rompam com práticas que reproduzem ou mantêm o status-quo (negação de práticas conservadoras que utilizam conscientemente ou não e/ou privilegiam técnicas de marginalização, de atomização, de controle, derealidade punição),soc supõe umaexplicite competência teóricapo e ssibilidades técnica para eo limites desvendamento do de moexclusão, movimento vimento da social ial que tendências, possibilidades da prática na direção pretendida; p retendida; - há mais ou menos 10 anos as faculdades de Serv Serviço iço Social, que fizeram revisão de seus currículos com base nas propostas de currículo da ABESS(Cf. nota5), vêm formando quadros, que apesar das dificuldades, limites e contradições (Cadernos ABESS 4, 1991), objetivam e portam possibilidades de ruptura com práticas conservadoras no Serviço Social; - um contingente de profissionais conscientes de sua ação profissional, ao darem novos rumos à prática profissional, certamente influencia o mercado de trabalho ao imprimir novos rumos na ate atenção nção às demandas postas à profissão, parec parece e procedente formular formular a seguinte hipótese:  a ma maior ioria ia dos as asss is tente tentess s oci ocia ais ins eridos no m mercado ercado de tra traba balho lho têm têm uma po s tura tura p pol olítica ítica - pelo m menos enos a nível da inte intenção nção - favorável aos us uários de s eus s er er-viços vi ços , ma mass não tê têm m tido condi condições ções objet objetiv ivas as - a pa partir rtir de uma leitura leitura crí crítica tica d da a rea realilidade dad e es específ pecífic ica a com a qua quall tra trabal balham ham,, enquant enquanto o parte e e exx pres s ão da real realidade idade s ocial - de captar captar pos s ibi ibilidade lidadess de a ação ção contidas nes nesss a rea realidade lidade,, na me medida dida em que não se se a apropr propriaram iaram e/ e/ou ou não estã estão o s e apropri apropriand ando o do rreferencial eferencial tteóric eórico o nece necess s ário, com qualidade suficiente para uma análise teórico-crítica da sociedade na sua his to tori rici cida dade, de, o q que ue vem impos imposss ibi ibilita litando ndo a previs ão, projeção e cons equent quentem emen en-te a realização de um fazer profissional que rompa com práticas conservadoras.  S em condi condições ções de prever, ccap apta tarr e pri priori orizar zar dem demanda andass reais e pot potenc enciais iais , os as asss is tente tentess s oci ocia ais vêm, freqüent freqüenteme emente nte,, neg ando e/ e/ou ou tra trans ns formando novas e a antig ntig as demand dem anda as em obstáculos à prát prátic ica a profis s ional ional,, o que ttem em como cons eqüê eqüênci ncia a, a  perda de es espaços paços tr tradici adicionais onais de traba trabalho lho e a não ocupação de novos espaços es paços qu que e novas e antigas demandas, deixam explicitados. Mesmo assim, os profissionais inseridos no mercado de trabalho - a partir da formação profissional e/ou do pró prio  pri o contat contato o contínu contínuo o com a realida realidade de ssoci ocial al traba trabalha lhada da -, têm demons trado portar um pot potencial encial a s er res g atado tado e desenvolvido atra través vés de A s s ess es s oria/ oria/C C ons ult ultoria oria aoss projetos que des ao desenvolvem envolvem - cons iderando a comple complexidade xidade de inves time timentos ntos e ações que e ess s e process o envol envolve. ve. A s experiências que cam caminham inham na direção d de e ruptura com prátic prática as cons ervadora ervadorass , mes mesmo mo que, g era eralm lmente, ente, res uma umam m-s e a ttent entaativas is i s ola olada dass do próprio S ervi erviço ço S ocial e e//ou do m moviment ovimento o ins tituci tituciona onall - constituindo ind o -s -se e em vverda erdadeiras deiras “ilha ilhass de excelê excelênci ncia a” que que,, g eralme eralmente nte,, exting uem uem-s -s e na ausênci a de s eus em empreende preendedores dores -, dão vis ibilida ibi lidade de a tendências tendências pr pres esent entes es no co tidiano tidia no da prá práttic ica a profis s io iona nal. l.

Quando limitado ao cotidiano da prática, o trabalho do assistente social trans transforforma-se, freqüentemente, em tarefa burocrática ao se constituir na viabilização de recursos sociais, resumindo-se numa operação tendo em vista o levantamento de dados para elawww.ts.ucr.ac.cr

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boração de perfil sócio-econômico dos usuári usuários, os, como crit critério ério de inclusã inclusão o de uns e exexclusão da maioria, dos parcos recursos sociais. Assume ainda, o papel de aconselhador/orientador, ao repassar, aos cidadãos que buscam viabilizar seus direitos sociais, conhecimentos e informações acumulados na experiência pessoal e/ou como resultados de estudos sobre a “clientela”. É diante desse quadro que um Serviço Social que se pretenda articulado aos interesses e necessidades da população usuária de seus serviços necessita enfrentar a dicotomia entre teoria e prática que perpassa formação e exercício profissional, o que impõe o rompimento com a divisão de trabalho tradicional na profissão - onde num espaço se pensa e se forma, e noutro, se faz. Essa divisão do trabalho, que tem como princípio a fragmentação da realidade, traz, como conseqüência, uma prática fracionada, desagregada, parcializada, desarticulada do movimento social, corroborando uma afirmação freqüente entre os assistentes sociais: "o mundo da teoria é um, o da realidade é outro". Assim, o processo de ruptura do Serviço Social com essa divisão do trabalh trabalho o passa passa necessariamente por uma relação sistemática, projetada, permanente, consciente, ou seja, passa pelo resgate da unidade existente entre espaços de formação e espaços de prát prátiica enquanto expressões da totalidade social. Quanto mais grave e mais complexa a realidade da maioria da população, mais teremos demandas para profissionais como os assistentes sociais: por parte das instituições, ao solicitarem a presença dos assistentes sociais para operar as políticas sociai ições, sociaiss cada vez mais exíguas e/ou para trabalhar os conflitos que surgem tendo em vista a ausência das políticas necessárias e fundamentais aos segmentos populares; por parte dos segmentos populares, populares, ao procurarem ter acesso às políticas sociais existentes e/ou buscando uma qualidade de inserção no espaço institucional objetivando apoio e instrumentos na luta pela qualidade da prestação dos serviços e/ou na luta por pelo empreendimento de novas políticas articuladas aos seus interesses e necessidades. Mas o mercado institucional, que coloca demandas para o Serviço Social, não necessita, quando não descarta, os assistentes sociais que realmente tenham condições de enfrentamento

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na busca da verdadeira verdadeira soluçã solução o à questão socia sociall10, assistentes sociais estes, os necessários às sários  às lutas empreendidas pelos segmentos populares. po pulares.  As alternativas de "solução dos problemas" colocadas pelo mercado, levadas realmente às suas últimas conseqüências, desembocariam fatalmente numa ruptura com a sociedade tal qual está organizada, o que mudaria o curso da história. Há que se ter cla a-ro que a questão social é inerente ao sistema capitalista. Dentro dele, não se "solucionam problemas" gerados e reproduzidos por ele mesmo a não ser colidindo com o sistema; no limite, rompendo com ele. Na direção de um verdadeiro enfrentamento da questão social, as ações 11 empreendidas quotidianamente junto aos usuários do Serv Serviço iço Social, só têm sentido, se desenvolvidas não como um fim em si mesmo, se atendo à singularidade isolada dos fatos, mas como parte de um alicerce de sustentação para ações cada vez mais profundas, críticas e radicais a curto, médio e longo prazos, na busca, aí sim, de ruprup tura definitiva com a ordem capitalista. Dessa forma, a questão que se põe, não é se o Serviço Social está numa crise tete órica e/ou prática, mas como devemos nos situar nessa realidade na busca de um projeto e de uma prática profissional, com condições de oferecer uma contribuição efetiva na mudança mu dança de curso de uma crise que re refletimos, fletimos, mas que não é só nossa. Esse projeto, que só tem sentido articulado a um projeto mais global da parte da sociedade interessada nesse enfrentamento, demanda uma opção ética e não formal pela transformação; demanda um compromisso com valores democráticos/humanistas, além de uma preparação teórica, técnica e política profunda e de qualidade para que se possa captar, no "movimento real do ser social", transpondo a sua aparência, as tendências e possibilidades de enfrentamento no que compete à ação profissional. Um projeto que busca, como qualquer outro, hegemonia, a qual não está dada a priori, mas que se conquista no próprio movimento da categoria profissional. (ABESS/95:7) 10

Entende-se por “'questão social', no sentido universal do termo,..., o conjunto de problemas políticos, sociais e econômicos que o surgimento da classe operária impôs no mundo no curso da constituição da sociedade capitalista. Assim, a 'questão social' está fundamentalmente vinculada ao conflito entre o capital e o trabalho.” CERQUEIRA FILHO:1982;21.As implicações do desenvolvimento capitalista para os segmentos populares fizeram surgir novos aspectos da quetsão social relacionados à raça, cor, etnia, sexo, idade, etc..

11  Tem-se empregado historicamente, independente da direção social escolhida, o termo intervenção profissional   como sinônimo da ação  profissional .

Historicamente, as práticas profissionais, que em sua maioria, assumem um caráter conservador, objetivam a mudança do "cliente" e não da realidade, explicitando um caráter interventivo sobre os sujeitos sociais - no sentido de ingerência, interferência. interferência. É nesse sentido que, tendo como princípio uma prática articulada aos interesses e necessidades dos segmentos populares popul ares e considerando que o exercício profis profissional sional no Serviço Social envol envolvv e um ser que é sujeito ainda que objeto a ser conhecido - enquanto ser social - mas, não um objeto a ser manipulado e/ou transformado, transformado, postulamos uma  AÇÃO PROFISSIONAL - o que deixa histór história ia - e não uma  INTERVENÇÃO - o que deixa resultados. resultados.

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É difícil, não só entre os assistentes sociais, identificar quem referende e aceite a realidade como está posta. Mas também é difícil encontrar, quem - dentre os assistentes sociais envolvidos na busca de respostas à complexidade de demandas dirigidas ao Serviço Social - tenha condições de enfrentar esta realidade: que tenha a dimensão do por que e do que demanda seu enfrentamento, portando uma suficiente preparação teórica, técnica e ética, no sentido de romper com o papel tradicionalmente assumido pelos assistentes sociais - modesto, mas de peso relativo quando pensado enquanto conjunto de trabalhadores sociais -, de reprodutores e reformadores sociais na direção da manutenção do status status qu quo o.  A realidade realidade na sua magnitude magnitude e compl complexida exidade de não se mant mantém ém nem se enfren enfrenta ta com ignorância tendo como base desejo, boas intenções, partindo e permanecendo nos seus fragmentos. Enfrentar a força universalizadora do capital no seu movimento global, totalizante, totalizador e totalitário demanda uma perspectiva de totalidade 12.  Basta visualizar na história a importância dada pelas classes dominantes, para seu projeto de dominação, ao saber e à cultura. Assim, a ruptura com as formas capitalistas de pensar e agir demanda, por parte das forças interessadas nessa tarefa, um trabalho árduo, permanente, sistemático, de muitos riscos e poucos ganhos a curto e médio prazos. Uma perspectiva teórica que dê conta de uma profunda reflexão sobre os processos sociais fundamentais só pode estar assentada na produção marxiana e marxista, ainda que se afirme que ela perdeu o sentido e validade diante das mudanças ocorridas ao longo da história, principalmente no que se refere à categoria totalidade social. Se não se parte da noção de totalidade, a ação é sempre uma ação local, focalizada. Na falta de uma orientação teórica geral, capaz de dar conta do conjunto da processu processualidade alidade social, passa-se a responder, apenas e acriticamente, às necessidades imediatas, enquanto fim em si mesmo. Faz-se necessário à ordem burguesa criar e estimular, estimular, permanentemente, uma cultura que dificulte a apreensão e percepção do movimento do capital e da totalida  12 

Para Marx a realidade social concreta é um comp complexo lexo de complexos: complexos: totalidade de maior complexidade constituída constituída de p por or totalid totalidades ades de menor complexidade, entre as quais existem relações necessárias - nunca totalidades simples na medida em que se trabalha com a ordem social mais desenvolvida que se conhece. Esse elemento de totalidade não está na cabeça do pesquisador mas na natureza mesma do processo do fenômeno social. social. Assim não não existe um fenômeno social que não tenha um caráter de totalidade, ou seja, que não implique relações com outros sistemas mais ou menos complexos, mas nunca simples.(VASCONCELOS, MÍMEO,1995)

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de da vida social. Enquanto isso, colidindo com essa forma de pensar e agir, os capitaliscapitalistas, seus estrategistas e funcionários pensam e principa principalmente lmente agem globalment globalmente. e.  A "retórica pós-moderni pós-modernista, sta, com ênfase na ef efemerida emeridade, de, iinsisti nsistindo ndo na impenet impenetrrabiabi lidade do outro, com sua concentração antes no texto do que na obra, sua inclinação pela desconstrução em detrimento da construção, sua preferência pela estética, em vez da ética...evita o enfrentamento das realidades da economia política e das circunstâncias do poder global", (Harvey,1993:112) o que vem reforçar o status quo e retardar quaisquer possibilidades de enfrentamento da ordem capitalista. Assim, é na relação teoria/prática, na perspectiva da Teoria Social de Marx, que estão apontadas apontadas as possibi possibilidades lidades efetivas de ultrapassagem ultrapassa gem da intenção para uma ruptura concre concreta ta com a hera herança nça conservadora. É preciso ter claro aqui, que, a não ser que seja um objeto totalmente original, numa investigação, nunca se parte do nada; a produção acumulada sobre um objeto funciona, num primeiro momento, como pressuposição que tem que ser verificada. Assim, de um lado o investigador verifica, checa, nega ou confirma certos conhecimentos que eram pressupostos, mas ao mesmo tempo, vai se apropriando do objeto de tal forma, que vai incorporando, reconhecendo, verificando a sua particularidade, explicitando aquilo que não era conhecido. Isso é o que obriga a uma revisão da massa crítica com a qual se trabalha. Se, não se tem enquanto sujeito que investiga, uma rica informação cultural, teórica - na medida em que qualquer conhecimento capta algum aspecto da realidade -, vai se extrair pouco do objeto. Uma questão essencial coloca-se aqui: como ser pluralista sem cair no ecletismo? Um intelectual só pode incorporar conhecimento produzido para além da teoria que tem como referência, incorporando-o em congruência com seus padrões teóricos. É a partir da fidelidade aos seus supostos teórico-metodológicos, que ele tem condições de incorporar outras produções, nesse caso reordenadas, reorientadas na direção dos seus supostos teóricos; o fundamento é o elemento da realidade. Incorporar um conhecimentos diretamente, diretamente, sem uma crítica no sentido sentido de superá superá-lo, -lo, é que leva a cair no ecletismo (VASCONCELOS, mimeo,1995).  A busca de uma ruptura teóri teórico/prá co/prática tica com um fazer profissi profissional onal tradicio tradicional, nal, conconservador, que contribui prioritariamente na mera e simples reprodução do existente, não se efetivará sem que espaços de formação e espaços de prática enfrentem a questão www.ts.ucr.ac.cr 9

 

teoria/realidade   - o que depende do resnevrálgica no Serviço Social - a relação entre teoria/realidade gate da unidade entre academia e meio profissional. Não há projeto de formação profissional, nessa direção, que tenha sustentação, sem enfrentar a questão do fazer profissional, assim como não é possível um projeto de profissão sem o enfrentamento da relação teoria/prática. Frente a esse quadro, pretendo a seguir - a partir da reflexão aqui empreendida, de maneira breve, sobre a relação entre academia e meio profissional, os problemas que o caráter dessa relação põe ao projeto de profissão e ao cons eqüe eqüente nte pr projet ojeto o de fo forma rma-ção profissional na direção explicitada anteriormente 13- pontuar uma alternativa de enfrentamento da questão que coloco como determinante nesse processo - a relação teoria/prática.

ASSESSORIA/CONSULTORIA COMO ALTERNATIVAS Dentre as estratégias possíveis para enfrentar a fratura entre pensar e agir no Serviço Social indicamos os processos de Assessoria/Consultoria Assessoria/Consultoria.. Diante da complexidade das situações vivenciadas pela categoria, consideramos a Assessoria/Consultoria necessárias, possíveis e viáveis, ainda que reconheçamos que não sejam suficientes, nem possamos assegurar as reais conseqüências de um processo que envolve unidades formadoras e meio profissional, nas suas respectivas complexidades e diferenças, mas antes de tudo na sua unidade.  Aqui não cabe resgat resgatar ar os possíveis interesse e objet objetivos ivos por parte da academia e dos assistentes sociais nesses processos, já explicitados no item anterior, mas cabe um comentário. Parece que a academia ao recusar essa demanda 14, corre o risco de perder um espaço, onde estão postas as possibilidades de aproximação aproximação sistemática com a rea rea-lidade, objeto da ação profissional. Na medida em que assistentes sociais e/ou equipes não estão encontrando eco nas escolas, esta demanda está sendo absorvida por assistentes sociais e/ou professores, sem uma vinculação com a academia, o que pode vir a 13  Conferir aprofundamento dessa questão: "A centralidade da relação teoria prática na formação e no exercício profissional",(Vasconcelos, mimeo, fevereiro,

1996). 14  No momento, além de de solicitações fe feitas itas por equipe equipess a outros profissiona profissionais, is, conto, no Rio de Janeiro, Janeiro, com duas solicitações solicitações d dee assessoria assessoria para equipes de

Serviço Social como um todo que, tendo negadas suas solicitações solicitaçõ es à escolas de Serviço Social , recorreram ao assistente social, além de solicitaç solicitações ões de outros estados.

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acarretar perdas para os dois lados; perdas relacionadas, principalmente, a qualidade dos processos. processos .  Além da pesquisa, da qual trataremos adiante, adiante, entre as estratégias que que en envol volvem vem academia e meio profissional que, certamente, acumulam ganhos na projeção, preparação e realização dos processos e Assessoria/Consu Assessoria/Consultoria, ltoria, faz-se necess necessário ário apontar apontar:: realização pelas unidades formadoras de cursos de especialização stritu e latu senso; propostas, revisão e avaliação dos currículos mínimo e plenos - objeto da última Conferência Nacional de ABESS - com encaminhamentos tendo em vista, também, a operacionalização dos mesmos; política de estágio que priorize uma relação mais próxima com campos de estágio e assistentes sociais supervisores, facilitando facilitando a aproximação com as unidades formadoras; investimento na formação e reciclagem do quadro de professores responsáveis pelo estágio supervisionado, com atenção para uma carga horária que permita viabilizar uma aproximação de qualidade entre escola/campos de estágio, com definição de um tempo mínimo de permanência nesse processo; projetos de extensão envolvendo Universidade e Instituições de Assistência, ONGS, Movimentos Populares etc., ... Com relação às atividades destinadas aos profissionais que buscam reciclagem, atualização, aperfeiçoamento, faz-se necessária a atenção das unidades de ensino para as condições, demandas, objetivos das atividades e dos próprios interessados - além do conhecimento da realidade social trabalhada por eles, tendo em vista a projeção e operacionalização daquelas atividades, o que demanda conhecer o movimento profissional dos participantes - na medida em que estas atividades destinam-se destinam-se a profissionais interessados na qualidade da prática realizada e não somente no seu aperfeiçoamento intelectual. Para discutir os processos de Assessoria/Consultoria, é interessante recuperar experiências realizadas através das disciplinas de Estágio Supervisionado, por escolas públicas de Serviço Social da cidade do Rio de Janeiro, a partir das quais surgiram, de forma mais clara, demandas nessa direção. Estas experiências - entre 1991 e 1994 -, ao permitirem uma aproximação com os assistentes sociais supervisores, resultaram num grande número de solicitações dirigidas às Coordenações de Estágio, por parte de aswww.ts.ucr.ac.cr 11

 

sistentes sociais e/ou equipes, de um acompanhamento sistemático, organizado e a longo prazo, objetivando a elaboração de projetos de prática e/ou acompanhamento e avaliação de sua operacionalização.  As unidades de ensino, ao destinarem destinarem uma carga horária de no mínim mínimo o 10 horas para a disciplina de estágio supervisionado, possibilitaram um contato dos professores com os supervisores - no espaço da escola e/ou da instituição - viabilizando um acompanhamento mais próximo e de qualidade, também por parte das escolas, do estágio realizado pelos alunos. Como problemas e limites dessas experiências, tendo em vista uma aproximação sistemática e de qualidade entre academia e meio profissio profissional, nal, destacamos que: - a disciplina que acompanha o estágio - por questões internas dos departamentos e do movimento das unidades de ensino -, nem sempre permanecendo com o mesmo professor a cada semestre, provoca solução de continuidade do contato do professor com o campo de estágio e com os supervisores, dificultando qualquer projeto a médio e longo prazos, seja de Assessoria, seja de pesquisa; - a maioria dos professores, desconhecendo e/ou negando as tendências e possibilidades desse espaço para a prática acadêmi acadêmica, ca, acaba reduz reduzindo-o indo-o a encon encontros tros semanais com os alunos no espaço da escola e/ou priorizando uma discussão abstrata sobre a prática realizada nos campos de estágio e/ou sobre políticas sociais, em detrimento do envolv env olvime imento nto - aind ainda a que lilimitado mitado nesse espaço - dos profissionais de campo, dos supersupe rvisores e dos alunos no estudo e busca das possibilidades e limites de prática na realidade objeto da ação pr profissional; ofissional; - o contato do professor com o supervisor, via disciplina de estágio, ainda que tenha como prioridade a inserção do aluno no campo de estágio, possibilita a explicitação de questões que permeiam o espaço profi profissiona ssional;l; - como as instituições, geralmente, não reconhecem a supervisão como uma atividade que faça parte da carga horária do assistente social, este não conta com tempo disponível e suficiente para contato com a unidade de ensino no interior da instituição, quanto mais na própria unidade de ensino, ainda, que quando esta oportunidade é oferewww.ts.ucr.ac.cr

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cida, alguns profissionais mostram-se disponíveis e comparecem às atividades realizadas. Como alguns pontos positivos, destacamos: - este espaço, apesar das dificuldades, facilita e possibilita a aproximação da escola com os campos de estágio e vice versa; - a convivência do professor com os supervisores, geralmente, fertiliza idéias de aperfeiçoamento e/ou reciclagem entre os assistentes sociais, oferecendo condições para que os profissionais se iniciem na definição, encaminhamento e realização de projetos de prática, pesquisas, o que muitas vezes pode gerar um efeito demonstração, via um único supervisor, para os outros assistentes sociais da área, quando não, para profissionais de outras categorias; categoria s; - os processos de Assessoria/Consultoria, ensejando a aproximação dos assistentes sociais com a academia, facilitam e permitem o conhecimento e a freqüência a seus programas e eventos eventos;; - por outro lado facilita e possibilita à academia se defrontar com a realidade socisoc ial, objeto da ação profissional, nas singularidades e particularidades das áreas objeto da ação profissional; - é uma oportunidade que têm professores e supervisores de se iniciarem no conhecimento dos diferentes problemas, visões, objetivos, demandas, que permeiam cada espaço, etc.. Mesmo assim, os espaços destinados ao ensino da prática, valiosos no envolvimento e aproximação aproximação das unidades de ensino e campos de está estágio, gio, não são espa espaços ços privilegiados para a realização dos pr processos ocessos de Assessoria Assessoria/Consulto /Consultoria. ria.  Assessoria/Consult  Assessoria /Consultoria, oria, tendo em vista as características, características, objetiv objetivos os e interess nteresses es dos segmentos envolvidos, demandam espaços e tempo específicos. Para que um assessor/consultor - professor pro fessor ou assistente social -, manten mantenha ha um conta contato to sistemá sistemático, tico, contínuo e de longa duração com determinada equipe ou assistente social, na construção, operacionalização e crítica de um projeto de prática - num processo que por suas características exige a realização e/ou indicação de cursos, levantamentos, pesquisas, etc.-, www.ts.ucr.ac.cr

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faz-se necessário que os interesses e objetivos recíprocos sejam explicitados com clareza, quando estarão postos os limites e possibilidades desses processos. Há que se esclarecer que se já é patente, nas propostas de currículo da ABESS, a investigação como substrato indispensável ao ensino - ainda que concretamente restrita às pós-gra pó s-graduações duações das unidades de ensino públicas e das PUCs -, não está cclara lara su sua a essencialidade no meio profissional. Assim, os processos de Assessor Assessoria/Consu ia/Consultori ltoria, a, na medida em que objetivam qualidade da prática realizada, ao fomentar o permanente contato dos profissionais com a academia, possibilitam contato contato com os órgãos de pesquisa, contribuindo para tornar natural natural a troca - não simples subordinação - entre estas instâncias, incentivando, gerando e possibilitando busca de informações e colocação de questões pertinentes que passam a demandar investigação, o que contribui para movimentar um círculo continuo de atualização, aperfeiçoamento e criação de condições concretas de um fazer profissional pensado, crítico, de qualidade. Se os processos de Assessoria/Consultoria exigem investigação investigação por parte dos profissionais interessados na qualidade de sua ação profissional profissional,, por outro lado, requerem investigação por parte dos assessores e consultores, tanto em relação ao conhecimento produzido sobre a temática trabalhada, quanto às questões particulares que demandam investigações originais. Nesses processos, a relação estabelecida entre assessores/consultores e profissionais, longe de repetir o modelo tradicional pautado numa relação hierarquizada e de subordinação, comum não só na docência mas na prestação de serviços assistenciais, reclama uma participação efetiva de todos os envolvidos. Mas se este espaço exige um trato teórico do objeto, não é o espaço privilegiado de "aulas teóricas"; o conhecimento aqui não é só objeto de apreensão, mas fundamentalmente, instrumento para captar o movimento da realidade social. É nessa direção que esses processos requerem, antes de tudo, explicitação dos objetivos, expectativas, avaliação das possibilidades e limites, por parte dos envolvidos.  Assim, a revelação das possibilidades e limites dos espaços pr profissionais ofissionais e dos assistentes sociais/equipe envolvidos exige, dos assessores/consultores, conhecer, pelo menos: www.ts.ucr.ac.cr

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- o estágio da equipe quanto a projeção do espaço profissional: existência ou não de documento que expresse o projeto da equipe ou do profissional; leituras realizadas; acesso a dados e informações sobre a temática objeto da ação profissional; levantamentos e pesquisas realizados sobre o espaço profissional (instituição e população usuária); usuária); tipo de leitura acessível acess ível à equipe ou profiss profissional ional em questão; - os registros da prática: relatórios, estatísticas, artigos, teses, projetos; - o tipo de relação - sistemática ou eventual - com a academia, dependente ou não de oferecimento oferec imento de estágio supervisionado; supervisionado; - as expectativas da equipe em relação ao processo (o que espera do processo, do assessor ou consultor, consultor , o que espera no final do processo ...); ...); - o tempo disponível para as atividades que envolvem projetar, sistematizar e analisar o fazer profissional (leituras, reuniões, registros da prática realizada, elaboração de documentos, do cumentos, realização de levantamentos e pesquisas ...); - o número de profissionais existentes na unidade x número de profissionais interessados na Assessoria/Consultoria; número de projetos; - a inserção - qualitativa e quantitat quantitativa iva - e o movimento dos profiss profissionais ionais no/s p prroje oje-to/s; - os recursos institucionais destinados à realização de cursos, pesquisas, levantamentos, aquisição de bibliografia e recursos institucionais destinados à demandas;  A partir do estudo estudo e análise desses dados dados é que o assessor/co assessor/consultor nsultor te terá rá condi condi-ções, a partir da delimitação das necessidades e possibilidades da equipe ou profissional, trabalhar as expectativas e explicitar um projeto de Assessoria/Consultoria diante das condições institucionais e profissionais. Explicitadas estas questões o processo estará, então, determinado pelos limites e possibilidades impostos pela própria equipe ou profissional e pela qualidade do espaço profissional. Freqüentemente, nos deparamos com equipes que colocam seus objetivos profissionais, independentes do estudo das possibilidades e limites do espaço profissional e dos próprios recursos humanos, o que leva profissionais objetivarem práticas críticas, politiza politizantes, ntes, em espaços que, com dificuldade, possibilitam práticas de apoio, alívio de tensão, orientação, encaminhamento. www.ts.ucr.ac.cr

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Dessa forma, a função principal do assessor/consultor está em pôr instrumentos que possibilitem o desvelamento do movimento da realidade social, ocultado pelo movimento cotidiano das relações sociais, o que faz parecer inexistentes quaisquer alternatialternativas e possibilidades de ação profissional. Sufocados pela demanda e sem instrumentos que dêem conta desse movimento, as equipes ou assistentes sociais limitam-se a lamentar a existência dos fenômenos externos que se desenvolvem na superfície dos processos realmente essenciais. As representações sociais sobre o movimento institucional, são assim, consideradas a realidade. Incapazes Incapa zes de distinguir representação, de realidade, ficam impossibilitados de captar as tendências de prática postas na realidade objeto da ação profissional, de priorizar demandas, de eleger atividades e ações essenciais; de construir uma prática profissional articulada aos seus objetivos. É aqui que assessores/consultores têm a possibilidade de, imiscuindo-se no cotidiano da prática profissional, contribuir para o rompimento do círculo vicioso do "lamento". E é nessa parceria - rompendo com a tradicional divisão social do trabalho - que assistentes sociais, assessores/consultores movimentando-se para enfrentar as necessidades cotidianas da prática, podem possibilitar uma ruptura com as práticas estabelecidas. estabelecidas. Partir do princípio que a realidade na sua complexidade impede qualquer tentativa de ruptura com práticas conservadoras e burocráticas ou imaginar que a prática profissional pode avançar sem um tratamento teórico da realidade social objeto da ação profissional, dispensa a necessidade de qualquer investida conservadora na prática profissional, na medida em que mesmo contra o conservantismo, nos tornamos seus legítimos continuadores. Ou nos exercitamos para que possamos nos tornar herdeiros do pensamento crítico ou, realmente, nada mais nos resta que lamentar, submetidos que estaremos, aos mecanismos que a sociedade moderna criou e cria, permanentemente, para impedir a ruptura com nossas limitações e a satisfação de nossas necessidades (seja na vida pessoal, coletiva e/ou profissional).  Ainda que imbricados - requerendo a mesma preparação teórica e técnica e encaminhamentos, de assessores e consultores -, podemos apontar pequenas diferenças entre Assessoria e Consultoria. Nos processos de Consultoria um assistente social ou www.ts.ucr.ac.cr

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uma equipe, geralmente procura um expert  para  para que dê parecer sobre os caminhos que a equipe escolheu e/ou encaminhamentos que está realizando. Por exemplo: indicar bibliografia sobre temas específicos; dar parecer sobre projetos de pesquisa e/ou avaliar o encaminhamento de levantamentos e pesquisas em andamento; indicar ou realizar cursos sobre temas específicos da área de atuação profissional etc.. Este processo ou surge de uma solicitação da própria equipe, ou por indicação, por exemplo, do professor da disciplina de estágio supervisionado, de um conferencista, ou de um outro assistente social, etc. Freqüentemente, para que uma equipe ou assistente social solicite um processo de Consultoria, é necessário que já tenha passado, ainda que precariamente, pela elaboração de um projeto de prática, objetivando com a Consultoria, respostas para algumas questões pontuais que dificultam o encaminhamento do mesmo. É necessário deixar claro que a equipe que chega a solicitar um processo dessa natureza, institucionalmente ou não, já conquistou junto à instituição que trabalha, no mínimo, tempo e espaço suficientes, para que o processo de projetar e analisar a sua prática tenha continuidade. Isso não quer dizer que a equipe esteja caminhando na direção proposta, possível ou viável, tendo em vista os objetivos e as características e qualidades da equipe e do espaço de trabalho e que tenha ainda a clareza do investimento pessoal e/ou coletivo necessários para que esse pr processo ocesso possa avança avançar. r. Os processos de Assessoria são também solicitados tanto por uma equipe ou por indicação externa, mas neles nos deparamos com uma realidade diferente. As Assessorias são solicitadas ou indicadas, na maioria da vezes, com o objetivo de possibilitar a articulação e preparação de uma equipe para construção do seu projeto de prática através de um expert  que  que venha assisti-la teórica e tecnicamente. tecnica mente.  A construção construção do projeto de práti prática ca torna-se det determi erminant nante e na busca de um uma a prá prática tica de qualidade, na medida em que, é na realização do projeto - que sempre exige mais do que a simples colocação de inten intenções ções no papel - que a equipe se prepara, se recicla e/ou se aperfeiçoa para o exercício profissional, ao mesmo tempo em que conhece/organiza o espaço de prática e a atenção às demandas dirigidas ao serviço.

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Os assistentes sociais, de uma maneira geral, resistem - alegando os mais diferentes motivos - a projetar sua prática15. Um dos motivos, explicitado pelos próprios profissionais, está relacionado à inviabilidade de operacionalização dos projetos diante da complexidade e da dinâmica da realidade, certamente uma análise equi equivvocada. Se, de certa forma esse argumento procede, visto que, para atuar numa realidade em movimento não há receitas - um projeto quando vai para o papel é sempre rref eferência erência um projeto de qualidade tem de dar conta do movimento da realidade objeto da ação profissional, o que supõe captar as tendências postas na realidade. O projeto, ao se constituir numa referência para a ação, - nunca uma "receita a ser viabilizada" - traz como ganho principal para os assistentes sociais, no curso de sua elaboração, a transformação do próprio profissional/equipe, quando este, vivência o processo de se voltar para o conhecimento da realidade social trabalhada, desvendando os caminhos de seu fazer profissional ao definir possibilidades, limites, prioridades, recursos, atividades essenciais, instrumentos ... É nesse processo que o profissi profissional, onal, colocando a realidade social enqua enquannto objeto de conhecimento, se produz enquanto profissional, podendo se colocar diante das demandas postas para o Serviço Social, qualitativamente diferente dos usuários e da sua própria relação cotidiana com essa realidade - sua ação direta quando do ffazer azer proprofissional - transcendendo a sua aparência. É através desse processo - que freqüentemente vai se desdobrar em leituras, levantamentos, projetos de pesquisa, cursos de especialização -, que o profissional tem a possibilidade de captar o movimento da realidade com a qual trabalha, nas suas singularidades e particularidades, particularidades, tendo sempre presente a relação com os aspectos globais da realidade para, acompanhando seu movimento, buscar as alternativas de ação, aí sim, viáveis e possíveis de serem encaminhadas. Só assim pode-se reivindicar uma prática mediada pela teoria, uma prática pensada. Aqui, é necessário distinguir o projeto de prática - responsabil responsabilidade idade dos assisten assistentes tes sociais que ocupam um determinado determinado espaço pro pro-fissional fission al -, do projeto de profissão - responsabilidade do segmento da categoria como um 15

Em 1992, uma unidade de formação que passou a exigir proje projeto to de prática prática profissional profissional e supervisã supervisão o como critério para manutenção e abertura d dee campos de estágio, deparou-se com a seguinte situação: situação: ou não teria estágios estágios a oferecer aos seus alunos ou reformula reformulava va o critério. Assim deu-se um um praz prazo o de 6 meses para que os campos de estágio apresentassem seus projetos. Após 6 meses, mesmo com a presença de professores, de mais ou menos 30 áreas, uma apresentou projeto. Essa equipe, contou com a participação intensa de um professor da unidade formadora, durante durante os seis meses, meses, sedo q que, ue, o projeto foi realizado com a participação constante dos estagiários da área.

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todo, interessado numa determinada direção social16-, o último referência para o primeiro. Só um movimento, por parte dos assistentes sociais, que pressione as unidades formadoras por uma participação efetiva e sistemática no enfrentamento das demandas e questões postas pela realidade realidade ao Serviço Social, pode levar os espa espaços ços de formação formação a se articularem, em tempo, no sentido de atender uma demanda vem sendo negligenciada. Uma demanda que vem se exteriorizando através de solicitações concretas de Assessoria/Consultoria,17 dirigidas, no Rio de Janeiro, principalmente, às unidades públicas de ensino, por supervisores de estágio exigindo uma articulação mais próxima com a academia; por equipes interessadas - pelos mais diferentes motivos - em iniciar sua participação na formação profissional ou por equipes interessadas em avaliar e aperfeiçoar a prática realizad realizada. a.  Ainda que que possamo possamoss observar esse sign significat ificativo ivo movi movimento mento p por or parte de alguns assistentes sociais/equipes, podemos observar também que no interior da categoria, ainda persiste um sentimento de recusa e negação quando surge a questão da Assessoria/Consultoria. Freqüentemente esses processos são comparados à supervisão destinada aos alunos de graduação - o que viria a diminuir o profissional que se subme submetesse tesse a eles. Esse fato, freqüentemente, freqüentemente, dificulta dificulta o desenvolvim desenvolvimento ento das equipes profi profissionais, ssionais, na medida em que nem todos aceitam participar desses processos de aperfe aperfeiçoame içoamento. nto. Interessante notar que não é o que ocorre com outros categorias profissionais que, tradicionalmente, buscam supervisão para seus projetos de prática, principalmente depois da graduação: é o caso dos psicólogos que, justamente após a gradu graduação, ação, quando iniciam sua clínica, passam por períodos longos de supervisão e aperfeiçoamento. aperfei çoamento.  Assim, é que, com freqüência, as demandas por Assessoria vêm sendo sendo explicitaexplicitadas através de solicitações para "orientação de projetos", de "palestras", cursos nas mais diferentes temáticas - estudo de técnicas, etc... Neste caso, cabe ao assessor/consultor, conhecendo minimamente a equipe, explicitar o complexo conjunto de difi-

  16 Conferir:ABESS, Centro de Documentação Docum entação e Pesquisa em política Social e Serviço Servi ço Social -CED -CEDEPSS, EPSS, Cadernos de Pesquis Pesquisaa n.1, "Configuração "Configu ração de um Projeto

profissional profissio nal para o Serviço Social: O pensamento das entidades nacionais", Apoi Cortez, Agosto, 1994.

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culdades que permeia aquelas solicitações, analisando e revelando a realidade da equipe e oferecendo uma proposta que enriqueça e exercite seu conteúdo teórico, técnico e político, a partir de uma reflexão profunda da realidade trabalhada pela mesma. É o contato sistemático com a equipe e a realidade objeto de sua ação profissional que possibi po ssibililita ao assessor/consultor, construir as condições de projetar e realizar sua tarefa, apontando possibilidades, limites, alternativas na construção e viabilização do projeto profissional pelos assistentes sociais. Na realidade, as críticas dirigidas ao exercício profissional, principalmente as realizadas no interior da academia, trazem implícita uma cobrança pela qualidade de prática, dirigida somente aos assistentes sociais. Esse tipo de crít crítica ica imputa aos "assistentes "assistentes soso ciais da prática" a responsabilidade única e exclusiva pela busca dessa qualidade. Dessa forma, mesmo que indiretamente, é exigido que - mesmo com os limites apontados: formação profissional deficiente, deficiente, complexidade da realidade, dificuldade de dar respo resposstas para o presente - os assistentes sociais dêem conta, iso isoladamente, ladamente, das questões que a profissão coloca e da mudança nos seus rumos. Produzir uma prática de qualidade, numa perspectiva de ruptura com práticas conservadoras, exige o resgate da unidade entre espaços de formação e espaços de prática. Mas, diante do quadro que nos encontramos, sem uma postura concreta por parte dos assistentes sociais que pressione as unidades formadoras a aceitar, também como seus, os desafios postos pela realidade objeto da ação profissional, tão cedo não teremos uma aproximação de qualidade. Por outro lado, sem que os assistentes sociais construam as condições objetivas para participarem ativamente no enfrentamento daqueles desafios, dificilmente terão condições de pressionar por investimentos, por parte das unidades formadoras, na preparação de docentes e/ou profissionais para prestarem Assessoria/Consultoria de qualidade e para participarem da realização de pesquisas e projetos tendo em vista questões pertinentes, postas pela realidade profissional. São pontos nevrálgicos que, para serem enfrentados, enfren tados, dependem da vontade política de cada segmento.

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Entre 1992/1995 uma unidade de ensino, pública, contava com 5 pedidos formais de assessoria assessoria - documentados e justificados-, por parte de de instit instituições uições de grande porte, com grande número de assistentes sociais. Essaa demanda foi atendida, em parte, através da realização de cursos dirigidos especialmente para os supervisores de estágio da escola ou através do professor da disciplina de estágio supervisionad supervisionado. o. Algumas dessas dessas instituiçõe instituições, s, diante dos limites impostos pela escola, procuraram assessoria particular, deixando de se constituir, por algum tempo, em campos de estágios. Parte dessa demanda estava também dirigida a outras unidades formadoras.

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De qualquer forma, faz-se necessário contarmos com recursos de qualidade e suficientes, por parte das unidades formadoras, para atender uma demanda que, reprimida, contribuirá para reprodução de práticas conservadoras, acríticas, vinculadas, por vezes na intenção, mas desvinculadas na prática, dos interesses da população que direta ou indiret di retamente amente solicita os serviços profissionais. profissionais.  As demandas por Assessoria/Consultoria Assessoria/Consultoria certamente certamente não serão assumidas pelas unidades particulares de en ensino sino - excetuando, talvez, as PUC PUCs(Universidades s(Universidades Católicas) , tendo em vista seus objetivos lucrativos, ainda que necessitem dos espaços profissionais, para responder às exigências relacionadas ao ensino da prática. É nessa medida que esta é uma demanda dirigida basicamente às unidades públicas de ensino. Estaríamos nos referindo à uma especialização, um outro ramo de atividade para os assistentes sociais? Sim e não. A Assessoria/Consultoria é um recurso há muito utilizado pelos assistentes sociais junto a diferentes grupos de usuários - associação de moradores, grupos populacionais favelados, posseiros etc. -; na Assessoria/Consultoria a assistentes sociais ou equipes, estaríamos utilizando esse recurso objetivando uma prática pensada, projetada. Uma equipe que não se produz permanentemente e não projeta a sua prática não tem condições de levar adiante qualquer tarefa, nem mesmo as tarefas burocráticas. Assim, realizar Assessoria/Consultoria Assessoria/Consultoria para dentro do Serviço Social com o objetivo de pensar a prática significa, contrapor a realidade dos espaços profissionais ocupados pelo Serviço Social com as análises, estratégias e ações real realizadas izadas no seu enfrentamento no sentido de uma ação profissional pensada, consciente. consci ente. Fica claro que um consultor/assessor, na busca de condições para exercer seu papel junto a uma equipe ou profissional, necessita de um aperfeiçoamento profissional que ultrapasse e congregue as exigências do ensino e da prática profissional. Nenhum profissional, no contato direto e cotidiano com a população usuária, tem condições - pelas características e demandas do espaço profissional que ocupa -, de acesso permanente às novas produções dentro e fora do Serviço Social - essenciais no encaminhamento do seu fazer profissional - e de exercitar e acumular em si, as condições que são exigidas para uma análise que dê conta do movimento da realidade social com a qual trabalha. As

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análises mais gerais são importantes importantes e necessárias mas, não dão conta das m mediações ediações necessárias para acesso ao específico da realidade a ser trabal trabalhada. hada.  Assim, Assessoria/Consultoria Assessoria/Consultoria estão voltadas para a busca de totali totalização zação no processo de prática, no sentido de apontar, resgatar e trabalhar as deficiências, os limites, recursos e possibilidades da equipe, socializando conteúdos, instrumentos de indagação e análise e também produzindo estudos e análises os quais a equipe não está preparada e nem é seu papel realizar, tendo em vista as respostas concretas e imediatas que precisa dar às demandas que a realidade põe à sua ação. A formação, as ações e tarefas que são exigidas e as condições, possibilidades e limites que são impostos ao assistente social, no contato cotidiano com a população, são diversas das postas ao pesquisador, ao consultor, ao assessor, ao docente. Ainda que ocupem o mesmo espaço profissional, suas indagações, respostas, investimentos e exigências são diferentes, mas se completam tendo em vista a realidade social como objeto o que requer, consequentemente, além de uma articulação permanente, preparação e aprofundamentos diferenciados. É assim que se mostra determinante a aproximação permanente e sis sisttemática des des-ses segmentos da categoria profissional no confronto e rompimento com práticas tradicionais e conservadoras. Uma aproximação pensada, projetada, não, casual.

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