A LOCALIZAÇÃO DAS EBT´S FRENTE ÀS TEORIAS TRADICIONAIS DE LOCALIZAÇÃO E MODELOS DE AGLOMERAÇÃO NOS ANOS 80 Alexandre Penha Professor Adjunto da UESC, pesquisador e líder de grupo cadastrado no CNPq.
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Os pioneiros do pensamento econômico de Adam Smith, Ricardo e Malthus, entendiam que o mercado era regulado por uma mão-invisível cujo papel econômico era manter o equilíbrio, reorganizando as possíveis perturbações que ocorresse ocorresse no mercado. mercado. Este é o pensamento liberal. liberal. A Lei de Say era o principal fundamento do liberalismo, preocupava-se, apenas, com a oferta, desconsiderando a demanda. Tal entendimento se verificaria, posteriormente, como erro foi alertado pelas suspeitas de economistas que discordavam do pensamento liberal. Estes entendiam que a mão-invisível não atuava com a eficiência imaginada. Com a quebra na bolsa de Nova York em 1929, se finda o reinado em “berço esplêndido” da corrente liberal, impõe-se a necessidade de desenvolver novos modelos, especialmente, os macroeconômicos. macroeconômicos. Dentre estes modelos macroeconômicos destacam-se o de Kaleck e de Keynes. O modelo de J. M. Keynes é mais aceito pelo modelo capitalista capitalista para explicar a “nova Economia”. Economia”. A leitura do pensamento de Keynes desenvolvida através das curvas IS/LM é o melhor exemplo de necessidade da intervenção na Economia do Estado. O entendimento, agora, é o intervencionismo do Estado, na Economia. Esse pensamento cresce no mundo capitalista e tem como grande dividendo a ampliação do pensamento socialista/comunista com o “estado empresário”. Atualmente, as escolas predominantes são a neoclássica e a marxista. A primeira ressurge no cenário mundial, na década de 80’ com o “mote” neoliberal do livre mercado m ercado e ganha predominância. Na década de 80, com o grande impulso no desenvolvimento tecnológico, através da crescente incorporação de inovações tecnológicas que remodela a divisão internacional do trabalho, viabiliza a predominância do pensamento pensamento liberal, agora, agora, denominado: neoliberalismo. neoliberalismo. Neste bojo, se desenvolve as grandes privatizações e a negação do Estado como gestor da Economia. Vários são os fatores que contribuíram para hegemonia de tal linha de pensamento, mas a difusão tecnológica foi determinante. Esta implica, em progressões geométricas, em maior competição de mercado, diminuição das distâncias, no barateamento de novos equipamentos, novos produtos, novos processos de produção mais eficientes. Como é do conhecimento da maioria, as três fases do Progresso Técnico (PT) são: a invenção, a inovação e a difusão tecnológica. A primeira se reporta a se descobrir/inventar algo que não tenha
necessariamente uma utilização prática, já a segunda tem obrigatoriamente esta utilização no sistema de produção e a terceira se dá quando diversas empresas utilizam tal tecnologia. Nos países capitalistas este processo é impulsionado e incrementado, pela concorrência entre empresas que adotam velozmente inovações. Nos países não capitalistas não ocorre com tanta intensidade, poucas inovações foram difundidas, se consideramos a produção tecnocientífica em tais países: invenções e descobertas. Incluo-me entre àqueles que adotam a visão econômica de que a derrocada dos modelos nãocapitalistas advém da incapacidade de inovar e de difundir novas tecnologias de produtos e processos, na velocidade que necessária em uma Economia, cada vez, mais global. Este avanço é tão forte que os países capitalistas desenvolveram um programa de incubação de empresas a fim de acelerar a difusão tecnológica, por constatarem que grande parte das pesquisas e desenvolvimentos de centros e institutos de pesquisas não eram incorporados ao sistema produtivo. Esse programa, em todo mundo, tem como os principais participantes professores, pesquisadores que individualmente e/ou associados a capitalistas criam novas empresas para utilizar novos produtos ou processos. No Brasil a cultura da incubação de empresas ainda é insipiente, tanto que não se tem linhas de financiamento adequadas às estruturas das empresas incubadas ou em fase de desincubação. Para se ter uma idéia fez-se uma levantamento entre 20 empresas associadas à ABAETEC - Associação de Empresas de Base Tecnológica da Bahia, onde se encontrou as seguintes dificuldades: 1) Questões Financeiras As principais linhas de financiamento existentes para tais empreendimentos estão no Banco do Nordeste, o qual destinou parcos recursos ao programa (valor aproximado de R$149.000,00 no máximo) por empresa. Fator limitante para maiores empreendimentos como é o caso da vocação industrial do nosso Estado, referindome aqui as indústrias de terceira e quarta geração do setor petroquímico. Os agentes financeiros exigem dos tomadores para cada R$100,00: 1) Um aporte de recursos próprios em média de R$20,00; 2) Garantia complementar de 30% sobre o valor financiado que aqui é de R$80, 00, isto é um acréscimo de R$ 24, 00, totalizando assim um aporte de recursos próprios de R$44,00 (isto é 44% do total), para a compra de máquinas e equipamentos; 3) Já as garantias exigidas para capital de giro são de 100% do valor liberado. Assim, continuando este exercício pode-se supor a necessidade de capital de giro de R$10,00 (10% do total) ter-se-ia, mais um, acréscimo aos recursos próprios o que totalizaria R$54, 00, ou em valores percentuais de 54%. O aporte de recursos próprios (20%) foi parcialmente resolvido com a incorporação da tecnologia desenvolvida durante o período de incubação, o que reduz de 54% para 34%. Durante o programa de incubação as empresas desenvolveram uma nova técnica de produto e/ou processo o que lhe capacita a empreender em uma escala maior, o que implica em um volume maior de recursos, que hoje gira em torno de R$1.500.000,00 por empresa. O perfil dos empreendedores em todo o mundo é de profissionais assalariados e/ou de pequenos empresários, cuja característica inerente é uma pequena capacidade de endividamento. Para se ter uma idéia pode-se aplicar o raciocínio dos requerimentos necessários (34%) ter-se-ia ainda, um volume de aproximadamente R$ 500.000,00 por empresa.
Outro fator preponderante são as determinantes de mercado, que implicam em considerável investimento em propaganda e marketing, tempo de maturação, mudanças de hábitos, enfim da cultura de consumo para produtos novos, por exemplo, cita-se produtos recentemente incorporados ao nosso consumo, tais como: a) Yogurte; b) Vídeo-cassete, mais recentemente, CD e DVD; c) telefone celular; d) internet; e) microcomputadores; f) smartfone; g) site e site de busca; h) A família dos MP´s; dentre outros. Assim, caso o entendimento seja desenvolver a região nordeste e principalmente a Bahia, deve-se, desde já, criar mecanismos que apóiem às empresas e sua tecnologia. De outra forma, todo este esforço deverá migrar ou se perder. Ante o exposto é imperioso criar estratégias de apoio às Ebt´s, especialmente, às empresas incubadas, sejam de financiamento, sejam de incentivos que observem suas especificidades como capacidade de endividamento, tempo de maturação do produto, requerimento de recursos financeiros próprios. As teorias e modelos de localização, em grande parte, referenciam-se na proximidade do mercado consumidor ou do mercado insumidor, porém nenhuma delas pode, individualmente, explicar ou justificar a melhor localização da miríade de empreendimentos econômicos, especialmente, os de base tecnológica. Dentre o referencial teórico apresentado, deves-se assinalar a Teoria dos Pólos de Crescimento de François Perroux como a mais lembrada e, mais recentemente, a única teoria implementada em larga escala no Brasil. Para demonstrar tais aspectos se faz uma apresentação resumida das principais teorias de localização e de desenvolvimento regional, apresentadas em Hadadd (1989) são: Teoria do Estado Isolado: Von Thünen; Teoria da Localização Industrial: Alfred Weber; Teoria dos Pólos de Crescimento: François Perroux; Teoria da transmissão inter-regional de Hirschman (1958); Teoria das Localidades Centrais: Walter Cristaller; Teoria Centro-Periferia: John Friedmann, as contribuições de Raul Prebisch; Teoria do Desenvolvimento Regional: J.G. M. Hilhorst; Teoria da Propagação das Ondas de Inovação ou Teoria da Difusão Espacial: T. Hägerstrand. Outras como a Teoria dos sistemas turísticos, Sistur, de Mario Beni; Lösch e o sistema de Cidades; Teoria da base econômica e da base de exportação. A Teoria dos conglomerados e de Clusters de A. Scoot está tratada em Suzigan (2001). Logo a seguir apresenta-se as principais teorias e modelo de localização, dominante na década de 80’ conhecidos co modelos de aglomeração. Vejamos a seguir as principais teorias e modelos de localizaçâo e, posterirmente, os modelos de aglomeração dominantes na década de 80’.
A TEORIA DO ESTADO ISOLADO A Teoria do Estado Isolado de John Heinrich Von Thünen (1783-1850), foi a primeira contribuição à Teoria Geral da Localização (Thünen 1826). Von Thünen não somente legou os fundamentos para uma análise refinada da localização da agricultura, mas estimulou interesses em torno de uma mais ampla área da análise locacional. È então considerado, com justiça, o patrono dos geógrafos econômicos e dos economistas espaciais. Fazendeiro, perto de Rostock (Mecklenburg). Alemanha, Von Thünen soube reunir, analisar e interpretar uma série de informações e dados contábeis, os quais forneceram as bases empíricas para sua teoria. Utilizando-se de um modelo, Von Thünen imaginou uma região isolada do resto do mundo – um Estado Isolado de forma circular – com as seguintes características principais além do is olamento: Uniformidade das condições naturais que nos redundaria mesmos custos de produção; A existência de uma única cidade-mercado na parte central do Estado, com a qual os agricultores comerciavam, vendendo seus produtos agrícolas e comprando produtos industrializados; Uniformidade das condições sócio-culturais da população, que implicava em uma mesma tecnologia e utilização dos recursos, repercutindo de maneira igual nos custos padronizados diretamente proporcionais à distância. Este modelo permitiu a Von Thünen demonstrar alguns fatos fundamentais que diz respeito aos padrões espaciais da produção agrícola. Considerando que no mercado central se paga o mesmo preço para uma
determinada quantidade de um produto, quer venha de perto ou de longe, e considerando ainda que os custos de produção fossem os mesmos em qualquer parte do espaço, Von Thünen admitiu que os lucros dos agricultores fossem uma função dos custos de transporte. Conseqüentemente, a maior vantagem locacional (e a mais alta renda locacional) é encontrada em locais imediatamente adjacentes ao mercado e esta vantagem declina com o aumento da distância do mercado. Na realidade, Von Thünen fala em renda da terra (Landrente ou Bodenrente) e não em renda locacional, mas os dois conceitos podem ser tomados como a renda excedente obtida de uma unidade de terra, em comparação com outra unidade. Entretanto, há uma pequena, mas necessária diferença conceitual no mundo real, as causas destas diferenças são muitas, das quais a mais óbvia é, certamente, a fertilidade, mas no modelo simplificado a única possível vantagem é aquela da localização em relação ao mercado para produtos agrícolas. Seria então mais desejável usar a expressão renda locacional do que renda da terra, quando a referência é feita ao modelo original. A renda locacional seria então o fato preponderante para que a planície homogênea possa ser imaginada não mais como uma área uniforme de produção agrícola, mas sim como tendo zonas distintas de uso da terra. Isto permitiu a Von Thünen a proposição de seis zonas concêntricas em torno do mercado central, segundo as condições vigentes na Europa no início do século XIX. Por outro lado, é preciso esclarecer quem a vantagem locacional do agricultor que se localize perto da cidade, graças às economias no custo de transporte, permitirá a ele o uso destes recursos para um mais abundante emprego de mão-de-obra e de insumos que permitirão um crescimento de sua renda agora com a diminuição dos custos de produção. Ocorrem assim diferenciais sensíveis de produtividade, lucro e intensidade do uso da terra entra as áreas próximas da cidade e as distantes. Com isto, o fator distância não somente é importante na escolha dos produtos, como também na dos sistemas de produção a serem empregados.
A TEORIA DA LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL A segunda contribuição importante para a teoria da localização das atividades econômicas foi a de Alfred Weber (1909) com sua proposição sobre a localização das indústrias. Weber procurou demonstrar, com base também em um modelo, que, supondo a existência de custos uniformes de produção sobre um espaço considerado, a localização das indústrias seria efetuada no ponto onde os custos de transporte seriam minimizados. Os custos de transporte, por sua vez, seriam uma função de dois fatores: o peso dos materiais localizados e do produto envolvido, relacionado com a distância a ser percorrida, o que permite estabelecer um índice de custo, t/km. O modelo weberiano seria, então, o da procura do melhor local de produção minimizado o total de t/km no processo de relações input-output de uma empresa industrial. Os materiais são classificados por Weber em dois tipos: ubíquos ou não localizados, que correspondem aos que são encontrados em toda à parte, não exercendo, por isto, nenhuma força locacional e localizados, ou seja, os que têm uma distribuição universal, emitindo, por isso mesmo, importantes forças locacionais. Os materiais localizados serão, como já mencionados, analisados quanto a sua importância, isto é ponderado, sendo classificados em dois tipos principais: os materiais que entram com peso total na constituição do produto e que sofrem uma perda do peso original no processo indústria. Quando ocorrer perda do peso dos materiais, haverá a orientação para a localização junto aos recursos. Caso contrário, a orientação será junto ao mercado consumidor. O problema da localização da produção industrial seria então uma função dos custos diferenciais de transporte decorrentes do deslocamento de uma variedade de materiais localizados e do produto final sobre o espaço. Weber valoriza assim a análise dos custos de transporte na orientação da localização industrial. A influência dos custos de mão-de–obra e de outros custos de produção seria vista a análise weberiana em termos de possibilidade da alteração da localização, determinada pelos custos mínimos de transporte. Tentando ver o problema da localização industrial em uma forma mais ampla, resume-se como uma relação funcional entre o custo total da atividade industrial, o custo de transporte e os custos de beneficiamento ou transformação. Assim, teríamos algebricamente: Cta1= f(Ct, Cp) onde: Cta1= custo total da atividade industrial; Ct = somatório dos custos de transporte; Cp = somatório dos custos do processo industrial.
A Teoria da Localização Industrial de A. Weber, embora não tenha sido testada por nenhum geógrafo brasileiro – quer em suas proposições originais, quer em suas extensões recentes – parece talvez não oferecer maiores dificuldades de aceitação. Isto seria uma decorrência do pressuposto de que o princípio da racionalidade econômica é mais freqüente no setor agrícola. Assim, com relação a outros países, por exemplo, foi sobre a indústria siderúrgica no México, cuja localização seria orientada para o princípio do transporte no qual o peso e a distância foram os mais importantes fatores. Por outro lado, novas proposições têm surgido sobre o problema da localização industrial, considerando que a premissa de que as firmas conhecem todos os dados relevantes, ao se tomar à decisão locacional, não seria um fato comum (Weber, 1972) ou, então, considerando que as variações regionais nos custos de transporte não seriam muito importantes para determinados países, como é o caso, por exemplo, da Suécia4. Isto permitiu propor então uma valorização dos fatores psicológicos ligados ao processo de tomada de decisões por parte dos empresários, o que, em suma, corresponde à aplicação do behaviorismo ao problema locacional. Com isto, a ênfase é dada a fatores intangíveis como, por exemplo, o bem-estar social, as atitudes das comunidades, as preferências pessoais dos empresários etc.
A TEORIA DOS PÓLOS DE CRESCIMENTO Embora não tenha sido apresentada originalmente como uma Teoria De Localização Industrial, a Teoria doa Pólos de Crescimento, de François Perroux (1955), deve ser mencionada como um poderoso instrumento analítico do problema em questão.As proposições iniciais seriam, sobretudo relacionadas com uma Teoria do Crescimento Econômico, pelas múltiplas relações que propõe no sistema econômico, mas o destaque que é dado ao setor industrial faz dela também uma teoria de localização industrial. Este conceito é ampliado por muitos no sentido de uma Teoria Dinâmica da Localização ou ainda em uma Teoria da Dominação (Hilhorst, 1973, p. 19). Assim, Perroux propõe basicamente um modelo de crescimento econômico setorial desequilibrado e que só posteriormente foi considerado em suas repercussões espaciais. O crescimento do setor industrial, particularmente de certas indústrias inovadoras e propulsoras chamadas “indústrias motrizes”, apresentando as mais elevadas taxas de crescimento do sistema econômico. Estas indústrias exercem “efeitos de arraste” sobre outros conjuntos nos espaços geográficos. Assim, o setor dinâmico trai novas indústrias fornecedoras e compradoras de insumos, formando um complexo industrial e populacional por um elevado grau de concentração industrial e populacional e ainda pela elevada interdependência existente entre as indústrias. Este complexo não teria somente repercussão no setor terciário. O setor primário seria chamado a fornecer insumos e alimentos em quantidade e qualidade suficientes e o setor terciário seria incumbido da direção das relações intersetoriais, dos avanços tecnológicos e dos serviços gerais à população. O crescimento econômico ou desenvolvimento econômico poderiam então ser iniciados. O modelo de F. Perroux, em termos de localização industrial, tem sido objeto de várias constatações empíricas e tem servido de orientação para a formulação de políticas de localização industrial. Entretanto, o papel da indústria motriz foi questionado, em algumas situações, que a presença de uma poderosa indústria motriz pôde inibir o desenvolvimento industrial, impedindo o aparecimento de novas firmas. O exemplo oferecido é o de Pittsburgh, onde o papel preponderante da indústria metalúrgica primária sobre os mercados de capital e de trabalho age como uma barreira para o desenvolvimento de novas firmas. Por outro lado, muitos pólos de crescimento existem sem a presença de uma indústria motriz. Dentre aos quais destacamos os das cidades só México e São Paulo. A influente indústria automobilística paulistana, entretanto, pode ser agora indicada como a indústria motriz, somente observando-se que a mesma foi instalada após a formação de importante e diversificado complexo industrial. Criticas, mais sérias, apontam também vários problemas: a definição de indústria motriz seria imprecisa, a de complexo industrial, incompleta; a explicação das inter-relações entre a indústria motriz e complexo industrial, parcial; e, finalmente, a explicação de F. Perroux sobre as relações entre o crescimento do
pólo e o da nação e, quando menos, errônea em parte. A inabilidade de F. Perroux para deduzir um aparato analítico claro, a fim de descrever a dinâmica dos pólos de crescimento, pode ser sem dúvida atribuída a seu desejo (assim como o de seus seguidores) de fazer uso imediato do conceito de pólo de crescimento na planificação. Este uso, tendo sido via análises de relações interindustriais do tipo insumo-produto. Este problema implicou no afastamento da contribuição primeira de F. Perroux, em ampliar as proposições de desenvolvimento como inovação, de J. Schumpeter. Os problemas referentes à Teoria dos Pólos de Crescimento foram aqui levantados, considerando-se a grande importância que se atribui à mesma, tanto no aspecto locacional como no estratégico, conforme veremos posteriormente, e à limitada informação entre nós sobre estes mesmos problemas, o que poderia comprometer as tarefas de análise e de planejamento regional. Isto, entretanto, não desmerece o valor da Teoria dos Pólos de Crescimento em termos conceituais e analíticos, e nem tampouco em termos operacionais na medida em que tomamos em seus aspectos mais favoráveis, quais sejam os de valorização da dinâmica interdependência industrial e das relações intersetoriais, vistas também sob um ângulo espaço-temporal, em termos de concentração e difusão. A Teoria dos Pólos de Crescimento tem sido largamente aplicada em inúmeros países. No Brasil, geógrafos, economistas e planejadores já há um bom tempo vêm utilizando as proposições de F. Perroux, em suas análises e ações de planejamento.
A TEORIA DAS LOCALIDADES CENTRAIS Enquanto as teorias foram contribuições de economistas (acadêmicos ou práticos, como é o caso único de J. H. Von Thünen), a Teoria das Localidades Centrais de Walter Christaller é a de um geógrafo. Esta distinção é feita somente com o intuito de acentuar a contribuição de Christaller à própria geografia, dado o seu pioneirismo na abordagem teorético-quantitativa. Entretanto, a proposição de W. Cristaller foi também incorporada à Teoria Geral da localização e muito particularmente pelos economistas que, sobretudo a partir do inicio da década de 1950, iam se interessando cada vez mais pelos problemas regionais, chegando um grupo, a funda uma “Ciência Regional”, sob a influencia de Walter Isard. Cristaller procurou uma teoria de localização para os serviços e instituições que pudesse corresponder a Teorias de localização da Produção Agrícola, de J.H. Von Thünen, e a Teoria de localização das indústrias, de Alfredo Weber. Cristaller parte da hipótese de que a centralização como princípio de ordem, isto é, como uma forma de organização observada no mundo orgânico e inorgânico, é também encontrada na esfera humana, predominantemente em certas estruturas organizacionais expressas “em um a invisível forma objetiva", o que seria particularmente observado na distribuição do povoamento, onde as cidades se destacariam como centro de uma região, Isto passou a ser então objeto da investigação do pesquisador alemão, no sentido da busca da investigação de leis que determinam o número, tamanhos e distribuição das cidades. É preciso observar, de inicio, que nem todos os centros populacionais são cidades (lugares centrais), na concepção de W. Cristaller. Estes últimos podem ser definido como centros cuja função principal é a distribuição de bens e serviços a uma região em torno. Ora, nem todos os centros populacionais exercem esta função como, por exemplo, os centros cuja população vive somente de suas atividades agrícolas, os centros somente ligados á mineração, os centros unicamente industriais etc. Bens e serviços centrais são, então, “produzidos e oferecidos em um pequeno número de pontos necessariamente centrais de forma a ser consumidos em muitos pontos dispersos”.(Cristaller, 1966 p19). Para a compreensão disto, é preciso tomar em consideração os conceitos de limiar e alcance de um bem e de um serviço central, daqui por diante designados somente como bem central. O nível mínimo de demanda para assegurar a produção de um bem é o limiar (threshold value). Acima deste as receitas das firmas de uma determinada cidade, proveniente da distribuição de bens e serviços será crescente. Por alcance de um bem ou serviço (the range of good), entende-se a maior distância que a população
dispersa se dispõe a percorrer, objetivando adquirir um bem ou utilizar um serviço ou utilizar um serviço. A esta altura, é preciso considerar que os bens e serviços variam bastante, segundo os tipo de bens. “Alguns destes baixos limiares (low-order goods) e um correspondente alcance limitado, enquanto outros necessitam um mais alto nível de demanda para a sua existência e um mais extenso (high-order goods). Por exemplo, pão seria um bem de pequeno alcance, enquanto os serviços de um médico especializado seriam alcance extenso”. Mas, segundo W. Cristaller, um fato mais decisivo no desenvolvimento dos lugares centrais não é o consumo dos bens centrais, mas a receita da venda dos bens centrais, ou seja, a renda liquida. Em resumo é preciso ressaltar os três fatores fundamentais apontados por W. Cristaller, na constituição do sistema de localidades centrais: O principio básico é o mercado, isto é, aquele que diz respeito à distribuição espacial de bens e serviços por um número mínimo de localidades; O segundo é o principio do tráfego ou da circulação, que é oi de satisfazer o máximo de demanda para transporte com o mínimo de custo, o que vale tanto no estabelecimento do tráfego, quanto para a operação do sistema de transporte; O terceiro é o principio da administração, que tem como objetivo principal o da criação de uma estrutura de administração, que tem como objetivo principal o da criação de uma estrutura administrativa hierarquizada em grande parte atendido de acordo com o principio do mercado. Na Bahia, a Teoria das Localidades Centrais vem sendo aplicada no estudo da região de Santa Maria da Vitória, prevendo-se o mesmo procedimento para todas as demais regiões do Estado.
A TEORIA CENTRO-PERIFERIA Embora possa ser talvez considerada mais corretamente uma teoria da estrutura espacial do que uma teoria da localização das atividades econômica coloca a chamada teoria Centro-Periferia entre as ultimas, considerando os aspectos sintéticos que a mesma apresenta com relação aos aspectos locacionais. Com base nas proposições de John Friedmann (1969). Entretanto é preciso mencionar a contribuição pioneira de Raul Prebisch, na elaboração da idéias Centro –periferia, Em 1949, em estudo econômico sobre a América Latina, Prebisch valorizou as relações do continente, sobretudo as de ordem comercial, com as economias industrializadas, considerando estas últimas como o centro do sistema econômico e a América Latina como periferia. J Friedmann pressupõe que as tendências à concentração das atividades econômicas e da população seriam poderosas e que o rendimento do sistema econômico seria controlado pelo pólo de crescimento e, com isto, os fluxos de saída de recursos da periferia seriam maiores que os fluxos de retorno, isto é, fluxos do pólo para a periferia. Basicamente, admite-se então a existência de certo número de pólos (ou um só), formando o centro do sistema econômico e de áreas, constituindo uma periferia dependente. Quando a estrutura for unipolar seria mais flagrante a tendência generalizada do centro crescerá as expensas da periferia. “Neste caso, só a intervenção planejada é capaz de romper a opressão colonial do pólo de controle, ativando um ou mais pólos de crescimento potenciais na periferia”. (Friedmann, 1969). Antes de entrar nestes aspectos do planejamento regional, é preciso apresentar os tipos de região esquematizados por J. Friedmann. A região central (core region) que corresponde às atividades econômicas metropolitanas concentradas com um alto potencial para inovação e crescimento. Estes, podem ser subtipos conforme o princípio da hierarquia urbana: primeira ordem, de importância nacional; de segunda ordem, importância regional; centros de terceira ordem, de importância sub-regional e centros de quarta ordem de importância local, ligados ao campo. Mais especificamente:
A região de transição ascendente seria as áreas cuja localização é próxima a região central e por isso aparecem como área de expansão natural deste ou então cujas disponibilidades de recursos naturais e humanos promovem um dinamismo das atividades econômicas; A região, fronteira-de-recursos, seria as áreas periféricas de povoamento recente, resultando na transformação de áreas anecumênicas em áreas produtivas; A região de transição descencional áreas periféricas de povoamento antigo, com atividades agrícolas estagnantes os declinantes. O modelo Centro-Periferia, aqui, apresentado em seus aspectos de localização permite uma visão dinâmica dos aspectos locacionais relativos aos três setores da economia, vistos em conjunto.
A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL A afirmação que “não existe uma teoria adequada do desenvolvimento regional” (Hilhorst, 1973) possibilita entender parte das dificuldades de se elaborar uma teoria de localização abrangente. Hilhorst adota o conceito de subsistema aberto, fazendo parte de um sistema maior de busca nas inter-relações mantidas, as proporções de sua teoria. Assim com base na Teoria geral dos Sistemas, com interação entre dos subsistemas (no caso, centro e periferia) haverá um fluxo de energia proveniente do subsistema menos organizado ao mais organizado. Hilhorst demonstra, entretanto que “o modelo de dominação centro-periferia se constitui num caso especial do modelo de dominação" (Hilhorst, 1973, p.40). O primeiro _ o modelo centro periferia _ consideraria, apenas, o desempenho das chamadas forças extrativas do sistema, de forma ampla, como se desenvolve as forças distributivas, complementando o componente da extração. É possível destacar os fatores internos e externos de crescimento regional. Os internos estão ligados às vantagens que a periferia poderia tirar da especialização interna da produção, decorrente do uso eficiente dos recursos e das inovações por parte de empresários, administradores e intelectuais. Já os fatores externos reportam-se a teoria da base de exportações regionais, pois explica o desenvolvimento de uma região através da demanda externa para seus recursos naturais e/ou humanos. Os efeitos multiplicadores desta região serão idênticos aos das exportações de um país.
A TEORIA DA PROPAGAÇÃO DAS ONDAS DE INOVAÇÃO OU TEORIA DA DIFUSÃO ESPACIAL O sueco Hägerstrand contribui desenvolvendo a teoria da propagação das ondas de inovação ou teoria da difusão espacial. Realizando uma série de perfis de difusão de inovações, T. Hägerstrand percebeu vários padrões de repetição, o que permitiu a construção de um modelo de quatro estágios espaços-temporais relativos ao que chamou de ondas de inovação. A teoria da difusão espacial das inovações distingue dois tipos principais de difusão: 1) por expansão, de uma população de uma região para outra; 2) por relocação, quando há transferência e das coisas difundidas de uma área para outra. O primeiro estagio, chamado também de estágio primário, refere-se ao inicio da difusão espacial com informação de centros de irradiação das inovações. Estas são mais aceitas por uma população, quando maior for a proximidade dos centros irradiantes. O segundo estagio, o da difusão, caracteriza-se pela adoção das inovações por uma parte da população mais distante do centro principal, o terceiro, tem-se o crescimento da adoção da difusão e no último, o da maturação, ocorre uma lenta e eventual cessação do processo de difusão, assim como um crescimento assintótico geral, mas lento, ate atingir o máximo. Os modelos e as teorias de localização de desenvolvimento regional são, quase sempre, voltados aos setores primário e secundário da Economia. Um exemplo, para o setor terciário é a Teoria das localidades Centrais: Walter Cristaller que possibilita realizar estudos sobre setor terciário.
É importante ressaltar que existe uma aparente sobreposição entre as Teorias de localização e as Teorias de Sistemas. As primeiras reportam-se ao longo prazo o qual é o parâmetro para decisão de investir. Já as Teorias de Sistemas SISTUR, o curto prazo, pois têm, no bojo de seus modelos, subsistemas. Segundo Mario Beni o SISTUR compõe-se de: “... superestrutura composta por entidades pública, pelas definições do sistema nacional de turismo, pela ordenação jurídico-administrativa e pelas ações normativas e executivas que somadas as políticas básicas, resultam na política nacional de turismo. Subsistema da infraestrutura constituído de serviços de apoio à comunidade tal como saneamento, água, energia; sistema de acesso e transporte para atendimento do fluxo, sistema de comunicação, sistema de segurança, equipamentos sociais. 1 Recentemente, o setor terciário tem galgado, cada vez mais, importância na atividade econômica mundial. Poucos teóricos que estudam o setor terciário como uma área de conhecimento independente. Existem geógrafos, economista regionais, sociólogos, que tentam desenvolver teorias e modelos apropriados ao Comércio e Serviços. Uma análise resumida de algumas Teorias e Modelos de localização é, também, tratada por Lima e Spinola (2005) que apresenta-se a seguir. Os autores, apresentam como uma teoria seminal de todo o campo de conhecimento da economia regional, Johann-Heinnch Von Thünen, através de sua Teoria da Localização Agrícola procurou responder o que se deve produzir em um dado local. Para tanto, buscou determinar matematicamente a formação dos preços dos produtos agrícolas e da renda dos agricultores, levando em consideração as distâncias das diferentes terras do mercado consumidor, ou seja, da cidade e os custos de transporte envolvidos. Observou que, à medida que as terras utilizadas se afastavam da cidade, elas deveriam ser utilizadas para a produção de bens cujos custos de transportes fossem menores. Essas conclusões, no entanto, devem ser avaliadas com certo cuidado, uma vez que alguns pressupostos importantes foram adotados, como o de homogeneidade de fertilidade do solo e das oportunidades de acesso à cidade, contaminando e reduzindo o alcance da teoria (Cruz, 1988). Voltando-se para o segmento industrial, Alfred Weber (In Hodadd 1989) buscou responder onde se deve localizar uma atividade industrial, perfazendo-se numa análise um pouco diferente da de Von Thünen, que procurava levantar quais atividades deveriam se localizar num dado sítio. Nesse modelo de localização industrial, três fatores essenciais influenciariam a decisão locacional: os custos de transportes, os custos com mão-de-obra e as forças de aglomeração e desaglomeração. Weber assumiu que a mão-de-obra não tem mobilidade espacial e que variações regionais em seu custo exerceriam influência na decisão quanto à localização das empresas. Afirmou ainda que, se os custos de mão-de-obra compensam os custos de transporte, as empresas optam por se estabelecer nas regiões onde aquele primeiro custo apresenta-se inferior (Cavancante, 2002). Em 1933, Waiter Christaller, também alemão, estabeleceu uma hierarquia entre cidades, a partir dos seus raios de influência. No meu entendimento, Christaller procurou compreender as leis que determinam o número, o tamanho e a distribuição dos centros ofertantes de bens e serviços para a região, de modo a estabelecer a referida hierarquia. Apropriando-se e sintetizando grande parte da produção teórica alemã, Waiter Isard (In Hodadd 1989), norte-americano, propôs a instituição de uma "ciência regional", adicionando, aos elementos já levantados, as ideias de economias de escala, economias de urbanização e economias de localização. Com esse novo conjunto de fatores, Isard deduziu um padrão de localização industrial com concentração dos agentes e das atividades em um número restrito de locais.
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M. Petrocchi, o SISTUR de Mario Beni
Não obstante o caráter de pioneirismo e as bases que essas teorias descritas acima concederam às suas sucessoras, elas não figuram entre aquelas com maior repercussão em países "em desenvolvimento", como o Brasil. As principais contribuições teóricas que exerceram influência no pensamento voltado à economia regional, nesses países, e que, conseqüentemente, deram suporte às ações públicas no Brasil, em particular, foram desenvolvidas na década de 1950, com uma forte inspiração nas idéias de insuficiência do mercado para garantir a plena acumulação capitalista. Duas dessas contribuições merecem atenção especial: a proposta dos "complexos industriais" de François Perroux (In Hodadd 1989) e a teoria da transmissão inter-regional de Hirschman (In Hodadd 1989). Resumidamente, Perroux considerava que o crescimento econômico se realiza de maneira concentrada no espaço regional ou nacional, acarretando a conformação de pólos de crescimento que transmitem reflexos difusos e desequilibrados para as demais localidades (Cruz, 1988). Apoiando-se em uma concepção de mercado não-concorrencial, Perroux examinou as relações que se estabelecem em um complexo industrial, destacando o papel de indústrias motrizes como aquelas capazes de gerar efeitos de encadeamento e integração. Nesse sentido, um complexo industrial viabiliza profundas modificações do espaço econômico ao seu redor. Albert Hirschman, também se apoiando em concepções teóricas distintas daquelas calcadas nas estruturas de mercado de concorrência perfeita, observou que o desenvolvimento econômico se realiza por meio de círculos viciosos que tendem a aumentar as desigualdades económicas e regionais. Reconheceu, no entanto, a possibilidade de o crescimento de regiões mais ricas causarem impacto em outras mais pobres, através de um efeito de gotejamento. Mas sua maior contribuição foi, sem sombra de dúvidas, constatar a interdependência setorial, por meio de levantamento dos efeitos a jusante e a montante de um determinado setor. Qualquer alteração em um setor econômico, pertencente a uma íonga cadeia produtiva, deve produzir uma maior demanda por produtos provenientes de setores fornecedores (efeitos a montante) e uma maior oferta de produtos para setores à sua frente (efeitos a jusante), viabilizando que se alcancem novos patamares de produção. Embasado por essas idéias, Hirschman concedeu importância ao planejamento, defendendo uma distribuição discricionária de recursos públicos, como mecanismo de influenciar o desenvolvimento das diversas regiões de um país. A combinação do teor dessas duas contribuições teóricas, ao lado de outras com concepções assemelhadas, com uma conformação política bastante afeita a intervenções públicas na economia, conduziu a adoção de açôes voltadas para o desenvolvimento industrial e regional em diversos países capitalistas, inclusive no Brasil. Na Bahia, em especial, os efeitos dessa combinação culminaram na implantação de um conjunto de distritos industriais no interior do estado. Com o objetivo de espraiar o crescimento econômico, via o processo de industrialização, os distritos e centros industriais foram idealizados na década de 1960, tendo sido implantados, de fato, no início dos anos 1970. Paradoxalmente, enquanto eram inaugurados os distritos e os centros industriais interioranos na Bahia, em municípios com algum potencial econômico aglutinador, as primeiras críticas às experiências mundiais de planejamento regional e, assim, às teorias de suporte, começavam a aparecer. Em alguns casos, essas críticas se apoiavam em visões conservadoras que negavam a conveniência da intervenção pública na economia; em outros, os argumentos direcionavam-se para o pequeno alcance dos resultados obtidos. Essas críticas, aliadas à negemonia do pensamento pró-mercado, desestimularam a produção teórica e enfraqueceram as instâncias de planejamento regional em várias partes do mundo e, em particular, no Brasil. A retomada da temática do desenvolvimento regional só tomou fôlego quase que duas décadas depois, por meio de novos aportes teóricos, entre os quais as teses defendidas por Paul Krugman. A bem da verdade, diante de uma série de contribuições que foram surgindo ao longo da década de 1990, tentativas de sistematização dessas contribuições tornaram-se esforços recorrentes, como é o caso da proposta por Suzigan (2001). De acordo com este autor, haveria pelo menos cinco abordagens relevantes para se entender aglomerações industriais: a denominada Nova Geografia Económica, cujo principal teórico é P. Krugman; a de Economia de Empresas, com M. Porter à frente; as idéias de A. Scott sobre duster, a contribuição dos estudiosos da Economia da Inovação; e, finalmente, a abordagem das Pequenas Empresas/ Distritos Industriais. Dessas contribuições, segundo tal sistematização, exatamente as duas primeiras não se constituem em aportes
que validam ações públicas por meio de medidas específicas para induzir uma determinada aglomeração industrial. Ao contrario, tratam as aglomerações como resultados naturais das forças do mercado (SUZIGAN, 2001). Partindo de uma leitura diferente desta acima, mais especificamente com relação à interpretação das idéias de Krugman, procura-se, nas próximas linhas, expor como algumas das formulações desse autor vêm, justamente, ao encontro de uma teoria de suporte para políticas públicas regionais de desenvolvimento de aglomerados industriais específicos. Para melhor compreender economias de escala, concorrência imperfeita e comércio internacional, Krugman e Obstfeld (2005) retomam a análise das economias externas de Alfred Marshall (In Hodadd 1989) afirmando que é frequente a situação em que a concentração da produção em um ou alguns poucos locais permitem custos reduzidos, mesmo quando a indústria conforma-se com pequenas firmas. As razões para esses custos reduzidos provêm dos benefícios das economias externas que, de acordo com Marshall, garantem maior eficiência às firmas aglomeradas em relação a firmas isoladas. Assim, são três as razões para a existência de aglomerados: (1) a capacidade das firmas de sustentar fornecedores especializados; (2) a possibilidade de constituição de um mercado comum de trabalho; e (3) o possível vazamento de conhecimentos entre as unidades fabris concentradas geograficamente. Tomando sempre o caso do Vale do Silício como exemplo, Krugman e Obstfeld explicam cada uma dessas três vantagens. Na primeira situação, observam que um conglomerado industrial, na medida em que reúne muitas firmas, gera um mercado grande o suficiente para demandar bens e serviços e, assim, sustentar um grande conjunto de fornecedores especializados, que passam também a se concentrar geograficamente. No segundo caso, as vantagens de um mercado comum de trabalho beneficiam não apenas as firmas concentradas, que passam a ter menos dificuldades para encontrar mão-de-obra com qualificação especializada, mas também os próprios trabalhadores, que dificilmente mantêm-se desempregados por muito tempo. Já os vazamentos de conhecimento resultam da troca informal de informações e idéias que acabam ocorrendo no nível pessoa!, através de conversas sociais entre as pessoas envolvidas no processo produtivo de diferentes firmas. Trata-se, principalmente, da transmissão de um conhecimento tácito, não explícito nos manuais das empresas, mas embutido nas rotinas. O resultado dessas vantagens é que a curva de oferta de um aglomerado industrial perfaz-se negativamente inclinada, diferentemente do que ocorre numa indústria com firmas dispersas geograficamente. Isso ocorre porque, à medida que a produção aumenta com os benefícios de economias externas, o custo médio torne a cair. Essas duas situações: as curvas de oferta e demanda em uma estrutura de mercado em concorrência perfeita (sem economias externas) e as curvas de oferta e demanda em uma estrutura de mercado em concorrência imperfeita (com economias externas). Essa abordagem da concorrência imperfeita permite que Krugman e Obstfeld observem que um possível aglomerado industrial ofertante de um bem pode estar se beneficiando de economias de escala extras, apenas porque ingressou primeiro no mercado. Em função das vantagens de economias externas, esse aglomerado pode estar operando com um custo médio mais baixo e ofertando bens a preços menores que outras firmas apenas pelo fato de ter iniciado o processo produtivo mais cedo. Numa situação dessas, é possível se apoiar a indução de um novo aglomerado, desde que se verifique a preexistência de pelo menos um dos fatores que conduzem a economias externas, posto que, passada a fase inicial de instalação, as vantagens provenientes das economias externas viabilizarão custos e preços, praticados pelo novo aglomerado, ainda menores que os vigentes no mercado. É importante notar que, se nos primeiros momentos de produção do novo aglomerado, os custos enfrentados por este ainda forem superiores ao daquele já instalado, a partir de determinado ponto, o preço que o novo conjunto de firmas poderá operar será significativamente menor e, assim, o equilíbrio do mercado permitirá uma demanda atendida também maior.
Estudos de Krugman e Obstfeld concluem que, quando há economias externas atuando como uma força importante num determinado mercado, o livre comércio pode deixar um país ou uma região numa situação mais desfavorável do que estaria na ausência do comércio. Isso acontece porque, devido ao comércio, o país ou a região pode estar deixando de desenvolver um aglomerado industrial com o qual ele pode se beneficiar de futuras vantagens de economias externas. Como o preço adotado pelo conjunto de firmas já estabelecidas é inferior ao preço inicial que o novo aglomerado precisa cobrar, o livre comércio deve ser visto como uma barreira à formação de aglomerados competitivos. Nessas situações, o argumento a favor da proteção temporária de indústrias, até que elas ganhem experiências-também conhecido como o argumento da indústria nascente, introduzido pelo economista alemão Friedrich List (1789-1846)-, pode se apresentar como um respaldo. Ao se observarem as relações comerciais na cadeia petroquímicos/plásticos no Brasil, à luz da abordagem de Krugman e Obstfeld, pode-se inferir que, provavelmente, os produtores de manufaturados plásticos estabelecidos na região Sudeste, inseridos no mercado mais dinâmico do país, já desfrutavam de economias externas e vantagens competitivas para vender seus produtos em todo o território nacional, nas últimas décadas do século XX. A formação de um aglomerado de empresas transformadoras de resinas termoplásticas no estado da Bahia não ocorreria, aparentemente, apenas por forças endógenas ou, simplesmente, pela presença do Pólo Petroquímico de Camaçarí, produtor de resinas, principal matéria-prima da indústria em estudo. Seria necessário formularem-se políticas públicas indutoras do desenvolvimento local que se configurassem nos programas de incentivos. Dentre estes deve-se destacar o desenvolvimento de um modelo de localização conforme proposto neste estudo.
MODELOS DE AGLOMERAÇÃO NOS ANOS 80 Um resumo das visões mais recentes sobre localização sob a ótica da aglomeração, dominantes na década de 80’, é apresentado por Fernandes (2006), que trata segundo a crise de acumulação, nos anos 1980, cujas características são a flexibilidade e a concentração geográfica de firmas de pequeno e médio portes operando em setores especializados os que vão chamar a atenção de pesquisadores de distintas tradições para os distritos industriais da chamada Terceira Itália, da região industrial do Sul da Alemanha e da França, e para os agrupamentos de alta tecnologia do Sun Belt norte-americano (Piore e Sabel, 1984; Scott, 1988; Aydalot, 1986; Becattini, 1991; Humphrey e Schmitz, 2002; Cooke e Morgan, 1998; Asheim, 1996; Maillat, 1996). Por outros caminhos, também se aproximam da dimensão espacial da competitividade industrial estudiosos da economia da inovação de inspiração evolucionista, especialmente com base no conceito de sistema nacional de inovação (Lundvall, 1992; Dosi, 1999; Freeman, 1995). A partir daí, a literatura em torno da noção de cluster tem-se adensado consideravelmente, ocupando espaço relevante até nas novas teorias de desenvolvimento. No entanto, essa literatura tem derivado de observações empíricas concentradas no agrupamento de firmas do setor secundário. Embora mencionado por Porter (1998) como possível de ocorrer em qualquer segmento de atividade econômica, o cluster de serviços não tem recebido atenção tanto quanto seus congêneres industriais. Não surpreende tal comportamento, todavia, ao se considerar a grande diversidade de segmentos e respectivos mercados e estratégias competitivas e locacionais compreendidos no genérico setor de serviços, o que introduz dificuldades adicionais em termos de possíveis generalizações ou indicações de políticas públicas. Compreender a influência de clusters sobre a concorrência em mercados do setor de serviços constitui assim tarefa espinhosa, que, no entanto, começa inevitavelmente com a recuperação da literatura focada nos agrupamentos industriais. Originariamente , cluster é o nome dado a um sistema montado com mais de um computador, cujo objetivo é fazer com que todo o processamento da aplicação seja distribuído aos computadores, mas de forma que pareça com que eles sejam um computador só. Com isso, é possível realizar processamentos que até então somente computadores de alto desempenho seriam capazes de fazer. Cada computador de um cluster é denominado nó ou nodo. Todos devem ser interconectados, de maneira a formarem uma rede, de qualquer topologia. Essa rede precisa ser criada de uma forma que permita o acréscimo ou a retirada de um nó (em casos de danos, por exemplo), mas sem interromper o funcionamento do cluster. O sistema operacional usado nos computadores deve ser de um mesmo tipo, ou seja, ou somente Windows, ou somente Linux, ou somente BSD, etc. Isso porque existe particularidades em cada sistema
operacional que poderiam impedir o funcionamento do cluster. Tal modelo foi emprestado para designar forma de aglomeração de empreendimentos , especialmente na área industrial. Para tentar discutir essas questões, selecionamos referências de diferentes campos teóricos – a literatura sobre distritos industriais, economias de aglomeração e custos de transação e a chamada teoria evolucionista de inovação, todas igualmente focadas no setor secundário – analisadas em contraposição às especificidades do setor de serviços. Já sobre os aspectos conceituais sobre aglomeração de atividades econômicas o termo é usado indiscriminadamente para uma variedade considerável de arranjos de firmas ou negócios, que incluem desde o mais antigo conceito de distrito industrial até terminologias mais recentes, como arranjo produtivo local, milieu innovateur, sistema industrial localizado, sistema local de produção, tecido industrial local, ecossistema localizado, etc. Se de um lado tamanha diversidade de termos denota a própria fragilidade do conceito e a enorme dificuldade de exprimir diversidade igualmente expressiva de situações sob uma única concepção, por outro revela o crescente interesse de estudiosos pela análise de novas formas de industrialização localizada, abrindo oportunidades para se redescobrir e atualizar o trabalho de Alfred Marshall, como argumenta Maillat (1999). Podemos dizer que, no seu sentido mais sumário, cluster denota simplesmente a concentração espacial de atividades econômicas setorialmente especializadas que realizam intenso comércio entre si, sentido este que, apesar de demasiadamente difuso, expressa a importância da dimensão espacial para o desenvolvimento econômico: clusters adquirem relevância porque desencadeiam efeitos externos e interação entre diferentes agentes localizados próximos uns aos outros. Além disso, esse padrão específico de produção associada ao território é reconhecido como formado preponderantemente por pequenas e médias empresas. No entanto, são características mais expressivas que têm atraído a atenção de estudiosos e governantes para o fenômeno da aglomeração produtiva: oportunidades para eficiência coletiva decorrentes de economias externas positivas, baixos custos de transação e ação conjunta e coordenada, como destaca Schmitz (1995). Sob essa perspectiva, não poderia ser considerada como cluster uma simples concentração de agentes econômicos independentes ou aglomerações de coincidência, formadas ao acaso, como aquelas simplesmente atraídas pela gravidade metropolitana. É preciso bem mais que isso, e esse mais se refere à intensidade das relações interfiras que se realizam no interior da aglomeração, externas à firma, portanto. Essa idéia de interconectividade entre as partes componentes de um cluster é recorrente na literatura, assim como a evidência que essas partes não incluem apenas as firmas, mas também variadas instituições que lhes dão suporte. A importância atribuída à interconectividade e à pluralidade de organizações e instituições para bem circunscrever a noção de cluster é aspecto central na literatura, presente em diferentes definições que vêm contribuindo para a evolução do conceito, embora partindo de diferentes motivações teóricas. Seja por focarem a competitividade das firmas e regiões (como destacam as novas teorias de crescimento e a chamada nova geografia econômica), seja por orientarem-se pela importância da inovação para o desenvolvimento (como defendem as formulações de matriz evolucionista), seja pela dimensão institucional mais recentemente introduzida na teoria econômica (sustentada pelo chamado novo institucionalismo), a ênfase no caráter sistêmico e no papel crucial da troca de informações entre as partes que compõem o sistema são fatores hoje obrigatórios para o entendimento do fenômeno. A literatura é obviamente extensa e variada, mas, inegavelmente, podemos afirmar que o conceito evoluiu de forma substancial ao incluir fatores sistêmicos. No entanto, a compreensão da importância destes últimos envolve considerações acerca das razões que levam as firmas a se aglomerarem, como demonstra a concepção de Steinle e Schiele (2002, p. 850-851). Para esses autores, clustering ocorre por diversas razões: _ porque um sistema de criação de valor se impõe desde o início do ciclo de vida de uma indústria; _ a taxa de mortalidade das firmas localizadas em um cluster são menores do que na firma isolada;
_ a proximidade tende a promover negócios interrelacionados, que, por sua vez, favorecem especialização e a formação de redes, que, finalmente, são importantes instrumentos de troca de informações necessárias para a elevação da eficiência objetivada pelas firmas. A conjunção entre especialização e eficiência, baixos custos de transação e diversidade, estimulam necessariamente divisão de trabalho, que constitui o manancial para a emergência do fenômeno. No entanto, como argumentam Steinle e Schiele, algumas indústrias não se aglomeram, o que leva a supor que existam condições de natureza do mercado e do processo produtivo de cada setor de atividade que favorecem ou bloqueiam a aglomeração e a associação de agentes econômicos em ambiente fortemente determinado pela concorrência própria das economias de mercado, conforme mostra a seção a seguir. Ante o exposto, se pode depreender que, até mesmo as teorias mais recentes, não incorporaram in totum, as características e especificidades da EBT´s, especialmente, das empresas egressas de incubadoras. È necessário desenvolver novos modelos e teorias para tal fim.
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