Twilight Review

June 28, 2016 | Author: Twilighters | Category: N/A
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Crítica de Twilight: Tontamente Fiel ao Livro Por Richard Corliss. Quinta-feira, 20 de novembro de 2008. Você não precisava ter lido Twilight, o bestseller de Stephenie Meyer, para saber onde está o segredo da obra. Só veja a versão cinematográfica e ouça as reações das garotas no cinema (TIME pesquisa as fãs por trás do fenômeno Twilight). Há um arrepio audível quando elas espiam pela primeira vez o vampiro adolescente Edward Cullen (Robert Pattinson), seu rosto impossivelmente lindo encoberto por uma máscara pálida, sentado na aula de biologia ao lado da jovem Bella Swan (Kristen Stewart). Quando ele segura uma maça em suas mãos para dar de presente para ela – a imagem da capa do romance – as garotas emitem um som pasmado, como se elas recém tivessem visto Zac Efron em carne e osso ou um filhotinho de cachorro no YouTube. Quando ele diz a Bella, “E então o leão se apaixonou pelo cordeiro”, você ouve aplausos, a aprovação das jovens peritas de Meyer. A julgar por uma seção de pré-estreia, Twilight o filme é o sonho delas do livro projetado um metro acima. Crianças já tornaram essa saga de amor numa sensação multimídia, com 17 milhões de cópias dos quatro livros de Twilight e com o CD da trilha sonora do filme no primeiro lugar da lista da Billboard. Poderia isso ser um Harry Potter– como gigante pancultural? (Veja os 100 melhores romances de todos os tempos.) Talvez não; os filmes de Potter eram superproduções custando na casa das centenas de milhões, enquanto o muito mais íntimo Twilight, dirigido por Catherine Hardwicke a partir do roteiro de Melissa Rosenberg, tem um orçamento de médio a baixo (menos de 40 milhões de dólares) e uma vibe natural e indie. Mas assim como J.R Rowling cuidadosamente alimentou o desejo inocente por aventura de leitores pré-adolescentes, Meyer golpeia as suas irmãs um pouco mais velhas com a aventura do desejo inocente. E quando os bruxos e bruxas adolescentes de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, o sexto filme da série, vagaram a excelente brecha do fim de semana antes do Dia de Ação de Graças para uma estréia em Julho de 2009, Twilight entrou. Soa como destino, no estilo de Hollywood. (Veja 90 de vampiros na tela.) Vampirizando até o ponto É o destino que liga Bella a Edward? É isso que ela sente logo depois de deixar a seca Phoenix, onde sua mãe recém casou com um jogador de baseball semi-profissional, para passar um tempo com o seu pai chefe de polícia (Billy Burke) na chuvosa e cheia de neblina Forks, Washington. Bella se chama “o tipo sofrendo-em-silêncio”, mas instantaneamente todas as crianças legais em sua classe de calouros estão clamando para ser seu novo “melhor-amigo-para-sempre”. Mas

não Edward. Seu olhar sofrido, sombrio, totalmente irresistível diz eu tenho profundezas nas quais você não vai querer mergulhar. Depois de sentar ao lado de Bella uma vez, ele tem que se ausentar por alguns dias. É logo evidente que ele está lutando com a sua fascinação por ela com toda a força que ela está usando para tentar chegar perto dele. A palavra entre os nativo-americanos locais (que em filmes como esse nunca estão errados) é que Edward e sua família são vampiros. Isso não impede Bella de cair numa paixão cuja toxicidade é a sua atração, assim como Edward está arriscando ficando com alguém que ele tentou severamente devorar. A proximidade dela é como heroína para vampiros; seu amor por ela tornou-se sua religião e sua sina. Edward sabe que ele deveria dizer não, mas, como ele diz a ela, “Eu não tenho mais forças para ficar longe de você”. Para qualquer autor de ficção imaginada, de J.R.R. Tolkien a George Lucas, de Rowling a Meyer, a diversão está em criar as leis, as tradições e a arquitetura de um universo alternativo em que seus personagens mais fantásticos habitam. Os Cullen são a meticulosa família de vampiros; em seus tênis brancos, com seu ar majestoso, eles lembram a aristocrática família Flyte em Brideshead Revisited. Eles se chamam vegetarianos porque bebem o sangue de animais, não de pessoas. Eles podem voar, mover-se na velocidade da luz, escalar árvores em um instante. Eles também jogam baseball, que no clã Cullen é muito parecido com o Quadribol de Rowling. Seu jogo e o cheiro de aperitivo humano irão atrair a atenção de um trio de vampiros trapaceiros, cujo líder, James (Cam Gigandet), é um simulacro demoníaco do angelical Edward. Apaixonando-se pelo Amor, novamente. Twilight também observa as leis dos filmes tão antigas quanto Edward, que foi iniciado no território dos morto-vivos em 1918. Desafiantemente antiquado, o filme quer que os espectadores acreditem não tanto em vampiros, mas na existência de uma noção cinematográfica anacrônica: um amor que é convulsivo e enobrecedor. Bella poderia ser qualquer heroína de Hollywood apaixonada por um rapaz cuja sociedade rigidamente não entende. Ela é a Natalie Wood para o James Dean de Edward (em Juventude Transviada) ou Richard Beymer (em Amor Sublime Amor). Cathy encontra Heathcliff. Julieta, Romeu. Esse tipo de romance fervoroso bastante comum nos primeiros 60 anos de filmes falados, então quase extinto, substituído pelos desejos de rapazes por brinquedos espaciais e humor físico. Twilight diz ao inferno com isso. Ele descarta o humor por uma solenidade litúrgica, e armas por lábios macios. Ele revive o preceito que não há nada mais cinematográfico que o close em duas pessoas bonitas que estão prestes a se beijar. A demografia principal do filme é tão jovem que

seus membros podem não saber quão ultrapassada essa tendência se tornou. Mas para eles, ultrapassado é quente. E ver Twilight é menos uma ida ao múltiplo do que uma jornada aos louros da puberdade. É a primeira explosão para as garotas de filmes com estrogênio. Hardwicke, que dirigiu os filmes teen marginalizados Aos Treze, Os Reis de Dogtown e Jesus - A História do Nascimento (outra fábula sobre uma garota especial com uma condição que é difícil de explicar) não é grande coisa como diretora. Ela perde tempo delineando os amigos do Ensino Médio de Bella, e sua direção dos diálogos irá entediar com freqüência aqueles que não estão murmurando-os de memória enquanto os atores falam. Mas ela escolheu seus personagens principais sabiamente: a bonita Stewart é uma presença questionadora, e o britânico Pattinson, é um galã sensível. E Hardwicke é fiel ao casto erotismo do livro. O casal precisa deixar de lado o sexo porque, bem, poderia matar Bella. (Metáforas a AIDS são inevitáveis aqui). Ainda assim, esperar tem sua própria tensão deliciosa. Então Twilight não é uma obra-prima – não importa. Ele reacende o calor dos grandes romances de Hollywood, onde as preliminares eram o clímax e um beijo nunca era só um beijo.

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