Tuba Veneris
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Tuba Veneris ou
O Chifre de Vênus
Tuba Veneris, ou, os Chifres de Vênus. Título Original: The Little Book of Dark Venus. Disponível em: http://www.jwmt.org/v2n12/venus.html (versão em inglês) Autor/Crédito: (supostamente) John Dee, tradução para versão inglês Teresa Burns e Nancy Turner.
Primeira edição em português pelo Grupo de Traduções Ocultas, www.gtobr.org, 2009. Segunda edição em português pelo Grupo de Traduções Ocultas, www.gtobr.org, 2013.
Traduzido por Leonardo M. & Frater Ninenfer a.k.a Alva .’. Caelestis .’. 777 Capa: Dressed in Black, por chicho21net: http://chicho21net.deviantart.com/art/Dressed-In-Black-140011031
www.gtobr.org — Grupo de Traduções Ocultas 2
O Pequeno Livro da Vênus Negra atribuído a John Dee
Traduzido por Teresa Burns e Nancy Turner http://www.jwmt.org/v2n12/venus.html Esta tradução foi feita primeiramente pelo London’s Warburg Institute a partir do Ms. FBH 51 (escrito aproximadamente em 1600, +/- 20 anos), seguindo a comparação feita por Jörg M. Meier entre este manuscrito e outros oito manuscritos [1], especialmente o Munich’s Bayerische Staatsbibliothek, Cod. lat. 27005 (século XVII), Erlanger’s Universitätsbibliothek Erlangen-Nürnberg Ms. 854 (segunda metade do século XVII), e o texto Gedrucker, de 1794, de Viena. Como observado, temos seguido a cópia de Warburg, exceto pela regularização da ortografia ou gramática (i.e., quando é dito “pargamento” (pergaminho), temos utilizados a ortografia típica, “pergamento”). Onde nenhum manuscrito segue a ortografia ou gramática usual temos usado o manuscrito Warburg, e também seguido a transcrição de Meier de capitalização e intercalar quebra de linhas desta versão.
[1] Dee, John. 1990. Das Büchlein der Venus (“Libellus Veneris Nigro Sacer”): eine magische Handschrift des 16. Jhrs. Transcrito e comentado por Jörg M. Meier. Bonn.
Nosso frontispício corresponde ao esquema de cores do manuscrito de Warburg. Com exceção do frontispício, usamos preto e branco no texto e em todos os gráficos, devido à
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irregularidade entre manuscritos (como por exemplo, a gravura da capa do manuscrito de Munich apresenta uma Vênus com cabelos verdes e um hexagrama vermelho [2]). A escrita do manuscrito de Warburg é apresentada em um marrom escuro, enquanto o seu homólogo, o manuscrito de Munich, é mais colorido, intercala verde e vermelho ao longo de todo o texto preto: por exemplo, no título, nas primeiras quatro linhas, e subtítulo, esta versão multicolorida apresenta Libellus, in Astris, TUBA, Dæmon, e TUBA em vermelho, e VENERI, VENUS, STYGIUS, e SIGN em verde [3]. Tendo em conta que o mais provável é que Dee não escrevera o manuscrito de Warburg, e que a versão de Munich é uma cópia ainda mais posterior, nós julgamos mais apropriado deixar a preferência das cores ao mago-leitor ou ao conhecimento estético e mantemos nossos gráficos e escrita em preto e branco. Agradecimentos a Darlene por fornecer a cobertura de arte, e a J.S. Kupperman por recriar algumas linhas dos desenhos do manuscrito. [2] Meier, Jörg M., 1990a, “Kommentar zum Text,” em Das Büchlein der Venus, Bonn p. 49.
[3] Meier, Jörg M., 1990b, “Text und Überstzung,” em Das Büchlein der Venus, Bonn p. 23.
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LIBELLUS VENERI NIGRO [4] SACER O Pequeno Livro Consagrado à Vênus Negra
Ela é VÊNUS nas Alturas, um nome dado a mim pelas estrelas. Por ser estígia [5] hóspede, [6] ela surge quando o CHIFRE [7] soa. O Dæmon [8] subjugado geme sob a força do SINAL Bravo! Como o vencedor, infundido com glória, tu [9] retornas a partir do inimigo.
O Chifre de Vênus Ou seja
As Chamadas [10] ou Convocação dos Seis Espíritos governados por Vênus, pelo o qual é ensinado o Método para criação do Selo, [11] Chifre (cornucópia), e o Círculo de Vênus, sua Organização, os Nomes próprios dos Espíritos dela, Suas Chamadas e Selos com as horas para preparação. A consagração do Livro, o Rito do Trabalho. A Licença 5
para Partir do Espírito, ainda com outras coisas a serem observadas durante o trabalho.
John Dee saúda os Amantes da Arte Mágica
Não é nossa intenção ou o objetivo deste pequeno livro, escrever sobre as diferentes Artes Necromáticas [12], suas definições, subdivisões, métodos ou mesmo suas várias práticas das quais diversas considerações, opiniões e Livros sobre estes assuntos já foram escritos. Destes árduos volumes, poucos são os que são claros e verdadeiros, em um momento para a compreensão, e no próximo momento para a prática atual. Aqui, entretanto, nós soaremos um Chifre para ti, Amado Leitor! Através de tal Som, Seis Espíritos governados por Vênus serão chamados a vir aqui e dançar, utilizando um método que eu mesmo pratiquei por várias vezes. A fim de chamar os Dæmons, tu deverás invocar os Espíritos com o nome próprio de cada um. Embora não queira discordar, eles podem ser forçados a vir pelo significado das poderosas conjurações ou fortes cadeias, porém, não sem um grande esforço e opulência, um grande fôlego, e circunstâncias árduas. Se tu estiveres familiarizado com estas Chamadas, ou seja, os nomes e palavras especiais pelas quais os Espíritos são chamados e ordenados pelos Anjos Planetários deles mesmos, e se tu aderires às outras necessidades que são mostradas neste pequeno Livro, e se tu tiveres afastado todas as figuras fantasmagóricas, tu perceberás que brevemente e sem hesitação, alarido, ou medo, os Espíritos que tu chamares serão forçados a aparecer em forma humana. Tu deves saber que os bons anjos de Deus, o Altíssimo, são colocados acima dos maus espíritos, então eles [os anjos] podem governá-los; portanto, quando um espírito mal é ordenado a fazer algo, o bom espírito chama-o e ordena ao mau espírito com sua invocação apropriada,
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porém, ele faz com uma linguagem atípica e é desconhecida para nós mortais. Entre os eruditos há opiniões diferentes, e neste momento nenhuma certeza. É certo, contudo, que o Supremo Criador deu a todas as coisas criadas um Sinal e nome distintos, pois está escrito: “Ele determinou o número de estrelas, ele deu nomes a todos.” Salmo 146 [13]. Por que outrora eles eram Anjos e Estrelas nos céus, e mesmos todos os Dæmons nocivos possuem nomes e Sinais que lhes foram dados pelo Grande Criador, e por esta razão é necessário chamar e forçá-los utilizando os mesmos meios pelos quais podemos chamar os Anjos bons, como eu tenho mostrado e ensinado em outras partes. Esta Ciência anteriormente citada foi praticada na antiguidade pelos Patriarcas Israelitas, pelos Caldeus, e muitos outros, e pessoas devotas atualmente ainda praticam. Por esta razão, estas Ciências são reveladas: Magia, Kabbala, e Necromancia, sendo que esta última não floresceu tanto entre os Egípcios, Persas e Árabes, mesmo se fosse algo ilegal, deturpado e com forma adulterada, visto que os humanos entregam a si mesmos voluntariamente à posse dos Dæmons nocivos através de pactos de Sacrilégio, o que é certamente terrível ouvir. Devido a este vergonhoso desvio, equívoco e violação, esta Arte foi justamente proibida pela Igreja e Autoridades da Lei, e por conta disso, são poucos os livros que podem ser encontrados condizentes com esta prática. Portanto, depois de transmitir e entregar-lhe nosso Chifre, o qual nós obtemos com extraordinária dificuldade, por um bom propósito, e sob nenhuma circunstância para trazer a tua destruição (isso ocorre somente quando utilizado de maneira abusiva), pretendemos deixar isto para o teu uso, e.g. para alcançar tesouros perdidos, para Navegação, Negócios, guerra, e de outras formas onde o Espírito também possa ti servir. Prática e experiência ensinarão muito. Há, além disso, outras chamadas ou conjurações de Espíritos, que aparecem por meio dos Grandes Príncipes que vivem entre eles, porém é muito difícil e fatigante obtê-los e fazer com que eles ti obedeçam, e eles só surgem
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com um grande barulho e alarido e com formas extremamente terríveis e nunca sem causar o maior risco ao Operador. Nossas Chamadas dos Espíritos, sobre as quais escreveremos, pertencem a Vênus e por esta razão nós chamaremos isso de O Chifre de Vênus. Nem todos os Dæmons maus são governados pelos Sete Anjos Planetários; no entanto, os que estão escritos neste livro, são contados entre aqueles sob a regência de Vênus, e é por isso que titulamos acima “O Livro de Vênus”, uma vez que também é dedicado e consagrado ao Planeta que com a descrição que iniciamos, avisamos-lhes para escutar com muito cuidado e muita atenção. Adeus!
Concluído e escrito em Londres, em quatro de Junho do ano de 1580.
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Primeiro Capítulo, O Chifre de Vênus. Como o Selo ou Sinal de Vênus é feito
A primeira coisa que necessitamos para o nosso trabalho Necromântico é o Selo de Vênus, o qual é feito da seguinte forma: Toma uma parte nova de minério de Cobre e disso faz uma Placa do tamanho da figura esboçada abaixo; [14] é preciso cortar esta [Placa] de acordo com o número apropriado de Planetas, ou seja, com seis Ângulos: o sinal deve ser gravado usando instrumentos novos e puros de aço ou ferro em um dia de na terceira ou décima hora da noite, contando a partir do momento em que o
desce
(pôr do sol). Se a medida de uma hora não é suficiente, deve-se esperar até a próxima hora, i.e. a décima hora, pois só é permitido trabalhar nas horas de Vênus (enfatizamos novamente) na lua nova; é por conta disso que, se não for possível completar o Selo durante uma noite de
nas duas horas prescritas, deve-se aguardar este aspecto até a
próxima lua. Após ter concluído isso, o Selo deve ser consagrado com fumaça no mesmo dia e hora de .
Faça a Consagração com estes Materiais: Verbena, Murta/Mirto, e Almíscar.
Posteriormente envolva-o em um linho novo e o enterre, durante a noite, em um corpo de água que flui, assim como foi dito, no período do dia da Lua Nova; depois o desenterre na noite seguinte, durante a hora de , e preserve-o para a oportunidade de trabalho.
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N.T: Corpo de água significa qualquer lugar onde acumule água. São considerados exemplos de corpos de água, mares, oceanos, lagos, ou pequenas piscinas naturais, como lagoas ou poças.
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Sigillum Veneris [O Selo de Vênus]
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Segundo Capítulo: Como fazer o Chifre — cornucópia — de Vênus
Arranca-se o Chifre [15] de um Touro vivo, e em seguida se apanha vitríolo (Vitriol) dissolvido em vinagre, com os quais o Chifre deverá ser lavado e purificado, e em seguida, deverá ser gravado nele os Caracteres com Instrumentos de Aço, tal como eles são representados no seguinte esquema, em ambos os lados do chifre, como dito anteriormente. É necessário ter total certeza de que toda a preparação do Chifre, incluindo o momento em que ele for cortado do touro, deve ser também no período, dias e horas de , tal como foi feito na preparação do Selo. Mais tarde, envolva-o em defumação, cubra-o com linho, e enterre-o junto com o Selo de
, em seguida
desenterre-o novamente e guarde para o uso posterior.
N.T: Vitriol, além de significa vitríolo, significa ácido sulfúrico. Porém, Vitriol também possuí um significa oculto.
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Tuba Veneris [O Chifre — cornucópia — de Vênus]
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Terceiro Capítulo: Como Fazer o Círculo
Antes de falarmos sobre como Chamar os Espíritos, temos de tratar da organização do círculo, a partir do qual o Necromante põe em ordem tudo o que será usado para o trabalho, a fim de proteger a si por meio das defesas mais fortes contra os ataques e injúrias dos Dæmons. Diferentes pessoas criam o círculo de maneiras e formas distintas. Os que trabalham em locais fechados o preparam com greda (cré), giz, carvão, ou pigmentos. Outros que conjuram nas florestas ou em encruzilhadas, criam o mesmo com uma espada ou com certos bastões; outros, todavia, produzem o círculo com pergaminho, no qual os Nomes Divinos são inscritos, e é este o método que empregamos para nosso trabalho, uma vez que legamos o círculo como a herança mais auspiciosa com todo o restante dos objetos que já foram feitos, e adicionamos aqui no livro apenas a forma e método de organizar e fazer isso completamente. Escolhe, assim, algum pergaminho ou papel virgem, e corte este no tamanho suficiente para três círculos, o primeiro [círculo] com seis metros de diâmetro; os círculos restantes, a dois ou três dedos de distância do primeiro. Depois disso, os Nomes Divinos deve ser escritos em cores, durante os horários e horas prescritos de , como é possível ver na figura do círculo a seguir [16]. Logo que o círculo é criado, pode-se consagrá-lo com defumação, porém, não cubra-o ou enterre o mesmo: guarde-o para o uso.
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Forma Circuli [Forma do Círculo]
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Quarto Capítulo Como Chamar os Espíritos, e como criar seus nomes e símbolos sinais especiais.
Nomen primi Spiritus. Mogarip. Sigillum. [O Nome do Primeiro Espírito: Mogarip. O Selo.]
A Chamada:
Mogarip! Mogarip! Mogarip! Hamka Temach Algazoth Syrath Amilgos Murzocka Imgat Alaja Amgustaroth Horim Suhaja Mogarip! Mogarip! Mogarip!
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Nomen secundi Spiritus. Amabosar. Sigillum. [O Nome do Segundo Espírito: Amabosar. O Selo.]
A Chamada:
Amabosar! Amabosar! Amabosar! Pharynthos Egayroth Melustaton Castotis Mugos Nachrim Amabosar! Amabosar! Amabosar!
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Nomen Tertij Spiritus. Alkyzub. Sigillum. [O Nome do Terceiro Espírito: Alkyzub. O Selo.]
A Chamada:
Alkyzub! Alkyzub! Alkyzub! Mergastos Hajagit Agaschar Asmodit Burgum Zephar Largon Cherip Galgadim Uriach Alkyzub! Alkyzub! Alkyzub!
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Nomen Quarti Spiritus. Belzazel. Sigillum. [O Nome do Quarto Espírito: Belzazel. O Selol.]
A Chamada:
Belzazel! Belzazel! Belzazel! Thittersa Zapkyos Brusiat Algior Soryam Ferozim Abdizoth Mulosin Belzazel! Belzazel! Belzazel!
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Nomen Quinti Spiritus: Falkaroth. Sigillum. [O Nome do Quinto Espírito: Falkaroth. O Selo.]
A Chamada:
Falkaroth! Falkaroth! Falkaroth! Hymelion Lothaia Estachar Indos Nomirim Hamach Felogon Morgoseos Angar Arastus Falkaroth! Farkaroth! Farkaroth!
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Nomen Sexti Spiritus: Mephgazub. Sigillum. [O Nome do Sexto Espírito: Mephgazub. O Selo.]
A Chamada:
Mephgazub! Mephgazub! Mephgazub! Samanthros Jaramtin Algaphonteos Zapgaton Osachfat Mergaim Hugal Zerastan Alcasatti Mephgazub! Mephgazub! Mephgazub!
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Como fazer os Selos dos Espíritos
Adquire-se Cera verde, que será misturada com fuligem, disso fazei peças redondas e, com instrumento de aço, talhe dentro dele o Selo do Espírito que deseja invocar. Deixe este Selo a ser consagrado com fumaça da mesma forma que dos outros acima mencionados, no período, dia e hora de , mas não enterre: preferivelmente, preserve-o para o Trabalho.
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Como consagrar o Livro
É necessário consagrar o Livro (no qual os nomes e Chamadas dos Espíritos são escritos) antes de usá-lo, tal como os velhos Magi fizeram, cujas consagrações em livros similares forçavam os espíritos a aparecerem; de qualquer modo, para nós esta prática é muito perigosa, particularmente se tal livro infortunamente cair nas mãos de pessoas completamente ignorantes nesta arte. Por conseguinte, preferimos consagrar nosso livro da seguinte forma: O Livro deve ser feito de Pergaminho, com o símbolo de
e, se
desejar, com uma Imagem deste Planeta, cuja figura [deve] estar representada com um sobre sua Cabeça. O Livro deve ser chamado:
O Livro Consagrado da Vênus Negra [17]
Antes da Chamada dos Espíritos, deve ser escrito “O Chifre de Vênus” em Vermelho, como é exemplificado em nosso Livro, o qual foi consagrado por mim mesmo e será deixado para as futuras gerações com o restante de todas as coisas que lhe pertencem, assim como o fado foi totalmente posto em tuas mãos. Este livro deve ser completamente escrito, portanto, no horário de Vênus, como já mencionado várias vezes, com a pluma de um(a) pombo(a), vitríolo verde (sulfato de cobre, vitríolo (ácido sulfúrico e cobre), e tinta virgem. Verde e vermelho podem ser usados, se desejar, pois Vênus recebe com agrado estas cores. Depois que o livro é produzido e escrito, envolvao com fumaça. Então, tome a água de Vitríolo, encha a mão e batize o livro, dizendo: À Vênus Negra eu te consagro, Livro Sagrado. Chifre de Vênus é teu nome
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Cujo poder é notório A todos os hóspedes e visitantes no submundo. Ó Anael, Grande Príncipe Olímpico! Peço-te humildemente, fortaleça este Volume, Purificando-o em tua eterna primavera de honra.
O Dæmon inscrito dentro dele poderá Vir rapidamente nas horas de Vênus, Se este Chifre soar E conquistar o que eu desejo, mesmo se ele for pertinaz. Gentilmente ajuda-me!
Logo que isso for feito, deve-se encobrir mais uma vez o Livro com defumação e embrulhá-lo em um tecido verde ou vermelho, e em seguida enterre-o debaixo da terra com o restante das coisas no mesmo período prescrito anteriormente, desenterre-o, e armazene-o para usar.
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Como Empreender o Trabalho
Quando todas as coisas mencionadas acima estão devidamente preparadas e prontas, e o operador julgar-se adequado e confiante o suficiente e tiver preparado a si mesmo (uma vez que isto exija um homem absolutamente corajoso e sem medos), ele deve ir durante o mesmo período muitas vezes mencionado, hora, e noite de
para um lugar seguro e
livre de perturbações humanas, seja em um prédio, ou melhor, em uma Floresta ou em uma isolada e deserta estrada ou encruzilhada. Lá ele poderá estender o círculo e colocar o Selo de em torno do seu pescoço. Depois, ele deve acender o fogo e começar a invocar um dos espíritos que ele selecionou a partir do número indicado. Ele deve pronunciar a Chamada inteira através do Chifre de , e ele deverá chamar o Espírito pelo o nome uma vez, uma logo no início e outra ao final da prática, mas sempre com pausas evidentes.
Ele deve Saudar o Espírito desta forma:
“Saudações a ti, nobre e obediente Espírito (deve-se, aqui, dirigir-se ao espírito pelo nome dele). Eu ordeno que tu, pelo poderoso nome de Adonai e com este Selo (mostre e indique o Selo do Espírito) do Anjo Anael, o Regente Supremo do Planeta Vênus, para portar-se de modo calmo e pacífico e realizar meu minha vontade em todas as coisas que eu instruí-lo a fazer. Isto eu te ordeno, aliás, por Deus, o Pai, o Filho, e o Espírito Santo e pelo Triunfante Senhor Jesus Cristo, que virá julgar o mundo através do fogo.”
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Depois disso o Espírito perguntará ao Mestre o porquê ele foi convocado e o que o mestre deseja e solicita. E este, o Mestre, deve então, clara e decididamente declarar. Se o espírito se mostrar, de alguma forma, não cooperativo, deve-se seguramente pegar o Selo de Vênus e colocá-lo acima do fogo ou carvão, com o qual o incenso foi queimado, ou se não foi usado incenso (desde que usá-lo não é absolutamente necessário), poderá segurar o Selo acima de uma vela acesa, até que ele se torne quente, e então o coloque diante do espírito invocado. Quando isto é feito, os espíritos são terrivelmente atormentados e eles pedem ao Mestre para que ele pare de torturá-los, e eles não se tornam mais resistes para cumprir sua vontade. Certamente eu aconselho para que o Mestre não exceda o símbolo em demasia com sua pretensão e exigência e desejos, o que ao fazer provocaria a ira Divina; e que não vacile e se mostre inconstante aos astutos espíritos, ou ainda pior, aceitar condições que eles lhe sugerirem. Entretanto, preferivelmente, com uma mente brava e firme, ele deverá insistir nos pedidos que ele manifestar aos Espíritos e ele deve deverá observar atentamente as ameaças e protestos deles das dissimuladas dificuldades para as bagatelas vazias, caso contrário ele perderá seu Controle sobre estes Espíritos. Não menos importante, ele deverá precaver-se de utilizar a ajuda dos Espíritos para defender sua impiedade e atos criminais, o que fará com que os Espíritos se mostrem cada vez mais ávidos a executar: de fato, a alma certamente sofreria grandes danos [se comportada assim], pois enquanto ele considera a si mesmo exercendo seu poder sobre os demônios, ele verdadeiramente estaria entregando sua alma à terrível servidão aos demônios. Por esta razão, nós sinceramente advertimos mais uma vez contra toda e qualquer mau uso desta arte. Quando Espíritos tiverem cumprido os comandos ou a vontade do Mestre, eles devem ser dispensados da seguinte forma:
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A Dispensa do Espírito.
Como dito anteriormente, através do Chifre de , diga estas palavras: “Norcados Fenoram Anosiren (aqui, deve-se chamar o espírito mais uma vez pelo seu nome e continue) Oparchim Amosan Zezaphilos Aspairath Anthyras Zyriffon.”
Quando eles ouvirem estas palavras, os Espíritos tornar-se-ão invisíveis imediatamente, e o mestre poderá deixar o Círculo depois que ele proferir qualquer benção ou agradecimento que ele desejar.
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Outras coisas que devem ser atencionadas durantes o trabalho.
Se o experimento é realizado com outras pessoas presentes, somente uma pessoa, que atua como Mestre e faz as Chamadas, deve falar com os Espíritos. Todas as outras devem permanecer em silêncio. Se os Espíritos são forçados a trazer tesouros ou moedas, é necessário colocar o Selo de no tesouro e posteriormente esvaziar o tesouro de seu recipiente e transferi-lo para um novo recipiente que deverá ser previamente perfumado e consagrado. Deste modo, com estes pequenos avisos nós concluímos nosso pequeno livro: Guarda-o, amado Leitor, do uso indevido; pensa cuidadosamente sobre as coisas aqui escritas; tenha certeza de que tu não se esqueceras de nada; e sempre que tu fizeres algo, certifique-se que tu ages sabiamente e carrega contigo uma mente firme e sem medo; e resultará em grande benefício e conforto. Há ainda algo que devemos relembrá-lo, e que poderá lhe garantir grande sucesso com o trabalho, a melhor coisa a fazer é relembrar dos pobres através das obras de caridade. E assim tu serás feliz nesta vida, bem como na próxima; e ele será misericordioso para nós, aquele que virá julgar os vivos e os mortos, cujo Reino não terá Fim.
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Notas
[4] Gramaticalmente, estas palavras deveriam ser lidas LIBELLUS VENERI NIGRÆ SACER, ao invés de NIGRO, mas como este detalhe aparece nas quatro versões principais examinadas por Meier (1990b p. 22), talvez como uma forma de nigromancia.
[5] Pertencentes ao submundo e/ou Rio Styx; também, um trocadilho para stiga, bruxa.
[6] Habitante, com o sentido de “estranho residente”.
[7] Tuba se refere mais diretamente a trombeta reta de guerra feita de bronze dos antigos romanos, mesmo que o gráfico mostre um chifre curvo, como um shofar. Veja a discussão posterior no artigo. Tuba, além disso, certamente é um trocadilho sobre a árvore-tuba no Alcorão, a mais bela e alta árvore no Paraíso, vista por Idris/Enoque. Na poesia sufi a árvore-tuba, ou árvore da vida, é muitas vezes onde o espírito desce ou pousa, como uma Phoenix (Fênix).
[8] Nós utilizamos dæmon ao invés de demon, por possuir um significado ambíguo, significando “espírito maligno” associado com “demon,” e um significado mais antigo, do grego δαίμων, de um ser sobrenatural, espírito, ou “gênio” cuja natureza é servir de intermédio entre deuses e homens. Usamos “æ” como um falso arcaísmo utilizados muitas vezes na literatura da época, para insinuar um sentido mais antigo (como Spenser faz na intitulação de seu poema Færie Queene.)
[9] “Tu/Você” pode ser lido como um tratamento direto à Vênus, ao leitor, ou ambos.
[10] Vocatus: invocações, chamadas (cerimoniais) ou conjurações.
[11] Siggilum: geralmente escrito como “sigilo” em outros textos mágico/astrológicos, porém traduzido aqui como “Selo” para igualar ao termo inglês de Dee.
[12] Enquanto isso pode ser traduzido como “arte negra” ou igualmente “alquimia”, nós usamos o termo mais contemporâneo com Dee para traçar na conotação, mais do tempo dele do que o nosso. Particularmente, um dos manuscritos posteriores examinados por Meier usa o latim necromanticæ em vez de negromanticæ (veja 1990b p 22, 30).
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[13] Utilizando o sistema de numeração grego. Nas traduções bíblicas mais modernas, este salmo — louvando a restauração de Jerusalém — é o Salmo 147.
[14] De acordo com Meier 1990a, no manuscrito Warburg, as linhas são vermelhas e os outros desenhos são verdes, com um fundo verde claro. No manuscrito de Munich, o selo da esquerda é preto em marrom avermelhado e o da direita é preto em verde, mostrando um traçado não ciente do autor se isso seria o verso ou anverso do mesmo selo.
[15] Cornu. Nota-se que Dee utilize cornu para um tipo de chifre e tuba para outro, apesar de que cornus também poderia ser um chifre musical curvado.
[16] De acordo com Meier 1990a, no manuscrito Warburg, os nomes dos Arcanjos, Evangelistas, e as doze cruzes no círculo exterior são da mesma cor marrom que está no texto, enquanto todos os outros nomes e cruzes são vermelhas. No manuscrito Munich, o anel exterior do círculo é vermelho, o anel do meio é preto e o anel interno é verde.
[17] Libellus Veneri nigræ Sacer: compare o título e a nota nº 4.
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