Toques de Exu catiço

November 19, 2018 | Author: Vic Palha | Category: Devil, Love, Religion And Belief, Nature
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Toques de Exu (catiço)

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ABERTURA

Deu meia noite Quando a lua se escondeu Lá na encruzilhada dando a sua s ua gargalhada [nome do exu] apareceu E laroiê 3x E mo jubá 3x Ele é odara, quem tem fé Em [nome do exu] é só pedir que ele dá Lá na encruza, é na encruza Existe um homem valente Com sua capa e cartola E seu punhal entre os dentes É madrugada É madrugada, é madrugada E ele está do seu lado Por isso eu te peço, [nome do exu] Seja meu advogado A lua brilhou, anoiteceu E nesta hora eu vi um rei re i se aproximar [nome do exu] é malelê, é mo juba Vinha caminhando pela rua Quando uma moça bonita eu vi Com sua sandália de prata E sua saia rodada ela sorriu pra mim Eu perguntei a ela Onde fica a sua morada Ela respondeu para mim assim Moro numa estrada sem fim (2x) Dói, dói, dói, dói, dói Um amor faz sofrer, Dois amor faz chorar No tempo em que ela tinha dinheiro Os homens queriam lhe amar

Mas hoje o dinheiro acabou, a velhice chegou E ela se põe a chorar Dói, dói, dói, dói, dói Um amor faz sofrer, Dois amor faz chorar Te dei amor, te dei carinho Te dei uma rosa, tirei os espinhos Dói, dói, dói, dói, dói Um amor faz sofrer, Dois amor faz chorar Vou caminhando pela madrugada Muito longe eu avistei uma moça na calçada Linda morena cigana Me diga quem você é Eu sou rainha das rosas Cigana do candomblé Eu vou abrir seus caminhos Acredite se quiser Eu vou mudar sua vida Eu sou cigana de fé

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DESPACHAR APADÉ

Sai-te daqui orobaiá Porque aqui não é o seu lugar Eu não quero ver-te aqui Na mesa dos Orixás, ê Arranca o toco, tira o toco do d o caminho Se você não tira o toco Arranca Toco tira sozinho Xô, xô, xô araúna Não deixa ninguém te pegar, araúna Araúna segura o toco, é o toco da maraúna ma raúna Xô, xô, xô araúna Não deixa ninguém te pegar, araúna

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GIRA

EXU O sino da igrejinha faz belém blem blom b lom Deu meia noite o galo já cantou c antou Seu Arranca Toco que é dono da gira gi ra Oi, corre gira que Ogun mandou Ei quáquáquá, oi que linda risada que exu vai dar Oi que linda que exu vai dar Oi que linda risada de quáquáquá quáquáquá E pue re, e pue rá Olha mosca varejeira Salve Exu Caveira [nome do exu] não tem pena, [nome de exu] não tem dó De ver seu galo preto apanhar de um carijó ca rijó Malelê, malelê Malelê, maleleuá [nome do exu] e malalê Malelê, maleleuá Meu galo preto do pé amarelo Oi, canta meu galo, só faz o que quero Meu galo preto do peito de ouro Oi, canta meu galo, me traz um tesouro Eu vi o diabo sentado num bode Não mexa com o diabo, com o diabo ninguém pode No céu reina as estrelas No mar reina o dragão Na Terra reina o homem E no inferno reina o cão Vai, violino vai Violino vai Vai tocar pro Satanás Exu foi no inferno de sapato s apato de algodão

O inferno pegou fogo, exu ficou de pé no chão Marabô iê, Marabô ia Oi, cadê Marabô, cadê Marabô Cadê Marabô, Marabô ia Seu Marabô, Seu Marabô, Seu Marabô meu exu guerreiro Vai Seu Marabô lá pro cemitério Vai abrir a catacumba e pegar seu coração Seu Marabô, Seu Marabô, Seu Marabô meu exu guerreiro Depois que pegar seu coração Venha pra cá pra esse terreiro Venha botar fogo no chão Na porta de cemitério eu vi um moleque lá Pulando de cova em cova, procurando um coração Que menino é aquele É Seu Marabô Ô lua, ô luar Mas ele é dono da lua Quem cometa suas falhas Peça perdão ao Tranca Rua Deu um clarão na encruzilhada E do clarão veio uma gargalhada Não era o Sol, não era a Lua O que brilhava era o mestre Tranca Rua Lá na porteira eu deixei meu sentinela Eu deixei [nome do exu] tomando conta da cancela Portão de ferro, cadeado de madeira Na porta do cemitério quem manda é Exu Porteira Po rteira Exu fez uma casa sem porteira e sem janela Ainda não achou morador pra morar nela Exu é do querê-querê Na hora grande eu quero ver Exu é do romper da aurora Seu [nome do exu] toma conta agora

Sua capa é de veludo revestida toda em ouro O seu garfo é de prata, muito grande é seu tesouro Exu veludo o seu bode deu um berro Arrebentou cerca de arame, ô estourou portão de ferro Quem pensa que o céu é perto Nas nuvens não vão chegar Seu Gargalhada já está sorrindo Pro tombo que vão levar Em uma briga eu matei meu pai A cabeça eu comi, eu não me arrependi Em uma briga eu matei meu pai A cabeça eu comi, o meu nome é Tiriri Exu aonde vai com esse bode Eu vou lá na encruza comer carne car ne e beber sangue [exus viram] É dia, é tarde, é noite, é madrugada E a garantia que vamos passar Abre os caminhos Seu [nome do exu] Laroiê grande rei vou lhe saudar [seu Arranca Toco volta vestido] Ô boa noite, a hora é essa Seu Arranca Toco já chegou, agora é festa [exus vão se trocar] Eu vou ali, eu volto já Eu vou, eu vou, eu vou v ou Eu vou e volto já [ida dos exus] Pé pelo pé, a encruzilhada já lhe chama Pé pelo pé, a encruzilhada já chamou [ida do Arranca Toco] Vai, vai, vai seu Arranca Toco Ele vai mas torna a voltar Só quero ver quando o senhor voltar, seu Arranca Toco A resposta que o senhor vai dar

LEBARA [dona Anara volta vestida] Olha que cigana linda Com o cabelo longo e preto Com cheiro de flor coberto de esmeraldas e smeraldas Olha que cigana linda, olha que cigana linda É a Dona Anara, a minha rainha Ganhei uma barraca velha

Foi a cigana que me deu O que é meu é da cigana O que é dela não é meu Pombogira quebrou a perna Na carreira que ela deu Cemitério pegou fogo A mulher do capeta não morreu Morreu sentada na porta do cabaré Com uma taça na mão e o punhal de Lucifer Deu uma ventania, ô ganga No alto da serra Era a dona cigana, ô ganga Que vinha descendo em terra Maria Padilha por que mataste o rapaz A gente mata e vai preso Padilha mata e não vai Maria Padilha é mulher de sete maridos Três na cama, Três na rede E um no mato escondido Bem que eu te avise que não fizesse isso comigo rapaz Você jogou no valete e eu joguei na dama Amigo você se engana Ainda é pombogira cigana Era uma casa de pombo Sete pombogiras pombogiras Auê, auê, auê auê

Auê auá, pombogira Auê pombogirê, auê pombogirá Auê pombogirê, pombogirê, pombogirá Rosas vermelhas Perfume que a natureza criou Rosas vermelhas com amor Perfume que a natureza consagrou Ela é cigana, ela é mulher Ela é cigana rainha do candomblé Tava sentada na praça Quando a polícia chegou (ogan) Lhe deu uma tristeza profunda Por ela ser vagabunda E a polícia levou (coro) Moço não me confunda Com uma mulher vagabunda De manhãzinha que ela ia pra batalha A sua vizinha acenava para ela (coro) Coitadinha dela, não sabia ela Que seu amante era o marido dela Vou beber, vou farrear Pra polícia me levar O que seria dela se não fosse diabo Com suas pontas, seus chifres, seu rabo O rio ta enchendo, ta de monte em monte Pra pombogira passar não precisa de ponte Ô Dama da Noite Ô minha donzela Cadê Dama da noite? Eu quero falar com ela Olha ela aí, olha ela aí  Ô Dama da Noite, a mulher do Tiriri

Olha a saia dela, ô lelê É Mulambo só Suas sais têm sete metros Sete metros é farrapo só Xen, xen, ô lebara Olha, xen, xen, ô lebara ô Na família da Maria só não entra quem não quer Ela é a Maria Padilha, Maria Mulambo Maria mulher Já era meia noite eu recebi o seu retrato Pra fazer uma macumbinha no cuzinho do seu galo Ê mavile, ê ma vango Ê mavile, ê mavangô Ê confessuê, araiá Ê confessuá Ciganinha, ciganinha Da sandália de pau Quando ela bate o pé Ela faz o bem, ela faz o mau Comprei um baralho de ouro E dei pra cigana jogar Embaralha aê, ô mulher, embaralha aê, ô mulher Embaralha aê, da cabeça aos pés Tentaram me matar com um copo de veneno Quem quiser matar, me mata Porque beber eu bebo mesmo Sua aliança de ouro Foi seu amor quem lhe deu Estava sentado na areia Quando a aliança perdeu Não quero amor de solteiro Pois que solteiro ele é Só quero amor de casado Pra fazer raiva às mulher

Três sinos de ouro, Ô chuva fina não me molha Você diz que não me quer As outras quer e você chora [ida das lebaras] Pombogira vai embora, Não se perca no caminho Vai pulando a cerca Mas não mexa com o vizinho [ida da Dona Anara] Vai, vai, vai linda Cigana Vai pro seu cabaré, linda Cigana

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