Texto Expositivos Argumentativos Maias

April 25, 2019 | Author: Ines Varandas | Category: Tragedy, Philosophical Science, Ciência
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1. Reflicta sobre os dois modelos educacionais presentes no romance (em que se baseiam, que conceito de vida supõem, que tipo de indivíduo ajudam a criar, intenção do autor ao apresentá-los; personagens que os representam...). No romance “Os Maias” de Eça de Queirós existe um confronto entre a educação à

portuguesa e à inglesa. A educação à portuguesa é tradicionalista e conservadora, sendo que acredita na memorização, no saber da cartilha, na religião punitiva do pecado e no estudo do latim, e desacredita o contacto com a natureza e com as realidades práticas da vida, o juízo c ritico e a criatividade. Esta educação é representada por Pedro P edro da Maia e Eusebiozinho, e produz indivíduos com incapacidade para encarar as suas desventuras – Pedro da Maia; e que apresentam grande fragilidade, deformação da vontade própria e uma vida imoral e de corrupção - Eusebiozinho. Por outro lado, a educação à inglesa valoriza o contacto c ontacto com a Natureza, o desenvolvimento pela experiencia, o amor à virtude e à honra, a ginástica, o gosto pela línguas vivas, e o fortalecimento do corpo e mente e desvaloriza a aprendizagem da cartilha e das línguas mortas. Carlos da Maia é a personagem representativa desta educação e, graças a ela, este ganha valores de trabalho e conhecimento experimental que o conduzem para Medicina. Contudo, Carlos falha nos seus objectivos devido à sociedade que o rodeia. Em suma, as educações representadas nesta obra demonstram a influência que possuem na formação de um individuo.

210 Palavras

2. Comprove a afirmação de Jacinto de Prado Coelho de que Carlos da Maia «fracassou», não por causa educação recebida, mas «apesar da educação». No romance “Os Maias” de Eça de Queirós, Carlos da Maia fracassou não por

causa da educação recebida, mas apesar desta, como afirma Jacinto Coelho. Durante a infância de Carlos da Maia, este teve uma educação britânica que tinha por base a disciplina e o exercício físico, criando um individuo corajoso, frontal, activo com um grande desejo de ser útil e generoso que pretendia mudar a mentalidade lisboeta. Contudo, quando inserido numa sociedade apodrecida, este desiste dos seus planos e objectivos revelando a sua faceta diletante. Para além disto, Carlos sempre viveu na riqueza dos Maias e acabou por se perder na indiferença e inércia da aristocracia e é absorvido por uma vida social e amorosa que levará ao fracasso das suas capacidades e à perda das

suas motivações. A sua faceta diletante também pode ser observada por realizar incesto voluntariamente e revelar cobardia ao não conseguir enfrentar Maria Eduarda com a verdade. Em suma, consegue-se perceber que apesar da educação recebida, Carlos da Maia fracassou na sua vida em geral. 171 Palavras

3. Comprove a afirmação de Machado da Rosa: «Os Maias são (…) um fresco caricatural da sociedade portuguesa do século XIX, em forma de crónica de costumes, com fortes características de romance folhetinesco.» “Os Maias” de Eça de Queirós são para Machado da Rosa “um fresco caricatural da sociedade portuguesa do século XIX”.

É nesta obra feita uma descrição da sociedade portuguesa daquela época através da utilização de crónicas de costumes e de personagens-tipo. As personagens-tipo são importantes para retractar a crónica de costumes, sendo estas representativas de um grupo, uma classe social ou uma profissão, sendo elas como por exemplo Cruges e Dâmaso Salcede. Portanto, elas são uma síntese dos defeitos e virtudes desses grupos, fazendo a caracterização dos mesmos e do contexto social em que se encontram. Por outro lado, as crónicas de costumes (episódios que definem a sociedade daquele tempo) são importantes para caricaturar a vida da alta sociedade lisboeta. Podem-se destacar alguns, como: o Jantar do Hotel Central, a Corrida de Cavalos, o Jantar dos Gouvarinhos, o Sarau do Teatro da Trindade, etc. Concluindo, é feita uma caricatura à sociedade portuguesa do seculo XIX no romance “Os Maias”, através de crónicas de costumes e personagens tipo, confirmando a afirmação de Machado da Rosa. 174 Palavras

4. Mostre como a dificuldade de concretização de certos projectos culturais, o falhanço de manifestações artísticas mais requintadas e o aplauso ao medíocre e obsoleto se constituem, no romance, como uma crítica à mentalidade da aristocracia portuguesa dos finais do século XIX. No romance “Os Maias” de Eça de Queirós é feita uma crítica à mentalidade da

aristocracia portuguesa do século XIX. Esta crítica é feita através da demonstração da dificuldade de concretização de certos projectos culturais, do falhanço de manifestações artísticas e pelo aplauso ao medíocre e obsoleto por variadas situações e personagens do romance. A dificuldade na realização de projectos pode ser observada pelas personagens como Carlos da Maia e João da Ega que se encarregam de realizar grandes planos, e no então acabam por não concretizar nada, deixando projectos inacabados (como o laboratório e consultório de Carlos e as variadas peças e livros de Ega), representando o diletantismo e a inercia da sociedade desta época. O falhanço de demonstrações artísticas mais requintadas e o gosto pelo banal podem se mostrar por episódios do romance, como o Sarau da Trindade. Neste episódio, evidencia-se o gosto dos portugueses, dominados por valores fracos, falta de crítica e cultura, já que aplaudem a retorica vazia de Rufino, cheia de artificialidade e ultra-romantismo e não conseguirem apreciar actuações de verdadeira cultura e arte como a actuação de Beethoven por Cruges. Em suma, Eça de Queirós realiza uma crítica à sociedade portuguesa nesta obra. 199 Palavras

5. Comente a afirmação de Carlos Reis: «... a dimensão trágica d’ Os Maias insiste fundamentalmente em valores antipositivistas: a incapacidade de o homem controlar a sua existência, o caráter imprevisível dos fenómenos, a derrocada de uma situação de felicidade que aparentemente nada poderia pôr em causa. O que significa que, no  protagonista da intriga d’ Os Maias, reencontramos uma atitude fundamental da personagem trágica: “a hybris”...» A obra “Os Maias” de Eça de Queirós apresenta uma dimensão trágica bastante

evidente, segundo Carlos Reis. Esta dimensão trágica é apresentada na obra por vários aspectos contidos nela, sendo estes: a incapacidade de o homem controlar a sua existência, o carácter imprevisível dos acontecimentos, o desabamento de uma felicidade inquestionável, a “hybris” fortemente

marcada, etc. A inaptidão de o homem controlar a sua existência é causada pelo destino (força implacável que domina e pune o Homem) que comanda as vidas destas personagens sem que as próprias se apercebam, sendo levadas para uma fatalidade. Este pode ser demonstrado pelo facto de Carlos da Maia e Maria Eduarda serem atraídos um pelo outro de forma quase animalesca. Outro factor que pertence à tragédia é a “hybris”, ou seja o desafio feito por personagens da tragédia. Neste caso, terá sido Maria Monforte a desafiar as leis da moral e sociedade, quando abandonou o seu casamento e separou os dois irmãos à nascença. Este desafio terá levado a que mais tarde estes se tenham juntado e consumido uma relação incestuosa sem o saberem pois não possuíam conhecimento do seu parentesco. Em suma, “Os Maias” são uma tragédia, confirmando a afirmação de Carlos Reis. 200 Palavras

6. «Os Maias encerram um pensamento, destinam-se a fazer pensar.», Jacinto do Prado Coelho. Relembrando o percurso existencial de Carlos da Maia e de João da Ega, demonstre que estas personagens representam simbolicamente o falhanço da geração à qual Eça de Queirós pertencia. Na obra de Eça de Queirós, “Os Maias, representa-se simbolicamente o falhanço da

geração à qual este pertenceu. Neste romance, as personagens Carlos da Maia e de João da Ega são os representantes do diletantismo da sociedade portuguesa daquela época, ou seja, possuíam mentes cheias de possibilidades e ideias que muitas vezes iniciavam e no entanto nunca eram capazes de finalizar, já que não tinham empenho suficiente. Um exemplo dos projectos inacabados são a peça de Ega e o laboratório de Carlos que acabou por nunca ser utilizado. Assim como as personagens da obra, a geração de Eça acabou por não executar os seus planos que revolucionariam o país, como tinham previsto nas suas conhecidas reuniões de troca de ideias e cultura. Por outro lado, tanto neste romance como na geração de Eça, era comum se falar de todos os problemas existentes no pais por alunos acabados de sair da universidade de Coimbra e contudo nenhum destes se comprometiam a fazer algo para mudar a situação no pais. Concluindo, este romance demonstra a razão pela qual a geração de Eça se chamou “os vencidos da vida”.

186 Palavras

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