Treino de Resuloção de Problemas

December 7, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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C AP I TU L O

Treino de Resolução de Problemas L i l

i a n a    S e g e r   J a c o b  

Este capítulo tem por finalidade descrever o Treino de Resolução de Problemas Probl emas e explicitar sua possível aplicação em diversas áreas clínicas. O estudo empírico do constructo de resolução de pro blemas tem uma longa história, história, porém, recentemente, os profissionais de saúde mental têm se centrado nessa técn té cni i ca como um meio de lidar com os transtornos compor tamentais e os problemas emocionais. Para que um indivíduo lide de forma eficaz com uma dificuldade, ele necessita aprender a avaliar e a encontrar soluções que lhe lhe permit permitam am resolver seu problema. C Consi onsi dera-se uma resposta eficaz uma resposta ou um padrão de respostas que altera a situação, a qual deixa de ser pro blemátic blem ática a e, e, a ao o mesmo mesm o tempo, produz pr oduz o máximo máxi mo de outras outras conseqüências positivas e o mínimo de negativas. D’Zurilla e Goldfried (1971) publicaram um artigo que delineava um modelo m odelo prescritivo para tr treinar einar os os indivíduos em habilidades de solução de problemas como um meio de facilitar sua compet com petên ência cia social geral. geral. Antes de definir o comportamento de solução de pro blemas, blem as, parece importante defin definir ir o “problema “problema”” em situa ções de solução de problema. Segundo Skinner (1953), na verdadeira situação-problema, situação-problema, o organismo não tem o co com m portamento portam ento disponível que reduzirá a privação ou fornece rá a fuga uma situação aversiva. aversiva . Situaçõe Situações problemát problemáticas icas ocorrem ocorr empara durante toda a vida do indivíduo. indivíduo . sDeve-se Dev e-se deixar clara a distinção entre “emi “emitir tir uma resposta que é solução” so lução” e “solucionar um problema”.

 

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Solução de problemas é um comportamento que, por meio da manipulação de variáveis, variáveis, torna mais provável o surgimento da solução solução.. Soluçã Solução o de pro problemas blemas se refere ao processo de encontrar uma solução. A solução, solução, por po r outro lado, lado, é definid definida a com como o a resposta ou ou o padrão de respo respos s tas resultantes que altera a situação de for forma ma a elimina elim inarr ou reduzir sua sua natureza problemática. “dificuldade ” de uma situaç situação ão problemática, paraque umconstitui indivíduo, é prop proporc orcio io nal A à “dificuldade” disponibilidade no repertório de uma resposta uma solução. Quanto menor for fo r o repertório repertó rio do indivíduo, maior será a situaçã situação o problemática.  Torna-se  Torna -se necess necessári ário, o, também, diferenciar comportamen compor tamento to de solução solução de pro pro  blema e tentativa e erro (aberta ou encoberta). Em aprendizagem de tentativa e erro, um número de respostas de alta probabilidade pode ser emitido porque a situação situa ção problemátic problem ática a contém con tém elemen elementos tos similares àqueles de situaç situações ões pr prévia évias, s, nas quais essas respostas foram reforçadas. Se uma dessas respostas foi reforçada, isso não é solução de problemas. O comportamento não foi empregado naquilo que tornou a situação situação mais provável; a solução foi fo i encontrada encont rada por acas acaso. o. A ttenta enta tiva e erro erro com comportamen compor tamento to de soluç solução ão de problemas pode ter um uma a con conexã exão, o, como com o no caso de um indivíduo indiví duo que tenta várias rrespo espostas stas possíveis possíveis (aberta e sim bolicam boli cament ente) e) até que ele encontre a “me “melho lhor” r” resposta para ele. ele. A orientação de Skinner enfatizou o comportamento aberto e a manipulação de variáveis externa externas. s. Neste capítulo é cconsiderada onsiderada uma definiç definição ão mais ampla de comportamento comporta mento e se focaliza a atenç atenção ão em operações cognitiv cognitivas as ou interaç interações ões co com m portamentais portament ais encobertas, as qua quais is po pode dem m est estar ar envolvidas na solução solução de pro proble ble mas efetivos na vida, mas que podem não ser representativas de qualquer comportamento aberto imediato. O Treino de Resolução de Problem Problemas as (TRP) é uma técnica técnic a que tem sido aplica da como intervenção de tratamento em uma variedade de transtornos clínicos, incluindo a depressão (Hussian e Lawrence, 1981; Nezu, 1986), o estresse e a an siedadee (M siedad (Men endo donç nça a e Sie Siess ss,, 19 197 76) 6),, agoraf ag orafobia obia (Jannoun Mun Munby, by, Catalan e G Gelder, elder, 1980 19 80), ), as fobias, fobi as, a obes ob esid idad adee (Black, 1987; Black e Sherba, 1983; Black e Thr Three eefal fall, l, 1986 19 86), ), os problem prob lemas as conjugais con jugais (Whism (Wh isman an e Jacob Jacobson, son, 198 1989), o alcoolism alco olismo, o, a inde in de cisão em escolhas, escolhas, eem m per período íodoss de transiçã transição, o, aos trans transtornos tornos infantis e da adoles adoles cência, enfim, a inúmeras situações que requerem que o indivíduo treine suas habilidades de solução de problemas proble mas sociais e interpessoais. interpessoais. Nezu Nez u e Nez Nezu u (1 (199 996) 6) definir definiram am a solução de proble problemas mas sociais como o proce proces s so metacognitivo pelo qual os indivíduos compreendem a natureza dos proble mas da vida e dirigem seus objetivos à modificação do caráter problemático da situação ou mesm m esmo o da dass suas suas reações a eela. la. É importante lembrar que, em qualquer tentativa para facilitar a solução de problemas, precisa-se considerar os aspectos da person personalidade alidade do indivídu in divíduo o e do ambiente que podem estar relacionados ao desempenho. Dependendo dos as pectos envolvidos, outros procedimentos ou formas de tratamento podem ser necessários para preparar o indiv indivíduo íduo para o TRP Ressalta-s Ress alta-see que, como co mo qualquer técnica, ess essa a jamais deve ser vista fora de um contexto ou situação específica. A prioridade em qualquer processo terapêutico, independentemente da intervenção a ser realizada, se concentra na relação estabelecida estabelec ida entre o paciente pacient e e o terape terapeuta. uta.

 

346  ■ Tera Terapia pia Cog nitivo nitivo-com -compor porta ta menta I Ao se pensar em um problema, tem-se em e m me mente nte as si situaç tuações ões específicas da vida, as quais exigem respostas p para ara um funcion funcioname amento nto adequado. Basicamente, os problema prob lemass repres representam entam uma discrepân discrepância cia entre a realidade de u uma ma situação e o oss objetivos desejados. Um problema prob lema pode ser um acontec acontecimento imento úni único, co, uma série de de aconte acontecime cimen n tos relacionados ou uma situação crônica. As demandas da situação problemáti ca se éorigi originar nar no ambiente ambie ntedo ouambiente, dentro danem pessoa Portanto Portanto, u m problema porrpodem po si só não uma característica nepe mssoa. da .pessoa. pe ssoa. Ao, um contrário, um problema é um tipo particular de relação pessoa-ambiente que reflete um dese quilíbrio ou uma discrepância discrepância percebida entre a ass demand demandas as e a disponibilidade de uma resposta adaptativa. adaptativa. A adequaçã adequação o ou efic eficácia ácia de qua qualquer lquer solução varia de pessoa para para pe pessoa, ssoa, de lugar para lug lugar ar,, pois a eficácia eficá cia dep depend endee dos valores e ob objeti jetivos vos de cada u um. m. Deve-se Deve -se ressaltar que que as avaliações d do o pro  proces cesso  so  deve deveriam riam centrar-se n nas as hab habi i lidades e capacidades capacidades que permitem perm item ao aoss indivíduos solucionar os problemas de forma for ma eficaz, enquanto en quanto as avaliações da solução  deveriam  deveri am centrar-se nas soluções encontradas. Na prática clínica, percebe-se que um indivíduo é, às vezes, compe tente para encontrar uma solução, mas é incapaz de colocá-la em prática. Determinadas habilidades comportamentais comportam entais e cognitivas sã são o mediadoras das reações emocionais. A form forma a como com o o pa paciente ciente ava avalia lia o prob problema, lema, su sua as conseqü conseqüên ên cias cias,, soluções pote potenciai nciaiss e antecipação antecipa ção das conseqüências, isto é, com como o ele reage a uma situação problemática, precisa ser bem avaliada antes do processo, para que outras técnicas, como a reestruturação cognitiva ou Dessensibilização Siste mática, possam ser utilizadas conjuntame conjuntamente. nte.

MÉTODO A capacidade de solução de problemas compreen com preende de uma série de habilidades específicas. Existem cinco processos, cada um avalia um aspecto da solução: solução: 1. 2. 3. 4. 5.

Orienta Orie ntação ção para o prob problem lema; a; Definição e formulação do problema; Levan Levantamen tamento to de alternati alternativas; vas; Tomada Tom ada de decisões; Prática da solução e verificação verificação..

O componente de orientação para o problema (1) pode ser descrito como um conjunto de resposta respostass de orientação que representam a ass reações cognitivocogn itivo-afetivoafetivocomportamentais comportament ais imediatas de uma u ma pe pesso ssoa, a, quando ela se se defronta co com m uma situa ção problemá pro blemátic tica. a. Essa Essass respostas respostas incl incluem uem as cren crenças, ças, a ass avaliações e as expectativ expectativas as sobre os problemas proble mas da vida e sobre sua capaci capacidade dade de solução de problemas. Suas cogniçõess incluem: sua cogniçõe sua história de vida passa passada da e se seu u reforçam reforçamento ento relacionado à solução de problemas, o que pode pod e ajuda ajudarr ou produzir um ef efeito eito negativo neg ativo na forma com o o in como indivíduo divíduo analisa o problema. O processo (2 (2), ), definição defin ição e formulação form ulação do problema, consiste consiste em clarifica clarificarr e compreende compr eenderr a n natureza atureza específica do problema. Após se definir e se formular a

 

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natureza da dificuldade, de forma clara e concreta, pode-se avaliá-lo de forma mais precisa. O objetivo objetiv o d do o processo (3) (3) é a criação de altern alternativ ativas, as, fazendo fazen do com que toda todass as soluções possíveis estejam disponíveis. No (4 (4), ), a tomad tomada a de decisões é avaliada, avaliada, julgada, julgada, com comparada parada às às opções dispo disp o níveis para serem aplicadas na situação. Finalmente, o (5), prática da solução e verificação, consiste teção em e mproblemática. avaliar a eficácia da atuação atuação para controlar e resolver o problema probl ema ouconsis a ssitua ituação Esse Es sess cinco cinc o passos não se baseiam numa cla clarificaçã rificação o das estra estratégias tégias cogni cognitivotivocomportamentais comportam entais que pode po dem m ser ser utilizadas utilizadas duran durante te o processo processo,, mas representam um modelo estabelecido de solução de problemas, utilizando um formato lógico para o treinamento. Os indivíduos podem se movimentar entre esses cinco passos e, freqüen temente, é necessária a utilização de técnicas complementares entre os passos, a fim de ampliar as as capacidades capacidades do ind indivíduo ivíduo em cada fase fase.. Por exemplo, pode ser necessário o emprego da reestruturação cognitiva durante a fase de definição e formulação do problema, para minimizar as distorções cognitivas que impedem o indivíduo de definir o prob problem lema a com precisão. precisão. Portant anto, o,e essa es sa técnica ser utilizada num formato estr estrutu uturad rado o ou de modo m odo maisPort amplo aberto, numpode formato de terapia. Existem diversos asp aspectos ectos que merec me recem em consideração. Um indiví indivíduo duo pod podee não conseguir solucionar seus problemas simplesmente por não ter as habilidades necessárias, neces sárias, bast bastando, ando, nesse cas caso, o, aprendê-las o ou u ele pode pod e não conseguir con seguir resolver resol ver problem prob lemas as por caus causa a de emo emoçõe çõess negativa negativas, s, ccom omo o ansiedade ansieda de ou d depressã epressão, o, as quais quais impede imp edem m ou dificultam uma avaliação eficaz. O papel do terapeuta assum assumee gran de importância importâ ncia ao sinalizar e verifi verificar car as habilidades do paciente, bem como com o seu seus padrões de pensamento.

DESCRIÇÃO Ao detalhar cada p pas asso so,, o terapeuta deve sempre lem lembrar brar que o TRP é um pr pro o cesso flexível, espontân es pontâneo eo e natu natural. ral. Deve-se ressalt ressaltar ar a inter-relaçã inter-relação o entre os com com ponentes conform con formee a situ situação ação ocorre. ocorre.

O r i e n t a ç ã o   p a r a   o   Pr o b l em a

 Tornar-se adequadamente orientado  Tornar-se orie ntado para lidar com situaç situações ões problemáticas problemátic as da vida (estr (estressa essante ntess - rea reais is ou percebidas) significa desenvolver desenv olver um conjunto de atitudes atitu des p para ara reconhecer e aceitar situaçõ situações es problemáticas quando elas elas oco ocorrem rrem e inibir a tendência tanto de responder impulsivamente im pulsivamente quanto de não fa fazer zer nada nada.. É enfatizado, pelo pe lo terapeuta, que a vida vid a é constituída de uma série infinita infini ta de situa ções problemáticas, prob lemáticas, es sequando é o estado “normal” “normal ” mais do que o “anormal” O pa ciente é instruído instruíd o de que que esse ele, o ocorre correm m dificuldades ou incertezas, incert ezas, poderia imediatam imed iatamente ente tentar identifi identificar car a situação situação ou as sit situaçõ uações es externas externas que produ p rodu zem es essa sass dificuldades, dificuldades, em vez ve z de reviver re viver constantemente constantemen te su sua as próprias reaçõe reaçõess

 

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Terapia Cognitivo-comportamental

ou emoções pessoais. O paciente também é encorajado a aceitar o fato de que ele tem habilidades para solucionar problemas, mesmo quando nenhuma solução esteja aparente. aparente. A natureza e os objetivos dessa etapa são descritos e discutidos e o paciente aprende que, embora algumas situações problemáticas sejam mais complexas e, conseqüentemente, mais difíceis de solucionar que outras, ele possui diversas al ternativas de ação, ação, potenciais potenci ais di disponív sponíveis eis para lidar co com m quase qualquer situação problemática. A grande função da tendência inibitória é a redução da tendência de se rea gir automaticamente a estímulos familiares em situações problemáticas (inapropriada ou desastrosamente) desastrosamente) ou evi evitar tar o problem problema a pas passivame sivamente, nte, “faz “fazen en do nada”. Se uma pessoa dá uma resposta imediata imed iata a uma situação pr prob oblem lemát áti i ca sem parar parar e p pensa ensar, r, pode pod e não existir tempo temp o suficient s uficientee para oco ocorre rrerem rem respostas cognitivas à ação efetiva.

e  F o r m u l a ç ã o   d o   P r o b l e m a

Nessa fase são introduzidas categorias de situações problemáticas para trei namento (por exemplo, estudar, paquerar etc.). Elas podem ser preparadas com base nas experiências individuais do paciente ou feitas de antemão para exem plificar e treinar essa fase. Em ger geral, al, indica-se que se comece comec e com uma hierarquia q que ue vai do menos dif difí í cil para para o paciente pacien te até às às categorias muito difíceis. Com a ajuda do terapeuta, terapeuta, o paciente constrói uma situa situação ção hipotétic hipotética a espe especí cí fica ou uma problemática problemáti ca rrea eal. l. Ele é orientado para definir o pr problem oblema a em termos claross e específicos. Avaliando a situação claro situação proble problemátic mática a cuidadosamente, cuidadosamente, cons conside ide rando todos os fatos relevan relevantes, tes, uti utilizando lizando termos claros e concretos, el elee destaca o oss aspectos aspe ctos pertinentes do problema, aumentando a possibilidade de soluçã solução. o. Nessa fase, o próximo passo é formular os objetivos-alvo: quais aspectos da si tuação problem pro blemáti ática ca de deve vem m ser mudados e qual a natureza dessa mudanç mudança? a? Assim se estabelec estab elecem em os limites para a próxima próx ima fas fase, e, que é a formula formulação ção de altern alternativas ativas..

L e v a n t a m e n t o   d e  A l t e r n a t i v a s

A procura de alternativas alternativas é um processo criativo e imaginat imaginativo ivo tanto quanto um processo de recordação e revivência. A revivência de antigas soluções pode ajudar na solução de problemas pro blemas similares no passad passado, o, os quais tenham alc alcançado ançado bons resultados. O paciente precisa pensar em maneiras de combinar partes de respostass habituais diferentes resposta diferent es eem m novas ações. O paciente é instruído a produzir respostas associativas. Uma maneira de ajudá-lo a evitar “obstáculos” é por meio do princípio de “adiamento do julga mento”. men to”. De acordo com es esse se princípio, o paciente tenta pensar em uma alternati va após a outra, sem ficar interessado por questões como seu valor, sua aceitabilidade ou sua adequação. Evitando, ainda, pensar em conseqüências de resposta resp ostass nesse ponto pont o o quanto for possível. Utilizando Utilizan do esse esse princípio, evitam-se

 

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duas armadilha duas armadilhas: s: o términ t érmino o prematuro pr ematuro da procura com co m uma das primeiras ““boas” boas” alternativas alterna tivas vindas à men mente te e o desencorajam desenc orajamento ento e tér términ mino o prematuro da pro procu cu ra decorrente de idéias precoces. Quanto mais alternativas o paciente formula, mais prováveis são as chances dele conseguir melhores alterna alternativas tivas para a soluçã solução. o. Quando o paciente sentir que esgotou suas idéias, passa-se para a fase de to mada de decis decisão. ão.

T o m a d a   d e  D e c i s ã o

Essa etapa envolve Essa env olve a seleção da “mel “melho hor” r” alternat alternativa iva para a açã ação, o, sendo sendo,, pro p ro vavelmente, a fase mais difícil da estratégia. Essa seleção é fundamentada nas ex pectativas do paciente, por exemplo, as conseqüências possíveis de várias alternativa altern ativas. s. O paciente é instruído a antecipar essas essas conseqüências de cada al ternativa, considerar seu valor e prob probabilid abilidade ade de ocorrên oco rrência cia ee,, entã então, o, selecio selecionar nar a alternativa com melhor mel hor chance de solucionar o problema, maximizando maximi zando as con co n seqüências positivas e minimiz min imizand ando o as negativ negativas. as. É claro que, para que essa análise ocorra, vários fatores interferem, como sua história passada, seu conhecimento de experiência dos outros e suas crenças, ou seja, a forma como o paciente interpreta as situações. E important impor tantee pedir ped ir ao paciente pacie nte que ele faça a seguinte pergunta: pergunta: ““S Se eu fosse realizar reali zar ess essa a solução partic particular, ular, quais são são a ass várias coisa coisass que po poder deriam iam,, po possi ssivel vel mente, acontecer como resultado?” Nesse ponto, o paciente é instruído a consi derar as as conseqüências em quatro categorias diferentes: pessoal, social, em curto prazo e em longo prazo. Na categoria pe  pess sso oal , o pacie paciente nte tenta tenta avaliar cada alternativa quanto às necessi necessi dades que satisfazem satisf azem as as metas metas pessoais para se ating atingir, ir, ccom om rreferê eferência ncia aos objeti objetivosvosalvo,, a situação alvo situação problemáti problemática ca e os efeitos gerados gerados nos se seus us sentimentos sentimentos e emoç emoções. ões. As conseqüências sociais  se  se referem aos efeit efeitos os que a ação alternativa tem so s o bre várias “outras significantes” na vida do paciente e as reações dos outros a ele. As conseqüências em curto prazo  se  se referem aos efeit efeitos os imed imediatos iatos pessoais e sociais na situação problem problemática. ática. Antecip Ant ecipand ando o as conseqüênc conseqüências ias em longo prazo , o paciente considera as possíveis conseqüências pessoais e sociais que podem ocorrer no futuro futuro.. Quando o paciente avaliou as alternativas nessas quatro categorias, ele é soli citado a considerar a probabilida proba bilidade de de ocorrênc ocor rência ia da dass várias várias conseqüências. conseqüências. Mais uma vez, toda tod a ess essa a avaliação depe depende nde de sua história particular e, e, obvia ob via mente, uma solução efetiva efe tiva para um paciente pacien te pode po de não ser efeti efetiva va para para ou outro. tro. O paciente pacien te vai, vai, então, avaliando as conseqüências e selecionando selecion ando o que ele vê com co m mais probabi prob abilid lidades ades de sucesso sucesso,, jul julgan gando do as ssua uass alternativas possíveis. Ess Essa a seleção conduz à fase final, final, chamada de fase de verificação.

V er if ic a ç ã o

A ação na vida real, seguida da tomada de decisão, não é garantida. O pa ciente pode p ode frac fracass assar ar ao tentar realizar a alternativa selecionada selecion ada por uma varie-

 

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Terapia Cognitivo-comportamentai

dade de razões, inclusive déficits motivacionais (ou reforçamentos), inibições por fatores emocionais emocion ais e obstáculo obstáculoss emocionais. Após o paciente realizar a al ternativa escolhida, ele avalia as conseqüências e compara o resultado obtido na realidade com o qual havia fundamentado a sua decisão. Se a comparação for insatisfatória para o paciente, ele retorna à fase de tomada de decisã decisão o e sele ciona cion a a se segunda gunda melhor melh or alternativa para a ação ação,, repetin rep etindo do ess essee processo até uma estratégia se mostrar satisfatória. satisfatória. Nesse ponto, a solução é considerad considerada a ver verific ificada ada e a estratégia está terminada. O terapeuta necessita utilizar o conhecimento das características do seu pa ciente, isto é, suas habilidades, suas necessidades, seus objetivos, seus valores, entre outros, para guiá-lo pelos passos passos do programa.

D iscussão

Os procedimen proce dimentos tos descr descritos itos podem ser ser utilizados utilizados tanto em grupos grupos quanto in in  dividualmente. dividualm ente. Uma U ma das das vantagens do treino em grupos é qu que, e, geralmente, ocorre uma soma maior de conhecimentos e informações, provendo um modelo mais adequado para solução de problemas. Além disso, o grupo pode encorajar uma avaliação crítica mais adequada ee,, como com o resulta resultado, do, aumentar a efetivida efet ividade de do tre trei i namento na tomada de deci decisão. são. As relações interpessoais interpessoais e o reforç reforçamento amento social decorrentes do grupo podem, também, facilitar a generalização de solução solução de p pro ro blemas para situações sit uações sociais de vida real real.. Um aspecto que deve ser acentuado, é que o objetivo do TRP não é ensinar respostas específicas especí ficas ou soluções para determinada deter minadass situações problemát problemáticas, icas, mas ensinar a estratégia geral ou abordagem abordag em de solução de problemas, a serem aplica aplica dass em da e m qualquer probl problema ema social ou pessoal pessoal..

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