Unidade 8 - A personalidade

March 17, 2019 | Author: Flavi Santi | Category: Sigmund Freud, Psychology, Sociology, Human, Behavior
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Psicologia 12º Ano

Unidade 8 - A Personalidade

O conc concei eito to de personalidade é um concei conceito to abrang abrangent ente, e, porque porque envolv envolvee várias várias componentes que dão unidade e coerência ao ser humano. Este capítulo remete para todas as unidades unidades anteriores: anteriores: psicofisiologia psicofisiologia,, psicologia psicologia social, social, aprendizage aprendizagem m e memória, memória, motivação motivação e inteligência.

Pode definir-se personalidade como o conjunto relativamente estável de aspectos de um indivíduo que o distingue dos outros e o tornam único. Podemos dizer que a personalidade: - é conjunto de padrões diferenciados de comportamentos, pensamentos, atitudes e emoções relativamente estáveis; - integrados numa unidade/totalidade coerente; - tem um carácter de continuidade; - é uma das características que nos tornam únicos e diferentes de todos os outros; - constitui uma base que permite prever, até certo ponto, os comportamentos futuros; - é dinâmica, construindo-se ao longo l ongo da vida sob influências internas e externas. 

O conceito conceito de personalid personalidade ade é um dos conceitos conceitos mais abrangentes abrangentes da psicologia, psicologia, dado que corres correspon ponde de à integr integraçã açãoo das várias várias caract caracterí erísti sticas cas pessoa pessoais: is: sentim sentiment entos, os, pensam pensament entos, os, emoções, comportamentos, atitudes, motivações, projectos de vida, etc. 

É a personalidade é o que nos torna únicos e distintos, remetendo para o conceito de unicidade e de diferenciação. A personalidade, como conjunto de características pessoais, organiza-se de forma única em cada indivíduo, o que o torna distinto, diferente de todos os outros (diferenciação). A característica da unicidade advém do facto de a personalidade ser  constituída por um conjunto de características com relativa estabilidade que se integram e combinam num todo ( unicidade). 



Podemos dizer que as principais características da personalidade humana são:  Singularidade Totalidade Continuidade  Dinamismo

A personalidade distingue-nos de todos os outros (diferenciação). A personalidade é o conjunto de aspectos de um indivíduo integrados numa unidade coerente. As características da personalidade mantêm-se com relativa estabilidade ao longo da vida. A pers person onal alid idad adee resu result ltaa de um proc proces esso so de cons constr truç ução ão perm perman anen ente te influenciada por factores externos e internos. int ernos. Daí ser susceptível de mudanças.

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FACTORES GERAIS QUE INFLUENCIAM A PERSONALIDADE   INFLUÊNCIAS HEREDITÁRIAS 

O património genético que o indivíduo recebe no momento da concepção define um conjunto de características fisiológicas, morfológicas e sexuais (ser homem ou mulher) que o tornam único e que vão influenciar características da personalidade que o indivíduo desenvolverá. Entre outras características podemos referir o funcionamento do sistema nervoso e do sistema endócrino que detêm grande influência no comportamento podendo ter reflexos na vida  psicológica. A própria constituição física, que é em grande parte herdada, pode influenciar a  personalidade de uma pessoa: o ser alta ou ser baixa, gorda ou magra, o ter certos traços fisionómicos influencia directa ou indirectamente o modo como os indivíduos se vêem a si  próprios, como se relacionam com os outros e como enfrentam as diversas situações do dia-adia. Apesar destas constatações, não se pode falar da influência da hereditariedade sem a relacionar com as outras influências do meio.  INFLUÊNCIAS DO MEIO

É através do processo de socialização que o comportamento individual é marcado segundo os padrões de cultura de uma dada sociedade. Muitas características da nossa  personalidade são produto do meio social e cultural a que pertencemos. Efectivamente, dentro de cada sociedade cria-se uma certa homogeneidade nas formas de ser, de pensar e agir dos indivíduos. Para além deste contexto social geral – fazemos parte de uma cultura, numa determinada época – estamos inseridos em determinados grupos sociais: família, escola, grupo de amigos, etc. São estes agentes de socialização que vão exercer uma forte influência na nossa forma de ser e de reagir: veiculam normas e padrões de comportamento, atitudes, concepções do mundo, que são interiorizados e integrados na personalidade. A personalidade constrói-se e desenvolve-se, assim, num processo interactivo com o meio social em que o indivíduo vive.  INFLUÊNCIAS DAS EXPERIÊNCIAS PESSOAIS 

Dotado de um património genético único, integrada num dado contexto social e cultural, fazendo parte de grupos sociais, cada indivíduo tem um conjunto de experiências pessoais. O modo como as pessoas vivenciam as suas experiências influencia a personalidade. As experiências vividas na infância e na adolescência são particularmente marcantes. Encontros, desencontros, mudanças de contextos de vida (entrada para a escola), acontecimentos como ser pai/mãe são experiências que de algum modo afectam a   personalidade. É evidente que o modo como uma pessoa encara estes acontecimentos, o significado que lhes atribui, a forma como os integra dependem também das suas características  psicológicas. A personalidade constrói-se e desenvolve-se, assim, num processo interactivo com o meio social em que o indivíduo vive. A personalidade não se pode reduzir à adição de factores hereditários e sociais. A  personalidade é uma construção dinâmica e interactiva, sendo o sujeito o elemento activo da sua  própria história e projecto de vida. 

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TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD



Freud perspectiva a personalidade como dominada pelas pulsões inconscientes.  A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE 

Freud divide conceptualmente a personalidade em três instâncias: id, ego e superego. O id é a componente básica e inicial da personalidade, uma espécie de reservatório da energia psíquica instintiva, ou libido, totalmente inconsciente. Incapaz de suportar tensões, o id só obedece ao princípio do prazer. O seu objectivo é reduzir de imediato a tensão dolorosa ao mais baixo nível possível, quaisquer que sejam as circunstâncias e os custos. É a partir do id que se desenvolvem as duas outras instâncias. 

O ego nasce do confronto entre o id e a crueza dos factos reais que, constantemente, impedem a obtenção imediata do prazer. Operando de acordo com o princípio da realidade, o ego modera a impulsividade do id e retarda a gratificação imediata que o princípio do prazer confere, em favor de objectivos realistas a longo prazo. O ego, essencialmente consciente, é a instância executiva da personalidade: controla a acção, selecciona as situações a que a pessoa tem que responder e decide de que modo as necessidades da pessoa podem ser satisfeitas com segurança. O ego é, portanto, o mediador entre as solicitações do id e as solicitações do exterior, a que se juntam mais tarde as exigências do superego. 

O superego forma-se por volta dos 6 anos de idade, pela interiorização dos valores e ideias sociais impostos ao indivíduo desde a primeira infância. As suas principais funções são: - Inibir os impulsos do id, particularmente sexuais e agressivos, condenados pela sociedade. - Influenciar o ego no sentido de substituir os objectivos imorais por fins morais. - Pressionar a pessoa para atingir uma realização ideal. 

 A DINÂMICA DA PERSONALIDADE 

Segundo Freud, a energia activadora do comportamento humano provém fundamentalmente de dois instintos do id: o sexo e a agressão. À necessidade de satisfação destes instintos opõem-se forças internas e externas, restrições morais e sócias, pelo que o indivíduo passa constantemente por  conflitos susceptíveis de gerar ansiedade. O modo como uma pessoa lida com a ansiedade, ou seja, como resolve os seus conflitos, constitui, para Freud, o aspecto mais determinante na formação da sua personalidade e que mais condiciona o decurso da sua existência. Para enfrentar a ansiedade e reduzir a tensão dolorosa que ela acarreta, as pessoas recorrem, sem disso terem consciência, a diversas modalidades de acção, que Freud designou  por mecanismos de defesa do ego. Deste modo, a personalidade que cada indivíduo constrói, o seu maior ou menor  equilíbrio interno e a sua melhor ou pior  adaptação social dependem, em larga medida, da sua capacidade para usar apropriadamente os mecanismos que melhor protegem a integridade do seu eu. Página 3 de 4

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O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL

A personalidade desenvolve-se ao longo de cinco estádios: oral, anal, fálico, latência e genital. Com excepção do período de latência, o nome de cada estádio refere-se à zona erógena do corpo, ou seja, aquela em que, durante certa fase da vida, há uma concentração 

mais forte da energia pulsional ou libido.

Em cada estádio, na relação que estabelece com os pais, a criança experimenta um amplo leque de sentimentos que irão marcar a sua personalidade futura. De todos os estádios, o que mais influencia a personalidade é o fálico, fase em que o desenvolvimento psicossexual atinge o ponto crucial. É neste estádio que a criança vive a situação edipiana, experimenta sentimentos de amor, ciúme, ódio, constrói a sua identidade sexual, completa a formação do núcleo forte do superego e da sua personalidade. Estas vivências infantis desempenham um papel vital no relacionamento afectivo e sexual das pessoas ao longo da sua vida. Traumas e conflitos infantis mal resolvidos, aparentemente esquecidos, permanecem recalcados no inconsciente, dotados de um forte dinamismo, pelo que se manifestam de várias maneiras, sendo responsáveis, muitas vezes, por  distúrbios psíquicos e perturbações neuróticas da personalidade.

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