Teosofia prática

March 27, 2019 | Author: José Lincoln Simeão Lopes | Category: Prayer, Angel, Love, God, Religious Belief And Doctrine
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Teosofia...

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CURTA ABERTURA E INSTRUÇÕES sobre os

TRÊS PRINCÍPIOS E TRÊS MUNDOS DENTRO DO SER HUMANO Representados em figuras distintas Como e onde eles têm os seus Centros respectivos dentro do homem interior; segundo aquilo que o autor encontrou em si próprio na contemplação divina, e que ele sentiu, degustou e apercebeu. Mais uma descrição dos três géneros de seres humanos, segundo o princípio ou o Espírito dominante; onde cada um pode ver como num espelho sob que regime vive; Com uma instrução sobre o

COMBATE DE MIGUEL E DO DRAGÃO sobre o que é a verdadeira oração em espírito e em verdade Desenhado e escrito por Johan George GRABER, de Ringenhausen Johan Georg GICHTEL, de Regensbourg NO ANO DE CRISTO 1696

Prefácio da edição de 1736 1. O bem amado leitor vai receber aqui, sem presunção, aquilo que esperou durante tanto tempo. São as figuras do homem interior que o autor teve escondidas consigo durante quinze anos, até ao fim da vida, e que nós guardámos ainda durante dez anos. 2. Elas teriam ainda ficado muito tempo secretas, se o Amor não se tivesse inquietado, e para agradar aos amadores, não nos tivesse por fim dado permissão, e incitado a confiá-las à impressão. 3. Nós rejubilamos com a grande bondade de Deus, porque os nossos corações prezam o bem, e endereçam louvores a Deus. 4. Recebe, portanto, este presente que te faz o Amor, com um coração fiel, como se viesse do próprio Deus, e serve-te dele para a salvação e a utilidade da tua alma. 5. O leitor nos ficará grato por termos feito acompanhar as Figuras com algumas palavras de explicação; fizemo-lo porque o Espírito de Deus se revelou, e nos ditou as palavras necessárias. 6. Ao mesmo tempo, elas completam em certa medida aquilo que o Autor não explicou ao longo do texto; porque não se pode descrever de uma só vez todo o Reino de Deus; só se pode dizer dele aquilo que o Espírito nos deixa saber. 7. Pelo mesmo influxo da graça, nós seguimos o processo de Jesus, em espírito, e pela virtude daquele que é o princípio e o fim da nossa fé. 8. Graças a Deus, nós vimos o dia pelo qual o Autor, no seu tempo, tinha suspirado. 9. Nós também tivemos Jesus conosco, e Ele fez-nos beneficiar dos trabalhos da juventude do nosso combatente para a utilidade comum de todos os colaboradores. Deus seja louvado. Amém.

Introdução Ao leitor amigo de Deus e da sabedoria 1. Apesar de eu ter hesitado muito em partilhar esta pequena flor paradisíaca, conquistada num longo e fatigante combate contra este mundo grosseiro e sujo, que espezinha a pérola do conhecimento de Deus e de Si, e que persegue os fervorosos, os meus caros colaboradores obrigaram-me, com as suas exortações repetidas, a entregar à luz do dia esta representação do mistério divino no seu fundo mais interior, afim que eles tenham um espelho diante dos olhos para se contemplarem nele. 2. Afim que ele lhes sirva de comemoração e de aviso, porque Adão, tendo cometido a falta, acordou e tornou operante a Treva fria e irascível dentro das suas formas de vida, e provocou em todos os rebentos um combate violento do mal contra o bem, da Treva, da Cólera e do Não contra a Luz, o Amor e o Sim. 3. Assim, portanto, que cada um fique de guarda, que reze e vigie com aplicação e severidade, que tenha uma supervisão vigilante sobre todos os maus influxos venenosos das constelações infernais e terrestres; que fique rigorosamente de guarda à convulsão, ao desejo, e à Imaginação do seu carácter, por forma a que o Bem não seja abatido, e que a sua queda, e a sua separação, não se agravem ainda mais. 4. É isso que acontece muito facilmente e muito depressa quando a alma ganha confiança e se relaxa um pouco, quando ela se volta inconsideradamente para o terrestre do Espírito deste mundo, ou quando ela deixa penetrar em si um pensamento mau contra o seu irmão, e quando ela se exalta com orgulho acima dos Tronos. 5. Porque os três Princípios atraem a alma: cada um procura governá-la, e regressa tanto mais quanto mais a obteve, ou até que tenha sido vencido pelo mais forte, quer dizer até que a Luz, poder único, as tenha amarrado e submetido, assim como eu experimentei durante os longos anos do meu difícil combate. 6. Não é suficiente começar este empreendimento com boas intenções: não se deve, depois de ter trabalhado nele duramente durante oito, nove, dez anos ou mais, fraquejar impensadamente, azedar outros corações fracos, e precipitá-los consigo no infortúnio eterno. 7. Pelo contrário, é preciso sacrificar ao Senhor toda a sua vida, abandonar-se a Ele de corpo, de alma e de espírito, de fortuna e de saúde, e compreender que foi apenas a graça de Deus que nos chamou à regeneração; é preciso prometer a Deus, e ao seu Cristo, uma fidelidade e uma constância eternas, e empenhar- se toda a vida por ser uma testemunha da verdade. 8. Para que serve amarmos a nossa vida terrestre? No entanto, ela é perecível, e, segundo a parábola de Cristo, nós a perderemos. Vale muito mais não metermos a mão na charrua e esperar pacientemente, na simplicidade, pelo apelo de Deus, ou que, se formos trabalhados pelo Espírito de Deus, avaliemos humildemente as nossas forças interiores, para não opormos dez mil soldados a vinte mil; é

melhor irmos lentamente, do que voar ao encontro do inimigo, menosprezá-lo e sermos no fim derrubados por ele. 9. Eu escrevo para avisar aqueles que caminham alegremente atrás do Senhor, mas que ainda não combateram. Porque geralmente, o começo é suave, satisfatório e muito agradável; mas quando se torna sério, quando a alma procura tirar a sua vontade da constelação exterior para se voltar para Deus, no seu Centro, abandonar todo o visível e passar através da oitava forma do Fogo, isso exige um trabalho duro, suores de sangue; porque a alma tem então que lutar com Deus e com as pessoas. 10. Portanto, a partir do momento em que tu queres regressar à tua vida, e amá-la de novo, o Diabo vem com sete espírito ainda mais maus, rodeia a tua pobre alma com todas as formas, e faz-te passar o resto da tua vida na maior miséria, na pobreza, na fome e nas preocupações glutonas e terrestres de um escravo para seres por fim lançado no fogo de Deus com tremor, angústia e dor. Eu, infelizmente! conheci exemplos verídicos de tais desgraças. 11. Tu és, neste momento, o teu próprio artesão. Recolhe-te na humildade e faz de ti próprio um anjo, e tu serás um anjo. Mas, forma em ti um demónio turbulento e orgulhoso, e tu serás um demónio, e Deus não poderá perdoar-te. 12. O Fogo da oitava Forma é o ponto de separação; eu extraí essa figura do livro Da Tripla vida de Boehme, e desenhei-a para a tornar mais clara; porque o ser humano tornou-se tão terrestre e tão exterior, que ele Especula sempre sobre si próprio, e ele procura muito longe, para lá do Firmamento estelar na suprema Eternidade, aquilo que está tão perto de si, no Centro interior da sua alma. 13. As Figuras seguintes mostram também como os três mundos se distribuem dentro do ser humano, ou em que relação estão entre si, como o Deus muito bom me revelou, introduzindo o meu espírito dentro de todos os Centros. Porque eu só mostro os Centros, se alguém quiser fazer grandes círculos ou esferas, e movê-las umas dentro das outras, pode fazê-lo; tal como eu as vi em espírito, assim as desenhei. 14. E apesar de nem todos chegarem a esta contemplação, porque ela tem lugar pela graça divina e a fidelidade constante, a vitória e a supremacia, todo o combatente sincero as encontrará com a sua sensibilidade, se agir interiormente com Deus. 15. Eu descrevi, no quinto capítulo, o combate de Miguel e do Dragão, o que é, como se desenrola na criação pela separação da vontade movida em muitas vontades contrárias; igualmente, eu acrescentei e expliquei a que provas se deve submeter o filho da Virgem até que seja estabelecido no matrimónio espiritual. 16. E por fim, no sexto capítulo, falei da oração e do seu Mistério, nomeadamente, o que é rezar em espírito e em verdade, tal como eu aprendi com a minha própria experiência; porque a oração é o gládio sempre cortante do soldado. 17. Que o caro leitor o tome com Amor; que o utilize, e agradeça a Deus, de Quem eu o recebi, e ao amor adorável de Quem eu me recomendo com o leitor, pela oração cristã.

1. Do grande mistério Capítulo primeiro Do grande mistério da revelação divina segundo o tempo e a eternidade na forma humana Figura 0

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Figura 0 - A Roda da Génese da imagem de Deus dentro do Homem

Legenda da Figura 0: 1 

Escrito no cimo da figura:

 

«A Roda da Génese da imagem de Deus dentro do Homem pelos três Princípios do Ser Divino» Constelação Exterior (círculo mais exterior) Via em espiral em direção ao interior:



Número 1: Esfera de Saturno (em cima), Número 2: Esfera da Lua (em baixo), Número 3: Esfera de Júpiter (em cima), Número 4: Esfera de Mercúrio (em baixo), Número 5: Esfera de Marte (em cima), Número 6: Esfera de Vénus (em baixo), Número 7: Esfera do Sol (em cima), Número 8: Mundo do «FOGO» (em cima), 2 Número 9: «Tintura Celeste» (em cima), 3 Número 10: «Majestade» (em cima, dentro dos raios da Luz), «TRINDADE» (em cima, dentro dos raios da Luz). 4 No centro da figura: «Iod – He – Vau – He» dentro de um triângulo encimado por uma Cruz Notas 1. Esta figura não pertence ao Autor. Esta figura, com ligeiras alterações, pertence ao livro Da Tripla Vida de Jacob Boehme. Par. 12, p. 8. [ ↑ ] 2. Entre o Fogo e a Tintura estão os Anjos e a alma de Adão. Par. 14, p. 16-7. [ ↑ ] 3. Na Tintura, no Número 9, estava a alma de Adão antes da queda. O ser humano regenerado retorna até aqui. Aqui Sofia junta-se ao ser humano regenerado. [ ↑ ] 4. O ser humano nunca deve avançar para o Número 10. O ser humano regenerado contempla o Número 10, a partir do Número 9. [ ↑ ]

1. Prólogo 2. Da recuperação do nosso olho de luz 3. Da minha experiência 4. Da tripla constelação do ser humano 5. Da primeira constelação 6. Das sete formas da Natureza exterior 7. Da oitava forma 8. Da nona forma 9. Do número dez 10. Do voltar da alma para o interior 11. Da leitura em nós próprios

12. Da alma esfomeada por Deus 13. Do começo do seu caminho 14. Da Transmutação da Cólera em Misericórdia 15. Do cavar na alma 16. Da alma não exercitada 17. Do Spiritus Mundi 18. Do Princípio médio 19. Da alma ígnea Do grande mistério - Prólogo

1. Leitor que procuras Deus, é te comunicado aqui completamente a roda da génese segundo os três Princípios, afim que tu possas ver efectivamente como as formas se engendram segundo a sua ordem no temperamento. 2. Imagina isto de uma forma viva dentro da tua alma; assim compreenderás com muito mais facilidade as figuras seguintes do nosso Autor, porque a compreensão é interior. 3. É por isso que ele só quer mostrar, como introdução, o que a primeira imagem criada de Deus foi antes da queda, coisa que o autor reconheceu de forma prática dentro do oculto do espírito, e que ele te desenvolveu nas figuras do ser humano perfeito. 4. E, se tu seguires o autor com aplicação, a regeneração será realizada para ti, e tu a completarás.

Da recuperação do nosso olho de luz 1. Se nós queremos contemplar e observar o ser humano na sua geração interior profunda, temos que, com a nossa alma, sair da vida Elementar e da sideralidade terrestre, e voltarmo-nos para a vida divina interior de Jesus Cristo; É preciso chamar pela graça desse caro médico, afim de que Ele se digne abrir os nossos olhos fechados até então pelo diabo, desde o Paraíso; Afim de que nós recuperemos o nosso olho de luz para reconhecermos e contemplarmos Deus em nós; Sem o que tudo permanecerá um Mistério selado e inconcebível ao nosso olho sidérico racional. 2. Porque aquilo que nós vemos do ser humano é, com excepção da palavra e do regime natural do entendimento sensível, comum a todos os animais;

E quando o ser humano atinge o seu tempo, regressa, como todos os animais, à terra mãe; E muitos desejariam que não houvesse ressurreição afim de que as suas obras não viessem à luz do dia.

Da minha experiência 3. Porque agradou ao Deus bom levar-me, a mim indigno verme, ao conhecimento de mim próprio, eu não enterrei esse conhecimento na minha propriedade; Pelo contrário, quero comunicá-lo àquele que o utilizará, se encontrar em si inclinação para isso, E portanto eu representei estas Figuras afim de que quem imaginar ver Deus na constelação exterior, possa concebê-Lo em espírito. 4. Eu trabalhei muito nesse sentido na minha juventude; Tendo lido na Escritura santa que Moisés, Josué, David e outros santos homens falavam com Deus e viam o céu; Mas eu não conseguia realizar a minha Intenção. 5. Até que Deus misericordioso me apareceu interiormente, face a face, que Ele abriu o seu céu em mim, que Ele falou com a minha alma, boca a boca, segundo o Ens 1 e o Mens 2 ; Isso rejubilou-me extremamente, e inflamou-me de amor pelo meu adorável Jesus, ao qual eu me liguei de corpo, de alma e de espírito, não querendo mais sair d'Ele, nem fraquejar no sofrimento ou na aflição, e tendo a firme confiança de que Ele nunca mais me deixaria separar d'Ele. 6. Foi o que Ele fielmente realizou: A Ele sejam portanto a honra, o poder, a força, o reino e o esplendor na Eternidade. Amém! Notas 1. O "Ens" é a Entidade ou Ser. "Ens" enquanto substantivo é o predicado mais geral e mais simples; enquanto particípio, é um predicado essencial apenas em relação a Deus em Quem a existência e a essência são uma só, ou cuja essência implica a existência. [ ↑ ]

2. O "Mens" é o princípio que corresponde, ainda que imperfeitamente, à "Alma" da Teologia católica, já que nela se verifica o discernimento entre o bem e o mal, embora que, no entanto, ele represente um certo elemento de inércia dirigido pela "Ratio" e o "Intellectus". O princípio "Mens", com efeito, só pode perceber a luz pela intuição ou a contemplação, mas não pelo estudo. Também não é concebido como unido sistematicamente ao corpo, e é curioso o facto de que, quando os hierólogos concedem uma alma a Deus, dizem sempre "Mens Divina" e não "Anima Divina" nem "Animus Divinus". Os hebreus expressaram este princípio com a palavra "Neshamah". Atualmente é confundida com demasiada frequência com oentendimento por causa das derivações modernas "mental" e "Mentalidade", quando na realidade expressa apenas a parte inconsciente do mesmo. Quando dizemos, por exemplo: "Tal pessoa não é inteligente", conservamos intuitivamente a diferença com o conceito que nos fez definir genericamente o ser humano como "uma criatura inteligente", notória contradição que apenas traduz uma simples limitação idiomática. [ ↑ ]

Da tripla constelação do ser humano 7. O ser humano é, propriamente, na sua génese exterior e interior, uma tripla constelação, como se pode ver nesta figura; Ele vive num movimento incessante, e numa convulsão esfomeada, em direcção ao seu Centro; Ele turbilhona sempre em volta do seu Centro, para o atingir, e para aí encontrar o seu repouso; Mas, mesmo que ele atinja o seu centro, não pode repousar aí até que tenha regressado ao seu primeiro estado, do qual tudo foi criado e engendrado.

Da primeira constelação 8. A primeira constelação é a mais exterior, é o regime do ser humano natural, que o leva para as diferentes artes, trabalhos, estudos ou actividades,

que faz os indivíduos bons ou maus, ricos ou pobres, altos e baixos, como cada um pode constatar. Adão caiu neste regime por sua falta, e entraram com ele todos os seus filhos, de tal forma que actualmente, sem um combate obstinado, e sem a regeneração, efectivamente nós não conseguimos sair dele.

Das sete formas da Natureza exterior 9. Esta vida, com as sete formas da Natureza exterior, insinua-se até ao coração, até ao sol, cuja raiz está no Fogo, de onde tira o seu esplendor e o seu brilho. Nessas sete formas, o Diabo, a antiga Serpente, escondeu-se e envenenou a alma, sobre isto pode consultar-se o Apocalipse 5 1. Notas 1. Apocalipse 5: 1. E vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. 2. E vi um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos? 3. E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. 4. E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele. 5. E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos. 6. E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra. 7. E veio, e tomou o livro da destra do que estava assentado no trono.

8. E, havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. 9. E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; 10. E para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra. 11. E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares, 12. Que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças. 13. E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre. 14. E os quatro animais diziam: Amém. E os vinte e quatro anciãos prostraram-se, e adoraram ao que vive para todo o sempre. Tradução de Almeida. [ ↑ ]

Da oitava forma 10. A oitava forma é o Mundo-do-Fogo, com as constelações ígneas; Ele está colocado no meio do macrocosmo e do microcosmo; Ele é o ponto de separação entre o ser humano exterior e o interior; Na regeneração, o Mundo-da-Luz fica no centro; É aí que reside Jesus que submeteu a Si o Mundo-do-Fogo na nossa humanidade. 11. A raiz desse Mundo-do-Fogo é o Mundo-Tenebroso, com a constelação tenebrosa, que tem encerrado em si o Mundo-do-Fogo, com todos os diabos e a almas danadas; É o local de separação do Bem e do Mal, é o crivo que não deixa passar nada para o céu interior de Deus. 12. Nesse Mundo-do-Fogo está o Querubim com o seu gládio de dois gumes; Ele guarda o caminho da árvore interior da vida;

É preciso que nós o combatamos, nesta vida ou na outra, e que nós experimentemos a força do seu braço; Porque no fim da nossa vida estão Moisés, com as suas leis severas, e o diabo, com o registo dos nossos pecados; O que deve prevenir os seres humanos de não deferirem a sua penitência até ao fim. 13. Porque nenhuma língua humana pode exprimir a dor que causa a lâmina dessa espada! Bem-aventurado aquele que se purifica neste tempo e que chama Jesus: a segunda morte não terá poder sobre ele. Maldição para aquele que retardou esse cuidado, porque uivará e rangerá os dentes, amaldiçoará o dia do nascimento, e desejará nunca ter vivido; Ver Jr 20, 14 e Ap 6, 16. 14. Para lá deste Mundo-de-Fogo, ou propriamente entre este Fogo e a Tintura, estão os Anjos e a alma de Adão, que formam a nona roda. É dela que a Escritura fala quando diz: «Ele faz os seu Anjos espíritos, e os seus servidores das chamas de fogo.» (Hb 1,7) 15. O Mundo-Tenebroso escondido contém as três primeiras formas até ao Fogo, e é chamado o Inferno, fora do Fogo; É o poder severo de Deus, para o qual o Diabo tendeu, e que infernizou, da mesma forma que Adão; 16. Esse mundo devia, depois que Cristo o fechou, ter ficado secreto dentro do Fogo, se o ser humano, pelos seus pecados e os seus crimes, não o tivesse reaberto neste mundo ao diabolizar-se.

Da nona forma 17. Quando portanto o ser humano é trespassado pela espada do Querubim e que assim ele superou Deus e o Homem, a celeste Sofia reencontra-se com ele na nona forma; Ela refresca a sua alma numa doçura inexprimível, ela veste-o de novo com a sua presença celeste: Então a alma torna-se num anjo de Deus, que habita no Céu e pode conversar com Deus.

18. Porque é só com esta nova roupagem que a alma pode chegar diante da Santíssima Trindade e servir o Deus Santíssimo, em espírito e em verdade, como Melquisedeque, sacerdote do Altíssimo. 19. A alma chega ao seu objectivo como uma noiva que suspira desde há longos meses pelo noivo Jesus, e que é por fim conduzida à câmara nupcial; Mas é preciso que a alma tenha passado pelas formas do Fogo e que ela tenha completado os seus anos de prova. 20. Porque o Pai não aceita filhos para esposos da sua cara Sofia ou Jesus, ele não conduz nenhum ao leito nupcial, que não seja puro e constante; E a celeste Sofia também não se confia aos braços do seu bem-amado se também não estiver bem certa disso de muitas maneiras, porque ela foi enganada por Adão. 21. E apesar de ela descer, algumas vezes, para se juntar com o seu amante, dentro da convulsão tenebrosa, afim de que ele não se entristeça e não se desespere, ela não permanece lá muito tempo; Ela retira-se em breve para o ser humano interior como dentro do seu Princípio interior. É por isso que a paciência e a humildade são necessárias. 22. Mas aquele que fraqueja e que crê poder forçá-la a unir-se pela obstinação ou a impaciência, e por uma propriedade poderosa, esse deve saber que Deus não tem para com ele nenhuma complacência, e que a sua cara Virgem não tem estimação pelo seu egoísmo; Porque a graça só responde aos humildes e aos mansos.

Do número dez

23.O décimo número é a Trindade; é aí que o espírito bem-aventurado deve ficar imóvel e cantar o Sanctus, Sanctus, Sanctus, com todas as cortes celestes. Nós, seres humanos, não podemos compreender nada disto fora da Virgem Sofia. 24.Nós devemos mesmo perfurar profundamente se quisermos contemplar a revelação dentro da imagem interior virginal, porque ela se gera a si própria segundo os três Princípios e nasce imediatamente da imagem virginal:

isto é um segredo escondido, conhecido apenas por aqueles que vivem na sua intimidade.

Teosofia Prática - 2. Do ser humano natural Capítulo segundo Do ser humano natural Figura 1

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Figura 1 – O Ser Humano Natural Legenda da Figura 1: 1



Escrito no cimo da figura: «O Homem natural terrestre tenebroso em Estrelas e Elementos»



Desenhado no ser humano: 2

o

Número 1: Esfera de Saturno (no topo da cabeça),

o

Número 2: Esfera da Lua (no baixo ventre),

o

Número 3: Esfera de Júpiter (na testa),

o

Número 4: Esfera de Mercúrio (na barriga),

o

Número 5: Esfera de Marte (no peito),

o

Número 6: Esfera de Vénus (no estômago),

o

Número 7: Esfera do Sol (no coração).



Escrito no ser humano:

o

Escrito na testa (entre o símbolo de Saturno, em cima, e o símbolo de Júpiter, em baixo): «Orgulho»

o

Escrito no queixo: «Avareza»

o

Escrito no peito (por baixo do símbolo de Marte): «Inveja»

o

Escrito no coração (por cima e por baixo do símbolo do Sol): «Egoísmo»

o

Escrito na barriga (por baixo do símbolo de Vénus, ao lado do símbolo de Mercúrio, e por cima do símbolo da Lua): «Cólera»



Escrito nos dois lados das pernas: «Elementos = Regiões: Fogo – Coração, Água – Fígado, Terra – Pulmões, Ar – Bexiga.» Notas 1.

Esta é a primeira figura do Autor. Par. 1, p. 27. [ ↑ ]

2. Notar que nesta Figura 1, a espiral (o Caminho do Peregrino) começa na esfera de Saturno (o Número 1) tal como na Figura 0. Mas nesta Figura 1, a espiral termina na esfera do Sol (o Número 7). A parte restante da espiral (desde o Número 8 até ao Número 10) contínua já no interior do corpo humano, e encontra-se representada nas figuras seguintes. [ ↑ ]

1. Prólogo 2. Da tripla vida do ser humano 3. Da vida exterior 4. Da vida da alma 5. Da vida de luz 6. Da queda de Adão 7. Dos dois fogos 8. Do combate entre as sementes 9. Do corpo animal 10. Da queda de Adão 11. Do Fogo 12. Da alma de Fogo 13. Da Vontade própria 14. Da morte da Vontade

15. Do chamamento de Deus 16. Da obediência ao Criador 17. Do dragão do fogo 18. Das desculpas da alma 19. Do macaco da Sabedoria divina

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