TCC Pós Dom Alberto

March 23, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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FACULDADE DOM ALBERTO 

FABIANO DA SILVA BARBOSA

ENSINO RELIGIOSO ATRAVÉS DA MÚSICA SACRA

RIO BRILHANTE 2019 

 

 

FACULDADE DOM ALBERTO

FABIANO DA SILVA BARBOSA

ENSINO RELIGIOSO ATRAVÉS DA MÚSICA SACRA

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em ENSINO RELIGIOSO. .

RIO BRILHANTE 2019

 

 

ENSINO RELIGIOSO ATRAVÉS DA MÚSICA SACRA  Autor 1, Fabiano da Silva Barbosa Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.  Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). 

RESUMO- O ensino religioso nas escolas ainda é um tema muito questionado. Apesar do seu caráter legal, constituído em lei, há divergências na literatura sobre sua importância ou forma de administração. Nesse sentido, o presente trabalho se propôs a investigar sobre a contribuição da música sacra, na disciplina do ensino religioso para o aluno. Para tanto, utilizou-se das literaturas sobre a temática, indexados nas principais bases de dados, bem como livros e teses que abordavam o assunto e contribuíam para a elucidação dos principais benefícios. Os resultados encontrados remetem desde a apreciação das aulas por parte dos alunos, bem como no seu desenvolvimento psíquico, social e espiritual. Além desses, os resultados apontam também para contribuições para o aprendizado e a cognição. No entanto, o ensino religioso, bem como a música sacra, apresentam contribuições expressivas na formação integral do ser humano.  PALAVRAS-CHAVE: Ensino Religioso. Música sacra. Contribuições. Alunos. ABSTRACT- Religious education in schools is still a highly questioned topic. Despite its

legal character, constituted by law, there are differences in the literature about its importance or the formcontribution of administration. In thismusic, sense, present work to investigate on of the sacred in the the discipline of theintends religious teaching for the student. To do so, we used the literature on the subject, indexed in the main databases, as well as books and theses that addressed the subject and contributed to the elucidation of the main benefits. The results are based on students' appreciation of classes, as well as their psychic, social and spiritual development. In addition to these, the results also point to contributions to learning and cognition. However, religious teaching, as well as sacred music, present expressive contributions in the integral formation of the human being.

KEYWORDS: Religious education. Holy music. Contributions. Students. 

 

 

1-INTRODUÇÃO Quando falamos em música e aprendizagem, estamos diante de um processo multifatorial e complexo. Este é permeado por fatores que compõe o mesmo, os quais estão interligados e garantem o desenvolvimento positivo, tanto da criança, bem como o desenvolvimento mais lúdico das aulas práticas. “A música está presente em diversas situações da vida

humana. Existe música para adormecer, dançar, chorar os mortos e conclamar o povo a lutar, o que remonta a sua função ritualística. Presente na vida diária de alguns povos, ainda hoje é tocada e dançada por todos, seguindo costumes que respeitam as festividades e os momentos próprios de cada manifestação musical. Nesses contextos, as crianças entram em contato com a cultura musical desde muito cedo e assim começam a aprender suas tradições musicais” (RENATO, 1998, P.47).  

 A música, está presenta na vida do ser humano desde os primórdios. Incrementada no Brasil por diversos modelos culturais, advindas com as imigrações e influenciadas pelos ritmos nativos dos indígenas que já povoavam, permitiu a constituição da diversidade musical na qual hoje concebemos.

“A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras

capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações: festas e

comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas etc. Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos ao lado da matemática e da filosofia” (BRASIL, 1998, p. 45). 

 

 

 A música quando tomada como auxiliar na aprendizagem apresenta inúmeros benefícios. A literatura explana, que a música se torna um aliado fundamental no processo de desenvolvimento do ser humano, pois está subjetivamente incrementada no inconsciente do indivíduo. Esse processo parte da premissa do bebê que ouve a mãe cantarolando as músicas de ninar, e sua voz, o ritmo, o som e a melodia grava no mais profundo da psique da criança, o qual, posteriormente se associa à esses fenômenos durante a aprendizagem, revivendo as emoções mais primitivas de tranquilidade, calma, aconchego e segurança. Sentimentos esses fundamentais no processo da aprendizagem. As emoções interferem no nosso modo de agir e compreender a realidade que nos cerca. Da mesma maneira, a aprendizagem é diretamente influenciada pelas emoções. Nos processos de memorização, letramento e desenvolvimento cognitivo, a música atua como neutralizador de emoções negativas e favorece sentimentos como alegria, entusiasmo, relaxamento e calma.  A literatura apresenta, no entanto, alguns cu cuidados idados ao utilizar a música no contexto escolar. Esses tratam da utilização da música com os reais propósitos pedagógicos. A automatização das canções, das maneiras e das letras cantadas, não contribui para o seu real objetivo. Para além disso, pode restringir a criatividade do aluno e gerar emoções negativas, como tédio, repulsa ou acomodação. “A criança é um ser único, não estático, interage como o

meio de seu convívio, pois a criança traz consigo ideologias, emoções e a sua história. Com isso é preciso que todo ensino tenha a necessidade de mudar com relação à utilização da música na educação infantil, sendo utilizada muitas vezes para fins de higiene, hora do lanche, comemorações do calendário escolar. As atividades musicais não apontam a formação da criança como músicos e sim a compreensão da linguagem musical, propiciando o desenvolvimento sensorial, promovendo a expressão das emoções, ampliando a formação da criança” (TENNROLLER;

CUNHA, 2012, p. 34).

 

 

Neste trabalho, busca-se primeiramente compreender a concepção da disciplina do Ensino religioso. Busca analisar de forma breve sobre a sua validade, a sua importância e sua legalidade. Nesse sentido, busca analisar as contribuições da música sacra, na pratica vinculada à disciplina, para o aluno. Concomitantemente também analisa a importância da música sacra junto à criança no que tange ao conhecimento próprio, concentração e cognicidade. Concebida como uma facilitadora do processo de desenvolvimento, consolidação e aprendizagem. Também sintetiza como uma ferramenta no manejo da motivação, do controle de stress e consequente melhoria na qualidade de vida das crianças e na implementação da ludicidade em sala de aula. O presente trabalho, objetiva investigar, através da revisão bibliográfica, as contribuições da música sacra para o aluno. Através da elucidação desses, pretende contribuir na formalização de estratégias educacionais e pedagógicas focadas nessas dimensões, a fim de assegurar o pleno desenvolvimento da aprendizagem da criança, seja ela na área cognitiva, física, psíquica ou social, bem como na formação da personalidade e desenvolvimento pessoal.

2- METODOLOGIA O presente trabalho se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica, com abordagem qualitativa através da pesquisa de artigos científicos nas bases de dados Scielo e BIREME com os seguintes descritores: Música sacra  –  Ensino Religioso  –  espiritualidade na sala de aula  –  música religiosa. Também será utilizado livros do campo de conhecimento psicológico e pedagógico sobre o tema. 

3 ENSINO RELIGIOSO ATRAVÉS DA MÚSICA SACRA 3.1 ENSINO RELIGIOSO E A LEGISLAÇÃO

 

 

Em 22 de julho de 1997, foi aprovado a lei 9.475, a qual dá suporte ao artigo 33 da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, ficando, no entanto, definido o seguinte texto:  Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores. § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso. Cury (2004) discorre sobre a laicidade contida na constituição, que remete ao respeito de toda e qualquer crença. Ressalta que perante a constituição, é garantida a dignidade humana e perante as relações internacionais a prevalência dos direitos humanos. Portanto é assegurado, o livre exercício de crença individual bem como a não-discriminação quanto uma crença perante a outra.  A oferta da disciplina disciplina de ‘ensino religioso’ religioso’ está, portanto, portanto, assegurada assegurada na constituição, onde no art. 210, § 1º: “O ensino religioso, de matrícula facultativa,

constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fun damental”. (CURY, 2004). Ainda para o autor, a oferta da disciplina é de carácter facultativo e integra a carga normal de horários das escolas públicas. Sendo, no entanto vedado qualquer tentativa de conversão à determinada crença ou religião.

3.2 ENSINO RELIGIOSO E SUA CONTRIBUIÇÃO

 

 

O ensino religioso, se insere na educação brasileira ainda na colonização. Pelo contexto da imigração, e na tentativa de uma organização político-econômica, sob a predominância da igreja católica, inicia-se o processo de catequização. Esse processo inicia-se com a vinda dos jesuítas ao Brasil, no ano de 1550, e na criação das primeira escolas, com o intuito de conversão dos povos nativos aos credos e costumes portugueses (PRAZERES, 2016). Pauly (2004) nos remete à uma análise mais profunda. Segundo o autor, o principal objetivo ao qual a disciplina de ‘ensino religioso’ enquadre nos currículos

escolares, é o pressuposto de que a mesma contribui para a formação da cidadania no estudante. Para o autor, esse pressuposto está totalmente equívoco, uma vez que, o indivíduo não carece da religião para ser uma pessoa boa ou má. A justificativa de a pessoa em detrimento de que, sua crença seja melhor que a outra, encobre um carácter discriminativo. Severino (1986) apresenta a ideia do objetivo da educação religiosa, mais precisamente o ensino religioso, em prol da moral. Para o autor, a moral do próprio individuo estaria ligeiramente interligada com a moral da sociedade. Nesse contexto, uma vez que a educação possibilitava a instauração e manutenção da moral na sociedade, essa se faria homogênea na sua totalidade.   Azevedo (1981) descaracteriza o ensino religioso como contribuinte na formação moral. A utilização de um fenômeno transcendente para consolidar a prática da solidariedade social, estaria culminando numa ‘religião cívica’. Termo utilizado pelo autor, como crítica à disciplina do ensino moral e cívica, instituído no período do Regime militar e que concebia a moral como um derivado de Deus. Para assegurar o carácter educacional, o ensino religioso passou por uma readaptação. Inicialmente o termo religião foi concebido não mais como religar , mas sim reler , num propósito de releitura da mesma. Correspondendo dessa maneira de igual para com as outras áreas do saber. Definindo seu objeto próprio de estudo: o fenômeno religioso e conteúdo específico: o conhecimento religioso (AMARAL, 2003).

3.3 ENSINO RELIGIOSO E O USO DA MÚSICA SACRA

 

 

Cada vez mais ousa-se em falar, discutir e incrementar a educação e a compreensão sobre a multiplicidade e diversidade frente ao ensino escolar. Concepções culturais e sociais, bem como as diferenças são amplamente debatidas e tomadas como desafios na contemporaneidade (MOREIRA; CANDAU, 2003). De acordo com os autores, por mais que essa busca vem se concretizando e concebida principalmente como um fator de qualidade na educação, ainda não se pode se apropriar de uma orientação totalmente multicultural. Kraemer (2000) defende a ideia que a música se articula com outras áreas do conhecimento. Citados pelo autor, como sociologia, antropologia e etnomusicologia. Para o autor ainda, é importante a postura multicultural através da música também. As experiências de cada aluno, o contexto sociocultural e as identidades musicais, possibilitaram aos professores de música atestarem as múltiplas formas de produzir, administrar e consumir a música perante os alunos.  Ao abordar o ensino religioso na nass escolas, po podemos demos compartilhar da concepção do antropólogo Clifford Geertz. O autor apresenta a dimensão da religiosidade na escola como um das inúmeras perspectivas presentes no âmbito educacional: “uma

forma particular de olhar a vida, uma maneira particular de construir o mundo, como quando falamos de uma perspectiva histórica, uma perspectiva científica, uma perspectiva estética, uma perspectiva do senso comum” (Geertz, 1989, p. 81).   Simões (2009) contribui ao ressaltar a importância do ensino religioso nas escolas. Para o autor, a disciplina apresenta um papel fundamental para a formação do ser humano. Os valores éticos são apontados como uma das principais contribuições.  Além disso, outra contribuição apontada é a aprendizagem sobre a tolerância e a convivência com o próximo.  Ainda para par a o autor, para que o professor po possa ssa trabalhar de maneira assertiva e alcançar esses objetivos descritos acima, necessita conciliar adequadamente o conteúdo com a metodologia. Essa conciliação é fundamental, uma vez que, através dela, ocorre a interação e a compreensão da temática trabalhada no Ensino Religioso. Tal condição se coloca como um desafio, de maneira à administrar a disciplina para que o aluno a compreende de maneira como ela é. Ou seja, mostrar que o ensino religioso não é uma aula que conduz à alienação pessoal, mas sim, que a mesma leva à uma condição crítica que serve como um instrumento para à conscientização.

 

 

Simões (2009) ainda reflete sobre o compromisso do professor perante a sua aula. O autor destaca que, com o objetivo de vencer os desafios impostos, caberá ca qual, a compreensão que, além de estudantes em sua sala, são pessoas e cada um com as suas próprias angústias existenciais. Diante disso, Ferreira (2008) colabora ao abordar as dinâmicas das aulas administradas. Para o mesmo, o professor necessita buscar novas formas de elaboração e oferecimento do conteúdo, de maneira que possibilita com que as aulas sejam mais lúdicas, mais interessantes e diversificadas. Uma dessas maneiras, e analisando a disciplina do ensino religioso, pode-se pensar a partir da utilização da música sacra.  A música abre espaço para os indivíduos em se seus us preceitos e indagações. Ela é uma das maneiras para expressar os afetos de uma pessoa. Uma ferramenta que condiz para trabalhar o coletivo e a qual auxilia no rompimento de barreiras, as quais muitas vez até mantém as pessoas afastadas. (BONA, 1997).  A contribuição da música sacra enquanto instrumento para trabalhar o ensino religioso é de grande importância. Essa se dá, na medida em que a música é uma linguagem presente em quase todas as religiões. Isso facilita ao professor, ao utilizar adequadamente a música sacra, atingir os resultados propostos pela disciplina, a partir de uma característica presentes na religiosidade de cada aluno (JUNQUEIRA, 2002). De acordo Santana (p. 1), a música sacra se caracteriza por:  Alguns conhecedores religiosos da música sacra estabelecem “ Alguns suas principais qualidades, aquelas que devem estar presentes para que se defina uma canção como de natureza sacra. Entre elas, consta que a música deve: disseminar um ponto de vista autêntico sobre a Divindade; transmitir no conteúdo uma revelação presente na Bíblia e na doutrina de cada religião; estimular a vivência do testemunho de Jesus; ser completamente oposta à música profana; conter uma oração em sua essência, justificando como arremate final o amém; submeter a técnica musical aos fatores religiosos; ajudar o crente a perceber suas imperfeições com clareza; levar o devoto a perceber o significado do seu

 

 

próprio sacrifício no desenvolvimento de sua fé; incentivar a emergência das emoções espirituais que levam o Homem a louvar o Criador; atuar apenas como meio de glorificação divina, não como  entretenimento como entretenimento  –  –  máxima

extraída

das

palavras

do

compositor Sebastian Bach” (SANTANA, p. 1). 

 A administração a dministração d da a disciplina do ensino religioso nas escolas através da música sacra apresenta inúmeros benefícios, conforme a literatura. Além de tornar as aulas mais atraentes, mais lúdicas e mais participativas, conforme aponta Ferreira (2008), o uso da música também contribui para a aprendizagem e o desenvolvimento enquanto ser humano. De acordo Barreto e Chiarelli (2011): “a musicalização pode contribuir com a aprendizagem, evoluindo o

desenvolvimento social, afetivo, cognitivo, linguístico e psicomotor da criança. A música não só fornece uma experiência estética, mas também facilita o processo de aprendizagem, como instrumento para tornar a escola um lugar mais alegre e receptivo, até mesmo porque a música é um bem cultural e faz com que o aluno se torne mais critico” (BARRETO; CHIARELLI, 2011, p. 1).    Ao se pensar o uso da música na disciplina do ensino religioso, vale ressaltar sobre a importância dessa para o sujeito. A música ela é constituinte da história da humanidade, e por esse viés, torna-se de extrema importância e proporciona aspectos educativos relevantes para a formação integral do aluno, uma vez que, este também é um dos objetivos da educação e o ensino religioso se integra nesse desafio. “A música é a linguagem que se traduz em formas sonora s

capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas

 

 

etc. Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos ao lado da matemática e da filosofia” (BRASIL, 1998, p. 45). 

De acordo com a citação acima, a música sacra adquire um perfil diferenciado. Uma vez que a mesma, permita a criança a expressão de seus sentimentos, o caráter religioso presente na música, contribui para o desenvolvimento do seu potencial espiritual. Ao passo que música, através da simbologia do sagrado, permite um contato profundo consigo mesma. Isso ocorre pelo fato da música estar interiorizado na criança desde os seus primeiros dias de vida. De acordo com Faria (2001) a música possui um papel fundamental na vida do indivíduo. No que concerne à aprendizagem, o autor aponta que a mesma é de extrema importância. Fato esse que, descreve como sendo parte do desenvolvimento da criança desde a saída do útero materno, uma vez que a mãe lança mão da estratégia das canções de ninar e embalando o bebê em seus braços. Dessa forma, a criança já convive com a música desde o seu nascimento. Outra característica apontada na literatura é a contribuição para a aprendizagem, descrita por Ducorneau (1984) que enfatiza os benefícios da escuta e da audição: o escutar e o ouvir. Para o autor, a experiência da criança frente à música, permite ela experimentar a mesma. Ou seja, ela aprende através das ondas sonoras  –  como o timbre, a intensidade e o volume. Diante dessas características da música, ela aprende a aperfeiçoar o seu ouvido e ampliar a capacidade de escuta e entendimento. Nas músicas sacras, em questão, está qualidade está muito mais acentuada. Uma vez que, o repertório dessas músicas, envolvem diferentes tonalidades e sentimentos expressos através do cantar.  A criança c riança através d da a música desenvolve o seu aparelho auditivo. Passa então a apreciar determinados sons e repudiar outros. Esse processo é importante uma vez que a mesma para a reproduzir os sons agradáveis e a criar novos a partir desses, dessa forma desenvolvendo a sua imaginação. A apreciação da música, age diretamente sobre o corpo, através dos movimentos e também sobre as emoções. Essas, sendo favoráveis ao aprendizado e desenvolvimento (GAINZA, 1988).

 

 

Para Stefani (1987) a música age no indivíduo de forma integral. Age, portanto na motricidade e sensorialidade através do ritmo e do som e age na afetividade através da melodia. Nesse, sentido a música sacra é um componente complementar da educação, uma vez que a mesma possui como objetivo, o desenvolvimento da pessoa na sua integridade. A relação afetiva para com a divindade, expressa através da música, potencializa a dimensão psíquica da compreensão do espaço, do eu e da sua relação com o Divino. O autor ainda reforça a contribuição da música na formação do caráter. Ao ser ouvida, essa produz no psiquismo do indivíduo as mais diversas emoções e sentimentos: alegria, melancolia, violência, sensualidade, calma entre outros. Dessa forma, a música se torna um valioso instrumento para trabalhar as emoções negativas das crianças, bem como, os aspectos de sociabilidade e temas apresentados através das letras das canções. Para Nogueira (2003) a música deve ser entendia como uma experiência que: “[...] acompanha os  seres humanos em praticamente todos os

momentos de sua trajetória neste planeta. E, particularmente nos tempos atuais, deve ser vista como umas das mais importantes formas de comunicação [...]. A experiência musical não pode ser ignorada, mas sim compreendida, analisada e transformadas criticamente” (NOGUEIRA, 2003, p. 01).

4- CONCLUSÃO O presente trabalho atingiu seus objetivos. A partir da literatura já existente sobre o uso da música e mais precisamente da música sacra na disciplina do ensino religioso, como uma ferramenta do professor para dinamizar as aulas e promover contribuições para o aluno. De acordo com a literatura, o ensino religioso, se insere num contexto amplo e diversificado. Ao contrário do que muitos compreendem a parir da disciplina, a mesma não possui o caráter confessional ou a dimensão de uma religião em específico. Mas sim a compreensão do mundo espiritual de um viés multicultural. O seu principal

 

 

objetivo, é a formação do ser humano a partir de si mesmo e em conato com a sua própria dimensão religiosa. Nesse sentido, ao investigar o uso da música sacra, essa se apresentou como uma alternativa de extrema colaboração para o atingimento desse objetivo. A música, de maneira igual ao objetivo da disciplina, visa a formação do aluno na sua integridade. Dessa forma, a música mantém forte correlação com outras áreas de conhecimento e múltiplos benefícios para o aluno.  As principais contribuições elucidadas nesses estudo, atribuídas à música sacras são a ludicidade na sala de aula, as contribuições para o desenvolvimento afetivo e cognitivo, a contribuição no processo da aprendizagem, não apenas na disciplina do ensino religioso, mas também nas demais, no processo e escuta, no desenvolvimento da criatividade e na psicomotricidade. Para além dessas, também e mais especificamente, a contribuição psíquica. A música sacra, através de sua simbologia, permite o aluno na formação do seu caráter, da sua personalidade e no aprofundamento com suas emoções e seu melhor autoconhecimento da sua dimensão espiritual. No entanto, o estudo encontrou algumas limitações. As principais foram a escassez de estudos empíricos já realizados sobre a temática, envolvendo especificamente a questão da religiosidade e da espiritualidade. Nesse sentido, sugerese futuros estudos que possibilitam a avaliação dessas contribuições a longo prazo.

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5-REFERÊNCIAS  AMARAL, T. C. I. Análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Religioso nas Escolas Públicas Brasileiras. 2003. 117f. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2003.  AZEVEDO, T. de. A religião civil brasileira: um instrumento político. Petrópolis: Vozes, 1981.  BARRETO, S. de J; CHIARELLI, L. K. M. A importância da musicalização na educação infantil e no ensino fundamental: a música como meio de desenvolver a inteligência e a integração do ser. Disponível em: http://www.iacat.com/revista/recrearte/recrearte03/musicoterapia.htm. Acesso em: 22 de fev. de 2018. BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (1997). Lei nº 9.475/97, dá nova redação ao artigo 33 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. – Disponível em: . http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9475.htm>. Acessado Acessado em 16 de fevereiro de 2018.

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JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. O processo de escolarização do ensino religioso no Brasil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. KRAEMER. R. D. Dimensões e funções do conhecimento 202 André Müller Reck, Ana Lúcia Louro Educação Unisinos pedagógico-musical. Em Pauta, 11(16/17):51-72, 2000. MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Educação escolar e cultura(s): construindo caminhos. Revista Brasileira de Educação, 23:156-168, 2003. Disponível em: . >. Acesso em: 16 de fev de 2018. NOGUEIRA, M.A. A música e o desenvolvimento da criança. Revista da UFG, Vol. 5, No. 2, dez 2003. Disponível em: < www.proec.ufg.br   >. acesso em: 10 de Fevereiro de 2018. SANTANA, A. L. Música sacra. Disponível em: . https://www.infoescola.com/religiao/musica-sacra/>. Acessado em 18 de fev. de 2018. SEVERINO, A. J. Educação, ideologia e contra-ideologia. São Paulo: EPU, 1986. SIMÕES, Cristiano Campos (Org.). Ensino religioso: desafios e perspectivas na pósmodernidade. Campos dos Goytacazes: Grafimar, 2009. p.113. STEFANI, G. Para entender a música. Rio de Janeiro: Globo, 1987. TENNROLLER, D. C; CUNHA, M. M. Música e Educação: a música no processo pr ocesso ensino/aprendizagem . Revista Eventos Pedagógicos v.3, n.3, p. 33 - 43, Ago. – Dez. 2012.

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