Tecelagem Vol.3

February 26, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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SÉRIE TÊXTIL

TECELAGEM VOLUME 3

 

SÉRIE TÊXTIL

TECELAGEM VOLUME 3

 

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA 󲀓 CNI Robson Braga de Andrade  Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA 󲀓 DIRET Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti  Diretor de Educação e Tecnologia Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL 󲀓 SENAI Robson Braga de Andrade  Presidente do Conselho Nacional

SÉRIE TÊXTIL

TECELAGEM VOLUME 3

SENAI – Departamento Nacional Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti  Diretor-Geral Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira Diretor Adjunto Gustavo Leal Sales Filho  Diretor de Operações

 

Lista de Ilustrações

© 2016. SENAI – Departamento Nacional © 2016. SENAI – SENAI CETIQT - Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil

Figura 1 - Cones de fio sob a luz ultravioleta da cabine de luz no laboratório ........................... ............ ............317  ..........317   Figura 2 - Revisadeira........................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................. ...........320  ...........320  Figura 3 - Fluxograma de classificação dos resíduos sólidos ..................................... ................................ ................................ .................... .... 328

A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI.

Figura 4 - Esquema de preparação à tecelagem ........................................... ................................ ................................ ................................ .......................331 .......331 Figura 5 - Resíduos da tecelagem plana para reutilização ..........................................................................332 Figura 6 - Simbologia para resíduos plásticos .............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ........................333 ........333 Figura 7 - Sinalização de piso ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ......................340 ......340

Esta publicação foi elaborada pela equipe do SENAI CETIQT, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

Figura 8 - Sinalização por placas ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ...............................342 ...............342 Figura 9 - Protetor auricular ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................. ........................343 .......343 Figura 10 - Classificação dos riscos em categorias ......................................... ................................ ................................ ................................ ....................343 ....343 Figura 11 - Organização do ambiente de produção industrial .............................. ................................ ................................ ........................344 ........344

SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP

Figura 12 - Sinalizadores de segurança ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ....................345 ..345 Figura 13 - Organização do espaço fabril ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ..............................347 ..............347 Figura 14 - Botão de emergência............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ..................349 349

SENAI CETIQT – Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil Coordenação de Educação a Distância – CEaD  

Figura 15 - Rota de fuga .............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................. .................3 350 50 Quadro 1 - C lassificação dos resíduos sólidos .............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ...................... ...... 330

FICHA CATALOGRÁFICA

Quadro 2 - Significado das cores na sinalização colorida ........................................... ................................ ................................ ...................... 339

 _____________________________________________________________________________

Quadro 3 - Principais características das sinalizações de segurança ............................... ................................ .......................... .......... 341

S491t Serviço Nacional de Aprendizage Aprendizagem m Industrial. Departamento Nacional. Tecelagem volume 3 / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil. Brasília : SENAI/DN, 2016. v.3 : il. (Série Têxtil). ISBN 9 788550 501765

1. Tecelagem. 2. Indústria têxtil. 3. Tecelagem - Testes. 4. Tecelagem – Resíduos sólidos. 5. Tecelagem – Segurança do trabalho. 6. Higiene do trabalho. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil. II. Título. III. Série. CDU: 677.024

 _____________________________________________________________________________ SENAI

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Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional

Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 33179001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br

 Tabela 1 - Códigos de de resíduos não perigosos .................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................. 329

 

Sumário 1 Introdução .............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ..........................15 ..........15 2 Estudos Básicos sobre Tecelagem Plana .............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ...................19 .19 2.1 Conceitos fundamentais da tecelagem........................... ............................... ................................ ................................ ................................ ......................20 ....20 2.2 Tecido Plano ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ...................21 .21 2.3 Processo de formação do tecido plano ............................... ................................ ................................ ................................. ................................ ...............2 21 1 2.3.1 O tear ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .............................22 .............22 2.4 Aplicações dos tecidos planos................ planos ................................ ................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ...............2 23 3 2.5 Principais característicasdos tecidos planos........................... ................................ ................................ ................................ ..........................24 ..........24 2.6 Análise comercial dos tecidos planos.......................................... ................................ ................................ ................................ ........................28 ........28 2.7 Identificação dos tecidos na indústria.................................... ................................ ................................ ................................ .............................28 .............28 2.8 Ligamentos dos tecidos planos e sua representação gráfica ......................... ................................ .............................29 .............29 3 Ligamentos Fundamentais e Derivados ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................4 41 1 3.1 Tafetá (ou tela) .............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................4 42 2 3.2 Sarja ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ....................42 ..42

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3.3 Cetim (ou raso) ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .............................45 .............45 3.4 Derivados do tafetá ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ......................48 ....48 3.4.1 Gorgurão .............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ........................48 ........48 3.4.2 Naté................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................5 51 1 3.4.3 Reps........................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ......................52 ....52 3.5 Derivados de Sarja .............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ........................54 ........54 3.5.1 Sarja quebrada................................ ................................. ................................. ................................ ................................ ................................ ..........................56 ..........56 3.5.2 Sarja entrelaçada............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ........................56 ........56 3.5.3 Sarja interrompida............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ......................56 ....56 3.5.4 Batávia.............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .............................58 .............58 3.5.5 Sarja diagonal................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .............................59 .............59 3.5.6 Reps diagonal................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .............................62 .............62 3.6 Derivados do Cetim ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ......................63 ....63 3.6.1 Cetinado simples (ou granité)......................................... ................................ ................................ ................................ ......................64 ....64 3.6.2 Cetinado sobre fundo ampliado sem ligamento ..................................... ................................ ......................65 ....65 3.6.3 Cetinado sobre fundo ampliado com ligamento .......................... ................................ ................................ ................6 66 6 3.6.4 Adamascado ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................6 67 7 3.7 Derivados diversos.............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ........................68 ........68 3.7.1 Gaufré ou ninho de abelha............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ......................68 ....68 3.7.2 Mock-leno ou falso leno ............................... ................................. ................................ ................................ ................................ ..........................69 ..........69 3.8 Jacquard  ............................... ................................ ................................ ................................. ................................. ................................ ............................... ............................... ...........................70 ...........70 3.9 Padrão de cores em tecidos planos ......................................... ................................ ................................ ................................ .............................70 .............70 3.10 Softwares específicos .............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................7 72 2

4 Ficha Técnica do Produto ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .............................75 .............75 4.1 Peça-piloto................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ......................76 ....76

 

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4.2 Análise da amostra de tecido.................................... ................................. ................................ ................................ ................................ ..............................77 .............77 4.3 Preenchime Preenchimento nto de uma ficha técnica............................................. ................................ ................................ ................................ ......................77 .....77 4.3.1 Comprimento do tecido acabado.................................... ................................ ................................ ................................ ...................77 ....77 4.3.2 Largura do tecido acabado ............................... ................................. ................................ ................................ ................................ ...................78 ....78 4.3.3Tipo de entrelaçamentoda amostra..................................... ................................ ................................ ..............................81 .............81 4.3.4 Porcentagem de contração do urdume e da trama ............................................. .........................81 ........81

5.5.2 Desenrolamento.............. Desenrolamento............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .......................207 ......207 5.5.3 Caixa de goma.............................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ............................209 ...........209 5.5.4 Zona de cozinhamento e estocagem de goma ................................. ................................ ..........................213 .........213 5.5.5 Zona de secagem............................................. ................................ ................................ ................................ ................................ .......................215 ......215 5.5.6 Métodos de secagem de fios engomados ...................... ................................ ................................ ...............................217 ..............217 5.5.7 Zona de separação ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .................218 ..218

4.3.5 Densidade dos fios no tecido.......................................... ................................ ................................ ................................ ......................83 .....83 4.3.6Título do urdume e da trama..................................... ................................ ................................ ................................ ............................91 ...........91 4.3.7 Peso por metro linear do urdume e da trama ..................................... ................................ ............................94 ...........94 4.3.8 Gramatura do tecido............................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ...................94 ....94 4.3.9 Torção................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ............................95 ...........95 4.4 Desenho representativo ............................... ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ............................96 ...........96 4.4.1 Desenho .............................. ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ .........................96 ........96 4.4.2 Plano de remeteção ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ..............................102 .............102 4.4.3 Tipo de remeteção.............................................. ................................. ................................ ................................ ................................ ..................111 ...111 4.4.4 Passamentopor pua no pente.................................. ................................ ................................ ................................ .........................116 ........116 4.4.5 Planode movimentaçãodos quadros.......................... ................................ ................................ ................................ ..................118 ...118 4.4.6 Fichacom dados para remeteção............................... ................................ ................................ ................................ ......................122 .....122 4.4.7 Orientaçõesna etapa de tecimento........................ ................................ ................................ ................................ .........................124 ........124 4.4.8 Orientações na etapa de determinação dos custos do tecido e controle do processo ............................... ................................ ................................ ................................. ................................. ................................. ............................... ........................126 ........126

5.5.8 Cabeceira (ou zona de enrolamento) .................................. ................................ ................................ ............................219 ...........219 5.5.9 Capacidade de produção.............................................. ................................ ................................ ................................ .......................221 ......221 5.5.10 Solução engomante ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ............................221 ...........221 5.6 Remeteção ................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .................229 ..229 5.6.1 Lamelas................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .......................231 ......231 5.6.2 Quadros de liços ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .......................231 ......231 5.6.3 Pente................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ............................232 ...........232 5.7 Engrupagem ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ...............................232 ..............232 5.7.1 Cavalete de engrupagem...................... ................................ ................................ ................................ ................................ ...............................232 ..............232 5.7.2 Carro transportador ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ...............................233 ..............233 5.7.3 Enodeira ................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ....................233 ...233

Referências............... Referências ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ .........................131 ........131 Minicurrículo da Autora .............................. ................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ................141 .141 Índice ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ..................143 ...143 5 Preparação à Tecelagem................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ...........................163 ..........163 5.1 Iniciando a produção na tecelagem................................. ................................. ................................ ................................ ................................ ................164 .164 5.1.1 Enrolamento.............................. ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ..............................165 .............165 5.2 Urdimento ................................ ................ ................ ................ ................ ................ ................ ................................. ............... ................. ............... ................. ............... ................. ............... ...168 ...168 5.2.1 Urdimento contínuo (ou direto) ...................... ................. ............... ................. ............... ................. ............... ................. ............... .172 .172     2     E     M     U     L     O     V

5.2.2 Urdimento seccional (ou indireto)................................. ................................ ................................ ................................ ..................176 ...176 5.2.3 Comparação entre urdimento contínuo e seccional ................................ ................................ ................183 .183 5.3 Urdideira................................ ................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ......................184 .....184 5.3.1 Gaiola ................................ ................................ ................................ ................................. ................................. ................................. ............................... ........................184 ........184 5.3.2 Componentesde uma gaiola............................................ ................................ ................................ ................................ ................192 .192 5.3.3 Pente encruz .............................. ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ..............................196 .............196 5.3.4 Pentecondensador (ou de distribuição).................................. ................................ ................................ ......................197 .....197 5.4 Engomagem.............................. ................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ................200 .200 5.4.1 Principaiscaracterísticas da engomagem.......................................... ................................ ...........................201 ..........201 5.4.2 Características e tipos de fios na engomagem ................................. ................................ ...........................203 ..........203 5.5 Engomadeira................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ..............................204 .............204 5.5.1 Gaiola (ou zona de desenrolamento) ................................ ................................ ................................ ..............................205 .............205

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6 Tecelagem ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .......................237 ......237 6.1 Breve histórico da tecelagem................ tecelagem ................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ...............................238 ..............238 6.2 Mecanismos de desenrolamento............................................ ................................ ................................ ................................ ............................238 ...........238 6.2.1 Desenroladores negativos................................. ................................ ................................ ................................ ................................ .................239 ..239 6.2.2 Desenroladores positivos................ positivos................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ....................239 ...239 6.2.3Desenroladores mecânicose eletrônicos....................................... ................................ ...............................240 ..............240 6.3 Abertura da cala............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ..........................240 .........240 6.3.1 Mecanismos formadores de cala..................................... ................................ ................................ ................................ .................241 ..241 6.4 Inserção da trama ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .......................253 ......253 6.5 Classificação dos teares............................................... ................................ ................................ ................................ ................................ ............................254 ...........254 6.5.1 Tear de lançadeira................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .................256 ..256 6.5.2 Tear de projétil ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ..........................257 .........257 6.5.3 Tear de pinças................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ..........................260 .........260 6.5.4 Tear jato de ar ................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ..........................264 .........264 6.5.5 Tear jato de água ................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ....................265 ...265 6.5.6 Teares de múltiplas calas............................................ ................................ ................................ ................................ ..........................266 .........266 6.6 Batida do pente (ou remate)............................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ....................266 ...266 6.6.1 Dispositivosda mesa batente............................................. ................................ ................................ ...............................267 ..............267 6.6.2 Sincronismona mesa batente.................................. ................................ ................................ ................................ ..........................268 .........268 6.7 Mecanismos de enrolamento ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ...............................269 ..............269 6.7.1 Enrolador direto ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .......................270 ......270 6.7.2 Enrolador indireto................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .................270 ..270 6.8 Elementos de máquina do tear.......................................... ................................ ................................ ................................ ................................ .................271 ..271 6.8.1 Carretel de urdume ................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ...............................271 ..............271 6.8.2 Regulador de densidade de urdume (pente) ............................................. ................................ .................272 ..272 6.8.3Sistema pré-alimentadorde trama ................................ ................................ ................................ ................................ .................273 ..273

 

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6.8.4 Apresentador de trama............................................. ................................. ................................ ................................ ...........................274 ..........274 6.8.5 Tempereir Tempereiro o .............................. ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ................274 .274 6.8.6 Sistema de parada do urdume (ou guarda-urdume) ................... ................................ ..............................276 .............276 6.8.7 Sistema de parada da trama (ou garfo para-tramas) ...................................... ...........................277 ..........277 6.9Classificação de qualidade .............................. ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ......................279 .....279 6.10 Principais defeitos em tecelagem.......................................... ................................. ................................ ................................ ...........................281 ..........281 6.10.1 Esgarçamento.............................. ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ .........................281 ........281 6.10.2Quebra no padrão de cor............................................... ................................. ................................ ................................ ..................282 ...282 6.10.3 Fio partido (ou arrebentado).............................. ................................ ................................ ................................ ..............................282 .............282 6.10.4 Pontas de fio .............................. ................................ .................................. ................................. ................................ ................................ ...........................282 ..........282 6.10.5 Ourela defeituosa ............................... ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ................282 .282 6.10.6 Furos................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ .........................282 ........282 6.10.7 Tecido sujo ............................... ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ..............................282 .............282 6.11 Cálculosde produçãode tecelagem......................................... ................................ ................................ ................................ ......................283 .....283 6.11.1 Consumo de trama ............................... ................................. ................................ ................................ ................................ ..............................284 .............284 Referências............... Referências ............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ .........................287 ........287 Minicurrículo dos Autores............................... ................................ ................................ .................................. ................................. ................................ ............................... ...........................297 ...........297 Í n ndice dice ............................... ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ............................... ................................. ................................. ..................299 ...299 7 Testes na Tecelagem ................................ ................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ .................313 31 3 7.1 Testes nos fios ............................... ................................ ................................ .................................. ................................. ................................ ............................... ...........................315 ...........315 7.2 Teste na urdideira ............................... ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ......................316 .....316 7.3 Testes na engomadeira .............................. ................................ ................................. ................................. ................................. ................................ ...........................317 ..........317 7.4 A inspecção e classificação dos defeitos em tecidos planos ................................. ................................ ....................318 ...318

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8 Gestão de Resíduos Sólidos na Tecelagem Tecelagem............... ............................... ................................. ................................ ................................ ................................ .........................327 ........327 8.1 A questão dos resíduos ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ .........................328 ........328 8.2 O que são estes resíduos?......................................... ................................. ................................. ................................. ................................ ...........................328 ..........328 8.3 Como estes resíduos são classificados?...................... ................................. ................................ ................................ ................................ ......................329 .....329 8.4 Destinação dos resíduos............................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ............................333 ...........333 8.5 Logística reversa dos resíduos......................................... ................................. ................................ ................................ ................................ ....................335 ...335 9 Higienee Segurançado Trabalhona Tecelagem................................. ................................ ................................ ................................ ............................339 ...........339 9.1 Conceitos básicos............................... ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ......................340 .....340 9.2 Ambiente fabril ................................ ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ .........................341 ........341 9.3 Segurança do trabalho em máquina e equipamentos (NR12) ........................................ .........................347 ........347 9.3.1 Fases de risco............................... ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ............................348 ...........348 9.3.2 Organização do espaço .............................. ................................. ................................ ................................ ................................ .........................349 ........349 9.3.3 Limpeza ............................... ................................ ................................ ................................. ................................ ................................ ................................ ......................349 .....349 9.4 Segurança do trabalho na tecelagem............................ ................................ ................................ ................................ ................................ ....................350 ...350 9.5 Equipamentos de proteção individual (EPI) e proteção coletiva (EPC) .................................352 ...........352

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Referências............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ..........................355 .........355 Minicurrículo dos Autores............................... ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .............................365 ............365 Índice ................................. ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ ................................ .................367 ..367

 

Testes na Tecelagem

7

O técnico têxtil atuará no planejamento, controle e operação dos processos produtivos do setor de tecelagem plana, para assegurar a boa qualidade do produto acabado. Para isso, ele precisará realizar testes de controle de qualidade, baseando-se em normas regulamentadoras de segurança do trabalho, produção sustentável e preservação ambiental. Esse profissional, também participará da avaliação de custos, do suporte às atividades de gestão comercial e de pessoas.   Em cada etapa de produção da cadeia têxtil existem testes (ou ensaios) para analisar as

matérias primas e os demais insumos necessários para cada maquinário, bem como o tipo de produto a ser produzido. Os testes têm o objetivo de averiguar a conformidade da qualidade, ao longo da linha de produção, fundamentando a tomada de ações corretivas e preventivas. Por meio de testes práticos e laboratoriais específicos, podemos avaliar, por exemplo, se os lotes de fios que estão sendo adquiridos, atendem às exigências das máquinas que compõem a linha de produção, tanto dos produtos intermediários e finais quanto dos clientes internos e externos da tecelagem. Neste capítulo, apresentaremos alguns testes direcionados ao processo da tecelagem plana, desde a recepção da matéria prima (fios) até a sua transformação em tecido desenvolvida por intermédio da urdição, da engomagem e do tecimento.

7.1 TESTES NOS FIOS Assim como na fiação, o controle dos insumos para a tecelagem começa com os testes para a matéria-prima. Essa ação está ligada aos índices de controle da produção, tais como a qualidade e os custos. No início da produção, ou seja, na recepção dos fios, deve-se fazer a conferência dos lotes, com o romaneio encaminhado pelo fornecedor. Após a verificação dos parâmetros, é fundamental que eles sejam armazenados adequadamente em depósito, sem risco de danos aos fios e suas embalagens. Tal armazenagem pode seguir um plano de condicionamento,com condicionamento,com a seguinte possibilidade de realização:

 

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TECELAGEM - VOLUME 3

7 TESTES PARA TECELAGEM PLANA

315

• em uma sala com condição climática controlada em termos de temperatura, umidade relativa e absoluta do ar, ou; • por meio de equipamentos apropriados para condicionar os fios por vaporização.

FIQUE ALERTA

Em alguns casos, a sala de condicionamento pode utilizar água fria sem pressão. Uma outra forma de condicionar os lotes acontece por meio de câmaras de umidificação que trabalham com vapor de ar quente sob pressão.

 FIQUE ALERTA

Os referenciais, para os ambientes de condicionamento e testes, devem seguir as normas técnicas da ABNT NBR ISO 139/2008: têxteis – atmosferas-padrão, para condicionamento e ensaio. Para informações relativas ao condicionamento das amostras no ambiente laboratorial, consulta-se a norma técnica ASTM D1776-08: padrão para condicionamento e ensaio têxteis.

   a     j    n    a     B    o     l    e    c    r    a     M

Figura 1 - Cones de fio sob a luz ultravioleta da cabine de luz no laboratório

As características físicas dos fios impactam diretamente no controle da produção na tecelagem. Por O processo de condicionamento dos lotes de fios visa estabilizar a sua umidade em relação à condição climática da linha de processo. Assim, as fibras que compõem o fio é que vão determinar o tempo necessário para desembalar as bobinas ou cones dos sacos plásticos, antes de ser processadas pelas máquinas.

isso, são aplicados diversos testes para aferir se os fios têm condições de atender aos processos de urdição, de engomagem e de tecimento. Um dos testes aplicados é o de irregularidade de massa (regularímetro). Este, avalia a distribuição da massa de fibras no fio, pois essa distribuição pode causar efeitos visuais, tais como anéis ou barras, no tecido (plano ou malha), em função do fio ser apresentado mais grosso ou mais fino. Por isso, é importante

SAIBA MAIS

Para um controle contínuo das condições climáticas dos ambientes produtivos e laboratoriais, faz-se necessária a utilização de aparelhos, tais como o termo higrômetro e o psicrômetro portátil. No site do INMETRO, você poderá encontrar a lista de laboratórios acreditados.

realizar os testes de titulação e de aparência do fio (seriplano), a fim de se detectar esses defeitos.

 SAIBA MAIS

Para mais têxteis informações sobre o teste de titulação fios, consulte a ABNT NBR 13214/1994: materiais – determinação do título de fiosde – método de ensaio e a ABNT NBR 8427/2015: emprego do sistema tex para expressar títulos têxteis – procedimento.

Um dos testes realizados no lote de fios é o de tonalidade da cor. Trata-se de um teste, por meio do qual, através da luz ultravioleta (UV)1, são analisados cones ou bobinas para verificar se há diferença de tonalidade no fio. Geralmente, é realizado realizado em uma cabine de luz ultravioleta (UV), instalada em local apropriado, seguindo as recomendações dos seus fabricantes. A avaliação da cor pode ser realizada no final do processo de fiação ou na recepção do lote de fios, pela tecelagem. Porém, em algumas empresas também é comum fazer o teste de tonalidade de cor através de luz ultravioleta, no processo de urdição, passando a luz ultravioleta próxima aos fios na gaiola da urdideira.

O Outro teste importante refere-se à pilosidade dos fios na tecelagem. Os fios de alta pilosidade impactam no efeito visual do tecido e comprometem a performance dos teares, principalmente, dos que formam pequena abertura de cala, tais como os teares que possuem inserção do fio de trama por jato de ar. A torção do fio, ou seja, o número de voltas que o fio possui em torno do seu próprio eixo por determinada unidade de comprimento, está diretamente relacionada à função do tipo do tecido produzido. E o aparelho utilizado para determinar o número de torções, nos fios singelos e retorcidos, é denominado de torcímetro (ou torciômetro). As normas técnicas indicadas para cada método de ensaio laboratorial de torção são descritas a seguir: a)

bobinas/cones, sendo responsável pelo controle e teste de mistura de tonalidades. tonalidades. 1 Equipamento utilizado na inspeção das bobinas/cones,

Contagem direta: normalizada pela ISO 2061 – 2010: Textiles -- Determinat ion of twist in yarns -- Di-

rect counting method (determinação da torção em fios – método de contagem direta).

 

316

b)

TECELAGEM - VOLUME 3

7 TESTES PARA TECELAGEM PLANA

317

7.3 TESTES NA ENGOMADEIRA

Destorção-r etorção: normalizada pela ASTM D1422/D1422M – 2013: Standard Test Method for Twist

in Single Spun Yarns by the Untwist-Retwist Method (teste padrão de torção de fios singelos pelo método). c)

Destorção-retorção/ Destorção-retorção/ Destorção-retorção Destorção-retorção com dupla contrap contraprova: rova: normalizad normalizada a pela NFG 07 079 –

2011: Textiles - Testing Threads - Determining The Twisting Of Threads By Untwisting/Retwisting With A Double Re-Test (Têxteis – determinação de torção dos fios pelo método de destorção-retorção com dupla contraprova).

As engomadeiras possuem a finalidade de reunir as camadas dos fios contidos nos rolos de urdume, tornando-os (ou “tornando esses fios”) mais resistentes e flexíveis, além de deixar a pilosidade contida ao longo do corpo de cada fio, por meio da goma. Assim, para contribuir com o processo de engomagem, alguns testes para o controle da qualidade são necessários. Esses testes são realizados quando determinamos: namos:

 Em relação à resistência e ao alongamento do fio, tais características são fundamentais para que o fio consiga ser processado na urdição, na engomagem e no tecimento. As normas técnicas indicadas para cada método de ensaio laboratorial, de resistência e de alongamento do fio, são descritas a seguir: a)

Resistênc Resistência ia e alongamento do fio a rotur rotura: a: é normalizada pela ISO 2 2062/200 062/2009: 9: Textiles -- Yarn Yarnss from

packages -- Determination of single-end breaking force and elongation at break using constant rate of ex-

Teste

Descrição

Instrumento

Concentração de sólidos ati-

Relacionada ao número de fios por unidade de compri-

Refratômetro

vos na goma, em percentual

mento e dos títulos dos fios que estão em processo.

Carga de goma aderida aos

Define a relação entre a massa do corpo de prova, retira-

fios, em percentual

do da amostra da camada de fios com a goma seca e da camada dos fios crus, que equivale a 100%. O teste para

tension (CRE) tester (têxteis – fios de embalagens – determinação da força de rotura de ponta única e alon-

determinar a quantidade de goma contida nos fios, após

gamento, usando o teste da taxa constante de extensão (CRE)) e pela ASTM D2256 – 2010/2015: Thread and Yarn Tensile Strength Test (teste padrão para propriedades de tração de fios, pelo método da cadeia simples).

passar pela caixa de goma em função da massa de fios, pode ser calculado por meio do pick-up de goma. Viscos Viscosida idade de da gom goma a

Define Define otempo marc arcado adodo escoam oament ento o da da goma,por

b) Determinação da carga de rotura do fio em meadas (lo (longo ngo termo): normalizada pela norma ASTM ASTM D1578 – 1993/2011: Standard Test Method for Breaking Strength of Yarn in Skein Form (teste padrão para

um cronômetro e em segundos. As or ientações sobre

resistência a rotura do fio em meadas)..

fornecedores dos componentes e auxiliares químicos de

Viscosímetro, pelo método do copo Zahn

este procedimento, em geral, são recomendadas pelos

formulação da goma, dos fabricantes das engomadeiras e acessórios.

7.2 TESTE NA URDIDEIRA

Dureza dos rolos de fios en-

 Trat  Trata-se a-sede umtest teste e emque se se observa ograuda re relala-

gomados (rolos de teares),

ção entre a dureza do rolo e a tensão aplicada nos fios.

O acompanhamento da umidade, nos fios que compõem os rolos de urdume, em conjunto com a con-

Durômetro-

Assim, dada pela relação em que, quanto maior a dureza

dição climática ambiental, é importante para as urdideiras, pois processam um grande número de fios em alta velocidade. Isso exige dos fios um alto desempenho, o qual está diretamente relacionado aos valores

do rolo, maior a tensão aplicada nos fios. Assim, dada

de variação das suas propriedades físicas, tais como resistência e à rotura.

maior a tensão aplicada nos fios, é possível reduzir as

pela relação em que, quanto maior a dureza do rolo,

suas características de alongamento à rotura e aumentar

Além deste cuidado, é necessário ter o controle sobre as tensões em que os fios são enrolados, neste

o número de ruptura nos fios.

processo, a fim de não impactar nos índices de rupturas dos fios e na dureza do rolo de urdume. Para os testes de tensão e de dureza, é necessário ter instrumentos como o tensiômetro, para fios individuais ou de camadas de fios, e o durômetro, para materiais têxteis.  FIQUE ALERTA  SAIBA MAIS

O tensiômetro é um instrumento que permite determinar os valores de tensão; e o durômetro é um instrumento que permite determinar a dureza superficial do rolo de fios.

As composições das gomas estão em função dos tipos de fibras que compõem os fios, das características do tipo de fiação que produziu os fios, das propriedades físicas dos fios (tais como título, diâmetro e torção), do comportamento dos fios engomados nos processos de tecelagem e desengomagem, de produtos menos poluentes e da relação custo-benefício, entre outros fatores.

 

318

TECELAGEM - VOLUME 3

7 TESTES PARA TECELAGEM PLANA

7.4 A INSPEÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS DEFEITOS EM TECIDOS PLANOS Dentre os principais controles de qualidade, na tecelagem plana, destacam-se o acompanhamento da formação da superfície e a finalização do tecido no tear, ambos realizados no setor de inspeção e de classificação. É muito importante, para a produção, que a detecção do defeito e de sua causa seja realizada em menor tempo possível, para evitar que o planejamento e o controle da produção sejam impactados negativamente. A inspeção e a classificação dos tecidos podem ocorrer em todos os rolos de tecido ou em rolos escolhidos por amostragem. Isso vai depender do plano de avaliação do controle de qualidade de cada empresa.

 SAIBA MAIS

Para a coleta de amostras de tecidos, recomenda-se o uso das seguintes normas da ABNT: NBR 5429/1998 e NBR 5430/1989 (para planos de amostragem e procedimentos na inspeção por variáveis), NBR 5426/1989 e NBR 5427/1989 (para planos de amostragem e procedimentos na inspeção por atributos).

O processo de inspeção, no tecido pronto, é também conhecido como revisão, sendo realizado com o apoio de uma revisadeira. Nesta fase, além de observar se há defeitos na superfície do tecido, o revisor afere a largura deste e a sua metragem.

319

Existem dois métodos de inspeção e classificação de defeitos, nos tecidos planos. Um pode ser realizado por pessoas treinadas (visão humana) e, outro, por sistemas de rastreabilidade computadorizados (visão eletrônica), que possuem memorizados os defeitos e os seus índices de qualificação e classificação. O método é padronizado pela norma técnica da ABNT NBR 13484/2004: tecidos planos – método de classificação baseado na inspeção por pontuação de defeitos, utilizada com a ABNT NBR 13378/2006: tecidos planos – defeitos – terminologia. A fim de que você possa se aprofundar neste tema, listamos, a seguir, algumas das normas técnicas, que podem ser aplicadas em testes para uma tecelagem plana:

Testes

Norma

1

Det Determ ermina inação ção d daa gramat gramatura ura d dee tecidos d os e a sua sua densi densid dade ade su-

ABNT NBR 10591/2008: materiais têxteis – determinação da

perficial: avalia a quantidade de massa em gramas por metro

gramatura de superfícies têxteis ou equivalente.

quadrado (g/m2) e a sua uniformidade ao longo da superfície

ASTM D3776M – 09a (2013): teste padrão para a massa por

do tecido. (a)

unidade de área (peso) de tecido ou equivalente.

2

Determinaçã Determinação o daespes espessura sura de tecido tecidos: s: avalia avaliaa distânc distância ia entre entre ISO 5084/1996: têxteis – determinação da espessura dos as superfícies superior e inferior do material têxtil e sua unifor-

tecidos e produtos têxteis ou equivalente.

midade, ao longo da superfície do tecido, mensurada sob uma pressão específica. 3

Det Determ ermina inação ção d do o número número d dee fios em tteci ecido d o plaanos nos (de (densi nsidade d ade ABNT NBR 10588/2015: tecidos planos – determinação da em tecidos planos): avalia o número de fios de urdume e de

densidade de fios ou equivalente.

fios de trama (batidas) por unidade de comprimento, com o tecido sob tensão zero e livre de dobras e rugas. Normalmente, é expressa em fios por unidade de comprimento, fios/centímetro ou fios/polegada. 4

Ind Indica icação ção da da armaçã armação o dos tteci ecidos d os plan planos: os: aval avalia ia a ba base se da

ABNT NBR 12996/1993: materiais têxteis – determinação dos

armação do tecido, que é o menor número de fios de urdume e de trama necessário para formar o padrão de uma armação,

ligamentos fundamentais de tecidos planos – método de ensaio ou equivalente.

o desenho para a cartela, o plano de remeteção, o passamen-

ABNT NBR 12546/1991: materiais têxteis – ligamentos funda-

to dos fios de urdume no pente e o plano de cores para os

mentais de tecidos planos – terminologia ou equivalente.

tecidos planos.    a     j    n    a     B    o     l    e    c    r    a     M

Figura 2 - Revisadeira

 SAIBA MAIS

Para realizar as medições da largura e do comprimento dos tecidos, siga as normas da ABNT NBR 12005/1992 e ABNT NBR 10589/2006, e a norma internacional ASTM D 3774-96 .

5

Estima Estimação ção d do o títu título lo (dens (densida idade de lin near) ear) e da torç torção ão do doss fios

ABNT NBR 13216/1994: materiais têxteis – determinação do

retirados do tecido, utilizando pequenos corpos de prova de

título de fios em amostras de comprimento reduzido, que foi

amostras de comprimento reduzido: avalia corpos de prova

baseada na norma técnica ASTM D1059-01 teste padrão para

de cada sentido (trama e urdume), utilizando o aparelho de

o número fios com comprimento reduzidos – amostras de

laboratório denominado de torcímetro, para obter os compri-

comprimento ou equivalente.

mentos dos corpos de prova livres de ondulações provocadas

ISO 7211-5:2010: têxteis – tecidos planos – construção – mé-

pelo processo de tecimento (alongamento de tecimento), e a

todos de análise – parte 5: determinação da densidade linear

balança com escala apropriada. (b)

do fio removido do tecido ou equivalente.

 

320

6

TECELAGEM - VOLUME 3

7 TESTES PARA TECELAGEM PLANA

Es Esti tima maçã ção o datorç torção ão dos fi fios os ret retir irad ados os do te teci cido d o (c) (c)

7

ASTM ASTM D14 1422 22/D /D14 1422 22M M – 13: 13: ttes este te padr padrão ão p par ara a tor torçã ção o do doss fio fioss

13

Determinaç Determinação ão da rresis esistênc tência ia do tecid tecido o à abrasão: a avalia valia aresis-

tência à abrasão dos tecidos planos, por dois métodos de teste, resistência à abrasão de tecidos têxteis (método de flexão e

O co control ntrole e o te teste ste relativos relativosà determ determinaçã inação o docomprimen comprimento to

ISO 7211-3:2010: têxteis – tecidos planos – construção –

sendo um o método de flexão e abrasão, e, o outro, o método

abrasão) ou equivalente.

de ondulação (alongamento) de tecimento dos fios retirados

método de análise – parte 3: determinação do crimp do fio

do diafragma inflado (d).

ASTM D3886-99 (reapproved 2011): teste padrão para resis-

dos tecidos, utilizando o aparelho de laboratório denominado

do tecido ou equivalente.

tência à abrasão de tecidos têxteis (método do diafragma inflado) ou equivalente.

Determinaç Determinação ão d da a re resistê sistência ncia do ttecid ecido o pla plano no aorasgo: rasgo: av avalia alia a

ASTM D1424 – 09: teste padrão para força de rasgo dos

força média necessária para prolongar um rasgo, previamente

tecidos por queda – aparelho de pêndulo (Elmendorf) ou

iniciado no corpo de prova de cada sentido (urdume e trama),

equivalente.WW

14

15

num testador Elmendorf, que funciona à base de queda de pêndulo. 9

10

ASTM D3885-07a (reapproved 2011): teste padrão para

singelos pelo método de destorção retorção ou equivalente.

de Crimp Tester. 8

321

Determinaç Determinação ão da rresis esistênc tência ia do tecid tecido o à abrasão, pelo pelo método método ASTM D4966-12: teste padrão de resistência à abrasão de Martindale.

tecido têxteis (método Martindale) ou equivalente.

Determinaç Determinação ão da rresis esistênc tência ia do tecid tecido o ao pillling ing e àmodificamodifica-

B.S. 5811:1986: teste padrão para a determinação da resis-

ção da aparência do tecido: avalia a resistência do tecido à for-

tência ao pilling e à mudança de aparência dos tecidos ou

Resisstênc tência aorasgament rasgamento o detecidos dos planos lanos,, pe pelo lo método métododa

ASTM D2261 – 11: teste padrão para força de rasgo de

mação de pilling e à modificação da aparência das superfícies

equivalente.

língua (tira), utilizando um dinamômetro do tipo CRE (constant

tecidos através do método da língua (tira) utilizando um

do tecido. (e)

ASTM D3511-10: teste padrão para resistência ao pilling e ou-

rate of extension).

dinamômetro do tipo CRE (constant rate of extension) ou

tras mudanças de superfície relacionados aos tecidos têxteis:

equivalente.

teste da escova ou equivalente.

Determinaç Determinação ão darecuperaç recuperação dotecid do o pla ano no à formação formação d de e

AATCC Test Test Method 66-2014: recuperação rugas de tecidos:

ASTM D4970-10: teste padrão para resistência ao pilling e

dobras: avalia a capacidade do tecido de se recuperar, após

ângulo de recuperação ou equivalente.

de outras mudanças de superfície relacionados aos tecidos

deformações como rugas ou pregas (resiliência), no sentido

BS NE 22313 – 1992: tecidos têxteis – determinação da

têxteis: método Martindale ou equivalente.

dos fios de urdume e trama, utilizando o aparelho de labora-

recuperação de rugas de uma amostra horizontalmente

tório denominado de recuperador (Wrinkle recovery tester),

dobrada através da medição do ângulo de recuperação ou

Determinaç Determinação ão doarque arqueamen amento to e desvio da trama: trama:avaliia ao

ABNT NBR 13995/1997: materiais têxteis – determinação do

que é um disco transferidor graduado em 180 graus e seus

equivalente.

arqueamento e desvio do fio de trama, no tecido plano, isto é,

desvio de trama em tecidos planos ou equivalente.

acessórios.

ISO 2313:1972: têxteis – determinação da recuperação, a

o quanto o fio de trama se desvia em relação à perpendiculari-

ASTM D3882 – 08 (reapproved 2012): teste padrão para

partir de um espécime de vinco dobrado horizontalmente,

dade entre trama e urdume.

arqueamento e desvio do fio em tecidos planos ou de malha

16

através da medição do ângulo de recuperação ou equiva-

ouequivalente.

lente. Determinaç Determinação ão doesga esgarçam rçamento entode fios fios emtecidos dos planos planos,,

ABNT NBR 9925/2009: tecido plano – determinação do

Determinaç Determinação ão darecuperaç recuperação dotecid do o pla ano no a ao o amarrotaamarrota-

AATCC Test Test Method 128 – 2013: recuperação do amarrota-

usando uma costura padrão: avalia o deslizamento dos fios

esgarçamento esgarçament o em uma costura padrão ou equivalente.

mento pelo método visual: por meio do aparelho de laborató-

mento de tecidos: método aparência ou equivalente.

de trama sobre os fios de urdume ou vice-versa, usando uma

ASTM D1683-11: teste padrão para a falha da costura de

costura padrão. (f)

tecidos de vestuário ou equivalente.

17 11

rio Wrinkle tester, simula-se um amarrotamento semelhante àquele que ocorre com o uso do artigo (tecido), podendo-se 18

avaliar, antecipadamente, antecipadamente, o comportamento e o desempenho futuro das matérias-primas utilizadas em confecções. 12

Determinaç Determinação ão daperme permeabili abilidade dadedo tecido tecido ao ar: avalia a

ABNT NBR 13384/1995: determinação da tesistência ao es-

vasão de um fluxo de ar, que atravessa as faces do tecido

touro e do alongamento ao estouro – método do diafragma

Determinaç Determinação ão daresistência tência dotecid do o pla ano no à tração e ao

ABNT NBR 14727: materiais têxteis – determinação da

em teste. Quanto maior for o valor da vazão do fluxo de ar,

ouequivalente.

alongamento: avalia a resistência à tração e o alongamento

resistência à tração ao e alongamento, pelo ensaio Grab ou

menor ´será a permeabilidade do tecido. Em geral, esse teste é

ASTM D737-04: teste padrão para a determinação da perme-

dos tecidos planos, nos sentidos dos fios de urdume e de

equivalente.

realizado em tecidos com especificações exclusivas de perme-

abilidade ao ar dos tecidos ou equivalente.

trama, que é a carga máxima (força) necessária para fazer com

ASTM D5035 – 06: teste padrão de tração e alongamento dos

abilização ou filtragem, tais como tecidos para confecção de

que um corpo de prova se alongue até se romper. Esse teste é

tecidos têxteis (método de tira) ou equivalente.

paraquedas, guarda chuvas e velas de barcos.

realizado em dinamômetros de laboratórios apropriados.

 

322

19

TECELAGEM - VOLUME 3

7 TESTES PARA TECELAGEM PLANA

Determinação Determinaçãoda resistênc resistência ia aoestouro: estouro: cobre a determinação nação

ABNT NBR 13384/1995: determinação da resistência ao es-

da resistência ao estouro, por pressão hidráulica ou pneumáti-

touro e do alongamento ao estouro – método do diafragma

ca, nos tecidos planos.

ou equivalente. ASTM D3786 – 13: teste padrão de resistência ao estouro do tecido – método do diafragma ou equivalente.

20

21

Determinação Determinaçãoda resistênc resistência ia aopuxam puxamento ento dos fio fioss da supersuper-

ASTM D3939/D3939M – 13: teste padrão de resistência ao

fície dos tecidos planos. (g)

puxamento dos fios ou equivalente.

Determinação Determinaçãoda flamabilidade idade do tecido: tecido: avaliia a o poderde

ISO 15025:2000: vestuário de proteção – proteção contra o

resistência do tecido ao fogo repentino. (h)

calor e a chama – teste para a propagação de chama limitada ou equivalente. BS EN 1103:2005: têxteis – tecidos para vestuário – procedimento detalhado para determinar o comportamento ao fogo ou equivalente.

Fonte: SENAI/CETIQT (2016)

RECAPITULANDO

Neste capítulo, vimos a importância e a aplicação dos controles e testes na tecelagem plana. Estudamos os controles e testes básicos com foco em atingir bons índices de produção e de qualidade, além de reduzir os custos. Com essas informações, o técnico têxtil poderá gerenciar a qualidade do processo de tecimento, que se inicia na seleção dos lotes de fios para compra (matéria-prima), além de passar pelo consumo, atendendo aos requisitos da maquinaria dos produtos, produtos, bem como dos clientes internos e externos.

323

 

Gestão de Resíduos Sólidos na Tecelagem

8

Numa indústria têxtil, a área de tecelagem plana pode gerar uma grande quantidade de resíduos sólidos. Dependendo do tipo de fibra utilizada nos fios empregados para a fa fabricação bricação do tecido, passando pelo tipo de equipamento e de tecnologia utilizados, até os processos de controle de qualidade dos produtos gerados no setor, tudo isso pode influenciar na geração, maior ou menor, de diferentes resíduos industriais. Muitos desses resíduos poderão ser gerados de acordo com a origem dos fios e de sua qualidade em termos de torção, tração e resistência. Quanto mais resistentes forem os fios empregados, melhor será a qualidade dos produtos obtidos e menor a formação de resíduos. Outros tipos de resíduos podem surgir ao longo das diversas etapas de processamento do tecido plano, como as aparas de início e fim dos teares ou as aparas de ourelas. Alguns resíduos podem ser gerados na etapa de engomagem dos fios de urdume de algodão, outros durante a remeteção. Ainda existem resíduos externos não processuais, como os materiais oriundos de embalagens plásticas ou de papelão e tubos plásticos de PVC. Há aqueles que são gerados ao longo dos processos por desgaste dos materiais e equipamentos empregados, como suportes de fios quebrados, espulas, quadros e liços danificados. Mais uma vez, surge um dos problemas de ordem ambiental mais comuns na indústria têxtil: o que fazer com os resíduos gerados nas várias etapas dessa área? É nesse momento que o técnico têxtil, além de todo o conhecimento específico na sua área, deve demonstrar sua capacidade de solucionar as questões relacionadas aos impactos ambientais. Essa é uma excelente oportunidade que o técnico têxtil tem de explorar conhecimentos paralelos àqueles obtidos ao longo de seu aprendizado a prendizado têxtil, especificamente especificamente voltados para a área ambiental. Nesse momento ele poderá explorar conteúdos como: a) Aplicar normas e legislação ambiental e de segurança do trabalho focadas na redução desses impactos ambientais; b) Identificar os principais aspectos do processo de tecelagem plana que impactam no meio ambiente; c) Identificar possíveis fornecedores de matérias-primas, insumos, máquinas, equipamentos, instrumentos e softwares da área de tecelagem, que possibilitem reduzir os impactos ambientais dos resíduos gerados.

 

326

TECELAGEM - VOLUME 3

8 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA TECELAGEM

327

Neste capítulo são apresentados conceitos sobre os diferentes tipos de resíduos existentes, a importân-

No início da década de 1990, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou,

cia do reconhecimento de sua origem, sua classificação segundo as normas ambientais e suas possibilida-

no Diário Oficial da União (DOU), o Anexo III da Portaria nº 55, de 14 de fevereiro de 1990, a Norma de

des de destinação e reaproveitamento.

Identidade, Qualidade, Embalagem e Apresentação dos Subprodutos e Resíduos de Valor Econômico do Algodão. Esse documento definiu os parâmetros de atuação do técnico têxtil, n o que diz respeito às questões relativas ao meio ambiente. O objetivo da norma descrita nessa portaria é definir as características de

8.1 A QUESTÃO DOS RESÍDUOS

identificação, qualidade, embalagem e apresentação dos subprodutos e resíduos de valor econômico do

Se os tecidos produzidos forem fabricados, por exemplo, com fios de fibras naturais 100% algodão, aumen-

documento, relativos à tecelagem, estão descritos no quadro a seguir:

algodão, resultantes do processamento do algodão, inclusive da tecelagem. Alguns termos usados nesse ta consideravelmente a possibilidade de formação de fibrilas 19 ou pequeníssimas fibras curtas muito finas e leves. Logicamente, essas partículas muito finas serão formadas pela movimentação das máquinas e pelo atrito dos fios ao longo das peças desses equipamentos, ou seja, quanto melhor a tecnologia aplicada na fabri-

TERMO

S I G N I F I C A DO

cação dos tecidos, menor a produção dessas partículas, pois maior será a eficiência dos sistemas e processos.

Resíduos Resíduos de ttecelage ecelagem m

Retalhos Retalhos de ttecidos ecidos ou mistura com com rest restos os de fios. fios.

Porém, se os fios utilizados nos processos contiverem fibras sintéticas, como poliéster ou poliamida, a probabilidade de formar particulados aéreos na forma de fibrilas é praticamente nula. Logo, não haverá formação desse tipo de resíduo ao longo do processo de tecelagem. Outros resíduos poderão ocorrer, como

 Trapos  Trapos des desfiados fiados

Resto Restoss de tecidos tecidos rresulta esultantes ntes das das operações operaçõesindustriais. ais.

Va rr rre du du ra ra

Re sí sí du du os r es esu lt a an n te te sd op ro ro ce ce ss ss od et e ecc el el ag em em.

Quadro 1 - Terminologia utilizada para resíduos de algodão na tecelagem Fonte: Adaptado de Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (1990)

manchas de óleo utilizadas na lubrificação dos passadores. Existe ainda a possibilidade de os processos de tecelagem trabalharem com fios fabricados com misturas de fibras naturais e sintéticas. Nesses casos, a possibilidade de formar fibrilas dependerá dos percentuais de cada tipo de fibra na composição do fio.

8.3 COMO ESTES RESÍDUOS SÃO CLASSIFICADOS?

Na área de tecelagem plana a questão dos resíduos gerados pelos processos de fabricação de tecidos está diretamente ligada aos diferentes tipos de materiais empregados nos processos e às tecnologias dos

Sabendo que grande parte dos resíduos gerados nessa etapa do processo fabril têxtil são as aparas

equipamentos utilizados – nesse caso, os teares. De uma maneira g eral, para a maioria dos teares, o grande

de ourelas de tecidos fabricados com fibras de algodão, podemos classificá-los segundo sua origem, ba-

objetivo é alcançar o máximo aproveitamento dos fios de trama e urdume. Entretanto, devido às carac-

seados na norma da ABNT NBR 10004/2004: resíduos sólidos – classificação. Conforme essa norma, esses

terísticas dos próprios teares e do processo de fabricação, tanto as bordas frontais (início e fim do tecido)

resíduos serão classificados como resíduos não perigosos e não inertes (classe II-A), por serem de origem

quanto as bordas laterais – as ourelas (na largura do tecido) – devem ser cortadas ao longo do processo

natural e sofrerem alguma biodegradação.

de obtenção. Isso acaba gerando materiais têxteis residuais, as aparas das ourelas, que podem variar de

A classificação de qualquer resíduo sólido depende do reconhecimento da atividade que o gerou, sua

acordo com o tipo de fibra, a tecnologia de inserção da trama, a organização dos fios de urdume e a própria

composição, principais características e a verificação de seus principais constituintes nas listas disponíveis

armação têxtil prevista no processo de fabricação.

na própria norma. A segregação dos resíduos no local em que são gerados, assim como a identificação de sua fonte geradora, auxilia significativamente nessa classificação. Sua composição e características estão diretamente relacionadas com as matériasprimas e as atividades que lhe deram origem.

8.2 O QUE SÃO ESTES RESÍDUOS?

Essa classificação emprega um fluxograma que separa os resíduos em dois grupos principais: resíduos

Os resíduos gerados numa tecelagem plana são, basicamente, formados por materiais fibrosos. Se considerarmos uma tecelagem que fabrique tecidos planos 100% de algodão, podemos concluir que tantos os fios de trama quanto os fios de urdume utilizados são fabricados exclusivamente com fibras de algodão. Sendo essas fibras de origem natural, compostas basicamente por estruturas de celulose, os resíduos gerados durante os processos de fabricação dos tecidos também serão compostos majoritariamente por

perigosos e resíduos não perigosos. Os resíduos não perigosos ainda podem ser subdivididos em duas categorias: resíduos inertes e resíduos não inertes. Os resíduos classificados como perigosos são identificados como resíduos classe I, enquanto os resíduos não perigosos são denominados de resíduos classe II. Os resíduos não perigosos e não inertes são subclassificados como resíduos classe II-A; os inertes são identificados como classe II-B.

materiais com essas mesmas características.

19 Também são conhecidas na indústria têxtil como pilling como pilling..

   

328

TECELAGEM - VOLUME 3

8 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA TECELAGEM

Resíduo  CURIOSI DADES

Não O resíduo tem origem conhecida?

329

As lâmpadas fluorescentes quebradas ou gastas, assim como outros materiais residuais encontrados na área de tecelagem, apesar de não fazerem parte do processo industrial, são inerentes à infraestrutura necessária para o desenvolvimento das atividades na área da fábrica. Dessa forma, as lâmpadas fluorescentes podem ser consideradas materiais materiais residuais tóxicos devido à presença de metais pesados como o mercúrio (Hg) finamente divididos, empregados na geração da fluorescência que ilumina os ambientes.

Sim

Consta nos anexos A ou B?

Os resíduos considerados não perigosos podem ser definidos como nã o inertes (classe IIA), ou seja, não

Sim

se enquadram em nenhuma das outras duas classificações (perigosos, classe I ou inertes, classe II-B), apresentando características como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Os resídu-

Não

os não perigosos definidos como inertes (classe II-B) são aqueles que, quando devidamente amostrados, conforme a norma ABNT NBR 10007, e colocados em contato com água destilada ou deionizada20, à tem-

 Tem características de: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxidade ou patogenicidade?

Sim

peratura ambiente (norma ABNT NBR 10006), não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados

Resíduo perigoso classe I

em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Nesse caso, não são considerados aspectos como cor, turbidez, dureza e sabor na água. Na tabela abaixo encontram-se alguns resíduos dessa classe. Destacam-se os resíduos de papel e pa-

Não

pelão (A006) presentes na área de tecelagem nas embalagens de materiais e nos suportes de rolos de tecidos; resíduos de plástico polimerizado (A007), também empregado em embalagens de materiais e

Resíduo não perigoso classe II

acessórios dos equipamentos disponíveis na área de tecelagem; e, evidentemente, resíduos de materiais têxteis (A010), gerados pelos processos desenvolvidos no setor.

Possui constituintes que são solubilizados em concentrações superiores ao anexo G?

Não

Resíduo inerte classe II B

Sim    u

Resíduo não-inerte classe II A

   o    a     D    a    n    a     i    t    a     T

Figura 34 3 - Fluxograma de classificação dos resíduos sólidos Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2004)

CÓDI CÓDIGO GO

RESÍDUO RESÍ DUO

A001

Resíduo d ere st aurante

A004

Suc ata d de e me met ais ffe er ro rosos

A0 00 05

S uc uc at at ad em et et a aii sn ão ão fe fe rr rro so so s

A006

Resíduo d de e pa papel e p pa apel ão

A0 A00 07

Re ess íduo d uo de p lá sti stico co p oli olim eri eriz a ado do

A008

Resíduo de borracha

A009

Resíduo de madeira

A0 01 10

Re ess íd uo uo d de em ma at er er ia is tê tê xt xt ei ei s

A0 A01 11

Re ess íduo d uo de m inera n erais is não não m etá etáli licos c os

terísticas que, conforme suas propriedades físicas, químicas e biológicas, causam risco à saúde pública,

A016

Areia de fundição

provocando o aumento de doenças e até a morte da população e altos riscos ao meio ambiente, se o resí-

A024

Bagaço de cana

duo for manuseado de forma inadequada. Tais resíduos também podem apresentar outras características,

A099

Outros resíduos

Os resíduos identificados como perigosos (classe I) podem apresentar periculosidade, ou seja, carac-

como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Os resíduos perigosos também constam de listagens específicas, denominadas de Anexos A e B, disponíveis na própria norma

 Tabela 1 - Códigos de resíduos não perigosos Fonte: Adaptado de ABNT NBR 10004, anexo H

ABNT NBR 10004.

20 Pr ocessos de purificação da água comum potável, onde há a remoção de sais minerais ou íons solubilizados, respectivam ente.

     

330

TECELAGEM - VOLUME 3

8 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA TECELAGEM

331

Os resíduos gerados na área de tecelagem com fios de algodão podem ser classificados segundo a norma ABNT NBR 10004, observando as informações necessárias descritas anteriormente. Em geral, essa classificação abrangeria a maior parte dos resíduos identificados nessa área como resíduos não perigosos. Tais resíduos seriam gerados nas diferentes etapas do processamento de tecidos, desde a urdição 21, passando pela engomagem dos fios de urdume, até o produto final, o próprio tecido plano enrolado sobre suportes tubulares metálicos, plásticos ou de papelão rígido.

Essa análise do fluxograma pode ser realizada para todos os diferentes tipos de resíduos que surgem ao longo do processo na tecelagem. Entretanto, assim como se pode observar com retalhos de tecidos, outros materiais residuais, como embalagens plásticas ou de papel e papelão, podem ser considerados resíduos não perigosos, classificados como verificado na tabela 1, no anexo H da ABNT NBR 10004. Nesse caso, os tecidos são codificados como A010 (resíduo de materiais têxteis), as embalagens plásticas como A007 (resíduos de plástico polimerizado) e as embalagens de papel e papelão como A006.

Cada etapa pode gerar diferentes tipos de materiais residuais, mas basicamente todas apresentam retalhos, fios soltos ou fibrilas, exceto a etapa de engomagem. Especificamente nessa etapa surge um material residual que pode ser reaproveitado no próprio processo algumas vezes, até que perca suas características físico-químicas reológicas22 e seja descartado como resíduo pastoso ou semissólido.

Como já estudado, durante o processo de tecelagem podem ser obtidos dois produtos distintos: o tecido plano e o tecido de malha. As principais diferenças observadas estão relacionadas à estrutura e às geometrias específicas de cada produto, que se devem aos distintos processos produtivos, o que justifica a elevada resistência dos tecidos planos. A etapa de preparação da tecelagem ocorre antes de os fios serem processados no tear, passando por uma série de operações de preparação constituídas principalmente pelos processos de urdição e engomagem. Dessa forma, o rolo de urdume pode ser posicionado na parte posterior dos teares ou levado para o processo seguinte de preparação, a engomagem. A etapa de engomagem é um processo contínuo, cujo objetivo é o de engomar o fio de urdume, ou seja, torná-lo mais resistente com a adição de goma sob aquecimento (FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE MINAS GERAIS, 2014).

Como a origem das aparas de ourelas de tecido de algodão é conhecida, ou seja, são retalhos gerados ao longo do processo de tecelagem nos teares, é possível classificá-las de acordo com a norma da ABNT, empregando o fluxograma descrito. Acompanhando a norma é possível seguir as etapas do fluxograma enquanto se responde às perguntas e se seguem as indicações. CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUO EM TECELAGEM

ENTRADAS

Início: Resíduo (retalhos de aparas de ourelas de tecido plano 100% algodão). Pergunta: O resíduo tem origem conhecida?

Resposta: Sim.

Pergunta: Consta nos anexos A ou B?

Resposta: Não

Pergunta: Tem características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade?

concentrações superiores ao anexo G?

SAÍDAS

Urdição

Fios rompidos

Fio

Resposta: Não.

CONCLUSÃO: RESÍDUO NÃO PERIGOSO, CLASSE II. Pergunta: Possui constituintes que são solubilizados em

PROCESSO

Eletricidade

 

Fio urdido

Resposta: Não.

Água Engomagem

CONCLUSÃO FINAL: RESÍDUO INERTE, CLASSE II󰀭B. Quadro 2 - Classificação dos resíduos sólidos Fonte: SENAI/CETIQT (2016)

Químicos

Vapor

Observações: Os anexos A e B da norma ABNT NBR 10004 listam os resíduos ou substâncias consideradas perigosas, codificando-os com letras e números de acordo com informações específicas como origem conhecida: fontes não específicas e específicas, respectivamente. respectivamente. As características descritas de inflamabilidade inflamabilidade,, corrosividade, reatividade e patogenicidad patogenicidadee também são codificadas na norma, respectivamente por D001, D002, D003 e D004. A toxicidade é codificada na norma no anexo F, de D005 a D052. O anexo G contém os padrões para o ensaio de solubilização descrito na norma ABNT NBR 10006 e apresenta diversos parâmetros (substâncias químicas, metais, fármacos, inseticidas, etc.) e seus respectivos limites máximos verificados nos extratos da análise (em mg/L).

Resíduos de lavagem: efluentes têxteis Emissões atmosféricas

Fio engomado

Tecelagem

Aparas

Fio trama

Tecido plano

   u    o    a     D    a    n    a     i    t    a     T

4 - Esquema de preparação à tecelagem Figura 35 Fonte: Adaptado de Federação das Indústrias de Minas Gerais (2014)

8.4 DESTINAÇÃO DOS RESÍDUOS 21 Sistema de fios paralelos, individuais, de mesmo comprimento e mesma tensão, posicionados longitudinalmente, sendo esse sistema enrolado num eixo, conhecido como rolo de urdume. 22 Car acterísticas do material relativas a fluidez e viscosidade, conforme sua composição química.

Após classificar as aparas de ourelas como resíduos não inertes, pode-se pensar em algumas possibilidades de destinação desses resíduos, considerando que eles serão gerados num processo industrial

   

332

TECELAGEM - VOLUME 3

8 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA TECELAGEM

dentro de uma grande empresa têxtil e que, apesar da proposta de renovação das máquinas na área de tecelagem, ainda serão produzidos em grande quantidade. Se o volume gerado mensal for pequeno, pode-se destiná-los para um processo de reaproveitamento na forma de um novo produto, sem alterar as características físicas ou químicas dos materiais. Nesse sentido, as aparas poderiam ser agregadas (costuradas) e transformadas em estopas rústicas para utilização em limpeza de máquinas e equipamentos, pátios, veículos sujos com óleo, graxa, materiais gordurosos, etc., dentro da própria empresa. Após esse tipo de reutilização, a estopa deverá ser descartada como resíduo industrial contaminado com a substância removida, de forma adequada em aterros industriais ou sistemas de incineração.

333

densidade (PEBD), cujas características de transparência, obtenção de filmes impermeáveis e razoável resistência são adequadas para a referida aplicação. É importante ressaltar que, para o processo de reciclagem desses materiais oriundos das áreas de tecelagem, é fundamental que eles possam ser segregados a partir de um processo de coleta seletiva. Isso pode ocorrer na própria empresa, com a separação dos principais tipos de materiais residuais gerados (plásticos, papéis, etc.) ou pode ocorrer na empresa recicladora, que deverá separar os diferentes tipos de plásticos conforme os tipos de polímeros, normalmente identificados nas embalagens por números de 1 a 7 ou por letras. Caso o material não disponha dessas informações, deve-se verifica-las com o fornecedor, que deverá informar o tipo de polímero utilizado na f abricação daquele material plástico.

1

2

3

PET

PEAD

PVC

4

5

6

PEBD

PP

PS

7 Outros

   m     i     k    y     l     l    o     G     /     k    c    o    t    s     I

Figura536 - Resíduos da tecelagem plana para reutilização

No caso de esses processos gerarem um grande volume de resíduos de aparas dos teares, pode-se pensar na opção de destinar esses resíduos para um processo de reciclagem. Dessa vez, os resíduos não seriam mais aproveitados na própria empresa, mas sim numa outra atividade, já que seriam transformadas físico ou quimicamente, de forma a sofrerem modificações estruturais. Esses resíduos seriam triturados, esgarçados, desfiados e reduzidos a pequenos retalhos ou fios ou até mesmo a fibras. Eles poderiam sofrer processos químicos de limpeza e ser transformados em estopas para aplicações diversas, como limpeza de máquinas e equipamentos, utensílios diversos, móveis, superfícies metálicas, etc. Os demais resíduos que são gerados nessa etapa, como o plástico de embalagens, papel e papelão de embalagens e resíduos de varreduras, em geral também são descartados como resíduo comum e coletados pelos órgãos públicos para os aterros sanitários. O material plástico de embalagens pode ser reciclado, desde que se consiga identificar o tipo de material polimérico utilizado na sua obtenção. Essas embalagens plásticas, em geral, são fabricadas com polímeros de polietileno de alta densidade (PEAD) ou de baixa

1. Poli (tereftalato de etileno) 2. Polietileno de alta densidade 3. Poli (cloreto de vinila) 4. Polietileno de baixa densidade 5. Polipropileno 6. Poliestireno 7. Outros

   n    o    e     L     i    v    a     D

Figura 637 - Simbologia para resíduos plásticos Fonte: Adaptado de Tavares e Affonso (2015)

8.5 LOGÍSTICA REVERSA DOS RESÍDUOS Com a premente necessidade em regulamentar a questão dos resíduos sólidos no país foi instituída a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), por meio da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, cujo objetivo principal era facilitar o gerenciamento dos resíduos sólidos em todos os segmentos da sociedade brasileira. Essa lei aponta os avanços no gerenciamento dos resíduos sólidos e tem o intuito de traçar ações estratégicas que viabilizem processos capazes de agregar valor aos resíduos, aumentando a competitividade dos setores produtivos. Conforme os parâmetros definidos pela lei, valorizam-se tecnologias que fortalecem o uso adequado de novas alternativas para a indústria e a distinção dos resíduos sólidos como materiais reutilizáveis e recicláveis. Segundo a PNRS, todos os resíduos gerados por atividades industriais, assim como bens materiais duráveis que porventura sejam descartados como resíduos sólidos, devem ser devidamente destinados pelos

 

334

TECELAGEM - VOLUME 3

8 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NA TECELAGEM

335

seus geradores ou retornados aos seus fabricantes (logística reversa). Dessa forma, é importante lembrar

Por mês são desfibrados aproximadamente 1.100.000 kg de resíduos têxteis. Para tanto, a empresa

que toda empresa têxtil deve estar ciente e consciente de sua responsabilidade com o meio ambiente e

possui um galpão de coleta no bairro do Brás, na capital paulista, um dos principais polos de con-

estabelecer corretamente os procedimentos que permitam a destinação dos resíduos gerados ao longo de

fecção de jeans do país, além de comprar retalhos de cidades do interior de São P aulo e de polos de

seu processo produtivo.

confecção do sul de Minas Gerais. Seus produtos são destinados principalmente ao setor automobi-

Segundo a norma NBR ABNT 10004, a classificação dos resíduos sólidos engloba a identificação da atividade que lhes deu origem, suas características e principais constituintes e a comparação desses constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente já seja conhecido. Ainda conforme essa norma, a separação dos resíduos no momento da sua geração e a identificação de sua origem é fundamental para sua classificação, em que a descrição de matérias-primas e insumos e do processo no qual o resíduo foi gerado devem ser claramente descritos. A identificação de seus constituin-

lístico, que utiliza o desfibrado para a fa bricação de mantas de isolamento acústico. Originalmente, essas mantas de isolamento acústico empregavam materiais sintéticos novos, geralmente poliméricos, espumas ou borrachas, que se degradavam rapidamente com as altas temperaturas do motor, além de ser facilmente inflamáveis. A substituição pelo material desfibrado têxtil, além de garantir uma destinação adequada aos resíduos, retirando-os de aterros ou lixões, ainda aumenta seu ciclo de vida, estendendo sua utilização em outras áreas produtivas.

tes que servirão na caracterização do resíduo deve estar em conformidade com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe deu origem. Segundo Pinheiro (2015 apud  LACERDA, 2002), “o foco de atuação da Logística Reversa (LR) envolve a reintrodução dos produtos ou materiais à cadeia de valor por meio do ciclo produtivo ou de neg ócios”. Há um crescimento na visibilidade da ferramenta de LR pelo mercado, devido ao aumento das questões

RECAPITULANDO

ambientais, à possibilidade de redução de custos e ao aumento das pressões legais. A PNRS define a logística reversa como um instrumento para a valorização dos resíduos, de forma que os materiais como os resíduos têxteis sejam reaproveitados e tenham seu ciclo de vida otimizado (BRASIL, 2010).

Neste capítulo, observamos as características dos principais resíduos gerados no processo de fabricação de tecidos planos, a partir de fios constituídos de fibras de origem natural, como algodão, ou

Assim, ações que valorizem as aparas e sobras de tecidos são importantes para atender a essa legisla-

fibras de origem sintética, como poliéster. Verificamos os diferentes tipos de resíduos que podem

ção. Entretanto, para que ocorra a valorização dos resíduos é necessário que as empresas controlem seus

ser gerados em cada etapa do processo produtivo na tecelagem, ou seja, urdimento, engomagem

resíduos (PINHEIRO, 2015).

e tecimento. De cada etapa especificamente, foram destacados os resíduos mais significativos,

Conforme a PNRS em Brasil (2010), a LR preconiza que haja uma maior valorização de produtos de pós-ven-

passíveis de sofrer algum processo de reaproveitamento: reciclagem ou reutilização.

da ou pós-consumo, além dos resíduos industriais gerados durante o processo de fabricação. Alguns desses

Além disso, estudamos a possibilidade de aplicação da legislação vigente, que trata do reaprovei-

resíduos podem receber um tratamento e ser reaproveitados dentro do próprio processo industrial, enquanto

tamento desses resíduos têxteis dentro do conceito da LR, descrita pela recente PNRS, ainda em

outros seriam comercializados, trocados ou doados para ser utilizados nos processos de outras indústrias e, só

processo de implantação na maioria das empresas brasileiras, inclusive as de tecelagem.

então, aquilo que não puder ser reaproveitado seria destinado aos aterros.

CASOS E RELATOS

Reciclando fibras

Como exemplo positivo de destinação correta de resíduos têxteis, pode-se destacar a iniciativa da empresa JF Fibras, situada na cidade de Suzano e considerada uma das empresas com maior capacidade para beneficiar resíduos têxteis no estado de São Paulo, sendo sua principal matéria-prima o denim, tecido utilizado na fabricação do  jeans,   jeans, e em menor escala resíduos de malha e tecidos de composição sintética.

 

Higiene,Trabalho saúde e na Segurança do Tecelagem

9

O ambiente industrial é composto por diversos tipos de maquinários e equipamentos de alta produção, que expõem os trabalhadores a riscos durante a sua jornada de trabalho. Em uma tecelagem, os teares, rolos de urdume, engomadeiras, entre outros equipamentos, reproduzem os riscos desse tipo de ambiente. Por exemplo, o trabalhador fica exposto a ruídos r uídos e vibrações excessivas criadas pelo tear e ao calor emanado pelas engomadeiras. Ele também sofre com fadiga causada pela rotina de avaliar e conferir as estruturas têxteis produzidas e pela revisão do tecido e controle da qualidade do produto por meio de ensaios nos laboratórios.

Para criar um ambiente saudável e seguro para cada trabalhador, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) tem a responsabilidade de zelar por cada profissional, por meio de ações e planos preventivos, corretivos, educacionais e de higiene. Além disso, deve orientar cada trabalhador em relação a sua conduta e postura no ambiente fabril, com o objetivo de reduzir os riscos e acidentes no trabalho. Neste capítulo serão tratados os principais conceitos para uma organização do ambiente fabril compatível com as normas regulamentadoras do trabalho, destacando as especificidades de uma tecelagem.

 

338

TECELAGEM - VOLUME 3

9.1 CONCEITOS BÁSICOS

9 HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO NA TECELAGEM

339

9.2 AMBIENTE FABRIL

As normas de higiene e segurança do trabalho estão presentes no cotidiano da indústria têxtil, e é por meio dessas normas e da Cipa, legalmente instituída pelo MTE, que as indústrias conseguem construir,

Em qualquer indústria, inclusive na têxtil, em função de características próprias de algumas ocupações ou do ambiente em que o trabalhador exerce sua função, existe o risco de acidentes e de exposição do

manter e assegurar um ambiente de trabalho adequado para cada função ocupacional. Historicamente, os estudos voltados para o bem-estar dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho evitaram que uma boa parte da população mundial ficasse doente ou mutilada em função da falta de ações preventivas. A adoção de medidas baseadas nessas pesquisas trouxe para as empresas elementos que garantem uma boa produtividade paralela ao compromisso com qualidade de vida dos funcionários.

corpo humano a fatores físicos, biológicos, ergonômicos ou químicos que podem causar danos à saúde e à integridade física do trabalhador.

Dessa forma, a ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) impactam diretamente no potencial de produção de cada profissional, sobretudo na indústria têxtil. Adiante trataremos como esses equipamentos se aplicam na indústria têxtil, especificamente na tecelagem.

A sinalização é muito utilizada nas indústrias têxteis como recurso para comunicar, por meio de sinais, determinadas situações que devem ser entendidas por todos os trabalhadores, isto é, pessoas em seu ambiente de trabalho. O sistema de sinalização é composto por um conjunto de sinais e texto sobre um suporte ou pintura de superfícies e, portanto, se baseia em três fatores – a cor, o formato e o pictograma24 –, explicados a seguir. Essa sinalização, como já observado, segue exigências determinadas pelas normas e legislações específicas (EURISKO, 2008; PEIXOTO, 2013). As cores dos sinais têm um significado próprio de acordo com a informação que pretendem transmitir.

 SAIBA MAIS

Visando a preservar o bem-estar de cada trabalhador em sua ocupação profissional, o MTE desenvolve e publica em sua página virtual documentos normativos que orientam cada empresa em relação à prática de higiene e segurança de trabalho.

CO R

SIGNIFICADO OU FINALIDADE

INDICAÇÕES E PRECISÕES Situações de alta periculosidade; dis-

Vermelha

Sinal de proibição e indicador de perigo ou alarme e de positivos de emergência ou evacuação; materiais e equipamentos de combate a incêndios.

indicação de localização de determinado

Amarelo ou laranja

Sinal de aviso.

Indicação de atenção e precaução.

Azul

Sinal de obrigação.

material ou equipamento.

Uma empresa pode orientar e disseminar práticas preventivas utilizando-se das normas regulamentadoras (NR) desenvolvidas e publicadas pelo MTE em sua página virtual. Os membros da Cipa (NR05 – Cipa) e do PCMSO (NR07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO) e o técnico em segurança do trabalho conjuntamente garantem a aplicação dessas normas relativas a segurança e medicina do trabalho. Ainda sobre as NR, classificam-se como objeto de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Verde

É utilizado como sinal de salvamento ou de socorro ou quando existe uma situação de segurança.

Comportamentos ou ações específicas, como a de usar um EPI. Indica o regresso à normalidade.

Quadro 5 - Significado das cores na sinalização colorida Fonte: Adaptado de Eurisko (2008)

Fazer o controle e o acompanhamento médico ocupacional de cada colaborador da tecelagem é necessário para realizarmos ações de prevenção para a saúde, higiene e segurança do trabalho, pois por meio dos exames periódicos é possível detectar se há alguma epidemia entre os empregados ou possíveis doenças ocupacionais23 como estresse, dores musculares, vista cansada, pressão alta, etc. Pelo diagnóstico médico é possível fazer um estudo para descobrir a fonte das causas das doenças no ambiente de trabalho. Todos esses indícios devem ser tratados pelo setor médico, e a Cipa e o profissional de segurança do trabalho devem ser investigados para descobrir a sua origem. Após a descoberta das causas é de responsabilidade dessa equipe desenvolver um plano de correção e assistência para todos os empregados. Além disso, por meio desses registros, deve também elaborar ações preventivas como a adequação de EPI e EPC se houver necessidade, ginásticas laborais, atividades recreativas, etc.

23 Aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada profissão ou função, ou seja, está diretamente ligada à profissão do trabalhador.

É fundamental que a empresa se certifique de que todos os trabalhadores compreendem o significado da sinalização, e ela também é obrigada a indicar, de modo visível, os sinais existentes, obedecendo as dimensões adequadas, para que, em função da distância, eles possam ser devidamente observados. A figura a seguir exemplifica a forma como os sinais devem ser dimensionados para a sua correta visualização, de acordo com a distância a que são observados.

24 Representações de objetos e conceitos traduzidos de forma gráfica e extremamente simplificada, simplificada, mas sem perder o significado essencial do que se está representando.

   

340

TECELAGEM - VOLUME 3

9 HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO NA TECELAGEM

341

Salvamento/Emergência a) Forma retangular ou quadrada; b) Pictograma branco ou amarelo sobre    u    o    a     D    a    n    a     i    t    a     T

148 x 148 mm 6,62 m 210 x 210 mm

menos 50% da superfície da placa).

saídas de emergência ou a meios de salvamento e socorro.

594 x 594 mm

Combate a incêndios

26,56 m

9,39 m

   n    o    e     L     i    v    a     D

420 x 420 mm 18,78 m

a) Forma retangular ou quadrada; b) Pictograma branco ou amarelo sobre

Figura 738 - Sinalização de piso Fonte: Adaptado de Eurisko (2008)

C L A S S E D E S INA I S

fundo verde (a cor verde deve cobrir pelo

Dar indicação sobre o acesso a

CARACTERÍSTICAS

   u    o    a     D    a    n    a     i    t    a     T

F U NÇ Ã O

fundo vermelho (a cor vermelha deve cobrir pelo menos 50% da superfície da placa).

Dar indicação sobre a localização dos meios e equipamentos de combate a incêndios.

Informação Perigo a) Forma quadrada ou retangular; a) Forma triangular; b) Pictograma negro sobre o fundo amarelo,    u    o    a     D    a    n    a     i    t    a     T

margem negra (a cor amarela deve cobrir pelo menos 50% da superfície da placa).

Alertar para situações, produtos    u    o    a     D    a    n    a     i    t    a     T

ou substâncias, cuja presença envolve perigos.

b) Pictograma branco sobre fundo azul:

Dar indicações diversas, não rela-

Margem branca = a cor azul deve cobrir

cionadas com a segurança.

pelo menos 50% da superfície da placa.

Etiquetas

Proibição

a) Forma circular; b) Pictograma sobre fundo branco:

a) Forma losangular ou quadrada a 45º; Proibir um comportamento ou

Margem vermelha    u    o    a     D    a    n    a     i    t    a     T

Faixa vermelha = diagonal descendente da

   u    o    a     D    a    n    a     i    t    a     T

ação.

esquerda para a direita, a 45º em relação à

b) Pictograma ou símbolo preto.

Fornece informações sobre os produtos contidos num recipiente ou embalagem.

horizontal.

Rótulos

Obrigação

a) Forma quadrangular;

a) Forma circular;

   u    o    a     D    a    n    a     i    t    a     T

b) Pictograma branco sobre fundo azul, (a

Impor um comportamento ou

cor azul deve cobrir pelo menos 50% da

ação.

superfície da placa).

   u    o    a     D    a    n    a     i    t    a     T

b) Pictograma ou símbolo negro sobre fundo cor de laranja.

Fornecer informação sobre os produtos contidos num recipiente ou embalagem ou envolvidos num processo.

Quadro 6 - Principais características das sinalizações de segurança Fonte: SENAI/CETIQT (2016)

A sinalização por placas, que pode existir no ambiente fabril, bem como a sinalização de piso, necessária para facilitar a circulação dos trabalhadores e equipamentos com empilhadeiras (PEIXOTO, 2013).

   

342

TECELAGEM - VOLUME 3

9 HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO NA TECELAGEM

Proibição

Obrigação

Emergência

Incêndio Quadro elétrico

Saída SAÍDA DE EMERGÊNCIA

Perigo

343

Alarme     d     l    a    w    t    t    o     G    n    a     J     /    o    t    o     h    p     k    c    o    t    s     i

Informação

Figura 40 9 - Protetor auricular Fonte: Super Epi (2016)

WC   Recepção

Para facilitar a organização dos dispositivos de proteção ao trabalhador, os riscos aos quais eles estão

Composto

sujeitos podem ser classificados conforme o fluxograma.

   n    o    e     L     i    v    a     D

Figura 39 8 - Sinalização por placas

Físicos Ruídos, vibrações, temperaturas extremas, pressões anormais, umidade, radiação ionizante (raios-X, alfa, gama), radiações não ionizantes (radiação do sol), etc.

O impacto da exposição a fatores extremos ou que ultrapassam o limite suportado pelo corpo humano pode causar doenças ou efeitos colaterais irreversíveis. irreversíveis. Tais efeitos impactam diretamente no bem-estar do trabalhador, ocasionando dores, perda de movimentos físicos, doenças respiratórias, perda da audição, etc. Em alguns casos, podem provocar doenças incuráveis e levar a óbito quando não tratadas com o devido

Químicos Poeiras, fumos (fumo de solda), névoas (névoa de tinta), neblinas (aerossóis), gases, vapores, etc.

cuidado. Em uma tecelagem, por exemplo, o uso do protetor auricular é obrigatório, em função do barulho excessivo que os teares fazem. Sem os protetores auriculares, os trabalhadores terão redução gradativa da sua capacidade auditiva até perderem completamente a audição, ou seja, até tornarem-se surdos.

Biológicos Microorganismos indesejáveis como bactérias, fungos, protozoários, os, bacilos, vírus, etc.

Ergonômicos Local de trabalho inadequado, levantamento de peso excessivo, monotonia, repetitividade, posturas inadequadas, estresse, etc.

Riscos de acidentes Arranjo físico inadequado, iluminação inadequada, eletricidade, máquinas e equipamentos sem proteção, piso escorregadio, probabilidade de incêndios, etc. Figura 10 41 - Classificação dos riscos em categorias

   u    o    a     D    a    n    a     i    t    a     T

Fonte: Adaptado de Peixoto (2013)

   

344

TECELAGEM - VOLUME 3

9 HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO NA TECELAGEM

O ambiente de produção industrial requer um grande espaço físico em que caibam todos os seus tra-

345

construir procedimentos de conduta ou criar mecanismos de aviso e atenção para cada setor, que devem

balhadores, maquinários e equipamentos. A logística de entrada de matérias-primas e saída do produto

informar para todos os funcionários a permissividade e o acesso, bem como a relação de riscos para pesso-

acabado e a locomoção desses produtos e pessoas dentro da linha de produção também contribuem para

as, materiais, máquinas e equipamentos.

a necessidade de espaços amplos que permitam a fluidez dos processos industriais.

    s     e     g     a     m      I     e     z      i     s     e      f      i      L      /     o      t     o      h     p      k     c     o      t     s      i

    r     y     m      i      d     a      l     v      /     o      t     o      h     p      k     c     o      t     s      i

Figura 12 43 - Sinalizadores de segurança

11 - Organização do ambiente de produção industrial Figura 42

Visando a reduzir os riscos de acidentes e a zelar pelo bem-estar dos trabalhadores em grandes espaços, a Cipa precisar estar atenta ao cotidiano de cada setor e às funções desenvolvidas por cada empregado. Para atingir isso, é necessária uma interação direta com cada trabalhador para obter informações precisas e construir processos e métodos preventivos, cujo objetivo é eliminar os riscos de acidentes ou de saúde ocupacional.

Por fim, os estudos realizados sobre o ambiente fabril da empresa identificam os riscos potenciais de cada ambiente. A Cipa e um profissional da área de segurança do trabalho definem e planejam os EPI e EPC necessários para cada ocupação profissional da empresa e, com o apoio das NR, criam e desenvolvem procedimentos com objetivo de otimizar o fluxo de produção e reduzir os riscos de acidentes em cada ambiente de trabalho.

Como em qualquer indústria, a tecelagem também conta com alguns controles, como o número de acidentes em determinado período e os índices de afastamento por motivo de acidentes. Com esses controles e um contato direto com os responsáveis de cada setor por reuniões periódicas, são feitas análises e estudos para o setor da tecelagem, como: a) Criar um espaço para o condicionamento da matéria-prima ou dos rolos de urdume, sem que atra-

9.3 SEGURANÇA DO TRABALHO EM MÁQUINA E EQUIPAMENTOS (NR12) Destacaremos nessa seção a Norma Regulamentadora nº12 que, descreve sobre a segurança do trabalho em máquinas e equipamentos, em seu texto original:

palhem a rotina da fábrica ou gerem acidentes (por exemplo, criar um almoxarifado ou um armazém específico para armazenar as matérias-primas);

(...) define referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para ga-

b) Desenvolver um plano de sinalização adequada para a segurança e a saúde para cada setor da tece-

rantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos

lagem, incluindo cartazes de conscientização de higiene e saúde nos banheiros e áreas de convívio

para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização

comum (por exemplo, vestiários, refeitórios, escritórios, linha de produção, etc.).

de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades econômi-

 Tal planejamento deve ter ter como objetivo a segurança e a saúde do trabalhador, p para ara prevenir qualquer

cas, sem prejuízo da observância do disposto nas demais (BRASIL, 2016).

tipo de ação que possa prejudicar o colaborador no desempenho de sua função. Além disso, é preciso

   

346

TECELAGEM - VOLUME 3

Para melhor compreensão, dividiremos em três pontos a aplicação da NR12 no contexto da tecelagem:

9 HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO NA TECELAGEM

347

9.3.2 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

fases de risco, organização do espaço e limpeza. Estas serão melhores explicadas no decorrer deste material. A NR12 também aborda os cuidados para um espaço próprio para o trânsito de pessoas e objetos inanimados, como matérias-primas, produtos acabados, equipamentos e ferramentas para manutenção e

9.3.1 FASES DE RISCO

prevenção.

Por meio da NR12 é possível traçar planos de ações e mapear riscos existentes ao utilizar máquinas e

sinalizações para saídas de emergência, espaço necessário para cada máquina e alocação de matériaspri-

equipamentos. Os cuidados sobre a segurança de trabalho e as máquinas e equipamentos existentes no

mas e produtos acabados, sinalização e demais equipamentos de proteção coletiva, como extintores, são

ambiente fabril abrangem algumas fases de utilização, sendo elas:

necessários para reduzir os riscos de acidentes na linha de produção.

A criação e o desenvolvimento de mapas com arranjos físicos das instalações do ambiente fabril, com

Transporte:: por exemplo, o transporte dos fios em suas embalagens que não podem sofrer danos nem Transporte causar acidentes em seu translado. Por isso, é necessário criar vias de acesso para tal fim, levando em conta as dimensões físicas da máquina que fará o transporte e a sua capacidade de transporte, além de marcações no piso com intuito de facilitar esse transporte. Também se deve levar em conta a logística, ou seja, não construir o local de armazenamento dos fios longe do setor que irá consumir (das urdideiras). Enfim, é necessário construir um mapa do caminho e do acesso que os fios poderão percorrer na linha de produção. Montagem:: por exemplo, ao receber um tear pode-se isolar o espaço onde será montado, utilizando Montagem

   n    o    e     L     i    v    a     D

sinalizações com fitas e cartazes. 13 - Organização do espaço fabril Figura 44 Fonte: SENAI/CETIQT (2016)

Instalação:: por exemplo, a instalação de uma nova urdideira requer sinalizações com placas, alertando Instalação a instalação de um novo equipamento, bem como a instalação de rede elétrica para que ela funcione. Ajuste: ao realizar o plano de manutenção das engomadeiras, podem-se utilizar placas de sinalização Ajuste: com aviso de máquina parada ou máquina em manutenção.

9.3.3 LIMPEZA

Operação: para apoiar os operadores é importante ter sinalizações de conscientização de uso de EPI e Operação:

A NR12 trata da importância de manter os locais de trabalho limpos e adota a perspectiva de que pre-

sinalização para ocorrência de energia estática e esmagamento das mãos pelos carretéis de urdume, entre

venção também deve abranger as áreas de saúde e higiene na fábrica, por exemplo tendo planos de ma-

outros. Limpeza:: além do treinamento da equipe da limpeza, é necessária sinalização que indique os perigos Limpeza de cada local como placas de piso molhado e material corrosivo, entre outros. Manutenção: sinalizações chamativas indicando que um tear ou engomadeira está parada, sendo neManutenção: cessário ter mecanismos eletrônicos que impeçam o acionamento de qualquer máquina para evitar riscos e danos às pessoas no momento da manutenção. Inspeção:: identificação dos caminhos de trânsito de pessoas e dos produtos e a sinalização de locais Inspeção de risco.

nutenção preventiva dos sistemas de circulação do ar, como a limpeza e a renovação dos filtros e a limpeza periódica de máquinas e equipamentos (teares, urdideiras, engomadeiras, rolos de urdume e mecanismos de parada de máquinas). Além disso, é necessário ter ações de prevenção e de conscientização dos colaboradores, como ter lavatórios adequados para cada setor, organização, armazenamento, distribuição de produtos químicos (gomas, solventes, lubrificantes, etc.), locais próprios para bebedouros e para alimentação que estejam livres de proliferação de bactérias e fungos. Todos esses locais devem estar limpos e organizados para que não haja foco de doenças e acidentes dentro da tecelagem. Enfim, os conceitos de higiene e segurança do trabalho fazem parte da vida profissional de qualquer trabalhador e devem ser sempre respeitadas para não haver prejuízo para o profissional e a fábrica.

Desativação e desmonte: desmonte: identificação dos locais que correm a rede elétrica, mecanismos de parada da máquina, grades de proteção dentre outros.

 CURIOSI DADES

Para minimizar o acúmulo de fibras ou chumaço de fibras alocadas nos cantos da fábrica ou nas máquinas, é necessário ter mecanismos que evitem a suspensão das fibras no ar, por circuladores de ar, ventiladores e ar comprimido. Em alguns teares, têm-se acoplado bicos com ar comprimido, para que o tecelão não deixe acumular fibras sobre a máquina e não interfira na produção e no aumento de riscos de acidentes e de saúde no ambiente de trabalho.

   

348

TECELAGEM - VOLUME 3

9 HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO NA TECELAGEM

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No cotidiano de cada trabalhador, deve-se idealizar um ambiente longe de objetos e condutas que possam ocasionar acidentes ou morte de trabalhadores e devemse ter equipamentos e sinalizadores das zonas de riscos, bloqueio automático de funcionamento de máquinas em manutenção, sinalização dos espaços permitidos para trânsito de pessoas, máquinas, transportadores, etc. Quanto às instalações elétricas das máquinas e equipamentos, elas devem ser projetadas e mantidas de modo a prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico, incêndio, explosão e outros tipos de acidentes.

9.4 SEGURANÇA DO TRABALHO NA TECELAGEM Os riscos em uma tecelagem apresentam-se em situações como a de movimentação de funcionário entre as máquinas e a de transporte dos rolos de fios, urdume, tecidos, gomas e auxiliares químicos. A manutenção periódica das máquinas e a troca do tecido no tear também configuram situações de risco ao trabalhador – ela acontece, conforme um planejamento de produção, onde se fazem necessários a parada de máquinas e o isolamento da área para esse fim.

     r      e      v      o        i      r      n      a        T      r        i        d      a        h      a        B        /      o       t      o        h      p        k      c      o       t      s        i

Nessas ocasiões devem ser adotadas medidas em torno da área para que não haja acidentes envolvendo pessoas. Uma medida básica é a sinalização adequada para esses procedimentos, que deve estar visível, podendo ser feita por cartazes, placas, cores ou outras simbologias pertinentes a cada área. A sinalização também poderá ser projetada ou desenhada em paredes e pisos, feita por meio de fitas, cavaletes e placas em torno do tear ou da engomadeira. Quanto aos equipamentos, é preciso ter instrumentos eletrônicos de parada automática ou de grades para bloqueio de funcionamento das máquinas. As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem possuir sistemas de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis e dispositivas de segurança interligados que garantam a proteção à saúde e à integridade física dos trabalhadores. Também é importante ter, nas máquinas, mecanismos de parada com facilidade no acesso e visualização – por exemplo, que com um toque a máquina seja interrompida imediatamente. As máquinas e equipamentos, assim como os dispositivos de acionamento e parada, devem ser projetados para o uso do corpo humano, levando-se em conta as medidas antropométricas para localização, distâncias e movimentos físicos e posturais dos operadores de máquinas e equipamentos, pois um mecanismo de parada de máquina de difícil acesso não é efetivo e perde a sua f uncionalidade. Por exemplo, em uma urdideira geralmente há um botão de cor vermelha em um console de cor amarela, ao lado da máquina, que fica na altura que qualquer pessoa possa ver e acionar o mecanismo de parada. Nas engomadeiras, geralmente em volta do rolo de urdume, há uma grade que protege toda a extensão do rolo para que não haja risco para o seu operador, assim como há fitas ou sinalizações em torno de sua gaiola e na entrada dos fios demarcando a área de risco.

Figura 45 14 - Botão de emergência

 FIQUE ALERTA

É importante evitar que a urdideira e o tear funcionem durante a sua manutenção, evitando acidentes com a equipe de manutenção.

Outro item a ser considerado é a sinalização dos locais de locomoção de pessoas e dos produtos e materiais de consumo. Além disso, deve-se ter em lugares visíveis a sinalização das rotas de fuga para caso de incêndio ou acidente grave em que seja necessária uma rápida evacuação das pessoas. Essa sinalização deve indicar por onde as pessoas podem andar, assim como ter vias ou sinalizadores indicando os locais de transporte dos rolos de tecidos, de urdume e produtos químicos. Deve haver, também, marcas limitando o espaço ocupado por cada tear, evitando que objetos ou pessoas esbarrem desnecessariamente e provoquem um acidente.

   

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TECELAGEM - VOLUME 3

9 HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO NA TECELAGEM

351

A tecelagem pode se dividir em preparação à tecelagem e tecelagem. Esses setores possuem características diferentes e requerem planejamentos próprios em função da segurança do trabalho. Essas diferenças variam de empresa para empresa em função de tamanho físico, leiaute, esquema de equipamentos da produção, quantidade de produtos, equipes de apoio, quantidade de trabalhadores, etc.

     s      n      e        L      e        h        T      u        T        /      o       t      o        h      p        k      c      o       t      s        i

Figura 15 46 - Rota de fuga

CASOS E RELATOS CIPA

Em uma tecelagem plana, a equipe técnica e a Cipa anualmente realizam uma pesquisa com todos No caso de fábricas com transportadores contínuos, os movimentos perigosos de materiais devem ser

os colaboradores para fazer um estudo sobre as condições de higiene e segurança do trabalho

protegidos, especialmente nos pontos de esmagamento, agarramento e aprisionamento, formados pelas

para cada colaborador. Nessa pesquisa procuram-se identificar os riscos ambientais, os hábitos de

esteiras, correias, roletes, acoplamentos, freios, roldanas, amostradores, volantes, tambores, engrenagens,

saúde e higiene, mudanças no cotidiano fabril e mudanças n os procedimentos administrativos ou

cremalheiras, correntes, guias, alinhadores, região do esticamento e contrapeso e outras partes móveis

produtivos, entre outros fatores que possam alterar os procedimentos e os sistemas de segurança

acessíveis durante a operação normal da tecelagem. Por exemplo, podemos citar o transporte dos rolos de

vigentes na tecelagem. Após essa pesquisa, os resultados são estudados pelos responsáveis por

urdume e tecido pela linha de produção e armazenamento, que são movimentados por meio de máquinas

cada setor para que revisem se as n ormas de procedimentos de segurança e higiene estão sendo

de grande porte e suspensos por correntes ou hastes.

efetivas ou não. Caso seja identificada a necessidade de alterações, a Cipa fica responsável por

 Todo esse planejamento para reduzir reduzir os riscos de acidente acidente na linha de produção deve ter uma atenção voltada para as dimensões do corpo humano, ou seja, todas as máquinas e equipamentos devem estar adaptados às dimensões do corpo humano, evitando f atiga, estresse e demais consequências danosas.

promover as devidas modificações com o técnico da área. Se houver alterações do fluxo de produção ou transferência de maquinário de um local para outro ou troca de máquinas, é necessária uma equipe que seja capaz de fazer uma análise desse novo cenário, com o foco na segurança dos trabalhadores. Essa equipe precisa ser competente para propor e desenvolver alterações ou novos procedimentos para que esse novo cenário seja seguro para cada trabalhador, e deve ter a percep-

9.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E PROTEÇÃO COLETIVA (EPC)

ção de como esse novo cenário poderá influenciar nas demais áreas.

A definição dos EPI e EPC para as equipes da linha de produção depende do levantamento e dos estudos da Cipa. Contudo, podemos citar como exemplos de EPI da tecelagem uniformes, máscaras faciais e protetores auriculares, utilizados em função do som constante dos teares. Quanto ao EPC, podemos citar como exemplo o sistema de controle de temperatura e umidade e o sistema de circulação de ar, usado

RECAPITULANDO

para evitar a circulação de fibras que provocam doenças respiratórias. O uso de EPI e EPC pode variar conforme as características de cada local de trabalho, assim como a sinalização e as orientações sobre a higiene e segurança do trabalho.

Neste capitulo, vimos a importância da higiene e da segurança do trabalho para o cotidiano do técnico têxtil. Estudamos os conceitos da NR12 do MTE, sobre Segurança em Máquinas e Equipamentos, que são fundamentais para o desenvolvimento de práticas e ações preventivas para a saúde e segurança de cada trabalhador. Tais orientações auxiliam a Cipa e o corpo técnico na

 FIQUE ALERTA

Os custos com EPI, EPC e ações preventiva preventivass são menores que os custos com as ações reparadoras, reparador as, pois os custos com médicos, medicamentos e indenizações são tão altos que podem levar a empresa à falência.

prevenção de acidentes nos procedimentos relacionados a manuseio, manutenção, alocação e transporte das máquinas e equipamentos na tecelagem.

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