Unidade 8 - A personalidade
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Psicologia 12º Ano
Unidade 8 - A Personalidade
O conc concei eito to de personalidade é um concei conceito to abrang abrangent ente, e, porque porque envolv envolvee várias várias componentes que dão unidade e coerência ao ser humano. Este capítulo remete para todas as unidades unidades anteriores: anteriores: psicofisiologia psicofisiologia,, psicologia psicologia social, social, aprendizage aprendizagem m e memória, memória, motivação motivação e inteligência.
Pode definir-se personalidade como o conjunto relativamente estável de aspectos de um indivíduo que o distingue dos outros e o tornam único. Podemos dizer que a personalidade: - é conjunto de padrões diferenciados de comportamentos, pensamentos, atitudes e emoções relativamente estáveis; - integrados numa unidade/totalidade coerente; - tem um carácter de continuidade; - é uma das características que nos tornam únicos e diferentes de todos os outros; - constitui uma base que permite prever, até certo ponto, os comportamentos futuros; - é dinâmica, construindo-se ao longo l ongo da vida sob influências internas e externas.
O conceito conceito de personalid personalidade ade é um dos conceitos conceitos mais abrangentes abrangentes da psicologia, psicologia, dado que corres correspon ponde de à integr integraçã açãoo das várias várias caract caracterí erísti sticas cas pessoa pessoais: is: sentim sentiment entos, os, pensam pensament entos, os, emoções, comportamentos, atitudes, motivações, projectos de vida, etc.
É a personalidade é o que nos torna únicos e distintos, remetendo para o conceito de unicidade e de diferenciação. A personalidade, como conjunto de características pessoais, organiza-se de forma única em cada indivíduo, o que o torna distinto, diferente de todos os outros (diferenciação). A característica da unicidade advém do facto de a personalidade ser constituída por um conjunto de características com relativa estabilidade que se integram e combinam num todo ( unicidade).
Podemos dizer que as principais características da personalidade humana são: Singularidade Totalidade Continuidade Dinamismo
A personalidade distingue-nos de todos os outros (diferenciação). A personalidade é o conjunto de aspectos de um indivíduo integrados numa unidade coerente. As características da personalidade mantêm-se com relativa estabilidade ao longo da vida. A pers person onal alid idad adee resu result ltaa de um proc proces esso so de cons constr truç ução ão perm perman anen ente te influenciada por factores externos e internos. int ernos. Daí ser susceptível de mudanças.
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FACTORES GERAIS QUE INFLUENCIAM A PERSONALIDADE INFLUÊNCIAS HEREDITÁRIAS
O património genético que o indivíduo recebe no momento da concepção define um conjunto de características fisiológicas, morfológicas e sexuais (ser homem ou mulher) que o tornam único e que vão influenciar características da personalidade que o indivíduo desenvolverá. Entre outras características podemos referir o funcionamento do sistema nervoso e do sistema endócrino que detêm grande influência no comportamento podendo ter reflexos na vida psicológica. A própria constituição física, que é em grande parte herdada, pode influenciar a personalidade de uma pessoa: o ser alta ou ser baixa, gorda ou magra, o ter certos traços fisionómicos influencia directa ou indirectamente o modo como os indivíduos se vêem a si próprios, como se relacionam com os outros e como enfrentam as diversas situações do dia-adia. Apesar destas constatações, não se pode falar da influência da hereditariedade sem a relacionar com as outras influências do meio. INFLUÊNCIAS DO MEIO
É através do processo de socialização que o comportamento individual é marcado segundo os padrões de cultura de uma dada sociedade. Muitas características da nossa personalidade são produto do meio social e cultural a que pertencemos. Efectivamente, dentro de cada sociedade cria-se uma certa homogeneidade nas formas de ser, de pensar e agir dos indivíduos. Para além deste contexto social geral – fazemos parte de uma cultura, numa determinada época – estamos inseridos em determinados grupos sociais: família, escola, grupo de amigos, etc. São estes agentes de socialização que vão exercer uma forte influência na nossa forma de ser e de reagir: veiculam normas e padrões de comportamento, atitudes, concepções do mundo, que são interiorizados e integrados na personalidade. A personalidade constrói-se e desenvolve-se, assim, num processo interactivo com o meio social em que o indivíduo vive. INFLUÊNCIAS DAS EXPERIÊNCIAS PESSOAIS
Dotado de um património genético único, integrada num dado contexto social e cultural, fazendo parte de grupos sociais, cada indivíduo tem um conjunto de experiências pessoais. O modo como as pessoas vivenciam as suas experiências influencia a personalidade. As experiências vividas na infância e na adolescência são particularmente marcantes. Encontros, desencontros, mudanças de contextos de vida (entrada para a escola), acontecimentos como ser pai/mãe são experiências que de algum modo afectam a personalidade. É evidente que o modo como uma pessoa encara estes acontecimentos, o significado que lhes atribui, a forma como os integra dependem também das suas características psicológicas. A personalidade constrói-se e desenvolve-se, assim, num processo interactivo com o meio social em que o indivíduo vive. A personalidade não se pode reduzir à adição de factores hereditários e sociais. A personalidade é uma construção dinâmica e interactiva, sendo o sujeito o elemento activo da sua própria história e projecto de vida.
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TEORIA PSICANALÍTICA DE FREUD
Freud perspectiva a personalidade como dominada pelas pulsões inconscientes. A ESTRUTURA DA PERSONALIDADE
Freud divide conceptualmente a personalidade em três instâncias: id, ego e superego. O id é a componente básica e inicial da personalidade, uma espécie de reservatório da energia psíquica instintiva, ou libido, totalmente inconsciente. Incapaz de suportar tensões, o id só obedece ao princípio do prazer. O seu objectivo é reduzir de imediato a tensão dolorosa ao mais baixo nível possível, quaisquer que sejam as circunstâncias e os custos. É a partir do id que se desenvolvem as duas outras instâncias.
O ego nasce do confronto entre o id e a crueza dos factos reais que, constantemente, impedem a obtenção imediata do prazer. Operando de acordo com o princípio da realidade, o ego modera a impulsividade do id e retarda a gratificação imediata que o princípio do prazer confere, em favor de objectivos realistas a longo prazo. O ego, essencialmente consciente, é a instância executiva da personalidade: controla a acção, selecciona as situações a que a pessoa tem que responder e decide de que modo as necessidades da pessoa podem ser satisfeitas com segurança. O ego é, portanto, o mediador entre as solicitações do id e as solicitações do exterior, a que se juntam mais tarde as exigências do superego.
O superego forma-se por volta dos 6 anos de idade, pela interiorização dos valores e ideias sociais impostos ao indivíduo desde a primeira infância. As suas principais funções são: - Inibir os impulsos do id, particularmente sexuais e agressivos, condenados pela sociedade. - Influenciar o ego no sentido de substituir os objectivos imorais por fins morais. - Pressionar a pessoa para atingir uma realização ideal.
A DINÂMICA DA PERSONALIDADE
Segundo Freud, a energia activadora do comportamento humano provém fundamentalmente de dois instintos do id: o sexo e a agressão. À necessidade de satisfação destes instintos opõem-se forças internas e externas, restrições morais e sócias, pelo que o indivíduo passa constantemente por conflitos susceptíveis de gerar ansiedade. O modo como uma pessoa lida com a ansiedade, ou seja, como resolve os seus conflitos, constitui, para Freud, o aspecto mais determinante na formação da sua personalidade e que mais condiciona o decurso da sua existência. Para enfrentar a ansiedade e reduzir a tensão dolorosa que ela acarreta, as pessoas recorrem, sem disso terem consciência, a diversas modalidades de acção, que Freud designou por mecanismos de defesa do ego. Deste modo, a personalidade que cada indivíduo constrói, o seu maior ou menor equilíbrio interno e a sua melhor ou pior adaptação social dependem, em larga medida, da sua capacidade para usar apropriadamente os mecanismos que melhor protegem a integridade do seu eu. Página 3 de 4
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O DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL
A personalidade desenvolve-se ao longo de cinco estádios: oral, anal, fálico, latência e genital. Com excepção do período de latência, o nome de cada estádio refere-se à zona erógena do corpo, ou seja, aquela em que, durante certa fase da vida, há uma concentração
mais forte da energia pulsional ou libido.
Em cada estádio, na relação que estabelece com os pais, a criança experimenta um amplo leque de sentimentos que irão marcar a sua personalidade futura. De todos os estádios, o que mais influencia a personalidade é o fálico, fase em que o desenvolvimento psicossexual atinge o ponto crucial. É neste estádio que a criança vive a situação edipiana, experimenta sentimentos de amor, ciúme, ódio, constrói a sua identidade sexual, completa a formação do núcleo forte do superego e da sua personalidade. Estas vivências infantis desempenham um papel vital no relacionamento afectivo e sexual das pessoas ao longo da sua vida. Traumas e conflitos infantis mal resolvidos, aparentemente esquecidos, permanecem recalcados no inconsciente, dotados de um forte dinamismo, pelo que se manifestam de várias maneiras, sendo responsáveis, muitas vezes, por distúrbios psíquicos e perturbações neuróticas da personalidade.
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