UFS - Lingua Portuguesa I
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Língua Portuguesa I
Magna Maria de Oliveira Ramos
São Cristóvão/SE 2009
Língua Portuguesa I Elaboração de Conteúdo Magna Maria de Oliveira Ramos
Projeto Gráfico e Capa Hermeson Alves de Menezes
Diagramação Lucílio do Nascimento Freitas Neverton Correia da Silva Nycolas Menezes Melo
Ilustração Luzileide Silva Santos
Reimpressão
Copyright © 2009, Universidade Federal de Sergipe / CESAD. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização por escrito da UFS.
FICHA CATA CATALOGRÁ LOGRÁFICA FICA PRODUZIDA PRODUZIDA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDER EDERAL AL DE SERGIPE Ramos, Magna Maria de Oliveira. O48l O48l Lingua ngua portu ortugu gues esa a I / Ma Magna gna Mar Maria ia de Olive iveira ira Ramos -- São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2009.
1. Português. 2. Língua portuguesa. 3. Letra. I. Título. CDU 811.134.3
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Cidade Universitária Prof. “José Aloísio de Campos” Av.. Marechal Rondon, s/n - Jardim Rosa Elze Av CEP 49100-000 - São Cristóvão - SE Fone(79) 2105 - 6600 - Fax(79) 2105- 6474
Sumário AULA 1 Por que Morfossi Morfossintax ntaxe? e? ....................... .................................. ...................... ....................... ....................... ........... 07
AULA 2 Introd Introduçã ução o à Morfol Morfologi ogia a ...................... ................................. ...................... ....................... ....................... ............. .. 13
AULA 3 A estrutura estrutura da palavra palavra ......................... ............ .......................... .......................... ......................... .................... ........ 19
AULA 4 Morfema Morfemas s da língua língua portugu portuguesa esa ..................... ................................. ....................... ...................... ............. 29
AULA 5 Segmenta Segmentação ção de morfemas morfemas e alomorfia alomorfias s ...................... ................................. .................... ......... 37
AULA 6 Classes Classes e funções funções (Substanti (Substantivo) vo) ..................... ................................ ...................... ...................... ............. 47
AULA 7 Introduçã Introdução o à Sintaxe Sintaxe ..................... ................................ ...................... ...................... ...................... ................... ........ 55
AULA 8 Sujeito ........................................................................................65
AULA 9 Adjunto adnominal e complemento nominal .......................... ............. ......................... ............ 79
AULA 10 Aposto.. Apos to.. ...... ... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...87 87
Aula POR QUE MORFOSSINTAXE?
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META Levar o aluno a reconhecer a importância da morfossintaxe para o estudo da língua em diversos níveis e aplicações.
OBJETIVOS Ao final f inal desta de sta aula au la o aluno deverá: compreender as razões que levaram os estudiosos a associarem conteúdos de duas disciplinas, Morfologia e Sintaxe para análise lingüística; distinguir os critérios mórficos, sintáticos e semânticos, para melhor compreensão da língua, no que concerne ao estudo das classes e funções.
PRÉ-REQUISITOS Estudos de Morfologia e Sintaxe realizados até o nível médio.
(Fonte: http://www.clul.ul.pt).
Língua Portuguesa I
INTRODUÇÃO Caro aluno, seja bem-vindo ao estudo desta disciplina! Você deve estar pensando o que vai aprender em Língua Portuguesa I. Ao verificarmos a ementa, observamos que seu conteúdo é interdisciplinar, pois parte de dois planos de descrição da língua, a Morfologia e a Sintaxe, ou seja, da Morfossintaxe, nome sofisticado e composto. A palavra Morfossintaxe vem de dois radicais r adicais gregos: g regos: “morphé = forma” e “syn+taxis ”; ”; esta última significa arranjo entre classes, colocação de termos, uns ao lado de outros, numa sociedade de palavras. Enquanto a Morfologia estuda o vocábulo mórfico (a palavra) e suas unidades mínimas significativas, os morfemas, morfemas, a Sintaxe observa a função dos vocábulos na frase. Apesar de hoje se fazerem estudos de Morfologia e Sintaxe em períodos diferentes, optamos por seguir os currículos mais modernos em cujas ementas estão seus conteúdos associados, pois são muito estreitas as relações entre tais disciplinas. Tudo isso é interessante e provocador! Dividiremos o nosso curso em duas unidades. Na primeira, apresentaremos estudos morfológicos, uma análise dos morfemas e de sua classificação; na segunda unidade, teremos como foco de nosso estudo as funções sintáticas de termos oracionais que contraem função com o Sujeito. Vamos Vamos dar início, pois, a uma trajetória que nos levará, sem dúvida, ao conhecimento de um mundo fascinante; estaremos diante de classes e funções que se ligam e se auxiliam numa rede de palavras entrelaçadas de significados múltiplos. Com um pouco de esforço e dedicação, você verá como é fácil e atraente a aprendizagem dos conteúdos da disciplina Língua Portuguesa I.
(Fonte: http://www.blogcdn.com). http://www.blogcdn.com).
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Por que morfossintaxe?
MORFOSSINTAXE
Aula
1
Que tal entendermos um pouco dos planos de descrição da nossa língua? Como podemos descrevê-la? Você Você sabia que nas gramáticas gr amáticas há uma divisão de suas partes em planos. Por Por exemplo: a Fonologia é o primeiro plano, pois tem como núcleo o fonema, que é uma unidade mínima distintiva. distint iva. Depois temos a Morfologia, cujo estudo se baseia na palavra e em suas possibilidades de divisão em unidades mínimas significativas, os morfemas. Seguindo em direção ao plano mais abrangente, chegamos à Sintaxe, que focaliza a palavra na frase e sua função em relação a um grupo de palavras na qual está inserida para transmitir uma idéia. Neste plano, ela deixa de ser vista numa área um tanto restrita e passa a ser analisada no período simples ou composto. Outro plano muito estudado é o textual. Vemos neste os mecanismos de coesão textual e a coerência entre as partes, além da expressão, expressão, pois estamos diante de um texto que começa a partir da frase. Nas disciplinas de Produção de Texto nos detemos a estudar tal plano. A Semântica, por sua vez, é também uma área de estudo que se encontra em outras áreas, o que, aliás, é comum, tendo em vista a importância da interdisciplinaridade. Você Você fique atento e curioso a tudo, meu caro aluno. Logo verá como as disciplinas se auxiliam e interdependem. Não há um dado científico sem que seja necessário olhar, criticar, e apelar para outra área afim. Seria limitar a visão do cientista que há em você. Você Você aprendeu que a língua portuguesa é descrita por planos ou áreas interligadas, embora os gramáticos marquem a divisão desses itens em capítulos separados. O que existe de fato é uma organização dos estudos lingüísticos, ao dividir tais assuntos, apenas para efeito didático. São conteúdos interdisciplinares que se comunicam inevitavelmente. O vernáculo tem vastíssimo vocabulário e cada palavra empregada por seu usuário tem forma, função função e sentido, sentido, agrupando-se em uma classe. Por exemplo, a palavra pá é é uma forma constituída de dois fonemas, que tem uma função lexical (apresenta a significação básica da palavra) que pode ser extralingüística, sem recorrer ao som ou à grafia. Significa um objeto utilizado para limpeza doméstica. Carreter, filólogo espanhol, diz-nos que a forma “é o aspecto sob o qual se nos apresenta um elemento lingüístico, abstraindo-se-lhe a função e o sentido”. Saussure, o pai da Lingüística, considera que “as formas e as funções são solidárias e, para não dizer impossível, seria difícil separá-las”. A classificação das palavras coloca em primeiro lugar o critério formal ou mórfico, segundo as oposições formais que qu e a palavra assume, para exprimir funções gramaticais flexionais ou derivacionais. Não podemos separar o sentido das formas e funções, pois não se pode isolar o som do seu significado, nem a idéia do som, pois temos duas faces do signo, o significante (físico, som) e o significado (abstrato, idéia). 9
Língua Portuguesa I
Nossa língua, caríssimo aluno, é rica em construções formais. Tome pedrinha, mos como exemplo o substantivo pedra . Dele derivam as palavras pedrinha, pedrada, pedrada, pedreiro, pétreo, petrificar, petrificar, empedrado, empedrado, apedrejar, apedrejar, pedregulho pedregulho, etc. Se olharmos um verbo e suas formas, mesmo o de construção regular tem muitas desinências, ou seja, bastantes variações de modo –tempo e número– pessoa. O verbo é a palavra mais variável da língua portuguesa. Imagine que as construções possíveis de um verbo qualquer nos transmitem “n” sentidos. Nem todas as palavras têm abundância em relação à forma. A palavra pires , piresinhos . É pobre quanto à forma, em por exemplo, tem piresinho e o plural piresinhos contraste com a palavra ferro , que apresenta uma riqueza formal impressionante. A forma é vista no critério formal ou morfológico, mas ainda podemos estudar a palavra, observando-se o critério funcional ou sintático e o critério semântico, que se detém no sentido.
CONCLUSÃO Assim iniciamos o contato com esta disciplina, disciplina , aprendendo aprenden do que a língua tem de ser estudada em critérios heterogêneos, ora destacando-se o mórfico, ora o sintático, ora o semântico, de acordo com o ângulo da pesquisa, sem determinar uma hierarquia dos critérios, para não cometermos o erro de adotar uma visão rígida ou até mesmo preconceituosa. Por uma questão de esclarecimento, esta disciplina visa ao estudo de alguns aspectos morfossintáticos da língua portuguesa.
RESUMO A disciplina Língua Portuguesa I tem seu conteúdo básico voltado para aspectos mórficos e sintáticos associados, por ser tão estreita a relação entre a forma e a função das palavras. Morfossintaxe é o que vamos estudar, porque a Morfologia e a Sintaxe não podem ser vistas separadamente. As palavras têm formas e se agrupam (sintaxe) numa sociedade de palavras. São vasos comunicantes e, para conhecermos melhor a língua, devemos reconhecer a possibilidade de descrevê-la em vários planos. Logo, a Fonologia, a Morfologia, a Sintaxe e a Semântica se auxiliam, sem que um seja mais importante do que o outro, embora o programa desta disciplina tenha um conteúdo voltado para a morfossintaxe com enfoque no Sujeito. Sujeito.
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Por que morfossintaxe?
ATIVIDADES ATIV IDADES
Aula
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1. Escolha uma palavra da língua portuguesa (um verbo ou substantivo) e analise-a sob vários planos. Você verá que existe uma interdependência entre as áreas de estudo e não há possibilidade de estudá-la sob um critério apenas. 2. Por que hoje se prefere estudar morfossintaxe? Os programas de Língua Portuguesa são feitos com esta combinação. Você sabe por quê?
COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Para a primeira questão vou tomar como exemplo a forma verbal “amasse”. “Amasse” - Sob o critério for mal é variável. É um verbo regular de 1ª conjugação (C I). - Sob o aspecto sintático ou funcional é núcleo do predicado verbal, pois tem noção forte (significação básica no predicado). - Sob o critério semântico, indica modo, tempo, número e pessoa, e dá ainda uma idéia hipotética. Para responder à segunda questão, releia os conceitos que lhe foram passados no início da aula.
REFERÊNCIAS BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1972. CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. Morfossintaxe. São Paulo: Ática, 1986. LUFT, LUFT, Celso Pedro. Moderna Gramática Brasileira. Brasileira. Porto Alegre: Globo, 1976. MACEDO, Walmírio. Análise Walmírio. Análise sintática em nova dimensão. dimensão. Rio, 1977. MACAMBIRA, José Rebouças. Estrutura morfo-sintática do Português. guês. São Paulo: Pioneira, 1974.
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Aula INTRODUÇÃO À MORFOLOGIA
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META Expor os princípios básicos da Morfologia, segundo a Gramática Descritiva.
OBJETIVOS Ao final f inal desta de sta aula au la o aluno deverá: conhecer as noções introdutórias da Morfologia, numa perspectiva da Lingüística; compreender os conceitos fundamentais da Morfologia como base para a análise morfológica.
PRÉ-REQUISITOS Conhecer os planos em que a língua portuguesa pode ser descrita. Sabemos que a Morfologia e a Sintaxe são áreas de estudo que se comunicam.
(Fonte: http://karinaghiglino.files.wordpress http://karinaghiglino.files.wordpress.com)> .com)>
Língua Portuguesa I
INTRODUÇÃO Você Você viu que a Morfologia e a Sintaxe são planos da descrição da língua que aparecem juntos na morfossintaxe, levando-se em consideração o fato de se auxiliarem, privilegiando as interrelações entre os dois níveis. No entanto, Joaquim Mattoso Câmara Júnior, o pai da Linguística, no Brasil, observa o caráter autônomo da Morfologia, valendo-se da idéia de relação associativa ou paradigmática. Por exemplo, o substantivo gato, através de suas relações de oposição no paradigma, é masculino e singular, valores morfológicos. Veja bem, podemos estudar Morfologia, conceituá-la, embora saibamos que a referência à Sintaxe e a outros planos de descrição é constante. De um ponto de vista metodológico, vamos nos deter um pouco no estudo da Morfologia, visando à observação de aspectos sincrônicos, ou seja, do “aqui e agora”, porque os mecanismos de funcionamento de um idioma antecedem as explicações de caráter histórico ou diacrônico. Por exemplo, do verbo comer derivaram comida, comilança, comilão , conduzindonos à conclusão de que seu radical é com (diferentemente (diferentemente do radical latino ed ). Logo, Log o, não interessa ao estudo da Morfologia saber que no passado o radical do verbo comer era era ed , comedere. Ao realizar aspectos sincrônicos, a língua é vista no contexto atual.
(Fonte: http://blogs.ya.com). http://blogs.ya.com).
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Aula
Introdução à morfologia
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MORFOLOGIA Quando surgiu o termo lingüístico Morfologia? Você deve estar curioso, não? Devemos lembrar-lhe, meu caro aluno, que os gramáticos clássicos, na Antiguidade greco-latina, já dividiam a gramática em três partes: flexão , ou “acidentia”, a derivação, ou formação de palavras e a sintaxe . Consideravam as palavras como indivisíveis, sem fazerem qualquer alusão ao morfema. Somente no final do século XVIII, a descoberta do sânscrito (antiga língua sagrada dos hindus), permitiu o reconhecimento de uma estrutura interna das palavras com a depreensão de unidades mínimas como raízes e afixos. Veja que, de alguns séculos antes de Cristo até o século XVIII, não tínhamos estudos de morfemas. Somente na segunda metade do século XIX, por volta de 1860, a palavra morfologia foi utilizada pela Lingüística, referindo-se à flexão e à derivação. No Brasil, o professor e linguista Mattoso Câmara lançou o seu livro “Princípios de lingüística geral” em 1942. Conforme você aprendeu, trata-se de uma ciência muito nova. Qual é o objeto da Morfologia? O que tal ciência estuda? Vejamos Vejamos primeiro a definição definiç ão bastante didática de Leonor Cabral: “uma definição de morfologia que a considere como um componente separado da sintaxe e tendo como unidade mínima e máxima de seu objeto, respectivamente, o morfema e a palavra, seria: parte da gramática que descreve as unidades mínimas de significado, sua distribuição, variantes e classificação, conforme as estruturas onde ocorrem, a ordem que ocupam, os processos na formação de palavras e suas classes.” Assim, vemos que, diferentemente de Saussure, que não via a Morfologia como objeto autônomo, outros linguistas importantes, inclusive Mattoso Câmara, reconhecem a possibilidade de estudá-la separadamente da Sintaxe.
DIVISÃO DA MORFOLOGIA Você Você sabia que podemos pod emos dividi-la em dois ramos de d e estudo? Os estudiosos (linguistas) estabelecem diferenças entre tipos de Morfologia, a flexional e a derivacional. As flexões ou desinências (DMT, DNP, DG e DN) modo-temporais, número-pessoais, de gênero e número, respectivamente, são vistas na Morfologia Flexional. “A flexão é uma variação de caráter morfossintático”, segundo Maria Nazaré Laroca (1994). A variação variação é uma exigência exigência da concordância nominal nominal ou verbal. verbal. Ex.: “Tu “Tu ganhaste vários prêmios?” Há uma dependência da palavra “tu”, com o verbo ganhaste (2ª singular), bem como das formas for mas de plural em vário e prêmio . A flexão ou variação de verbos e nomes é uma série fechada e constante, pois há uma previsibilidade no sistema interno int erno da língua. Por exemexemplo: “Vou ao clube”; se o plural da primeira pessoa é vamos, não posso s
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Língua Portuguesa I
acrescentar aí um significado novo. O plural de “belo rapaz” é “belos rapazes” e disso não posso fugir. A flexão é também algo que tem estabilidade semântica. Há séculos o plural de flor é flores, sem extensão de sentido. Agora você vai aprender do que trata a Morfologia Derivacional, o outro ramo dessa interessante área de estudo. Também Também chamada de lexical, seu objeto de pesquisa é a estrutura das palavras e os processos de formação do léxico; consiste numa série aberta à possibilidade de criação de novas palavras. Uma oposição lexical estabelece a diferença no léxico ou dicionário. Exemplo: amar (verbo), amante (substantivo) e amado (adjetivo ou verbo) são palavras diferentes. Já na flexão as desinências verbais e nominais ou os elementos “não-gramaticais” são selecionados pala gramática, sem mudança de classe ou significado. Através das flexões, não criamos palavras; isso marca uma oposição com a derivação, que, ao incluir prefixos e sufixos a uma base, cria novos vocábulos. Exemplo: amar (verbo), amador (substantivo). Agora vamos entender noções de conjunto e estrutura. estrutur a. A língua é uma estrutura organizada, ou seja, dispõe letras do alfabeto de modo a formar palavras; isso no caso das línguas alfabéticas. O conjunto são as peças jogadas sem ordenação. Exemplo: “mroa ”. ”. Se dispusermos tais letras numa certa ordem, teremos Roma, Omar, ramo, amor, mora, estruturas da língua com forma e sentido, além da função sintática.
CONCLUSÃO A Morfologia, consequentemente, tem certa autonomia em relação à Sintaxe, sem contudo deixar de fazer constantes referências ao critério funcional ou sintático. Cabe-nos delimitar os campos de análise, focalizando ora um, ora outro, sem diminuir o valor deste ou daquele. Saber criticar, julgar, marcar as diferenças entre áreas afins é importante para a descrição linguística. Não se perca nestas águas, meu caro aluno; a viagem pelo universo dos estudos morfossintáticos pode ser tranqüila. Só depende de você!!
RESUMO A Morfologia deve ser estudada ao lado da Sintaxe, contudo é possí vel separá-las para efeito didático, pois tem como objeto de análise os morfemas da língua portuguesa. Reconhecendo sua autonomia, podemos fazer a análise morfológica voltada para a Morfologia Flexional ou Derivacional, esta última também chamada de Lexical. A primeira visa ao estudo das flexões verbais e nominais (DMT, DNP, DG e DN) enquanto a segunda propõe-se a estudar o processo de formação de pala16
Introdução à morfologia
vras, suas classes e funções (lexicais ou gramaticais). Também Também você viu que a língua é uma estrutura; isso requer ordem e ligação entre as partes, para ter sentido. Caso contrário, é apenas um conjunto de elementos soltos, que não chegam a estabelecer uma comunicação.
Aula
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ATIVIDADES ATIV IDADES 1. Conceitue Morfologia. 2. Estabeleça a diferença entre Morfologia Flexional e Derivacional. 3. Identifique, nos exemplos abaixo, os fenômenos de flexão e derivação: a)irmãs b) descentralizar c) correríamos d) bonequinhas e) filhote f) falaríamos g) deslealdade h) aspereza i) vozes j) amável
COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES A primeira primei ra questão quest ão deve ter uma resposta respo sta original, origi nal, ou seja, uma conceituação do aluno, que pode ser baseada em diversas leituras. Ao responder respo nder à segunda segund a questão, questã o, escreva o que entendeu entend eu desses ramos da Morfologia, exemplificando cada um deles. Para responder à terceira questão, observe o modelo abaixo: tristeza – sufixo “ez” (derivação) impossí vel vel – prefixo “im” e sufixo “vel” (derivação) meninas – “a”desinência “a”desinência de gênero (flexão), “s” desinência de número (flexão) ama vas –”va” e “s” (flexões de modo-tempo e número-pessoa, respectivamente)
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Língua Portuguesa I
REFERÊNCIAS CÂMARA JR., J. Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Vozes, 1970. 1970 . CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. São Paulo: Ática, 1986. LAROCA, Maria Nazaré de Carvalho. Manual de morfologia do português. Juiz de Fora, UFJF, 1994. MACAMBIRA, José Rebouças. Estrutura morfo-sintática do Português. São Paulo: Pioneira, 1974. KEHDI, Valter. Morfemas do Português. 4 ed. São Paulo: Ática,., 1998. KOCH, Ingedore Villaça; SILVA, Maria Cecília P. de Souza. Lingüística aplicada ao português: Morfologia. São Paulo: Cortez Editora,1989.
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Aula A ESTRUTURA DA PALAVRA
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META Descrever a estrutura nominal, representando os elementos que constituem o vocábulo formal (nome).
OBJETIVOS Ao final f inal desta de sta aula au la o aluno deverá: identificar os elementos que compõem a estrutura dos vocábulos formais ou mórficos.
PRÉ-REQUISITOS Introdução à Morfologia e estudo dos seus conceitos básicos.
(Fonte: http://www.gettyimages.com).
Língua Portuguesa I
INTRODUÇÃO Meu caro aluno, nas aulas anteriores, vimos alguns conceitos básicos de Morfologia e a importância dos estudos linguísticos nesse campo. Estudar os morfemas da língua portuguesa, port uguesa, tanto nos mecanismos de flexão, quanto nos de derivação, tem-nos levado a uma melhor compreensão da língua, de sua estrutura e dos processos de formação das palavras. Você aprenderá nesta aula como as unidades mínimas significativas estruturam o vocábulo mórfico, também chamado de palavra. Na língua oral, a pala vra é difícil dif ícil de ser definida, embora facilmente f acilmente a reconheçamos na cadeia sonora. Na língua escrita, há mais sistematização, pois a seqüência de sons possíveis ocorre entre espaços e/ou sinais de pontuação. De qualquer forma, percebemos que sua definição gera dificuldades à luz da Lingüística. Isso você constatará, e logo tudo se tornará mais claro.
(Fonte: http://www.clicabrasilia.com.br).
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A estrutura da palavra
O QUE É A PALAVRA?
Aula
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1. Prefixo (P) 2. Radical (Rd) 3. Sufixo (S) 4. Vogal temática nominal (VTN) 5. Radical (Rd) 6. Sufixo (S) 7. Desinência de gênero (DG) 8. Desinência de número (DN) Você Você já pensou nisso? Veja bem, não é fácil definir defin ir essa unidade lingüística que pode ter apenas um morfema, a exemplo de sol e e mar . Nesses casos, são monomorfêmicos. monomor fêmicos. A palavra ainda pode se constituir de vários morfemas, como em in felic idad e, 1 2 3 4
sabor os a s 5 6 7 8
E se tiver somente um u m radical, é classificada de simples. Temos Temos como exemplos cafezal, cafezal, desleal deslealdade, dade, cadeirinh cadeirinhaa etc. Quando a palavra tem dois ou mais radicais, é uma estrutura composta. Ex: pé-de-cana; pó-de-arroz; guarda-chuva. No No entanto, entanto, ocorre um problema de definição, pois há formas distintas para uma só palavra. Temos mesa (singular) e mesas (plural), mas se tomarmos a palavra manga , como exemplo, ela pode ser forma do verbo mangar (3ª pessoa do singular do modo indicativo); aparece como substantivo manga (fruta) e manga (parte da camisa), ou seja, uma forma (um morfe) para três palavras (morfemas distintos). Citando aqui outros exemplos, temos formas verbais em venderemos, venderíamos, vendeste para o mesmo verbo. Porém, a venda (substantivo) é uma palavra distinta d istinta porque seu radical tem significado diferente. Outro exemplo, mar e mares são são duas formas da mesma palavra; já maresia , por ter significação diferente, é uma palavra distinta. A palavra é uma estrutura, pois a seqüência de letras é reconhecida no léxico. Se em vez da palavra Roma , escrevêssemos ou falássemos mroa , ninguém nos entenderia e essa não seria uma seqüência possível.
A ESTRUTURA DA PALAVRA PALAVRA Sabemos que a língua é uma estrutura. Por muitos séculos a palavra foi foi considerada indivisível, ainda que apresentasse variações na forma, como as flexões verbais. Entretanto, formamos palavras a partir de outras palavras; então somos forçados a 21
Língua Portuguesa I
reconhecer que elas podem ser unidades compostas ou ainda complexas. Quando constituídas de dois ou mais morfemas são compostas; por exemplo, a palavra mesa é é constituída de radical “mes” e da vogal temática “a”, ou seja, de dois elementos. Também Também consideramos composto o substanti vo ou adjetivo formado de dois ou mais radicais. radicais. Temos Temos muitos exemplos na nossa língua, como pé-de-moleque, pé-de-m oleque, arranha-c ar ranha-céu, éu, caneta-tinteir caneta- tinteiro, o, azul-mari- azul-mari - nho, etc. Há estruturas que têm mais de um radical (composição) e admitem sufixo, a exemplo de: horti fruti granj eiro, que é complexa porque sofreu dois processos Rd
Rd
Rd
S
de formação, a composição e a derivação sufixal. O nome (palavra que abriga outras classes que não o verbo e as classes conectivas) se constitui de um ou mais elementos mórficos. Vejamos alguns exemplos pela tabela apresentada por Zanoto (1986, p. 52).
CONSTITUIÇÃO MÓRFICA DO NOME O nome pode estar constituído de um único elemento mórfico, o radical. Esse radical pode ser ampliado por morfemas derivacionais, desinências, podendo haver uma vogal temática. Algu Al guns ns exem ex empl plos os de como co mo po pode de apre ap rese sent ntar ar-s -see morf mo rfic icam amen ente te estruturado o nome: Rd Flor Rd + árvor-
VTN e
Rd flor-
VTN e-
+
+
R + SD + flor(e)zinh Pref. des-
+
Rd + - atual-
DN -s VTN -a
+
DN -s
SD iz-
+
SD -ad-
+
DG -a-
+ DN -s
Como você viu, há três tipos básicos de morfemas que constituem o nome: 1. O radical (semantema), que dá significação básica; 2. Os morfemas derivacionais (prefixos e sufixos), que formam novas palavras; 22
Aula
A estrutura da palavra
3. Os morfemas flexionais (desinências), que especificam o gênero e o número. 4. Os morfemas classificatório (vogais temáticas nominais e verbais); Este último elemento, a vogal temática, não existe nos nomes atemáticos, a exemplo de cajá, vovô, ruim , entre tantos outros vocábulos oxítonos. Examinaremos com mais detalhes esses elementos, iniciando pela caracterização da raiz e do radical. Nesta viagem pelo campo da Morfologia, vamos até Zanoto (1986, p. 35-39).
3
RAIZ E RADICAL Diz Saussure que raiz é o “elemento irredutível e comum a todas as palavras da mesma família” (1972, 255). Celso Luft, por sua vez, afirma que “é a parte significativa central das palavras, obtida pela eliminação dos afixos, vogal temática e desinência” (1972, 90). É, portanto, o semantema de Vendryes, ou o lexema de André Martinet. É o elemento que se repete em todas as palavras cognatas, às vezes com pequenas variações (alomorfes). Sob o aspecto sincrônico, a raiz (Rz) coincide com o radical primário (Rd). “PEDR-” é a raiz ou o radical primário de “PEDRa”, “PEDR-eiro”, “PEDR-ada”, “PEDR-ificar”, “em-PEDERN-ido”, e demais palavras cognatas, isto é, da mesma família morfológica. Em cada série de cognatos, abaixo, a raiz aparecem em destaque. 1. TERR-a, TERR-inha, en-TERR-ar 2. LETR-a, LETR-eiro, LETR-ado 3. FOLH-a, FOLH-ar, des-FOLH-ado 4. CABEL-o, CABEL-udo, des-CABEL-ado 5. GUERR-a, GUERR-ear, a-GUERR-ido Ao radical primário podem ir sendo acrescidos sufixos e prefixos. prefixos. Acrescentando-se um afixo, o radical será secundário; dois, terciário; três, t rês, quaternário; quatro, quinário; e assim segue. Observe o quadro abaixo:
Vocábulo 1.civilização 2. infelicitar 3. desenterradas 4. desenganchar 5. nacionalização
Rd Primário ou Rz civil felic terrganchnacion-
Rd secundário
Rd terciário
Rd quaternário
civilizinfelic enterrenganchnacional
civilizaçãinfelicitdesenterrdesenganchnacionaliz-
desenterradnacionalizaçã-
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Língua Portuguesa I
Chega-se à raiz ou ao radical, eliminando-se os afixos, as desinências e a vogal temática. Muitas vezes são postos em oposição radical e desinência, sem destacar os diversos estágios de radicais. É útil introduzir, nesse caso o conceito “radical final” (Rf), ou simplesmente radical, que se obtém eliminando-se as desinências e a vogal temática. Em, por exemplo, “desestabilizar ”, ”, o Rf é “desestabiliz -”, -”, subtraindo-se, portanto, a VT “-a”, e a desinência “-r”. Observe: Vocábul Vocábuloo
Rz (ou Rd primário) Rf
1. iletrado 2. descobrimento 3. empobrecer 4. engraçadinhas 5. ajustávamos
LETRCOBRPOBRGRAÇ JUST JUST-
iletraddescobrimentempobrecengraçadinhajust-
Também Também existe o conceito conceito de raiz e radical radical sob o aspecto aspecto diacrônico diacrônico.. Raiz seria o elemento historicamente original, primeiro, do qual teriam derivado os vocábulos da mesma família etimológica. Esse conceito, porém, foge ao interesse desse trabalho descritivo sincrônico, mesmo porque, caso interessasse, deveria ser objeto de pesquisas muito penosas e, não raro, de resultados pouco animadores, mais conjecturais que definitivos.
AFIXOS AFI XOS Os afixos afixos são segmentos fônicos acrescidos antes, antes, no meio, meio, ou depois do radical (primário ou não), constituindo, respectivamente, prefixos, infixos ou sufixos. São, pois, morfemas aditivos, representados por formas presas. O termo “afixo” é abrangente e pode englobar tanto morfemas derivacionais como flexionais. Os afixos flexionais, que em português são sufixais, são mais comumente denominados desinências. a) Prefixo – É um acréscimo feito antes do radical. Serve para derivar palavras. Os prefixos normalmente alteram com alguma profundidade as pala vras às quais se agregam. “I moral”, moral”, “contra por”, por”, “desonesto”, por exemplo, têm significados antônimos a “moral”, “pôr” e “honesto”. Outras vezes o prefixo não chega a ter força antonímica, mas mesmo assim, introduz alterações bastante intensas: “re por”, por”, “retro visor”, “ ante projeto”. projeto”. Grande parte dos prefixos são herança de proposições gregas e latinas, algumas com existência atual. Foi esse aspecto que levou Mattoso Câmara a afirmar que a prefixação é o caso de composição e não de deri24
A estrutura da palavra
vação vocabular. É uma posição extremada, carecendo, parece-nos, parece-no s, de apoio na realidade lingüística, uma vez que os prefixos são formas presas, não se comportam mais como preposições e estão longe de d e se igualarem a radicais quanto à sua carga semântica. b) Sufixo – É um morfema acrescido após o radical, para derivar nova palavra (derivação sufixal). Os sufixos flexionais são denominados desinências (D). A função dos sufixos derivacionais é acrescentar ao elemento básico uma idéia secundária (derivação), ou enquadrar a palavra em uma das classes gramaticais; às vezes, as duas coisas juntas. Acrescentando, por exemplo, à base “salt(o)” o sufixo “-it(ar)”, estaremos, de um lado, adicionando à significação básica contida no semantema uma idéia acessória, que é a ação de dar saltos de maneira, digamos, diminutiva, e, de outro lado, estaremos enquadrando o vocábulo na classe gramatical dos verbos. É comum, também, não ocorrer a mudança de classe gramatical, ficando o sufixo somente com a primeira função: “casa: “casinha”, “chuva”: “chuvarada”, “quebrar”: “quebrantar”. O prefixo e o sufixo podem ser acrescidos conjuntamente à base mórfica, resultando daí palavras derivadas por parassíntese. Os dois afixos, nessa derivação parassintética, são corresponsáveis pela nova acepção que se introduz. Seria o caso de considerá-los um morfema descontínuo, iniciando com o prefixo, interrompendo-se na base e culminando com o sufixo: “a-manh-ec(er)”, “a-pedr-ej(ar)”, “des-alm-ad(o)”.
Aula
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VOGAL TEMÁTICA A vogal temática (VT) é um segmento fônico que se acrescenta ao radical (primário ou não) para agrupar vocábulos (nomes e verbos) em categorias. A vogal temática agrupa os verbos em três categorias, correspondendo às três conjunções verbais: 1. Verbos de vogal temática “-a”: primeira conjugação 2. Verbos de vogal temática “-e”: segunda conjugação 3. Verbos de vogal temática “-i”: terceira conjugação Os nomes também formam três categorias, conforme confor me a vogal temática que têm: “-a”: sala, poeta, porta; “-e” presente, alegre, norte (às vezes “-i”: cáqui); “-o”: muro, alto, sério (às vezes “-u”: céu, europeu). Assim, o “-o” e “-e” átonos finais, nos nomes, são a vogal temática desses nomes. O “-a” átono final será vogal temática, se não representar flexão de gênero: o “-a” de “artist-a”, “telefonem-a”, “borrach-a” é vogal temática. Mas o “-a” de “mestr-a”, “bel-a”, “nov-a” é desinência de gêne25
Língua Portuguesa I
ro feminino (o masculino é forma não marcada; sem desinência de gênero). O “-a” átono final será, então, desinência de feminino, quando se opuser a um masculino sem esse “-a”. Do contrário será vogal temática. O radical somado à vogal temática formam o tema, que serve de base para o acréscimo das desinências. Os nomes que não possuem vogal temática , portanto, sem tema, são chamados de atemáticos. São atemáticos os oxítonos terminados por vogal: ô, ó, ê, é, á, ã, i, u. Ex.: capô, paletó, dendê, jacaré, alvará, irmã, bisturi, bauru. No singular, os nomes terminados em l, r, e/s não apresentam vogal temática, que reaparece no plural: mar, mares; vez, vezes; mal, males. A flexão e a derivação sujeitam a vogal temática a frequentes mudanças morfofonêmicas, como: a) supressão: mes-a + inha: mesinha, mestr-e + a: mestra; b) crase: laranj-a + al: laranjal, carinh-o + oso: carinhoso; c) ditongação: azul + es: azuis, sal + es: sais (cai a consoante “-l” do radical e a vogal temática “-e” transforma-se na semivogal “-i”). A vogal temática temáti ca do verbo será estudada estuda da mais exaustivament exaust ivamentee na próxima disciplina, ou seja, em Língua Portuguesa II.
FLEXÕES NOMINAIS Desinência de gênero (DG) A flexão de gênero se dá pelo acréscimo do morfema aditivo sufixal, ou seja, acrescentando-se ao radical a desinência do gênero feminino um “a”. O “a” átono final só é marca de gênero quando se opõe à forma masculina correspondente sem essa marca. Exemplos: Ele / Ela DG pato cantor mestre
pata cantora mestra
}
DG
DESINÊNCIA DE NÚMERO (DN) O número dos nomes variáveis (substantivos, artigos, numerais, adjetivos e pronomes) é determinado pela presença do morfema de plural “s”. O singular caracteriza-se pela ausência dessa marca. Exemplo: casa s (substantivo plural) / casa (substantivo (substantivo singular) os (plural ) belos (plural) primeiros ( plural) 26
o (singular) ar artigo belo ( singular) adjetivo primeiro ( singular ) numeral
A estrutura da palavra
CONCLUSÃO
Aula
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Você Você observou como os vocábulos formais da nossa língua se constituem? A partir da base ou do radical, podemos formar for mar muitas outras pala vras e, nesse aspecto, por ser tão variável e dinâmica, a língua vai ampliando seu léxico, criando novas estruturas.
RESUMO Como você percebeu, a língua é uma estrutura, um todo organizado em partes. O vocábulo formal ou mórfico, que também chamamos de palavra, é formado de unidades mínimas carregadas de significado, os morfemas. São os (prefixos radicais, os afixos e sufixos), as desinências de gênero e número e as vogais temáticas nominais; isso porque só estamos nos referindo aos nomes (substantivo, adjetivo, pronome e artigo). Há palavras que só têm o radical. Ex.: cajá, flor, tatu , dá entre entre outras. Há vocábulos como mais de um elemento, como: sol ar, ar, / cafe cafe zal, zal, / menin menin a Rd
S
Rd
S
s.
Rd DG DN
Assim, Assim, a palavr palavraa pode pode se flexio flexionar nar,, atravé atravéss de desinê desinênci ncias as de gênero gênero e número ou se expandir, criando vocábulos pelo acréscimo de prefixos e sufixos.
ATIVIDADES ATIV IDADES 1. Você poderia listar palavras constituídas de vários morfemas? (Cite dez exemplos, separando os morfemas e, em seguida, denominando-os). 2. Cite dez exemplos de palavras compostas de dois ou mais radicais. 3. Por que a Linguística considera são (verbo) e são (adjetivo) palavras diferentes? 4. Por que os vocábulos porta e portas são uma só palavra?
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Língua Portuguesa I
COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES 1. Para responder à primeira questão, encontre palavras que tenham mais de um elemento mórfico. Exemplos: cam - a, in -feliz, -f eliz, leal dad e Rd VTN P
Rd
Rd
S
VTN
2. Encontramos na língua portuguesa muitas palavras compostas, a exemplo de sem-terra, lança-perfume, camisa-dez . Agora escolha você os exemplos que pedimos acima. 3. Cada palavra tem o seu significado, significado, segundo o contexto linguístico em que se insere. Para termos a mesma palavra, não podemos ter sentidos diferentes. 4. Na formação do plural, há uma idéia de acréscimo no sentido quantitativo, permanecendo inalterada a significação básica da palavra.
REFERÊNCIAS CÂMARA Jr., J. Mattoso. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Vozes, 1970. 1970 . ZANOTO, Nomélio. Estrutura mórfica da Língua Portuguesa. Caxias do Sul: EDUCS, 1986.
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Aula MORFEMAS DA LÍNGUA PORTUGUESA
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META Explicar a classificação dos morfemas da língua portuguesa quanto ao significado e quanto ao significante.
OBJETIVOS Ao final f inal desta de sta aula au la o aluno deverá: Classificar os morfemas da língua portuguesa quanto ao significado e quanto ao significante.
PRÉ-REQUISITOS Conhecer os princípios básicos da Morfologia.
(Fonte: http://2.bp.blogspot.com).
Língua Portuguesa I
INTRODUÇÃO Nas aulas anteriores, vimos alguns princípios básicos da Morfologia. Continuaremos a explicar o que estuda essa ciência, para não perdermos o rumo, nesta incrível aventura pelo mundo das palavras, da sua constituição através de formas (morfes) e do significado que estabelecem (morfemas). Nesta unidade, estamos na área dos morfemas, ou seja, das unidades mínimas significativas a que pode chegar a divisão do vocábulo. Interessa à Morfologia a palavra ou o que está aquém da palavra. Por exemplo, em “voz” só há o morfema radical, pois é um vocábulo indivisível, como “mar”, “café”, “cajá”, “sapoti”, “sol”. Por falar em “sol”, você já pensou como o “o” aberto lembra o que nos transmite esta pala vra? Ela irradia luz, lu z, alegria, calor e não caberia a esta idéia o som de “u” ou “ô”, que acha? Vamos adiante adiant e e, à medida que lemos, avançamos, aprendemos aprend emos a gostar desta disciplina, por conhecermos um pouco mais do critério de análise linguística que é mórfico ou morfológico.
(Fonte: http://images.google.com.br).
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Morfemas da língua portuguesa
CLASSIFICAÇÃO DOS MORFEMAS
Aula
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Os morfemas da língua portuguesa podem ser classificados sob diferentes critérios. Tomamos o critério funcional, para caracterizá-los quanto ao significado e, em seguida, usaremos o critério formal no sentido de fazermos uma classificação dos morfemas quanto ao significante.
MORFEMAS QUANTO AO SIGNIFICADO Esse critério de análise funcional observa o sentido dos morfemas e as funções que exercem na palavra. Há morfemas lexicais, que são os radicais; como vimos na aula anterior, eles contêm a significação básica do vocábulo. Há palavras que só têm 1 morfema lexical; cajá, por exemplo, pois o radical é indivisível; então só há função fun ção lexical. Existem outras que têm morfema lexical e morfemas gramaticais. Por exemplo, em “cafezinho” cafe + zinh + o, o morfema lexical é cafe e os demais, zinh e o são gramaticais, pois acrescentam idéias ao radical e existem em função dele. Considerando Considerando lexical lexical = radical, os gramaticais gramaticais podem podem ser os outros morfemas. Os morfemas gramaticais são: a) Flexionais – as desinências verbais (DMT e DNP) e as nominais (DG e DN) b) Derivacionais (os afixos) prefixos e sufixos c) Classificatórios (vogais temáticas nominais vogais temáticas verbais)
MORFEMAS FLEXIONAIS As desinências d esinências verbais ver bais e nominais são flexões; fazem parte do sistema fechado e não formam palavras novas. As desinências verbais são de modo e tempo (DMT) e número-pessoa (DNP). Não nos deteremos no estudo do verbo nessa disciplina, mas dá para se perceber que há uma possibilidade e constância nos tempos, modos, bem como em se tratando do número e da pessoa verbal. Exemplos: 1. am – lexical a – gramatical classificatório va – gramatical flexional mos – gramatical flexional Há morfemas flexionais nos nomes (substantivos e adjetivos) e pronomes: 2. garot – lexical inh – gramatical derivacional (sufixo) 31
Língua Portuguesa I
a – gramatical flexional (DG) s – gramatical flexional (DN) 3. lind-a – DG lind-a-s – DN DN 4. el-a – DG el-a-s – DN
MORFEMAS DERIVACIONAIS Os afixos (prefixos e sufixos) formam palavras novas; são criações dos falantes e se abrem à possibilidade de recriação, com o surgimento de neologismos, pois são abertos, imprevisíveis. Vamos encontrá-los atrelados ao radical (lexical), passando informações gramaticais, internas. Todos esses morfemas têm um sentido e uma função.
MORFEMAS CLASSIFICATÓRIOS Esses morfemas inserem a palavra num grupo (nomes ou verbos) e são vogais temáticas, ou seja, de uso constante. Ex: Ele cas-a- rá rá VTN (1ª conjugação)
A cas-a VTN (vocábulo paroxítono terminado em “a” átono final)
ATIVIDADES ATIV IDADES Classifique os morfemas quanto ao significado: (MODELO) amorosa: am - or os L
gram. deriv. deriv.
gram. deriv. deriv. gram. flexional
1. infeliz = in+ feliz 2. deslealdade = des +leal+ dad+e 3. solar = sol +ar 4. café = café 5. mesas = mes + a + s 6. corríamos = corr + i(a) + mos 7. simpática = sim+ pat + ic + a 8. estável = est + á + vel 9. cordinha = cord + inh + a 10. refizéssemos = re +fiz + é +sse + mos
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a
Morfemas da língua portuguesa
Todas Todas as unidades unidad es mínimas acima passam informações infor mações ao radical radi cal (lexical) e têm função gramatical , isto é, interna. Você Você deve estar-se estar- se perguntand pergu ntandoo qual é o objetivo objet ivo do estudo estu do dos morfemas. É claro que nesse curso temos de aprender os mecanismos de funcionamento da língua para tentarmos entender “as mil faces secretas” da palavra, peça fundamental da área de conhecimento que abraçamos.
Aula
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MORFEMAS QUANTO AO SIGNIFICANTE Sob o aspecto formal, veremos como se classificam os morfemas. Nesse caso, interessam, mais os traços distintivos do morfema. Classificam-se em aditivos, subtrativos, zero, alternativos, cumulativos, descontínuos, portmanteau , de ordem ou posição. 1. Aditivos: São morfemas que se acrescentam ao radical. Exemplo: filh + ot + e ( 2 morfemas aditivos) Rd aditivo aditivo des- nivel + a + ment- o (4 aditivos) aditivo rd aditivo aditivo aditivo 2. Subtrativo: Morfema encontrado pela ausência da marca ocorrida por subtração. Exemplos: réu – ré / órfão – órfã 3. Zero: Este morfema só existe em comparação. Por exemplo: a) casa 0 (sem número) casa s b) bel+o+0 (sem desinência de gênero) bel+0+a (sem vogal temática) c) am+a+va+mos am+ a+ va+ 0 (zero) 4. Alternativos: São morfemas que indicam alternâncias: a) de pessoa: fiz (eu) – fez (ele/ ela) b) de gênero: avô – avó c) de tempo: pode – pôde 5. Descontínuo: esse tipo de morfema aparece na língua portuguesa com verbos no futuro do presente e no futuro futur o do pretérito, pr etérito, em mesóclise. Exemplos: vender-te-ia comprar-te-ei Como observamos, houve uma ruptura ou quebra de continuidade. 33
Língua Portuguesa I
s ais No francês “ne pas ” = não. Ocorre nas frases negativas. Ex: Je ne sais pas = = Eu não sei. 6. Cumulativos: Esses morfemas acumulam noções de modo e tempo e número –pessoa. Só ocorrem nas formas verbais e não podem ser separados. Ex: falá va mos
DMT DNP
canta re is DMT DNP
7. Reduplicativos: Nesse caso, o radical é repetido, podendo ocorrer alterações de sentido, que seja leve ou profunda. Ex: tinga= branco (tupi) Titinga = mancha branca Outros exemplos: Zezé/ Dudu/ dodói/ bombom 8. De ordem ou posição: Morfema que altera o sentido na maioria das vezes. Conta certa/ certa conta Homem grande/ grande homem 9. Portmanteau: Também chamado de palavra de valise, por começar mais de um vocábulo. Ex: nestas=( em+ est+ a+ s) daquilo=( de+ aquilo)
CONCLUSÃO O estudo de morfemas engloba tanto a análise de aspectos funcionais, isto é, a sua classificação quanto ao significado, como a análise de aspectos formais, que é a classificação dos morfemas quanto ao significante, para uma melhor compreensão desse campo da Morfologia. Além disso, disso, foi pertinente no que diz respeito às formas for mas (significantes) de um mesmo morfema (significação), ou seja, os dois do is juntos num só estudo.
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Morfemas da língua portuguesa
RESUMO
Aula
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Esta aula visa à apresentação dos tipos de morfemas e sua classificação. Sabemos que podem ser vistos sob o critério funcional, sendo lexicais (radicais) e gramaticais (demais morfemas). Estes, por sua vez, classificam-se em flexionais (DMT, DNP, DG e DN), derivacionais (prefixos e sufixos) e classificatórios (vogais temáticas nominais e verbais) cada um com sua função, de acrescentar aspectos gramaticais à base ou radical. Apre Ap rese sent ntam amos os aind ai ndaa os tipo ti poss de morf mo rfem emaa quan qu anto to ao sign si gnif ific ican ante te enfatizando os aspectos formais dos morfemas. São nove tipo: aditivos, subtrativos, zero, alternativos, cumulativos, portmanteau, de ordem ou posição, reduplicativos e descontínuo.
ATIVIDADES ATIV IDADES 1. Classifique os morfemas abaixo quanto ao significado a) tesouraria – tesour- ari-a b) deslizaríamos – desliz- a- ria- mos c) cordel –cord - el d) forró – forró (indivisível) e) capacidade – capaci- dad-e f) imperatriz –imper (a) - triz g) chapeleiro – chapel - eir -o h) rata – rat- a 2. Classifique os morfemas quanto ao significante a) daqu daqueele (de (de+a +aqu queele) _______ __ ______ ______ _______ ______ ______ _______ ______ ______ b) vovó ________________________________ c) maçã / maçãs ________________________________ _________________________ _______ d) avó/ avô ________________________________ e) falar-te-ei ________________________________ f) ga garot+ad+a ________________________________ g) gel+a+deir –a ________________________________ h) órfão / órfã ________________________________ i) feliz / infeliz ________________________________ j) corr+e+sse+mos ________________________________ k) professor_- / professor a _________________________ ________________________________ _______ l) neste (em+este) ________________________________ m) dodói ________________________________
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Língua Portuguesa I
COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Abaixo você verá exemplos com as respostas. Na primeira questão, temos de classificar os morfemas quanto ao significado. Por Por exemplo, exemplo, na palavra cafezinho há três morfemas: cafe – zinh - o cafe: lexical zinho: gramatical derivacional sufixo o: gramatical classificatório vogal temática nominal O vocábulo anim-a-çã-o, por exemplo, tem quatro morfemas que se classificam: anim – lexical a – gramatical classificatório (vogal de ligação) çã – gramatical derivacional (afixos ) Na segunda questão, temos a classificação dos morfemas quanto ao significante. Tomemos Tomemos como exemplo as questões questõ es abaixo com as respostas: 1. dir-te-ei – descontínuo Ocorre a mesóclise 2. corre-corre – reduplicativo i 3. cantarei – cant + a + re + Aditivo cumulativo cumulativo aditivo aditivo
BIBLIOGRAFIA KEHDI, Valter. Morfemas do português . São Paulo, Ática, 1987. SADMAN, SADMAN, Antonio José. Morfologia Geral. São Paulo. Contexto, 1991. ZANOTO, Normélio. Estrutura mórfica da língua portuguesa . Caxias do Sul, EDUCS, 1986.
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Aula
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SEGMENTAÇÃO DE MORFEMAS E ALOMORFIAS META Demonstrar a segmentação do vocábulo mórfico em morfemas. Apresentar Apresent ar alomorfes da língua portugue portuguesa. sa.
OBJETIVOS Ao final f inal desta de sta aula au la o aluno deverá: depreender os diversos tipos de morfemas, a partir da segmentação dos vocábulos do léxico; reconhecer a ocorrência da alomorfia.
PRÉ-REQUISITOS Conhecer os princípios básicos da Morfologia.
(Fonte: http://www.gettyimages.com). http://www.gettyimages.com).
Língua Portuguesa I
INTRODUÇÃO Nas aulas anteriores estudamos os morfemas e sua classificação quanto à função e à forma. Como depreender morfemas? Eis a pergunta. Você já estudou sílaba, claro. Agora é bem diferente porque as unidades menores em que pode ser dividida a palavra têm de carregar car regar um sentido. Por exemplo, em “leite” temos 2 morfemas: leit = rd e e = vogal temática nominal. O elemento 1 ( leit leit ) ) comporta a significação básica, que pode ser até extralinguística, isto é, o radical me permite per mite pensar no leite ou até desenhálo. Já a vogal temática, neste caso, bem como outros morfemas gramaticais encontrados em outras palavras, só têm sentido quando atreladas ao radical de que dependem. Nesta aula, meu caro, você verá exemplos de segmentação, algo que se vai tornando familiar ao aluno. Pouco a pouco não sentirá dificuldades para segmentar vocábulos, principalmente se tiver o hábito de exercitar tal atividade. A outra parte da aula é sobre alomorfia, um fato linguístico bastante comum na nossa língua. Os alomorfes são formas diferentes de se dizer a mesma coisa, a partir das mudanças morfofonêmicas (na forma e no som), muito recorrentes no nosso léxico.
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Segmentação de morfemas e alomorfias
A SEGMENT SEGMENTAÇÃO AÇÃO DO VOCÁB VOCÁBULO ULO MÓRFICO
Aula
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Veja bem, be m, agor ag oraa vamo va moss apre ap rend nder er a segm se gmen enta tarr o vocá vo cábu bulo lo em morfemas. Para depreendê-los, partimos de um princípio que se chama “comutação”. Isto consiste na substituição, na troca de morfemas a partir de uma base comum ou radical. Por exemplo, temos os radicais “ferr” e “pedr”. Veja as distinções, as diferenças de um para outro morfema depreendido formando outras palavras. eir-o é- o ferr agem ad-ur-a os- o inh- o ad-a eir-o eir-a pedr egul gulh-o h-o egos-o a o eo petr ific-a-r óle-o Conforme você pode observar, a partir da unidade mínima radical podemos formar outras palavras dele derivadas. E assim depreendemos morfemas. Fique atento a alguns exemplos de segmentação do vocábulo: 1. brasileiro = brasil – eir – o 2. fórceps = fórceps (indivisível) 3. durex = dur- ex 4. indivisível = in- divis- í- vel 5. mares = mar- e- s 6. molecada = molec- ad- a 7. cemitério = cemit- éri- o 8. flautim = flautim 9. riacho = ri- ach-o 10. borracharia = borrach-ari-a 11. filhote = filh-ot-e 12. falaste = fal-a-ste 39
Língua Portuguesa I
13. improvável = im-prov-á-vel 14. alvoroço =alvoroç-o 15. amei = am-e-i 16. amaríamos = am- a- ría- mos 17. freguesia = fregues- i – a 18. marquesa = marqu- esa 19. terrestre = terr- e- str-e 20. aquático= aqu-at-ic-o 21. farol= farol 22. maléfico= mal- ef- ic-o 23. informação = inform-a-çã-o 24. emparedado= em- pared- ad- o 25. escritora= escrit-or-a 26. ator = at-or 27. atriz= at-riz 28. imperatriz= imper(a)-triz 29. condessa= cond-essa 30. cafeína=café-ína 31. solúvel= solú-vel 32. espelhinho= espelh-inh-o 33. organizar= organ-iz-a-r 34. menininha= menin-inh-a 35. leoa= leo-a 36. padaria= pad-ari-a 37. réu= ré-u 38. cantávamos= cant-á-va-mos 39. leite= leit-e 40. pata (fem.)= pat-a 41. charmoso= charm- os -o 42. falaste= fal-a-ste 43. cafeteira= cafe-teir-a 44. cipó = cipó 45. lápis= lápis 46. rapidez= rapid-ez 47. mesa= mes-a 48. formosa= form-os-a 49. conduzir= con-duz-i-r 50. doçura= doç-ur-a A segmentação feita pelos linguistas considera a vogal temática nominal (VTN), como vimos nos exemplos acima. Já a NGB não separa a vogal temática t emática nominal, desconsiderando-a. Se fizermos um paralelo, par alelo, teremos, por exemplo: 40
Segmentação de morfemas e alomorfias
NGB c am a ( i n d i v i s í v e l ) delici-oso (sufixo) ferv-ura (s (sufixo) pau-l - ada
Ling üíst ica cam– (VTN) (VTN) delici-os-o (VTN) fer v-ur-a (VTN) paul -ad-ad-a (VTN) (VTN)
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a
consoante de ligação
cafe- t - eira (sufixo) rd rd
Aula
cons. de ligação
rd cafe - teir - a (VTN) (VTN) rd s
Outros elementos não considerados na análise morfológica pela Linguística são as vogais e consoantes de ligação, por não terem significação. São utilizados por motivação fonológica. Você observou bem? É preciso estudar os afixos para segmentar vocábulos. Exemplo: a) gas|ômetro rd
2 vogais de ligação (NGB)
b) gas – – incorporado ao radical, gerando alomorfia (lingüística) o
rd
ALOMORFES DO LÉXICO PORTUGUÊS Vamos Vamos falar agora de alomorfes. Você Você deve estar pensando a respeito desse nome. Pois bem, digo-lhe que não é difícil saber sua significação. É uma palavra composta de origem grega: “alo”= outras e “morfes” = = formas. São diferentes formas para um mesmo morfema. Na língua portuguesa há milhares de ocorrências de alomorfia, pois em qualquer parte da palavra ela acontece, com bastante frequência, sem que o falante se dê conta das alterações na forma de muitos morfemas, pois são empregadas automaticamente. Sabemos que morfemas são abstratos, significados que se concretizam pelos morfes, ou seja, significantes. Então, ao usarmos palavras com alomorfes de radical, por exemplo, pedr e pedr e petr; petr; romp e romp e rupt, rupt, não percebemos que são apenas diferenças na forma, pois o conteúdo é igual. Ex: pedr|a pedr|a e pétr|eo pétr|eo / romper romper e ruptura ruptura Os alomorfes são encontrados na análise morfológica, partindo-se de três condições: Pedreo e petra
a) Um não pode ocupar o lugar do outro; Ex: Não posso dizer pedr|eo, pedr|eo, nem petr|a
São formas inaceitáveis.
b) Devem ser da mesma família; os sinônimos não são exemplos de alomorfias, pois as famílias dos morfes são diferentes. 41
Língua Portuguesa I
Ex: branco e têm a mesma significação, mas não são alomorfes. branco e alvo alvo têm c) Os alomorfes têm de apresentar uma diferença, nem que seja mínima, na cadeia sonora. Ex: 1. inábil alomorfias de prefixo inábil inf infeliz [i n a b i w] [iN f e l i s] 2. anda anda va > alomorfia de vogal temática ande andei > alomorfia de vogal temática No primeiro exemplo, percebemos que não há diferença quanto à grafia, no entanto, os prefixos têm pronúncias diferentes (“n” articulado em inábil e “n” não pronunciado em infeliz) constituindo-se alomorfes, pois são formas diferentes para a mesma idéia, ou morfema. Exemplos de alomorfias:
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Segmentação de morfemas e alomorfias
CONCLUSÃO
Aula
5
A segmentação é, portanto, um recurso para o reconhecimento das partes que compõem o vocábulo e de sua significação, para a estrutura e formação das palavras. Faz-se ainda necessário compreender a alomorfia como algo inerente à língua, sua evolução e dinâmica. As alterações ocorridas foram geradas por sucessivas acomodações às regras internas do próprio sistema lingüístico ou às criações dos falantes.
RESUMO Esta aula trata de segmentação dos vocábulos em morfemas lexicais (rd), flexionais (desinências), derivacionais derivacionais (afixos) e classificatórios (vogais temáticas), ou seja, apresenta a decomposição dos vocábulos em unidades mínimas significativas, levando o aluno à compreensão da estrutura das palavras. Ainda discorremos sobre alomorfes, que são formas diferentes de um mesmo morfema, por exemplo leit-e leit-e / láct láct - e-a. Há na nossa língua centenas de casos de alomorfia, que ocorrem não só no radical, mas também em outros morfemas que compõem a palavra.
ATIVIDADES ATIV IDADES 1. Verifique os alomorfes abaixo e indique em que tipo de morfema se encontram: a) pede ( ) peço b) geladeira ( ) cafeteira c) trouxestes ( ) trouxerdes d) corr i a ( ) corr i e is 2. Segmente os vocábulos abaixo, quando possível: a) amoroso: b) estudavam: c) florzinha: d) mares: e) sol: f) inseparável: g) pata:
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h) quando: i) angelical: j) caderneta: k) bicudo: l) arborizado: m) mangueira: n) frutífera: o) alcoólica: p) lapiseira: q) lual: r) ensolarado: s) ruptura: t) nupcial: u) decapitar: v) recompor: w) corríamos: x) gorducha: y) encadernação: z) mirante: aa) invencível: bb) joguinho: cc) mensalidade: dd) teimosia: 3. Veja os pares abaixo; indique sim ou não nos parênteses ao lado, em relação à ocorrência de alomorfia. a) ( ) arborizado / ár vore b) ( ) mensalidade / mesada c) ( ) canta re i / cant a rá s d) ( ) milharal / cafezal e) ( ) ne n egro / nigérrimo f) ( ) infeliz / impossível
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Segmentação de morfemas e alomorfias
COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES
Aula
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Abaixo você verá exemplos de como realizar as atividades. Na primeira questão, há pares de alomorfes, em quais morfemas? Assim você vo cê deve d eve responder: r esponder: a) le i (alomorfe (alomorfe no radical) radical) leg b) imoral (alomorfes (alomorfes no prefixo) prefixo) incapaz c) amaríamos (alomorfe de modo e tempo) amaríeis Na segunda questão, tente segmentar os vocábulos em morfemas, observando as desinências, os afixos e as vogais temáticas. Ex: azul – não se divide azulado – azul + ad + o Rd S VTN meninas – menin + a +s filhinhas – filh+ inh+ a+s gatão – ga + ã + o milharal – milh + Aral Lembre-se de que para a verificação da existência de alomorfia observa-se apenas o som e não a grafia do morfema.
REFERÊNCIAS KEHDI, Valter. Morfemas do português. português. São Paulo, Ática, 1987. SADMAN, SADMAN, Antonio José. Morfologia Geral. Geral. São Paulo. Contexto, 1991. ZANOTO, Normélio. Estrutura mórfica da língua portuguesa. portuguesa . Caxias do Sul, EDUCS, 1986.
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Aula
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CLASSES E FUNÇÕES (SUBSTANTIVO) META Explicar as relações entre as classes e as funções sintáticas; Expor a morfossintaxe do substantivo e suas funções sintáticas.
OBJETIVOS Ao final f inal desta de sta aula au la o aluno deverá: conhecer os critérios mórficos funcionais das classes gramaticais e suas funções sintáticas; distinguir o substantivo das demais classes e compreender sua função sintática.
(Fonte: http://2.bp.blogspot.com).
Língua Portuguesa I
INTRODUÇÃO Olá, meu caro aluno, estamos juntos nessa aula, cuja exposição pretende mostrar as relações entre as classes e suas funções sintáticas; esta disciplina trata de aspectos morfológicos e funcionais, observando nos critérios abordados que há uma relação muito estreita entre a Morfologia e a Sintaxe. O estudo das classes é morfológico, no entanto, as relações que essas classes estabelecem têm função sintática e facilitam a análise dos componentes da mesma frase verbal. Modernamente realizamos estudos morfossintáticos para tornar mais claras as funções exercidas pelos termos da d a oração. oração. Podemos dizer que a Morfologia é disciplina auxiliar da Sintaxe. Vamos começar a aula expondo o que são classes gramaticais.
(Fonte: http://www.ienh.com.br)
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Classes e funções (Substantivo)
CLASSES DE PALAVRAS
Aula
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Desde a Antiguidade greco-latina estudiosos e filósofos falam em classes gramaticais. Platão, filósofo grego que viveu no século IV a.C. já falava em classes principais e Aristóteles (384 a.C 322 a.C), seu discípulo, a elas se referiu na “Arte “Arte Poética”, distinguindo as duas mais importanimport antes: nome e verbo. Dizia o grande estudioso que “verbo e nome distinguem-se pela presença ou ausência de tempo. De lá para cá outros se detiveram nesse estudo e, na Baixa Idade Média, ou seja, a partir do século XI já havia oito classes: nomes, verbo, verbo, particípio, artigo, arti go, pronome, preposição, advérbio e conjugação, que deveriam ser focalizados nas gramáticas nessa sequência. Veja Veja que interessante! Em pleno século XX, Mattoso Câmara Junior (1904-1970) considera nome (substantivo e adjetivo) e verbos classes principais que se opõem, tal qual os gregos antigos consideravam. O verbo tem categorias de modo e tempo, número e pessoa acumuladas numa só forma, o que não ocorre com o substantivo. Na disciplina Língua Portuguesa II você verá com mais detalhes os estudos sintáticos relacionados ao verbo. verbo. Cabe a este programa estudar as classes de “valor estático” (Câmara Jr., 1968, p. 280) ligadas ao sujeito e abrangem atualmente substantivos e adjetivos. Agora, é preciso que você entenda que os substanti vos constituem uma classe independente dos adjetivos, pois podem ser empregados sozinhos com significado. Já os adjetivos precisam dos substantivos e a estes se juntam para especificar algo; os adjetivos são classes adjuntas, sem significado completo quando vistos isoladamente.
AFINAL, QU QUANT ANTAS AS CLASSES HÁ NA ATUALIDADE? ATU ALIDADE? A gramática gramá tica tradicional trad icional lista dez classes: artigo, arti go, adjetivo, numeral, numeral , pronome, substantivo, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Nas gramáticas oficiais são privilegiados os critérios semânticos e morfológicos para definir tais classes. Por exemplo, o substantivo é definido como uma palavra variável (critério morfológico) que nomeia os seres (critério semântico), deixando de lado o critério funcional ou sintático. Em parte, sete classes do sistema antigo foram mantidas, indo o particípio para as classes dos verbos e juntavam-se às sete classes o numeral, o adjetivo e a interjeição. Como você pode ver, é algo complexo delimitar esse campo de estudo. São várias correntes de pensamento, muitas não citadas aqui, o que nos leva a crer que existem desde os tempos antigos uma necessidade de se classificar, para organizar o estudo por traços afins, semelhantes. Todas as línguas têm classes que pertencem a 49
Língua Portuguesa I
Neologismos Palavras novas.
conjuntos ilimitados ilimitados,, abertos, como os substantivos substantivos,, por exemplo, exemplo, que aparecem em neologismos neologismos a cada dia. O significado dos substantivos diz respeito à experiência no mundo, pois são palavras cheias. Já outras, como o artigo, art igo, são mais vazias de significação e têm um número limitado, portanto, fechado ao surgimento de novos artigos. Hoje a Linguística observa outros critérios para o estudo das classes principais: nome, verbo e pronomes e das classes adjuntas: adjetivo, adjetivo, ad vérbio, artigo artig o e numeral. Há ainda classes conectivas: preposição, conjunção e pronomes relativos (conjunção pronominal). Aparece na atualidade o critério sintático ou funcional, segundo o qual há classes principais e classes marginais,ou adjuntas.
E POR FALAR EM SUBSTANTIVO... Aqui nos deteremos no estudo do substantivo, classe de palavra considerada nuclear¸ sob o critério sintático. Todo substantivo é núcleo de um grande constituinte da frase que é o sintagma nominal. Há dois sóis neste sistema de palavras da língua portuguesa: substantivo e verbo; as demais classes gravitam em função dessas duas. No entanto, deixemos o verbo e vamos falar do substantivo. substantivo. O substantivo tem sempre a função nuclear que pode estar na área do sujeito ou do predicado. Exemplo: Exemplo: Meu filho saiu cedo (filho = núcleo do sujeito). Em, “quero água gelada”, a única palavra com função substantiva é água, núcleo do objeto direto (área do predicado); mais adiante estudaremos o sujeito e o predicado. Morfologicamente, o substantivo admite flexões de gênero, número, e grau. exemplos: gatão/gata; bola/ bolas; gato/ gatinho/gatão, sendo bastante variáveis; só o verbo é mais variável do que o substantivo. Pelo processo de conversão, qualquer palavra pode ser substantivada, se lhe antepusermos um artigo. Exemplos: O não, o nada, o talvez, o ele (letra), o mas, o quando, e todos os termos do léxico. “Joãozinho perguntou se o nada era substantivo e teve como resposta um sim. ‘O nada é um ser’, disse o mestre de Português. ‘É antes um não-ser’, retrucou-lhe Joãozinho. ‘É um ser negativo’, esclareceu o professor. A esta altura seria necessário evocar o espírito de um grande filósofo para resolver um problema de Português” (Macambira, 1999, p. 35). Interessante o texto, não? Destaca a dificuldade de se conceituar o substantivo. As gramáticas tradicionais o definem como “palavra variá vel que nomeia os seres em geral”. Tal definição adota o critério morfico (variável) e o semântico (idéia), no entanto restringe, limita conceitualmente, deixa lacunas por ser muito superficial. Não há na definição o critério sintático ou funcional. 50
Classes e funções (Substantivo)
Se observarmos o substantivo sob o critério sintático, podemos afirmar que ele contrai função com todas as classes. Até mesmo com os ad vérbios de exclusão só, somente e apenas apen as existe possibilidade de relação sintático-semântica com o substantivo. Exemplos: 1. Apenas você você irá comigo comigo.. (advérbio). (advérbio). 2. Duas Duas menina meninass saí saíram ram.. (numera (numeral). l). 3. A blus blusaa rasgo rasgouu-se se.. (artig (artigo). o). 4. Meu filho filho chegou chegou.. (pro (pronom nome). e). 5. Querido Querido amigo João. João. (adjeti (adjetivo). vo). 6. Maria vai vai de carro. carro. (substantiv (substantivo). o). 7. Mari Mariaa e Jos Joséé são são casa casado doss. (conj.) (adjetivo) 8. O café com leite leite estava estava bom. bom. (artigo) (preposição) 9. Aquele Aquele menino menino é forte forte como como um touro touro.. (pronome) (adjetivo) (conj.) 10. 10. O cal caldo do de cana cana esta estava va deli delici cios osoo. (substantivo) (subst.)
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Você Você observou que não há possibilidade p ossibilidade de construção co nstrução frasal sem o substantivo, substantivo, do ponto de vista semântico? Mesmo numa frase unimembre unimembr e de oração sem sujeito, como “Chove”, há na estrutura profunda a idéia de tempo. Nesse caso, o período é constituído apenas de verbo, o que torna dispensável a presença do substantivo sob o aspecto sintático. A palavra “substantivo” vem de “substância” matéria de que é feito o ser. ser. Sem a existência do ser o que haveria? haveria? Os semanticistas semanticistas afirmam afirmam que o substantivo é mais forte do que o verbo. Este último, embora indique processo, ação estado, fenômeno, depende do ser. Já os linguistas, ao privilegiarem o critério sintático, julgam o verbo elemento mais essencial do que o substantivo, por criar a possibilidade da existência de frases sem nomes como agentes da ação verbal. Na verdade, são critérios válidos e consideráveis a partir da análise adotada. Adotaremos aqui o critério sintático, que julga o verbo elemento mais essencial do que o substantivo, por ser suficiente para constituir uma oração. Posteriormente, estudaremos as flexões de gênero e número do substantivo. O grau também será visto em enfoque especial mais adiante, no decorrer do curso.
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Língua Portuguesa I
CONCLUSÃO Vimos a importância da classificação para melhor compreensão da língua, que agrupa os elementos por traços afins. O substantivo, uma das classes principais é sempre núcleo de alguma função sintática e podemos dizer que se coloca como núcleo ao redor do qual “giram” as outras classes, excetuando o verbo, pois este concorre com o substantivo em importância para o estudo estud o da frase verbal. Podemos dizer que o substantivo e o verbo são dois sóis dessa imensa constelação de palavras.
RESUMO Nessa aula apresentamos as classes de palavras, um pouco de sua história que remonta a Antiguidade greco-romana, quando Platão e Aristóteles já falavam em nomes (substantivo) e verbos como classes classes principais. Mais adiante, gramáticos latinos expuseram sua idéias a respeito das partes do discurso, Dionísio da Trácia escreveu a primeira gramática do Ocidente Techne grammatike, cuja influência sobre as outras foi incontestável. Ele identificava oito classes: artigo, verbo, particípio, pronome, preposição, advérbio e conjunção e até a Idade Média permaneceu esta divisão. Modernamente, Pereira (1943) reconhece que o estudo das classes (taxonomia) é do domínio da Morfologia. A NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira), a partir dos anos 50, lista dez classes, seis variáveis – substantivo, adjetivo, artigo, pronome, numeral e verbo – e quatro invariáveis: advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Sabemos que o substantivo, objeto de estudo dessa disciplina, será visto como classe principal, ao lado do verbo. verbo. As duas estão no centro da significação lingüística. Interessa-nos tratar do substantivo porque é uma classe que também tem função nuclear e, mais adiante, veremos que o sujeito, importante foco de estudo dessa disciplina, tem função substanti va. Em suma, nos processos sintáticos, sintáticos, o substantivo é um dos elementos essenciais para a construção dos padrões frasais na língua portuguesa, um dos pilares sobre o qual se constrói o período.
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Classes e funções (Substantivo)
ATIVIDADES ATIV IDADES
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1. Responda ao que se pede: a) Por que é tão importante agrupar as palavras em classes? b) Quais as classes centrais da nossa língua? Justifique sua resposta. 2. Pesquise em qualquer gramática ou pela internet sobre “classes gramaticais”, exemplificando.
COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Você pode simplificar as respostas. No caso da pesquisa, indique como se relacionam as classes adjuntas com as classes principais, com quais termos contraem função sintática.
REFERÊNCIAS AZEVEDO, AZEVEDO, José Carlos de. Iniciação à Sintaxe do português. Rio português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990. BECHARA, Evanildo. Evanildo. Moderna gramática do português. São Paulo: Nacional, 1972. CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. 5 Morfossintaxe. 5 ed. São Paulo: Ática, 1985 DUARTE, Paulo Mosânio Texeira e Lima. Classes e categorias em português. português. Ceará: Edições UFC/INEP, 2000.
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Aula
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INTRODUÇÃO À SINTAXE META Expor informações básicas sobre sintaxe.
OBJETIVOS Ao final f inal desta de sta aula au la o aluno deverá: levar o aluno a compreender o que seja sintaxe de regência, de colocação e de concordância.
PRÉ-REQUISITOS Estudos básicos de sintaxe.
(Fonte: http://www.gettyimages.com). http://www.gettyimages.com).
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INTRODUÇÃO Vamos Vamos aprender um pouco de sintaxe? O que você acha desse assunto já tão discutido no nível médio? Parece algo incompreensível. Para muitos alunos, não há jeito de se armazenarem tantas informações e reter na mente as aulas vistas. No entanto, você pode compreender melhor, evitando decorar o assunto. É só entrar no mundo das relações sintagmáticas. sintaxe vem Estruturas sintáticas são estruturas da sintaxe. O termo sintaxe vem do grego antigo sýntaxis , substantivo verbal que literalmente significa ar- ranjo ou ranjo ou coloca colocação ção junto junto.. Tradicionalmente, ele se refere ao ramo da gramática que se ocupa dos meios pelos quais as palavras, com flexões apropriadas, são combinadas para mostrar conexões dentro da frase.
(Fonte: http://www.gettyimages.com).
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Introdução à Sintaxe
O QUE É SINTAXE?
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A Sintaxe é parte da gramática que estuda a combinação de palavras ou sintagmas para formar frase, bem como a função dessas palavras ou sintagmas dentro da frase. Lembremos que frase ou enunciado com sentido completo é uma unidade sócio-comunicativa mínima, ou seja, funciona satisfatoriamente na comunicação por se bastar do ponto de vista semântico-discursivo. Assim, um enunciado como ‘Socorro!’ (frase situacional) é uma frase. A frase é sempre acompanhada de uma melodia que lhe é característica, única marca que nos permite reconhecer a sequência linguística como frase, no que respeita àquelas que não apresentam verbo. Vejam mais um exemplo: ‘Que loucura!’(frase nominal). Já a oração (frase verbal) é uma estrutura linguística que pode apresentar um sujeito e um predicado. Nessa estrutura, o predicado é condição da sua existência. Vejamos o exemplo: “Joãozinho dormiu”. Nessa seqüência, ‘Joãozinho’ é o sujeito e ‘dormiu’ o predicado. Somente as orações que constituem unidades sócio-comunicativas atingem o ‘status’ de frase, pois por sabemos que há orações que não têm o sentido completo, não sendo frases. Além Al ém do enfo en foqu quee à Morf Mo rfol olog ogia ia para pa ra ente en tend nder er mos mo s os estu es tudo doss morfossintáticos, nesta disciplina nos deteremos na exposição do sujeito do período simples e nas funções sintáticas ligadas ao sujeito. Não nos cabe expor o período composto, assunto que será visto em Língua Portuguesa II.
O QUE É UM SINTAGMA? Em sentido restrito, um sintagma é uma construção que se faz no plano das estruturas sintáticas, tendo lexias (unidade de comportamento de um vocábulo, dentro de uma unidade maior) como constituintes. O elemento necessário, pressuposto para que ele se configure, é um substantivo ou um verbo; um ou outro podem articular-se ou não como elementos marginais, inclusive com outros sintagmas, de valor adjetival ou adverbial. Da articulação entre um sintagma nominal (SN) e um sintagma verbal verb al (SV) nasce a oração oraç ão “Pássaros voam ” e “Os pássaros de plumagem colorida voam sobre a lagoa do Pantanal ” a mesma oração. Segundo Hjelmeslev, a oração “é a maior unidade lingüística cuja análise pode conduzir à formação de padrões estruturais invariantes”. O conjunto desses padrões constituirá a tipologia das orações possíveis em uma língua. A oração é o tipo frasal dominante em português, ou seja, a frase verbal que aparece com mais frequência na estrutura sintática da língua portuguesa. A oração é uma unidade de nível superior, pois estabelece uma conexão sintática entre dois ou mais elementos sintáticos. Em “ Má- 57
Língua Portuguesa I
rio olha a rua” , não há apenas três elementos sintáticos, mas quatro e o quarto elemento elemento é o conjunto, conjunto, ou seja, seja, a oração. oração. Na frase: “Chove” “Chove” há um elemento no centro, sem nenhum marginal, mas a comunicação se estabeleceu porque o verbo foi um elemento suficiente, tenChove nãoo do em vista o contexto em que ele se colocou. Na oração Chove nã se deu essa conexão porque não houve uma relação de dependência entres dois elementos. Temos uma frase verbal unimembre, isto é, estruturada em um único elemento. As estr es trut utur uras as sintá sin tátitica cass em port po rtug uguê uêss pres pr essu supõ põem em um prin pr incí cípi pioo organizatório da frase. Quando as palavras se organizam em sintagmas, e estes em orações, fazem-no graças à conexão em ter um termo central (regente, subordinante) e um termo marginal (regido, subordinado). A frase nominal e a frase verbal (oração) organizamse por subordinação. Nenhuma frase se formaliza unicamente pela coordenação de seus termos; coordenam-se termos em uma frase já estruturada por subordinação. Sequências de nomes coordenados não constituem uma estrutura frasal; cada um deles é, por si, uma frase nominal unimembre. Nas relações de dependência que se estabelecem entre dois elementos desses, um é o central, o outro é o marginal. (como já dissemos no parágrafo anterior). O marginal pressupõe o central, mas o inverso não é verdadeiro. Pode-se dizer que, na sílaba, a consoante pressupõe a vogal; no vocáb voc ábul ulo, o, afixos afi xos pres pr essu supõ põem em um radi ra dica cal;l; no sint si ntag agma ma nomi no mina nal,l, o artigo e o adjetivo pressupõem um substantivo; na oração, o pressuposto é o verbo, elemento central com que se articulam os demais, imediata ou mediatamente. Muitas de nossas gramáticas, certamente orientadas pela NGB, NGB, que é o roteiro oficial, não se aproximam as noções de regência e subordinação, subordina ção, só mencionado esta última quando vão vã o trat t ratar ar do perí pe ríod odoo com c ompo post sto. o. A gra g ramát mátic icaa trad tr adic icio iona nall pro p ropõ põee uma u ma divisão da sintaxe, colocando os seguintes aspectos como subdivisão do fenômeno sintaxe: a) de concordância b) de regência c) de colocação A NGB não esclarece a relação hierárquica que há h á entre eles; já Flá via Carone explica a seguinte ordem para mecanismos sintáticos, pelo nível de importância: Regência – Regência – é a própria alma da sintaxe, pois diz respeito às relações de dependência entre as partes. Colocação – Colocação – é apenas um dos procedimentos gramaticais de que se vale a língua para estabelecer a regência. Concordância – – é o ocasional reforço morfológico de uma relação sintática. 58
Introdução à Sintaxe
A REGÊNCIA
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A regência, vista num num primeiro aspecto, consiste na subordinação pela preposição, de um substantivo a outro (regência nominal) e na relação subordinada pela preposição, de um complemento ao verbo (regência verbal). Como sabemos, a eliminação dos casos nominais latinos, em romance, deu ao uso das preposições uma relevância fundamental como instrumento sintático. A regência nominal pode ser vista, em muitos casos, entre um adjeti vo e um substantivo ou palavra palavr a com “valor de d e substantivo”. Vários tipos de preposições podem ser usadas nestas construções sintáticas, a depender do termo regente: - Ele é natural de Alagoas de Alagoas - A fome é nociva ao talento ao talento humano - Os poderosos não têm respeito ao (para com o , com) o trabalho do proletário. - O menino estava curioso de (por) folhear (por) folhear os diversos livros. Na regência verbal, as preposições essenciais (a, para, em, de por, com, etc.) associam-se a determinados verbos para a eles subordinarem os complementos básicos que necessariamente os acompanham. Assim, os complementos, com exceção do objeto direto e de algumas circunstâncias adverbiais, caracterizam-se por uma preposição, cuja significação grag ramatical com eles se combina de modo especial. É costume dizer que um verbo pode exigir uma dada preposição, mas o que há na realidade é aparecimento sistemático de certo tipo de complemento com determinado verbo. verbo. E, por sua vez, o tipo de complemento condiciona a escolha da preposição a na regência do complemento do verbo aspirar . Do mesmo modo, o verbo incorporar pode pode ter um complemento com a preposição em (lugar), (lugar), a (direção) ou com com (associação) (associação).. Às vezes – é certo – trata-se trata-se de uma “servidão gramatical” na fase atual da língua. Assim, o complemento de gostar de gostar é é com a preposição de, em virtude da significação primeira do verbo (tomar (to mar o gosto ou sabor). Quando o complemento era “partitivo” (ie) indicava a pequena porção que era destacada para aquele fim. É claro que a significação gramatical das preposições abrange necessariamente o plano fundamental locativo, e o das relações dele derivado. Neste último se acha a significação de referência da preposição a (que está ligada a sua função no objeto indireto), o de finalidade da preposição para a, a de meio da preposição por, e assim por diante. A interde interdepend pendênc ência ia entre o nível nível abstrat abstratoo das signific significaçõ ações es gramatica gramaticais is das preposições e o nível da expressão locativa é bem ilustrada com a regência para indicar o agente na frase nominal dita “passiva”, que, como sabemos, resulta da transposição de uma frase verbal, em que o objeto direto passa a sujeito paciente. Era a preposição de que regia o complemento de agente na fase arcaica da língua e esse uso persiste esporadicamente na língua literária: 59
Língua Portuguesa I
“Quem de muitos é temido, a muitos teme.” Na fase clássica começa pela preposição por: Este menino é amado por todos. Observada sob um segundo prisma, a regência se estabelece no nível sintático, numa relação segundo o qual constituinte incluídos em unidades maiores se relacionam assimetricamente. A idéia é que um constituinte determina, de alguma maneira, a forma do outro. Em português, posujeito e o verbo, por exemplo, ou entre os demos ver este fenômeno entre o sujeito e constituintes de um sintagma nominal. A regência também, se manifesta sob a forma de concordância e de aparecimento dos pronomes oblíquos. Assim, diz-se que o verbo concorda concord a com o sujeito, sujeit o, ou seja, o sujeito determinaria a foram do verbo. Podemos encaixar o fenômeno de concordância dentro de uma categoria gral de “regência” entendida como uma classe de fenômenos de vinculação entre os termos particulares de estruturas. O caso da ocorrência de pronomes oblíquos, como em: -Romeu comeu a melancia O. D. Consequência diretamente visível de uma função sintática. -Romeu comeu-a. Neste caso, parece ser um fenômeno mais complexo que o da concordância, porque não são tão claros quais os termos vinculados: objeto direto será uma relação entre en tre um sintagma nominal e o verbo da oração, ou antes, entre um sintagma nominal e o todo da oração? Conforme analisamos, parece-nos que as estruturas sintáticas estão em função da regência, fator principal das relações sintáticas.
A CONCORDÂNCIA Dissemos que a concordância é um ocasional reforço morfológ ico de um processo sintático, em uma relação que existiria sem ele. Quando alguém fala ou escreve: nóis tá bem ou nóis ta mior , não se deixou de estabelecer uma relação sintática, embora não tenha ocorrido concordância entre os termos do sintagma oracional. O emissor conseguir se comunicar, utilizando a língua popular, sem deixar de lado a ordem, ou seja, o mecanismo sintático de colocação. E houve uma relação de subordinação com o sujeito nóis , termo regente, e o predicado tá mior , termos regidos. No caso da coordenação de dois ou mais substantivos, cria-se um problema para se associar a todos eles um dado adjetivo, como já tratamos anteriormente: A anteriormente: A e amizade amizade verdadeira verdadeira . Para expressões como essa, a língua 60
Introdução à Sintaxe
criou alternativa de uma concordância global, com o objetivo no plural masculino, usado bastante na língua literária: amor e amizade verdadeiros . A concordância verbal é em português o mecanismo sintático fundamental para a indicação de um substantivo sujeito: Pedro e Joaquim chega- ram . Caso inventarmos a posição a posição do predicado podemos dizer: Chegou Pedro e Joaquim – – verbo anteposto concorda com o mais próximo.
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A COLOCAÇÃO É o terceiro mecanismo sintático para relacionar os constituintes em relação uns aos outros. Esse mecanismo não existia no latim, pois a colocação era inteiramente livre, do ponto de vista gramatical. Havia naturalmente colocações mais usuais, mas que em nada concorriam para a depreensão do significado frasal. Em português, a colocação não se fixou rigidamente (como ocorreu na língua francesa), mas já figura como um mecanismo sintático, embora um tanto precário. Há um princípio básico que consiste em atribuir ao último termo do enunciado o máximo valor informativo infor mativo.. Podemos observar diferentes sentidos informativos para uma mesma frase ao se alterar a colocação: - Eu saio às três horas . – (A que horas?) saio. – (O que eu faço às três horas?) - Às três horas eu saio. trê s horas saio eu . – (Quem sai às três horas?) - Às três É esse o processo que está imanente na colocação para o adjetivo e substantivo no grupo nominal. Tanto é possível a anteposição do adjeti vo ao substantivo, substantivo, quanto a sua posposição. A posposição é uma pauta fundamental, porque a função do adjetivo é acrescentar uma nova informação a respeito do substantivo. É essencialmente um elemento descriti vo, vo, suplementar para a informação contida no substantivo. substantivo. - Amigo fiel / Fiel amigo A posposição é um dado importante, impor tante, porque dela resulta uma estruestr utura sintática muito nítida, principalmente quando há dois nomes em sequência, como determinado (substantivo) e determinante(adjetivo) determinante(adjet ivo) e nenhum deles tem marca formal ou semântica de adjetivo, neste caso a colocação do adjetivo é em segundo lugar: - Amigo urso. (amigo urso. (amigo ingrato) Urso amig amigoo. (urso companheiro) - Urso
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Vimo Vi moss que qu e a ante an tepo posi siçã çãoo do adje ad jetitivo vo é possí po ssíve vell como co mo recu re curs rsoo estilístico, pois está condicionada à alteração da sua carga informativa. Em outros termos, a posposição do adjetivo é essencialmente denotativo; isso contrasta com a predominância de uma conotação, mas ou menos forte, que a anteposição anteposição do do adjetivo implica. Compreende-se que os adjetivos de predicados de fácil repercussão conotativa são indiferentes i ndiferentes quanto à colocação. - Eu sou feliz. - Feliz eu sou . (mais enfático).
CONCLUSÃO A sintaxe é uma área de estudo também importante para a produção de texto; a organização da estrutura frasal em processos sintáticos, lógicos e ajustados à regência, colocação e concordância exigidas permite a elaboração de textos coerentes e coesos. A compreensão de processos sintáticos possibilita ainda a interpretação correta das ideias transmitidas pelo texto e um melhor conhecimento da relação que as palavras estabelecem e suas funções no grupo em que se inserem.
RESUMO Esta aula trata da sintaxe, definindo-a como área de estudo da língua que se ocupa das funções que uma palavra ou expressão exerce no grupo de que faz parte, além de apresentar divisões da sintaxe. Vimos que em regência, colocação e concordância são mecanismos sintáticos, sendo a regência a alma da sintaxe, pois estabelece um princípio de subordinação subordinação entre pares, que é a base da comunicação linguística. A sintaxe de colocação pode alterar sentidos ou ainda tornar o texto mais claro ou enfático. O terceiro e último aspecto é a concordância, concordância, pois sua ausência não desorganiza a frase; apenas deixa de estabelecer a harmonia necessária para dar elegância ao enunciado. Outro assunto abordado na aula é a importância do sintagma, por ser constituinte básico da oração; esta é vista como unidade de comunicação que contém verbo (SV) associado a um substantivo ou palavra de função substantiva (SN). Logo, entendemos que o elemento principal para o estudo da sintaxe é a frase verbal a que chamamos de período.
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Introdução à Sintaxe
ATIVIDADES ATIV IDADES
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1.O que você entendeu por sintaxe? Cite as divisões da sintaxe na gramática e a ordem de importância segundo a linguística. 2. Explique o que é sintagma nominal e exemplifique numa frase. 3. Por Por que numa oração não pode faltar o sintagma verbal?
COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Leia o texto da aula e pesquise em gramática o que seja regência, colocação e concordância. Sobre o sintagma nominal, lembramos que o nome é substantivo, e todo sintagma nominal tem como núcleo um substantivo. Uma frase pode ter vários sintagmas nominais. Para a terceira questão, qu estão, observe obser ve o verbo, como núcleo do SV S V, elemento nuclear, básico da oração; o verbo se associa ao substantivo (SN) para com ele constituir uma frase. Sem o verbo não há oração, a não ser que ele esteja elíptico (escondido) e possa ser retomado facilmente.
REFERÊNCIAS AZEVEDO, AZEVEDO, José Carlos de. Iniciação à Sintaxe do português. Rio português. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990. BECHARA, Evanildo. Evanildo. Moderna gramática do português. São Paulo: Nacional, 1972. CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. 5 Morfossintaxe. 5 ed. São Paulo: Ática, 1985. KURRY, KURRY, Adriano Adr iano da d a Gama. Novas lições de análise sintática. sintática. São Paulo: Ática, 1985. Série Fundamentos. PERINI. Gramática descritiva do português. São Paulo: Ática 1986.
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SUJEITO META Conceituar SUJEITO e apresentar suas possibilidades de manifestação, na ótica sintagmática.
OBJETIVOS Ao final f inal desta de sta aula au la o aluno deverá: reconhecer seqüências lingüísticas na função de sujeito; analisar as estruturas da língua no papel de sujeito; distinguir os diversos tipos de sujeito, segundo a NGB.
PRÉ-REQUISITOS Aula sobre sintaxe.
(Fonte: http://www.gettyimages.com). http://www.gettyimages.com).
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INTRODUÇÃO Prezado aluno, nesse momento do curso, convido-o a desvendar as relações sintático-sintagmáticos das frases e/ou orações na perspectiva da categoria sintática conhecida como sujeito. Nesse sentido, iremos percorrer a trilha da chamada análise sintática. Esse terreno é instigador por exigir do transeunte a ativação de mecanismos lógico-cognitivos que se sobrepõem à ativação predominante da memória, o que, muitas vezes, torna-se uma prática cansativa. Quanto mais você se voltar ao desenvol vimento das relações sintáticas dos enunciados, tanto maior será o seu envolvimento nesse trabalho. Iniciemos, então, a nossa viagem.
(Fonte: http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br) http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br)..
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UM POUCO DE HISTÓRIA
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Desde o início das investigações lingüístico-filosóficos a respeito da linguagem, feitas pelos gregos, assunto de que você deve ter tomado conhecimento ou relembrado, no seu corso de lingüística, há referências à noção de sujeito. Nesse sentido, Platão, ao definir substantivo e verbo, associa substantivo a sujeito e verbo a predicado. (LYONS, 1979: 363). Na tradição grega, entretanto, o estudo sistemático da sintaxe só aparece na obra de Apolônio Píscolo, no século II a.C. Essa tradição atinge a cultura romana, o mundo medieval, o Renascimento, sofre modificações nos séculos XVII, XVIII e XIX. Contudo, a gramática de Dionísio da Trácia e os estudos de Apolônio Píscolo constituem o alicerce dos nossos gramáticos escolares, que correspondem, por essa razão, ao que se chama de Gramática Tradicional: Nessas gramáticas podemos ver que há, ao pensamento de Platão nessa mesma perspectiva há afinidade no que respeita a noção de sujeito como “o membro da proposição do qual se declarou alguma coisa” (PEREIRA, 1920: 201) é predominante nos nossos gramáticos escolares. Nesse sentido, veja-se a definição seguinte: “-Sujeito: o ser de quem se diz algo”; (LIMA, 2008: 234). Convém lembrar a relação de dependência concernente às noções de sujeito e predicado, o que veremos a seguir: “Predicado: aquilo que se diz do sujeito” (Idem). Essa mesma relação é depreendida da afirmação afir mação de que “O SUJEITO é o ser sobre o qual se faz uma declaração; o PREDICADO é tudo aquilo que se diz do SUJEITO”, SUJ EITO”, (CUNHA & CINTRA, 1985, p. 119). Vocês Vocês já devem ter percebido que sujeito é uma categoria dependende pendente do predicado. Assim, essas duas categorias sintáticas se manifestam em um nível lingüístico a ela superior correspondente ao que denominamos de frase e/ou oração.
SUJEITO NA PERSPECTIVA LINGÜÍSTICA O surgimento do estruturalismo lingüístico com as conhecidas dicotomias saussureanas, sobremaneira a dicotomia relacionada às relações associativas e sintagmáticas, acarretou uma nova maneira de abordar os fenômenos da linguagem. Nessa ótica, esses fenômenos devem ser distinguidos segundo as relações depreendidas entre os termos da língua. Relações manifestadas entre termos ausentes da cadeia da fala, mas presentes na mente dos falantes constituem as relações associativas. Relações estabelecidas entre elementos igualmente presentes na cadeia da fala correspondem às relações sintagmáticas. Essas relações configuram o conceito de sintagma. 67
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Assim, no que respeita ao estudo das frases e/ou orações, as relações aí existentes constituem os chamados sintagmas. Nessa perspectiva, a sintaxe se volta para todas as relações verificadas no eixo sintagmático da língua. Dessa forma, o estudo do SUJEITO se inclui na vertente sintagmática da língua. Retornando o que vocês estudaram referente aos sintagmas, citamos Inez Sautchuk que, embora aceite o conceito de sintagma em sentido amplo, prefere considerar sintagma “toda construção sintática que constitua um ‘bloco’ significativo ou funcional no eixo horizontal, firmado a partir de uma ou mais de uma unidade lingüística de nível imediatamente inferior”, (SAUTCHUK, 2004, p. 39). Esses blocos apresentam mobilidade específica relacionada às funções sintáticas a eles relacionados. Em uma frase como Os livros estão na estante, à seqüência ‘Os li vros’ constitui um sintagma, um bloco funcional, pois nenhum dos seus elementos pode se deslocar isoladamente sem que se desrespeitem as leis sintáticas da língua. Esses desrespeito geraria uma seqüência não considerada frase da língua como o exemplo seguinte: Os estão livros na estante. O deslocamento do bloco ‘Os livros’, na frase – “Os livros estão na estante”, não acarretaria à seqüência a perda do status de frase da língua, o que pode ser comprovado no exemplo seguinte: Estão os livros na estante. Todo Todo sintagma, sintagma, lembrando lembrando o visto na sétima aula, apresenta apresenta um cerne um núcleo portador de carga semântica bio-sócio-cultural depreendida do morfema lexical nele existente, segundo o que vocês estudaram na disciplina Lingüística. É esse núcleo que nos permite o reconhecimento de sintagmas nominais, sintagmas adjetivos e de sintagmas verbais. No sintagma nominal, o elemento nuclear é um lexema-substantivo ou uma palavra que o substitua. O lexema-adjetivo é condição do sintagma adjetivo ou adjetival. Já o lexema-verbo lexema-verbo constitui o núcleo do sintagma sintagma verbal. Na frase ‘O menino passeava muito feliz’. ‘O menino’ constitui um sintagma nominal, cujo núcleo é o lexema-substantivo ‘menino’; ‘muito feliz’ é um sintagma adjetival, pois o seu núcleo é o lexema-adjetivo ‘feliz’ e ‘passeava muito feliz’ é um sintagma verbal já que o seu núcleo é o lexema-verbo ‘passeava’. Retomando a noção de sujeito, o nosso interesse inter esse se volta ao sintagma nominal já que apenas os sintagmas nominais ou seus substitutos pronominais podem exercer a função sintática de sujeito. Retomamos a idéia de que toda oração necessariamente apresenta um sintagma verbal (SV). O SV, repetimos, é constituinte obrigatório da 68
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oração. Essa obrigatoriedade não se estende ao constituinte racional denominado de sujeito. A noção de sujeito deve fugir a incursões semânticas, por serem elas, segundo Sautchuk, passíveis de falhas. A autora afirma, em relação ao sujeito, que “considerá-lo termo essencial da oração já apresenta uma série de exceções, pois, como se sabe, há numerosos casos de orações sem sujeito em português”. (SAUTCHUK, 2004, p. 56). Vejamos Vejamos exemplos de orações sem sujeito: sujeit o:
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- Nunca mais haverá discórdia. - Entardecia. - São doze horas.. Inez Sautchuk, na obra citada, considera a impropriedade da definição de sujeito com “o termo sobre qual se afirma algo”. Lembra a autora não só a existência das orações sem sujeito mais ainda evidencia, em orações da língua portuguesa, a presença de termos sobre os quais se afirma alguma coisa, termos esses que não exercem a função sintática de sujeito. Nesse sentido, seguem-se exemplos: 1. Joãozinho olhava o brinquedo do amigo. 2. Maria se encantava com os brinquedos da vitrine. Na frase 1, segundo a afirmação de que sujeito é “o termo que exprime o ser de quem se afirma alguma coisa” (KURY, 2000, p. 21), o brinquedo seria sujeito, já que dele se afirma que é posse do amigo. Na frase 2, de forma semelhante, ‘as bonecas’ seria sujeito, pois delas se afirma que ‘estão na vitrine’. Continuando o questionamento sobre as inconsistências das definições de sujeito encontrado nas gramáticas escolares, Inez lembra a impropriedade da informação de que sujeito é o termo que pratica a ação expressa pelo verbo, uma vez que há orações em que o sujeito não pratica a ação, em que a estrutura verbal seja considerada voz passiva. Observamos os exemplos: 1. O jovem continuava pensativo. 2. O jovem apanhou dos seqüestradores. Tanto em 1, quanto em 2, “O jovem funciona como sujeito”. Entretanto, ‘O jovem’ não realizou qualquer ação. Diante dessas inconsistências verificadas nas definições de sujeito encontrados nos gramáticos escolares, um caminho menos tortuoso para a sua compreensão e consequentemente para sua depreensão é a obser vação da d a estrutura sintática da oração, em português. Em português, as orações se organizam segundo “uma disposição dos sintagmas na cadeia falada que obedece a um determinado padrão de 69
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construção, que podemos agora chamar de padrão sintático de construção ” (SAUTCHUK, 2004, p. 58). Esse padrão corresponde corresponde à disposição: sujei sujeito, to, verbo, verbo, complemento (SVC). A posiç posição ão de de suje sujeito ito será sempre sempre ocupada ocupada,, como como já já foi foi dito dito,, por por um sintagm sintagmaa nominal ou por um termo substituto de natureza substantiva. Ele deve ocupar, na ordem direta da língua, a primeira posição da construção SVC. Diante dessa compreensão morfossintática do sujeito, Inez Sautchuk propõe um caminho prático no sentido de se encontrar o sujeito das orações da língua portuguesa. Esse método consiste no seguinte: procurar, nas orações, quaisquer termos não introduzidos por preposição – o que caracterizaria o sintagma preposicionado –, que possam ser substituídos por prop ronomes pessoais do caso reto. Nesse sentido, necessário se torna que se isolem as orações cujos sujeitos devem ser encontrados. Após essa etapa, as orações isoladas devem ser transformadas em perguntas hipotéticas. As respostas a essas perguntas devem substituir, com propriedade, sintagmas nominais por pronomes retos. Os sintagmas possíveis dessa substituição correspondem aos sujeitos dessas orações, já que apenas pronomes pessoais do caso reto podem ser substituídos de sujeito das orações. Seguem-se exemplos: 1. Saíram do prédio todos os moradores. - Saíram do prédio todos os moradores? - Sim, eles saíram do prédio. 2. Chegou hoje, na escola, o representante do MEC. - Chegou hoje, à escola, o representante do MEC? - Sim, ele chegou hoje, a escola. 3. Na primavera, surgem as flores e as árvores. - Na primavera, surgem as flores e as árvores? - Sim, na primavera, elas surgem. A dificuldade encontrada no caso da depreensão dos sujeitos propostos, o que configura a ordem inversa em português, pode ser vencida, principalmente pelos alunos dos cursos fundamental e médio com a utilização desse método proposto pela Inez Saltchuk.
CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL DO SUJEITO O sujeito é classificado nas nossas gramáticas tradicionais da seguinte forma: - Simples - Composto - Oculto, desinencial ou elíptico - Indeterminado - Inexistente (oração sem sujeito). 70
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Agora vamos relembrar a vocês essas noções gramaticais, gramaticai s, embora aceitemos o ponto de vista de Saltchuk no sentido de que o conhecimento dessa nomenclatura de classificação em nada contribui no que respeita ao uso da língua. Conhecer essa classificação lhe será útil no ensino da sintaxe tradicional, exigência de muitos programas de língua portuguesa. O sujeito simples é aquele formado por um único, núcleo. Assim, um único pronome reto substituirá o único núcleo existente. Seguem-se exemplos:
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1. Apareciam as primeiras velas da embarcação. - Apareciam as primeiras velas da embarcação? - Sim, elas apareciam. 2. Caminhava, todas as manhãs, o jovem estudante. - Caminhava, todas as manhãs, o jovem estudante? - Sim, ele caminhava, todas as manhãs. Em relação ao sujeito composto, dois ou mais sintagmas nominais são trocados por um só pronome nominal. Seguem-se os exemplos. 1. Estudavam bastante o jovem e a sua namorada. - Estudavam bastante o jovem e a sua namorada? - Sim, eles estudavam bastante. Vocês Vocês devem ter na lembrança o conceito de sujeito oculto, também chamado de elíptico ou desinencial, aquele sujeito “marcado na própria desinência verbal”. (SAUTCHUK, 2004, p. 63). Como vocês já devem ter compreendido, no reconhecimento desse sujeito, não há substituição de sintagma nominal por pronome reto. Há o acrescentamento de um pronome reto no que respeita a oração observada. Observem-se os exemplos: 1. Encontrou o menino o livro desejado, embora já estivesse desesperançado. - Encontrou o menino o livro desejado, embora já estivesse desesperançado? - Sim, o menino encontrou o livro desejado, embora ele já estivesse desesperançado. 2. Encontramos o tesouro perdido. - Encontramos o tesouro perdido? - Sim, nós encontramos o tesouro perdido. 3. Ocorreram fatos desagradáveis naquele condomínio. Inquietaram os moradores. - Inquietaram os moradores? - Sim, eles inquietaram os moradores. 71
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Atenção: Aten ção: Em português, só há sujeito oculto no que respeita a pronomes de terceira pessoa do singular ou do plural, quando há orações correlacionadas, correlacionadas, como nos exemplos de número 1 e número 2. A indeterminação indeter minação do sujeito apresenta apr esenta uma maior complexidade. As orações de sujeito indeterminado trazem o verbo na terceira pessoa do plural ou na terceira pessoa do singular acompanhado da partícula se. Na depreensão desse tipo de sujeito é possível aplicar o método prático da Inez Sautchuk. Necessário se faz então o acrescentamento na oração observada de “duas ou três variações de um pronome reto de 3a pessoa, ou seja, ele(s), elas(s), você(s)” (SAUTCHUK, 2004, p. 64). 1. Falaram muito a respeito do caso. - Falaram muito a respeito do caso? - Sim, eles, elas, vocês falaram muito muito a respeito do caso. 2. Falava-se da corrupção. - Falava-se Falava-se da corrupção? corr upção? - Sim, (ele, ela, você) falava da corrupção. corr upção. Atenção: Aten ção: Em construções com verbos na 3a pessoa do singular ou do plural acompanhados do pronome se, necessário se torna reconhecer os casos de se (pronome (pronome apassidade). apassidade). Esse reconhecimento é feito através da substituição da seqüência verbo e partícula se pela construção de passivo analítico correspondente. Efetuada essa substituição, afasta-se a hipótese de indeterminação do sujeito e a técnica de pergunta/resposta, através da substituição de sintagma nominal ou de sintagmas nominais por pronomes retos indicará o sujeito. Observe: 1. Vende-se roupa de criança. - Vende-se roupa de criança? - Sim, roupa de criança é vendida. (Sim, ela é vendida). Há ainda que falar das orações que não possuem sujeito, o que constitui os chamados casos de sujeito inexistente. Nessas orações, o verbo, chamado de impessoal, apresenta-se na 3a pessoa do singular. O método da Sautchuk contempla esses casos, pois, na terceira pergunta/resposta, nada é substituído ou acrescentado. Atenção: Aten ção: 1. Há muitos alunos na sala. - Há muitos alunos na sala? - Sim, há muitos alunos na sala. 72
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2. Faz muito frio em Santa Catarina. - Faz muito frio em Santa Catarina? - Sim, faz muito frio frio em Santa Catarina
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Reiteramos que toda essa técnica de reconhecimento do sujeito foi retirada do livro Prática de Morfossintaxe de de Inez Sautchuk.
CONCLUSÃO Uma das justificativas do estudo do sujeito é a de que, o conhecimento se auto-justifica. Além disso, conhecer o sujeito das orações facilita a compreensão dos textos e a depreensão das relações discursivas. De outro modo, professores de língua portuguesa não podem pod em descuidar desse tipo de conhecimento.
RESUMO A noção de sujeito já se encontra encontra na Tradição Tradição Lingüística Lingüística da Grécia. Grécia. Essa noção é retomada pelas nossas gramáticas escolares; inclusive as hodiernas. Com os avanços dos estudos lingüísticos, a partir dos propostos de Ferdinand de Saussure, sobretudo, no que respeita as relações associativas e sintagmáticas, desenvolveu-se a teoria dos sintagmas e da sua organização em unidades superiores como frases e/ou orações. Servindo-se então dessa perspectiva lingüística, Inez Sautchuk revisita o estudo do sujeito na gramática tradicional, a ele faz críticas pertinentes e apresenta sua proposta sintática de reconhecimento e de classificação do sujeito.
ATIVIDADES ATIV IDADES Encontre o sujeito das orações seguintes, utilizando-se no método apresentado. a) “Vieram os refrescos”. (Graça Aranha). b) “Poucas reses conseguiram chegar ao bebedouro”. (Rodolfo Teófilo). c) “Chegaram à fazenda noves bois”. (M. de Maricá). d) “Sua bondade e a grandeza de atitudes eram por todos elogiados”. (Idem). e) “Toda “Toda a cordilheira cordilheira aparecia coberta cober ta por um nevoeiro escuro” escuro”.. (J. (J. de Alencar). f) “Floriano caminhava pensativo”. (Érico Veríssimo). g) “A terrível sacerdotisa parou”. (Herculano). 73
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h) “Jardim, horta, pomar, pastagens e plantios circunvizinhos eram divididos por viçosas e verdejantes sebes de bambus, piteiras, espinheiros e gravatás”. (B. Guimarães). i) “Arma-se o estrado no meio da rua”. (C. D. de Andrade). j) “A cólera te cega, velho cacique...” k) “Toda a gente o julga uma fera”. (G. Ramos). l) “Os homens vêm tristes”. (Paulo Setúbal). m) “Hoje deve ser cinco de janeiro”. (I. L. Brandão). n) “Nunca houve semelhante caso em nossa cidade”. (L. F. Teles).
COMENTÁRIO SOBRE AS ATIVIDADES Encontre o sujeito das orações seguintes, utilizando-se no método apresentado. a) “Vieram os refrescos”. (Graça Aranha). - Vieram os refrescos? - Sim, eles vieram. O sujeito é ‘os refrescos’ expressão substituída por ‘eles’. b) “Poucas reses conseguiram chegar ao bebedouro”. (Rodolfo Teófilo). - Poucas reses conseguiram chegar ao bebedouro? - Sim, elas conseguiram chegar ao bebedouro. O sujeito é ‘poucas reses’ seqüência substituída por ‘elas’. c) “Chegaram à fazenda noves bois”. (M. de Maricá). - Chegaram à fazenda noves bois? - Sim, eles chegaram à fazenda. O sujeito é ‘nove bois’, expressão substituída por ‘eles’. d) “Sua bondade e a grandeza de atitudes eram por todos elogiados”. (Idem). - Sua bondade e a grandeza de atitudes eram por todos elogiados? - Sim, eram elas por todos elogiados O sujeito é a construção constru ção ‘Sua bondade e a grandeza de atitudes’, pois foi substituído pelo pronome ‘eles’. e) “Toda a cordilheira aparecia coberta por um nevoeiro escuro”. (J. de Alencar). - Toda a cordilheira aparecia coberta por um nevoeiro escuro? - Sim, ela aparecia coberta por um nevoeiro escuro. O sujeito é ‘toda a cordilheira’ já que essa construção constru ção foi substituída pelo pronome ‘ela’. f) “Floriano caminhava pensativo”. (Érico Veríssimo). - Floriano caminhava pensativo? - Sim, ele caminhava pensativo. pensativo. O sujeito é ‘Floriano’ seqüência substituída pelo pronome ‘ele’.
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g) “A terrível sacerdotisa parou”. (Herculano). - A terrível sacerdotisa parou? - Sim, ela parou. O sujeito é ‘A terrível sacerdotisa’ construção substituída por ‘ela’. h) “Jardim, horta, pomar, pastagens e plantios circunvizinhos eram divididos por viçosas e verdejantes selvas de bambus, piteiras, espinheiros e gravatás”. (B. Guimarães). - Jardim, horta, pomar, pastagens e plantios circunvizinhos eram divididos por viçosas e verdejantes sebes de bambus, piteiras, espinheiros e gravatás? - Sim, eles eram divididos por viçosas e verdejantes sebes de bambus, piteiras, espinheiros e gravatás. O sujeito é ‘jardim, horta, pomar, pastagens e plantios plant ios circunvizinhos’ passagem substituída pelo pronome ‘eles’. i) “Arma-se o estrado no meio da rua”. (C. D. de Andrade). - Arma-se o estrado no meio da rua? - Sim, ele se arma no meio da rua. O sujeito é ‘o estrado’ substituído por ‘ele’. j) “A cólera te cega, velho cacique...” - A cólera te cega, velho cacique? - Sim, ela te cega, velho cacique. O sujeito é ‘A cólera’, passagem passagem substituída por ela. k) “Toda a gente o julga uma fera”. (G. Ramos). - Toda a gente o julga uma fera? - Sim, ela o julga uma fera. O sujeito sujeito é ‘Toda ‘Toda a gente’, seqüência substituída por ela. l) “Os homens vêm tristes”. (Paulo Setúbal) - Os homens vêm tristes? - Sim, eles vêm tristes. O sujeito é ‘Os homens’, passagem substituída por ‘eles’. m) “Hoje deve ser cinco de janeiro”. (I. L. Brandão) - Hoje deve ser cinco de janeiro? - Sim, hoje deve ser cinco de janeiro Essa oração não possui sujeito, já que nada lhe foi substituído ou acrescentado. n) “Nunca houve semelhante caso em nossa cidade”. (L. F. Teles) - Nunca houve semelhante caso em nossa cidade? - Sim, nunca houve semelhante caso em nossa cidade. Essa oração não possui sujeito, já que nada lhe foi substituído ou acrescentado.
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Os professores Celso Cunha e Lindlej Cintra são estudiosos renomados na área da língua portuguesa. Celso Cunha brasileiro e Lindlej Cintra, português, contribuíram com excelência para o conhecimento do Português do Brasil e do Português de Portugal. Rocha Lima, segundo Antônio Houairs, merece ser homenageado pela contribuição dada “à preservação e excelência da nossa língua”. Brasileiro, atuou no magistério. É importante lembrar que sua Gramática Normativa incorpora “doutrina, exposição e síntese”. Adriano da Gama Kury é exímio estudioso da língua portuguesa. portuguesa . Suas lições de Análise Sintática constituem material necessário a todos que desejam percorrer a trilha da sintaxe, principalmente os estudantes dos Cursos de Letras. John Lyons é um lingüístico que nasceu em Manchester (Inglaterra) em 1932. Doutorou-se em 1959 em Cambridge, onde ensinou Lingüística. Sua Introdução à Lingüística Teórica permite um conhecimento geral das teorias lingüísticas desenvolvidas a partir do estruturalismo sansureano, além de apresentar um recorte muito pertinente relativo às tradições lingüísticas da antiguidade. Eduardo Carlos Pereira é conhecido pelos críticos como um importante estudioso do seu tempo. Foi o primeiro professor de português do Ginásio da Capital, em SP, de 1895 até 1923. Além de português, o prof. Eduardo ensinou latim durante um ano nesse mesmo ginásio. Inez Sautchuk é mestra e doutora em Filologia e Língua Portuguesa pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Foi professora de língua portuguesa, no ensino fundamental e médio. É professora no ensino superior de São Paulo, desde 1988. Ministra aulas nos cursos de graduação e de pósgraduação.
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REFERÊNCIAS
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CUNHA, Celso; CUNHA, Lindlej. Nova gramática do português contemporânea. 2. temporânea. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982. LIMA, C. H. da Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. 47 ed. Rio de Janeiro: José Olimpio, 2008. KURY, Adriano G. Novas lições de análise sintática. 9 sintática. 9 ed. São Paulo: Ática, Átic a, 2000. 2000 . LYONS, John. Introdução à lingüística teórica. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979. PEREIRA, Eduardo C. Gramática expositiva. 10 expositiva. 10 ed. São Paulo: Coleção de obras de O Estado de São Paulo, 1920. SAUTCHUK, SAUTCHUK, Inez. Prática de morfossintaxe. Barueri/SP: morfossintaxe. Barueri/SP: Manole, 2004.
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ADJUNTO ADNOMINAL E COMPLEMENTO NOMINAL META Explicar a função adjetiva do adjunto adnominal, um acessório do núcleo do sujeito e de outros núcleos, mostrando as classes adjuntas. Apresentar a importância do complemento nominal, termos integrante da função substantiva.
OBJETIVOS Ao final f inal desta de sta aula au la o aluno deverá: identificar os adjuntos adnominais do sujeito no período simples; reconhecer o complemento nominal e sua importância para a integração das idéias na frase.
PRÉ-REQUISITOS Aula sobre sintaxe.
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INTRODUÇÃO Estamos aqui novamente com disposição para o trabalho com a aprendizagem da disciplina em foco. foco. Vamos Vamos passar passar a expor agora noções básicas de termos da oração ligados ao Sujeito, no caso o adjunto adnominal e o complemento nominal. Os termos acessórios da oração são adjunto adnominal, adjunto ad verbial, aposto e vocativo. vocativo. È importante important e saber que todos esses termos são unidades sintáticas menores que se incluem dentro do sujeito ou do predicado, girando sempre em torno de nomes. Nesta aula, iremos estudar um termo acessório da oração, o adjunto adnominal. Esse termo, na oração, determina um substantivo ou equivalente. Todavia, Todavia, aqui nesta aula, também falaremos um pouco do complemento nominal que apesar de ser um termo integrante da oração também faz referência ao nome.
(Fonte: http://www.gettyimages.com). http://www.gettyimages.com).
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Adjunto adnominal e complemento nominal
ADJUNTO ADNOMINAL
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O adjunto adnominal é um termo que determina um substantivo (ou palavra de natureza substantiva); portanto sua função é atribuir uma qualidade ao determinante. Veja: Veja: O rapaz feliz passeia. |Adj. Adn.| - O substantivo “rapaz” é determinado pelo artigo “o” e caracterizado (determinado) pelo adjetivo “feliz”. - Entende-se que o rapaz é feliz independentemente da prática da ação de passear. Portanto “rapaz” foi caracterizado, adjetivado, pelos adjuntos adnominais. Adjunto Adnominal é determinante de: Substantivo - O rapaz feliz. Pronome substantivo - Alguns dos alunos saíram. Numeral substantivo - Dois dos alunos saíram. - O A. A. só acompanha o substantivo ou uma palavra substantivada.
AS DIFERENTES CLASSES GRAMATICAIS DO ADJUNTO ADNOMINAL A função de adjunto adnominal pode ser exercida por palavras de diferentes classes gramaticais. Adjetivo Adje tivo Locução Adjetiva Artigo Pronome Numeral
linda bola bola de basquete O presente Meu presente Duas bolas
Veja Veja esta frase: Avistava-se Avistava-se a velha casa de paredes escuras. | Adj. Adn. | Aqui se vê o termo de paredes escuras preposicionado; portanto o adjunto adnominal aparece preposicionado quando representado por locução. (prep. + subst.)
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ADJUNTO ADNOMINAL DETERMINANTE DE UM SUBSTANTIVO ABSTRATO A viagem do diretor foi adiada. Adj. Adn. - Aqui o adjunto adnominal representa o ser que pratica a ação. - Entende-se que o diretor é que praticaria a ação de viajar sendo o agente da ação. Observação: Se o substantivo abstrato representa o ser que é alvo da ação, não podemos dizer que o terrno é A. A. e sim Complemento Nominal. Veja: Veja: A viagem ao Rio foi adiada. C. N. Entende-se aqui que o Rio é alvo da ação de viajar. Então, quando o substantivo substantivo determinado for abstrato devemos observar se ele é alvo ou agente da ação.
ADJUNTO ADNOMINAL X COMPLEMENTO NOMINAL Tenha Tenha cuidado para não confundir o A. A. do C. N. Você Você acabou de ver que o determinante d eterminante do substantivo sub stantivo abstrato pode ser C. N. Então vamos estudar mais um pouco sobre isto. Você Você aprendeu que o adjunto Adnominal é um termo acessório, de valor adjetivo, adjetivo, que serve ser ve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo. Já o Complemento Nominal é um termo integrante da oração, necessário para completar o sentido de nomes: substantivos, adjetivos ou de advérbios que não possuem sentido completo dentro da frase. Portanto, antes de classificar o A. A. pense nisso: A buzina me assustou - sentido completo A buzina do carro me assustou - sentido completo mais detalhado A. A. (termo acessório) Hoje faremos a compra... (de quê ?) - sentido incompleto Hoje faremos a compra do carro - sentido completo C. N. (termo integrante)
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Adjunto adnominal e complemento nominal
COMPLEMENTO NOMINAL
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Como os verbos, muitos nomes (substantivos, adjetivos e, mais raramente, advérbios) podem ter sentido incompleto. E, por essa razão, precisam de um complemento, um termo que os torne claros: a esse termo damos o nome de complemento nominal (CN), pois completa o sentido de um nome. O complemento nominal aparece sempre regido de preposição. EX.: Espero que você tenha feito uma boa leitura do texto. “Leitura” é , nessa oração, núcleo do objeto direto da locução verbal “tenha feito”. Note que, nessa oração, fez-se a leitura de algo. Leitura é, portanto, um nome transitivo, e “do texto” é seu complemento nominal. Observe ainda outras expressões: ...fundação da cidade. ... homenagem à maior cidade. As duas expressões expressões destacadas destacadas completam completam os substantivos substantivos abstratos, abstratos, constituindo, portanto, complementos nominais. – além de ser alvo da ação.
ADJUNTO ADNOMINAL X PREDICATIV PREDICATIVO O Cuidado para não confundir adjunto do núcleo do objeto com o predicativo do objeto. Ela deixou a mãe assustada. O. D. Predic Pre dicati ativo vo do O. D. Ela comprou a blusa azul. - núcleo: núcleo: blusa; azul: adj. adn. O. D. Observe que o predicativo atribui ao objeto direto uma característica temporária. Já o Adj. Adn. descreve uma característica constante, permanente. OBSERVAÇÃO: Para não se confundir, você pode tentar deslocar a palavra para outro lugar da oração. O predicativo pode ser deslocado para perto do verbo, enquanto que o adj. adn.. não pode. Veja: Veja: Ela deixou assustada a mãe. Ela comp comprou rou azul a blusa. blusa.
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CONCLUSÃO É importante observar que ao núcleo substantivo, qualquer que seja a função deste, pode juntar-se um termo de valor adjetivo, para acrescentar-lhe um dado novo à significação : o adjunto adnominal. E também devemos observar que o complemento nominal, geralmente, integra o sentido de nomes que correspondem a um verbo transitivo, normalmente relacionado pela forma ou pelo sentido. Desta forma saberemos sempre definir quando é adjunto adnominal ou complemento nominal.
RESUMO Como vimos: O A. Adn. acompanha apenas o substantivo, caracterizando-o.Tem sentido ativo. O C.N. acompanha um substantivo, um adjetivo, um advérbio e tem sentido passivo, sofre a ação. O A.Adn. pode ser um artigo, um adjetivo, um pronome, um numeral, ou uma locução adjetiva, iniciada por preposição. O A. Adn. acompanha um substantivo substantivo abstrato sendo agente da aação. ção. O A. Adn. não pode ser deslocado para perto do verbo quando aparecer no predicado como determinante do objeto direto.
ATIVIDADES ATIV IDADES 1. Todos Todos os termos destacados destaca dos funcionam como adjunto adnominal.exceto: a) ( b) ( c) ( d) ( e) (
) Digam que sou um homem sem sem orgulho. orgulho. ) Quero dantes a tua pele sem rugas. ) Na estação de Vassouras, Vassouras, entraram no trem. ) Eu quero a estrela da manhã. ) Acalmava-se a contemplação desse jardim. desse jardim.
2. Em todos os itens, o termo destacado liga-se a substantivo substantivo abstrato. abstrato. Classifique-o, escrevendo entre parênteses o número: (1) para adjunto adnominal (2) para complemento nominal 84
Adjunto adnominal e complemento nominal
a) ( ) “Antes “Antes o vôo da ave, ave, que passa e não deixa rastro.” rastro.” b) ( ) “A “A recordação é uma traição à natureza.” c) ( ) “ Meus olhos são pequenos para ver o deslizar do peixe sob a mina.” mina.” d) ( )” Meus Meus olhos olhos são são pequ pequen enos os para para ver ver o trans transpor porte te das das caixa caixass de comida.”
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3. Em todos os itens, o termo destacado é complemento nominal, exceto em: a) ( ) “Estou farto do lirismo comedido.” comedido.” b) ( ) “Estavam todos absortos na vida, confiantes na vida.” c) ( ) “Passei trinta anos longe dela.” d) ( ) “Minha alma estava naquele instante vazia de mim.” e) ( ) “Lembra-se da figura vaga do finado amigo.” amigo.”
REFERÊNCIAS KEHDI, Valter. Morfemas do português. português. São Paulo: Ática, 1987. SADMAN, SADMAN, Antonio José. Morfologia Geral. Geral. São Paulo: Contexto, 1991. ZANOTO, Normélio. Estrutura mórfica da língua portuguesa. portuguesa . Caxias do Sul: EDUCS, 1986.
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10 APOSTO META Apresentar o aposto, termo acessório, sua relação com o sujeito e classificação segundo a NGB.
OBJETIVOS Ao final f inal desta de sta aula au la o aluno deverá: compreender a relação do aposto com o substantivo e classificar os tipos de aposto em relação ao sujeito ou à oração.
PRÉ-REQUISITOS Aulas de sintaxe.
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INTRODUÇÃO Olá! Estamos Estamos de volta. Nesta Nesta aula estudaremos estudaremos mais um termo acessório da oração: o aposto. aposto. Sabemos que o aposto tem como núcleo um substantivo e sua relação se dá com outro substantivo. Como o enfoque dessa disciplina é o sujeito e o aposto a ele se relaciona, faz sentido estudálo agora, já que o sujeito tem função substantiva. Há termos ter mos acessórios que modificam o sentido de nomes, outros modificam verbos. No sujeito e no predicado estão incluídos ou encaixados todos os outros termos da oração, que são as unidades menores; no entanto, o predicado será estudado posteriormente, na próxima disciplina. Vamos Vamos ao estudo!
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Aposto
O APOSTO
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Aposto é um termo de valor substantivo substan tivo que identifica, explica, desenvolve ou resume um substantivo da oração, independente da função que este exerce. O aposto é representado por um substantivo ou por expressão substantivada, frases e até orações. Em alguns casos, ele vem separado do termo que o identifica por vírgulas, por dois pontos e por travessões. Nossa Terra, o Brasil, carece de políticas sociais. aposto - Entende-se que o termo “o Brasil” se refere a um mesmo ser, ao sujeito Noss Nossaa Terra. erra. Vendeu-se Vendeu-se tudo: a casa, o carro, carro, os móveis móveis.. aposto - Entende-se aqui que explica-se através da enumeração o termo tudo.
CLASSIFICAÇÃO DO APOSTO De acordo com a relação que estabelece com o termo a que se refere, pode-se classificar o aposto como: a) Explicativo - separa-se do substantivo qa que se refere por uma pausa, marcada na escrita por vírgulas, travessões ou dois pontos. Ricardo, meu amigo, tem uma guitarra. b) Enumerativo - é usado para desenvolver idéias que foram resumidas ou abreviadas num termo anterior. Nada impedia seus planos: tristezas, dores, dificuldades. c) Recapitulativo Recapitulativo – é o aposto usado para resumir termos anteriores. É expresso geralmente por um pronome indefinido. O barulho da rua, o frio intenso, a Luiz da lareira tudo o incomodava. d) Comparativo Seu senso crítico, eterno indagador, levou-o a questionar aquele caso. e) Há ainda o aposto especificativo que por não vir marcados por sinais de pontuação, merece atenção. Ele aparece junto com a substantivo de 89
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sentido genérico, sem pausa, para especificá-lo ou individualizá-lo. É constituído por substantivo próprio. O poeta Castro Castro Alves Alves.... .... (O nome próprio se juntou a um nome comum.) O rio Tietê atravessa a cidade de São Paulo. (Pode ligar-se ao nome através de preposição)
CONCLUSÃO O aposto não se refere apenas a um termo da oração, mas ao conjunto de idéias e expressões. expressões. É uma palavra palavra substantiva de valor valor substantivo. substantivo. O aposto se refere a um substantivo, explicando-o ou resumindo-o ou ainda especificando-o. É sempre colocado depois, logo, é o segundo substantivo.
RESUMO Como vimos: O aposto se refere a um substantivo com a função de equivalência. O aposto pode ser classificado em explicativo, recapitulativo, enumerativo, especificativo. O aposto é separado do termo a que ele se refere por vírgulas ou dois-pontos. Somente o aposto especificativo não é marcado por sinais de pontuação.
ATIVIDADES ATIV IDADES 1. Sublinhe nas frases abaixo o aposto: a) Não aceitou a casa, mas aceitou o advogado, um contraparente do Palha. b) A capa, primeiro presente do marido, ia-lhe muito bem. c) Alegaram que Quincas Borba, um demente manifesto, não podia testar. d) Ouro Preto, uma antiga capital de Minas, figura entre as principais cidades históricas.
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REFERÊNCIAS
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BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Portuguesa. 37 ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999. LIMA, Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 24 ed. São Paulo: José Olympio, 1985. MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa. 9 Portuguesa. 9 ed. São Paulo: Saraiva, 2007 CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Scipione, 1997
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