Trabalhos Graus Inefáveis Volume 2 - REAA
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Trabalhos Graus Inefáveis Volume 2 - REAA...
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Volume II
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VOLUME II
REVISTA DE ESTUDOS FILOSÓFICOS DA EXCELSA LOJA DE PERFEIÇÃO ESTRELA DO ABC REAA - GRAUS 4º A 14º SANTO ANDRÉ - 2012
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Universi Terrarum Orbis Architectonis ad Gloriam Ingentis
EXCELSA LOJA DE PERFEIÇÃO ESTRELA DO ABC
Fundada em 19 de março de 1970 Ordo Ab Chao
Corpo Subordinado ao Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil Rua Onze de Junho, 717, Santo André - SP - CEP 09015-520 Excelsa Loja de Perfeição ESTRELA DO ABC – Subordinada ao Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para República Federativa do Brasil – fundada em 19/03/1970 no vale de Santo André completou neste ano de 2012 42 anos de existência. É o corpo filosófico mais antigo do ABC. Abaixo os ex-presidentes que contribuíram para essa belíssima história de dedicação à Maçonaria universal: João Damasceno Bechler (1970-1972), Luiz Dias de Camargo Filho (1973-1976), Manoel Cano (1976-1978), Edilson Veras de Melo (1979-1981), José Ortiz (1981-1983), Gentil Cardoso (1983-1985), Sérgio Novi (1985-1987), André José de Andrade(1987-1988), Arlei Augusto Chimirra (1988-1989), Pedro T. Stefanelli (1989-1990), Antonio Di Prófio (1990-1992), Hélio Bertolozzi (1992-1993), Otávio Stefanelli (1993-1994), Antonio Décio Rossi (1994-1995), Apparício Sofner (1995-1997), Antonio Carlos Gonçalves (1997-1998), João Maria de Oliveira (1998-1999), Antonio José Rodrigues (1999-2000), Mario Claus Zuchna (2000-2001), Carlos José de Souza (2001-2002), José Maida (2002-2003), Eduardo Araújo (2003-2004), Antonio Guerra (2004-2005), Wolfran Gaebler (2005-2006), Waldoylson Tobias Barbosa (2006-2007), Irineu Américo Maziero (2007-2008), Israel Rosa (2008-2009), Marcelo Braz Fabiano (20092010), Vanderlei Roberto Rodrigues (2010-2011), André Micheloto (2011-2012) Administração 2012-2013 Presidente de Honra Marcelo Braz Fabiano
TVPM ERIVAL DARÉ 1º Vig MAURO VRBAN 2º Vig ROODNEY FORTUNATTI MARQUES Or CARLOS ALBERTO ROCHA Sec Chanc MARCOS CASAL Tes CLÓVIS DE VIVO G do Selo JOSÉ SEVERIANO DE OLIVEIRA FILHO M de CCer RODRIGO DE SOUZA Hosp ROBINSON FERREIRA DE SOUZA G da T PEDRO PAULO CARAVIERI 1º Exp LUIZ CARLOS BARDI 2º Exp WILSON FRANCISCO DOMINGUES M de Harm WILSON MARCOS BIAZON Cobr Ext GERALDO JOSÉ PINTO C o p y r i g h t 2 0 1 2 © E xc e l s a L o j a d e P e r f e i ç ã o E s t r e l a d o A B C Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução.
Agradecimentos
A todos os Irmãos que passaram pela Excelsa Loja de Perfeição Estrela do ABC e deixaram suas contribuições para o aperfeiçoamento de nossos estudos maçônicos. Em especial aos Irmãos Vanderlei Roberto Rodrigues, André Micheloto e Erival Daré que estão dando sequência ao programa desenvolvido pelo Irmão Marcelo B. Fabiano e após três anos de implementação seguimos firmes em nosso proposito de dar o merecido destaque aos altos graus do REAA através do aperfeiçoamento dos estudos. Administração Excelsa Loja de Perfeição Estrela do ABC
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1. Tema Grau 5 ........................................................................................................... 06 • EQUIDADE E JUSTIÇA / JUSTIÇA E VINGANÇA
2. Temas Grau 7 ........................................................................................................ 10 • OLHO POR OLHO, DENTE POR DENTE
3. Temas Grau 8 ......................................................................................................... 14 • A CONSTRUÇÃO DO EDIFICIO INTERIOR
4. Temas Grau 9 ......................................................................................................... 16 • VERDADE E LIBERDADE
5. Temas Grau 10 ...................................................................................................... 20 • OS TRÊS ASSASSINOS DE HIRAM
6. Temas Grau 11 ...................................................................................................... 28 • AS DOZE TRIBOS DE ISRAEL
7. Temas Grau 12 ...................................................................................................... 35 • QUAIS AS LIÇÕES QUE APRENDEMOS NESTE GRAU E QUE DEVEMOS APLICÁLAS NA VIDA PROFANA E MAÇONARIA”
8. Temas Grau 13 ...................................................................................................... 36 • A LIBERDADE RELIGIOSA PARA O APERFEIÇOAMENTO DOS POVOS
IMPORTANTE: T o d o o c o n t e ú d o d es t a p u b l i ca ç ã o é d e r e s p o n s a b il i d a d e d e s e u s autores.
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TEMA GRAU 5
Justiça e Equidade Justiça e Vingança {Domingos Carmine Fernandes Rossini }
O
termo Justiça do latim iustitia, diz respeito à Equidade (igualdade) de todos os cidadãos. É o principio básico de um acordo que objetiva manter a ordem social através da preservação dos direitos iguais, sendo alimentado pela verdade, pela imparcialidade, pelo bem e pelo equilíbrio, não é a toa que o símbolo é uma estátua com olhos vendados, (imparcialidade) com uma balança nas mãos (equilíbrio) e (igualdade). Já a vingança é alimentada pelo ódio, pela raiva, pela ira e pelo rancor. Sendo assim, aquele que faz justiça pelas próprias mãos é motivado pela vingança, o que não torna justo sua ação, sendo na verdade um vingador, o que chamam erroneamente de justiceiros. A Justiça é uma virtude que consiste em dar ou deixar a cada indivíduo o que por direito lhe pertence, é conformidade com o direito, razão fundada nas leis, Jurisdição, alçada, Tribunais, Magistrados e todas as pessoas encarregadas de aplicar as leis, Autoridade judicial, Ação de reconhecer os direitos de alguém a alguma coisa, de atender às suas reclamações, às suas queixas etc., Poder de decidir sobre os direitos de cada um, de premiar e de punir, exercício desse poder, Estado de graça; retidão da alma que a graça vivifica, inocência primitiva antes do pecado do primeiro homem. Equidade é uma justiça fundada na igualdade, desde que atendidas às razões de ordem social, e as exigências do bem comum que se instituem como princípios de ordem superior na aplicação das Leis. Pelo Princípio da Igualdade, mais deve ser atendida a razão, que a impõe, vista pela boa fé, do que a própria regra do Direito, fundando na circunstância especial de cada caso concreto, tratando os desiguais igualmente quando a lei se mostra injusta quando ai a equidade virá corrigir seu rigor, aplicando o princípio do que vem do Direito Natural em face da verdade sabida ou da razão absoluta
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A população está exausta! Cansada da lentidão da justiça, de sua inoperabilidade; está cansada de ver a impunidade cada vez mais crescente. Por essa razão torna-se alvo fácil para a manipulação da mídia e de alguns que acreditam que a majoração do Direito Penal trará algum resultado prático para a crescente violência que se instalou no Estado Brasileiro. Percebe-se claramente esse fato quando se analisa os projetos de lei propostos pelo e ao legislativo no sentido de aumentar penas, diminuir a maioridade penal, dentre outros absurdos. O que se tem observado é que há uma busca incessante por soluções paliativas para o problema da criminalidade que causarão outros transtornos à sociedade, quais sejam, dentre muitos outros, o agravamento da situação do sistema penitenciário e a coexistência e convivência de menores condenados por delitos de menor periculosidade com delinqüentes considerados de alta periculosidade. Vê-se a todo instante o descrédito da sociedade para com a justiça, principalmente a criminal. Com isso, o que tem ocorrido é o apelo pelo endurecimento do Código Penal o que leva a pensar se a sociedade não está confundindo justiça com vingança. Como função social, a pena tem a obrigatoriedade de recuperar e/ou reeducar o condenado para que ele retorne a sociedade e seja por ela reabsorvido como um cidadão. Contudo, o que se observa é que a sociedade não conhece as funções da pena e acredita que a sua função é apenas "vingar" o mal cometido à vítima. Quantas vezes não vemos em noticiários, jornais escritos, reportagens e, até, passeatas clamores por justiça, mascarando a verdadeira intenção que é a vingança. Prova disso é o caso "Daniela Perez". A mãe da vítima, Glória Perez, estava sempre em jornais, revistas, programas de televisão, clamando por justiça pela morte de sua filha. Com esse fundamento, movimentou todo o país para ser cúmplice de sua "vingança", que culminou com o acréscimo no rol dos crimes hediondo do homicídio qualificado. Ela sentiu-se satisfeita quando atingiu o seu objetivo de majoração do Direito Penal, contudo sentiu-se ofendida quando a "justiça" foi feita em favor do réu. O que se vê nesse caso é a comprovação de que o clamor por justiça mascara, muitas vezes, o clamor por vingança.
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O que leva a essa situação é o desconhecimento da população da Lei Penal. Urge, portanto, esclarecer à sociedade que não é majorando as penas ou diminuindo a maioridade penal que será resolvida os problemas da criminalidade, da violência e da impunidade, dentre outros. Há, ao reverso, a necessidade da aplicação de políticas menos severas, contudo não menos repressivas, que tragam verdadeiras soluções para esses problemas. Para que haja o combate efetivo da criminalidade deve haver a aplicabilidade das penas alternativas, bem como projetos sociais que retirem das ruas os menores, profissionalizando-os e dando-lhes novas vertentes. Assim como, para aqueles para os quais a pena privativa de liberdade seja a ultima ratio, haja o programa de reeducação e progressão, conforme positiva a lei, para que a pena cumpra a sua função social. Antes de pensar em endurecimento do Direito Penal, necessita-se que o pensamento com relação ao delinqüente mude no sentido em que ele seja visto como pessoa e não mais como um ser desprezível, vez que aquele que adentra os portões do presídio, mais cedo ou mais tarde, passarão pelos mesmos portões retornando à sociedade. Por essas e outras razões, deve-se, antes de cogitar o enrijecimento da Legislação Penal, procurar soluções para a humanização da pena, seja ela privativa de liberdade ou não, para que seja alcançado o seu objetivo de recuperação do condenado, para que assim o clamor popular por justiça seja alcançado. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948 no Artigo 19 nos diz: “Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e de expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.” Analisando as fronteiras entre a Justiça e a Vingança, que podem até serem coisas parecidas, mas não são, devemos fazer um esforço pra não confundir justiça com vingança, pois a justiça é um valor universal, junto de outros valores tais como a liberdade, solidariedade, dignidade, democracia e a Vingança afeta os nossos sentimentos levando os resultados à aplicação do que é mal. A Justiça possui normas, rituais, protocolos, fundamentos vinculados a direitos, e quando ela é acionada, ela se defronta com o princípio do contraditório, da legalidade, da humanidade, da culpabilidade, dentre outros que devem ser respeitados. Em que de um lado estão os direitos individuais ou coletivos supostamente violados, e de outro os direitos humanos dos acusados. Nas democracias, essas normas, esses rituais, fundamentos e princípios, expressam a vontade e as escolhas da coletividade. C o p y r i g h t 2 0 1 2 © E xc e l s a L o j a d e P e r f e i ç ã o E s t r e l a d o A B C Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução.
Todavia a vingança visa o Mal, mesmo quando essa usa do sistema judiciário para se satisfazer. Devemos deixar a vingança nas mãos de Deus. A Bíblia diz em Romanos 12:19 “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus, porque está escrito: Minha é a vingança, eu retribuirei, diz o Senhor”. Provérbios 20:22 “Não digas: vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor e ele te livrará”. Devemos resistir a vontade de vingar-nos e devemos expressar amor, não se alegrando quando o seu inimigo fracassa. Afinal a Bíblia também diz em Provérbios 24:17-18 “Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e quando tropeçar, não se regozije o teu coração; para que o Senhor não o veja, e isso seja mau aos seus olhos, e desvie dele, a sua ira”. A vingança é uma retaliação com objetivos essencialmente destrutivos, a qual reflete um senso primitivo do que seja justo. A vingança não busca acordos ou reconciliações, mas tão somente fazer o outro experimentar um dano maior do que causou. O melhor caminho sempre é o da reconciliação, do perdão, da tolerância e do diálogo pessoal franco, aberto e direto com o outro, afinal este é o caminho apresentado por Cristo, mesmo que os cristãos incoerentemente prefiram levar adiante suas guerras religiosas, sendo que elas são sempre as mais inexplicáveis, duradouras e cruéis da história humana. Desse modo enquanto houver a possibilidade de diálogo e reconciliação, então o Cristão deverá persegui-la, antes de iniciar sua perseguição ao outro em busca de vingança. Espera-se sempre que a Justiça seja cega, e não veja nem um Irmão sequer para ele favorecer, quer ele seja evangélico, Maçom, Rosa Cruz ou qualquer outra Irmandade existente. Tal coisa além de crime passível de Denúncia ao Ministério Público é também pecado de Iniqüidade, o qual é contra a própria Justiça e Eqüidade.
Referência Bibliográfica: JúrisWay. “Sistema Educacional Online” Wikipédia a enciclopédia livre. MARRA, MARIEL. “Justiça, Liberdade, Política, Vingança” Http://www.guerreirosdaluz.com.br/ Revista Filosofia Ciência & Vida, n.46. Artigo: “Os viéses da vingança”
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TEMAS GRAU 7
Olho por olho, dente por dente {Irmão Isac Bispo Ramos}
U
ma ligeira impressão, uma leve ofensa ou uma grave injuria, podem desencadear a cólera que deseja a reparação. Normalmente, o primeiro impulso é de explosão e violência desmedidas e em grau superior ao tamanho da ofensa. O primeiro impulso é superlativo mesmo, mas aos poucos esse ímpeto inicial se arrefece sem desaparecer completamente. O saldo que fica é um saldo consistente e indelével; a ofensa se mantém viva na memória e na maioria das vezes, por toda uma vida. Um bem, um benefício, um favor ou uma gentileza, não têm esta perenidade ou possibilidade de preservação da parte de quem o recebeu; um benefício é rapidamente esquecido. Dependendo do grau de gratidão que exista no coração de uma pessoa, o benefício desaparece em velocidade decepcionante para aquele que praticou a benfeitoria, mas o fato é que a ofensa fica e a gentileza se evapora no éter da memória. Essa é uma condição humana absolutamente natural. Normalmente o ser humano sente o desejo de vingança sem fazer o menor esforço para isso, basta ser atingido de alguma forma e o desejo de vingança surge em um passe de mágica às vezes em intensidade normal para algumas pessoas e às vezes em forma de fúria incontrolável para outras pessoas. Infelizmente, para estas outras pessoas, o ímpeto superlativo inicial não se arrefece e se mantém latente definitivamente. Para estes, a única maneira de aplacar tal fúria é o crime, é a violência absoluta para cobrar uma divida de qualquer tamanho pelo maior preço que conseguirem imaginar. Para tais pessoas, não há argumentação ou atenuantes; se forem ofendidas, a reparação possível é a violência suprema. Somente a morte do ofensor poderá reparar a ofensa sofrida. Não são pessoas normais. São criminosos e para criminosos, existe apenas um espectro de senso de justiça, onde o direito considerado alcança apenas o lado deles mesmos. O outro lado não tem direito C o p y r i g h t 2 0 1 2 © E xc e l s a L o j a d e P e r f e i ç ã o E s t r e l a d o A B C Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução.
algum, tem apenas o dever de não atingi-los, e se atingi-los, o processo de vingança se desencadeia automaticamente. Há quem avalie que contra os criminosos devamos aplicar a velha Lei do Talião, onde se imputa uma pena correspondente ao crime cometido; “Olho por olho, dentre por dente”. Em uma análise superficial, poderíamos achar que seria uma condição justa; cobrar o valor devido na exata proporção do débito contraído, mas quando se aprofunda na questão, fica claro que praticar esta premissa se torna possível, apenas em algumas poucas circunstancias e condições. O fato é que um crime pode causar um determinado dano em diversas situações, e ao mesmo tempo, não apresentar condições para se reproduzir a mesma circunstância e se aplicar a Lei do Talião contra o criminoso, frustrando-se assim o objetivo da lei. Diante disso, considerando-se a inaplicabilidade da lei e a necessidade da contenção do criminoso e da punição, fica pendente a resolução do problema; o que fazer então? Cabem ainda outros questionamentos; valeria à pena aplicar-se tal lei? Os efeitos produzidos pela aplicação da lei atenderiam as necessidades provocadas pelo crime cometido? Haveria reparação efetiva do dano causado? Seria restaurada a condição que a vítima possuía antes de sofrer as conseqüências do crime? E mais; ao se aplicar uma lei extrema de proporção semelhante ao ato criminoso, a vitima se equipararia ao criminoso tornando-se criminosa também? A aplicação sistemática e progressiva da Lei de Talião produziria ou não um círculo interminável de violência, vingança e crime? Esse círculo interminável faria desaparecer a justiça perfeita? Por estas tantas indagações fica clara a ineficácia da Lei do Talião e a necessidade da definição de outros mecanismos para proteger as pessoas e impedir a ação dos criminosos, sem no entanto praticar as mesmas ações condenáveis. Nossos juristas e legisladores refletindo sobre estas e tantas outras situações, ao longo dos anos acabaram por desenvolver, criar, apresentar e converter em leis inúmeros princípios e diretrizes, atendendo a diversas necessidades e circunstancias, procurando contemplar múltiplas condições compondo assim um verdadeiro arcabouço para de forma organizada e racional disponibilizar medidas aplicáveis em uma ou outra ocorrência de crime.
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Ou seja; se a Lei do Talião não atende determinadas situações, o estado democrático de direito tem mecanismos planejados para atuarem em quaisquer circunstâncias e resolver as disputas entre os cidadãos e contribuintes. Ao longo da história, as diversas nações do mundo tiveram que encontrar meios para lidar com estas mesmas questões e cada uma delas segundo seus usos e costumes, tratou das questões da justiça conforme sua própria visão, balizando suas definições em cultura própria influenciado por crenças e conceitos específicos, fazendo com que, embora tendo muitos pontos comuns, cada país tivesse abordado e definido as questões da justiça com as nuances e particularidades especificas de cada país e região. Sem dúvida, há princípios universais válidos para todos os países, mas as particularidades são uma necessidade perfeitamente compreensível. Nem sempre os homens envolvidos em questões de justiça, consideram-se satisfeitos com as determinações, conclusões e resultados da justiça de seus países, mas do ponto de vista da sociedade dos homens, a forma que mais se aproxima do equilíbrio necessário para se estabelecer o direito, é o respeito às autoridades e as leis instituídas. A insatisfação dos homens com as determinações da lei provoca-lhes o desejo individual de praticar justiça por meios próprios, acreditando encontrar na Lei de Talião, uma fórmula simples e direta de satisfazer seus anseios, iludidos de que essa seria a melhor solução para as suas demandas. Como a possibilidade de se obter vingança é maior do que reconstituir perdas sofridas e como muitas vezes a reconstituição das perdas é simplesmente impossível, praticar a Lei do Talião se torna uma grande frustração; pratica-se a vingança e a dor da perda não desaparece. Infelizmente, muitas vezes, o sofrimento de uma vítima persiste definitivamente, tendo ocorrido a vingança ou não. Friamente, como deve ser a atividade dos legisladores ao avaliar situações para conceber leis que atendam as necessidades dentro das possibilidades, conclui-se que mais importante que obter a vingança, é o desenvolvimento de mecanismos para coibir novas ações criminosas. Primando pelo bom senso, pelo equilíbrio e pela realidade, é necessário punir os criminosos com severidade e rigor de acordo com as possibilidades práticas. Não podemos nos enveredar pelos descaminhos da crueldade gratuita, do sadismo e da violência desmedida, sob pena nos tornarmos quiçá, piores que os criminosos. Temos que encontrar o difícil limite da aplicação exata da pena severa, rigorosa e eficaz. Talvez o ponto culminante seja a eficácia, no sentido de se cobrar o valor possível, muitas vezes menor que a dívida contraída, mas fundamentalmente assegurando-se a contenção do criminoso e a realização de ações preventivas que protejam as pessoas e preserve a vida e o patrimônio.
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A Maçonaria afirma e reafirma seu principal objetivo de tornar feliz a humanidade, estimulando o desenvolvimento das virtudes dentre as quais se inclui a tolerância, que evidentemente carrega em seu bojo ingredientes como a reflexão e a ponderação sobre as questões. Ao praticar a tolerância, a reflexão e a ponderação surgem como conseqüência natural. Com isso, é possível encontrar melhores soluções do que as soluções intempestivas adotadas abruptamente no calor e sob as emoções dos acontecimentos. Sendo partidária da Justiça que se aproxime o máximo possível da perfeição, a Maçonaria não poderia apoiar um critério tão propenso ao erro e ao excesso. Dada a complexidade da avaliação do que seja justiça, a melhor possibilidade é a de nos aprofundarmos na reflexão e no estudo, para nos aprimorarmos constantemente e dessa forma nos aproximarmos da perfeição, tão distante ainda, mas definida como objetivo pela sublime instituição.
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TEMAS GRAU 8
A construção do Templo interior {Irmão Geraldo José Pinto}
... POR QUE SOMOS PEDREIROS. “...por que esta é a arte dos Pedreiros, fazer de pedaços de Pedra, uma Pedra só. Por que todas as Pedras são pedaços da Grande Pedra Original de que o Universo nasceu. Nosso trabalho é reconstruir dia a dia esse Universo, reajustando pedaços de Pedra que andavam separados de sua raiz.” Trecho do Livro “Zorobabel – Reconstruindo o Templo” de Zé Rodrix.
Q
uando se fala de maçons no mundo profano, fatalmente o leigo e o maçom despreparado, entenderão apenas parte do conteúdo. Alguns dirão que é uma sociedade secreta, que guarda segredos milenares, infiltrada na política, na economia, no poder central de todos os países, com o intuito de vigiar, e determinar os destinos do mundo... ufa... Quantas coisas somos nós! Na verdade não somos detentores de segredos milenares, somos sim ávidos pelo conhecimento. Temos por obrigação pesquisar, aprender, assimilar aquilo que possa engrandecer nosso conhecimento e que possa ser usado afim de tornar o mundo em que vivemos, um lugar melhor. Somos detentores do conhecimento que estivermos aptos a adquirir e este conhecimento, está ao alcance de qualquer ser humano, maçom ou profano, desde que consiga diferenciar o certo do errado, o bem do mal, a justiça da injustiça. Desde que consiga sentir a medida certa de cada coisa. Como pedreiros que somo na origem, nos foi confiada a tarefa de erguer um mundo mais justo e perfeito. Projeto arquitetônico árduo e bastante complicado. Não há simplicidade nesse trabalho e deve ser feito conforme o projeto estabelecido pelo GADU . Acontece no entanto, que a construção de um mundo melhor, não começa pelo mundo. Não começa pelo seu país, não começa pela sua cidade, pelo seu bairro. Para ser mais exato, não começa nem dentro de nossa casa, pois o círculo ainda está muito grande e abrangente. Na verdade, tem que começar muito lá dentro. Uma mudança que acontece em cada célula do seu ser, e acontece por que já existe dentro de cada indivíduo. Deve começar na pequena parte e se expandir.
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De dentro para fora, assim como o movimento de expansão do universo. Expansão gradativa e constante do aprimoramento interior. A construção do edifício interior de um maçom, se dá à partir da colocação da pedra fundamental, que pode até ter sido colocada há muito tempo atrás, sem que o maçom saiba e que só descobrirá com o passar do tempo. O alicerce forte deve ser formado com a argamassa feita na estrutura familiar e do conhecimento bom e sólido adquirido com o tempo. Cada pedra assentada nessa obra interior tem que ser calma e delicadamente desbastada, alinhada e livre de imperfeições e é por isso que uma construção dessas leva muito tempo para tomar forma. Cada pedra assentada na construção do edifício interior de cada maçom, deve ser exposta, ou seja, as lições aprendidas devem ser compartilhadas,as boas ações devem transbordar o limiar de nossas mentes, sem no entanto ter como intenção, colocar-se num patamar mais elevado que seu semelhante, este compartilhar, deve ser envolvido em desprendimento e boa vontade. Por sermos humanos e imperfeitos, de tempos em tempos descobriremos que assentamos uma pedra bem acabada em terreno instável, entendendo que nossas convicções podem estar erradas. Descobrimos também que as pedras que entendíamos como muito bem acabadas e polidas, ainda poderiam ficar melhores e temos que retomar o trabalho daquele ponto em diante. Desta forma devemos nos esmerar em realizar internamente um trabalho perfeito ou o mais próximo disso possível, e depois que este edifício interior estiver em pé e firme, pode ser exposto e desta forma servir como referencia para que outros construam o seu. A grande pergunta a fazer é a seguinte: Assim como Salomão, se preocupou em edificar um templo, não poupando esforços e dedicação, para que fosse digno de seu Deus habitar, devemos nos preocupar se, depois de ganhar forma e tornar-se habitável, o Deus ao qual rogamos, habitaria o edifício que erguemos dentro de nós e se este edifício seria digno de receber este Deus, pois sabemos que cada construção tem suas problemas estruturais, tem seus labirintos, seus calabouços, suas paredes com pequenos defeitos, e resta saber até que ponto estas mazelas podem interferir na capacidade deste edifício abrigar nosso Deus. Citação: Rodrix, Zé. “Zorobabel – Reconstruindo o Templo” Bibliografia: Livro “Zorobabel – Reconstruindo o Templo” - Zé Rodrix
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TEMAS GRAU 9
Verdade e Liberdade {Irmão João Ricardo Farina Dutra}
N
inguém ao certo sabe realmente o que vem a ser a Verdade. Não falo da verdade relativa onde o seu contrário é a mentira. Refiro-me à Verdade absoluta, aquela em que buscamos incessantemente.
Desde que nascemos tentamos responder algumas perguntas como: quem somos? De onde viemos?; para onde iremos, se é que iremos? As respostas para estas perguntas nos remetem a procurar a Verdade. Mas que Verdade é essa? Penso que esta Verdade é aquela que independe de você acreditar ou não. Ela simplesmente existe. É como a lei da ação e reação, da lei da gravidade, etc. Elas simplesmente existem, quer você acredite ou não. A Verdade é uma instituição complexa e a soma de múltiplas Verdades; Verdades conhecidas existentes e Verdades ainda não desvendadas, mas sempre e ansiosamente esperadas. É a chave para o conhecimento de quem somos. É o ingresso para uma viagem à descoberta do Universo. A medida que vamos descobrindo a Verdade vamos nos desamarrando de antigos conceitos e por conseguinte, nos tornando mais livres. E o que é a Liberdade? Liberdade é ser livre, puro de alma. Tomar atitudes sem a preocupação do certo e errado. Claro que não se deve confundir com libertinagem, irresponsabilidade.
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Liberdade é vista como um dos valores fundamentais da existência, não como liberdade em relação a condições, sejam biológicas, psicológicas ou sociais; não como liberdade de algo, mas sim como liberdade para algo, ou seja, a liberdade para a tomada de posição perante todas as condições. O homem só se eleva à condição de existente, quando assume a dimensão da liberdade, porque sendo livre, a cada instante decide o que é, não arbitrariamente, mas com responsabilidade. A escolha de suas possibilidades é um ato de sua liberdade, liberdade que ele tem, de um modo ou de outro e até à morte, de assumir uma atitude para com seu destino. E, sempre há um "de um modo ou de outro", ao escolher o que verdadeiramente fazemos de nós. Quantas vezes nos encontramos diante de alternativas de valores, da necessidade de escolhermos dentre princípios entre si contraditórios? Tal escolha, se feita impulsivamente, sem consciência e responsabilidade, não será uma livre escolha. É essa condição de liberdade que podemos conquistar e, de fato, o fazemos à medida em que aceitamos a responsabilidade de nossa existência, não como algo a que estamos presos, mas como um valor por nós escolhido, como um "optar por nós mesmos". Assumindo nossa responsabilidade existencial, decidindo com liberdade nossas escolhas de vida, transformamos a disciplina externa em auto-disciplina, nas porque sejamos submissos às ordens, mas porque sabemos o que pretendemos fazer de nós. E a disciplina é fundamental para a consecução de nosso projeto existencial. Recusando-nos como "coisa" e enveredando pelo desdobramento de nossas possibilidades existenciais, de nossas possibilidades de dispormos de nós mesmos, de nos autodeterminar, estaremos conquistando a liberdade. Liberdade condicionada pela responsabilidade, que, por sua vez, não pode existir sem liberdade, numa verdadeira dialética da autonomia.
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TEMA GRAU 9
Verdade e Liberdade {Irmão Wilson Marcos Biazon}
“S
ê corajoso para defender a Verdade". Quando leio esta frase me deparo com um dilema: à qual verdade é referida a mesma? “Se não és senhor de ti mesmo, ainda que sejas poderoso, dá-me pena e riso o teu poderio” (Josemaria Escrivá). Nesta frase, reparo que o poder não necessariamente representa liberdade, pois não há apenas um tipo de liberdade. A verdade é um fator relativo, algo que seja verdade para mim, pode não ser verdade para outra pessoa. Ainda assim, algo que é verdade para mim hoje, pode ser que deixe de ser amanhã. Claro exemplo disso é de quando somos crianças. Na ingenuidade, acreditamos com todas as forças que existe um bom velhinho no Pólo Norte, que se formos bonzinhos nos presenteará. Questiono-me então, do porque de deixarmos de acreditar nisso. Simplesmente perdemos a ingenuidade ou adquirimos maturidade e conhecimento suficiente, a respeito do assunto, para distinguir a verdade da mentira? Liberdade pode também ser diferente para pessoas diferentes. Muitos acreditam que liberdade é viver livre, fazer o que desejar escolher o que quiser. Já outros vão mais além, e consideram liberdade, além do citado acima, o poder de pensar por si só, raciocinar e se expressar a respeito de suas opiniões. Considero a liberdade um conceito relativo também, pois mesmo inseridos em um contexto onde há liberdade de expressão. Ninguém diz tudo aquilo que pensa. Liberdade também é delimitada pela nossa consciência, sabendo que a nossa decisão é errada, a escolhemos por termos a liberdade de optar por ela. Um computador não faz escolhas erradas, faz o que está programado para fazer, logo não tem liberdade. Sobre a frase anteriormente apresentada. Ninguém é livre, por mais poderoso que seja, enquanto não dominar seu próprio ser. Ninguém é livre enquanto não aceitar que não pode ser totalmente livre. Afinal a sua liberdade termina onde começa a liberdade do próximo. Outro problema é que mesmo com tantas leis, códigos e estatutos, ainda hoje, há pessoas que mal conhecem a liberdade. Em pleno século XXI, há escravos mundo afora. Muitos deles nunca foram livres, nem fisicamente nem espiritualmente. Até a liberdade de pensamento pode ser limitada se for imposta uma doutrina. Sendo assim o ser C o p y r i g h t 2 0 1 2 © E xc e l s a L o j a d e P e r f e i ç ã o E s t r e l a d o A B C Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução.
humano sempre correrá atrás do que não tem, e só perceberá que tinha liberdade quando perdê-la. Voltando à questão da verdade. A verdade de ontem não é a mesma verdade de hoje. Ainda por cima eu não sou a mesma pessoa que era ontem, por isso minha verdade também é mutável. Não há apenas uma grande verdade para a vida, mas muitos ângulos de visão de um mesmo fato. Correlacionando os dois temas, verdade e liberdade, afirmo então que não há liberdade se lhe for imposta uma verdade diferente da que você acredita. E não haverá uma verdade sua se você não tiver a liberdade para escolher no que você crê.
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TEMA GRAU 10
Os três assassinos de Hiram {Irmão Juan Calvet Reverter}
O Grau 10 é o complemento do Grau 9, eis que a lenda de Hiram explica a perseguição e a captura dos assassinos. A LENDA DE HIRAM ABIFF
A
lenda diz que Salomão, querendo fazer de seu corpo um templo digno, pediu
a Hiram, rei de Tiro, um mestre arquiteto de obra. Hiram, “Rei Consciência”, envia e lhe recomenda Hiram Abiff (Mestre Construtor), filho de uma viúva.
Hiram Abiff é designado como chefe supremo dos obreiros para a construção do templo. Estes obreiros tinham diversos graus de capacidade e diferentes talentos individuais. Era, pois, necessário dividi-los segundo suas capacidades para poder aproveitar melhor o trabalho de cada um. Hiram, como sábio, justo e benevolente, os repartiu em três categorias: aprendizes, companheiros e mestres. Hiram deu a cada um a maneira de ser reconhecido como tal por meio de sinais, toques e palavras adequadas. Hiram construiu e ergueu no Templo duas grandes colunas de bronze, ocas. Determinou que os Aprendizes recebessem seu salário na primeira coluna, os Companheiros, na segunda e os Mestres na “câmara do meio”. Cada categoria de obreiro, para poder receber seu salário, era reconhecido pela dedicação e trabalho que havia dedicado à Obra.
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O trabalho foi dirigido e executado com sabedoria, ordem e exatidão, segundo as instruções recebidas, e a obra avançou em progresso e elevação rapidamente. Apesar do número de obreiros, que entre todos eram mais de oitenta mil, e de ser feito todo gênero de obra, não se ouvia nenhum ruído de instrumento de metal. Durante sete anos ou mais de construção, não houve chuva, porque o templo estava permanentemente coberto. Igualmente reinavam a paz e a prosperidade durante a edificação do Templo. Como da natureza humana, o orgulho e a inveja, havia três companheiros, ávidos de gloria e fama, achavam que tinham méritos suficientes para serem promovidos a mestres, como não obtiveram êxito em suas demandas, imaginaram obter pela força, método usado pelos pobres de espírito e incapazes, urdiram um plano para obterem a “PALAVRA SAGRADA”, e como tal ganharem a condição de Mestres. Os três elementos tentaram convencer outros nove companheiros mestres, mas estes, no último instante, desistiram, porque foram perturbados pelo remorso. Os três cúmplices estavam sozinhos, urdindo o crime, resolveram obter a PALAVRA pela violência, do próprio Mestre Hiram. Os três aguardaram, a quem, por sua bondade, esperavam intimidar. Escolheram o meio-dia como a hora mais propícia, pois a será hora habitualmente Hiram visitava e conferia o andamento dos trabalhos, e orar enquanto os demais repousavam. Os três se dirigiam para as três portas do Templo, que naquele momento estavam desertas, porque os demais obreiros já haviam saído para descansar. Quando Hiram terminou sua prece e quis atravessar a porta do sul, o companheiro ali postado o ameaçou com sua régua de vinte e quatro polegadas, pedindo-lhe a PALAVRA e o Sinal de Mestre. Todavia, o Mestre respondeu-lhe: “trabalha, e serás recompensado!”. Vendo a inutilidade dos seus esforços, o companheiro ignorante o golpeou fortemente com a régua. E, havendo o Mestre levantado o braço direito para deter o golpe vibrado sobre sua garganta, seu ombro direito foi atingido, paralisando o braço.
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O Mestre dirigiu-se, então ate a porta do Ocidente, ali, o segundo companheiro lhe exigiu, como o primeiro, a PALAVRA, E O Sinal de Mestre, recebendo a mesma resposta: ”trabalha e obterás”. Então este companheiro deu-lhe um forte golpe no peito com o esquadro de ferro. Meio aturdido, Hiram dirigiu-se a porta do Oriente. Na porta o terceiro companheiro o aguardava. Era o de pior índole dos três, que, recebendo a mesma negativa do Mestre, deu-lhe um golpe sobre a fronte, com o malhete que havia levado. Quando os três se encontraram, viram que nenhum tinha conseguido a PALAVRA nem tampouco o SINAL; horrorizaram-se pelo crime inútil e não tiveram outro pensamento senão o de oculta-lo e desfazer seus vestígios. E, assim, de noite, levaram o seu corpo em direção ao Ocidente e o esconderam no cimo de uma colina, perto do local da obra. Quando Hiram não apareceu no lugar de trabalho, todos ficaram perplexos, com a intuição de uma desgraça. Findo o dia, e o Arquiteto não compareceu; então, os nove companheiros, que haviam se recusado a participar da trama, revelando aos Mestres o ocorrido. Foram conduzidos a presença de Salomão, que depois de ter escutado o relato dos três mestres e dos nove companheiros, ordenou aos primeiros que formassem três grupos, cada um deles unindo-se com seus companheiros para esquadrinhar os territórios e regiões do Oriente, do Ocidente e do Meio-dia, em busca do Grande Mestre e Arquiteto Hiram Abiff, e dos três companheiros da PALAVRA PERDIDA, a qual nem mesmo Salomão sabia, e que havia se perdido com o desaparecimento de Hiram. As buscas prosseguiram por três dias, sem sucesso, porem, pela manhã do quarto dia, um dos grupos que seguia para o Ocidente e estava sobre as montanhas do Líbano a fim de encontrar um lugar para repousar a noite; ouviu vozes humanas vindo de uma caverna. Eram os três companheiros assassinos. Eles viram os visitantes fazer os sinais de castigo, sinais que adotados posteriormente para os três graus, como meio de reconhecimento. Os assassinos fugiram por outra saída da caverna, e não mais conseguiram encontrá-los. C o p y r i g h t 2 0 1 2 © E xc e l s a L o j a d e P e r f e i ç ã o E s t r e l a d o A B C Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução.
A caminho de Jerusalém, na noite do sexto dia, um dos viajantes caiu exausto da caminhada, sobre um montículo. Examinando, reparou que a terra havia sido remexida recentemente, e o mau cheiro que emanava de decomposição de um cadáver. Iniciando a escavação, alcançaram um corpo porem, como já havia anoitecido, não deram continuidade às buscas. Cobriram o cadáver e depositaram sobre o montículo um ramo de acácia, árvore comum na região, as folhas e as flores são sempiternas. Ao voltarem a Jerusalém, relataram o achado a Salomão, fez o Sinal e disse a palavra, posteriormente adotados como sinais de socorro. Determinando aos nove mestres averiguar se realmente era o Grande Mestre Hiram, e procurar no corpo os sinais de reconhecimento, os quais ficaram fixados pelas palavras pronunciadas no instante que o corpo foi levantado da sepultura. Com este procedimento, viram a fronte ensangüentada, coberta por um avental, e sobre o peito a insígnia do grau, fizeram o Sinal de Horror, adotado como o sinal de reconhecimento entre os maçons. Haviam se passados seis meses do acontecimento da prisão e morte do primeiro criminoso Abiram. Era grande a preocupação do rei Salomão, por não conseguir achar os outros dois criminosos. Um intendente do rei, de nome Bendecar, comunicou haver descoberto a localização dos outros dois Companheiros fugitivos. Salomão determinou a Bendecar, a captura dos foragidos que se encontravam em outra cidade, escreveu a Maacha, rei de Geth, pedindo permissão para a busca e prisão dos foragidos e trazê-los a julgamento e penalizados pelo crime cometido. Fez publicar editais com informações sobre os dois assassinos. Salomão adicionou mais seis Mestres, aos nove primeiros Eleitos em missão a caverna de Jope,para prender e levar a sua presença, os traidores, com uma escolta. Os quinze Mestres saíram em busca, e Stolkin, Zerbal e Bendecar, descobriram os foragidos, aprisionaram e apresentados a Salomão. Imediatamente ordenou para serem amarrados aos postes, ficando sob o sol e expostos aos insetos, seus corpos abertos no peito e em C o p y r i g h t 2 0 1 2 © E xc e l s a L o j a d e P e r f e i ç ã o E s t r e l a d o A B C Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução.
outras partes mais sensíveis. Colocando-se um paradeiro a sua morte lenta decapitandoos, e suas cabeças juntamente a dilacerada Akirop sobre as portas de Jerusalém. A seguir seus restos jogados sobre as muralhas para serem devorados pelos abutres. Enfim a justiça fora feita com as penas merecidas pelo crime que cometeram. Simbolicamente, estes
dois
assassinos
representamos
inimigos
da
LIBERDADE, na realidade, sentimentos descontrolados, onde nascem à tirania o despotismo; fanatismo, e afloram a intolerância e a perseguição, o terceiro o pior significa a ignorância da população, permitindo a ambição e o fanatismo. Neste episódio os criminosos sepultaram a Sabedoria, Compreensão e a Verdade. O espírito, mesmo que tenha sido de vingança, com o objetivo de penalizar os culpados com a pena capital, é muito natural para a época. Inclusive as Sagradas Escrituras dos hebreus, muitos assassinatos foram aprovados pela própria Divindade.
O ramo de acácia sobre o túmulo de Hiram é como a cruz sobre nossos altares. É o sinal da ciência que sobrevém à ciência; é o raio verde que anuncia outra primavera. Quando os homens perturbam a ordem da natureza, a Providencia intervém para renová-la, como Salomão para vingar a morte de Hiram. Aquele que assassinou com a régua morre pelo punhal. Aquele que feriu com o esquadro morrerá sob o machado da lei. É a sentença dos regicidas. Aquele que triunfou pelo machado cairá vítima da força de que abusou e será estrangulado pelo leão. O assassino pela régua é denunciado pela lâmpada mesma que o esclarece e pela fonte onde bebe, evidencia que ele será punido pela lei de talião. O assassino que utilizou a alavanca será surpreendido assim que se descuidar da vigilância e será denunciado pelos seus cúmplices; pois a anarquia é a mãe da traição.
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COMENTÁRIOS Hiram na Bíblia O nome Hiram Abiff não consta na Bíblia, mas existem referências a pessoas chamadas Hiram que são: Hiram, rei de Tiro, referido em II Samuel 5:11 e em I Reis 5:15-32 por ter enviado material de construção e um homem para a construção original de Jerusalém. Em Reis 7:13-14, Hiram é descrito como um homem de Tiro que trabalhava em bronze, filho de uma viúva da tribo de Neftali. A lenda de Hiram Abiff Nome de origem hebraica, posto os dois Hiram referidos nas Sagradas Escrituras originários do Líbano. Temos Hiram ou Hirão rei de Tiro e Hiram Abiff, o artífice que esse Rei enviara a Salomão para o embelezamento do Grande Templo. Hiram, o arquiteto, era filho de uma mulher da tribo de Dan e de um homem tirio chamado Ur, que significa “forjador de ferro”, consoante o relato bíblico em II Crônicas, 10; ou filho de uma viúva da tribo de Neftali constando Reis I, 7:13. O nome Hiram pode ser traduzido como “vida elevada”.
Fontes Bíblicas e a Lenda
O relato bíblico tece louvores à habilidade profissional de Hiram, contudo, por ocasião da consagração do Templo, não é mencionado. Em torno desse personagem, criou-se a Lenda de Hiram Abiff, que o dá como tendo sido assassinado por três maus companheiros. A lenda é um relato fantasioso que parte de um fato verídico; Hiram o arquiteto existiu; a história dos hebreus o refere; e ele foi assassinado por três construtores porque ele era o único que sabia decifrar as escrituras do templo de Salomão, as quais alguns tinham cobiça.
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Simbologia Maçônica
Todos os Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria contem uma parcela da Lenda de Hiram Abiff e um dos Landmarks determina que seja observado essa Lenda. Na realidade ela possui uma simbologia esotérica e toda liturgia maçônica a envolve.
Simbolismo da palavra Abiff
Trata-se de uma palavra composta das iniciais extraídas de outras quatro palavras: Aleph, Beth, Iod e Vav, todas hebraicas. O interesse maçônico diz respeito a Hiram Abiff. Significa “seu pai”. E também, um titulo de respeito. O Rei de Tiro ao referir ao seu artífice chama-o de “meu pai Hiram”. No Livro de Crônicas, é chamado de “Seu Pai, Hiram Abiff ”. O sobrenome resulta em seu título de honra: Hiram, o pai da construção do Grande Templo.
O Assassinato
(Os nomes dos três companheiros que assassinaram a Hiram Abiff seriam: Jubela, Jubelo e Jubelum, deram origem aos sinais 9posturas) dos três primeiros Graus maçônicos, simbolizando o corte da garganta; a extração do coração e a dilaceração do ventre, forma como Hiram teria sido assassinado, dentro da Lenda de Hiram Abiff, conhecida como Lenda do Terceiro Grau. Na lenda de Hiram Abiff, surgem três “Assassinos”, que feriram a morte o Mestre, através de golpes com instrumentos de trabalho, a régua, o esquadro e o maço. Todos os golpes contribuíram para essa morte e todos os produziram com excessivo
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dolo. Diz-se em maçonaria, “Assassino”, aquele que “trai” os ideais maçônicos, pois “destrói” a vida espiritual.
A sigla MB e a Lenda
A sigla é a palavra de passe do grau Mestre na Ordem Maçônica, já que a palavra original se perdeu com a morte de Hiram Abiff. O significado da sigla aparece na lenda de Hiram Abiff, no momento em que o corpo do Mestre é encontrado sete dias após o assassinato.
Bibliografia:
Wikipédia enciclopédia livre
Rizardo da Camino – Dicionario Maçônico. Madras Editora
A.H. de Oliveira Marques – Dicionário de Maçonaria Portuguesa. Lisboa. Editorial Delta
Gérard Nerval – A lenda de Hiram: história da Rainha da Manhã e de Salomão Príncipe dos Gênios. Lisboa, Hugin Editores
Dicionário de Termos Maçônicos Ritual do Grau 9 e 10
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TEMA GRAU 11
As doze tribos de Israel {Irmão Wilson Marcos Biazon}
J
acó, que era filho de Isaac, que era filho de Abraão, teve 12 filhos homens e uma filha mulher, chamada Diná. Conhecemos, um pouco da história de um desses filhos: José, que foi vendido como escravo pelos irmãos, mas tornou-se um homem poderoso e salvou a família da fome levando-a para o Egito. Lá, o faraó lhes deu terra para cultivar e para criar seus rebanhos. Depois da noite em que lutou com o anjo, em busca da sua bênção, Jacó ganhou um novo nome: Israel. Esse nome também passou a ser usado para dar nome não apenas a Jacó, mas a toda a sua família. Todos os seus filhos, as esposas deles, os filhos e netos, e toda a sua descendência, passaram a ser chamados de Israel. Depois que Jacó morreu, a chefia da família ou seja a chefia de Israel coube a Judá, seu quarto filho mais velho. A família de cada um dos irmãos passou a ser conhecida como “tribo”. Assim, havia doze tribos em Israel: As tribos de Judá, de Rúbem, de Levi, de Simeão, de Zabulon, de Issacar, de Dã, de Gad, de Aser, de Neftali, de Benjamin e a tribo de Efraim e Manassés. Não houve uma tribo de José: a tribo que teria seu nome ganhou os nomes de seus dois filhos, Efraim e Manassés. Mas quem é Israel? Israel somos todos nós. Não é apenas o nome da família de Jacó, nem apenas o nome de um país. Quando os judeus refundaram seu país no Oriente Médio, eles lhe deram o nome de Israel para relembrar que eram todos filhos de Jacó, de Isaac e de Abraão. Mas também todos nós, cristãos, somos. Israel são todos aqueles que têm Deus como Senhor. Israel somos todos nós que seguimos a Igreja. Enfim: Israel é o povo de Deus. As "Doze Tribos" também pode ser pronunciada por alguns como "Treze tribos", levando em consideração que os filhos de José (Manassés e Efraim), que teriam sido considerados por seu avô (Israel), como seus próprios filhos, ficando ao invés de 12, 13 tribos. O livro de Gênesis conta da descendência do patriarca Jacó, mais tarde batizado por Deus como Israel, e de suas duas mulheres e duas concubinas. Jacó teve ao todo 12 filhos, cujos nomes estão acima citados. Neste momento da narrativa, o cronista bíblico concentra-se no relato da história de José, de como ele foi separado de seus irmãos, como obteve importância política no Egito, e de como voltou a reunir sua família. A narração conta também que os 12 filhos de Jacó e suas famílias e criados C o p y r i g h t 2 0 1 2 © E xc e l s a L o j a d e P e r f e i ç ã o E s t r e l a d o A B C Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução.
obtiveram permissão para habitar a fértil região oriental do Delta do Nilo, onde teriam se multiplicado grandemente. Cada uma das 12 famílias teria mantido uma individualidade cultural, de forma que se identificassem entre si como tribos separadas. A narrativa ainda destaca que José teve 2 filhos, Manassés e Efraim, e seus descendentes seriam elevados ao status de tribos independentes, embora fossem sempre referidos como meio-tribos (encerrando um número fixo de 12 tribos). Ao final de Gênesis, Jacó, em sua velhice, abençoa a cada um de seus filhos, prenunciando o destino que aguardavam os seus descendentes no futuro. Em Êxodo, a Bíblia conta como Moisés, membro da tribo de Levi, e seu irmão Arão, lideraram os hebreus das 12 tribos em sua fuga do Egito. Durante a narrativa, as tribos são contadas, e seus líderes e representantes são nomeados, demonstrando um forte senso de individualidade entre as tribos e as meio-tribos de José. À tribo de Levi são designadas as tarefas sacerdotais e os direitos e deveres diferenciados que estas tarefas implicavam. As demais mantiveram-se com os mesmos direitos e obrigações, embora, através do número de membros, algumas tribos já pudessem gozar de alguma superioridade política. Para judeus e cristãos, não há dúvidas da veracidade do relato bíblico, e há pouco o que se discutir sobre a origem das Tribos de Israel fora do contexto bíblico. No entanto, arqueólogos, historiadores e estudiosos da Bíblia argumentam sobre a origem das tribos. Há teorias que sugerem que apenas algumas das tribos teriam realmente saído do Egito, e se fixado por alguns anos no entorno de Canaã, onde teriam encontrado outras tribos de origem hebraica autóctones da região. Sua afinidade lingüística e racial, em contraste com as diferenças encontradas nos vizinhos cananeus teria encorajado as tribos a agirem em regime de coexistência, e em algumas vezes, de cooperação, o que teria favorecido a conquista de Canaã (uma miríade de cidadesestado e pequenos reinos independentes) pelos hebreus. Neste caso, as tribos do Êxodo teriam sido aquelas de maior destaque na narrativa bíblica, ou seja, Judá, Levi, Simeão, Benjamim, e as meio-tribos de Efraim e Manassés, o que enfraqueceria toda a base histórica da narrativa do Êxodo. Já os arqueólogos notam que não há vestígios concretos da passagem de um povo, estimado em mais de 600000 pessoas, por 40 anos pelo deserto entre o Egito e a Palestina. Assim, a narrativa de Gênesis e Êxodo não tem uma base histórica, embora alguns pontos pudessem ter sido moldados para justificar com raízes familiares a união das 12 tribos. Moisés liderou as 12 tribos pelo deserto da Península do Sinai, e seu sucessor Josué tomou para si a tarefa de coordenar a tomada de Canaã. Para que ocorresse de forma ordenada, a terra de Canaã foi dividida entre cada uma das tribos e meias-tribos, que se encarregaram de conquistá-las, na maior parte dos casos sem o auxílio das demais. Uma das tribos, a de Levi, não recebeu uma porção territorial fixa, mas sim algumas cidades distribuídas por toda a Palestina. C o p y r i g h t 2 0 1 2 © E xc e l s a L o j a d e P e r f e i ç ã o E s t r e l a d o A B C Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução.
O território de algumas das tribos, como Simeão e Aser, correspondiam a áreas mais tarde dominadas por filisteus e fenícios, respectivamente. Após a narrativa da conquista de Canaã, os relatos acerca destas tribos se tornam confusos, e as suas referências geográficas são praticamente inexistentes, ou inconsistentes, dando a entender que essas tribos deixaram de existir geograficamente, e seu povo foi absorvido ou por povos estrangeiros, ou por outras tribos israelitas, ou por ambos, embora ainda fossem contados como parte das 12 tribos. A tribos de Dã é outro exemplo de mudança ao longo da Bíblia. Inicialmente, Dã é posicionada na metade sul da Palestina, em um pequeno território posteriormente conquistado pelos filisteus. Mas ao contrário de Simeão e Aser, o território de Dã continuou existindo, mas muito mais ao norte, ao redor da cidade de mesmo nome. Algumas interpretações colocam que Dã havia sido alocada desde o princípio em dois territórios disjuntos. A meia-tribo de Manassés ocupou um vasto território nos dois lados do Rio Jordão, do Mar Mediterrâneo até a Síria, próximo a Damasco. Efraim foi posicionada na região central, incluindo as importantes cidades de Siló, Gilgal e Betel, cuja importância remete às histórias dos Patriarcas. Benjamim recebeu um territótio pequeno ao sul de Efraim, porém incluindo cidades importantes, como Gibeá, Jericó e Jerusalém. Judá posicionou-se num vasto território montanhoso e fértil ao sul, entre o Mar Morto e o Mediterrâneo, tendo Hebrom e Belém como cidades mais importantes. As demais tribos receberam territórios pequenos, ou com pequena importância na narrativa bíblica subseqüente. As tribos mantiveram certa estabilidade, independência e equilíbrio político durante o Período dos Juízes, visto que são relatados feitos notáveis de herdeiros da maior parte das tribos, sem particular destaque a nenhuma delas. Mas no final do século XI a.C., com o início do período monárquico e a coroação de Saul, as tribos se uniram pela primeira vez sob um único líder. Entretanto, apesar da identidade racial, lingüística e religiosa, e das histórias que as uniam desde a sua criação, aparentemente havia uma certa cisão entre a tribo de Judá e as demais, visto que o profeta Samuel refere-se algumas vezes a Israel e Judá como entidades independentes unidas apenas por um contexto histórico. O rei Saul pertencia à tribo de Benjamim, e adquiriu inicialmente a simpatia de todas as tribos, mas um movimento em Judá, liderado por David e apoiado pelos filisteus, terminou por vencer Saul. Davi foi coroado em Hebrom rei de Judá, enquanto o restante de Israel deveu lealdade ao filho de Saul, Isbosete. Houve uma guerra civil, com vitória de Davi. Ao poupar a Casa de Saul, Davi ganhou popularidade, e após vários feitos militares contra povos estrangeiros, viu as 12 tribos se unirem firmemente sob seu cetro. Seu filho, Salomão, manteve sua autoridade sobre toda a ISRAEL até sua morte. Apesar desta união política, a própria narrativa deste período faz transparecer as profundas diferenças políticas e mesmo culturais entre Judá (e ao final do reinado de Salomão, também de Benjamim, já que os reis de Judá reinaram em C o p y r i g h t 2 0 1 2 © E xc e l s a L o j a d e P e r f e i ç ã o E s t r e l a d o A B C Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução.
Jerusalém, cidade benjaminita) e as demais tribos. Uma diferença marcante na carga de impostos aplicados a Judá e às outras tribos, favorecendo a primeira, principalmente numa época de constante expansão territorial e grandes obras, foi o estopim para a desunião que se seguiu. Com a morte de Salomão, uma facção liderada por Jeroboão viu nesta uma oportunidade para resgatar Israel do poderio de Judá. A aclamação de Jeroboão significou a divisão indissolúvel entre Judá (e Benjamim) e as demais 10 tribos, uma vez que o filho de Salomão, Roboão, foi confirmado rei em Jerusalém. Formou-se assim os reinos de Judá, ao sul, com sede em Jerusalém, e Israel, ao norte, com capital em Samaria. Neste período, as tribos de Judá e Benjamim aparecem quase inteiramente fundidas entre si (ou seja, as referências a Benjamim desaparecem, embora seu território e suas cidades estivessem no coração do território de Judá), e o mesmo acontece com as outras 10 tribos do norte. Dentre as tribos do norte, ainda se observa traços de individualidade na meia-tribo de Manassés, mas de maneira geral não há mais distinção física ou cultural entre elas. A partir deste momento, as 12 Tribos de Israel passaram a ser uma alegoria, referindo-se ao seu estágio original de união em nome de Deus, representando o ideal do povo hebreu, especialmente no Novo Testamento, e não mais entidades políticas diversas. De qualquer modo é possível que o sistema de tribos tenha permanecido, mesmo que apenas ao nível familiar devido à tradição de traçar genealogias, remetendo indivíduos aos filhos de Jacó. O reino teve início com Roboão, que era filho de Salomão e durou o periodo de 209 anos.Ele foi dividido por volta de 931 A.C e permaneceu assim ate o ano de 722 A.C. Neste reino dividido temos:o REINO NORTE também chamado de ISRAEL que foi formado pelas 10 tribos: Rúben, Issacar, Zebulom,Dã,nafitali, Gade, Aser, Efraim, Manasses, Simeão. Essas são as 10 tribos do reino Norte. Um dos elementos que mais intrigam os estudiosos é o destino das Tribos de Israel, sobretudo as 10 tribos do norte, cuja referência cessa completamente após as invasões da Assíria As conquistas assírias no século VIII a.C. abriram caminho para a conquista do reino do norte de Israel. A queda de Samaria significou o fim do estado Israelita. Seu povo, ou aqueles que sobreviveram, foram deportados para a Assíria e redistribuídos por todo seu território. Neste momento, as 10 tribos do norte desapareceram por completo do relato bíblico. O mais provável é que qualquer traço de união tribal tenha desfalecido com a fragmentação das comunidades israelitas, e que os hebreus que sobreviveram ao processo tenham se unido a estrangeiros e abandonado suas tradições. Apesar da queda de Jerusalém, menos de 2 séculos depois, os descendentes de Judá, ao serem levados ao exílio no reino da Babilônia, mantiveram fortes laços culturais entre si. É possível que tivessem mantido esta união graças às profecias do C o p y r i g h t 2 0 1 2 © E xc e l s a L o j a d e P e r f e i ç ã o E s t r e l a d o A B C Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução.
profeta Jeremias, que previu que o exílio duraria 70 anos, e que o povo seria libertado e mandado de volta a Jerusalém ao final deste período; a fé conjunta na realização da profecia teria mantido a tradição da tribo de Judá intacta, se não fortalecida. É no período de exílio que surge pela primeira vez de maneira consistente o termo judeu, se referindo a todos os membros da tribo de Judá. Passado o tempo previsto por Jeremias, Ciro, o Grande, conquistou a Babilônia, e enviou os judeus de volta à Palestina, designando para eles a província de Yehud, de maneira geral, o mesmo território do antigo reino de Judá. Os judeus ali habitaram até o século II da Era Cristã. Sua religião passou a se chamar "judaísmo", a prática religiosa de Judá (distinta havia muito das práticas religiosas mais populares no Reino de Israel). Entre o fim do exílio babilônico e a diáspora, os judeus nutriram um forte senso de união e resistência a dominação estrangeira, tão forte que, mesmo após sua expulsão definitiva da Palestina pelos romanos, os judeus mantiveram laços entre as distantes comunidades formadas por toda Ásia, norte da África e Europa, verdadeiras redes através das quais sobreviveram suas tradições. Durante este período, o termo "judeu" significando um seguidor da religião judaica suplantou o significado tribal do termo, e muitos estrangeiros de origem não semítica se declaravam judeus. De toda forma, através dos judeus e do judaísmo, a tradição da tribo de Judá sobreviveu até os dias de hoje.
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TEMA GRAU 12
Quais as lições que aprendemos neste grau e que devemos aplicá-las na vida profana e maçônica? {Irmão Luiz Sérgio Fernandes Junior}
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este Grau assim como nos que sucederam ao Grau 4 temos percebido não apenas uma continuidade, assim como um complementação, ou seja um grau posterior sempre acaba complementando o anterior. Obviamente não poderia ser de outra forma visto que a finalidade é transmitir ao novos iniciados os conhecimentos necessários para que fundamentado nestes conhecimentos esteja cada vez mais em condições para contribuir não ó com a edificação do seu edifício, mas também com a edificação do edifício Social. Através do estudo contínuo, aliado à reflexão teremos condição, caso queiramos, de combater a Ignorância. Digo isto porque sabemos que temos mentes brilhantes que usam de sua inteligência totalmente para o lado mau, provocando guerras entre os povos, sejam elas políticas ou religiosas, apenas e tão somente pela ganância do poder político ou econômico. Infelizmente estas mentes ou os indivíduos que possuem estas mentes estão usando uma prerrogativa do Homem dada pelo Criador no momento da criação que é o Livre Arbítrio. Por ele nós decidimos nossas atitudes e ações, entretanto teremos que responder por cada uma delas. “ A Semeadura é Aleatória. A Colheita é Obrigatória.” Somente com o desenvolvimento intelectual não conseguiremos efetivamente construir nosso Edifício Moral é preciso também nosso desenvolvimento espiritual para que todas as pedras se encaixem de maneira a construir um Edifício com bases sólidas.
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Desta forma com mais conhecimento, trabalhando sempre com Justiça e com a Razão seremos Sábios e assim mais útil para toda a sociedade, na medida em que dividirmos todo nosso conhecimento toda nossa Sabedoria. Nossos manuais dizem que a mais importante das operações da matemática é a divisão, exatamente porque somente seremos sábios se soubermos dividir com nosso próximo nossa Sabedoria, nossos conhecimentos de outra forma não estaremos contribuindo para a construção do Edifício Social perfeito. Guardar os conhecimentos obtidos seja pela reflexão, observação ou ainda pela transmissão alem de ser egoísta, mostra um ser individualista sem nenhuma virtude. Nosso ritual cita alguns instrumentos que estão no estojo de matemática, entre eles destaco; Compasso: que pode ser comparado com as qualidades espirituais que todo homem deve desenvolver através dos estudos dos mistérios da vida, DE ONDE VIM ? QUEM SOU ? PARA ONDE VOU? São perguntas que assolam a humanidade desde os primórdios. Esquadro: representa a matéria, devemos manter o equilíbrio entre o Esquadro e o compasso, por isso os dois estão sempre juntos, devemos buscar os mistérios da vida, sem perder a retidão de caráter a equidade. Transferidor: nos mostra que devemos sempre analisar toda e qualquer situação, usando sempre a Razão. Trabalhar o desenvolvimento espiritual e material usando o bom senso com Retidão, Razão e acima de tudo com Equidade é de fundamental importância para que possamos chegar ao Homem Perfeito, aquele que consegue libertar ou manifestar o seu EU INTERIOR e porque não o SEU DEUS INTERIOR. Ao atingir este estagio conseguiremos dividir com nossos irmãos o AMOR, a JUSTIÇA, a VERDADE que considero um dos tripés da Humanidade. Isto nos permitira evoluir material e espiritualmente, combatendo a Ignorância, a Vaidade, a Tirania não somente dentro dos Templos mas sobretudo fora deles. Diz a lenda que DEUS, ao escolher seus filhos que dava a eles nomes de acordo com os astros, entretanto como os Homens conheciam mais os números do que os astros, passou a chamar seus filhos pelo numero. Chamou então seu filho numero 7( numero do Mestre), e disse: Meu filho, a ti darei o numero 7, você terá uma grande missão que é de transmitir aos seus irmãos os conhecimentos espirituais que darei a ti para que eles possam descobrir os mistérios.. Muitas vezes serás incompreendido, mas persevera e
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conseguiras alcançar seu intento. Quando achares que não conseguiras, liga-te em mim e te darei forças para continuar em seu caminho
Bibliografia: A Lenda de Hiram nos Graus Inefáveis do R.´.E.´.A.´.A.´. Denizart Silveira de Oliveira Filho. Grão Mestre Arquiteto Sublime – Grau 12º Rizzardo da Camino Grau do Mestre Eleito dos Nove. Jorge Adoum Manual do Mestre Maçom - GLESP
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TEMA GRAU 13
A liberdade religiosa para o aperfeiçoamento dos povos {Irmão Humberto Caciolli}
P
ara poder pensar em liberdade religiosa, ainda mais para o aperfeiçoamento dos povos, acredito ser necessário me situar com relação ao que venha ser religião, pois escuto falar em religião desde que nasci como a maioria das pessoas, mas pensando bem, em muitos momentos me senti muito desconfortável sobre o assunto, até mesmo pensando se é necessário termos religião, para que serve religião? Depois de muito pensar e até acreditando ser desnecessária uma religião, pois sempre vi a religião nas pessoas que as divulgam, e, nem sempre essas pessoas que se envolvem com a religião apresentam um comportamento idôneo, moral e digno da religião que pregam, acabando sempre por afastar as pessoas e criando muitos descrentes e céticos com relação a esse assunto. Encontramos nos dicionários da nossa língua Portuguesa várias definições de religião, mas resumindo temos:
RELIGIÃO: Sentimento consciente de dependência ou submissão que liga a criatura humana ao Criador. Sendo a religião uma das formas de ligação da criatura humana com o Criador, é necessário ter um meio de entender como isso é possível, e desta forma procurei ver o assunto como segue. A formação religiosa vem agregar o conhecimento necessário ao progresso do homem como um ser material, buscando a evolução espiritual, e desta forma entendi a importância que a religião tem na medida em que estava entendendo o que a religião representava para mim. C o p y r i g h t 2 0 1 2 © E xc e l s a L o j a d e P e r f e i ç ã o E s t r e l a d o A B C Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução.
E o que a religião representa para mim? Pensando bem sobre o assunto e observando a fragilidade do homem, onde um simples resfriado o coloca em condições de doente; que frente às forças da natureza, apesar de toda a sua evolução intelectual e tecnológica ainda é totalmente impotente; que qualquer atribulação o leva ao desespero; quando não tem o que quer revolta-se contra tudo e contra todos, até contra Deus. Quando o homem chega aos limites de suas capacidades físicas e mentais para a solução de seus problemas, vemos o quanto é dependente e submisso às forças da natureza, e tendo consciência desse sentimento se torna religioso e se liga ao Criador. Esse raciocínio nos leva a entender melhor a religião, por que ter religião, ou seja, porque nos religamos ao Grande Arquiteto do Universo, pois se nos religamos quer dizer que já estávamos ligados, ou seja, nunca estivemos sem Deus, pois Ele habita em nós, o que acontece em certas ocasiões é que o orgulho e vaidade nos levam a esquecer nossas origens, e nos desligamos de Deus, aí começam os problemas aparentemente sem solução. Essa forma que utilizamos para nos religar com Deus, ou seja, o sentimento consciente de dependência ou submissão, esse método, esse caminho é a religião, que nos religa ao Criador. Consciente do que é religião e o que representa a necessidade da formação religiosa para nosso progresso espiritual, o que vem completar todas as outras necessidades que temos de progredir como espíritos em evolução, podemos pensar em nos direcionar a uma religião, mas não para nos tornarmos religiosos de fachada, teóricos, mas religiosos com conhecimento de causa, com o principal instrumento que nos aproxima de Deus, que é a fé, a crença, o entendimento e o esforço em praticar com seriedade as Leis da Natureza. Com essa visão sobre o significado e para que serve, vejo a religião intimamente ligada à cultura e formação de um povo, ou seja, suas necessidades de sobrevivência face às condições de clima, diversidade topográfica, os costumes advindos de tudo que os cercam criam e formam o comportamento adequado para que as pessoas possam se religar ao Criador, formando um método, um caminho que se chama religião. Portanto cada povo criou segundo suas necessidades, com muita luta e sacrifício a sua religião, ou seja, os instrumentos necessários para que se religuem a Deus, sentindo-se seguras e com coragem para enfrentar suas dificuldades durante o aprendizado da vida na Terra. Em toda a história da humanidade que se tem noticias, pressupõem-se a ligação ou religação com Deus, a religião como sendo o instrumento de que se faz uso para a prática do respeito à individualidade e integridade física de cada um, a prática do respeito mutuo da moral e da razão, tendo a caridade e a fraternidade como ferramentas principais da religião, que assim entendida se torna um elemento de paz e união entre os povos. C o p y r i g h t 2 0 1 2 © E xc e l s a L o j a d e P e r f e i ç ã o E s t r e l a d o A B C Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução.
Vista e entendida desta forma, a religião é uma conquista de um povo, e a liberdade de sua prática se torna imperiosa, constituindo-se em caso de justiça fazer prevalecer os seus costumes. A religião de um povo se torna um marco em sua existência, devendo ser respeitada onde estiver esse povo, ao mesmo tempo respeitando-se as outras religiões, fazendo com que suas praticas não venham a se conflitar com interesses outros que não sejam o do bem-estar comum e ao respeito à liberdade de cada um, subjugando as paixões e intransigências, o fanatismo, as superstições, o orgulho e a vaidade que escravizam os povos. Sendo a religião disseminada e praticada com esses princípios, a mesma sempre estará prestando relevantes serviços para o aperfeiçoamento moral e intelectual de um povo, devendo prevalecer a tolerância e a aceitação ao ambiente onde se encontram os seus símbolos e costumes religiosos, sem falar em seus templos que encerram objetos e praticas considerados por seus praticantes como sagrados a Deus. Exigências de qualquer natureza que venham a descaracterizar um local ou ambiente público que, por conquista de seu povo contenham símbolos de sua religião, em nada contribuem para o engrandecimento e aperfeiçoamento dos povos, e sim incentiva a dissidência, a discórdia, que acalentam o orgulho e vaidade que levam e já levaram muitos povos à guerra e a desgraça, fazendo ruir governos e grandes impérios. Observo que a maioria das religiões, com todo o respeito por que se fazem reconhecer, suas práticas levam seus adeptos a se religarem verdadeiramente ao Criador – Deus, embora que por caminhos diferentes, mas todas convergindo para o mesmo ideal que é o de promover a paz e a concórdia entre os povos. Com essa visão sobre a religião e suas práticas entendo que a liberdade deve estar implícita em seus conceitos fundamentais, o que garante a sua sobrevivência e contribui para o aperfeiçoamento dos povos, que necessitam viverem em união para o engrandecimento da Criação. BIBLIOGRAFIA: • • • • • • •
Artigos, comentários, criticas de Luiz Carlos D. Formiga Biomédico – UERJ – Especialização em Microbiologia e Imonologia Pedagogo e Escritor Livros publicados dentre ourtros: Dores, valores, Tabus e Preconceitos As drogas e suas conseqüências Alcoolismo e Drogas
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