Vale Tudo Ec2a0c2a6ultimocap204

March 19, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Rede Globo de Televisão Central Globo de Produção VALE TUDO 

Capítulo 204 Novela de GILBERTO BRAGA/AGUINALDO SILVA/LEONOR BASSERES Personagens deste capítulo AFONSO ANDRÉ AUDÁLIO ALDEÍDE BARTOLOMEU CÉSAR CELINA CONSUELO DANIELA DAYSE EUGÊNIO

FREITAS FÁTIMA FERNANDA HELENA IVAN IRIS JARBAS LUCIANO LAÍS LEILA LUCIMAR

Participação Especial ARNALDO CUNHA LAURA MARÍLIA OLAVO PROCURADOR

MARCO AURÉLIO MARIA JOSÉ ODETE PEQUENINA RENATO RAQUEL SARDINHA SOLANGE TIAGO WILLIAM

 

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CENA 1. SALA DE AFONSO NA TCA. INTERIOR. DIA. Afonso, Ivan e William, cena de ritmo de diálogo muito rápido. Ivan — ( (a a W Wi illiam) P PD DG d da a M Ma acpherson a an nd Afonso

William

Afonso

William Ivan

Son? — T Ta ava a fim d de e t te er um p pé é n no o B Br rasil, achou que a TCA era bagunça por causa da atuação do Ma Mar rco Aurélio lá na Irlanda e veio se assuntar, se apresentou só com o nome da mãe, pens pe nsan ando do ta talv lvez ez em co comp mpra rar r a TC TCA A ou entrar de sócio... — A gente n nã ão t te em t te empo a perder, olha aí a hora, o Marco Aurélio pode ter apanh anhado mai mais um chequ que e em bran anc co assi as sina nado do pelo pelo An Antu tune nes s pra pra re reti tira rar r a gran gr ana a do em empr prés ésti timo mo no Ca Cali lifo forn rnia ian n Savings Bank... — Eu vou ligar já pro banco, pra tentar sustar o pagamento desse cheque! Melhor ligar pra polícia também... — Ele tem avião particular, não tem? — C Cl laro q qu ue v va ai t te entar s se e m ma andar d do o país, o melhor que a gente tem a fazer

é ir pra casa dele nesse instante! Corta rápido pra: CENA 2. DELEGACIA. INTERIOR. DIA. Arna Ar nald ldo o fala faland ndo o co com m um au auxi xili liar ar fi figu gura rant nte, e, Gi Gild ldo o presente. Diálogo muito rápido. Arnaldo — V Vo ocê m me e l lo ocaliza e es sse F Fr reitas, a al lém do Marco Aurélio. Bota o Tomaz pra ver se encontra o César também, e eu quero depoimento dessa empregada, Dayse não sei se i da das s qu quan anta tas. s. Pra Pra tere terem m me ment ntid ido o sobre o dia da chegada dessa mulher do Marco Aurélio no Rio, seja lá o que eles tiverem querendo esconder a

 

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empreg empr egad ada a de deve ve ta tar r fa faze zend ndo o pa part rte e do conchavo, com certeza subornou a empregada também... Corta rápido pra: CENA 3. SALA DE MARCO AURÉLIO E LEILA. INTERIOR. DIA. Leila chorando, com Eunice e Bartolomeu. Continuação da última cena do capítulo precedente. Leila — Não matou, Bartolomeu, o Marco Auré Au réli lio o nã não o mato matou u ni ning ngué uém. m... .. Ma Mas s a gente ia ter que fugir do país de qual qu alqu quer er mane maneir ira, a, a ge gent nte e va vai i fu fugi gir r desse país, se Deus quiser... Bart Ba rtol olom omeu eu — Mas p por orqu que e essa essa me ment ntir ira a sobre sobre a su sua a chega egada de Itai taipa pav va? Isso não faz sentido! Quem matou a Odete Roitman? Leila — E Eu u c ch heguei c co om o B Br runo n no o di dia d do o Corta pra:

crime...

CENA 4. SALA DE MARCO AURÉLIO E LEILA. INTERIOR. DIA. Flash-back a ser gravado. Leila e Bruno sendo recebidos por Dayse, chegando de Itaipava, com alguma bagagem. Dayse sorridente. Bruno vai pro seu quarto e Leila faz perguntas sem importância a Dayse, fora de áudio. Leila — ( (o off, n na arração) O Marco A Au urélio n nã ão tava ta va em ca casa sa, , cl clar aro. o... .. eu co come mece cei i a toma to mar r as pr prov ovid idên ênci cias as qu que e to toma ma toda toda Corta pra:

dona de casa quando chega de fora...

CENA 5. QUARTO DE FÁTIMA NA CASA DE MARCO AURÉLIO E LEILA. INTERIOR. DIA. Leil Le ila a en entr tran ando do, , ca casu sual al. . Pl Plan ano o da ca cama ma de Fá Fáti tima ma, , intocada, como se ninguém tivesse dormido ali. (Flashback a ser gravado) Leila — (off, narração) Fui procurar a Fátima, mas como a cama dela tava intacta, eu achei que ela não tivesse dormido em casa... Corta pra:

 

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CENA 6. QUARTO DE MARCO AURÉLIO E LEILA. INTERIOR. DIA.   (Fla (F lash sh-ba back ck a se ser r gr grav avad ado) o) Le Leil ila a ol olha hand ndo o su sua a ca cama ma desfeita, diante de Dayse. Nitidamente uma cama onde dormiram duas pessoas e não uma. Leila — A Fátima não dormiu em casa, Dayse? Dayse — Eu... não sei dizer pra senhora, porque quando eu acordei... ela realmente não tava aí... e a cama tava arrumadinha... quem sabe ela não saiu cedo, d. Leila, e arrumou a cama? Leila — A Fátima, a ar rrumar a própria c ca ama? Escuta aqui, ô Dayse, tá se passando algu al guma ma co cois isa a estr estran anha ha de dent ntro ro de dess ssa a casa! Porque nessa cama aqui, na minha cama, dormiram duas pessoas! Inserir durante o diálogo apenas um take rápido da cena 4, ca capí pítu tulo lo 19 190 0 (QUA (QUART RTO O DE MARC MARCO O AURÉ AURÉLI LIO O E LEIL LEILA) A) Marco Marc o Au Auré réli lio o e Fá Fáti tima ma, , qu quan ando do el ela a te tem m a cr cris ise e de chor ch oro. o. O plan plano o deve deve ser ser rápi rápido do e apen apenas as lemb lembra rar r ao público que por causa desta cena a cama ficou desfeita, como se ali tivessem dormido duas pessoas. Sem som. O som é do tempo real, Leila e Dayse, sem interrupção. Dayse — (muito sem jeito) Não, d. Leila, eu acho ac ho qu que e a senh senhor ora a tá en enga gana nada da, , eu servi café pro dr. Marco Aurélio sozinho... Leila — Olha essa cama?! Quantas pessoas Dayse

Leila

Dayse

Leila

dormiram aqui? — E Eu u... n nã ão s se ei, d d. . L Le eila... e eu u ac acho que o dr. Marco Aurélio dormiu sozinho sim... — Você é minha amiga, Dayse, você não tem o direito de esconder nada de mim! O qu que e é que tá ac aco onte ntecen end do entr tre e a Fátima e o meu marido? — ( (s sem j je eito) A Ac cho q qu ue n nã ão d do ormiram juntos não, d. Leila... Eles se encontraram fora daqui... — (fora de si) Se encontraram fo f ora daqui? Você vai me contar tudo o que você sabe, Dayse, você é minha amiga!

 

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Dayse

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Se eu souber que a Fátima tá fazendo uma coisa dessas comigo... eu... fala Dayse! — E Eu u a ac cho q qu ue e el la é que d de eu e em m c ci ima dele... Eu peguei sem querer, uma vez ou du duas as.. ... . De Depo pois is a se senh nhor ora a sa sabe be, , é

difíc di fícil il a gen gente te deixa deixar r de escuta escutar.. r... . Antes de casar com a senhora, o dr. Marc Ma rco o Au Auré réli lio o ti tinh nha a um apar aparta tame ment nto, o, parece que pequeno aqui mesmo na zona sul.. su l... . ond onde e exata exatamen mente te eu não não sei.. sei... . mas ele não se desfez desse apartamento, e tem se encontrado com a d. Fátima sim... Leila — (desesperada) Todo o m mu undo me avisou que eu não podia confiar nessa vagabunda! Dayse — Calma, d. Leila... Leila — (chorando) Eu não acredito... eu não posso acreditar... (refaz-se um pouco) Não fala pra ninguém que eu tô em casa, Dayse... eu não quero falar com ningu nguém. m.. .. dá al alg guma desc scu ulpa lpa pro Bruno... me deixa sozinha... me avisa só quando o Marco Aurélio chegar... Leil Le ila a de deit itaa-se se na ca cama ma e tem tem uma uma viol violen enta ta cris crise e de choro. Dayse faz menção de se aproximar pra consolar, mas sente chorando. que não há o que fazer. Sai do quarto. Tempo com Leila Corta descontínuo pra muito mais tarde, Leila na cama, os olhos inchados de tanto chorar. Tentando acreditar no que ouviu. Tempo. Entra Dayse. Dayse — A senhora pediu pra avisar quando o dr. dr . Marco Marco Auréli Aurélio o che chegas gasse. se... .. ele tá aí na sala, d. Leila, com o Freitas... Leila — (sofrida) A que horas ele costuma se encon contra rar r co com m es ess sa pi pir ranh nha a no tal apartamento? Dayse

— N Nã ão f fi ica p pe ensando n ni isso, d d. . L Le eila, eu tenho certeza que é da senhora que ele gosta... homem é assim mesmo...

 

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Leila Dayse

204/5 204 /5

— (autoritária) A que horas, Dayse? Você sabe. — E Eu u a ac cho qu que g ge eralmente as assim de depois do expediente lá na TCA, antes do jantar...

Corta pra: CENA 7. SALA DE MARCO AURÉLIO E LEILA. INTERIOR. DIA. Flash-back a ser gravado. No início é repetição da cena 22 do capítulo 192. Marco Aurélio e Freitas. Freitas — ( (e entregando a p pa asta a Marco A Au urélio) Eu veri verifi fiqu quei ei. . Os pa papé péis is do leas leasin ing g estão todos aí. O senhor vai precisar de mais alguma coisa? Marco Aurélio Aurélio — Acho que não, Freitas. Pode ir ir. . Freitas — Até amanhã, dr. Marco Aurélio. Frei Fr eita tas s sa sai. i. Ma Marc rco o Au Auré réli lio o ol olha ha a pa past sta a pe pens nsat ativ ivo o enquan enqu anto to te term rmin ina a o se seu u dr drin inqu que. e. De re repe pent nte, e, pe pega ga a past pa sta a de ne negó góci cios os, , pr pra a sair sair, , ao me mesm smo o temp tempo o em que que Leila entra, vinda do quarto. Leila — Nós precisamos ter uma conversa muito séria/ Marco Marc o A Aurél urélio io — (saind (saindo) o) Agora não dá, Leilo Leiloca. ca. Eu tenh te nho o um assu assunt nto o su supe per r ur urge gent nte e pr pra a resolver, mas eu não demoro... na hora do jantar eu tô aí... Marco sai. Dayse entra. Leila sofrendo. Leila — V Vo ocê t te em c ce erteza q qu ue n nã ão s sa abe o endereço desse bordel? Rimo de diálogo muito rápido. Dayse — Eu juro pra senhora... Leila — Pega a chave do meu carro, depressa! Ele El e saiu saiu pr pra a se en enco cont ntra rar r com com ela! ela! Levou uma pasta de trabalho pra disfarçar! Dayse — Pelo amor de Deus, d. Leila, a senhora não vai fazer nada de cabeça quente! Leila — A chave do meu carro, depressa! Corta rápido pra: CENA 8. RUAS DA ZONA SUL. EXTERIOR. DIA.

 

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Flash-back a ser gravado. Muito rápido. Ao por do sol. São quase oito horas de noite, horário de verão. Plano de Marco Aurélio, dirigindo seu Mercedes. Plano de Leila, atrás, perseguindo o marido em direção do seu carro. Atenção edição: são planos muito rápidos, porque não há suspense nesta situação. Corta pra: CENA 9. APARTAMENTO DE ODETE E CÉSAR. INTERIOR. NOITE. Flash-back a ser gravado. No início, é uma repetição do fina fi nal l da ce cena na 27 do ca capí pítu tulo lo 19 192, 2, Ma Marc rco o Au Auré réli lio o e Odete. Odete — O que foi que você fez com os doze milhõ lhões de dóla ólare res s da nossa cont nta a conju njunta ta. ... já que vo voc cê nã não o pago agou ainda nenhuma prestação de leasing? Marco Marc o A Aurél urélio io — Eu fiz um negó negócio cio aind ainda a melhor pr pra a nós... eu te explico... Odete — Explica que é um ladrão sem vergonha que vem roubando a companhia há anos? Não é pra mim que você tem que explicar isso não/ Marco Mar co Au Aurél rélio io — (co (corta rta) ) O que é que voc você ê pr prete etende nde fazer/ Você tá me ameaçando? Odete — Eu estou pasma! Eu tive muita conf co nfia ianç nça a em você você, , Marc Marco o Au Auré réli lio o e você traiu essa confiança. Marc Ma rco o Auré Auréli lio o — Vo Você cê nã não o va vai i Lu Lucr crar ar na nada da em me denunciar, Odete... Talvez... se você cons co nseg egui uir r ma mant nter er a ca calm lma. a... .. a ge gent nte e talvez pudesse entrar numa compo mposiç içã ão. o.. .. Vo Voc cê se sem mpre foi uma empre presár ári ia es esp pert erta. a.. .. co com m jogo de cintura... Odete — Manter a calma... com a minha família toda contra mim... aquela cena deprimente lá na firma... eu estou com ânsi ân sias as de vômi vômito to, , Ma Marc rco o Au Auré réli lio, o, a idéia de que além de tudo... você... (vontade de vomitar) Me espera aqui...

 

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204/7 204 /7

Odete vai entrando no lavabo. Vai fechar a porta. Marco Aurélio — Você tá precisando de alguma coisa? Odete fecha a porta. Ao mesmo tempo, a campainha toca e Marco abre a porta. Entra Leila, feito um raio, nervosíssima. O revólver está à vista desde o início da cena. Discussão histérica. Leila — Onde é que ela está? Mar Ma rco Auré rél lio — Pera aí aí, , Leil ila a, el ela a não tá se sentindo bem... o que é que você tá faze fa zend ndo o aq aqui ui? ? Você Você nã não o te tem m nada nada co com m isso! Leila — ( (u uma f fú úria) E Eu u n nã ão te tenho n na ada c co om isso? Marco Aurélio Aurélio — São a assuntos ssuntos meus, pa particular rticulares! es! Leila — Eu nunca vi ninguém tão cínico quanto você! Marco Marc o A Aurél urélio io — Se intrometend intrometendo o num assunto assunto desses você só pode se rebaixar, meu amor! Leila — Eu nunca fui tão humilhada em toda a minha vida! Todo o mundo me avisou, a própria mãe dela me avisou, eu fui uma imbecil, Marco Aurélio! Vocês me traíram de uma maneira bárbara! Mar Ma rco Auré rél lio — Pera aí, do que é que voc você tá falando? Leila — ( (p pega o r re evólver) Ne Nega! Q Qu uero v ve er você ter bala a coragem de negar que eu te meto uma na cara! Leila aponta o revólver pra Marco Aurélio. Marco Marc o Au Auréli rélio o — Ne Negar gar o que? Leila — N Nã ão, e eu u a ac cho q qu ue q qu uem m me erece u um ma bala não é você não, eu não podia ter confiado nessa/ Odete abre a porta do lavabo, Leila vê a sua silhueta. Marc Ma rco o Auré Auréli lio o — Pr Pra a aí aí, , Le Leil ila, a, vo você cê tá pe pens nsan ando do que/ Leila dá três tiros. Odete cai. Logo depois de Odete cair, Leila se dá conta de que é Odete quem está no chão ch ão. . Ma Marc rco o Auré Auréli lio o ce cert rtif ific icaa-se se de que que Od Odet ete e es está tá morta enquanto fala.

 

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204/8 204 /8

Marco Mar co Au Aurél rélio io — Você Você se dá cont conta a do que você fez, fez, Leila? Leila tem uma violenta crise de choro. Marco a ampara, com pena e carinho. Marco Aurélio — Fica calma... Vamos embora daqui... a gente não tem um minuto a Corta pra:

perder... eu vou te ajudar...

CENA CE NA 10 10. . QU QUAR ARTO TO DE MA MARC RCO O AU AURÉ RÉLI LIO O E LEIL LEILA. A. INTE INTERI RIOR OR.   . NOITE. Flash-back a ser gravado. Leila chorando, mais calma. Marco Aurélio consolando. Marco Mar co Au Aurél rélio io — Fic Fica a cal calma ma, , Lei Leiloc loca. a... .. eu já fui até lá... tá tudo sob controle... tão desco de sconfi nfiand ando o da pró própri pria a Fá Fátim tima.. a... . eu te juro que esse caso não tinha a menor importância pra mim... Você é a mulh mu lher er da mi minh nha a vida vida.. ... . a ge gent nte e vai vai escap es capar ar des dessa sa jun juntos tos... ... Nó Nós s tín tínha hamos mos que nos mandar do Brasil do qualquer maneira... Corta rápido pra: CENA 11. SALA DE MARCO AURÉLIO E LEILA. INTERIOR. DIA. Leil Le ila a te term rmin ina a su sua a conf confis issã são o a Ba Bart rtol olom omeu eu e Euni Eunice ce. . Marco vai entrar, da rua. Leila — (tensa) Ele me convencer... me convenceu que pra escapar eu tinha que tratas a Fátima como se nada tivesse acon ac onte teci cido do.. ... . nó nós s co conv nver ersa samo mos s co com m a Dayse... que entendeu tudo... o Marco Aurélio foi muito generoso com ela... conversamos com o Bruno, que não desco de sconfi nfiou ou de nada, nada, mas aca acabo bou u dando dando com a língua nos dentes... Eu não queria matar ninguém, Eunice, acre ac redi dita ta, , eu pe perd rdi i comp comple leta tame ment nte e a cabeça... Marco entrou, com a sua chave. Marco Mar co Au Aurél rélio io — Vam Vambor bora, a, Lei Leiloc loca, a, que o re resto sto da grana já tá no meu bolso. Tira essa

 

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gente gent e da daqu qui i porq porque ue nó nós s nã não o temo temos s um minuto a perder! Corta rápido pra: CENA 12. ANTE-SALA DA DELEGACIA. INTERIOR. DIA. Apenas um plano rápido. Raquel, Fátima, Gildo. Figurantes passando. Raquel — V Va ai s se er f fe eita ju justiça, m mi inha fi filha, porque vocês todos podem falar o contrário, mas eu tenho muita confiança em Deus, vai ser feita justiça sim, o nosso país não é a bade ba dern rna a qu que e to todo do o mu mund ndo o tá fa fala land ndo o não, a justiça ainda existe! Corta rápido pra: Gal Costa cantando BRASIL. As próximas cenas fazem um clipe pra canção-tema: Até a cena 17 final, plano do avião no ar, devemos ter exatamente um minuto e cinco segundos na edição, da cena 13 inclusive à 17 inclusive. É o tempo da última parte da canção Brasil. CENA 13. SALA DE MARCO AURÉLIO. INTERIOR. DIA. Arnaldo com dois auxiliares figurantes prendendo Dayse. Policial começa a colocar algemas em Dayse. (Mesmo que não se usem algemas vamos usar pra ficar impactante). Corta pra: CENA CEN A 14. RUA CAR CARIOC IOCA. A. EX EXTER TERIOR IOR. DIA. DIA. (O certo seria porta do prédio de Marco Aurélio mas não é importante que seja lá). Carro de polícia bem característico, camburão. Arnaldo presta declaração a repórteres. Policiais da cena precedente colocam Dayse alge al gema mada da no ca camb mbur urão ão e fe fech cham am a po port rta a do ca camb mbur urão ão. . Corta descontínuo pra camburão em movimento. Corta pra: CENA 15. CELA DE DELEGACIA. INTERIOR. DIA. Veiga empurra Olavo pra dentro da cela, onde há outros detentos, figuração com ar bem popular. Corta pra fora da cela, Consuelo chorando. Corta pra close de Olavo, atrás das grades. Corta pra:

 

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204/10 204/ 10

CENA 16. CORREDORES DA TCA. INTERIOR. DIA. Delegado Arnaldo efetuando a prisão de Freitas. Freitas tent te ntan ando do ar argu gume ment ntar ar qu que e é in inoc ocen ente te. . Do Dois is po poli lici ciai ais s figurantes vão carregando Freitas ao longo do corredor. Freitas é carregado esperneando, com as pernas no ar. Corta pra: CENA 17. CAMPO DE AVIAÇÃO. EXTERIOR. DIA. Marco Aurélio, Leila e Bruno vão entrar com co-piloto no avi avião ão par parti ticul cular ar de Ma Marco rco Aur Aurél élio. io. Co Co-pi -pilot loto o vai joga jo gand ndo o ma mala las s de dent ntro ro do aviã avião. o. Bart Bartol olom omeu eu e Eu Euni nice ce desp de sped edem em-se de Le Leil ila a e Br Brun uno, o, ab abra raço ços s demo demora rado dos, s, emoção. Marco Aurélio diz que não Há tempo a perder. Todos Tod os en entra tram. m. Pl Plano ano de Ma Marco rco Aur Auréli élio, o, pi pilot lotand ando o seu seu jatin jat inho, ho, pro pront nto o pra lev levant antar ar vôo vôo. . Pla Plano no de Eu Eunic nice e e Bartolomeu, abraçados, olhando o avião decolar. Plano do avião já no ar, afastando-se. Plano de Marco Aurélio, pilotando ao lado do co-piloto. Dá uma banana lá pra baixo. Último plano deve ser o avião no ar. Corta pra: (Terminou Gal Costa) CENA 18. SALA DO APARTAMENTO DE RAQUEL. INTERIOR. DIA. Abre em Fátima com Poliana. Depois Tiago e Fernanda, depois Raquel e Ivan. Fátima — (chocada) Mas logo eu? Porque, Poliana? Essa mulher só pode ser maluca, onde é que já se viu? Audálio

— S Se e vo você a ac cha i is sso m me esmo, F Fá átima, é porque você ainda tem muito o que prender, sabe? Corta pra Tiago e Fernanda, em outro ambiente. Tiago — (muito triste) Meu próprio pai... Muito difícil de aceitar, viu Fernanda? Fernanda — E Eu u s se ei, me meu a am mor, e t tô ô a aq qui pr pra t te e dar toda a força que você precisar... mas no seu caso... eu acho que a melhor coisa que você tem pra fazer é esquecer que tem pai... Corta pra Raquel e Ivan em outro ambiente.

 

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Ivan

Raquel

204/11 204/ 11

— J Ju ustiça, R Ra aquel? S Só ó me mesmo d da a t tu ua cabeça... Vai ser feita justiça é no meu caso... — ( (m maliciosa) Nã Não s se ei n nã ão... V Vo ocê t te em tant ta nta a ce cert rtez eza a as assi sim? m? Po Porq rque ue você você se acus ac usou ou, , fe fez z o qu que e a su sua a co cons nsci ciên ênci cia a

mandava... mas cadê as provas? Ou você acha que numa hora dessas o Marco Aurélio ia ter cabeça, tempo ou inte in tere ress sse e pr pra a en entr treg egar ar es essa sas s pr prov ovas as pra polícia? Reação de Ivan, animado. Corta pra: CENA 19. DELEGACIA. INTERIOR. DIA. Freitas presta depoimento oficial a Antunes, escrivão batendo à máquina. Freitas

— A As s p pr rovas c co ontra o Ivan M Me eirelles? Claro que eu sei onde é que tão... Se eu vou entrar pelo cano vou livrar a cara dele porque?

Corta pra: CENA 20. SALAS DE CELINA. INTERIOR. DIA. William com Helena, em outro ambiente Laís, Marília e Celina. Helena — M Ma as e eu u nã não qu queria m mo orar f fo ora, m me eu amor! Apesar dessa bagunça toda, eu me sinto feito o meu irmão, sou brasileira, quero morar aqui! William — E não foi justamente por esse motivo que eu agi da forma que agi e acabei entrando pra sócio do grupo, Heleninha? Agora, eu não posso deixar a Macpherson ao Deus dará. A gente tem que qu e manter manter pelo pelo menos menos um apart apartame amento nto em Londres pra passar uns três meses por ano... Helena o abraça, com carinho. Corta pra outro ambiente, Celina, Laís e Marília. Marília — M Ma as v vo ocês a ac cham q qu ue o Ivan M Me eireles tem mesmo alguma chance de ir pra

 

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Celina

Laís

Celina

Marília Celina

Laís Celina

204/12 204/ 12

cadeia cade ia por por ca caus usa a de dess sse e pr proc oces esso so de suborno? — Em primeira instância já foi cond co nden enad ado, o, Ma Marí ríli lia. a. Ho Hoje je é o di dia a do julgamento da apelação. — E Eu u ac acho q qu ue n na a terra d da a i im mpunidade ia ser até uma piada, o Ivan ser condenado por tão pouco... — E Eu u n nã ão s se ei n nã ão, Laís... Houve muita pres pr essã são o por por part parte e da impr impren ensa sa.. ... . Eu estou tão nervosa, meu Deus do céu.... — N Na a p pi ior d da as hi hipóteses, o q qu ue é q qu ue pode acontecer? — A pena é de 1 a 8 anos, e pode ser aumentada em um terço, se a corrupção for consumada, o que foi o caso. O tal func fu ncio ioná nári rio o pú públ blic ico o fu fugi giu, u, tá se send ndo o julgado à revelia... — E Eu u t te enho m mu uita f fé é q qu ue o I Iv van v va ai escapar dessa, viu, Celina? — D De eus p pe ermita q qu ue v vo ocê es esteja c ce erta, mas a opinião pública tá contra ele, o Ivan foi capa de várias revistas, pelo inus in usit itad ado o do proc proces esso so. . O povo povo está está querendo justiça!

Corta pra: CENA 21. SALA DE ESPERA DO JULGAMENTO. INTERIOR. DIA. Plano Pla nos s rápid rápidos, os, um cli clima ma de mu muita ita apr apreen eensão são. . Raque Raquel l abraçada a Ivan. Poliana, Iris, Afonso, Aldeíde, André, Bart Ba rtol olom omeu eu, , Co Cons nsue uelo lo, , Da Dani niel ela a co com m Lu Luci cian ano, o, Eu Euni nice ce, , Fátima, Fernanda com Tiago, Gildo, Jarbas, Maria José, Renato. Mais repórteres e fotógrafos. Corta pra: CENA 22. SALA DO JULGAMENTO. INTERIOR. DIA. Em suas respectivas posições, o advogado, 4 desembargadores, o procurados da justiça, o desembargador presidente, o escrivão. Procurador — Defendo portanto a manutenção da conde co ndenaç nação ão de pri primei meira ra ins instân tância cia, , já que a defesa não conseguiu destruir o

 

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204/13 204/ 13

mananc mana ncia ial l de prov provas as ap apre rese sent ntad adas as no processo, tendo o doutor juiz julgado nos precisos limites da Lei... Corta rápido pra: CENA 23. SALA DE ESPERA DO JULGAMENTO. INTERIOR. DIA. Mesmos cena José. 21, clima de grande apreensão. Abre em Renato edaMaria Mari Ma ria a José José — O senh senhor or ac acha ha qu que e vão co cond nden enar ar ele ele, , dr. Renato? Renato —Se v vo ocê quer a mi minha opinião, o Ivan vai escapar, quer dizer, pelo menos da prisã pr isão. o. Por Porque que co com m as cir circu cunst nstânc ância ias s aten at enua uant ntes es qu que e o advo advoga gado do de defe defesa sa apre ap rese sent ntou ou el ele e po pode de te ter r uma uma pe pena na de até dois anos, com direito a sursis, a susp su spen ensã são o co cond ndic icio iona nal, l, e ne ness sse e ca caso so não é preso... Pra ser preso, ele teria que ser condenado a mais de dois anos... E nesse caso, vamos rezar pra que qu e nã não o ac acon onte teça ça, , cl clar aro, o, ele ele te teri ria a direito a prisão especial, porque tem nível superior e é um réu primário e com bons antecedentes... Abrem-se as portas da sala do julgamento. Renato corre pra falar com o procurador. Reação de Ivan, com medo, vendo ao longe Renato falando com o procurador. Reação de Raquel. Renato afasta-se do procurador. Raquel corre até Renato. Raquel — P Pe elo a am mor d de e De Deus, R Re enato, e el le v va ai pra cadeia? Corta pra: 1º INTERVALO PARA COMERCIAIS CENA 24. SALA DE ESPERA DO JULGAMENTO. INTERIOR. DIA. Mesmo Mes mos s da cen cena a 23, 23, con contin tinuaç uação ão im imedi ediata ata, , Ra Raque quel l com com Renato. Raquel — Fala, Renato, pelo amor de Deus, sem rodeios.

 

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Renato

Raquel Renato

Raquel Corta pra:

204/14 204/ 14

— E Eu u a ac cho q qu ue a Celina t ti inha razão, a impre im prensa nsa fez mui muito to ala alarde rde, , a opi opiniã nião o pública foi contra... — Ele vai pra cadeia? — F Fo oi co condenado exatamente a dois anos e um mês. Até o livramento condicio condi cional nal, , va vai i ter que fic ficar ar preso preso por um ano e quinze dias. — (apavorada) Um ano!

CENA 25. QUARTO DE RAQUEL. INTERIOR. DIA. Ivan e Raquel, muito emocionados e tristes. Raquel — (quase chorando) Um ano... Ivan abraça Raquel. Os dois ficam abraçados, um tempo. Corta pra: CENA 26. SALA DE IRIS. INTERIOR. DIA. Iris e Pequenina. Pequ Pe quen enin ina a — M Mas as se vo você cê go gost sta a del dele, e, me meu u amo amor, r, se você se sente bem ao lado dele, vai recusar essa proposta de casamento com o Poliana porque? Iris — N Nã ão s se ei, v vó ó... p po or ma mais q qu ue e eu u pense... eu gosto dele sim... Acho que pode ser um bom pai pros meus filhos, um bom companheiro... Mas a vida inte in teir ira a eu so sonh nhei ei co com. m... .. ah, ah, vó, vó, a

Pequenina Iris

senhora sabe como eu adoro as histórias de amor, nas revistas... Eu sonh so nho o com com esse esses s home homens ns que que tão tão nas nas revistas... — É como você própria está dizendo, são homens de revistas! — Mas na vida real também tem! O dr. Ivan Iv an! ! Qu Quan ando do sa sair ir da pr pris isão ão va vai i se ser r feliz com a Raquel pelo resto da vida! E o dr. William? Vai casar com a d. Heleninha! Esse então parece que saiu de um co cont nto o de fa fada das, s, é um pr prín ínci cipe pe mesm me smo o de ve verd rdad ade, e, qu que e ch cheg egou ou na TC TCA A disfarçado, a senhora vê só que

 

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Pequenina

204/15 204/ 15

histór hist ória ia ro româ mânt ntic ica, a, di disf sfar arça çado do! ! Um homem daqueles! — É. Mas quem te pediu em casamento foi o Audálio! E você mesma está dizendo que gosta dele, que o vê perfeitamente como pai dos seus

filhos! Iris — ( (f frágil) E o on nde é q qu ue f fi ica o m me eu roma ro mant ntis ismo mo, , vó Pequ Pequen enin ina? a? Os sonh sonhos os român ro mântic ticos os que eu sempre sempre tive, tive, desde desde garotinha? Pequenina — Ah, meu amor, esses grandes amores... você faz como nove entre dez brasileiras. Você acompanha nas novelas de televisão! Iris se convence. Corta pra: CENA 27. SALA DE AFONSO NA TCA. INTERIOR. DIA. Laís e Afonso. Afonso — Você tem certeza? Laís — A Ab bsoluta. E El la s se e s se eparou d do o M Má ário Sérgio já faz algum tempo. Ele tá morando em S. Paulo. Eu ouvi dizer que sepa se para rara ram m numa numa bo boa, a, ma mas s eu po poss sso o te gara ga rant ntir ir que que a Sola Solang nge e tá sozi sozinh nha, a, criando a filha... Corta pra: CENA 28. SALA DE SOLANGE E SARDINHA. INTERIOR. DIA. Solange estava cuidando da filha, Márcia, quando Afonso entrou. Os dois estão constrangidos. Afonso — Tô te incomodando? Solange — N Nã ão, tu tudo be bem... Cheguei do t tr rabalho agora, tava cuidando da Marcinha, mas tudo bem... Afonso — É v ve erdade qu que vo você e o pai d de ela... se separaram? Solange — O Mário Sérgio foi pra S. Paulo. Falei com ele ontem. Tá até namorando, tá tudo bem... Tempo. Emoção.

 

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Afonso Solange Afonso

204/16 204/ 16

— V Vo ocê... g go osta d de e c cu uidar d de ela, n nã ão gosta? — Hum-hum... — Solange, e eu u sei o quanto eu fui injusto com você... eu... pô, é difí di fíci cil l fa fala lar r o qu que e eu tô pe pens nsan ando do, ,

tudo o qu tudo que e tá en enta tala lado do aq aqui ui, , porq porque ue você vo cê é tã tão. o... .. (cor (corta ta-s -se) e) Eu quer queria ia pedi pe dir r você você em casa casame ment nto, o, quer queria ia me ofer of erec ecer er pr pra a cr cria iar r do te teu u la lado do es essa sa menina que eu te juro eu sou capaz de tratar como se fosse a minha própria filha... e queria... (corta-se) Afonso olha a menina. Planos alternados de Afonso e do bebê. Afonso — E Eu u n nã ão so sou es esse h ho omem f fo orte q qu ue eu eu queria ser não. Eu me sinto... diante de vo você cê.. ... . eu me si sint nto o igua igualz lzin inho ho a essa criança, de quem você tá cuidando tão tã o be bem. m... .. com com tant tanto o ca cari rinh nho. o... .. Eu acho que isso eu tenho o direito de pedir pe dir, , sim sim, , Solan Solange. ge... .. cui cuida da de mim, mim, cuid cu ida? a?.. ... . vamo vamos s fica ficar r junt juntos os.. ... . eu preciso tanto de você... Solan Sol ange ge ced cede e e be beija ija Afonso Afonso apa apaix ixona onada damen mente te. . Pl Plano anos s muito românticos. Corta pra: CENA 29. SALA DE RENATO NA REVISTA. INTERIOR. DIA. Afonso e Sardinha, outro dia. Afonso — (orgulhoso) E En ntão a gente resolver se casar só no civil, no mesmo dia que a Helena e o William... Sardinha — Eu acho que não preciso dizer o quan qu anto to essa essa notí notíci cia a me deix deixa a feli feliz, z, meu ca cama mar radi adinha.. ... . Po Por rque o Már ári io Sérgio é super boa gente, mas eu semp se mpre re sa saqu quei ei qu que e a So Sola lang nge e nã não o er era a Afonso

apaixonada por ele. — C Cl laro q qu ue o ra rapaz é b bo oa ge gente... E você vo cê va vai i ve ver: r: eu vo vou u cr cria iar r a fi filh lha a

 

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Sardinha Afonso Sardinha

204/17 204/ 17

dele como se fosse minha própria filha! — Filha dele? — Então, havia de ser filha de quem? — E Es scuta, ô A Af fonso, a S So olange t te e f fa alou alguma vez que a Marcinha é filha do

Mário Sérgio? Afonso — F Fa alar e eu u a ac cho que n nã ão... Mas... p pô ô, eles tavam juntos, esse tempo todo... havia de ser filha de quem? A Solange nunca foi de (corta-se) Péra lá, o que é que você tá querendo me dizer? Sardinha — Eu não tô querendo dizer nada, inclusive porque eu jurei pra Solange que eu nunca ia contar essa história pra ni ning ngu uém, ém, e prin inc cipa pal lme men nte pra você. Mas um toque eu acho que eu tenho o direito de dar, já que vocês resolveram se casar... Pede à Solange pra te contar uma história sobre produção independente. Afonso — Produção independente, de ci cinema? Sardinha — Não. Produção independente, de criança. Corta rápido pra: CENA 30. SALA DE SOLANGE E SARDINHA. INTERIOR. NOITE. Luz suave. Solange e Afonso, ela rindo muito. Solange — Aí... como ninguém topou... eu reso re solv lvi i mand mandar ar a étic ética a pr pras as cucu cucuia ias s e... naqu naquela ela noi noite.. te... . literalm literalment ente... e... eu aproveitei o porre e... abusei de você! Afonso — (emocionadíssimo, quase chorando) Essa é a história mais... eu não posso acred ac redita itar, r, Sô, a Marci Marcinha nha é. é... .. eu... eu... que sempre sonhei em ter uma menina... ela é... Solange

— (no seu tom seco) Olha, Afonso, você é bastante desligado, ficou dois anos casado com a Fátima sem notar que ele

 

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204/18 204/ 18

te corneava! Só por isso eu te perdôo, viu, vi u, porq porque ue bast bastav ava a ol olha har r co com m ma mais is atenção pra Marcinha! Ela é a tua cara! Afonso beija Solange apaixonadamente. Deve ser uma cena muito curtida pela direção porque eles fazem um casal muito em muito emoci ociona onante nte. . A cr crité itério rio da dir direçã eção, o, a crianç criança a deve estar nesta cena ou não. Sonoplastia: Da cena 27 até o final da cena 30, FAZ PART PA RTE E DO ME MEU U SH SHOW OW, , po por r Ca Cazu zuza za. . Nã Não o te tem m im impo port rtân ânci cia a termos letras e diálogos ao mesmo tempo, desde que seja possível ouvirmos o diálogo. Corta pra: CENA 31. SALA DO APARTAMENTO DE RAQUEL. INTERIOR. DIA. Abre em Daniela e Luciano. Luciano — T Te em q qu ue se se a ap presentar hoje, D Da aniela? Daniela

— ( (m muito t tr riste) A Raquel vai l le evar... eu não tenho nem coragem de olhar pra cara deles... Cort Co rta a pr pra a Ra Raqu quel el co com m Iv Ivan an, , ele ele te tem m uma uma ma mala la e um uma a máquina de escrever portátil pra carregar. Raquel — ( (m muito t tr riste) D Do oze m me eses... s se e a ao o menos isso tivesse um sentido, Ivan... Ivan — Quem sabe não tem? Raquel — P Pr renderam m me eia d dú úzia d de e p po obres, o os s ricos ficaram impunes... Eu vou acreditar que esse país tem jeito? vou me conformar de você ser um bode expiatório, num delito mínimo, quando tanta gente, os próprios políticos, o próprio povo... (gesto vago) Ivan — O povo votou melhor nas últimas eleições... esse ano vai ser decisivo pra nó nós s todo odos, Raqu que el. l.. .. Eu tenh nho o esperança, sim, vou tentar aproveitar esse es se temp tempo o pra pra escr escrev ever er um livr livrin inho ho sobre essa minha esperança... Raquel

— E Eu u n nã ão m me e c co onformo... Tem q qu ue s se er o único preso, por um delito mínimo?

 

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Ivan

Raquel

Ivan Corta pra:

204/19 204/ 19

— Eu prefiro pensar que em vez de ser o único eu vou ser o primeiro. Um crime não é mais grave do que outro não. nã o... .. É pr prec ecis iso o dar dar um ba bast sta a niss nisso o tudo! Esse clima tem que acabar! Sabe qual é a palavra mais odiosa que eu conh co nheç eço? o? acho acho que que é care careta ta. . Po Porq rque ue nesse país passou a ser careta quem é íntegro, honesto, é careta não tran tr ansg sgre redi dir r a le lei, i, nã não o te tent ntar ar le leva var r vantagem em tudo... — E Eu u co continuo a ac chando q qu ue o q qu ue v vo ocê fez não foi mais do que molhar a mão dum guarda de trânsito pra se livrar duma multa... — (olha o relógio) Tá na hora.

CENA 32. EXTERNA DE PRESÍDIO. EXTERIOR. DIA. Ivan vai caminhando em direção ao presídio, Raquel e Afonso parados, vendo Ivan se afastar. De repente, Ivan larga a mala e a máquina de escrever no chão, por um instante, volta-se e fala com Raquel e Afonso. Ivan — Há países em que é impossível molhar a mão dum guarda, Raquel! Não existe! Afonso — Q Qu uanto é que g ga anha u um m g gu uarda n nu um desses países, Ivan? Ivan — ( (e emocionado) Nã Não é s só ó q qu uestão d de e progresso não. É questão de mentalidade também... Eu quero escre es crever ver sobre sobre is isso. so... .. Porque Porque eu não tô agüentando mais morar num país onde você molha a mão do guarda. Eu acho que qu e ningué ninguém m tá agü agüent entand ando o ma mais is morar morar nesse país em que o natural é molhar a mão do guarda! Raquel — Eu te amo. Raqu Ra quel el e Iv Ivan an be beij ijam am-se su suav avem emen ente te. . Iv Ivan an en entr tra a na prisão, prisã o, Raq Raquel uel e Afo Afonso nso olh olhand ando, o, mu muito ito emocio emocionad nados. os. Afonso ampara Raquel. Raquel com lágrimas no solhos.

 

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204/20 204/ 20

Sonoplastia e edição: durante a última fala de Ivan, entra ent ra int intei eira ra a can canção ção “É”, “É”, do Go Gonza nzagui guinh nha, a, que vai constituir um clip bastante longo de todas as cenas que se seguem. Estas cenas, a que vamos dar letras em vez de números, devem ser entremeadas com planos que temos em arquivo de POVO NA RUA, POVO NA RUA... A canção de Gonzaguinha dura exatamente três minutos segundos. Deve morrer já dentro da cena botequim.

e dez 33, no

CENA 33. (ANTIGA CENA 32A) SALA DE IVAN. INTERIOR. DIA.   Uma cela limpa, de prisão especial. Ivan bate à máquina. Está escrevendo um livro. CENA 34. (ANTIGA CENA 32B) SALA GRANDE DE REUNIÕES NA TCA. INTERIOR. DIA. Reuni Reu nião ão de di diret retori oria, a, Afo Afonso nso pre presid sidin indo, do, Willi William am ao lado, discussões. CENA CEN A 35 35. . (AN (ANTIG TIGA A CE CENA NA 32 32C) C) EXT EXTERN ERNA A BO BONIT NITA. A. EX EXTER TERIOR IOR.   . DIA. Aldeíde e André beijam-se apaixonadamente. CENA CEN A 36 36. . (AN (ANTIG TIGA A CE CENA NA 32 32D) D) EXT EXTERN ERNA A BO BONIT NITA. A. EX EXTER TERIOR IOR.   . DIA. Tiago e Fernanda beijam-se apaixonadamente. CENA

37.

(ANTIGA CENA 32 INTERIOR. DIA.

E)

COZINHA

DE

CELINA.

Jarbas Jarb as di disc scut ute e ca calo loro rosa same ment nte e co com m Eu Eugê gêni nio o e Ma Mari rina na. . Celina faz festa na Rebeca, que está no seu colo. CAM fecha no rosto de Rebeca. CENA CE NA 38 38. . (A (ANT NTIG IGA A CE CENA NA 32 32F) F) ES ESCR CRIT ITÓR ÓRIO IO DE RA RAQU QUEL EL NA PALADAR. INTERIOR. DIA. Raquel, Celina e Poliana em reunião de negócios. Falam. CENA 39. (ANTIGA CENA 32G) IGREJA. EXTERIOR. DIA. Casamento de Poliana e Iris. Explorar principalmente os noiv no ivos os. . En Entr tre e os co conv nvid idad ados os es estã tão o Al Alde deíd íde, e, An Andr dré, é, Bar art tolo lom meu eu, , Eun uni ice ce, , Cons nsu uel elo o, Da Dan nie iel la, Lucia ian no, Fernanda, Tiago, Flávia, Gildo, Jarbas com uma mulher bonita, fazendo um casal (é importante aqui um plano de

 

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204/21 204/ 21

Jarbas sorridente com a namorada), Maria José, Pequenina chorando, Vasco. Saída da igreja, convidados jogando arroz nos noivos. Corta pra: CENA 40. (ANTIGA CENA 32 H) SALAS DE CELINA. INTERIOR.   Coquet Coqu etel el deDIA. ca casa same ment ntos os ci civi vis. s. Pl Plan anos os rá rápi pido dos, s, co com m figuração muito elegante. Temos que passar que: Solange está se casando no civil com Afonso; Helena está se casando no civil com William. Con onv vida dad dos cumpr mprim ime ent nta am ef efu usi siv vam ame ente os casa sai is. Presentes: além dos noivos, Aldeíde e André, Bartolomeu e Eu Euni nice ce, , Ce Celi lina na, , Dani Daniel ela a e Luci Lucian ano, o, Eu Eugê gêni nio o muit muito o emocionado (marcar), Fernanda com Tiago, Flávia, Laís com Marília (marcar as duas juntas), Marieta, Renato, Sardinha com a filha de Solange (marcar), Suzana. CENA 41. (ANTIGA CENA 33) BOTEQUIM. INTERIOR. DIA. Luci Lu cima mar, r, ag agor ora a be bem, m, ve vest stid ida, a, pa paga gand ndo o um uma a ro roda dada da a Jarb Ja rbas as, , qu que e está está co com m a mesm mesma a mulh mulher er do ca casa same ment nto, o, abraçado, Vasco e figurantes. Jarbas — E tá dando p pr ra v vi iver s se em t tr rabalhar, superior? Lucimar — Ih, botei pra render juros! Tá pensando o que? 200 milhões! Tô comprando um baita dum apartamento em Copac Co pacaba abana! na! Vou ter até emp empre regad gada a de

Jarbas

Lucimar Jarbas Corta pra: CENA CE NA

42 42. .

uniforme! Vou pagar o salário mínimo, conforme manda a lei, mas vou descontar tudo o que eu tenho direito! E mu muit ito o br brev eve e eu vo vou u fa faze zer r a mi minh nha a primeira viagem ao estrangeiro! — O Ol lha a aí í, h he em V Va asco, v vê ê s se e n nã ão v va ai exagerar na cachaça pra ficar cumé que era a minha patroa. — Ela não entorna mais não, Jarbas? — Que eu visse, nunca mais!

SA SALA LA DE RE REUN UNIÕ IÕES ES INTERIOR. DIA.

DE

AL ALCO COÓL ÓLIC ICOS OS

AN ANÔN ÔNIM IMOS OS. .

 

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204/22 204/ 22

Cunha, o ator da primeira reunião que fizemos, coor co orde dena nand ndo o a re reun uniã ião. o. He Hele lena na e Wi Will llia iam m en entr tre e os figurantes. Cunha — A Ag gora e eu u q qu uero c ch hamar o companheiro Will Wi llia iam m pr pra a qu que e ele ele entr entreg egue ue a fi fica ca comemorativa de um ano de sobriedade à nossa companheira Helena. Helena se levanta e vai ficar de pé ao lado da mesa. William vai até ela e lhe entrega uma ficha. Os dois trocam um demorado abraço. Muita emoção. Helena — (muito emocionada) Obrigada, comp co mpan anhe heir iros os e co comp mpan anhe heir iras as.. ... . Pr Pros os que não me conhecem, o meu nome é Helena, eu sou uma doente alcoólica e hoje eu não bebi. Aliás, de vinte em quatro em vinte e quatro horas... faz exat ex atam amen ente te um an ano o que que eu nã não o venh venho o bebendo... Eu tô conseguindo levar uma vida criativa... eu... eu sou pintora... eu tenho conseguido trab tr abal alha har. r... .. eu trou trouxe xe co conv nvit ites es pra pra vocês cês, porq rqu ue am ama anhã hã. ... de depo poi is de muito tempo inativa... eu tô inaugurando uma exposição, e se vocês quiserem me dar uma força no vernissage eu vou ficar muito feliz... Corta rápido pra: CENA 43. GALERIA DE ARTE. INTERIOR. NOITE. A ex expo posi siçã ção o de He Hele leni ninh nha. a. Mo Most stra rar r be bem m os qu quad adro ros. s. explo exp lorar rar bel beleza eza vis visual ual. . Helena Helena, , ao lad lado o de Wi Willi lliam, am, recebe rece be cump cumprime rimento ntos s de conv convidad idados. os. Pres Presente entes s Raqu Raquel, el, Poliana, Iris, Afonso com Solange, Aldeíde com André, Bartolom Bart olomeu eu com Euni Eunice, ce, Cel Celina, ina, Cons Consuelo uelo, , Dani Daniela ela com Luciano, Eugênio, Fernanda com Tiago, Laís com Marília (mar (m arca car r be bem) m), , Ma Mari riet eta, a, Re Rena nato to, , Sa Sard rdin inha ha. . De Depo pois is de planos gerais, Laís com Marília conversam com Sardinha. Sardinha — Foi morar em Búzios, Marília? Marília

— C Co omo p ps sicóloga e eu u t ta ava g ga anhando t tã ão pouco uco... Ap Apro rov veit ite ei que ti tinh nha a uma

 

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204/23 204/ 23

granin gran inha ha que que os meus meus pais pais deix deixar aram am, , entrei de sócia da Laís... Laís — (orgulhosa) E tá se saindo uma revelação como dona de pousada! Corta pra Raquel com Renato, ao lado de uma das telas. Renato — E Eu u o ou uvi d di izer q qu ue a Maria d de e F Fá átima tá trabalhando numa loja de prese esente tes s.. ... . Vo Voc cê ac ach ha qu que e ela se modificou, Raquel? Raquel — A Ac cho q qu ue a ap prendeu a l li ição, n né é? Tá Tá outra. Só não tá muito falante, sabe, Renato, reclama que trabalha demais... de vez em quando ainda tem uma recaída e fala em arranjar marido rico... Mas eu te tenh nho o muit muita a fé qu que e best bestei eira ra ela ela nunca mais vai fazer não... Helena se aproxima. Fala com Raquel. Helena — (emocionada) O Víctor c co omentou q qu ue você vo cê compr comprou ou uma tel tela, a, Raq Raquel uel! ! Eu... Eu... eu nem sei o que dizer... eu fico tão contente... Raquel — ( (c com o or rgulho, m mo ostra) E Es ssa a aq qui. Eu Eu semp se mpre re fu fui i fã do te teu u tr trab abal alho ho. . E o Ivan também... Helena — ( (s sem j je eito) F Fa alta m mu uito t te empo p pr ra ele... Raquel — (emocionada) Seis meses. Corta pra: CENA 44. EXTERNA DO PRESÍDIO. EXTERIOR. DIA. Seis meses depois. Raquel e Afonso esperando. Tempo. Iva van n sai. Vem le len nta tam ment nte e ao encon contr tro o de Raq aqu uel e beij be ijam am-s -se e ap apai aixo xona nada dame ment nte. e. De Deve ve se ser r um uma a ce cena na mu muit ito o emocionante. Corta pra: CENA 45. SALA GRANDE DE REUNIÕES NA TCA. INTERIOR. DIA.   Reunião de assembléia. Afonso, Ivan, William, Luciano (sen (s enta tado do à me mesa sa) ) e di dire reto tore res s fi figu gura rant ntes es. . Depo Depois is, , Consuelo. Afonso — E agora, senhores, o assunto principal dessa reunião: a eleição do

 

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Ivan Afonso

204/24 204/ 24

novo presidente. Eu proponho o nome de Ivan Meireles. — Eu? Você tá doido, Afonso? — E Eu u ac acho q qu ue n nu unca t ti ive t tã ão l lú úcido. Com o apoio da diretoria durante esse ano aí em que você... “se retirou” pra

escrever o seu livro, com a ajuda do William nós conseguimos vencer a crise provocada pelo golpe que o Marco Auré Au réli lio o nos nos deu. deu... .. Mas Mas eu ac acho ho que que nesse momento, com o William tendo que se dividir entre Irlanda e Rio, você é a pessoa certa pro cargo. Eu não tenho idad id ade. e... .. acho acho qu que e aind ainda a te tenh nho o mu muit ito o chão pra percorrer... Close de Ivan, emocionado. Afonso — Vamos proceder à votação? Corta rápido pra: CENA 46. ANTE ANTE-SA -SALA LA DE MARC MARCO O AURÉ AURÉLIO LIO NA TCA. INTE INTERIOR RIOR.   . DIA. Ivan vem ao encontro de Raquel, que o espera. Ela está muito emocionada. Raquel — O que a Consuelo acabou de me dizer... é verdade, Ivan? Presidente? Ivan — Hum-hum... Raquel o abraça, emocionada. Ivan — V Vo ocê t tr rouxe m ma ala c co om u um mas r ro oupas, como eu mandei? Raquel — Trouxe... mas não tô entendendo nada... Ivan — N Nã ão é pra e en ntender m me esmo... é uma surpresa, vem... Corta pra: CENA 47. PLANOS GERAIS DE BÚZIOS. EXTERIOR. DIA. Arquivo. Os planos mais bonitos que tivermos. Música de Tracy Trac y Cha Chapma pman. n. A mús música ica cont continua inua até o fina final l da c cena ena seguinte. Corta pra: CENA 48. CASA DO CANAL EM BÚZIOS. EXTERIOR. DIA.

 

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204/25 204/ 25

(a cena já foi gravada previamente) Carro de Ivan parado à porta da casa. Ivan e Raquel saltam. Ela não entende bem o que está acontecendo. Raquel — E Eu u... e eu u n nã ão t tô ô e en ntendendo d di ireito, amor... Ivan — Será que não? Raquel olha a casa. Plano da casa. Raquel — (muito emocionada) Você... lembrou? Ivan — Comprei pra nós. Corta pra dentro da sala vazia, os dois se beijando apaix apa ixona onadam damen ente. te. A câm câmera era faz faz 360 360 gra graus us em to torno rno do beijo. Corta pra: CENA 49. LIVRARIA. EXTERIOR. DIA. Tarde Tar de de au autóg tógraf rafos os de livro livro de Iva Ivan. n. Títul Título: o: “Vale “Vale Tudo?”, de Ivan Meireles. Produzir, Ivan, sorridentes, autografa livro pra Helena e William. Raquel sorridente. Presentes Afonso, Solange, Aldeíde, André, Bartolomeu, Eunic Eun ice, e, Tia Tiago, go, Fer Fernan nanda, da, Ce Celin lina, a, Con Consue suelo, lo, Dan Daniel iela, a, Luci Lu cian ano, o, Gi Gild ldo, o, He Hele lena na, , Wi Will llia iam, m, La Laís ís co com m Ma Marí ríli lia, a, Maria José, Poliana com Iris. Depois de planos gerais, Poliana com Celina. Celina — A Fátima não veio, Audálio? Audálio — V Ve em d de epois... E El la s só ó s sa ai d da a l lo oja à às s seis ho hor ras, tem trab aba alh lha ado muit ito o, coitadinha... Celina — E Eu u t te enho pe pensado m mu uito n ne ela... S Se erá que se modificou mesmo? Porque isso... puxa pu xa, , me dá um uma a cert certa a conf confia ianç nça a na humanidade... Audálio — Está outra, Celina. Boa mãe, trabalhadeira... E amanhã o Rafael vai fazer dois aninhos, você tem que vir, pra mesinha de doces... Corta pra: CENA 50. LOJA FINA DE PRESENTES. INTERIOR. DIA. Gere Ge rent nte e ar arru ruma mand ndo o co cois isas as. . Fá Fáti tima ma fe fech chan ando do a cansada. Dirige-se à gerente. Fátima — Posso ir, d. Laura?

lo loja ja, ,

 

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Laura

204/26 204/ 26

— T Tu udo bem... A At té ponto po nto, , hei hein, n, Maria Maria você vo cê tem tem ch cheg egad ado o propr opriet etá ári rio o já veze ve zes, s, eu nã não o se sei i inventar...

amanhã... No Nove em de Fátima Fátima, , po porqu rque e mu muit ito o at atra rasa sada da, , o rec ecl lam amo ou dive ivers rsa as ma mais is qu que e de desc scul ulpa pa

Fátima faz uma cara de nojo, e raiva, e sai da loja. Corta pra: CENA 51. AVENIDA ATLÂNTICA. EXTERIOR. DIA. Fim de tarde. Fátima sai da livraria (não é preciso mostrar a livraria) e caminha pela rua, de volta pra casa. Denota cansaço. Os pés doem. Num sinal, passa a mão no pé, mostrando cansaço. De repente, um carro de luxo para ao seu lado. Buzina. Ela olha. César está ao volante. Close de César. Reação de Fátima. César — Entra aí, Fátima! Tá esperando o que? Close de Fátima, ainda assustada. Corta pra: 2º INTERVALO PARA COMERCIAIS CENA 52. QUARTO DE HOTEL DE LUXO. INTERIOR. NOITE. Fátima e César tomando um drink, depois do amor. César — N No o in início f fo oi d du uro, p po orque a g gr rana que qu e aquele aquele desgra desgraçad çado o de deixo ixou u a minha minha mão não dava nem pra saída... Cheguei a andar pela Europa de carona, Fátima, na minha idade... já pensou? Tempo. Fátima não responde. Ainda gosta de César. Passa isso no olhar. César — Mas acabei me dando relativamente bem... Fátima — Como? César — C Co onheci u um m cara... U Um m príncipe d de e uma das famílias mais antigas de Milão... Príncipe de Volterra... Você vai conhecer o Giovanni... Boa praça, não é de tar chateando ninguém... Fátima — Ele tá aqui no Brasil? César — Por tua causa.

 

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Fátima

César

Fátima César

204/27 204/ 27

— D Do o q qu ue é que v vo ocê t tá á f fa alando? U Um m príncipe? Olha César, fazer hora com a minh mi nha a ca cara ra nã não, o, tá tá, , qu que e vo você cê já me sacaneou demais. — (animado) Mas é que pintou um esquema que pode ser muito bom pra nós dois. dois . O Gi Giov ovan ani i re reso solv lveu eu entr entrar ar pra pra polít po lítica ica, , pa parti rtido do con conse serva rvado dor.. r... . Va Vai i concorrer às próximas eleições, deput de putado ado pe pela la Lom Lombar bardia dia... ... Só qu que.. e... . sabe sa be como como é... é... corr correm em ce cert rtos os bo boat atos os sobr so bre e ele. ele... .. Daí Daí el ele e tá prec precis isan ando do duma mulher, pra se casar e tapar a boca da oposição, tá entendendo? — E é pra ficar casada com esse cara o resto da vida? — Não. Ele faz um contrato, lavrado em cart ca rtór ório io, , se vo você cê to topa par. r... .. Fá Fáti tima ma, , você não imagina a grana que tem nessa jogada, uma das famílias mais ricas de Milão... Um casamento só pra constar, eu fico morando na mesma casa que vocês... Ele faz um pacto antenupcial... Pelos cálculos da famíl mília e a asse ses ssor ori ia do part artid ido o polí po líti tico co.. ... . tão tão di disp spos osto tos s a da dar r pra pra essa mulher que topar o casamento um

milhão de dólares por ano, e dific di ficilm ilment ente e voc você ê va vai i pre precis cisar ar fic ficar ar casada por mais do que 5 anos... Tempo. Fátima pensativa. César faz um carinho nela. Fátima — S Sa abe q qu ue o nosso f fi ilho v va ai f fa azer dois anos amanhã? César — Olha, não vai dar pra tar misturando estações não, viu Fátima?... Ou bem a tua mãe, com aniversário de criança... o bem Princesa de Volterra, circulando nas melhores rodas da Europa. Quem tem que sabe que vida tá a fim de levar é você! Corta pra:

 

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CENA 53. SALA DO APARTAMENTO DE RAQUEL. INTERIOR. DIA. A sala li lin nda dam men ent te enf nfe eita itada para an ani ive ver rsár ári io de criança, Rafael está fazendo dois anos. Muita alegria de to todo dos, s, me meno nos s Fáti Fátima ma, , que que está está com com o pens pensam amen ento to long lo nge, e, de ca cara ra am amar arra rada da. . Pr Pres esen ente tes s Al Alde deíd íde, e, An Andr dré, é, Bar art tolo lom meu eu, , Eun uni ice ce, , Cons nsu uel elo o, Da Dan nie iel la, Lucia ian no, Fer ern nand nda a, Fl Flá ávi via a, Gil ild do, Iri ris s, Poli lia ana na, , Jarb rba as, Pequenina. Já começa o “Parabéns pra você”. Todos muito alegres, curtindo a bonita mesa de doces. Raquel é quem tem Rafael no colo. Figurantes finos e muitas crianças pela sala. O importante da cena, é que durante a canção de parabéns, Raquel saca que Fátima não está curtindo. Close de Fátima, querendo estar bem longe dali. Termina a ca canç nção ão. . Fá Fáti tima ma va vai i pro pro quar quarto to de Raqu Raquel el, , que que vai vai seg egu ui-la. No camin inh ho, Fáti tim ma é inter erc cep ept tada por por Consuelo. Consuelo — C Co ome u um m o ol lhinho d de e s so ogra c ca aramelado que tá uma maravilha, Fátima! Fátima olha Consuelo com desprezo e entra no quarto. Raquel a segue. Corta pra: CENA 54. QUARTO DE RAQUEL. INTERIOR. DIA. Fáti Fá tima ma pe pens nsat ativ iva, a, tr tris iste te. . Ra Raqu quel el entr entra. a. As duas duas se olham lentamente. Closes alternados. Elas têm muito pra se dizer, mas ao mesmo tempo a impressão de que tudo já foi dito. Finalmente, Raquel fala. Raquel — V Vo ocê n nã ão t tá á feliz, Fátima? o Ra Rafael tá tão lindo... Fátima — ( (s seca) Eu t te entei. Eu g go osto muito de você, você é testemunha que eu tentei mas eu não dou pra isso não. Por favor, você curte, é seu neto, cuida dela pra mim. Corta rápido pra: CENA 55. PORTA DO COPACABANA PALACE. EXTERIOR. DIA. Mostrar a fachada do hotel. Fátima saltando de um taxi elegante, muito bem vestida, dois funcionários pegando malas dela. Fátima — E Eu u mandei reservar uma s su uite, F Fá átima Aciol ioli, vocês pod podem ir leva van ndo as

 

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malas, malas , por porque que eu tenho tenho que enc encont ontrar rar um hósp hósped ede, e, o Prín Prínci cipe pe de Volt Volter erra ra, , acho que tá hospedado na mesma suite que César Ribeiro. Corta pra: CENA 56. PISCINA DO COPACABANA PALACE. EXTERIOR. DIA. Planos gerais, bonitos, que passem a impressão de um ambiente muito sofisticado. Fátima vem do restaurante ou da rua e procura César com os olhos. Corta pra César e Giovani nadando, jogando água um no outro. Clima de brincadeira. César vê Fátima e sai da piscina. Caminha ao encontro de Fátima. César — Resolveu? Fátima — D De epende d da as b ba ases. A Ac cho q qu ue s se e fo for um milhão por ano de casada eu topo sim. César — Deixa eu te apresentar. Um fotógrafo se aproxima. Quando Fátima for apresentada a Giovani, o fotógrafo vai bater a chapa. César faz sinal a Giovani, que sai da piscina e vem ser apresentado a Fátima. César — Príncipe Giovani Piero Giacomo Grimaldi de Salina e Volterra. Fátima Acioli. Giovani beija a mão de Fátima. O fotógrafo se aproxima, pra tirar foto. César — (baixo) Tá pintando fotógrafo, Fátim Fá tima. a. Pra Pra essa essa histó história ria da dar r certo certo, , sempre que pintar fotógrafo na jogada você tenta passar um clima de sensualidade entre vocês dois. Fátima fala quase beijando Giovani na boca. Fátima — I Is sso n nã ão v va ai s se er d di ifícil... Já Já qu que eu vo vou u te ter r um ma mari ridi dinh nho o tã tão o se sexy xy.. ... . tão gostoso... Fotógrafo bate a chapa. Corta pra: CENA 57. SALA DE CONSUELO E JARBAS. INTERIOR. NOITE. Noite Noi te de sá sábad bado. o. Reu Reuniã nião o fam famil iliar iar. . Iri Iris s com com beb bebê ê no colo, Poliana, Pequenina, Jarbas com a namorada desse

 

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capítulo, Consuelo, Vasco, Aldeíde, André. Abre em Aldeíde e André. Durante o diálogo a campainha toca, Pequenina vai atender. André — Verdade mesmo que a Fátima vai casar com um príncipe? Aldeíde — Então, menino? Tá em todos os jornais. Vem gente de tudo que é lugar do mu mund ndo, o, a gr gran anfi fina nada da to toda da! ! Ma Mas s eu não sei porque a Raquel falou que não vai ao casamento não. E pra nós ela nem mandou convite... Corta Cor ta pra Jar Jarbas bas faland falando o pra namora namorada da a re respe speito ito de Lucimar que está entrando com um rapaz lindo, Pequenina abrindo a porta. Jarbas — Ah, essa eu não posso perder, a velh ve lha a Luci Lucima mar r de guer guerra ra, , qu que e fi fico cou u rica, ca, foi faze zer r a prim rimei eir ra viag age em dela de la, , ao es estr tran ange geir iro, o, me meni nina na, , fo foi i a Mar Ma r de del l Pl Plat ata! a! (apr (aprox oxim imaa-se se) ) E aí, aí, Lucimar, como é que é? Gostou de Mar del Plata? Só ent então ão enq enqua uadra dramos mos Lu Lucim cimar, ar, que dev deve e imitar imitar Ode Odete te Roit Ro itma man n em ge gest stos os e es esta tar r ca cara ract cter eriz izad ada a le lemb mbra rand ndo o Odete. Durante a fala, Lucimar tira um cigarro e faz sinal ao rapaz lindo pra acendê-lo. Lucimar — Se eu gostei? Eu me encontrei, Jarbas, ah, no estrangeiro eu me encontrei! De agora em diante, o que eu mais quero é distância aqui desse país de tupiniquins porque gente civi ci vili liza zada da é ou outr tra a co cois isa! a! (c (cig igar arro ro) ) Acende aí, ô gato. (já fumando) Vocês tão pensando que é essa bagunça daqui? Praia Pr aias s lim limpa pas, s, ge gente nte mu muito ito el elega egante nte, , dão dã o pass passag agem em no trân trânsi sito to, , ah, ah, mi minh nha a gente, Brasil, nunca mais! Todos riem. Corta pra Pequenina e Poliana, à parte. Audálio — Amanhã de tarde a gente podia transar um biribinha, hein, Pequenina? Fala com a Consuelo!

 

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Peq Pe que uen nin ina a

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— A Con Cons sue uel lo? M Mas as q qu uem é qu que e co cons nse egu gue e botar os olhos em Consuelo aos domingos? Todo domingo à tarde, desaparece logo depois do almoço! Não diz aonde vai! Eu andei sondando, ela fala muito vagamente que é pra igreja,

cuidar de obras de caridade, uma irman mandad ade e nov ova a aí.. ... . mas det eta alh lhe es dessa irmandade ela não dá! Corta rápido pra: CENA 58. PÁTIO DE PRESÍDIO. EXTERIOR. DIA. Domingo à tarde. Visita dominical aos presos. Planos gerais. gera is. Cort Corta a pra Cons Consuelo uelo, , visi visitand tando o Olav Olavo. o. Entrega Entrega presentes. Consuelo — Cigarros... eu trouxe esse bolo aqui... meia dúzia de maçãs... Olavo Consuelo

— E grana, Consuelo? Então eu não preciso de grana? — (entregando dinheiro) Trouxe... Trouxe sim...

Corta pra: CENA 59. SALAS DE CELINA. INTERIOR. DIA. Celina lendo jornal. Eugênio servindo alguma coisa. Celina — Eu não posso acreditar, Eugênio! Você sabe que é verdade mesmo que a Maria ria de Fá Fát tim ima a es est tá de casa casam ment nto o

Eugênio

marcad marc ado o co com m um pr prín ínci cipe pe, , de um uma a da das s melhores casas da Lombardia, um rapaz que está inclusive começando carreira na po polít lítica ica? ? Ca Casam sament ento o gra grandi ndioso oso, , um monte nte de co con nvid vidad ado os es est tra ran ngei eir ros, cobertura de toda a imprensa inte in tern rnac acio iona nal! l! Eu já vi no nota ta at até é no Paris-Match e no Vanity Fair! Eu não sei se i não, não, ma mas s acho acho qu que e algu alguém ém de devi via a prevenir este rapaz, coitado! — Pelo que eu vi, d. Celina, e eu prestei bastante atenção às fotografias, o príncipe sabe muito bem

 

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o que está fazendo. Porque esse filme eu já vi: Teorema! Corta pra: CENA 60. SALÃO CHIQUÍSSIMO. INTERIOR. DIA. Num sal salão ão mui muito to bo bonit nito, o, pla planos nos ráp rápid idos os do ca casam sament ento o civil de Fátima e o príncipe. César deve ser caracteristi caracter isticame camente nte o padr padrinho inho. . Jui Juiz z ofic oficiali ializand zando o a cerimônia, troca de olhares entre Fátima e César. César pisca o olho pra ela. Sonoplastia: a partir do início desta cena até o último plan pl ano o da no nove vela la, , “I “Ist sto o aq aqui ui o qu que e é? é?” ” po por r Ca Caet etan ano o Veloso, tocada inteira. Corta pra: CENA 61. PRAIA DE BÚZIOS. EXTERIOR. DIA. (cena (ce na já gr grava avada) da) Numa Numa praia praia des desert erta, a, Raq Raquel uel e Iva Ivan n caminham de mãos dadas, sem sapatos, curtindo a areia. Tempo com os dois caminhando de costas para a câmera. Letreiro FIM. FIM Seguem-se imagens de atores e participantes da novela: Rogério Fróes / Walney Costa Martha Linhares / João Resende Renata Castro Barbosa / João Bourbonnais Ana Lucia Monteiro / Fernando Almeida Paulo César Grande / Zeni Pereira João Camargo / Bia Seidl Jairo Lourenço / Paula Lavigne Rita Malot / Nara Abreu Danton Melo / Carlos Gregório Paulo Porto / Lourdes Mayer Cristina Galvão / Otávio Muller Iris Bruzzi / Marcelo Novaes Fábio Villa Verde / Flávia Monteiro Rosane Goffman / Paulo Reis Cristina Prochaska / Lala Deheinzelin Stephan Nercessian / Sérgio Mamberti Lilia Cabral / Marcos Palmeira Claúdio Correa e Castro / Cássia Kiss

 

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Adriano Reis / Pedro Paulo Rangel Cássio Gabus Mendes Lídia Brondi Denis Carvalho Nathália Timberg Daniel filho Renata Sorah Reginaldo Faria Beatriz Segal Carlos Alberto Riccelli Glória Pires Antonio Fagundes Regina Duarte Evaldo Lemos - produção executiva Raul Travassos - cenografia Helena Gastal - figurinos Cristina Médicis - produção de arte Ivan Zettel - co-direção Mauro Mendonça Filho - co-direção Ricardo Wanddington - direção Denis Carvalho - Direção geral Leonor Bassères Aguinaldo Silva Gilberto Braga (Do início da cena 52 até o último plano dos parti par ticip cipant antes es, , a edi edição ção dev deve e con contar tar exa exatam tamen ente te trê três s minutos e quarenta segundos, que é o tempo da canção de Caetano Veloso) Nota: Estamos morrendo de vergonha de mandar pra vocês este último capítulo desfalcado das páginas 2 a 9, numa tentativa de manter em segredo o assassino de Odete Roitman. Mas durante toda a novela tivemos o dissabor de ver todas as nossas tramas reveladas pela imprensa. Tent Te ntam amos os ca capr pric icha har r no su susp spen ense se, , ma mas s ao sa sair ir à ru rua, a, ning ni ngué uém m no nos s pe perg rgun unta tava va qu quem em é o pa pai i do be bebê bê ou se Raqu Ra quel el ia ou nã não o perd perdoa oar r a filh filha, a, porq porque ue liam liam tudo tudo previ pre viame amente nte nas revist revistas. as. A nos nossa sa imp impres ressã são o é que o público viu a novela só pra conferir, porque do jeito que a imprensa está tratando o nosso trabalho, suspense só houve nas bancas de jornais. Gostaríamos então de manter em segredo o assassino de Odete. Vamos fazer uma

 

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ten ent tati tiv va. escr cre evem emo os qu qua atr tro o ve ver rsõ sõe es, qu que e serã rão o gravadas em segredo. Vamos escolher a que será usada na própria noite do 6 de janeiro, quando o capítulo irá ao ar. Qu Que em sab abe e as ass sim im, , Vale Tu Tud do terá um uma a prim ime eira surpresa? No mais, dispensável dizer o quanto foi emocionante pra nós tr nós trab abal alha har r co com m um uma a eq equi uipe pe fa fant ntás ásti tica ca co como mo a qu que e Vocês formaram. Temos muita fé de que em breve vamos nos encontrar de novo, na vida e na arte. Beijos. Leonor Aguinaldo Gilberto

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