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Transtorno de personalidade esquizoide
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Transtorno de personalidade esquizoide Transtorno de personalidade esquizoide Classificaۥo e recursos externos [1]
CID-10
F 60.1
CID-9
301.2
MedlinePlus
000920
MeSH
D012557
[2] [3] [4]
Aviso m‚dico
O Transtorno de Personalidade Esquizƒide (TPE) € definido como um transtorno de personalidade primariamente caracterizado por falta de interesse em rela•‚es sociais, tendƒncia ao isolamento e „ introspec•…o, e frieza emocional, e simultaneamente por uma rica e elaborada actividade imagin†ria interior. Embora os termos sejam parecidos, o transtorno de personalidade esquizƒide n…o € o mesmo que esquizofrenia (ainda que haja uma prevalƒncia maior de pessoas com este transtorno em fam‡lias com esquizofrenia e ambos compartilhem caracter‡sticas como distanciamento ou embotamento afetivo). A psicˆloga Nancy McWilliams argumentou que a defini•…o do transtorno € falha devido ao preconceito cultural: "Um dos motivos pelo qual indiv€duos esquiz•ides s‚o patologizados ƒ porque s‚o comparativamente raros. As pessoas na sua maioria tendem a acreditar que sua pr•pria psicologia ƒ a norma e a igualar a diferen„a com a inferioridade.".
Histƒria O termo "esquizˆide" foi criado em 1908 por Eugen Bleuler para designar uma tendƒncia para dirigir a aten•…o para a vida interior em vez de para o mundo exterior, um conceito prˆximo da "introvers…o" de Carl Jung. Bleuler tamb€m designou o exagero mˆrbido mas n…o-psicˆtico dessa tendƒncia como a "personalidade esquizˆide". Desde ent…o, os estudos sobre a personalidade esquizˆide tƒm seguido dois caminhos distintos: por um lado, a tradi•…o da psiquiatria descritiva, que se foca no comportamento observ†vel e nos sintomas descrit‡veis, que € exposta nas descri•‚es apresentadas no DSM e na CID; por outro lado, a tradi•…o da psiquiatria din‰mica, que inclui o estudo das causas ocultas e/ou inconscientes da personalidade. A tradi•…o descritiva come•a com a descri•…o que Ernst Kretschmer (1925) faz do comportamento esquizˆide, que ele catalogou em trƒs tipos de caracter‡sticas: (1) insociabilidade, tranquilidade, reserva, seriedade e excentricidade; (2) timidez, segredo sentimental, sensibilidade, nervosismo, excitabilidade e gosto pela natureza e pelos livros; e (3) docilidade, amabilidade, honestidade, indiferen•a, silƒncio e atitudes emocionais frias. Nessas caracter‡sticas podemos ver as ra‡zes da divis…o (no DSM-IV) do car†ter esquizˆide em trƒs diferentes transtornos de personalidade, embora o prˆprio Kretschmer n…o concebesse a separa•…o desses comportamentos at€ ao ponto do isolamento radical entre eles, considerando, em vez disso, que eles se encontram simultaneamente presentes nos indiv‡duos esquizˆides. Para Kretschmer a maioria dos esquizˆides n…o s…o ou hipersens‡veis ou frios, mas hipersens‡veis e frios "ao mesmo tempo" em diferentes propor•‚es relativas, com uma tendƒncia para se moverem entre estas dimens‚es de um comportamento para o outro. O segundo caminho, da psiquiatria din‰mica, come•ou com a observa•…o por Eugen Bleuler (1924) de que a pessoa esquizˆide e a patologia esquizˆide n…o s…o entidades que possam ser separadas. Em 1940, W.R.D.Fairbairn apresentou o seu trabalho sobre a personalidade esquizˆide, onde a maior parte do que € hoje conhecido sobre o fenˆmeno esquizˆide pode ser encontrado. A‡ Fairbairn referiu quatro temas esquizˆides centrais: primeiro, a
Transtorno de personalidade esquizoide necessidade de regular a distancia interpessoal como um foco central de preocupa•…o; segundo, a habilidade para mobilizar as defesas de auto-preserva•…o e autoconfian•a; terceira, uma difusa tens…o entre a necessidade carregada de ansiedade de liga•…o e a necessidade defensiva de distancia, que se manifesta exteriormente como indiferen•a; e, em quarto, uma super-valoriza•…o do mundo interior face ao mundo exterior. Na sequƒncia de Fairbairn, continuaram a serem feitos ricos estudos sobre o car†ter esquizˆide, nomeadamente por autores como Nannarello (1953), Laing (1960), Winnicott (1965), Guntrip (1969), Khan (1974), Akhtar (1987), Seinfeld (1991), Manfield (1992) e Klein (1995). Alguns psiquiatras consideraram esquizˆides (ou, pelo menos, como tendo "marcados sintomas") personalidades como Ludwig Wittgenstein, Isaac Newton, Albert Einstein ou Theodore Kaczynski.
Crit‚rios de diagnƒstico O diagnˆstico € baseado nas experiƒncias reportadas pelo paciente, como tamb€m marcadores do transtorno observados por um profissional da saŠde mental.
Crit‚rios do DSM-IV A vers…o IV-TR do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-IV) - o guia americano amplamente usado por m€dicos „ procura de um diagnˆstico de doen•as mentais € definia o TPE como "um padr…o invasivo de distanciamento de relacionamentos sociais e uma faixa restrita de express…o emocional em contextos interpessoais, [que] come•a no in‡cio da idade adulta e se apresenta em variados contextos". Os crit€rios s…o (pelo menos quatro): 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
N…o deseja e nem aprecia rela•‚es ‡ntimas, incluindo ser parte de uma fam‡lia. Quase sempre escolhe atividades solit†rias. Tem pouca, se alguma, vontade de ter rela•‚es sexuais com outra pessoa. Tem prazer em poucas atividades, se alguma. Falta de amigos ‡ntimos ou confidentes que n…o sejam parentes de primeiro grau. ‹ indiferente „s cr‡ticas ou elogios. Mostra frieza emocional, dist‰ncia ou afetividade limitada.
Para o DSM-5, publicado em 2013, foi decidido que o crit€rio de diagnˆstico se mantenha idƒntico.
Crit‚rios do CID-10 O CID-10 da Organiza•…o Mundial de SaŠde define o TPE de forma muito semelhante ao DSM-IV. Segundo o CID-10, s…o necess†rios pelo menos 4 destes sintomas: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
Tem prazer em poucas atividades, se alguma. Mostra frieza emocional, dist‰ncia ou afetividade limitada. Capacidade limitada para expressar tanto sentimentos de calor e ternura como de ira para com outras pessoas Aparente indiferen•a „s cr‡ticas ou elogios. Pouca vontade de ter rela•‚es sexuais com outra pessoa (atendendo „ idade) Quase sempre escolhe atividades solit†rias. Preocupa•…o excessiva com fantasia e introspec•…o. Falta de amigos ‡ntimos ou confidentes (ou apenas um) e de desejo de os ter Marcada insensibilidade „s normas e conven•‚es sociais estabelecidas
Exclui: S‡ndrome de Asperger, Transtorno Delirante, Transtorno Esquizˆide da Inf‰ncia, Esquizofrenia e Transtorno de personalidade esquizot‡pica
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Transtorno de personalidade esquizoide
Crit‚rios de diagnƒstico din„mico Ralph Klein observou de maneira diversa as cren•as comuns sobre esquizˆides focadas principalmente no seu aparente desinteresse em relacionamentos. Esclarecendo as causas e condi•‚es por tr†s das caracter‡sticas acima, Klein descreveu as cismas no tocante aos relacionamentos com os esquizˆides. A separa•…o envolve: (1) o relacionamento "escravo/mestre": caracterizado por explora•…o, apropria•…o, e desumaniza•…o; e (2) o "Eu em ex‡lio:" o desagrad†vel recuo do relacionamento explorador em que o Eu vai para o ex‡lio. O Eu distante ou sem capacidade de resposta em ex‡lio € o aspecto mais comum e reconhecido do esquizˆide. Como Klein declara: " [o] aparente desapego dos sentimentos nunca deve ser aceito como o estado verdadeiro desses casos. " De particular import‰ncia € a correla•…o entre o transtorno narcisista e o esquizˆide. Por exemplo, o "se achar com bastante direito" do narcisista em uma fam‡lia pode resultar no inverso no irm…o esquizˆide. E tamb€m o repŠdio do narcisista que € frequentemente absorvido pelo (ou projetado no) esquizˆide; assim gerando um sentimento de invas…o f‡sica, e o desenvolvimento de uma sensa•…o de vulnerabilidade a ingerƒncia. Paradoxalmente, um esquizˆide pode ser atra‡do por relacionamentos exploradores em que anseiam experimentar algo significante, bem como reconhecimento por atender ao desejo de outro. Mas ao mesmo tempo esta pessoa pode estar bastante ciente de quaisquer m€todos de corrup•…o ou explora•…o fora deste relacionamento. Nessa abordagem o diagnˆstico € baseado na din‰mica dessa separa•…o e suas consequƒncias, ao contr†rio do diagnˆstico baseado em uma lista de comportamentos exteriores.[carece de fontes?]
Crit‚rios de Guntrip Ralph Klein, Diretor Cl‡nico do Instituto Masterson, define as seguintes nove caracter‡sticas da personalidade esquizˆide como descritas por Harry Guntrip: introvers…o, reclus…o, narcisismo, auto-suficiƒncia, uma sensa•…o de superioridade, perda de afeto, isolamento, despersonaliza•…o e regress…o psicolˆgica. [5]
Introvers•o Segundo Guntrip, " Na acep„‚o do termo, o esquiz•ide ƒ descrito como desligado da realidade do mundo exterior em um sentido emocional. Todos os seus impulsos instintivos e esfor„os s‚o direcionados intimamente perante objetos internos e ele vive uma vida interior intensa que normalmente se revela de uma surpreendente abund†ncia de fantasia e imagina„‚o quando isso se torna acess€vel mediante observa„‚o. Embora a maior parte da sua vida fantasiosa e variada seja levada adiante secretamente, ‡ dist†ncia. " O indiv‡duo esquizˆide est† desligado da realidade exterior a tal n‡vel que ele ou ela sente que a mesma € perigosa. ‹ uma resposta humana natural fugir de fontes de perigo e se voltar „quelas mais seguras. O esquizˆide, portanto, est† preocupado primeiramente em evitar o perigo e em garantir seguran•a.
Reclus•o Segundo Guntrip, a reclus…o significa desapego do mundo exterior, o outro lado da introvers…o. Embora existam v†rios esquizˆides que demonstram ˆbvia reclus…o (uma timidez ˆbvia e evidente, relut‰ncia, ou evita•…o do mundo externo e rela•‚es interpessoais), isto define apenas uma pequena parcela de tais indiv‡duos. V†rias pessoas fundamentalmente esquizˆides se apresentam com um estilo de personalidade engajada, interativa. Tal pessoa pode parecer dispon‡vel, interessada, engajada, e envolvida em intera•‚es com outros; por€m, na verdade, ele ou ela est† emocionalmente recluso e confinado em um lugar seguro em um mundo interno. Embora a reclus…o ou desapego do mundo exterior seja um tra•o caracter‡stico da patologia esquizˆide, € „s vezes expl‡cita ou encoberta. Quando € expl‡cita se encaixa na descri•…o habitual da personalidade esquizˆide. E tamb€m frequentemente, € um estado interno oculto e velado do paciente. Em suma, (1) o que € capturado pelo olhar objetivo pode n…o ser o que esteja presente no mundo subjetivo e interno do paciente; (2) n…o se deve confundir introvers…o por indiferen•a; e (3) n…o se deve identificar erroneamente o paciente esquizˆide por n…o se conseguir visualizar a floresta de reclus…o do mesmo atrav€s das †rvores da intera•…o
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Transtorno de personalidade esquizoide defensiva, compensatˆria e engajada com a realidade externa.
Narcisismo Guntrip: " Narcisismo ƒ um tra„o caracter€stico que se origina da vida interior predominante dos esquiz•ides. Seus objetos queridos est‚o todos no seu €ntimo e alƒm disso ele se identifica enormemente com eles de modo a seus apegos instintivos pare„am estar contidos em si mesmo. A pergunta, no entanto, ƒ se a vida interior intensa do esquiz•ide se deve a um desejo por uma ardente incorpora„‚o de objetos externos ou devido ‡ reclus‚o do mundo exterior para um interno que se imagina ser mais seguro. " A necessidade por apego como uma motiva•…o principal € t…o forte na pessoa esquizˆide como em qualquer outro ser humano. Por€m, devido aos objetos queridos do esquizˆide serem internos, ele ou ela encontra seguran•a sem se conectar ou apegar aos objetos no mundo real.
Auto-sufici…ncia Guntrip escreve que " Essa auto-suficiˆncia narcisista e introvertida, que se mantƒm sem relacionamentos externos verdadeiros enquanto todas as rela„‰es emocionais s‚o realizadas num mundo interno, ƒ uma cautela contra a ansiedade se manifestando na lida com pessoas de fato. " Quanto mais os esquizˆides podem confiar em si mesmos, menos eles precisam confiar nos outros ou se expor aos perigos potenciais e ansiedades associadas com essa confian•a ou, ainda pior, dependƒncia. A grande maioria dos indiv‡duos esquizˆides demonstram uma enorme capacidade de auto-suficiƒncia, pela habilidade de funcionar sozinhos, independentes e autŒnomos, em gerenciar seus mundos.
Sensa€•o de superioridade Guntrip especifica que " uma sensa„‚o de superioridade acompanha naturalmente a auto-suficiˆncia. A pessoa n‚o precisa das outras, elas podem ser dispensadas... e isso normalmente acompanha o sentimento de ser diferente das demais." O sentimento de superioridade do esquizˆide n…o tem nada a ver com a arrog‰ncia prˆpria do transtorno narcisista. N…o encontra terreno no esquizˆide atrav€s da necessidade de desvalorizar ou aniquilar outros que s…o tidos como ofensivos, cr‡ticos, insultuosos, ou humilhantes. Este tipo de superioridade foi descrita por um jovem esquizˆide: "Se eu sou superior aos outros, se estou acima deles, n…o preciso deles. Quando eu digo que estou acima dos outros, n…o significa que eu me ache melhor que eles, e sim que estou distante dos mesmos, a uma dist‰ncia segura." ‹ um sentimento de estar horizontalmente (ao inv€s de verticalmente) distante.
Perda da afetividade De acordo com Guntrip, " A perda da afetividade em situa„‰es externas ƒ uma parte inevitŠvel de todo o retrato. " Devido ao tremendo investimento feito em si da necessidade de estar auto-contido, auto-suficiente e independente h† uma inevit†vel interferƒncia no desejo e habilidade de sentir a experiƒncia do prˆximo, de ser emp†tico e sens‡vel. Normalmente estas coisas parecem secund†rias, um luxo que precisa aguardar at€ que seja assegurada a posi•…o defensiva e segura do invid‡duo. A experiƒncia subjetiva € aquela da perda da afetividade. Para alguns pacientes, a perda de afeto est† presente em tal n‡vel que a insensitividade se manifesta ao extremo como cinismo, insensibilidade, ou at€ mesmo crueldade. O paciente parece n…o ter ciƒncia de como seus coment†rios ou atos afetam e machucam outras pessoas. Mais frequentemente, a perda de afeto € manifestada no ‡ntimo do paciente como genu‡na confus…o, uma sensa•…o de que algo est† faltando na sua vida emocional.
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Isolamento Segundo Guntrip, " O isolamento ƒ um resultado inevitŠvel da introvers‚o esquiz•ide e da aboli„‚o de relacionamentos interpessoais. Se revela em um intenso desejo de amizade e amor que repetidamente se rompeu. A solid‚o no meio da multid‚o ƒ a experiˆncia do esquiz•ide desligado de uma harmonia emocional. " Essa € uma experiƒncia central do esquizˆide que € normalmente despercebida pelo observador. Ao contr†rio da caricatura familiar do esquizˆide como frio e insens‡vel, a vasta maioria deles que se tornam pacientes expressam em algum momento no tratamento o desejo de amizade e amor. Este n…o € o paciente esquizˆide descrito nos DSMs. Tal desejo, por€m, pode n…o se revelar exceto na vida fantasiosa do esquizˆide, na qual o terapeuta pode n…o ter acesso concedido por um longo per‡odo no tratamento. Se tal desejo € imediatamente presente, no entanto, € mais prov†vel que seja o transtorno de personalidade esquiva. [carece de fontes?] H† uma pequena parcela de indiv‡duos esquizˆides, que se encaixam na defini•…o cl†ssica do DSM, os quais a esperan•a de estabelecer relacionamentos € t…o pequena que se encontra quase extinta. O desejo por proximidade e apego € quase identific†vel neste tipo de esquizˆide. Estas pessoas n…o ir…o se tornar pacientes voluntariamente; o esquizˆide que se torna paciente o faz por conta de ambas as motiva•‚es de isolamento e anseio. Este tipo de paciente esquizˆide acredita que algum tipo de conex…o e apego € poss‡vel, e € bem adequado „ psicoterapia. Contudo a ironia dos DSMs € que eles podem fazer com que o psicoterapeuta se aproxime do paciente esquizˆide com um sentimento de pessimismo terapƒutico, se n…o niilismo, lendo erroneamente o mesmo ao acreditar que a desconfian•a dele € indiferen•a e que a sua cautela € frieza.
Despersonaliza€•o Guntrip descreve a despersonaliza•…o como uma perda da sensa•…o de identidade e individualidade. Despersonaliza•…o € uma defesa dissociativa, comumente descrita pelo paciente esquizˆide como "dessintonizando," "desligando", ou como uma experiƒncia de separa•…o entre o ego observador e participante. ‹ experimentada mais profundamente por aqueles com transtorno de personalidade esquizˆide quando ansiedades parecem esmagadoras. ‹ uma forma mais extrema de perda de afetividade: enquanto a perda de afeto € um estado mais crŒnico do transtorno de personalidade esquizˆide, a despersonaliza•…o € uma defesa intensa contra as experiƒncias mais imediatas de ansiedade esmagadora ou perigo.
Regress•o psicolƒgica Guntrip definiu a regress…o psicolˆgica como " Representando o fato de que a pessoa esquiz•ide no fundo se sente sobrecarregada pelo mundo externo e estŠ em fuga tanto no seu interior como na regress‚o da seguran„a do ‹tero metaf•rico." Tal processo de regress…o abrange dois mecanismos diversos: o interior e o retrocesso. A regress‚o interior assevera a magnitude da confian•a em formas primitivas de fantasia e auto-conten•…o, normalmente de natureza autoerˆtica ou amorfa. J† o retrocesso para a seguran•a do Štero € um fenŒmeno Šnico esquizˆide e representa a sua forma mais intensa de reclus…o defensiva em um esfor•o de encontrar seguran•a e evitar a destrui•…o pela realidade externa. A fantasia do retrocesso ao Štero € a fantasia da regress…o a um lugar de seguran•a definitiva. A descri•…o das nove caracter‡sticas primeiramente articuladas por Guntrip p‚e mais claramente em foco algumas das maiores diferen•as que existem entre a tradi•…o descritiva (DSM e ICD) do transtorno esquizˆide e a vis…o de inspira•…o psicanal‡tica (rela•‚es de objeto). Todas as nove caracter‡siticas s…o internamente consistentes. A maioria, se n…o todas, devem estar presentes para se diagnosticar um transtorno esquizˆide.
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Perfil fenomenolƒgico de Akhtar Num artigo publicado no American Journal of Psychotherapy, Salman Akhtar, M.D., fornece uma descri•…o alargada do Transtorno de Personalidade Esquizoide, sintetizando as descri•‚es cl†ssicas e contempor‰neas com oberva•‚es psicanaliticas. Este perfil € sumarizado na tabela reproduzida abaixo, listando manifesta•‚es cl‡nicas em seis †reas de comportamento psicosocial e designadas como "abertas" e "encobertas". Note-se que tal n…o pretende significar que haja dois tipos de esquizoides ("abertos" e "encobertos"), mas que cada indiv‡duo esquizoide tende a ter uma faceta "aberta" que mostra ao mundo e uma faceta "encoberta" que raramente revela.
Caracter†sticas Cl†nicas do Transtorno de Personalidade Esquizoide ‡rea
Caracter†sticas Aberto
Auto-conceito
Encoberto
complacente estˆico n…o competitivo autosuficiente pouco assertivo sentindo-se inferior e um "estranho" na vida
c‡nico inautƒntico despersonalizado alternativamente sentindo-se vazio ("como um robŒ") ou cheio de fantasias onipotentes e vingativas grandiosidade oculta
Rela•‚es interpessoais
afastado indiferente poucos amigos chegados imperme†vel „s emo•‚es dos outros medo de intimidade
extremamente sens‡vel profundamente curioso sedento de amor invejoso da espontaneidade alheia necessitando intensamente de envolvimento com os outros capaz de excita•…o com amigos ‡ntimos cuidadosamente escolhidos
Adapta•…o social
prefere atividades recreativas e ocupacionais solit†rias marginal ou ecleticamente soci†vel em grupos vulner†vel a movimentos esot€ricos devido a uma forte necessidade de perten•a tendƒncia „ pregui•a e indolƒncia
falta de clareza nos objetivos fraca afilia•…o €tnica usualmente capaz de regularidade no trabalho por vezes bastante criativo, podendo fazer contribui•‚es Šnicas e originais capaz de persistƒncia apaixonada em certas esferas de interesse
Amor e sexualidade
assexual, por vezes celibat†rio sem interesse rom‰nticos avers…o a boatos e insinua•‚es sexuais
interesses voyeuristicos secretos vulner†vel „ erotomania tendƒncia a pervers‚es compulsivas
€tica, padr‚es e ideais
convic•‚es morais e pol‡ticas idiossincr†ticas tendƒncia para interesses espirituais, m‡sticos e para-psicolˆgicos
instabilidade moral ocasionalmente contundentemente amoral e vulner†vel a crimes bizarros, outras vezes auto-sacrificando-se altruisticamente
Estilo cognitivo
distra‡do absorto em fantasia discurso vago e empolado alternando entre a eloquƒncia e o discurso pouco articulado
pensamento focado em si prˆprio flutua•‚es entre agudo contato com a realidade exterior e a hiper-reflex…o acerca de si uso autocentrico da linguagem
Transtorno de personalidade esquizoide
Sinais e sintomas Pessoas com TP Esquizˆide s…o vistas como distantes, frias e indiferentes, o que causa alguns problemas sociais. A maioria dos indiv‡duos diagnosticados com TP Esquizˆide tem dificuldade em estabelecer relacionamentos sociais ou expressar seus sentimentos em uma maneira significativa, e podem permanecer passivos em face de situa•‚es desfavor†veis. A maneira destes se comunicarem com outras pessoas „s vezes pode ser indiferente e concisa. Por causa da carƒncia de comunica•…o com outras pessoas, aquelas que s…o diagnosticadas com TP Esquizˆide n…o s…o capazes de ter uma reflex…o de si mesmas e o quanto eles conseguem se dar bem com os outros. A reflex…o € importante para estes se tornarem mais conscientes de si mesmos e suas prˆprias a•‚es em ambientes sociais. R. D. Laing sugere que sem ser preenchido com inje•‚es interpessoais de realidade, ocorre um empobrecimento na prˆpria imagem pessoal que se tem, tornando-se mais e mais vazia e vol†til, fazendo o prˆprio indiv‡duo se sentir irreal. De acordo com Gunderson, pessoas com o transtorno se sentem "perdidas" sem a companhia daquelas que normalmente est…o acompanhadas porque precisam de seguran•a e estabilidade. Contudo, quando o espa•o pessoal do paciente € violado, ele se sente sufocado e com uma necessidade de se libertar e ser independente. As pessoas que tem o transtorno s…o mais felizes quando est…o num relacionamento em que o parceiro coloca poucas exigƒncias emocionais ou ‡ntimas nelas, j† que n…o s…o as pessoas por si sˆ que elas querem evitar, mas ambas as emo•‚es negativas e positivas, intimidade emocional, e auto-revela•…o. Isso significa que € poss€vel para indiv‡duos esquizˆides formar relacionamentos com outros baseados em atividades intelectuais, f‡sicas, familiares, ocupacionais e recreacionais, se esses modos de relacionamento n…o exigirem ou for•arem a necessidade de intimidade emocional, o que o indiv‡duo ir† rejeitar. Donald Winnicott resume a necessidade do esquizˆide de modular intera•‚es emocionais com outros com seu coment†rio de que estes indiv‡duos "preferem formar relacionamentos nos seus pr•prios termos e n‚o nos termos dos impulsos de outras pessoas" , e se n…o puderem fazƒ-lo, preferem o isolamento. Um paciente com TPE comentou que n…o podia aproveitar plenamente a vida porque sentia que estava vivendo numa concha. Al€m disso, observou que sua inabilidade perturbava sua esposa. Segundo Beck e Freeman, " Pacientes com transtornos de personalidade esquiz•ide se consideram observadores, ao invƒs de participantes, no mundo ‡ sua volta."
Estilo de apego evitativo A quest…o de se o TP Esquizˆide se qualifica com um transtorno de personalidade na sua ‡ntegra ou simplesmente como um estilo de apego esquivo € controversa [carece de fontes?]. Se o que se sabe sobre o transtorno de personalidade esquizˆide € nada mais que um estilo de apego que exige uma promixidade emocional mais distante, ent…o v†rias das rea•‚es problem†ticas que estes indiv‡duos demonstram em situa•‚es interpessoais podem ser parcialmente atribu‡das aos julgamentos sociais normalmente impostos naqueles com este estilo. At€ o momento v†rias fontes confirmaram a sinon‡mia do TP Esquizˆide e o estilo de apego evitativo, o que deixa em aberto a quest…o de como os pesquisadores podem se aproximar do assunto da melhor maneira em futuros manuais de diagnˆstico, e na pr†tica terapƒutica. Por€m, caracteristicamente - e dependendo da severidade do transtorno - indiv‡duos n…o buscam intera•‚es sociais meramente devido „ ausƒncia de interesse, no oposto do tipo de personalidade esquiva em que h† um desejo de tais intera•‚es, por€m medo de rejei•…o.
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Transtorno de personalidade esquizoide
Sexualidade Esquizƒide As pessoas com TP Esquizˆide s…o „s vezes sexualmente ap†ticas, embora n…o sofram normalmente de anorgasmia. Muitos esquizˆides tem uma vontade sexual normal mas alguns preferem a masturba•…o ao inv€s de lidar com os aspectos sociais de buscar um parceiro sexual. Por isso, as necessidades sexuais destes podem parecer menores que aqueles que n…o tem TP Esquizˆide, j† que preferem permanecer sozinhos e dissociados. Quando praticam sexo, indiv‡duos com TP Esquizˆide frequentemente sentem que seu espa•o pessoal est† sendo violado, e normalmente acreditam que a masturba•…o ou abstinƒncia sexual € prefer‡vel „ proximidade emocional que eles precisam tolerar quando fazem sexo. Expandindo significativamente esse retrato, h† not†veis exce•‚es de indiv‡duos com TP Esquizˆide que se engajam em ocasionais ou mesmo frequentes atividades sexuais com outros. [6] Harry Guntrip descreve o "affair sexual secreto" introduzido por alguns indiv‡duos esquizˆides casados como uma tentativa de reduzir a quantidade de intimidade emocional focada num Šnico relacionamento, um sentimento ecoado pela personalidade resignada descrita pela psicoanalista alem… Karen Horney que pode excluir o sexo como sendo "muito €ntimo para um relacionamento permanente, e no lugar satisfazer suas necessidades sexuais com um estranho. Contrariamente, ele pode mais ou menos restringir um relacionamento meramente a contatos sexuais e n‚o compartilhar outras experiˆncias com o parceiro." Mais recentemente, Jeffrey Seinfeld, professor de servi•os sociais na New York University, publicou um volume sobre o TP Esquizˆide em que detalha exemplos de "fome esquizˆide" que pode se manifestar como promiscuidade sexual,dando o exemplo de uma mulher esquizˆide que ia sorrateiramente a v†rios bares se encontrar com outros homens pelo propˆsito de gratifica•…o sexual, mas impessoal, um ato que, segundo Seinfeld, aliviava seus sentimentos de desejo e vazio.
O 'Esquizƒide secreto' De acordo com Ralph Klein, existem v†rios indiv‡duos essencialmente esquizˆides que se apresentam como engajados, com um estilo de personalidade interativa que contradiz as caracter‡sticas observ†veis enfatizadas pelas defini•‚es do DSM-IV e ICD-10 da personalidade esquizˆide. Klein classifica estes indiv‡duos como esquiz•ides secretos, se apresentando como socialmente dispon‡veis, interessados, engajados e envolvidos em intera•‚es aos olhos de observadores, enquanto ao mesmo tempo permanecem emocionalmente reclusos e contidos na seguran•a do seu mundo interno. Embora a reclus…o e desapego do mundo exterior seja um tra•o caracter‡sti co da (alegada) patologia esquizˆide, € „s vezes clŠssica e „s vezes secreta. Quando € cl†ssica, se encaixa na t‡pica descri•…o da personalidade esquizˆide demonstrada no DSM-IV. No entanto, segundo Klein, € "frequentemente" um segredo, um estado oculto interno do paciente em que o que pode ser capturado pelos observadores pode n…o estar presente no mundo interno e subjetivo do paciente. Klein ent…o adverte que n…o se deve deixar de identificar o paciente esquizˆide porque n…o se pode ver a reclus…o do mesmo atrav€s da defensiva, compensatˆria e engajada intera•…o com a realidade exterior. E sugere que sˆ se precisa perguntar ao paciente qual € a sua experiƒncia subjetiva de modo a se detectar a presen•a da recusa esquizˆide de intimidade emocional. Descri•‚es da personalidade esquizˆide como "oculta" por tr†s de uma aparƒncia exterior de engajamento emocional tem sido reconhecidas at€ mesmo em 1940 com a descri•…o de Fairbairn do 'exibicionismo esquizˆide,' no qual ele observa que o indiv‡duo esquizˆide € capaz de expressar bastante sentimento e criar o que parecem ser contatos sociais impressionantes enquanto na realidade est† dando nada e perdendo nada; porque ele est† apenas "desempenhando um papel," sua prˆpria personalidade n…o € envolvida. Segundo Fairbairn, " a pessoa renega a parte em que estŠ desempenhando, portanto o indiv€duo esquiz•ide busca preservar sua pr•pria personalidade intacta e imune de compromisso."[7] Referƒncias adicionais sobre o "esquizˆide secreto" vem de Masud Khan, [8] Jeffrey Seinfeld,[9] e Philip Manfield, [10] que d† uma descri•…o palp†vel de um indiv‡duo esquizˆide que na verdade "aprecia" compromissos de falar em pŠblico, mas sente uma grande dificuldade durante os intervalos quando membros da plat€ia tentam interagir
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Transtorno de personalidade esquizoide emocionalmente com ele. Essas referƒncias exp‚em os problemas envolvidos em se ater singularmente em observa•‚es de comportamento exterior para se avaliar a presen•a de transtornos de personalidade em certos indiv‡duos.
Causas H† evidƒncias que sugerem um aumento na incidƒncia do transtorno de personalidade esquizˆide em parentes de pessoas com esquizofrenia ou transtorno de personalidade esquizot‡pica. Para Sula Wolff, que realizou extensa pesquisa e trabalho cl‡nico com crian•as e adolescentes com sintomas esquizˆides, " a personalidade esquiz•ide tem uma base constitucional, provavelmente genƒtica ". Outros pesquisadores levantam a hipˆtese de que uma educa•…o desafei•oada, negligente, ou excessivamente perfeccionista poderia ter um papel nisso.
Diagnƒstico diferencial O Transtorno Esquizˆide tem semelhan•as com outras condi•‚es psicolˆgicas, mas com importantes caracter‡sticas distintivas: Depress…o: Embora as pessoas com TP Esquizˆide podem tamb€m sofrer de depress…o, isto n…o € certamente sempre o caso. Ao contr†rio das pessoas deprimidas, o esquizoides geralmente n…o se consideram inferiores ao outros, embora provavelmente reconhecer…o que s…o diferentes. Transtorno de personalidade esquiva: ao contr†rio destes, os esquizoides n…o evitam a intera•…o social devido „ ansiedade ou sentimentos de incompetƒncia, mas porque s…o genuinamente indiferentes ao relacionamento social; no entanto, segundo um estudo de 1989 "detectou-se que as personalidades esquizˆide e esquiva demonstram n‡veis equivalentes de ansiedade, depress…o e tendƒncias psicˆticas em compara•…o „ outros pacientes controlados por psiquiatras. "Um paciente com TP esquizˆide observou que o conhecimento pr€vio, as expectativas e suposi•‚es poderiam resultar nesses n‡veis elevados. Os pacientes podem mentalmente simular cen†rios amea•adores para diluir os efeitos negativos, se um vier a ocorrer.". Transtorno de personalidade esquizot‡pica: O Transtorno Esquizˆide distingue-se do Esquizot‡pico pela ausƒncia de distor•‚es cognitivas ou perceptivas, como ilus‚es ou del‡rios. Autismo de alta funcionalidade e S‡ndrome de Asperger: ao contr†rio destas Perturba•‚es do Espectro do Autismo, o Transtorno Esquizˆide n…o envolve d€ficit na comunica•…o n…o-verbal ou um padr…o de interesses restritos e comportamentos repetitivos (como a ades…o r‡gida a rotinas ou um interesse obsessivo por um tˆpico restrito). Comparado com a SA, o Transtorno Esquizˆide € caracterizado por maior tendƒncia a transtornos de conduta, melhor ajustamento na idade adulta, e um ligeiramente maior risco de esquizofrenia.
Problemas associados Mediante stress, algumas pessoas com personalidade esquizˆide podem ocasionalmente experimentar breves instantes de rea•…o psicˆtica. Indiv‡duos esquizˆides tamb€m s…o propensos a desenvolver dependƒncia patolˆgica de atividades fantasiosas concomitante ao seu afastamento do mundo. Vista por essa ˆtica, a fantasia constitui um componente chave do ex‡lio pessoal, embora num exame mais prˆximo, fantasiar nos indiv‡duos esquizˆides € bem mais complicado que um meio de facilitar a reclus…o. A fantasia € tamb€m um relacionamento com o mundo e com outros por meio de uma "procura•…o". ‹ um relacionamento substituto, mas um relacionamento de qualquer forma, caracterizado por mecanismos idealizados, defensivos e compensatˆrios, livre das amea•as e ansiedades associadas com a conex…o emocional „s pessoas e situa•‚es reais. De acordo com Klein, " ƒ uma express‚o de si mesmo num esfor„o de se conectar aos objetos, embora objetos internos. A fantasia permite aos pacientes esquiz•ides se sentir conectados, e ao mesmo tempo livres do
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Transtorno de personalidade esquizoide aprisionamento dos relacionamentos. Em suma, em fantasia, alguƒm pode ser apegado (aos objetos internos) e ainda assim ser livre. "
Esse aspecto da patologia esquizˆide foi generosamente elaborado em trabalhos de Laing (1960); Winnicott (1971); e Klein (1995). De acordo com Seinfeld, indiv‡duos esquizˆides frequentemente agem sob efeito de subst‰ncias, abuso de †lcool ou outros v‡cios que servem como substitutos para rela•‚es humanas. O substituto de um objeto humano por um n…o-humano serve como defesa esquizˆide. Dando exemplos de como o indiv‡duo esquizˆide cria uma rela•…o pessoal com a droga, Seinfeld explica como " um viciado chamava a hero€na de seu 'mascote branca e tranquilizadora'. Outro se referia ao crack como sua "m‚e malvada". Eu conhecia uma viciada que considerava o crack seu 'namorado'. Nem todos os viciados d‚o nomes ‡s drogas, mas normalmente se observa o tra„o de um sentimento pessoal com aquele relacionamento. " Na vis…o do relacionamento com os objetos, € enfatizado que o uso de drogas e alcoolismo refor•am a fantasia de uni…o com um objeto interno, enquanto possibilitam ao viciado ser indiferente ao objeto do mundo exterior. O v‡cio € portanto visto como uma defesa esquizˆide e simbiˆtica. S. C. Ekleberry sugere que a maconha " pode ser a droga simples mais egosintŒnica para indiv€duos com TP esquiz•ide porque permite um estado dissociado de fantasia e dist†ncia de outros, provendo uma experiˆncia interna mais rica do que esses indiv€duos podem normalmente criar, e reduz o senso interno de vazio e fracasso de participar na vida. E tambƒm, o Šlcool, jŠ pronto/seguro para obten„‚o, ƒ outra escolha •bvia como droga para estes indiv€duos. Alguns ainda usam ambos (maconha e Šlcool) e vˆem quase nenhum sentido em largar um dos dois. S‚o mais propensos a usar em isolamento para o efeito nos processos internos. " De acordo com Ralph Klein, o suic‡dio tamb€m pode ser um tema recorrente em indiv‡duos esquizˆides, no entanto eles n…o s…o propensos a tentar um. Podem ficar cabisbaixos e deprimidos quando todas as conex‚es poss‡veis foram cortadas, mas enquanto houver algum relacionamento ou mesmo esperan•a de um, o risco ser† baixo. A id€ia de suic‡dio € uma for•a contr†ria „s defesas da pessoa esquizˆide. Como Klein afirma: " Para alguns pacientes esquiz•ides, sua presen„a ƒ como um fraco e quase imposs€vel de discenir som de fundo, e raramente alcan„a um n€vel em que se manifesta na consciˆncia. Para outros, ƒ uma presen„a sinistra, uma espada emocional de D†mocles. De qualquer maneira, ƒ um temor subjacente que todos experimentam. "
Tratamento Devido ao fato dos tra•os esquizˆides serem bastante parecidos com os sintomas negativos da esquizofrenia, antipsicˆticos at‡picos podem ser eficazes em aliviar os mesmos. Aqueles que n…o buscam tratamento tem a op•…o da medica•…o ou terapia. Para a medica•…o, o transtorno de personalidade esquizˆide parece ter os sintomas negativos da esquizofrenia como anedonia, embotamento afetivo, e baixo est‡mulo. A medica•…o que foi mais usada recentemente para tratar os sintomas negativos € a risperidona. Antes da mesma n…o haviam medicamentos psicotrˆpicos que provocavam um impacto nos sintomas negativos. Segundo Joseph, baixas doses de risperidona ou olanzapina tamb€m funcionam para os problemas de d€ficit social e embotamento afetivo; Wellbutrin (bupropion) para a anedonia. Ademais, o uso de ISRSs, TCAs, IMAOs, pequenas doses de benzodiazepines, e beta-bloqueadores, podem ajudar com a ansiedade social no TPE. Por€m, ansiedade social pode n…o ser uma preocupa•…o principal para pessoas que tenham TPE. Terapia de apoio tamb€m € utilizada em condi•‚es de pacientes que permanecem nas cl‡nicas ou as visitam por um profissional treinado que se concentra em †reas como: habilidades de lidar com problemas, melhorar habilidades e intera•‚es sociais, comunica•…o, e problemas de auto-estima. Mark Zimmerman sugeriu as seguintes quest‚es para avalia•…o de pacientes com TPE: Vocƒ tem relacionamentos prˆximos com amigos ou fam‡lia? Se sim, com quem? Se n…o, isso lhe incomoda? Vocƒ gostaria de ter relacionamentos prˆximos com outros? Algumas pessoas preferem passar o tempo sozinhas, outras na companhia de pessoas. Como vocƒ se descreveria?
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Transtorno de personalidade esquizoide Vocƒ escolhe com frequƒncia fazer as coisas sozinho? Se incomodaria de ficar um bom tempo sem rela•‚es sexuais? Sua vida sexual parece importante ou vocƒ poderia numa boa ficar sem ela? Que tipo de atividades vocƒ gosta? Vocƒ desabafa com algu€m que n…o seja um familiar prˆximo? Como vocƒ reage quando algu€m te critica?? Como vocƒ reage quando algu€m te elogia? No processo de avalia•…o, deve ser observado se estes indiv‡duos fazem contato com os olhos, sorriem ou expressam afeto de forma n…o-verbal. Segundo Beck e Freeman, pessoas com TPE possuem "percep•…o defeituosa de varredura que € caracterizada por uma tendƒncia de perder diferen•as e difundir os variados elementos da experiƒncia." A percep•…o de eventos varados apenas aumenta seu medo por intimidade e os limita em suas rela•‚es interpessoais. E tamb€m por conta da sua indiferen•a, esta barreira n…o permite que eles usem suas habilidades sociais e comportamento para ajud†-los a perseguir relacionamentos. Portanto, grupos de socializa•…o podem ajudar estas pessoas com TPE. Como dito por Will, estrat€gias educacionais tamb€m funcionam com pessoas que tem TPE ao fazƒ-los identificar suas emo•‚es positivas e negativas. Eles usam a identifica•…o para aprender sobre suas prˆprias emo•‚es; as emo•‚es que extraem dos outros; e sentirem as emo•‚es comuns com as outras pessoas que se relacionam. Isso pode ajudar as pessoas com TPE a criar empatia com o mundo exterior.
Tratamento a curto-prazo De acordo com Ralph Klein, Diretor Cl‡nico do Instituto Masterson, o conceito do compromisso pr•ximo significa que o paciente esquizˆide pode ser encorajado a experimentar posi•‚es intermedi†rias entre os extremos da proximidade emocional, e o ex‡lio permanente. Como mencionado por Laing, sem ser enriquecido por inje•‚es de realidade interpessoal, ocorre um empobrecimento onde a auto-imagem do indiv‡duo esquizˆide se torna mais e mais vazia e volatilizada, levando o mesmo a se sentir irreal. Portanto, para criar uma intera•…o mais adapt†vel e auto-enriquecedora com os outros em que a pessoa se "sinta real", o paciente € encorajado a se arriscar ao criar menos dist‰ncia pessoal atrav€s de uma liga•…o e comunica•…o maior, e compartilhamento de id€ias, sentimentos e a•‚es. O compromisso prˆximo significa que enquanto a vulnerabilidade do paciente esquizˆide a essas ansiedades n…o € superada, € modificada e gerenciada de maneira mais adapt†vel. Aqui o terapeuta repetidamente transmite ao paciente que a ansiedade € inevit†vel, por€m pode ser controlada, sem a ilus…o de que a vulnerabilidade esquizˆide a essa ansiedade pode ser permanentemente dispensada. O fator limitante € o momento em que os perigos da intimidade se tornam esmagadores e o paciente precisa novamente se refugiar. Klein sugere que o compromisso prˆximo precisa ser diretamente colocado como responsabilidade do paciente; "Me parece que para conquistar seus objetivos, € preciso dar a cara „ tapa," ou "Parece que seu desejo de vir aqui (para tratamento) e lidar com as suas ansiedades precisa ser refletido pelo seu desejo de se desafiar fora daqui," ou "Me parece que seus esfor•os de se conectar comigo s…o apenas a metade da batalha; a outra precisa ser travada num ambiente mais perigoso da sua vida fora deste escritˆrio," isto €, o terapeuta est† sempre comunicando que essas s…o as impress‚es dele. Ele ou ela n…o est† lendo a mente do paciente ou impondo uma agenda, simplesmente est† fazendo uma coloca•…o. E tamb€m, a posi•…o do terapeuta € uma extens…o do desejo do seu paciente ("seus objetivos," "seu desejo," e "seus esfor•os"). Finalmente, o terapeuta especificamente direciona aten•…o para a necessidade de empregar estas a•‚es fora do ambiente da terapia.
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Terapia a longo-prazo Klein sugere que trabalhar atravƒs € a segunda camada mais longa do trabalho psicoterapƒutico com pacientes esquizˆides. Seus objetivos s…o mudar fundamentalmente as velhas formas de sentir e pensar, e livrar a si mesmo da vulnerabilidade de se vivenciar estas emo•‚es associadas com antigos sentimentos e maneiras de pensar. Uma nova atividade terapƒutica de 'lembrar com sentimento' € exigida. Deve-se relembrar com sentimento o resultado da existƒncia do Falso Eu atrav€s da inf‰ncia. (O conceito do Falso Eu e Eu Verdadeiro se origina de D. W. Winnicott, e € visto como representativo da fenomenologia esquizˆide). Isso significa que a pessoa deve recordar as condi•‚es e proscri•‚es que foram impostas na liberdade do indiv‡duo para experimentar o Seu Eu em companhia dos outros. Finalmente, lembrar com sentimento leva o paciente a entender que ele ou ela n…o possu‡a escolha no processo de desenvolver uma postura esquizˆide perante os outros. O paciente n…o teve oportunidade de escolher de uma sele•…o de maneiras poss‡veis de experimentar o Seu Eu e se relacionar com os outros, ao inv€s disso, tinha poucas (se alguma) op•…o. O Falso Eu era simplesmente a melhor maneira na qual ele poderia sentir reconhecimento repetitivo e previs‡vel, afirma•…o, e aprova•…o (as necessidades emocionais necess†rias para sobrevivƒncia emocional), enquanto se protegia dos efeitos associados com a depress…o do abandono. Se o objetivo da terapia a curto-prazo € fazer com que os pacientes entendam que n…o s…o o que aparentam ser e podem agir de maneira diferente, ent…o o objetivo a longo-prazo de se trabalhar atravƒs € para aqueles que querem entender quem e o que s…o como seres humanos, o que realmente s…o e o que cont€m de verdade. O objetivo de se trabalhar atravƒs n…o € alcan•ado pela descoberta sŠbita do paciente de uma habilidade oculta e fomada, um Eu criativo e interior, mas um processo gradual de se libertar do confinamento da depress…o do abandono de maneira a alcan•ar a oportunidade de descobrir um potencial. ‹ um processo de experimenta•…o com os elementos espont‰neos, n…o-reativos, que podem ser sentidos nos relacionamentos com os outros. Trabalhar atravƒs da depress…o do abandono € um processo complicado, longo e conflitante, que pode se revelar uma experiƒncia demasiadamente dolorosa em termos do que € lembrado e o que deve ser sentido. Envolve a lamenta•…o e o sofrimento, pela perda da ilus…o de que o paciente tinha apoio adequado para as emergƒncias do Eu Verdadeiro. E tamb€m € uma lamenta•…o pela perda de uma identidade, o Falso Eu , que a pessoa construiu e pelo qual ele ou ela negociou a maior parte da sua vida. O desmonte do Falso Eu exige a renŠncia da Šnica maneira de ser que o paciente tem conhecimento na sua intera•…o com os outros, uma intera•…o que n…o era mais do que uma experiƒncia organizada por€m inst†vel do seu Eu, n…o importando o qu…o falsa, defensiva, ou destrutiva aquela identidade pudesse ser.
Segundo Klein o desmonte do Falso Eu "deixa um Eu Verdadeiro debilitado com a oportunidade de converter seu potencial e suas possibilidades em factualidades ." O processo de se trabalhar atravƒs traz consigo recompensas prˆprias, as quais o elemento mais importante em uma nova auto-consciƒncia € a realiza•…o crescente pelos indiv‡duos € de que eles tem uma necessidade interna fundamental de se relacionar, que podem expressar em uma variedade de maneiras. " Apenas pacientes esquiz•ides ", sugere Klein, "que trabalharam atravƒs da depress‚o do abandono ir‚o finalmente acreditar que a capacidade de se relacionar e o desejo pela mesma s‚o tecidos na estrutura dos seus seres, que s‚o de fato parte do que eles s‚o e o que contƒm como seres humanos. este sentimento que por fim permite ao paciente esquiz•ide se sentir intimamente conectado com a humanidade de maneira mais geral, e particularmente com outra pessoa. Para o paciente esquiz•ide, esse grau de certeza ƒ a revela„‚o mais gratificante, e um novo e profundo organizador da experiˆncia do Eu ."
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Preval…ncia As estimativas da prevalƒncia do transtorno s…o variadas, com valores entre os 0,5% e os 7% da popula•…o O Transtorno de Personalidade Esquizˆide € raro em contextos cl‡nicos (ocorrendo normalmente um pouco mais nos homens), embora tal possa ser devido aos indiv‡duos afetados raramente procurarem auxilio psiqui†trico - Philip Manfield, no livro Split Self, Split Object (1992), comenta sobre a baixa prevalƒncia de portadores deste transtorno: " Eu acredito que a condi„‚o esquiz•ide ƒ bem mais comum, compreendendo provavelmente em torno de 40% de todos os transtornos de personalidade. Esta grande discrep†ncia se deve muito provavelmente ao fato de que indiv€duos com o transtorno esquiz•ide s‚o menos propensos a buscar tratamento que os demais com outros transtornos do Eixo II ." [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8]
http:/ / apps.who.int/ classifications/ icd10/ browse/ 2010/ en#/ F60.1 http:/ / www.icd9data.com/ getICD9Code.ashx?icd9=301. 2 http:/ / www.nlm.nih.gov/ medlineplus/ ency/ article/ 000920.htm http:/ / www.nlm.nih.gov/ cgi/ mesh/ 2014/ MB_cgi?field=uid&term=D012557 ; todas as cita•‚es de Guntrip nesta se•…o s…o trechos de Nannarello, J. (1953), p.240-242 W. R. D. Fairbairn- 'Psychoanalytic Studies of the Personality'. pp 16-17 : "...no curso de tratamento se tornou gradualmente •bvio que por trŠs da fachada de sociabilidade em demasia e empreendorismo, assim como epis•dios sexuais aleat•rios e frequentes, estes pacientes viveram todas as suas vidas em um estado de rejei„‚o secreto e inflex€vel de abandono de todos os objetos assim como seu ambiente. " [9] : "O esquiz•ide tambƒm pode ser sociŠvel e envolvido em relacionamentos. Contudo, ele estŠ frequentemente desempenhando um papel e n‚o totalmente envolvido, inconscientemente renegando sua parte ." [10] : " Nem todos os esquiz•ides se afastam dos outros. N‚o s‚o as pessoas que esquiz•ides evitam, mas intimidade emocional, auto-revela„‚o, e emo„‰es, tanto positivas como negativas ." €
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Bibliografia Guntrip, Harry. Schizoid Phenomena, Object-Relations, and The Self (em Inglƒs). New York: International Universities Press, 1969. ISBN 978-0823659852 Khan, Masud R.. The Privacy of the Self (em Inglƒs). [S.l.]: Karnac Publications, 1974. ISBN 978-0823643103 Klein, Ralph. Disorders of the Self: New Therapeutic Horizons (http:/ / books.google.pt/ books?id=S5QL1yKHeBIC) (em Inglƒs). [S.l.]: Brunner/Mazel, 1995. ISBN 978-0-87630-786-1 Kretschmer, Ernst. Physique and Character (http:/ / www.archive.org/ details/ physiqueandchara031966mbp) (em Inglƒs). London: Kegan, Paul, Trench & Trubner, 1925. ISBN 978-1-4067-4497-2 Laing, Ronald D.. The Divided Self (em Inglƒs). [S.l.]: Tavistock Publications, 1960. OCLC 561541013 (http:/ / worldcat.org/ oclc/ 561541013&lang=pt) Manfield, Philip. Split self/split object: understanding and treating borderline, narcissistic, and schizoid disorders (em Inglƒs). [S.l.]: Jason Aronson, 1992. ISBN 978-0-87668-460-3 Seinfeld, Jeffrey. The Empty Core: An Object Relations Approach to Psychotherapy of the Schizoid Personality (em Inglƒs). [S.l.]: Jason Aronson, 1991. ISBN 978-0-87668-611-9 Wolff, Sula. Loners - The Life Path of Unusual Children (http:/ / books.google.pt/ books?id=ltbeu-XY6YgC) (em Inglƒs). [S.l.]: Routledge - Taylor and Francis Group, 1995. ISBN 978-0-415-06665-5
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Transtorno de personalidade esquizoide
Liga€ˆes externas Schizoid: Self in Exile (http:/ / selfinexile.com/ ) (em inglƒs) Artigo do NY Times "Like a Fish Needs a Bicycle: For Some People, Intimacy Is Toxic" (http:/ / www.nytimes. com/ 2006/ 11/ 21/ health/ psychology/ 21case.html?ex=1321765200&en=6030af72aae03e77& ei=5088partner=rssnyt&emc=rss) (em inglƒs) Caracter‡sticas do Transtorno de Personalidade Esquizˆide (http:/ / www.drashirleydecampos.com.br/ noticias/ 11450) Schizoid forums (http:/ / www.schizoids.net/ forum): Um fˆrum para pessoas com personalidade esquizˆide, dedicado „ pesquisa e entendimento deste transtorno (em inglƒs). Psychology & mental health (http:/ / www.psychforums.com/ schizoid-personality/ ): Fˆrum sobre o Transtorno de Personalidade Esquizˆide, com discuss‚es abertas e suporte em grupo online (em inglƒs). Schizoids.info (http:/ / www.schizoids.info/ ): Informa•‚es abrangentes sobre a personalidade esquizˆide, por Mikel Martinez, graduado em psicologia na Espanha e afetado pelo prˆprio transtorno (em inglƒs).
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Fontes e Editores da P†gina
Fontes e Editores da P‰gina Transtorno de personalidade esquizoide Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=37179858 Contribuidores: Andr€ Koehne, Antero de Quintal, Beria, Crucius, Dianakc, EliasTheHorse, Eric Duff, Fasouzafreitas, Jesielt, Jo…o Sousa, Leonardo.stabile, LiaC, Lijealso, MiguelMadeira, Musashijapan, Musicaindustrial2, Perene, Ruy Pugliesi, Vanthorn, Vini 175, Yanguas, Zalochi, 40 edi•‚es anˆnimas
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