Taro Mitologico

August 28, 2017 | Author: Clovis Karuman | Category: Athena, Tarot, Intuition, Life, Crime & Justice
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TARÔ MITOLÓGICO As origens das cartas do Tarô ainda são muito vagas e obscuras a despeito de inúmeros livros e artigos que vêm ao longo do tempo tentando iluminar as trevas que o circundam. Na realidade as cartas do Tarô não são "ocultas" ou sobrenaturais ou mágicas no exato sentido da palavra; isso quer dizer que as cartas não representam nada além da psique humana, que contém coisas muito profundas, sobre as quais muito pouco sabemos, e parecem estar ligadas ao mundo externo por meio de algum significado. Do ponto de vista simbólico, as figuras designam aspectos da alma humana, essenciais ao aprendizado do homem. As figuras revelam as virtudes e os vícios, as oportunidades e os desafios, o dharma e o kharma. Todas as cartas dos Arcanos Maiores são ritos de passagem. São estágios e processos dinâmicos e não simplesmente quadros estáticos que permanecem inalterados. As figuras tradicionais que compõem o grupo são:

Louco

Mago

Imperatriz Imperador

Força

Eremita

R. Fortuna Enforcado

Sacerdotis Hierofant Enamorado a e s

Morte

Julgament o

Diabo

Mundo

Torre

Carro

Justiça

Temperanç a

Estrela

Lua

Sol

Leitura

Todas essas análises e figuras foram extraídas do livro "O Tarô Mitológico" - Juliet Shaman- Burke e Liz Greene

O Louco (Diôniso) Configura a imagem do impulso misterioso dentro de cada um de nós, aquilo que nos impele para o desconhecido. Diôniso, representa o impulso irracional que provoca a mudança, a abertura de caminhos e a ampliação dos horizontes desconhecidos. O Louco está no início de sua viagem, e sempre que somos acometidos pelo impulso misterioso que ele representa, nós também nos colocamos no umbral de uma nova jornada. Essa carta indica o advento de um novo capítulo da vida, sempre que se faz presente. Existe o risco, mas existe também o desejo de saltar no desconhecido.

O Mago (Hermes, deus dos viajantes) Ele representa o guia. Significa que em algum ponto dentro de nós, não importa o quanto estejamos perdidos e confusos, sempre vai existir um vislumbre das profundezas do inconsciente para indicar-nos que direção devemos tomar e que escolhas poderemos fazer. Mago aponta para os dons e para o potencial criativo, que ainda não se manifestou em nós. Pode surgir como um pressentimento, uma intuição, ou uma sensação de sermos empurrados a aceitar as novas oportunidades. Indica um momento de clareza e de identificação das possibilidades inexploradas.

A Imperatriz (Mãe Terra, Ceres ou Deméter) A imagem de Deméter, a Imperatriz, reflete a experiência da maternidade, que não está restrita apenas aos processos físicos de gestação, nascimento e aleitamento, mas também à experiência interior da Grande Mãe, ou seja: a descoberta do corpo como algo precioso e valioso e que requer muita atenção. É a conscientização de sermos parte da natureza e de estarmos ligados à vida natural. E a apreciação em todos os sentidos dos prazeres simples da vida cotidiana. Se não tivermos a Grande Mãe dentro de nós, não poderemos gerar nada e não seremos capazes de dar frutos, pois esse é o aspecto da natureza humana que sabe ter paciência e sabe esperar com tranqüilidade até o momento em que as coisas estejam maduras, quando então teremos condições de agir. Sem ela, não poderemos gostar do nosso corpo e estaremos desligados do sentido natural, colocando-nos num plano puramente intelectual e fantasioso, não respeitando os limites da realidade. A Imperatriz, quando surge num jogo, indica a chegada de uma fase da vida mais ligada às coisas terrenas. Um casamento, ou mesmo o nascimento de uma criança podem estar prestes a ocorrer. Pode significar o nascimento de uma criança com pendores artísticos e criativos; contudo, também requer paciência e disposição por parte da Grande Mãe. Por meio desta carta, poderemos estar no âmago do corpo e dos instintos, como um local de paz e estagnação, de criatividade e limitação.

O Imperador (Zeus, rei dos deuses) Zeus, o Imperador, é a imagem da experiência da paternidade. É o pai que incorpora nossos ideais espirituais, nossos códigos de ética e a autosuficiência com a qual conseguimos sobreviver no mundo. É a autoridade e a ambição que nos impulsionam a conseguir o que queremos, bem como a disciplina e a antevisão de que precisamos para completar nossos objetivos. É o princípio masculino dentro de cada um de nós. Nesse momento, o Imperador é o espírito, e não o corpo, que prevalece na instituição dos valores, em vez da intuição natural requisitada em situações anteriores. O Pai dentro de nós implica também o auto-respeito, pois é exatamente esse aspecto de nossa personalidade que pode fazer uma escolha ou

estabelecer um princípio, para depois aceitar os desafios da vida. O Imperador, indica o confronto com o princípio paternal, tanto em seu aspecto positivo quanto negativo. Nesse momento somos desafiados a trazer algo à tona, temos de concretizar uma idéia, fazer um plano, construir alguma coisa no mundo. Como, por exemplo, abrir um negócio ou reestruturá-lo, ou mesmo estabelecer vínculos familiares, como um noivado ou um casamento.

A Sacerdotisa (Perséfone, rainha das trevas) É uma mulher espiritualizada, que revela forças ocultas e segredos, dotando-nos com esse conhecimento, é a imagem do elo com o misterioso e insondável mundo interior que denominamos "inconsciente". Esse universo contém nossos potenciais a serem desenvolvidos bem como as facetas sombrias e mais primitivas de nossa personalidade. A Sacerdotisa é a lei natural operando dentro das profundezas da alma, que governa o desenrolar do destino a partir de um ponto invisível e que é apenas revelado por meio do sentimento, da intuição e dos sonhos. Ela indica a força da intuição do indivíduo e sugere que haverá um encontro com o mundo interior. O indivíduo pode estar sendo conduzido para esse mundo sem qualquer explicação por intermédio de seu interesse pelas coisas ocultas, pelo esoterismo ou, talvez, pelos efeitos de algum sonho perturbador. Enfim, por algo que de alguma forma lhe diga que existem forças superiores que atuam na vida das pessoas.

O Hierofante (Quíron, rei dos centauros) Representa a parte do ser humano que se eleva às questões do espírito para compreender aquilo que Deus deseja de nós. Ele simboliza o mestre espiritual dentro de cada um de nós, o intermediário que estabelece a ligação entre a consciência terrena e o conhecimento intuitivo da lei divina. O Hierofante é o intérprete que esclarece a natureza das leis que devemos seguir para entrarmos em sintonia com o divino. Quíron, o Hierofante, ao surgir num jogo, indica que o indivíduo está começando a buscar algumas respostas de ordem filosófica. Esse questionamento pode se traduzir no estudo aprofundado de alguma filosofia, ou de um sistema religioso, ou crença, ou mesmo na forma de um profundo comprometimento com relação ao sentido da vida.

Os Enamorados (Páris) O Julgamento de Páris, como é conhecido na mitologia, representa o primeiro grande desafio da vida para o desenvolvimento individual: o problema da escolha no amor. O dilema não se restringe apenas a decidir entre duas mulheres ou entre dois homens. Representa também nossos valores, uma vez que nossa escolha nos remete ao tipo de pessoa que queremos nos tornar. Sua escolha está vinculada a seus desejos e não a sua pessoa. Estamos aqui diante do dilema: livre-arbítrio versus compulsão instintiva. A carta dos Enamorados do indica a necessidade de escolha quase sempre no plano amoroso. Algumas vezes a escolha está implícita num triângulo amoroso mas

também pode refletir o problema de um casamento precipitado, a escolha entre a carreira e o casamento, ou mesmo entre um projeto mais criativo e outro mais concreto. A carta diz respeito à necessidade de se olhar atentamente as implicações das escolhas pessoais e não se deixar conduzir cegamente pelos impulsos, que poderão trazer, a deflagração da própria derrota.

O Carro (Ares, deus da guerra) Ares é a imagem dos instintos agressivos guiados pela vontade do consciente. Os cavalos que puxam o Carro seguem direções opostas e simbolizam as ânsias animais e selvagens em conflito dentro de nos mesmos, repletas de vitalidade e ao mesmo tempo sem a menor vontade de operar em harmonia. Essas forças devem ser trabalhadas com força e firmeza, mas não devem ser reprimidas ou anuladas, pois, se o forem, perderemos toda a potência e a força para sobreviver e vencer os obstáculos da vida. O Carro num jogo indica o conflito e a luta, que, por sua vez, resultam em crescimento e fortalecimento da personalidade. É possível que a pessoa tenha de enfrentar não apenas a agressividade dos outros mas os próprios impulsos e anseios agressivos. Esse conflito não poderá ser evitado, mas deverá ser encarado com força e comedimento. A Justiça (Atena, deusa da justiça) Atena, deusa da Justiça, é a imagem do julgamento reflexivo e da racionalização. Para os gregos, essa faculdade era divina porque diferenciava o homem do animal. Era livre para julgar os homens que, ao contrário dela, viviam em comunhão com a natureza e com os animais. O julgamento de Atena não tem por base o sentimento pessoal, mas a avaliação imparcial e objetiva de todos os fatores contidos numa situação. Seu julgamento se estrutura nos princípios éticos que servem de parâmetros rígidos para qualquer escolha. Sempre que a Justiça aparece num jogo, há a necessidade do pensamento equilibrado e da tomada de decisão imparcial. E, assim como a espada de Atena, a carta também tem dois lados. Existem algumas circunstâncias em que a reflexão fria de Atena é idealista demais e pode vir a destruir o calor e o aconchego de um relacionamento pessoal. Sua espada pode cortar o coração com verdades gerais que não se aplicam a uma situação específica.

A Temperança (Íris, deusa do Arco Íris e a mensageira de Hera) Íris, deusa do arco-íris, representa a Temperança, boa e misericordiosa, muito embora sua bondade não seja piegas ou simplesmente sentimental. Está intimamente ligada à função do sentimento, que é diferente daquilo que chamamos de emoção, pois esta é uma reação visceral a uma situação, ao passo que aquele é a escolha refletida de um afeto. A função do sentimento é uma constante variação entre os opostos, uma cuidadosa percepção das necessidades de uma situação específica com o objetivo de atingir a harmonia. Por isso, Íris derrama sem cessar água de uma taça para outra porque o sentimento precisa fluir constantemente para se renovar de acordo com as necessidades de cada momento. Entretanto, sua finalidade principal serve aos propósitos do âmago feminino mais que aos do masculino, e quaisquer que sejam as reações

mutantes do fluxo até mesmo a raiva e o conflito , a meta será sempre a cooperação, a harmonia e um relacionamento melhor. A Temperança num jogo indica a necessidade de um redirecionamento no fluxo dos sentimentos e dos relacionamentos. Íris, a guardiã do Arco Íris, recomenda a harmonia e a cooperação como condições necessárias a um bom relacionamento ou a um casamento feliz. É que nesse momento, somos desafiados a equilibrar nossos corações.

A Força (Heraclés, o grande guerreiro) A luta de Heraclés com o Leão de Neméia configura o eterno problema de contermos a fera que mora dentro de nos, ao mesmo tempo em que tentamos preservar as suas características primitivas, o instinto vital e criativo. O leão, na mitologia, sempre esteve associado à realeza, mesmo quando em sua forma mais destrutiva, e esse rei dos animais é a imagem do princípio infantil, egocêntrico e totalmente selvagem presente desde o início da formação de uma personalidade. Essa invencibilidade está ligada ao sentido de permanência interior que surge a partir do reconhecimento do próprio eu. Sempre que vestimos a pele do leão derrotado por nós, as opiniões dos outros jamais terão valor, pois estamos armados com a mais poderosa couraça, nossa própria identidade. A carta da Força, ao aparecer num jogo, indica uma situação onde a colisão com o leão interior é inevitável e onde a administração bem conduzida da própria raiva é altamente benéfica. A coragem, a força e a autodisciplina são necessárias para dominar a situação.

O Eremita (Cronos, deus do tempo) Cronos, o Eremita, é a imagem da lição do tempo e das limitações da vida mortal. Nada pode ir além do âmbito da própria vida e nada permanece inalterado. Essa é uma faceta óbvia e simples da vida que, a despeito da simplicidade e da obviedade, nos causa sofrimento durante o aprendizado e que só nos chega com a idade e com a experiência. Cronos é um deus que encarna tanto o sentido do tempo como também se rebela contra ele. E por isso é destronado e humilhado, devendo aprender com a solidão e no silêncio da própria dor. A descoberta de que se está realmente sozinho na vida constitui o dilema que todos os homens precisam enfrentar. A aceitação da própria condição é também, e de uma maneira misteriosa, a separação real dos pais e da infância porque significa o sacrifício da fantasia de que, em alguma época, alguém, num passe de mágica, transformará a aridez da existência em aconchego perpétuo. Somente a aceitação dessa passagem é que poderá trazer as recompensas da Era Dourada de Cronos. A carta de Cronos, o Eremita, indica um período de solitude, de exílio voluntário das coisas mundanas, da agitação da vida, de forma a obtermos paciência e sabedoria. Esse momento representa a grande oportunidade de erguer e fortalecer a personalidade se estivermos dispostos a esperar. A Roda da Fortuna (Moiras, ou Parcas, deusas do destino) As 3 Moiras responsáveis pela Roda da Fortuna configuram a misteriosa e insofismável lei que atua dentro do indivíduo. É essa mesma lei desconhecida e invisível que determina as súbitas mudanças e que, por sua vez, altera os padrões preestabelecidos da vida.

As quatro figuras humanas agarradas à Roda representam os vários estágios do destino, pois toda vez que a vida muda não paramos para pensar no movimento da Roda como causa da alteração, mas simplesmente nos preocupamos com nossas próprias reações a tais mudanças. A carta da Roda da Fortuna não significa simplesmente as mudanças bruscas da vida, seja por acaso, sorte ou acidente. Por trás da Roda sempre estão as Moiras, que planejam ordenadamente todas as mudanças da vida, ainda que atribuamos tudo ao acaso. A virada da Roda sempre traz o crescimento e inaugura uma nova fase da vida. Não podemos saber o que nos espera, ou melhor, o que encontraremos. Entretanto, por trás das mudanças estão as Moiras, a imagem do centro interno.

O Enforcado (Prometeu, o Titã) Prometeu, o enforcado é a imagem do sacrifício voluntário em benefício de um bem maior. O sacrifício tanto pode ser visível como uma atitude interior, porém é feito consciente mente e com total aceitação do sacrifício que poderá ser requerido. Algumas pessoas não conseguem se adaptar e se agarram ao passado perdido. Outras tornam-se amargas, desiludidas e culpam a vida, a sociedade e até mesmo Deus por seus fracassos. Prometeu é o símbolo daquilo que dentro de nós consegue antever e compreender que tais mudanças talvez sejam necessárias para o desenvolvimento de algum desígnio superior que ainda não se manifestou. O Enforcado indica a aceitação da espera na escuridão. Prometeu está suspenso, torturado pela ansiedade e pelo medo de que seu sacrifício seja em vão. Essa carta indica a necessidade do sacrifício voluntário com o propósito de atingir algo muito mais valioso. Pode ser o sacrifício de algo material que nos traga segurança em beneficio do potencial que pode ser desenvolvido. Ou então o sacrifício de uma postura de superioridade intelectual, ou de ódio incontido, ou de teimosia em perseguir uma fantasia inatingível.

A Morte (Hades, senhor das Trevas) Hades, o Senhor da Morte,é a configuração da finalização definitiva de um ciclo de vida. Sempre que mudamos uma nova atitude ou novas circunstâncias podem ocorrer, morre a postura antiga, que jamais voltará a original. Dessa maneira, Hades é o símbolo daquilo que experimentamos com todos os finais. Ele indica o luto, a dor que sempre acompanha um término, tão necessário para podermos começar um novo ciclo. A carta da Morte não significa necessariamente uma finalização ruim. A experiência do final inivitável pode estar ligada a fatos completamente agradáveis, como o casamento ou o nascimento de uma criança, porque tais acontecimentos não apenas indicam o início de algo novo como também indicam a morte de uma antiga forma de vida, e assim a perda deve ser reconhecida e lamentada. Essa carta indica que algo deve terminar. Se essa experiência será dolorosa ou não, depende da capacidade da pessoa em aceitar e reconhecer a necessidade dos fechamentos, ela pode anunciar a oportunidade de uma vida nova, desde que consigamos abrir mão da antiga. O Diabo (Pan, deus dos pastores e dos rebanhos)

Pan, o diabo, representa a servidão aos instintos da natureza. Sua imagem dentro de nós sugere algo que podemos temer como algo com o qual podemos encantar, ou seja, os impulsos sexuais e animais que consideramos maus, justamente por sua natureza compulsiva. Essa carta indica que Pan não morreu, mas que na realidade foi relegado aos confins do nosso inconsciente, representando tudo aquilo que tememos, odiamos e desprezamos em nós mesmos e que, ao mesmo tempo, nos escraviza por meio desses temores e desgostos. A carta do Diabo implica em bloqueios e inibições - quase sempre de ordem sexual e a necessidade de confrontação com tudo o que está oculto e vergonhoso na base da personalidade.

A Torre (Labirinto de Minos) Nesse momento nos deparamos com o famoso Labirinto de Minos, destruído por um terremoto quando o irado Poseidon surgiu das águas para deitar abaixo o reino. A Torre partida pelo deus retrata a destruição de antigos padrões. Ela é a única estrutura construída pelo homem presente nos Arcanos Maiores, e exatamente por isso representa as estruturas tanto internas como externas que construímos para servirem de defesa contra a vida e como esconderijo para os aspectos negativos e menos agradáveis de nossa personalidade. De um modo geral, a Torre é a imagem das fachadas socialmente aceitáveis que adptamos para esconder nossa fera interior. Ela é a estrutura dos falsos valores ou daqueles já superados , daquela postura diante da vida que não se origina do ser como um todo, mas que vestimos como a roupa de um determinado personagem de uma peça, apenas para impressionar a platéia. A Torre também representa as estruturas que construímos no mundo externo para completar o nosso eu incompleto. Num jogo ela prenuncia a quebra ou o rompimento de formas e estruturas vigentes. Essa carta da mesma forma que a Morte e o Diabo, depende muito da atitude do indivíduo frente às dificuldades e ao sofrimento numa separação. Contudo, a Torre cairá ainda assim independente de nossa vontade, não por causa de obra do destino, mas porque algo dentro do indivíduo atingiu o ponto de ebulição e já não pode ser contido.

A Estrela (Pandora) A imagem de Pandora e a Estrela da esperança, são os símbolos de uma parte do ser humano que, a despeito das frustrações e desapontamentos, da depressão e das perdas, ainda tem forças para se agarrar ao sentido da vida e ao futuro que poderá superar a infelicidade do passado. Ela não representa apenas a convicção nos planos futuros, ou a solução dos problemas individuais, ou somente a estrela-guia. A Estrela é uma carta de espera, pois a esperança é uma tênue luz que brilha e nos guia, porém não dissipa a escuridão da vida. A esperança é algo profundo e misterioso, pois parece transcender qualquer experiência que a vida nos ofereça sob a forma de catástrofe . Sempre que a Estrela surgir é indício de esperança, de fé em meio às atribulações. Porém, a esperança também pode ter duplo sentido de prevenir contra a fé cega que não contém nenhuma ação.

A Lua (Hecate, deusa das Trevas) Hecate, a deusa da Lua , representa as profundezas fluidas do inconsciente. Ela representa um progresso na compreensão e na experimentação do mundo inconsciente. É a partir desse reino oceânico da imaginação humana que os grandes mitos e símbolos religiosos ou mesmo as grandes obras de arte são produzidos ao longo dos séculos. Esse é um mundo caótico, sem fronteiras, do qual o indivíduo representa, em sua viagem pessoal na busca de identidade, apenas uma pequena parte. O encontro com a Hecate , a deusa da Lua, é o confronto com um mundo transpessoal, onde os limites individuais estão diluídos, onde o ego e o sentido de direção ficam perdidos. É como se tivéssemos que esperar submersos nas águas desse mundo até que novos potenciais pudessem emergir e se transformar em nosso

futuro. A carta da Lua é a carta da gestação , cheia de conflitos, de ansiedade e de confusões, de flutuações e de incertezas. Estamos a beira do inconsciente e não podemos fazer nada além de esperar e nos agarrar às imagens dos sonhos com uma vaga sensação de esperança e fé.

O Sol (Apolo, deus-sol) Apolo, o deus-sol, é a representação de força do consciente para dissipar a escuridão. Tal como Hecate, que sob o nome de Ártemis foi a irmã gêmea de Apolo na mitologia, o deus personifica algo maior do que a capacidade individual de obter conhecimento e clareza de idéias. Ele é a imagem da ânsia pela consciência presente na vida de todos, sendo conseqüentemente, o complemento natural. Apolo surge para dissipar todo medo e angústia e eliminar todas as sombras e dúvidas com seus raios de luz. A carta do Sol simboliza o espírito indomável que sempre lutou contra as superstições, a ignorância, o conformismo e contra a servidão ao fatalismo e ao desespero. Luz em demasia pode ofuscar o saber e destruir prematuramente o tempo necessário e a penumbra em que as coisas devem ser geradas. O calor do Sol intenso pode sufocar. Pois ele não respeita as leis da natureza. Essa carta indica um período de clareza otimismo e de confiança renovada. Nesse momento, pode-se compreender as estruturas, planejar o futuro e seguir adiante.

O Julgamento (Hermes Psicopompe, o acompanhante das Almas) Hermes reflete o processo que ocorre em determinados momentos críticos da vida, ou seja, uma somatória de experiências passadas que se juntam para compor um grande mosaico. Representa também as conseqüências daquelas experiências e a necessidade de compreendêlas e aceitá-las. Essa somatória não é uma função intelectual propriamente dita, mas uma espécie de "cozimento", de amadurecimento dos ingredientes "turvos" do inconsciente. É o chamado para que o morto desperte para as várias decisões e ações que realizamos, juntando todos os frutos e fazendo a colheita. A carta do julgamento prenuncia o período da recompensa pelos esforços empreendidos anteriormente, mas sendo uma carta ambígua,

pode também indicar o confronto perturbador com nossas próprias traições e fugas. A recompensa pode nem sempre ser agradável.

O Mundo (Hermafrodito, filho de Hermes e Afrodite) Hermafrodito é a imagem da experiência de sermos inteiros, completos. Masculino e feminino representam muito mais do que simples identificações dos órgãos genitais. São as grandes polaridades que circundam todos os opostos da vida. Ele se realiza em razão das várias experiências dessa viagem dos Arcanos Maiores que conduzirão o indivíduo a totalização do próprio ser. As qualidades do cuidado maternal e do código de ética paternal, da intuição e da expressão física, da mente e do sentimento, do relacionamento e da solitude, do conflito e da harmonia, do espírito e da matéria, todos estes opostos que continuamente lutam dentro de nós e que, justamente por causa dessa grande batalha conseguem aperfeiçoar nossa personalidade, estão contidas na carta do Mundo, unidos, convivendo harmonicamente dentro do grande círculo da Serpente que simboliza a vida eterna. Essa carta implica num período de realizações e de totalização. É o momento de sucesso, da finalização positiva de um processo ou de uma questão; o instante de alcançarmos um objetivo, de atingirmos um ideal pelo qual lutamos durante muito tempo.

O MÉTODO DE LEITURA RÁPIDA Existem vários métodos de leitura de tarô, podendo a pessoa desenvolver seu próprio método. Para se realizar uma tiragem de tarô o ideal primeiro estudar as cartas. Em seguida colocar a mão direita em cima do baralho fechado e pedir permissão e que as cartas mostrem tudo o que for importante e necessário. Se as cartas forem tiradas para outra pessoa será essa pessoa que perdirá essa permissão.

O método mais simples é a tiragem única de três cartas. O próprio consulente deve embaralhar as cartas. O baralho será depois aberto em forma de leque, em cima da mesa, e o consulente retirará dele três cartas (COM A MÃO ESQUERDA), dispondo-as desse modo: CARTA 2 - CARTA 1 - CARTA 3 A PRIMEIRA CARTA, representa o passado, indica o que está favorecendo o consulente, a partir de seu passado. A SEGUNDA CARTA, representa o presente, indica os obstáculos que estão atuando contra o consulente e seu desejo. A TERCEIRA CARTA, representa o futuro, indica o conselho que o tarô oferece para a resolução do problema, e, conseqüentemente, a construção do futuro.

É obvio que a interpretação é subjetiva, dependendo da capacidade de cada um em interpretar as cartas e ver o simbolismo.

MÉTODO DA CRUZ CELTA

Seguir os seguintes passos: Embaralhar e escolher 10 cartas colocando-as viradas para baixo. (usando apenas o 22 arcanos maiores) Montar a cruz céltica Depois, viradas com as figuras para cima, 1 - CARTA SIGNIFICADORA - Essa carta irá refletir a situação interna ou externa, na qual o indivíduo se encontra naquele momento. 2 - CARTA CRUZADA - Essa carta descreve a situação interna ou externa, que gera conflito e a obstrução do presente imediato. 3 - CARTA DE CABEÇA - Essa carta descreve o clima e a situação que pairam sobre o presente imediato do consulente. 4 - CARTA BASE DE QUESTÃO - Esta carta descreve o motivo real por trás da superfície aparente da situação refletida na carta de cabeça. 5 - CARTA INFLUÊNCIAS DO PASSADO - Esta carta descreve uma situação que já ocorreu na vida do consulente. 6 - CARTA INFLUÊNCIAS DO FUTURO - Essa carta descreve uma situação prestes a se manifestar na vida do indivíduo num futuro imediato. 7 - CARTA POSIÇÃO ATUAL - Essa carta representa a extensão da carta significadora. Descreve a atitude do consulente dentro das circunstâncias que o cercam. 8 - CARTA DOS FATORES AMBIENTAIS - Essa carta descreve a imagem que os outros amigos e família - fazem do consulente.

9 - CARTA DE ESPERANÇAS E TEMORES - Tanto os desejos como as ansiedades se apresentam numa única carta, uma vez que todas elas têm significado duplo. 10 - CARTA DE RESULTADO FINAL - A palavra final pode ser mal interpretada aqui, mas nada é absolutamente final, eu diria que ela não descreve uma situação definitiva ou permanente, e sim uma conseqüência natural da situação que a pessoa atravessa no momento.

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