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June 5, 2019 | Author: paulo | Category: Religion And Belief, Philosophical Science, Ciência
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SRI BRAHMA-SAMHITA

Sua Divina Graça Bhaktisiddhanta Bhaktisiddhanta Sarasvati Sar asvati Goswami Thakura Tradução da Edição da BBT-Bhaktivedanta Book Trust  por Indumukhi Devi Devi Dasi, Dasi, Curitiba, Curitiba, Dezembro 1997

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SRI BRAHMA-SAMHITA

Sua Divina Graça Bhaktisiddhanta Bhaktisiddhanta Sarasvati Sar asvati Goswami Thakura Tradução da Edição da BBT-Bhaktivedanta Book Trust  por Indumukhi Devi Devi Dasi, Dasi, Curitiba, Curitiba, Dezembro 1997

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Na Aurora da Criação "Não há nenhuma escritura igual ao Brahma-samhita em termos da conclusão co nclusão espiritual final. final. De fato, essa escritura é a revelação suprema das glórias do Senhor Govin Go vinda, da, pois revela o conhecimento conhecimento mais elevado elevado sobre Ele. Como todas conclusöes co nclusöes são brevemente brevemente apresentadas no Brahma-samhita, ele é essencial dentre todas literaturas Vaisnavas." (Sri Chaitanya-charitamrta Chaitanya-charitamrta Madhya-lil Madhya-lila, a, cap.9, cap. 9, textos t extos 239-240) de Sua Divina Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada

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Conteúdo



Introdução O Autor Prefácio



Sri Brahma-samhita



Glossário

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Página 5 6 8 11 75

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INTRODUÇÃO

O Brahma-samhita é uma escritura muito importante. Sri Chaitanya Mahaprabhu (a Suprema Personalidade de Deus), conseguiu o Quinto Capítulo do templo Adi-keshava, no estado de Tamil  Nadu, sul da India. Nesse Quinto Capítulo, apresenta-se a conclusão filosófica de acintyabhedabheda-tattva  (simultânea unidade e diferença). O capítulo também apresenta métodos de serviço devocional, o hino védico de dezoito sílabas, discursos sobre a alma, a Superalma e atividades fruitivas, uma explicação sobre kama-gayatri, kama-bija e o Maha-Vishnu original, e uma descrição específica do mundo espiritual, especificamente Goloka Vrndavana. O Brahmasamhita também explica os semideuses Ganesha, o Garbhodakashayi Vishnu, a origem do Gayatri mantra, a forma de Govinda e Sua transcendental posição e morada, as entidades vivas, a meta mais elevada, a deusa Durga, o significado da austeridade, os cinco elementos grosseiros, amor  por Deus, o Brahman impessoal, a iniciação do Senhor Brahma, e a visão de amor transcendental que nos permite ver o Senhor. Também se explicam os passos do serviço devocional. A mente,  yoga-nidra, a deusa da fortuna, serviço devocional em êxtase espontâneo, as encarnaçöes  principiando pelo Senhor Ramachandra, Deidades, a alma condicionada e seus deveres, a verdade sobre o Senhor Vishnu, oraçöes, hinos védicos, o Senhor Shiva, literatura védica, personalismo e impersonalismo, bom comportamento e muitos outros assuntos também são discutidos. Também há uma descrição do sol e das formas universais do Senhor. Todos esses assuntos são explicados conclusivamente numa casca de noz neste Brahma-samhita. (Sri Chaitanya-charitamrta Madhya-lila, cap.9, textos 239Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada

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240,significado) por Sua Divina

O AUTOR Srila Bhaktisiddhanta Saraswati nasceu no sagrado local de peregrinação Jagannatha Puri, e seu  pai foi Srila Bhaktivinoda Thakura, um grande mestre espiritual consciente de Krishna dentro da linha de sucessão advinda do Senhor Chaitanya. Embora empregado como magistrado do governo, Srila Bhaktivinoda trabalhava incansavelmente para estabelecer os ensinamentos do Senhor Chaitanya na India, onde infelizmente, as pessoas tinha chegado a negar os princípios do serviço devocional ao Senhor Supremo, Krishna. Ele visualizava um movimento mundial para consciência de Krishna e orava ao Senhor para ter um filho que o auxiliasse a realizar seu sonho. A 6 de fevereiro, 1874, na sagrada cidade de peregrinação Jagannatha Puri, onde Srila Bhaktivinoda Thakura servia como superintendente do famoso templo de Jagannatha, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati apareceu neste mundo. Deram-lhe o nome de Bimala Prasada. Com a idade de sete anos, Bimala Prasada havia memorizado os mais que setecentos versos sânscritos do  Bhagavad-gita  e conseguia fazer comentários iluminantes sobre os mesmos. Srila Bhaktivinoda Thakura, o autor de muitos livros importantes e outros escritos sobre a filosofia de consciência de Krishna, treinou seu filho na arte da impressão e revisão de textos. Ao chegar a vinte e cinco anos de idade, Bimala Prasada havia adquirido uma reputação impressionante como erudito em sânscrito, matemática, e astronomia. Seu tratado astronômico, Surya-siddhanta, angariou-lhe o título de Siddhanta Sarasvati como reconhecimento por sua imensa erudição. Em 1905, seguindo o conselho de seu pai, Siddhanta Sarasvati aceitou iniciação espiritual de Gaurakishora dasa Babaji. Embora Gaurakishora dasa Babaji fosse conhecido como uma pessoa santa e grande devoto do Senhor Krishna, era analfabeto. Satisfeito com a humildade e dedicação de seu discípulo altamente educado, Srila Gaurakishora concedeu-lhe suas plenas  bençãos e solicitou que "pregasse a Verdade Absoluta e deixasse de lado qualquer outro trabalho." Siddhanta Sarasvati então provou-se um assistente capaz no trabalho missionário de seu pai. Ao morrer Srila Bhaktivinoda Thakura em 1914, Siddhanta Sarasvati tornou-se editor do jornal de seu pai, Sajjana-tosani, e fundou a Bhagwat Press para publicar literatura consciente de Krishna. Então, em 1918, Siddhanta Sarasvati aceitou a ordem renunciada de vida espiritual, assumindo o título de Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati Goswami Maharaja. Com o propósito de  propagar consciência de Krishna pela India, organizou a Gaudiya Math, com sessenta e quatro ramos através do país. A sede de sua missão, a Chaitanya Gaudiya Math, localizava-se em Sridhama Mayapur, local de nascimento do Senhor Chaitanya. Mais tarde ele enviaria discípulos  para a Europa para trabalho missionário. Srila Bhaktisiddhanta ajustou as tradiçöes da consciência de Krishna para se conformarem com as condiçöes tecnológicas e sociais do século vinte. Considerava a impressora gráfica como o meio mais eficiente de espalhar a consciência de Krishna pelo mundo e ele mesmo era autor de muitas

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traduçöes importantes, comentários, e ensaios filosóficos. Foi o primeiro mestre espiritual a  permitir que seus pregadores renunciantes  (sannyasis) usassem roupas ocidentais e viajassem em transportes modernos ao invés de a pé. Em 1922, um inteligente jovem estudante universitário chamado Abhay Charan De veio visitar Srila Bhaktisiddhanta no centro da Gaudiya Math em Calcutá. Srila Bhaktisiddhanta imediatamente aconselhou o jovem de que deveria pregar a mensagem de consciência de Krishna  para o mundo ocidental no idioma inglês. Embora não pudesse executar imediatamente o desejo de Srila Bhaktisiddhanta, Abhay tornou-se um partidário ativo da Gaudiya Math. Em 1933, Abhay tornou-se formalmente discípulo de Srila Bhaktisiddhanta, que lhe deu o nome Abhay Charanaravinda. Durante a década de 1930, Srila Bhaktisiddhanta expandiu e aumentou seu trabalho missionário e conseguiu reestabelecer consciência de Krishna como a força de liderança na vida espiritual indiana. Ansioso que seu trabalho continuasse, induziu seus discipulos a formarem uma Comissão de Corpo Governante em conjunto, para administrar a Gaudiya Math na sua ausência. A 1º de  janeiro de 1937, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati fez a passagem deste mundo. Infelizmente, seus  principais discípulos não se ativeram a suas instruçöes de manterem uma Comissão de Corpo Governante, e como resultado a Gaudiya Math como uma organização de pregação missionária gradualmente desintegrou-se. Abhay Charanaravinda, contudo, permaneceu fiel à visão de Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati de que a consciência de Krishna se tornasse um movimento mundial e à ordem que este lhe dera  pessoalmente. Aceitou a ordem renunciada de vida,  sannyasa, assumindo o título de Bhaktivedanta Swami Maharaja, e em 1965 viajou para os Estados Unidos para pregar consciência de Krishna no idioma inglês. Srila Bhaktivedanta Swami fundou a Sociedade Internacional para Consciência de Krishna e estabeleceu uma Comissão de Corpo Governante, que continua a dirigir o movimento desde sua partida deste mundo em 1977. Assim, pelos sinceros esforços de Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada e seus seguidores, o trabalho de Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati está continuando mundo afora.

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PREFACIO A conduta materialista não tem possibilidade de se estender até o autocrata transcendental que está sempre convidando as almas condicionadas para se associarem com Ele através da devoção ou eterno humor de servir. Frequentemente verificamos que as atraçöes fenomenais tentam os seres conscientes a desfrutarem da posição variada que se opöe ao monismo indiferenciado. As  pessoas são muitos inclinadas a se entregarem às especulaçöes transitórias mesmo quando devem educar-se sobre uma situação além de sua área empírica ou jurisdição experimental. O aspecto esotérico frequentemente as impele a investigar a imanência em sua inspeção externa de coisas transitórias e transformáveis. Este impulso as leva a fixar a posição do imanente como uma entidade impessoal indeterminada, da qual não se pode discernir nenhum vestígio pelos sentidos orgânicos nem mesmo movendo os céus e a terra. As linhas deste livreto certamente auxiliarão tais almas perplexas em sua marcha rumo à  personalidade do imanente que está além da inspeção de sua visão sensorial. O primeiro verso desta publicação irá revolucionar suas idéias reservadas quando a nomenclatura do Absoluto for colocada diante delas como "Krishna". A mente especuladora iria demonstrar uma tendência de dar algum outro nome atributivo para designar o objeto desconhecido. Segundo sua experiência,  prefeririam designá-Lo como "criador do universo", "a entidade além dos fenômenos" - bem longe da referência a qualquer objeto da natureza e vazio de qualquer transformação. Assim irão argumentar que a própria fonte original não deve ter nenhuma designação concebíbel exceto para mostrar uma direção do objeto invisível, inaudível, intocável, sem cheiro e imperceptível. Mas não irão desistir de contemplar sobre o objeto com seu pobre fundo de experiência. Em face das alucinadas visöes imcompatíveis selvagemente demonstradas pelos eruditos sábios, o indagador interessado ver-se-á ainda ansiando após ler tais registros. Comparando os diferentes nomes apresentados por diferentes linhas de pensamento da humanidade, determinado juiz se decidiria em favor de alguma nomenclatura que melhor se adaptasse a seus caprichos limitados e específicos. Sem dúvida a mentalidade escrava de um indivíduo irá fornecer asserçöes invectivas ao resto, as quais lhe parecerão apropriadas pela revelação de sua decisão. Para remediar esse mal, os hinos do progenitor aceito dos fenômenos auxiliariam grandemente a embarcar no assunto da nomenclatura que possui poder adequado para dissipar todas imaginaçöes oriundas de experimentar fenômenos através de tentativas exploradoras. O primeiro hino irá estabelecer a supremacia da Verdade Absoluta, se o substrato Dele não for acertado pelas balas do tempo limitado, ignorância e sensação de desconforto, bem como por reconhecer o mesmo como um efeito em vez de aceitá-Lo como a causa primordial. O indagador interessado ficará satisfeito ao perceber que o objeto que determina é o supremamente excelente Senhor Supremo Sri Krishna, que em Sua oni-presença, bem-aventurança total, e conhecimento  perfeito oni-penetrante, Se encarnou eternamente como a própria fonte original de todas causas  primordiais do tempo infinito e sem começo, o criador que mantém todas entidades, i.e. mundanas e transcendentais.

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As linhas que se seguem servirão para determinar os diferentes aspectos do Absoluto, que são apenas emanaçöes da suprema fonte original Krishna, a entidade que atrai todas entidades. Além do mais, a proclamação derivativa da nomenclatura irá indicar o plano de felicidade ininterrupta, infindável, transcendental e a nomenclatura em Si, é a fonte dos dois componentes que são designados pelos nomes de causas eficiente e material. O mui transcendental nome "Krishna" é conhecido como a encarnação de todas rasas  transcendentais eternas, bem como a origem de todos conceitos eclipsados de rasas interrompidas encontradas na mentalidade de seres animados os quais são sucessivamente retratados por literatos e retóricos para nossa especulação mundana. Os versos do Brahma-samhita são uma plena elucidação da originação dos conceitos fenomenais e noumênicos. Os hinos da potência primordial encarnada lidaram plenamente com as especulaçöes henoteístas de diferentes escolas ocupadas em dar uma cobertura externa de trama esotérica sem qualquer referência ao verdadeiro aspecto eterno da manifestação transcendental intransformável e imperecível do imanente. Os hinos também lidaram com diferentes aspectos  parciais da personalidade do Absoluto, o qual está bem a parte do conceito dos desfrutadores deste mundo fenomenal. Mui intensa atenção e um estudo comparado de todos pensamentos e conceitos prevalescentes irão aliviar e iluminar todos - seja o materialista, o ateísta declarado, o agnóstico, o cético, o naturalista, o panteísta ou o pananteísta - ocupados com seu conhecimento da três dimensöes somente via seus esforços especulativos. Este livro é apenas o quinto capítulo dos Hinos de Brahma que foram registrados em cem capítulos. O Supremo Senhor Sri Chaitanya pegou este capítulo no templo de Adi-keshava em Tiruvattar, um vilarejo sob o governo de Travancore, para assegurar todas pessoas que amam Deus e especialmente Krishna, nesta jurisdição condicionada. Este livreto facilmente se compara com outro livro conhecido pelo nome de Srimad-Bhagavatam. Embora possua referência no  panteão dos  Puranas, o  Bhagavatam corrobora a mesma idéia deste Pancaratra. Os devotos devem considerar que estes dois livros tendem ao Krishna idêntico que é a fonte original de todas entidades transcendentais e mundanas e que exibe manifestamente a variedade  plenária. Aspersöes de calúnias restringem-se ao mundo limitado, ao passo que a transcendência não pode admitir tais angularidades sendo um ângulo de 180 graus ou sem quaisquer discrepâncias angulares. O editor transporta-se ao reino da gratidão quando seus estoques de publicaçöes são minuciosamente estudados. Thakura Bhaktivinoda forneceu em Bengali um significado que elucida o conceito da mais sublime fonte original de todas entidades, e um de seus devotados seguidores verteu-o para inglês com o fito de propagá-lo. Os significados e as traduçöes podem ser rastreados aos escritos originais de Srila Jiva Goswami, um seguidor contemporâneo do Supremo Senhor Sri Krishna Chaitanya. As aspiraçöes emocionais irão encontrar jogo limpo ao  perscrutarem os textos desta brochura, por todo aquele que tiver algum interesse em realizaçöes teístas puras. A inspeção materialista frequentemente continua dizendo que o conceito

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 provinciano de teísmo fez com que o retratar da unidade transcendental tivesse uma face diversa e  bem oposta a consideração ética da região limitada. Mas nós diferimos de tais consideraçöes errôneas quando passamos a ter uma visão perspectiva da transcendentalidade manifesta eliminando todas historicidades e esforços alegóricos. Todo nosso humor desfrutador deve tomar uma direção diferente quando levamos em conta a entidade transcendental que tem obsedado todas fraquezas e limitaçöes da natureza. Portanto solicitamos o humor mais alegre dos examinadores atentos para prestarem especial atenção na importância da transcendência manifesta em Krishna. Achamos necessário publicar este pequeno livro para utilização dos povos que conhecem o idioma inglês, interessados no auge das verdades transcendentais em suas fases manifestas. O tema delineado nos textos deste livro é bem diferente dos costumeiros montes de literatura  poética mundana, que se confinam as limitadas aspiraçöes de nossos sentidos. O livro foi encontrado no sul há uns quatro séculos atrás e novamente veio à luz no mesmo país após  passado muito tempo, assim como se adora a deusa Ganges oferecendo-lhe sua própria água.

SIDDHANTA SARASVATI Shri Gaudiya Math Calcutá, 1º de agosto, 1932

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Sri Brahma-Samhita TEXTO I isvarah paramah krishna sac-cid-ananda-vigrahah anadir adir govindah sarva-karana-karanam isvarah  - o controlador;  paramah  - supremo; krishnah  - Senhor Krishna;  sat   - abarcando existência eterna; cit   - conhecimento absoluto; ananda - e bem-aventurança absoluta; vigrahah cuja forma; anadih - sem começo; adih  - a origem;  govindah - Senhor Govinda;  sarva-karanakaranam - a causa de todas causas.

TRADUÇÃO Krishna, que é conhecido como Govinda é o Supremo Deus. Ele possui um corpo espiritual eternamente bem-aventurado. Ele é a origem de tudo. Sem nenhuma outra origem, Ele é a causa primordial de todas causas. SIGNIFICADO Krishna é a exaltada entidade Suprema que possui Seu nome eterno, forma eterna, atribuição eterna e passatempos eternos. O próprio nome "Krishna" infere Sua designação de atrair amor, expressando por Sua nomenclatura eterna o auge da entidade. Seu belo corpo eterno tingido de azul celeste brilhando com a intensidade do conhecimento sempre-existente tem uma flauta em ambas de Suas mãos. Embora sua energia espiritual inconcebível se estenda a tudo, Ele mantém Seu encantador tamanho médio através de Seus instrumentos espirituais qualificantes. Sua subjetividade que tudo acomoda se manifesta agradavelmente em Sua forma eterna. A presença concentrada do tempo total, conhecimento desvelado e felicidade inebriante tem sua beleza Nele. A porção mundana manifesta de Seu próprio Ser é conhecida como o onipenetrante Paramatma, Ishvara (Senhor Superior) ou Vishnu (Mantenedor de Todos). Logo é evidente que Krishna é o único Deus Supremo. Seu corpo espiritual singular e sem rival, de encanto super-excelente, é eternamente desvelado através de inumeráveis instrumentos (sentidos) espirituais e insupostos atributos mantém suas significativas localizaçöes devidamente, ajustando-se ao mesmo tempo através de Seus inconcebíveis poderes conciliatórios. Esta linda figura espiritual é idêntica a Krishna e a entidade espiritual de Krishna é idêntica com Sua própria figura. A entidade mui intensamente matizada da eterna presença da cognição bem-aventurada é o encantador proprietário ou ícone transcendental. Segue-se que o conceito da indistinguível magnitude sem forma (Brahman) que é um presentimento indolente, relaxado da bem-aventurança

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cognitiva, é meramente uma penumbra do brilho intensamente matizado dos três concomitantes, i.e., a bem-aventurança, a substância e a cognição. Este ícone transcendental manifesto, Krishna, em Sua face original é o pano-de-fundo primordial do Brahman de infinita magnitude e da onipenetrante super-alma. Krishna conforme verdadeiramente visualizado em Seus variados  passatempos, tais como proprietário das vacas transcendentais, chefe dos vaqueiros, consorte das  pastoras, governante da morada terrestre de Gokula e objeto de adoração das transcendentais  belas residentes de Goloka, é Govinda. Ele é a causa raiz de todas causas que são agentes  predominantes e predominados do universo. O olhar de Sua porção plenária projetado na sagrada água originária, i.e. a super-alma pessoal ou Paramatma, gera uma potência secundária - a natureza que cria este universo mundano. A energia intermediária desta super-alma faz surgir as almas individuais analogamente aos raios emanados do sol. Este livro é um tratado sobre Krishna; portanto o preâmbulo tem lugar cantando Seu nome no início.

TEXTO 2  sahasra-patra kamalam  gokulakhyam mahat padam tat-karnikaram tad-dhama tad-anantamsha-sambhavam  sahasra-patra - possuindo mil pétalas; kamalam - um lótus; gokula-akhyam - conhecido como Gokula; mahat padam - o local super-excelente; tat  - daquele (lótus); karnikaram - o verticilo; tat  - Dele (Krishna); dhama - a morada; tat  - aquela (Gokula); ananta - de Seu aspecto infinitário, Balarama; amsha - de uma parte; sambhavam - produzido.

TRADUÇÃO (O local espiritual de passatempos transcendentais de Krishna é retratado no segundo verso.) O local superexcelente de Krishna, que é conhecido como Gokula, possui milhares de pétalas e uma corola como a de um lótus que brota de uma parte de Seu aspecto infinitário, o verticilo de folhas sendo a verdadeira morada de Krishna. SIGNIFICADO Gokula, como Goloka, não é um plano criado mundano - o caráter ilimitado forma o espetáculo de Sua ilimitada potência e Sua manifestação propagante. Baladeva é a viga-mestre desta energia. A entidade transcendental de Baladeva possui dois aspectos, i.e. manifestação espiritual infinita e espaço acomodante infinito para as coisas grosseiras inconscientes. A delineação uni-quadrantal do universo material será abordada no devido momento. Há extensöes triquadrantais do campo transcendental infinitário do todo-poderoso, ilimitadas situaçöes de halo não-lamentantes, imperecedoras, e incompreensíveis, que são majestosa folhagem plenamente espiritual. Esta extensão muito majestosa retrata a rica característica imponente da região ilimitada mais vasta ou atmosfera maior que tem sua localização inteiramente além do reino da natureza mundana, na

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margem mais distante de Viraja, cercada pelo halo de Brahman ou entidade indistinguível. Este  poder majestoso de espírito ilimitado na porção superior da esfera luminosa emana na mais encantadora Gokula ou eternamente existente Goloka, excessivamente embelezada pelo sortido espetáculo de refulgência. Alguns designam esta região como a morada do Supremo Narayana, ou a fonte originária. Portanto Gokula, que é idêntica a Goloka, é o plano supremo. A mesma esfera brilha como Goloka e Gokula respectivamente através de sua situação superior ou transcendental e da inferior ou mundana. Sri Sanatana Goswami nos conta o seguinte em seu Brhad-bhagavatamrta, o qual personifica a essência final de todos livros de instruçöes: "Ele exibe Seus espetáculos aqui nesta terra assim como costuma fazer em Goloka. A diferença entre os dois planos está apenas em sua localização inferior ou superior; isto é, em outras palavras, Krishna interpreta exatamente o mesmo papel em Goloka, que exibe no plano mundano de Gokula. Praticamente não há diferença entre Gokula e Goloka e aquilo que existe na forma de Goloka na região superior é o mesmo que Gokula no  plano mundano onde Krishna mostrou Sua variada atividade ali. Sri Jiva Goswami também apontou o mesmo no  Bhagavat-sandarbha  de seus "Seis Tratados". Determinando o plano de Goloka - Vrndavana é a morada eterna de Krishna e Goloka e Vrndavana são identicamente unas, e embora ambas sejam idênticas, no entanto a energia inconcebível de Krishna fez de Goloka o auge deste reino espiritual e Gokula da província de Mathura forma uma parte do plano mundano que também é uma manifestação de vibhuti triquadrantal (majestade condutora). A pobre compreensão humana não tem possibilidade de conseguir perceber como o extenso triquadrantal, que está além da compreensão humana, pode ser acomodado no limitado universo inferior que se revela uniquadrantal. Gokula é um plano espiritual, logo sua posição condescendente na região do espaço material, tempo, etc., de nenhuma maneira é restrita mas ilimitadamente manifesta com sua plena propriedade ilimitada. Mas almas condicionadas estão inclinadas a afirmar um conceito material com relação a Gokula devido a seus miseráveis sentidos, de modo a trazê-la abaixo do nível de seu intelecto. Embora a visão de um observador se veja impedida por uma nuvem ao olhar para o sol e apesar da nuvenzinha nunca realmente poder cobrir o sol, ainda assim a visão toldada aparentemente observa o sol como estando coberto pela nuvem. É bem dessa maneira que as almas condicionadas com sua inteligência, sentidos e decisöes obscurecidas, aceitam Gokula como um pedaço de terra mensurável. Podemos ver Gokula de Goloka a qual é eterna. Isto também é um mistério. Alcançar a beatitude final é o sucesso em atingir o nosso próprio ser eterno. Sucesso em identificar nosso verdadeiro ser finalmente se alcança quando a trama de espirais grosseiras e sutis das almas condicionadas é removida pela doce vontade de Krishna. Contudo, a idéia de Goloka é vista como diferindo de Gokula até que se atinja o sucesso na devoção pura sem misturas. O plano transcendental de infinita manifestação espiritual, possuindo milhares de pétalas e corola como a do lótus, é Gokula, a morada eterna de Krishna.

TEXTO 3 karnikaram mahad yantram  sat-konam vajra-kilakam  sad-anga-sat-padi-sthanam  prakrtya purushena ca

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 premananda-mahananda rasenavasthitam hi yat  jyoti-rupena manuna kama-bijena sangatam karnikaram - o verticilo; mahat  - grande; yantram - figura; sat-konam - um hexágono; vajra como um diamante; kilakam - o suporte central; sat-anga-sat-padi - do mantra de dezoito sílabas com seis divisöes; sthanam - o local de manifestação; prakrtya - junto com o aspecto  predominado do Absoluto; purushena - junto com o aspecto predominador do Absoluto; ca também; prema-ananda - do êxtase do amor por Deus; maha-ananda - das grandes jubilaçöes transcendentais; rasena - com a rasa (doçura); avasthitam - situado; hi - certamente; yat  - o qual;  jyotih-rupena - transcendental; manuna - com o mantra; kama-bijena - com o kama-bija (klim);  sangatam - unido.

TRADUÇÃO O verticilo desse lótus transcendental é o reino onde habita Krishna. É uma figura hexagonal, a morada dos inerentes aspectos predominado e predominante do Absoluto. Como um diamante a figura central sustentante de Krishna auto-luminoso se ergue como a fonte transcendental de todas potências. O santo nome consistindo de dezoito letras transcendentais se manifesta numa figura hexagonal de seis divisöes. SIGNIFICADO Os passatempos transcendentais de Krishna são de dois tipos: manifestos e não-manifestos. Os  passatempos em Vrindavana visíveis aos olhos mortais são a lila  manifesta de Sri Krishna, e aquilo que não é tão visível, é lila não-manifesta de Krishna. A lila  não-manifesta é sempre visível em Goloka e a mesma é visível aos olhos humanos em Gokula, se Krishna assim desejar. Em seu  Krishna-sandarbha Sri Jiva Goswami Prabhu diz: "Passatempos não-manifestos expressam-se em krishna-lila  manifesta, e  goloka-lila  são os passatempos não-manifestos de Krishna visualizados a partir do plano mundano." Isto também é corroborado por Sri Rupa em seu  Bhagavatamrta. A manifestação transcendental progressiva de Gokula é Goloka. Os  passatempos eternos de Sri Krishna, embora não sejam visíveis em Gokula, estão eternamente manifestos em Goloka. Goloka é a transcendental manifestação majestosa de Gokula. As manifestaçöes de passatempos não-manifestos de Krishna com relação às almas condicionadas são de dois tipos: 1) adoração por meio do canal dos mantras (sons transcendentais, liberantes, autodedicatórios, recitados inaudivelmente); 2) transbordar espontâneo do amor espiritual do coração  por Krishna. Sri Jiva Goswami disse que a adoração através do mantra  é possível  permanentemente no devido local, quando confinada a um só passatempo. Esta manifestação meditativa de Goloka é o passatempo assistido com a adoração de Krishna através do mantra.  Novamente, os passatempos que são realizados em diferentes planos e em diferentes humores, são autocráticos em diversas maneiras; daí a existência de sva-rasiki, i.e. o transbordar espontâneo do amor espiritual do coração por Krishna. Este sloka transmite um duplo sentido. Um sentido é que no passatempo assistido com devoção através do mantra  consistindo de dezoito letras transcendentais, transcendentais palavras contidas no dito mantra  estando colocadas

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diferentemente constituem uma manifestação de apenas uma lila de Sri Krishna. Como por exemplo klim krishnaya govindaya gopijana-vallabhaya svaha  - este é um mantra  hexagonal consistindo de seis palavras transcendentais, i.e. (1) krishnaya, (2)  govindaya, (3)  gopijana, (4) vallabhaya, (5)  sva, (6) ha. Estas seis palavras transcendentais, quando colocadas em  justaposição, indicam o mantra. O grande maquinário transcendental hexagonal é desse jeito. A semente principal, i.e. klim, situase no instrumento como pivô central. Qualquer um com uma impressão de tal instrumento em sua mente e concentrando seu pensamento em tais entidades espirituais, pode atingir, como Chandradhvaja, o conhecimento do princípio cognitivo. A palavra  sva  indica kshetrajna, i.e. aquele que está familiarizado com seu próprio eu interior, e a palavra ha  indica a natureza transcendental. Este significado do mantra também tem sido corroborado pelo Sri Hari-bhaktivilasa. O sentido geral é que quem tiver desejo de entrar nos passatempos esotéricos de Krishna terá de praticar Seu serviço transcendental junto com o cultivo do conhecimento devocional relativo a Ele. (1) krishna-svarupa - o próprio Ser de Krishna; (2) krishnasya cin-maya-vrajalila-vilasa-svarupa  - a verdadeira natureza dos passatempos de Krishna em Vraja; (3) tat parikara-gopijana-svarupa - a verdadeira natureza de seus associados espirituais em Vraja, i.e., as donzelas vaqueirinhas de Vraja; suddha-jivasya cid-(jnana)-svarupa - a verdadeira natureza do conhecimento espiritual da alma individual pura; (6) cit-prakrtir arthat krishna-seva-svabhava - a real natureza do serviço transcendental a Krishna é que a relação esotérica se estabelece ao despertar nossa cognição pura. O sentido é que rasa  é somente o serviço transcendental do refúgio central Sri Krishna, como aspecto predominante do Absoluto, pelo nosso ego como serva espiritual da metade predominada do inteiro absoluto, assistida com pura devoção na forma de nossa auto-rendição integral. O passatempo em Goloka ou Gokula durante o estágio de  progresso devocional, é a adoração meditativa através do mantra, e durante o estágio da  perfeição os passatempos se manifestam como as irrestritas jubilaçöes transcendentais. Esse é o verdadeiro aspecto de Goloka ou Gokula, que tornaremos mais explícito no devido curso. O significado das palavras  jyoti-rupena manuna  é que o sentido transcendental é expressado no mantra  através do que, ao adicionar transcendental desejo de amor por Krishna e serviço a Krishna, a pessoa se estabelece no eterno amor de Krishna. Tais passatempos eternos estão eternamente manifestos em Goloka.

TEXTO 4 tat-kinjalkam tad-amshanam tat-patrani shriyam api

tat  - daquele (lótus); kinjalkam - as pétalas; tat-amshanam - das porçöes fragmentárias Dele (Krishna); tat  - daquele (lótus); patrani - as folhas; shriyam - das gopis (lideradas por Srimati Radharani); api - também.

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TRADUÇÃO O verticilo daquele reino eterno de Gokula é a morada hexagonal de Krishna. Suas pétalas são as moradas das gopis   que são parte e parcela de Krishna, a quem elas são mui amorosamente devotadas e a quem se assemelham na essência. As pétalas brilham lindamente como se fossem tantas paredes. As folhas estendidas desse lótus são o dhama  semelhante a um jardim, i.e. a morada espiritual de Sri Radhika, a mais amada por Krishna. SIGNIFICADO A Gokula transcendental tem a forma como de um lótus. O mundo eterno é como uma figura hexagonal; nela estão centradas as entidades Sri Radha-Krishna, aparecendo na forma de um mantra  consistindo de dezoito letras transcendentais. As manifestaçöes propagadoras que emanam da potência cit   ali estão presentes com as ditas entidades como centro. Sri RadhaKrishna é a causa primordial ou a Própria semente. Gopala-tapani  diz, "Omkara" significa o Todo-Poderoso Gopala e Sua potência; e "klim"   é o mesmo que omkara. Portanto o kama-bija ou a causa primordial de todo amor, é conotativo das entidades Sri Radha-Krishna.

TEXTO 5 catur-asram tat-paritah  svetadvipakhyam adbhutam catur-asram catur-murtesh catur-dhama catush-krtam caturbhih purusharthaish ca caturbhir hetubhir vrtam  shulair dashabhir anaddham urdhvadho dig-vidikshv api ashtabhir nidhibhir jushtam ashtabhih siddhibhis tatha manu-rupaish ca dashabhir dik-palaih parito vrtam  shyamair gauraish ca raktaish ca  shuklaish ca parshadarshabhaih  shobhitam shaktibhis tabhir adbhutabhih samantatah catuh-asram - local quadrangular; tat  - aquela (Gokula); paritah - cercando; sveta-dvipa Svetadvipa (a ilha branca); akhyam - chamada; adbhutam - misteriosa; catuh-asram quadrangular; catuh-murteh - das quatro expansöes primárias (Vasudeva, Sankarshana, Pradyumna e Aniruddha); catuh-dhama - consistindo de quatro moradas; catuh-krtam - dividido

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em quatro partes; caturbhih - pelos quatro; purusha-arthaih - necessidades humanas; ca - e; caturbhih - pelos quatro; hetubhih - causas ou bases de realização; vrtam - envolvido; shulaih com tridentes; dashabhih - dez; anaddham - fixos; urdhva-adhah - para cima e para baixo (o zênite e o nadir); dik  - (nas) direçöes (norte, sul, leste e oeste); vidikshu - e nas direçöes intermediárias (nordeste, sudeste, sudoeste, e noroeste); api - também; ashtabhih - com os oito; nidhibhih - jóias; jushtam - dotado; ashtabhih - com os oito; siddhibhih - perfeiçöes místicas (anima, laghima, prapti, prakamya, mahima, ishitva, vashitva, e kamavasayita); tatha - também; manu-rupaih - na forma de mantras; ca - e; dashabhih - por dez; dik-palaih - protetores das direçöes; paritah - totalmente em redor; vrtam- cercado; shyamaih - azul;  gauraih - amarelo; ca - e; raktaih - vermelho; ca - e; shuklaih - branco; ca - e; parshada-rshabhaih - com os associados mais elevados; shobhitam - brilhante; shaktibhih - com potências; tabhih - aqueles; adbhutabhih extraordinário; samantatah - de todos lados.

TRADUÇÃO (O plano externo que cerca Gokula é descrito neste verso.) Existe um misterioso lugar quadrangular chamado Svetadvipa cercando os arrabaldes de Gokula. Svetadvipa se divide em quatro partes em todos lados. As moradas de Vasudeva, Shankarshana, Pradyumna e Aniruddha localizam-se separadamente em cada uma dessas quatro partes. Estas quatro moradas divididas estão envolvidas pelos quatro requisitos humanos tais como piedade, fortuna, paixão e liberação, bem como pelos quatro Vedas  , i.e. Rg, Sama,  e Atharva , que lidam com o mantra   e que são as bases para se obter os quatro Yajur  requisitos mundanos. Dez tridentes estão fixos nas dez direçöes, incluindo o zênite e o nadir. As oito direçöes estão decoradas com as oito jóias de Mahapadma, Padma, Shankha, Makara, Kacchapa, Mukunda, Kunda e Nila. Há dez protetores (dik-palas  ) das dez direçöes na forma do mantra  . Os associados de tons de azul, amarelo, vermelho e branco e as extraordinárias potências que levam os nomes de Vimala, etc., brilham em todos lados. SIGNIFICADO Basicamente, Gokula é o assento do amor transcendental e devoção. Portanto Yamuna, Sri Govardhana, Sri Radha-kunda, etc., da Vraja-mandala terrestre ficam dentro de Gokula.  Novamente, todas majestades de Vaikuntha estão ali manifestadas estendendo-se em todas direçöes. Os passatempos das quatro manifestaçöes propagadoras estão todos lá em seus devidos lugares.  Paravyoma  Vaikuntha recebe sua extensão do espetáculo das quatro manifestaçöes  propagadoras. A salvação a partir de Vaikuntha, e piedade, fortuna e paixão atinentes às pessoas mundanas, estão todas nos devidos lugares em Gokula como suas sementes originais, i.e., causa  primordial. Os Vedas  também estão ocupados em cantar a canção do Senhor de Gokula. Existem dez tridentes em dez direçöes para impedir e desapontar aqueles que aspiram a entrar em Goloka através de meditaçöes sem a graça de Krishna. Pessoas orgulhosas de si mesmas que tentam alcançar esta região através das sendas da  yoga  (meditação) e  jnana  (conhecimento empírico) são frustradas em suas tentativas, sendo perfuradas pelos dez tridentes. A autoaniquilação tem sua excelência em Brahma-dhama, que representa a cobertura externa de Goloka na forma dos tridentes.  Ashtanga-yogis, i.e. ascetas que praticam a  yoga  óctupla, são os

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liberacionistas indiferenciativos que, tentando aproximar-se na direção de Goloka, caem de cabeça nas profundezas do desapontamento ao serem trespassados e dilacerados por esses tridentes colocados nas dez direçöes. Aqueles que procedem rumo à direção de Goloka através do canal da devoção misturada a idéias majestosas, ficam fascinados pelos encantos de Vaikuntha, que é o  plano da cobertura externa de Sri Goloka, ao verem as oito perfeiçöes, i.e. anima, etc., e majestades como mahapadma, etc. Aqueles que são menos adiantados em sua inteligência, recaem no mundo setenário caindo sob controle dos dez protetores (das dez direçöes) sob a aparência de mantras. Desta maneira, Goloka se tornou incognoscível e inacessível. Somente os divinos seres da Divindade, os proponentes das dispensaçöes divinas para as diferentes eras, que estão sempre à frente ali para favorecer os devotos que se aproximam, buscando entrar no reino de Goloka através do canal do amor devocional puro. Estas formas divinas de Deus ali estão rodeadas por atendentes de suas respectivas naturezas. Svetadvipa em Goloka é o local de sua morada. Por isso, Srila Thakura Vrndavana, o Vyasa manifesto de caitanya-lila, descreveu o vilarejo de Navadvipa como tendo o nome de Svetadvipa. Nesta Svetadvipa as porçöes conclusivas dos passatempos de Gokula existem eternamente como os passatempos de  Navadvipa. Assim a região de Navadvipa, Vraja e o reino de Goloka são uma só e mesma entidade invisível; a diferença está somente nas manifestaçöes da variedade infinita de sentimentos, correspondentes à natureza diversa de seu amor devocional. Existe nisso um  princípio muito oculto que somente as maiores almas que estão possuídas pelo mais elevado amor transcendental, são capazes de realizar pela graça direta de Krishna. A verdade é a seguinte:  Nesse mundo mundano existem quatorze esferas dispostas na ordem graduada de superior e inferior. Pessoas vivendo com esposas e crianças que anseiam pelo efeito prazeroso de suas atividades fruitivas, movimentam-se para cima e para baixo dentro dos limites dos três mundos de Bhuh, Bhuvah e Svah.  Brahmacharis  de grandes austeridades, ascetas e pessoas viciadas na verdade hipotética, pessoas de disposição neutra que adotam trabalhos não-fruitivos através de uma aptidão que busca livrarem-se de todos desejos mundanos, movimentam-se para cima e para  baixo dentro dos limites dos mundos de Mahah, Janah, Tapah e Satya. Acima destes mundos fica a morada do Brahma de quatro cabeças, acima da qual fica o ilimitado reino do Vaikuntha de Vishnu, Kshirodakashayi, deitado no oceano de leite.  Paramahamsa-sannyasis  e os demônios mortos por Sri Hari, ao cruzarem o Viraja, i.e., passando além dos quatorze mundos, entram no reino luminoso de Brahman e alcançam o nirvana  na forma da cessação temporária do ego temporal. Mas o devoto atuado pela aptidão devocional pura  (suddha-bhakta), o devoto imbuído de devoção amorosa ( prema-bhakta), o devoto atuado pelo amor puro ( premapara-bhakta), e o devoto impelido pelo amor arrebatador ( prematura-bhakta), que servem a majestade de Deus, tem suas localizaçöes em Vaikuntha, i.e. o reino transcendental de Sri Narayana. Só os devotos que estão imbuídos com amor total e que trilham nos passos das servas espirituais de Vraja, alcançam o reino de Goloka. Os diferentes locais dos devotos em Goloka conforme suas respectivas diferenças da natureza de sua rasa, i.e., qualidade de doçura, são estabelecidos  pelo inconcebível poder de Krishna. Os devotos puros seguindo os devotos de Vraja e aqueles que seguem os devotos puros de Navadvipa, estão localizados no reino de Krishna e Gaura respectivamente. Os devotos idênticos de Vraja e Navadvipa alcançam simultaneamente os  prazeres do serviço no reino de Krishna e Gaura. Sri Jiva Goswami escreve em sua obra Gopalacampu  que "o supremo reino transcendental se chama Goloka, sendo a morada de  go, vacas transcendentais, e gopa, vaqueiros transcendentais. Este é o assento dos passatempos de rasa do

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absoluto Sri Krishna. Novamente o reino é chamado de Svetadvipa devido à realização de algumas das rasas que são manifestação inconcebível derivada da pureza intocada daquele reino supremo. As duas entidades da suprema Goloka e a suprema Svetadvipa são indivisivelmente o reino de Goloka." O cerne de todo assunto é este - Goloka como Svetadvipa é eternamente manifesta porque os prazeres de desfrutar da rasa não poderiam se dar em toda sua totalidade nos  passatempos de Krishna em Vraja. Ele aceita a emoção e refulgência de Sua metade  predominada, Sri Radhika, e cria um passatempo eterno para ali desfrutar de krishna-rasa. Sri Krishnachandra aceitou tomar Seu nascimento, tal como a lua, no oceano do ventre de Sri Sacidevi, desejando saborear os seguintes prazeres, i.e., para realizar: (1) a natureza da grandeza do amor de Sri Radha; (2) a natureza da maravilhosa natureza de Seu amor o qual Sri Radhika saboreia; (3) a natureza da excelsa alegria que se acumula em Sri Radha através de Sua realização da doçura de Seu amor. O desejo esotérico de Sri Jiva Goswami Prabhu aqui se torna manifesto.  No Veda  também se diz: "Permitam que lhes conte o mistério. Em Navadvipa, o reino idêntico de Goloka, na beira do Ganges, Gaurachandra que é Govinda, a entidade de pura cognição, que  possui duas mãos, que é a alma de todas almas, que possui a grande personalidade suprema como o grande  sannyasin meditativo e que está além dos atributos mundanos tríplices, torna manifesto neste mundo mundano o processo de devoção pura sem misturas. Ele é o Deus único. Ele é a fonte de todas formas, a Alma Suprema e é Deus manifestando-Se nas cores amarela, vermelha, azul e branca. Ele é a entidade direta da pura cognição plena da potência espiritual (cit ). Ele é a figura do devoto. Ele é quem concede a devoção e é cognoscível só pela devoção. Esse mesmo Gaurachandra, que não é outro senão o próprio Krishna, a fim de provar da rasa dos passatempos de Radha-Krishna em Goloka, está manifestado no reino eterno de Navadvipa idêntico a Goloka." Isto também fica claro a partir das declaraçöes védicas asan varnas trayah, krishna-varnam tvi sakrishnam, yatha pashyah pashyati rukma-varnam, maham prabhur vai  e várias outras declaraçöes das escrituras teístas. Assim como Sri Krishna tomou Seu nascimento na Gokula mundana por intermédio de Yogamaya que é a energia primal do Senhor Supremo, assim com o auxílio dela Ele manifesta a lila de Seu nascimento no ventre de Saci-devi em Navadvipa neste  plano mundano. Estas são as verdades absolutas da ciência espiritual e não o resultado de especulação imaginária sob a escravatura da energia ilusória de Deus.

TEXTO 6 evam jyotir-mayo devah  sad-anandah parat parah atmaramasya tasyasti  prakrtya na samagamah evam - assim; jyotih-mayah - transcendental; devah - o Senhor; sat-anandah - o próprio Ser dos êxtases eternos; parat parah - o superior de todos superiores; atma-aramasya - ocupado nos  prazeres do reino transcendental; tasya - Dele; asti - há; prakrtya - com a potência mundana; na não; samagamah - associação.

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TRADUÇÃO O Senhor de Gokula é o Deus Supremo transcendental, o próprio Ser dos êxtases eternos. Ele é o superior de todos superiores e está diligentemente ocupado nos desfrutes do reino transcendental e não tem nenhuma associação com Sua potência mundana. SIGNIFICADO Só a potência de Krishna que é espiritual, funcionando como o próprio poder de Krishna, manifestou Seus passatempos de Goloka ou Gokula. Através dela as almas individuais que são constituentes da potência marginal conseguer ingressar até mesmo naqueles passatempos. A energia ilusória cuja natureza é ser o reflexo pervertido da potência espiritual (cit ), tem seu local do outro lado do rio Viraja, que cerca Brahma-dhama formando a fronteira de Maha-Vaikuntha como invólucro externo de Goloka. A posição de Goloka é absolutamente sem mistura com a energia mundana, ilusória, a qual longe de ter qualquer associação com Krishna, sente vergonha de aparecer diante Dele.

TEXTO 7 mayayaramamanasya na viyogas taya saha atmana ramaya reme tyakta-kalam sisrkshaya mayaya - com a energia ilusória; aramamanasya - Dele, que nunca Se associa; na - não; viyogah - completa separação; taya - dela; saha - de; atmana - com Sua própria; ramaya - potência espiritual, Rama; reme - Se associa; tyakta-kalam - através de lançar Seu olhar na forma de enviar Sua energia do tempo; sisrkshaya - com o desejo de criar.

TRADUÇÃO Krishna nunca se associa com Sua energia ilusória. Ainda assim a conecção dela com a Verdade Absoluta não é cortada completamente. Quando Ele tenciona criar o mundo material, o passatempo amoroso no qual Ele se ocupa em associar-Se com Sua própria potência espiritual (cit ) Rama através de Seu olhar que lança sobre a energia ilusória na forma de enviar Sua energia de tempo, é uma atividade auxiliar. SIGNIFICADO A energia ilusória não tem nenhum contato direto com Krishna, mas sim contato indireto. Vishnu, a causa primordial, deitado no Oceano Causal, a porção plenária de Maha-Shankarshana que tem Seu assento em Maha-Vaikuntha, a esfera dos passatempos extendidos do próprio Krishna, lança Seu olhar para a energia ilusória. Mesmo ao lançar Seu olhar Ele não tem contato com a energia ilusória porque a potência espiritual(cit ) Rama então leva a função de Seu olhar como Sua impoluta potência sempre-subserviente. A energia ilusória como serva de potência

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espiritual (cit ) Rama, serve a porção plenária manifestada de Deus associada com Rama, a energia de tempo representando a força da atividade e instrumentalidade de Rama; por conseguinte constatamos o processo de masculinidade ou a força criadora.

TEXTO 8 niyatih sa rama devi tat-priya tad-vasham tada tal-lingam bhagavan shambhur  jyoti-rupah sanatanah  ya yonih sapara shaktih kamo bijam mahad dhareh niyatih - o regulador; sa - ela; rama - a potência espiritual; devi - a deusa; tat  - Dele; priya amada; tat  - Dele; vasham - sob o controle; tada - então (no momento da criação); tat  - Dele; lingam - o símbolo masculino, ou emblema manifesto; bhagavan - possuindo opulências;  shambhuh - Shambhu; jyotih-rupah - halo; sanatanah - eterno; ya - que; yonih - o símbolo da  produtividade mundana feminina; sa - que; apara - não-absoluta; shaktih - potência; kamah - o desejo; bijam - a semente; mahat  - a faculdade da cognição pervertida; hareh - do Senhor

Supremo.

TRADUÇÃO (Descreve-se o processo secundário de associação com Maya.) Ramadevi, a potência espiritual (cit ), amada consorte do Senhor Supremo, é a reguladora de todas entidades. A divina porção plenária de Krishna cria o mundo mundano. Na criação aparece um halo divino que é por natureza Sua porção subjetiva (svamsha ). Este halo é o divino Shambhu, o símbolo masculino ou emblema manifestado do Senhor Supremo. Este halo é o reflexo crepuscular embaçado da suprema refulgência eterna. Este símbolo masculino é a porção subjetiva da divindade que funciona como progenitor do mundo mundano, sujeito à suprema reguladora (niyati ). Com relação à criação mundana, a potência que concebe surge a partir da suprema reguladora. Ela é Maya, a potência limitada, não-absoluta (apara ), símbolo da produtividade feminina mundana. O intercurso de ambas cria a faculdade da cognição pervertida, o reflexo da semente do desejo de procriação do Senhor Supremo. SIGNIFICADO Shankarshana possuído pelo desejo criativo é a porção subjetiva de Krishna tomando a iniciativa em provocar o nascimento do mundo mundano. Deitado na água causal como o purusha-avatara  primordial, Ele lança Seu olhar para Maya (a potência limitada). Tal olhar é a causa eficiente da criação mundana. Shambhu, o símbolo da procriação masculina mundana é o tênue halo dessa refulgência refletida. É o símbolo que se aplica ao órgão de geração de Maya, a sombra de Rama ou da potência divina. A primeira fase do aparecimento do desejo mundano criado por MahaVishnu chama-se o princípio seminal de mahat   ou a faculdade cognitiva pervertida. E é isso que

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é idêntico ao princípio mental maduro para a atividade procriadora. A concepção subjacente é que é a vontade do  purusha  que cria usando os princípios eficientes e materiais. Eficiência é Maya ou o órgão feminino produtor. O princípio material é Shambhu ou o órgão masculino  procriador. Maha-Vishnu é  purusha  ou a divina pessoa dominante que dirije a vontade.  Pradhana ou o princípio substantivo na forma das entidades mundanas, é o princípio material. A natureza personificando o princípio acomodante (adhara), é Maya. O princípio de vontade  personificada que leva os dois ao intercurso, é a divina pessoa dominante  (purusha), porção subjetiva de Krishna, o manifestador do mundo mundano. Esses três todos são criadores. A semente de desejo criativo amoroso em Goloka, é a personificação da pura cognição. A semente de desejo sexual que encontramos neste mundo mundano, é a de Kali, etc., as quais são sombras da potência divina. A primeira, embora seja protótipo da segunda, localiza-se muito distante. A semente do desejo sexual mundano é o reflexo pervertido neste mundo mundano da semente do desejo criativo original. O processo do aparecimento de Shambhu está registrado no décimo e décimo-quinto slokas.

TEXTO 9 linga-yoni-atmika jata ima maheshvari-prajah linga - dos órgãos geradores masculinos; yoni - e dos órgãos geradores femininos; atmikah como a encarnação; jata - nascidos; imah - estes; maheshvari - da consorte do grande senhor deste mundo mundano; prajah - a progênie.

TRADUÇÃO Toda prole da consorte do grande senhor (Maheshvara) deste mundo mundano são da natureza de encarnaçöes dos órgãos geradores mundanos masculinos e femininos. SIGNIFICADO A plena extensão quadrantal do Senhor Supremo, é Sua majestade. Desta, as extensöes triquadrantais de situaçöes não-lamentantes, imperecíveis e incompreensíveis, constituem as majestades dos reinos de Vaikuntha e Goloka, etc.. Nesse reino temporal de Maya, devas e homens, etc. - todos estes junto com os mundos mundanos - são as grandes majestades da  potência limitada. Todas estas entidades são encarnaçöes dos órgaos de geração masculinos e femininos pela distinção de princípios causais eficientes e materiais; ou, em outras palavras, são  produzidos pelo processo de intercurso sexual entre os órgaos de geração masculinos e femininos. Toda informação que tem sido acumulada via as ciências deste mundo, possui esta natureza de co-união sexual. Arvores, plantas e mesmo todas entidades inconscientes são encarnaçöes da counião do masculino e do feminino. Fato de significado especial é que embora tais expressöes como "os órgãos geradores masculinos e femininos" sejam indecorosas no entanto na literatura científica estas palavras, expressando os princípios acima-mencionados, são excessivamente  benfazejas e apresentam uma utilidade permanente. O indecoro é meramente uma entidade  pertinente ao costume externo da sociedade. Mas a ciência, e especialmente a ciência mais

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elevada, não pode destruir a verdadeira entidade por deferência ao costume social. Por conseguinte, a fim de demonstrar a semente do desejo sexual mundano, o princípio básico deste mundo fenomênico, o uso destas palavras idênticas é indispensável. Através do uso de todas estas palavras só a energia masculina ou a potência ativa predominante, e a energia feminina ou  potência ativa predominada, podem ser compreendidas.

TEXTO 10  shaktiman purushah so 'yam linga-rupi maheshvarah tasminn avirabhul linge maha-vishnur jagat-patih  shaktiman - unido a sua consorte feminina; purushah - pessoa; sah - ele; ayam - este; linga-rupi na forma do órgão gerador masculino; maha-ishvarah - Shambhu, o senhor deste mundo mundano; tasmin - naquele; avirabhut  - manifestado; linge - no emblema manifestado; mahavishnuh - Maha-Vishnu; jagat-patih - o Senhor do mundo.

TRADUÇÃO A pessoa que personifica o princípio causal material, i.e. o grande senhor deste mundo mundano (Maheshvara) Shambhu, na forma do órgão gerador masculino, está unido a sua consorte feminina, a energia limitada (Maya) como o princípio causal eficiente. O Senhor do mundo, Maha-Vishnu, está manifestado nele através de Sua porção subjetiva na forma de Seu olhar. SIGNIFICADO  Na atmosfera transcendental ( para-vyoma), onde prepondera a majestade espiritual, está presente Sri Narayana, o qual não é diferente de Krishna. Maha-Shankarshana, fac-símile plenário subjetivo da personalidade extendida de Sri Narayana, também é a porção plenária divina da  personificação propagatória de Sri Krishna. Através do poder de Sua energia espiritual, uma  porção plenária subjetiva Dele, repousando eternamente na corrente neutra de Viraja que forma o limite entre os reinos espiritual e mundano, lança Seu olhar, durante a criação, sobre a potência limitada obnubilada, Maya, que se localiza bem distante Dele próprio. Em seguida, Shambhu, senhor do  pradhana que personifica o princípio substantivo de todas entidades materiais, e que é o mesmo que Rudra, o pálido reflexo do divino olhar do próprio Senhor Supremo, consuma seu intercurso com Maya, o princípio causal mundano eficiente. Porém ele não pode fazer nada independente da energia de Maha-Vishnu

TEXTO 11  sahasra-shirsha purushah  sahasrakshah sahasra-pat  sahasra-bahur vishvatma

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 sahasramshah sahasra-suh  sahasra-shirsha - possuindo milhares de cabeças; purushah - Senhor Maha-Vishnu, o primeiro  purusha-avatara; sahasra-akshah - possuindo milhares de olhos; sahasra-pat  - possuindo milhares de pernas; sahasra-bahuh - possuindo milhares de braços; vishva-atma a Superalma do universo; sahasra-amshah - a fonte de milhares de avataras; sahasra-suh - o criador de milhares

de almas individuais.

TRADUÇÃO O Senhor do mundo mundano, Maha-Vishnu, possui milhares de cabeças, olhos, mãos. Ele é a fonte de milhares e milhares de avataras em Suas milhares de milhares de porçöes subjetivas. Ele é o criador de milhares de milhares de almas individuais SIGNIFICADO Maha-Vishnu, o objeto de adoração dos hinos de todos Vedas, possui uma infinidade de sentidos e potências, e Ele é o avatara-purusha primordial, a origem de todos avataras.

TEXTO 12 narayanah sa bhagavan apas tasmat sanatanat avirasit karanarno nidhih sankarshanatmakah  yoga-nidram gatas tasmin  sahasramshah svayam mahan narayanah - chamado Narayana; sah - aquele; bhagavan - a Suprema Personalidade de Deus, Maha-Vishnu; apah - água; tasmat  - daquela; sanatanat  - pessoa eterna; avirasit  - surgiu; karanaarnah - o Oceano Causal; nidhih - expansão d'água; sankarshana-atmakah - a porção subjetiva de Sankarshana; yoga-nidram gatah - no estado de profundo sono; tasmin - naquela (água);  sahasra-amshah - com milhares de porçöes; svayam - Ele mesmo; mahan - a Pessoa Suprema.

TRADUÇÃO O mesmo Maha-Vishnu é denominado "Narayana" neste mundo mundano. Daquela pessoa eterna brotou a vasta expansão d'água do Oceano Causal espiritual. A porção subjetiva de Sankarshana que permanece no paravyoma , o supremo purusha   acima mencionado de milhares de porçöes subjetivas, repousa no estado de sono divino (yoga-  ) nas águas do Oceano Causal espiritual. nidra 

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SIGNIFICADO Yoga-nidra  (sono divino) descreve-se como um transe extático que é da natureza da bemaventurança da verdadeira personalidade subjetiva. Ramadevi acima-mencionada é yoga-nidra na

forma de Yogamaya.

TEXTO 13 tad-roma-bila-jaleshu bijam sankarshanasya ca haimany andani jatani maha-bhutavrtani tu tat   - Dele (Maha-Vishnu); roma-bila-jaleshu - nos poros da pelo; bijam - as sementes;  sankarshanasya - de Sankarshana; ca - e; haimany - dourado; andani - ovos ou espermas; jatani - nascidos; maha-bhuta - pelos cinco grandes elementos; avrtani- cobertos; tu - certamente.

TRADUÇÃO As sementes espirituais de Sankarshana existentes nos poros da pele de Maha-Vishnu, nascem como tantos espermas dourados. Estes espermas estão cobertos pelos cinco grandes elementos. SIGNIFICADO O divino avatara primordial deitado no Oceano Causal espiritual é tão grande que dos poros de Sua divina forma brotam miríades de sementes dos universos. Essas séries de universos são os reflexos pervertidos da infinita região transcendental. Enquanto permanecem embutidos em Sua divina forma, personificam o princípio do reflexo espiritual que tem a forma de ovos dourados. Entretanto, pelo desejo criativo de Maha-Vishnu as diminutas partículas dos grandes elementos, que são constituentes dos princípios causais materiais e eficientes, envolvem-nos. Quando esses espermas dourados, saindo com a exalação de Maha-Vishnu, entram na ilimitada câmara acomodante da potência limitada (Maya), tornam-se aumentados pelos grandes elementos nãoconglomerados.

TEXTO 14  praty-andam evam ekamshad ekamshad vishati svayam  sahasra-murdha vishvatma maha-vishnuh sanatanah  praty - cada; andam - universo semelhante a um ovo; evam - assim; eka-amshat eka-amshat  como Suas próprias porçöes subjetivas; vishati - entra; svayam - pessoalmente; sahasra-murdha -

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 possuindo milhares de cabeças; vishva-atma - a Superalma do universo; maha-vishnuh - MahaVishnu; sanatanah - eterna.

TRADUÇÃO Este mesmo Maha-Vishnu entrou em cada universo como Suas próprias porçöes subjetivas separadas. As porçöes divinas que entraram em cada universo, possuem Sua extensão majestosa, i.e. elas são a eterna alma universal Maha-Vishnu, possuidora de milhares de milhares de cabeças. SIGNIFICADO Maha Vishnu, deitado no Oceano Causal, é a porção subjetiva de Maha-Sankarshana. Ele entrou, como Suas próprias porçöes, nesses universos. Estas porçöes individuais todas representam o segundo  purusha  divino deitado no oceano da concepção e são idênticas a Maha-Vishnu em todos sentidos. Ele também é chamado de guia divino, do interior, para todas almas.

TEXTO 15 vamangad asrjad vishnum dakshinangat prajapatim  jyotir-linga-mayam shambhum kurca-deshad avasrjat  vama-angat  - de Seu membro esquerdo; asrjad  - Ele criou; vishnum - Senhor Vishnu; dakshinaangat  - de Seu membro direito; prajapatim - Hiranyagarbha Brahma; jyotih-linga - o divino halo masculino manifestado; mayam - abarcando; shambhum - Shambhu; kurca-deshat  - do espaço entre Suas duas sombrancelhas; avasrjat  - Ele criou.

TRADUÇÃO O mesmo Maha-Vishnu criou Vishnu de Seu membro esquerdo, Brahma, o primeiro progenitor do seres, de Seu membro direito e, do espaço entre Suas duas sombrancelhas, Shambhu, o divino halo masculino manifestado. SIGNIFICADO O divino  purusha, deitado no oceano de leite, o mesmo que é o regulador de todas almas individuais, é Sri Vishnu; e Hiranyagarbha, o princípio seminal, a porção do Senhor Supremo, é o  primeiro progenitor, o qual é diferente do Brahma de quatro cabeças. Esse mesmo Hiranyagarbha é o princípio da energia criadora seminal de cada Brahma pertencente a cada um da infinidade dos universos. O divino halo masculino manifestado, Shambhu, é a manifestação plenária de seu  protótipo Shambhu, o mesmo que o divino simbolo masculino gerador Shambhu cuja natureza já foi descrita. Vishnu é a porção subjetiva integral de Maha-Vishnu. Portanto Ele é o grande

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Senhor de todos outros senhores. O progenitor (Brahma) e Shambhu são as porçöes deslocadas de Maha-Vishnu. Logo, são deuses com funçöes delegadas. Como Sua potência fica no lado esquerdo de Deus, Vishnu aparece no membro esquerdo de Maha-Vishnu a partir da essência  pura de Sua potência espiritual (cit ). Vishnu, que é o próprio Deus, é a superalma interna que guia cada alma individual. Ele é a Personalidade de Deus descrita nos Vedas  como sendo do tamanho de um polegar. Ele é o alimentador. Os karmis  (elevacionistas) adoram-No como  Narayana, o Senhor dos sacrifícios, e os  yogis  desejam fundir suas identidades Nele como Paramatma, pelo processo de seu transe meditativo.

TEXTO 16 ahankaratmakam vishvam tasmad etad vyajayata ahankara - o princípio mundano egoísta; atmakam - envolvendo; vishvam - universo; tasmat  daquele (Shambhu); etat  - este; vyajayata - se originou.

TRADUÇÃO A função de Shambhu em relação às jivas   é que esse universo envolvendo o princípio egoísta mundano originou de Shambhu. SIGNIFICADO O princípio básico é o próprio Senhor Supremo que é a personificação do princípio da existência de todas entidades sem nenhum egoísmo separador. Neste mundo mundano o aparecimento das entidades individuais como símbolos egoístas separados, é o limitado reflexo pervertido da  potência espiritual (cit ) sem misturas; e Shambhu, representando a divina função primordial geradora masculina, se une ao princípio acomodante, i.e. o órgão mundano feminino, que é o reflexo pervertido da potência espiritual (cit ) Ramadevi. Nessa função Shambhu não passa de mero princípio causal material encarnando a extensão na forma do ingrediente da matéria.  Novamente, quando durante o curso da evolução progressiva da criação mundana cada universo se manifesta, então no princípio de Shambhu, nascido do espaço entre as duas sombrancelhas de Vishnu, aparece a manifestação da personalidade de Rudra; entretanto sob todas circunstâncias, Shambhu encerra plenamente todo princípio egoísta mundano. As inúmeras jivas como partículas espirituais emanando da superalma na forma de bastonetes de raios de refulgência, não possuem relação com o mundo mundano quando chegam a se conhecer como servos eternos do Senhor Supremo. Incorporam-se, então, no reino de Vaikuntha. Mas quando desejam assenhorear-se de Maya, esquecendo sua real identidade, o princípio egoísta Shambhu penetrando em suas entidades faz com que se identifiquem como desfrutadores separados das entidades mundanas. Assim Shambhu é o princípio primário do universo egoísta mundano e do egotismo pervertido nas jivas que se identificam com seus corpo materiais limitados.

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TEXTO 17 atha tais tri-vidhair veshair lilam udvahatah kila  yoga-nidra bhagavati tasya shrir iva sangata atha - logo depois; taih - com estas; tri-vidhaih - tríplices; veshaih - formas; lilam - passatempos; udvahatah - executando; kila - de fato; yoga-nidra - Yoganidra; bhagavati - cheio do extático transe de bem-aventurança eterna; tasya - Dele; shrih - a deusa da fortuna; iva - como; sangata -

associou-Se com.

TRADUÇÃO A seguir, o mesmo grande Deus pessoal, assumindo as tríplices formas de Vishnu, Prajapati e Shambhu, entrando no universo mundano, interpreta os passatempos de preservação, criação e destruição deste mundo. Esse passatempo está contido no mundo mundano. Por conseguinte, sendo pervertido, o Senhor Supremo, idêntico a Maha-Vishnu, prefere associar-Se com a deusa Yoganidra, constituente de Sua própria potência espiritual (cit ) plena do transe extático de eterna bem-aventurança pertencente a Sua divina personalidade. SIGNIFICADO As porçöes deslocadas da Divindade, i.e., Prajapati e Shambhu, ambos identificando-se como entidades que estão separadas da essência divina, divertem-se com suas respectivas consortes não-espirituais (acit ), i.e. Savitri-devi e Uma-devi, os reflexos pervertidos da potência espiritual (cit ). O Supremo Senhor Vishnu é o único Senhor da potência espiritual (cit ), Rama ou Lakshmi.

TEXTO 18  sisrkshayam tato nabhes tasya padmam viniryayau tan-nalam hema-nalinam brahmano lokam adbhutam  sisrkshayam - quando houve a vontade de criar; tatah - então; nabheh - do umbigo; tasya - Dele;  padmam - um lótus; viniryayau - saiu; tat-nalam - seu caule; hema-nalinam - como um lótus dourado; brahmanah - de Brahma; lokam - a morada; adbhutam - maravilhosa.

TRADUÇÃO Quando Vishnu deitado no oceano de leite decide cirar este universo, um lótus dourado surge do vão de Seu umbigo. O lótus dourado com seu caule é a morada de Brahma, representando Brahma-loka ou Satyaloka.

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SIGNIFICADO "Dourado" aqui significa o pálido reflexo da pura cognição.

TEXTO 19 tattvani purva-rudhani karanani parasparam  samavayaprayogac ca vibhinnani prthak prthak cic-chaktya sajjamano 'tha bhagavan adi-purushah  yojayan mayaya devo  yoga-nidram akalpayat  tattvani - elementos; purva-rudhani - previamente criados; karanani - causas; parasparam mutuamente;  samavaya - do processo de conglomeração; aprayogat  - da não-aplicação; ca - e; vibhinnani - separados; prthak prthak  - uns dos outros; cit-shaktya - com Sua potência espiritual;  sajjamanah - associando; atha - então; bhagavan - a Suprema Personalidade de Deus; adi purushah - o Deus primordial; yojayan - causando a união; mayaya - com Maya; devah - o Senhor; yoga-nidram - Yoganidra; akalpayat  - Ele Se associou com.

TRADUÇÃO Antes de sua conglomeração, os elementos primários em seu estado nascente permaneciam originalmente entidades separadas. A não-aplicação do processo conglomerante é a causa de sua existência separada. O divino Maha-Vishnu, Deus primordial, através da associação com Sua potência espiritual (cit ), agitou Maya e pela aplicação do princípio conglomerante criou essas diferentes entidades em seu estado de cooperação. E depois disso Ele mesmo Se associou com Yoganidra através de Seu eterno divertimento com Sua potência espiritual (cit ). SIGNIFICADO  Mayadhyakshena prakrtih suyate sa-caracaram: "A energia mundana prakrti gera este universo de seres animados e inanimados através de Minha direção." O significado deste sloka do Gita é que Maya, o reflexo pervertido da potência espiritual (cit ), primeiro estava inativa e sua extensão

da matéria que constitue a causa material, também estava num estado deslocado separado. De acordo com a vontade de Krishna este mundo se manifesta como resultado da união dos  princípios eficiente e causal material de Maya. Não obstante, o próprio Senhor Supremo  permanece unido com Sua potência cit , Yoganidra. A palavra  yoganidra ou  yogamaya indica o seguinte: A natureza da potência cit   manifesta a Verdade Absoluta, enquanto a natureza de seu reflexo pervertido, Maya, é o envolvimento nas trevas da ignorância. Quando Krishna deseja

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manifestar algo nos assuntos mundanos toldados pela ignorância, Ele o faz através da conjunção de Sua potência espiritual com Sua potência inativa não-espiritual. Isto é conhecido como Yogamaya e encerra duas noçöes, ou seja, a noção transcendental e a mundana inerte. O próprio Krishna, Suas porçöes subjetivas e aquelas jivas que são Suas partículas puras separadas, realizam a noção transcendental nesta conjunção, enquanto as almas condicionadas sentem a noção mundana inerte. A cobertura externa de conhecimento transcendental nas atividades conscientes das almas condicionadas, leva o nome de Yoganidra. Isto também é uma influência da potência cit  da Divindade. Este princípio será considerado mais elaboradamente a seguir.

TEXTO 20  yojayitva tu tany eva  pravivesha svayam guham  guham pravishte tasmims tu  jivatma pratibhudhyate  yojayitva - após conglomerar; tu - então; tani - eles; eva - certamente; pravivesha - Ele entrou;  svayam - Ele mesmo; guham - a cavidade oculta; guham - a cavidade oculta; pravishte - depois que Ele entrou; tasmin - dentro daquilo; tu - então; jiva-atma - as jivas; pratibhudhyate - foram

acordadas.

TRADUÇÃO Conglomerando todas estas entidades separadas Ele manifestou os inúmeros universos mundanos e Ele mesmo entrou no recesso mais íntimo de cada conglomerado extendido (virad-vigraha  ). Naquele momento aquelas jivas   que estavam adormecidas durante o cataclisma despertaram. SIGNIFICADO A palavra  guha (cavidade oculta) tem várias interpretaçöes nos  shastras. Em algumas partes os  passatempos não-manifestados do Senhor se chamam guha e em outras o local de descanso do espírito que habita dentro de todas almas individuais, se chama  guha. Aquelas  jivas  que se fundiram em Hari ao final da vida de Brahma no grande cataclisma durante a anterior grande era do universo, reapareceram neste mundo de acordo com seus desejos fruitivos passados.

TEXTO 21  sa nityo nitya-sambandhah  prakrtish ca paraiva sa  sah - aquela ( jiva); nityah - eterna; nitya-sambandhah - possuidora de um relacionamento eterno;  prakrtih - potência; ca - e; para - espiritual; eva - certamente; sa - que.

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TRADUÇÃO A mesma jiva  é eterna e por toda eternidade e sem nenhum começo está unida ao Senhor Supremo pelo elo de um parentesco eterno. Ela é potência espiritual transcendental. SIGNIFICADO Assim como o sol está eternamente associado aos seus raios, também o transcendental Senhor Supremo está eternamente unido com as  jivas. As  jivas  são partículas infinitesimais de Sua refulgência espiritual e portanto, não são perecíveis como as coisas mundanas.  Jivas, sendo  partículas dos refulgentes raios de Deus, exibem em escala diminuta as qualidades da Divindade. Logo as  jivas são idênticas aos princípios do conhecimento, conhecedor, egoísmo, desfrutador, meditador e autor. Krishna é o Senhor Supremo oni-penetrante, que se estende a tudo; ao passo que as  jivas  tem uma natureza diferente da Sua, sendo Suas partículas atômicas. Esse relacionamento eterno consiste em que o Senhor Supremo é o amo eterno e as  jivas  são Suas servas eternas.  Jivas também possuem suficiente qualificação com relação à qualidade de doçura da Divindade.  Apareyam itas tv anyam prakrtim viddhi me param. Através desse verso do Gita fica-se sabendo que as  jivas  são Sua potência transcendental. Todas qualidades da alma pura estão acima das oito qualidades como o egoísmo, etc., pertencentees a Sua potência acit . Portanto a potência  jiva, embora de magnitude muito pequena, ainda assim é superior à potência acit   ou Maya. Esta potência tem outro nome, i.e. tatastha  ou potência marginal, estando localizada sobre a linha de demarcação entre as esferas das potências mundana e espiritual. São suscetíveis à influência da energia material devido à sua pequena magnitude. Mas enquanto  permanecem submissas a Krishna, o Senhor de Maya, não estão sujeitas à influência de Maya. As afliçöes mundanas, nascimentos e renascimentos são concomitantes à condição limitada das almas caídas nas garras da potência ilusória desde uma época que não tem início.

TEXTO 22 evam sarvatma-sambandham nabhyam padmam harer abhut tatra brahmabhavad bhuyash catur-vedi catur-mukhah evam - assim; sarva-atma - com todas almas; sambandham - relacionado; nabhyam - a partir do umbigo; padmam - um lótus; hareh - de Vishnu; abhut  - brotou; tatra - ali; brahma - Brahma; abhavat  - nasceu; bhuyah - novamente; catur-vedi - versado nos quatro Vedas; catur-mukhah -

com quatro cabeças.

TRADUÇÃO O lótus divino que brota da cavidade do umbigo de Vishnu está totalmente ligado a todas almas através do elo espiritual e é a origem do Brahma de quatro rostos, versado nos quatro Vedas.

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SIGNIFICADO O mesmo lótus divino que se origina da divina pessoa que entrou no recesso oculto, é o plano superior de agregação de todas almas individuais. O Brahma de quatro rostos, a imagem da autosatisfação, deriva sua origem do Brahma protótipo ou Hiranyagarbha, o princípio seminal mundano, que considera o agregado de todas entidades mundanas como seu próprio corpo. A divindade delegada de Brahma bem como o fato dele ser uma porção deslocada de Krishna, também são estabelecidos.

TEXTO 23  sanjato bhagavac-chaktya tat-kalam kila coditah  sishrkshayam matim cakre  purva-samskara-samskrtah dadarsha kevalam dhvantam nanyat kim api sarvatah  sanjatah - ao nascer; bhagavat-shaktya - pela divina potência; tat-kalam - naquela hora; kila - de fato; coditah - sendo guiado; sishrkshayam - para o ato de criar; matim - sua mente; cakre voltou-se; purva-samskara-samskrtah - sob o impulso de impressöes anteriores; dadarsha - ele viu; kevalam - somente; dhvantam - escuridão; na - não; nyat  - mais; kim api - qualquer coisa;  sarvatah - em todas direçöes.

TRADUÇÃO Ao sair do lótus, Brahma, guiado pela potência divina, voltou sua mente para o ato de criação sob o impulso de impressöes anteriores. Mas não conseguia ver nada a não ser escuridão em qualquer direção. SIGNIFICADO O impulso de criação de Brahma surge unicamente de suas impressöes anteriores. Todas jivas recebem sua natureza em conformidade com suas impressöes anteriores de nascimentos prévios e assim sua atividade pode ter um início. Chama-se "o invisível" ou o resultado de nossos atos  prévios. Seu impulso natural forma-se de acordo com a natureza de seus atos praticados num kalpa anterior. Algumas das  jivas  qualificadas também alcançam o posto de Brahma desta maneira.

TEXTO 24 uvaca puratas tasmai tasya divya sarasvati kama-krishnaya govinda he gopi-jana ity api

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vallabhaya priya vahner mantram te dasyati priyam uvaca - disse; puratah - na frente; tasmai - a ele; tasya - Dele (o Senhor Supremo); divya divino; sarasvati - a deusa da sabedoria; kama - o kama-bija (klim) - krishnaya - para Krishna;  govinda - govindaya, para Govinda; he - ó; gopi-jana - das gopis; iti - assim; api - também; vallabhaya - ao ser amado; priya vahneh - a esposa de Agni, Svaha (a palavra svaha é  pronunciada enquanto se oferece oblaçöes; mantram - mantra; te - a ti; dasyati - irá conceder;  priyam - o desejo do coração.

TRADUÇÃO Então a deusa dourada da sabedoria, Sarasvati, divina consorte do Senhor Supremo, disse assim para Brahma, o qual não enxergava nada além de trevas em todas direçöes: "ó Brahma, este mantra  , i.e. kl im k ri shn aya govin daya gopi-j ana-vallabhaya svaha  , certamente irá realizar o desejo de teu coração." SIGNIFICADO O mantra, consistindo das dezoito letras divinas com o prefixo do kama-bija, é por si só superexcelente. Possui um poderoso aspecto duplo. Um aspecto é que tende a fazer a alma pura correr atrás do totalmente atrativo Sri Krishna, o Senhor de Gokula e as divinas vaqueirinhas. Esse é o auge da tendência espiritual das  jivas. Quando o devoto está livre de toda sorte de desejos mundanos e quer servir o Senhor, obtém a fruição do desejo de seu coração, i.e., o amor  por Krishna. Mas no caso do devoto cuja atitude não é sem mistura, este mantra superexcelente também realiza seu desejo do coração. O transcendental kama-bija  é inerente ao logos divino localizado em Goloka; e o kama-bija  refletido de modo pervertido nos assuntos mundanos satisfaz toda sorte de desejos desse mundo mundano.

TEXTO 25 tapas tvam tapa etena tava siddhir bhavishyati tapah - austeridade espiritual; tvam - tu; tapa - prática; etena - através disso; tava - sua; siddhih realização; bhavishyati - será.

TRADUÇÃO "ó Brahma, pratica associação espiritual por meio deste mantra  ; então todos teus desejos serão realizados."

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SIGNIFICADO O significado é claro.

TEXTO 26 atha tepe sa suciram  prinan govindam avyayam  svetadvipa-patim krsnam  goloka-stham parat param  prakrtya guna-rupinya rupinya paryupasitam  sahasra-dala-sampanne koti-kinjalka-brmhite bhumis cintamanis tatra karnikare mahasane  samasinam cid-anandam  jyoti-rupam sanatanam  shabda-brahma-mayam venum vadayantam mukhambuje vilasini-gana-vrtam  svaih svair amshair abhishtutam

atha - então; tepe - austeridade praticada; sah - ele (Brahma); suciram - por longo tempo; prinan - satisfazendo; govindam - Govinda; avyayam - imperecível; svetadvipa-patim - o Senhor de Svetadvipa; krsnam - Krishna; goloka-stham - situado em Goloka; parat param - o maior de todos; prakrtya - pela energia externa; guna-rupinya - possuindo forma; rupinya - possuindo forma; paryupasitam - adorada do lado de fora; sahasra-dala-sampanne - num lótus de mil  pétalas; koti-kinjalka - por milhöes de filamentos; brmhite - aumentado; bhumih - a terra; cintamanih - pedra-de-toque mágica; tatra - ali; karnikare - sobre o verticilo; maha-asane - num grande trono; samasinam - sentado; cid-anandam - a forma de êxtase transcendental; jyotihrupam - a forma da refulgência; sanatanam - eterna; shabda-brahma - som divino; mayam compreendendo; venum - a flauta; vadayantam - tocando; mukha-ambuje - em Sua boca de lótus; vilasini-gana - pelas gopis; vrtam - rodeado; svaih svaih - suas próprias respectivas; amshaih  por porçöes subjetivas; abhishtutam - adorado.

TRADUÇÃO Brahma, tendo desejo de satisfazer Govinda, praticou os atos culturais para Krishna em Goloka, o Senhor de Svetadvipa, durante muito tempo. A meditação dele era a seguinte: "Existe um divino lótus de mil pétalas, aumentado por milhöes de filamentos, na terra

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transcendental de Goloka. Em seu verticilo, existe um grande trono divino sobre o qual está sentado Sri Krishna, a forma da refulgência eterna da bem-aventuranca transcendental, tocando com Sua boca de lótus a Sua divina flauta ressoando com o som divino. Ele é adorado por Suas amorosas vaqueirinhas com suas porçöes subjetivas e extensöes e também por Sua energia externa (que permanece de fora) personificando todas qualidades mundanas." SIGNIFICADO Embora o objeto de meditação seja plenamente transcendental, contudo devido a sua natureza  permeada da qualidade de anseio mundano ativo, Maya, a potência não-espiritual de Krishna,  personificando os princípios de  sattva, rajas e tamas  misturados, na forma de Durga, e outras forças não-espirituais, meditaram no Supremo Senhor Krishna como o objeto de sua adoração. Enquanto houver qualquer vestígio de desejo mundano em nosso coração, o objeto de adoração de Mayadevi (Durga) tem que ser adorado por tal pessoa; não obstante a realização do desejo do coração da pessoa resulta da adoração do objeto da adoração de Mayadevi, e não da adoração da  própria Mayadevi. Isto está de acordo com o  sloka: akamah sarva-kamo va moksha-kama udara-dhih, tivrena bhakti-yogena yajetaa purusham param. O significado deste  sloka do  Bhagavatam  é que embora outros deuses, como manifestaçöes distintas do Senhor Supremo, confiram diversas bençãos específicas, no entanto uma pessoa sensata deve adorar o todo poderoso Senhor Supremo, doador de todo bem, com devoção sem misturas, sem adorar tais deidades que dão recompensas. Portanto, Brahma meditou em Krishna em Goloka, o objeto de adoração, a uma certa distância, de Mayadevi. Verdadeira devoção é atividade devocional pura livre de todo desejo mundano. A devoção de Brahma, etc. não é devoção sem mistura. Mas existe um estágio de predileção sem mistura mesmo na devoção para se obter os próprios desejos egoístas. Isto foi totalmente descrito nos cinco slokas conclusivos desta obra. Esse é o método mais fácil de serviço divino, antes de obter auto-realização, para as almas caídas.

TEXTO 27 atha venu-ninadasya trayi-murti-mayi gatih  sphuranti praviveshashu mukhabjani svayambhuvah  gayatrim gayatas tasmad adhigatya sarojajah  samskrtash cadi-guruna dvijatam agamat tatah atha - então; venu-ninadasya - do som da flauta; trayi-murti-mayi - a mãe dos três Vedas; gatih o meio (o Gayatri mantra); sphuranti - tornando-se manifesto; pravivesha - entrou; ashu rapidamente; mukha-abjani - os rostos de lótus; svayambhuvah - de Brahma; gayatrim - o Gayatri; gayatah - soando; tasmat  - Dele (Sri Krishna); adhigatya - tendo recebido; saroja-jah - o

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nascido do lótus (Brahma); samskrtah - iniciou; ca - e; adi-guruna - pelo preceptor primordial; dvijatam - a qualidade de duas vezes nascido; agamat  - obteve; tatah - daí por diante.

TRADUÇÃO Então Gayatri, a mãe dos Vedas  , tendo sido manifestada, i.e. transmitida pelo divino som da flauta de Sri Krishna, entrou na boca de lótus de Brahma, nascido por si só, através dos oito orifícios auriculares. Brahma, nascido do lótus, tendo recebido Gayatri, oriunda da melodia da flauta de Sri Krishna, alcançou o estado de duas vezes nascido, tendo sido iniciado pelo supremo preceptor primordial, o próprio Deus. SIGNIFICADO O som da flauta de Krishna é o som transcendental bem-aventurado; assim o arquétipo de todo Veda, está presente nele. Gayatri é ritmo védico. Contém uma breve meditação e oração.  Kama-gayatri  é o mais elevado de todos Gayatris, porque a meditação e a oração ali contidas estão cheias das perfeitas atividades transcendentais lúdicas que não se encontram em nenhum outro Gayatri. O Gayatri a que se chega em seguida ao mantra de dezoito letras é kama-gayatri, i.e.: klim kama-devaya vidmahe pushpa-banaya dhimahi tan no 'nangah prachodayat . Neste Gayatri, indica-se a realização dos passatempos transcendentais de Sri Gopijana-vallabha após  perfeita meditação e a oração para alcançar o transcendental deus do amor. No mundo espiritual não há melhor maneira de se esforçar para conseguir o superexcelente amor orvalhado de rasa. Assim que esse Gayatri entrou nos orifícios auriculares de Brahma, este se tornou duas vezes nascido e começou a cantar o Gayatri. Quem quer que tenha recebido o mesmo Gayatri na realidade, obteve seu renascimento espiritual. O estado de duas vezes nascido obtido de acordo com a natureza e linhagem mundana, pelas almas acorrentadas neste mundo mundano, é bem inferior ao dos duas vezes nascidos que conseguem admissão no mundo transcendental; porque a iniciação ou aquisição do nascimento transcendental como resultado da iniciação espiritual é a mais elevada das glórias visto que permite à jiva alcançar o reino transcendental.

TEXTO 28 trayya prabhuddho 'tha vidhir vijnata-tattva-sagarah tustava veda-sarena  stotrenanena keshavam trayya - através da personificação dos três Vedas; prabhuddhah - iluminado; atha - então; vidhih - Brahma; vijnata - conhecedor de; tattva-sagarah - o oceano da verdade; tustava - adorou; veda sarena - que é a essência de todos Vedas; stotrena - através do hino; anena - este; keshavam - Sri

Krishna.

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TRADUÇÃO Iluminado pela lembrança daquele Gayatri, que personifica os três Vedas  , Brahma tornouse conhecedor da expansão do oceano da verdade. Então ele adorou a Sri Krishna, a essência de todos Vedas  , com este hino. SIGNIFICADO Brahma pensou consigo mesmo: "Pela lembrança de kama-gayatri parece-me que sou a eterna serva de Krishna." Embora os outros mistérios relativos a essa condição de serva de Krishna não lhe foram revelados, Brahma, por força de sua busca de auto-consciência, tornou-se bem conhecedor do oceano da verdade. Todas verdades dos Vedas  foram lhe reveladas e com o auxílio de tais essências dos Vedas ofereceu este hino ao Senhor Supremo Sri Krishna. Sriman Mahaprabhu ensinou este hino a Seus discípulos favoritos pois contém plenamente todas verdades transcendentais referentes a filosofia Vaisnava. Solicita-se aos leitores que estudem e tentem entrar no espirito deste hino com grande cuidado e atenção, como uma função diária regular."

TEXTO 29 cintamani-prakara-sadmasu kalpa-vrkshalakshavrteshu surabhir abhipalayantam lakshmi-sahasra-sata-sambhrama-sevyamanam  govindam adi-purusham tam aham bhajami cintamani - pedra-de-toque, pedra filosofal; prakara - grupos feitos de; sadmasu - em moradas; kalpa-vrksha - de árvores-dos-desejos (árvores filosofais); laksha - por milhöes; avrteshu - rodeado; surabhih vacas surabhis; abhipalayantam - cuidando; lakshmi - de deusas da fortuna; sahasra - de milhares; sata - por centenas; sambhrama - com grande respeito; sevyamanam - sendo servido;  govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - a Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, o primeiro progenitor, que está cuidando das vacas que satisfazem todos desejos, em moradas construídas com jóias espirituais, cercadas por milhöes de árvores filosofais. Ele está sempre sendo servido com grande reverência e afeição por centenas de milhares de laksmis   ou gopis  . SIGNIFICADO A palavra cintamani  significa "jóia transcendental". Assim como Maya constrói este universo mundano com os cinco elementos materiais, também a potência espiritual (cit ) construiu o mundo espiritual com jóias transcendentais. A cintamani  que serve como material na construção da morada do Senhor Supremo de Goloka, é uma entidade muito mais rara e aprazível do que a  pedra dos filósofos. A árvore-dos-desejos dá somente os frutos de piedade, fortuna, realização

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dos desejos e liberação; mas as árvores filosofais na morada de Krishna concedem inúmeros frutos sob forma do amor divino em seus variados matizes.  Kama-dhenus (vacas que realizam desejos) dão leite quando são ordenhadas; porém as kama-dhenus de Goloka derramam oceanos de leite sob forma da fonte de amor jorrando êxtase transcendental que acaba com toda fome e sede de todos devotos puros. As palavras laksha e  sahasra-shata  significam de número infindável. A  palavra  sambhrama ou  sadara indica "estando saturadas de amor." Portanto lakshmi  denota  gopi. Adi-purusha significa "Aquele que é o Senhor primordial."

TEXTO 30 venum kvanantam aravinda-dalayataksham barhavatamsam asitambuda-sundarangam kandarpa-koti-kamaniya-vishesha-sobham  govindam adi-purusham tam aham bhajami venum - a flauta; kvanantam - tocando; aravinda-dala - (tal como) pétalas de lótus; ayata florescendo; aksham - cujos olhos; barha - uma pena de pavão; avatamsam - cujo ornamento na cabeça; asita-ambuda - (tingido na cor de) nuvens azuis; sundara - lindo; angam - cuja figura; kandarpa - dos Cupidos; koti - milhöes; kamaniya - encantadora; vishesha - singular; shobham cuja beleza; govindam - de Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - a Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, que é exímio em tocar Sua flauta, que possui olhos como as pétalas de um lótus florescente, cuja cabeça está ornamentada por uma pena de pavão, e cuja bela figura tem a cor das nuvens azuis, e Sua beleza sem par encanta milhöes de Cupidos. SIGNIFICADO Está sendo descrita a beleza incomparável de Krishna, o Senhor Supremo de Goloka. Krishna, a cognição oni-penetrante, tem Sua própria forma espiritual. A forma de Krishna não é uma criação fantasiosa da imaginação, formada após visualizar as coisas belas do mundo. O que Brahma viu em seu êxtase extático de devoção pura, está sendo descrito. Krishna está ocupado em tocar Sua flauta. Essa flauta através de seu encantador som musical atrai os coraçöes de todos seres vivos. Assim como uma pétala de lótus proporciona uma visão agradável, assim também os dois lindos olhos de Krishna que causa a manifestação de nossa visão espiritual, exibem o ilimitado esplendor e beleza de Seu rosto semelhante à lua. A beleza ornamenta Sua cabeça com figuras de penas de pavão, o detalhe correspondente da beleza espiritual de Krishna. Assim como uma massa de nuvens azuis proporciona uma visão agradável, suavizante, a tez de Krishna analogamente é matizada de azul-escuro. A beleza e encanto de Krishna são muito mais encantadoras que a de Cupido multiplicado milhöes de vezes.

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TEXTO 31 alola-chandraka-lasad-vanamalya-vamsiratnangadam pranaya-keli-kala-vilasam  syamam tri-bhanga-lalitam niyata-prakasham  govindam adi-purusham tam aham bhajami alola - balançando; chandraka - com um medalhão da lua; lasat   - embelezado; vana-malya - uma guirlanda de flores; vamsi - flauta; ratna-angadam - adornado de jóias ornamentadas; pranaya do amor; keli-kala - em passatempos; vilasam - que sempre se diverte; syamam - Shyamasundara; tri-bhanga - curvando-se em três pontos; lalitam - gracioso; niyata - eternamente; prakasham manifesto; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - a Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, em volta de cujo pescoço balança uma guirlanda de flores embelezada pelo medalhão da lua. Suas duas mãos estão adornadas pela flauta e ornamentos de jóias. Ele sempre desfruta de passatempos de amor, e Sua graciosa forma de Shyamasundara que se curva em três pontos é eternamente manifesta. SIGNIFICADO  No  sloka  que principia com cintamani-prakara  temos a região transcendental e os nomes espirituais de Govinda, e no  sloka  começando por venum kvanantam, a linda forma eterna de Govinda; e nesse  sloka, foram descritos os passatempos amorosos de Govinda, a personificação de Suas sessenta e quatro excelências. Todos assuntos espirituais que são passíveis de serem descritos na narração da qualidade de doçura extática (rasa) são incluídos nos passatempos espirituais amorosos de Govinda.

TEXTO 32 angani yasya sakalendriya-vrtti-manti  pasyanti panti kalayanti ciram jaganti ananda-cinmaya-sad-ujjvala-vigrahasya  govindam adi-purusham tam aham bhajami angani - os membros; yasya - de quem; sakala-indriya - de todos órgãos; vrtti-manti - possuindo as funçöes; pasyanti - vêem; panti - mantém; kalayanti - manifesta; ciram - eternamente; jaganti os universos; ananda - bem-aventurança; cit  - verdade; maya - cheio de; sat   - substancialidade; ujjvala - cheio de esplendor deslumbrante; vigrahasya - cuja forma; govindam - Govinda; adi purusham - a pessoa original; tam - a Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

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TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, cuja forma transcendental é plena de bemaventurança, verdade, e substancialidade e portanto está cheia do mais deslumbrante esplendor. Cada um dos membros dessa figura transcendental possui em Si as plenas funçöes de todos órgãos e eternamente vê, mantém e manifesta os infinitos universos, tanto espirituais como mundanos. SIGNIFICADO Pela falta de um gosto pelas coisas espirituais, surge uma grave dúvida nas mentes daqueles que estão acorrentados pelo conhecimento mundano. Ao ouvirem uma narrativa dos passatempos de Krishna pensam que a verdade (tattva) com relação a Krishna é uma criação mental de certos sábios eruditos, criada por seus cérebros imaginativos a partir de material extraído dos princípios mundanos. Visando remover essa dúvida nociva, neste e nos três slokas seguintes, Brahma, após fazer distinção entre ambas coisas, espírito e matéria, de maneira racional tentou fazer com que se entenda a pura lila de Krishna, obtida por seu transe extático sem misturas. Brahma quer dizer que a forma de Krishna é toda existência, todo conhecimento e toda bem-aventurança, ao passo que as experiências mundanas estão cheias de ignorância palpável. Embora haja diferenças específicas entre ambos, a verdade fundamental é que os assuntos espirituais constituem a fonte absoluta. Especificação e variedade estão sempre presentes neles. Por meio deles se estabelecem a transcendental morada, forma, nome, qualidade e passatempos de Krishna. Somente uma  pessoa imbuída de conhecimento espiritual e livre de qualquer relação com Maya é que consegue apreciar de todo tais passatempos amorosos de Krishna. A morada espiritual, o assento dos  passatempos, emanada da potência cit   e formada de cintamani  (transcendental pedra dos filósofos), e a figura de Krishna, são todos espirituais. Assim como Maya é o reflexo pervertido da potência espiritual, a variedade criada por Maya (ignorância) também é um reflexo pervertido da variedade espiritual. Portanto neste mundo mundano percebemos apenas um mero arremedo da variedade espiritual. Apesar de tal semelhança ambos são inteiramente diferentes entre si. A insalubridade da matéria é seu defeito; porém no espírito existe variedade livre de qualquer defeito ou contaminação. A alma e o corpo de Krishna são idênticos, enquanto que o corpo e alma das criaturas caídas não é. Na esfera espiritual não existe tal diferença como a deste mundo, entre corpo e alma, entre os membros e seu proprietário, entre atributos e o objeto que os possui. Mas tal diferença realmente existe no caso das almas condicionads. Embora tenha membros, cada membro de Krishna é a entidade inteira. Ele realiza todas variedades de funçöes espirituais com cada um de Seus membros. Logo Ele é um todo indivisível e uma entidade transcendental  perfeita. Tanto a alma- jiva  como Krishna, são transcendentais. Portanto pertencem à mesma categoria. Porém diferem em que os atributos transcendentais existem na alma- jiva  em graus infinitesimalmente pequenos, ao passo que em Krishna os encontramos em sua mais plena  perfeição. Tais atributos manifestam-se em sua devida infinitesimalidade apenas quando a alma jiva atinge sua posição espiritual inadulterada. A alma- jiva  atinge a maior proximidade com a identidade absoluta somente quando a força espiritual da energia extática surge nela pela graça de Krishna. Ainda assim Krishna permanece o objeto de deferência universal por Ele possuir certos atributos singulares. Estes quatro atributos sem rival não se manifestam em Narayana, o Senhor

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de Vaikuntha ou nos  purusha-avataras primordiais, ou nas deidades mais elevadas como Shiva, sem falar nas jivas.

TEXTO 33 advaitam acyutam anadim ananta-rupam adyam purana-purusham nava-yauvanam ca vedeshu durlabham adurlabham atma-bhaktau  govindam adi-purusham tam aham bhajami advaitam - sem igual; acyutam - indeteriorável; anadim - sem começo; ananta-rupam - cuja forma é infinita, ou que possui ilimitadas formas; adyam - o início; purana-purusham - a pessoa mais antiga; nava-yauvanam - um jovem viçoso; ca - também; vedeshu - através dos Vedas; durlabham - inacessível; adurlabham - não é difícil de se obter; atma-bhaktau - por meio da devoção pura pur a da alma; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, que é inacessível aos Vedas, mas que se pode obter através da devoção pura (sem misturas) da alma. alma. Ele é o primeiro primeiro e único, sem igual, não está sujeito a deterioração, e é sem um começo. Sua forma é infinita, e Ele é o princípio de tudo e o eterno purusha  ; no entanto, Ele é uma pessoa que possui a beleza da  juventude em flor. SIGNIFICADO  Advaita significa  significa "verdade indivisível indivisível que é conhecimento absoluto." abso luto." Brahman, o infini infinito, to, emana

Dele como Sua refulgência e Paramatma (Deus-imanente) como Seu constituente; entretanto Ele  permanece uno e indivi indivisíve sível.l.  Acyuta  significa que embora miríades de avataras  emanem Dele como porçöes subjetivas e milhöes de jivas como partículas espirituais separadas, ainda assim Ele  permanece intato como o todo indiviso indiviso da perfeição total. Embora Se entregue a exibir exibir  passatempos de nascimentos, nascimentos, etc., ainda ainda assim Ele é sem começo. Embora desapareça depois dos  passatempos de Seu aparecimento, aparecimento, ainda assim Ele Ele é eterno. et erno. Embora sem origem, no entanto Ele tem origem no Seu passatempo de aparecimento; e embora eterno na essência, ainda assim Ele é uma pessoa no pleno florescer da juventude. juventude. A soma e substância substância disto disto é que embora Ele possua qualidades diversas e aparentemente mutuamente contraditórias, no entanto há uma concordância universal harmoniosa devido a Sua potência potênc ia inconcebível. É isso isso que signifi significa ca cid-dharma (natureza transcenden tr anscendental) tal) como distinto distinto do material. material. Sua graciosa forma que se curva em três  pontos com a flauta flauta na mão, possui juventude juventude eternamente florescente florescente e está acima acima de toda insalubri insalubridade dade que encontramos no tempo t empo e espaço limitados. limitados. No reino transcendental não existe existe  passado ou futuro, mas somente somente o imutável tempo presente. Na esfera transcedental não existe existe distinção distinção entre o objeto e suas qualidades e nenhuma identidade como se encontra na região mundana limitada. Assim aquelas qualidades que parecem ser aparentemente contraditórias à luz da concepção

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mundana limi limitada tada pelo tempo e espaço, espaço , existem em conformidade e em delicada concordância concordâ ncia com o reino reino espiritual. espiritual. Como pode a jiva compreender tal existência existência sem precedentes? A função função intelectual limitada da  jiva  está sempre contaminada pela influência do tempo e do espaço e,  portanto,  portanto , não está numa posição para libertar-se libertar-se de tal estado limi limitado. tado. Se a potência da função cognitiva cognitiva não se estende à compreensão do transcendental, transcendental, o que mais mais conseguiria? conseguiria? Como resposta, Brahma diz que o Absoluto transcendental está além do alcance dos Vedas. Os Vedas originam-se originam-se no som e o som origina-se origina-se no éter mundano. Assim Assim os Vedas  não conseguem apresentar diante de nós uma visão visão direta do mundo transcendental (Goloka). É somente quando os Vedas estão imbuídos da potência cit  que   que conseguem lidar lidar com o transcendental. transcendental. Mas Goloka revela-se a cada alma- jiva  jiva quando esta está sob a influência da potência espiritual cognitiva aliada à essência essência da energia extática. extática. A função extática extática da devoção é sem limi limites tes e está sobrecarregada de conhecimento conhecimento transcendental transcendental puro. Esse conhecimento conhecimento revela goloka-tattva  (o princípio do transcendental mais elevado) em uníssono com a devoção, sem afirmar-se separadamente mas como algo subsidiário subsidiário à devoção pura.

TEXTO 34  panthas tu koti-sata-vatsara-sampragamyo vayor athapi manaso muni-pungavanam  so 'py asti yat-prapada-simny avicintya-tattve  govindam adi-purusham tam aham bhajami  panthah - o caminho; tu - mas; koti-sata - milhares de milhöes; vatsara - de anos; sampragamyah - estendendo-se sobre; vayoh - do vento; atha api - ou; manasah - da mente; muni-pungavanam dos maiores jnanis; sah - aquela (senda); api - somente; so mente; asti é; yat   - de quem; prapada - do dedão do pé; simni - até a ponta; avicintya-tattve além da concepção material; material; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, de quem os yogis   que aspiram ao transcendental e se ocupam em pranayama  através  através do controle da respiração, conseguem se aproximar apenas até as pontas dos dedos de Seus pés de lótus, assim como os jna , que tentam  j nani ni s  encontrar o Brahman não-diferenciado pelo processo da eliminação do mundano, estendendo-se por milhares de milhöes de anos. SIGNIFICADO Alcançar Alcançar os pés de lótus de Govinda consiste consiste na realização realização da devoção pura. O kaivalya (estado realizado não-alternativo) que é atingido pelos astanga-yogis através de praticarem o transe por milhares de milhöes de anos e o estado de fundir-se na impersonalidade não-diferenciada de Deus além do escopo do que é limitado, atingido pelos não-dualistas após semelhante período gasto distinguindo entre o espiritual e o não-espiritual e eliminando coisas da esfera limitada uma após a outra através da fórmula "não isso, não aquilo", são simplesmente a periferia dos pés de lótus de

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Krishna Krishna e não os próprios pés em si. Basicamente, Basicamente, a questão é que kaivalya  ou fundir-se no Brahman constitui a linha de demarcação entre o mundo da limitação e o mundo transcendental. Pois, a não ser que as ultrapassemos não conseguiremos ter uma amostra da variedade da esfera transcendenta tra nscendental.l. Estas Esta s condiçöes são a simples simples ausência da miséria miséria oriunda da afinidade afinidade mundana, mundana, mas não são verdad verdadeira eira felicidade felicidade ou bem-aventurança. bem-aventu rança. Se a ausência de miséria miséria for chamada de um pouco de felicidade então até mesmo esse pouco é muito pequeno e de nenhuma consequência. Não é suficiente suficiente para destruir a condição condição de materialidade; materialidade; mas o verdadeiro verdadeiro avanço para a  jiva  é sua existência existência eterna no seu seu estado auto-realizado. Isso só pode ser alcançado pela graça da devoção sem mistura que é essencialmente cit   ou de caráter transcendental. Para esse objetivo objetivo a especulação especulação mental abstrata e desinteressante desinteressante não tem utilidade.

TEXTO 35 eko 'py asau racayitum jagad-anda-kotim  yac-chaktir asti jagad-anda-caya yad antah andantara-stha-paramanu-cayantara-stham  govindam adi-purusham tam aham bhajami ekah - um; api - embora; embora; asau - Ele; racayitum - para criar; jagad-anda - dos universos; kotim milhöes; yat   - cuja; shaktih - potência; po tência; asti - existe; jagad-anda-caya - todos universos; yat-antah - dentro de quem; andantara-stha - que estão espalhados através do universo; parama-anu-caya os átomos; antara-stham - situados dentro; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Ele é uma entidade não-diferenciada, já que não há distinção entre a potência e aquele que a possui. Em Seu trabalho trabalho da criação de milhares milhares de mundos, Sua potência permanece inseparável de Si mesmo. mesmo. Todos universos existem Nele Nele e ao mesmo tempo Ele Ele está presente em toda Sua plenitude em cada um dos átomos que estão espalhados pelos universos. Tal é o Senhor primordial primordial que adoro. SIGNIFICADO Krishna é a mais elevada de todas tod as entidades. Nele existe uma uma entidade chamada de cit  (espiritual)   (espiritual) que é distinta do princípio princípio da limitação. limitação. Por Seu inconcebível inconcebível poder, Ele pode criar por volição volição um sem número número de universos. Todos uni u niversos versos mundanos devem sua origem origem à transformação transformação de Sua potência externa. Repetimos Repetimos porém, que Sua morada está além além da concepção mundana; mundana; como todos mundos, limitados e espirituais (cit ) existem Nele e Ele reside simultaneamente em Sua plenitude plenitude e totalidade em todos átomos em todos todo s os mundos. mundos. Oni-penetrância é apenas um dos aspectos localizados localizados da majestade majestade de Krishna, Krishna, o Senhor de tudo. Embora Ele Ele seja seja oni penetrante no entanto na Sua existência existência em todo lugar numa forma média, média, Sua Soberania espiritual espiritual constitui-Se constitui-Se além do conceito humano. humano. Esse argumento argumento favorece a doutrina de simultânea e inconcebível distinção e não-distinção, e liquida com a contaminadora doutrina Mayavada Mayavada e outras aliadas. aliadas.

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TEXTO 36  yad-bhava-bhavita-dhiyo manujas tathaiva  samprapya rupa-mahimasana-yana-bhusah  suktair yam eva nigama-pratitaih stuvanti  govindam adi-purusham tam aham bhajami  yat  - para quem; bhava - com devoção; bhavita - estão imbuídos; dhiyah - cujos coraçöes; manujah - homens; tatha eva - similarmente; samprapya - tendo obtido; rupa - beleza; mahima grandeza; asana - tronos; yana - veículos; bhusah - e ornamentos; suktaih - por meio de hinos védicos; yam - aqueles; eva - certamente; nigama - pelos Vedas; pratitaih - relatados; stuvanti oferecem louvores; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro o mesmo Govinda, o Senhor primordial, em cujo louvor homens imbuídos de devoção cantam os mantra-shuktas   contidos nos Vedas, assim auferindo sua devida beleza, grandeza, tronos, conduçöes, e ornamentos. SIGNIFICADO Ao discutirmos rasa  encontramos cinco tipos de devoção ou serviço. Shanta  ou desapegada, dasya ou serviço reverencial com boa vontade,  sakhya ou amizade, vatsalya ou amor paternal e  shrngara ou amor juvenil. Os devotos marcados pelas idéias de seu respectivo serviço, servem Krishna eternamente e afinal alcançam a meta de seus respectivos ideais. Eles alcançam a verdadeira natureza de si mesmos conforme suas respectivas rasas, suas glórias, conduçöes, assentos de acordo com seu serviço sagrado, e qualidades transcendentais dos ornamentos que realçam a beleza de sua real natureza. Aqueles que advogam  shanta-rasa alcançam a região de Brahma-Paramatma, o assento da paz eterna; aqueles de dasya-rasa  chegam a Vaikuntha, a majestosa morada espiritual de Sri  Narayana; aqueles da sakhya, vatsalya e madhura-rasa (amor juvenil) atingem Goloka-dhama, a morada de Krishna, acima de Vaikuntha. Eles adoram Krishna através dos shukthas retratados nos Vedas  com os ingredientes e objetos condizentes com suas respectivas rasas, naquelas regiöes. Os Vedas, sob a influência da potência espiritual em certas passagens falam dos  passatempos do Senhor Supremo. As almas liberadas cantam o nome, qualidades e passatempos do Senhor Supremo, sob a orientação da mesma potência espiritual.

TEXTO 37 ananda-cinmaya-rasa-pratibhavitabhis tabhir ya eva nija-rupataya kalabhih  goloka eva nivasaty akhilatma-bhuto

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 govindam adi-purusham tam aham bhajami ananda - bem-aventurança; cit   - e conhecimento; maya - consistindo de; rasa - doçuras; prati cada segundo; bhavitabhih - que estão absorvidos em; tabhih - com aqueles; yah - que; eva certamente; nija-rupataya - com Sua própria forma; kalabhih - que são partes de porçöes de Sua  potência de prazer; goloke - em Goloka Vrndavana; eva - certamente; nivasati - reside; akhilaatma - como a alma de tudo; bhutah - que existe; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, que reside em Seu próprio reino, Goloka, com Radha, que se assemelha a Sua própria figura espiritual e que personifica a potência extática de hladini , que tem sessenta e quatro atividades artísticas, na companhia das confidentes Dela (as sakhis  ), as quais são extensöes da forma corpórea Dela, permeadas e vitalizadas pela rasa  espiritual sempre bem-aventurada Dele. SIGNIFICADO Embora o Senhor Absoluto e Sua potência sejam uma mesma e única existência, ainda assim existem externamente como entidades separadas, como Radha e Krishna. Tanto na energia extática quanto no transcendental Senhor Krishna, existe  srngara-rasa (amor apaixonado) cuja qualidade é inconcebível. A vibhava (extensão) dessa rasa (qualidade de doçura) é de dois tipos, i.e. alambana  (arrimo) e uddipana (estimulo). Destas, alambana  tem duas variedades, i.e. ashraya (sustentado) e vishaya (sustentador).  Ashraya significa a própria Radhika e as extensöes de Sua forma e vishaya significa o próprio Krishna. Krishna é Govinda, Senhor de Goloka. As  gopis são o facsímile ashraya daquela rasa. Com elas Krishna Se entrega a passatempos eternos em Goloka.  Nija-rupataya significa "com os atributos manifestados a partir da energia extática". As sessenta e quatro atividades de belas artes e artesanatos são as seguintes: 1)  gita - arte de cantar. 2) vadya - arte de tocar instrumentos musicais. 3) nrtya - arte de dançar. 4) natya  - arte do teatro. 5) alekhya - arte de pintar. 6) visheshakacchedya  - arte de pintar o rosto e corpo com unguentos e cosméticos coloridos. 7) tandula-kusuma-bali-vikara  - arte de  preparar oferendas de arroz e flores. 8) pushpastarana - arte de cobrir uma cama com flores. 9) dashana-vasananga-raga - arte de aplicar preparaçöes para limpar os dentes, tecidos e pintar o corpo. 10) mani-bhumika-karma - arte de fazer infraestruturas para jóias. 11) shavya-racana arte de cobrir a cama. 12) udaka-vadya - arte de fazer música na água. 13) udaka-ghata - arte de espirrar água. 14) citra-yoga - arte de aplicar praticamente uma mistura de cores. 15) malya grathana-vikalpa - arte de planejar uma preparação de guirlandas. 16) shekharapida-yojana - arte de colocar praticamente a tiara na cabeça. 17) nepathya-yoga - arte de se vestir praticamente no vestiário. 18) karnapatra-bhanga - arte de decorar o trago* da orelha. 19) sughanda-yukti - arte de aplicação prática de aromas. 20) bhusana-yojana - arte de aplicar ou montar ornamentos. 21) aindra-jala - arte do malabarismo. 22) kaucumara - um tipo de arte. 23) hasta-laghava - arte de truques e destreza manual. 24) citra-shakapupa-bhakshya-vikara-kriya  - arte de preparar variedades de salada, pão, bolos e deliciosos alimentos. 25) panaka-rasa-ragasava-yojana - arte

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de preparar praticamente bebidas agradáveis e como tingí-las de vermelho. 26) suci-vaya-karma arte de costurar, bordar e tecer. 27) sutra-krida - arte de brincar com linha. 28) vina-damurakavadya - arte de tocar alaúde e um pequeno tambor em forma de "X". 29) prahelika - arte de fazer e resolver enigmas. 29-A) pratimala - arte de fazer citaçöes cada vez melhores (como no canto de desafio do Nordeste do Brasil) ou recitar verso por verso como teste de memória e aptidão. 30) durvacaka-yoga - arte de praticar linguagem difícil de ser respondida pelos outros. 31) pustakavacana  - arte de recitar livros. 32) nathikakhyayika-darshana  arte de encenar pequenas peças teatrais e anedotas. 33) kavya-samasya-purana  - arte de resolver versos enigmáticos. 34)  pattika-vetra-bana-vikalpa - arte de planejar preparo do escudo, aljava e flechas. 35) tarku-karma - arte de fiar com fuso. 36) takshana - arte da carpintaria. 37) vastu-vidya - arte da engenharia. 38) raupya-ratna-pariksha - arte de testar prata e jóias. 39) dhatu-vada - arte da metalurgia. 40) mani-raga-jnana  - arte de tingir jóias. 41) akara-jnana  - arte de mineralogia. 42) vrkshayurveda-yoga  - arte de praticar medicina ou tratamento médico, por ervas. 43) mesha-kukkutalavaka-yuddha-vidhi - arte de saber o modo de lutar dos cordeiros, galos e aves. 44) suka-sarika prapalana (pralapana?) - arte de manter ou saber a conversa entre cacatuas machos e fêmeas. 45) utsadana) - arte de curar ou limpar uma pessoa com perfumes. 46) kesa-marjana-kausala arte de pentear o cabelo. 47) akshara-mushtika-kathana - arte de falar com letras e dedos. 48) mlecchita-kutarka-vikalpa - arte de fabricar sofismas bárbaros ou estrangeiros. 49) desa-bhasha jnana - arte de conhecer dialetos provincianos. 50) pushpa-sakatika-nirmiti-jnana - arte de saber  predizer por voz divina ou conhecer o preparo de carrinhos de brinquedo por meio de flores. 51)  yantra-matrka - arte da mecânica. 52) dharana-matrka - arte do uso de amuletos. 53) samvacya arte de conversar. 54) manasi-kavya-kriya  - arte de compor versos mentalmente. 55) kriyavikalpa - arte de planejar uma obra literária ou um remédio medicinal. 56) chalitaka-yoga - arte de praticar como construtor de santuários assim chamada por causa dele. 57) abhidhana-koshacchando-jnana - arte do uso de lexicografia e métrica. 58) vastra-gopana - arte de esconder com  panos. 59) dyuta-vishesha - arte de saber jogar especificamente. 60) akarsha-krida - arte de jogar com dados ou imã. 61) balaka-kridanaka - arte de usar brinquedos infantis. 62) vainayiki vidya arte de disciplinar. 63) vaijayiki vidya - arte de conseguir vitória. 64) vaitaliki vidya  - arte de acordar o mestre com música de madrugada. * trago é a pequena curva de cartilagem e carne onde às vezes crescem cabelos na orelha, logo acima do lóbulo, que faz proteção à entrada do canal auditivo e faz fronteira com a face do rosto e o lóbulo da orelha. Não é a concha nem é o lóbulo. Todas estas artes manifestando suas próprias formas eternas são sempre visíveis na região de Goloka como os ingredientes de rasa; e, na esfera mundana, foram generosamente exibidas nos  passatempos de Vraja pela potência espiritual (cit ), Yogamaya. Portanto, Sri Rupa diz:  sadanantaih... santi tah, ou seja, Krishna está sempre manifesto em Sua beleza com Seus infinitos  passatempos em Goloka. As vezes a manifestação variante desses passatempos se torna visível no  plano mundano. Sri Hari, o Senhor Supremo, também manifesta Seus passatempos de nascimento, etc. acompanhado por toda Sua parafernália. A divina potência lúdica enche os coraçöes de Sua parafernália com os sentimentos espirituais apropriados, em conformidade com a vontade de Krishna. Aqueles passatempos que se manifestam no plano mundano, são seus  passatempos visíveis. Todos esses mesmos passatempos existem em sua forma não-visível em Goloka além do escopo do conhecimento mundano. Em Seus passatempos visíveis, Krishna

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 passa por Gokula, Mathura e Dvaraka. Aqueles passatempos que não são visíveis nesses três lugares, são visíveis em seus locais espirituais de Vrndavana. Pela conclusão que acabamos de fazer, fica claro que não há distinção entre os passatempos visíveis ou não-visíveis. O apóstolo Jiva Goswami em seu comentário sobre este sloka bem como no glossário do Ujjvala-nilamani e no  Krishna-sandarbha comenta que "os passatempos visíveis de Krishna são criação da potência espiritual (cit ) Dele. Estando em conjunção com a referencia à função mundana, exibem certas características que parecem ser verdadeiras através da influência da potência limitante (Maya); mas não podem existir na realidade transcendental. A destruição de demônios, casos amorosos ilícitos, nascimento, etc., são exemplos dessa peculiaridade. As gopis são extensöes da energia extática de Krishna, e portanto são excepcionalmente Dele. Como  poderia haver conexão ilícita no caso delas? A posição de amantes ilícitas das gopis que vemos no Seu passatempo visível, não passa do reflexo mundano da realidade transcendental." O sentido oculto subjacente às palavras de Sri Jiva Goswami, quando se tornar explicito, não deixará dúvidas nas mentes dos leitores. Sri Jiva Goswami é nosso pregador da verdade transcendental. Portanto ele está sempre sob a influência de Sri Rupa e Sanatana. Além do mais nos passatempos de Krishna, Sri Jiva é uma das manjaris. Portanto ele está familiarizado com todas realidades transcendentais. Tem pessoas que, incapazes de entender a tendência de suas declaraçöes, dão seus próprios significados inventados e se entregam a controvérsias inúteis. Sri Rupa e Sanatana dizem que não há distinção real ou essencial entre as lilas visíveis e não-visíveis; a única distinção está em que uns se manifestam na esfera mundana enquanto que outros não. Na manifestação supra-mundana há pureza absoluta em quem vê e no que é visto. Uma pessoa particularmente afortunada quando é favorecida por Krishna, consegue libertar-se de todos liames e conecçöes mundanas, e entra na região transcendental após obter o gosto realizado das variedades de rasa  disponíveis durante o  período de noviciado. Só uma pessoa assim é que consegue ter uma visão e um gosto da perfeita e absolutamente pura lila  de Goloka. Tais naturezas receptivas se encontra raramente. Aquele que existe na esfera mundana, também pode perceber o gosto de cid-rasa  através da graça de Krishna ao ser lhe permitido alcançar o estado realizado do serviço. Tal pessoa pode ter uma visão dos passatempos de Goloka manifestados na lila mundana de Gokula. Certamente há uma diferença entre estas duas classes de buscadores da verdade qualificados. Até que se alcance o estágio perfeitamente transcendental suas limitaçöes remanescentes ainda tem de impedir sua visão dos passatempos de Goloka. Novamente, a visão da realidade transcendental varia de acordo com o grau de auto-realização. A visão de Goloka por conseguinte também deve variar. São somente aquelas almas excessivamente viciadas no que é mundano que estão destituídas do olho devocional. Dentre elas, algumas estão enredadas pela variedade da energia ilusória enquanto outras aspiram ao auto-aniquilamente sob a influência do conhecimento centrífugo. Embora possam ter uma visão de passatempos do Senhor Supremo manifestados mundanamente, só conseguem ter uma concepção material desses passatempos visíveis, estando esse conceito destituído de realidade transcendental. Assim, a percepção de Goloka aparece em proporção à qualificação devida ao grau de auto-realização da pessoa. O princípio subjacente é que, embora Gokula seja tão sagrada e livre de escória quanto Goloka, ainda assim ela se manifesta no plano mundano pela influência da potência cit , Yogamaya. Em assuntos visíveis e invisíveis das regiöes

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transcendentais não há impureza, contaminação e imperfeição inerentes ao mundo da limitação; só existe alguma diferença quanto ao assunto da percepção, que é na proporção da auto-realização dos buscadores do Absoluto. Impureza, insalubridade, elementos estranhos, ilusão, burrice, falta de santidade, total inadequação, insignificância, grossura - tudo isso pertence aos olhos, intelecto, mente e ego estultificados pela natureza material das almas condicionadas; não tem nada a ver com a natureza essencial da transcendência. Quanto mais se fica livre destas máculas, tanto mais se fica capacitado para perceber o Absoluto não-qualificado. A verdade que foi revelada pelas escrituras, é livre de escórias. Mas as percepçöes dos buscadores do conhecimento destas realidades, são com ou sem máculas de acordo com o grau de sua realização individual. Estas sessenta e quatro artes acima enumeradas, na realidade existem liberalmente somente em Goloka. Insalubridade, insignificância, grossura, encontram-se nessas artes de acordo com o grau de auto-realização por parte dos aspirante ao conhecimento do Absoluto. De acordo com Srila Rupa e Srila Sanatana, todos esses passatempos que foram visíveis em Gokula, existem em toda  pureza e livre de qualquer toque de limitação em Goloka. Assim o transcendental amante autocrático também existe em Goloka em inconcebível pureza, a julgar pelo mesmo padrão e raciocínio. Todas manifestaçöes da potência cit , Yogamaya, são puras. Portanto, como o caso de amor entre amantes acima mencionado é criação de Yogamaya, necessariamente está livre de toda contaminação, e pertence à realidade absoluta. Façamos uma pausa para considerar o que é em Si a realidade absoluta. Sri Rupa Goswami diz:  purvokta-... saratah. Com relação a esses slokas Sripada Jiva Goswami após madura deliberação estabeleceu o transcendental caso entre amantes como vibrahma-vilasa, algo aparentemente diferente do que parece ser; assim são os passatempos de nascimento, etc., realizados via Yogamaya. Pela explicação tathapi... vraja-vanitanam, Srila Jiva Goswami expressou sua profunda implicação. Passatempos alegres por meio de um aparente erro, vibhrama-vilasa, como artifício de Yogamaya, também foi admitido nas declaraçöes conclusivas de Rupa e Sanatana. Ainda assim, como Sripada Jiva Goswami estabeleceu a identidade de Goloka com Gokula, temos que admitir que há uma realidade transcendental subjacente a todos passatempos de Gokula. Um marido é quem se une no casamento com uma garota, enquanto um amante é quem, a fim de conseguir o amor da esposa de outro por meio do amor, passa por cima das convençöes da moral,  pelo impulso do sentimento que considera o amor dela como sendo a razão de ser e a meta da existência. Em Goloka não existe tal função como a relação nupcial. Logo não existe a qualidade de casado caracterizada por tal conecção. Por outro lado já que as gopis, que são entidades reais auto-sustentadas, não estão ligadas a mais ninguém dentro do casamento, elas não  podem estar também em estado de concubinato. Também não pode haver entidades separadas nas formas dos estados  svakiya (conjugal) e  parakiya  (adultério). Nos passatempos visíveis no  plano mundano a função na forma da relacão nupcial passa a existir. Krishna está além do escopo dessa função. Logo, a dita função do círculo do amor total é um arranjo de Yogamaya. Krishna saboreia a transcendental rasa  semelhante ao amor de amantes ao passar por cima daquela função. Esse passatempo de ir além do limite da função moral aparente manifestada por Yogamaya entretanto, também só é observado no plano mundano pelo olhar encoberto pela cobertura mundana; mas em realidade não há tal leviandade nos passatempos de Krishna. A rasa

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de amantes certamente é o extrato essencial de todas rasas. Se dissessemos que não existe em Goloka, seria altamente deprecatório para com Goloka. Não é que não exista nenhum saborear de rasa supremamente saudável no reino supremamente excelente de Goloka. Krishna, a fonte de todos avataras, saboreia o mesmo de uma forma distinta em Goloka e de outra forma distinta em Gokula. Portanto, apesar da parecer, ao olhar mundano, que através da forma de amor de amantes os limites da função legítima estão sendo transgredidos, a verdade disso deve estar  presente até mesmo em Goloka, de alguma forma.  Atmaramo 'py ariramat, atmany avaruddha sauratah, reme vraja-sundaribhir yatharbhakah pratibimba-vibhramah  e outros textos das escrituras servem para demonstrar que a auto-satisfação é a qualidade distintiva essencial do  próprio Krishna. Krishna em Seu majestoso reino cit   causa a manifestação de Sua própria  potência cit   como Lakshmi e desfruta dela como Sua própria consorte matrimonial. Como esse sentimento de esposos casados prepondera ali, a rasa se expande de uma forma saudável somente até o estado de servidão (dasya-rasa). Mas em Goloka Ele divide Sua potência cit   em milhares de  gopis e Se ocupa eternamente em passatempos amoroso com elas esquecendo os sentimentos de posse. Pelos sentimentos de posse não pode haver a extrema inacessibilidade da rasa. Assim as  gopis naturalmente tem, desde a eternidade, o sentimento inato de serem esposas casadas de outros. Krishna também, respondendo a esse sentimento, assumindo o sentimento recíproco de amante, realiza a rasa e os outros passatempos amorosos com o auxílio da flauta, Seu cher ami favorito. Goloka é o assento transcendental da rasa  eternamente auto-realizada, além da concepção limitada. Portanto em Goloka há realização da assunção sentimental da rasa de amante.  Novamente, a natureza do princípio da majestade no reino de Vaikuntha é tal que não existe rasa de afeição paternal para com a fonte de todos avataras. Mas em Goloka, o assento de toda delicia superexcelente, não há mais que a assunção sentimental egoísta original da mesma rasa. Ali Nanda e Yashoda estão visivelmente presentes, mas não há ocorrência de nascimento. Por faltar a ocorrência do nascimento, o sentimento egoísta de afeição paternal assumido por Nanda e Yashoda não tem fundamento na existência real de tais entidades como pai e mãe, mas sim é da natureza de assunção sentimental por parte deles (compare  jayati jana-nivaso devaki-janmavadah, etc.) Para o propósito de realização da rasa, no entanto, o sentimento egoísta assumido é eterno. Na rasa do amor amoroso se os sentimentos egoístas de concubina e amante forem meras assunçöes eternas, não há culpa nenhuma nos mesmos e também não será contra as escrituras. Quando essas entidades transcendentais de Goloka se tornam manifestas em Vraja, então ambos sentimentos egoístas se tornam um tanto palpáveis para a visão mundana no mundo fenomênico e  passa a haver só um pouco de diferença. Na rasa de afeição paternal os sentimentos de Nanda e Yashoda de que são pais se tornam manifestos na forma mais tangível dos passatempos de nascimento, etc., e na rasa amorosa os sentimentos correspondentes de concubina nas respectivas  gopis  se torna manifesto na forma de seus casamentos com Abhimanyu, Govardhana, etc. Na realidade não existe tal existência separada como a posição de casadas para as  gopis  seja em Goloka ou em Gokula. Portanto os  shastras  declaram que não há união sexual das  gopis  com seus maridos. Também pela mesma razão o mestre autorizado do princípio de rasa, Sri Rupa, escreve que na rasa  transcendental amorosa, o herói é de dois tipos diferentes, i.e. o marido casado e o amante -  patish copapatish ceti prabhedav iha vishrutav iti. Em seu comentário, Sri Jiva através das palavras patih pura-vanitanam dvitiyo vraja-vanitanam reconhece a qualidade de eterno amante de Krishna em Goloka e Gokula, e a posição de marido de Krishna em Vaikuntha e

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Dvaraka, etc. No Senhor de Goloka e no Senhor de Gokula o caráter de amante se encontra em sua forma completa. O fato de Krishna passar por cima de Sua própria qualidade de autosatisfação é causado pelo desejo de união com a esposa casada de outro. O estado de ser a mulher casada de outro não passa do sentimento assumido correspondente por parte das gopis.  Na realidade elas não tem maridos com existência independente e separada; entretanto seu sentimento muito egoísta faz com que tenham a natureza de esposas casadas de outros. Portanto todas características, i.e. que "o desejo faz com que o amante transgrida os limites do dever," etc., estão eternamente presentes no assento de todas delícias. Em Vraja tal coisa se revela, até certo  ponto, numa forma mais tangível para pessoas com olhos mundanos. Por conseguinte em Goloka há inconcebivel distinção e não distinção entre as rasas análogas às de amante e esposa. Também se pode dizer com igual veracidade que não há distinção em Goloka entre ambas, bem como que sim, existe tal distinção. A essência de ser amante é que cessa a posse e o cessar da possessividade é * desfrutar de Sua própria potência cit   na forma da incerteza do * estado de amante ou desfrutar sem a sanção do casamento. A conjunção das duas existe ali como uma rasa acomodando ambas variedades. Em Gokula na realidade é a mesma coisa, com a diferença que produz uma impressão diferente nos observadores pertencentes ao  plano mundano. Em Govinda, o herói de Goloka, existe tanto a posição de marido como de amante acima de toda piedade e impiedade e livre de tudo que é grosseiro. Tal é também o caso do herói de Gokula, embora exista uma distinção na realização causada por Yogamaya. Se for argumentado que aquilo que Yogamaya manifesta é a verdade mais elevada sendo criação da  potência cit  e que, portanto, a impressão de amante também é realmente verdade, a resposta é que  pode existir uma impressão de um egoísmo sentimental análogo no saborear da rasa  livre de qualquer ofensa porque não carece de uma base na verdade. Mas a impressão nefanda que é  produzida no julgamento mundano é ofensiva e como tal não pode existir no reino de puro cit . De fato, Sripada Jiva Goswami chegou a verdadeira conclusão, e ao mesmo tempo a opinião do  partido oposto também é inconcebivelmente verdadeira. São as vãs discussöes empíricas sobre esposas casadas e amantes que são falsas e cheias de verbosidade enganosa. Quem examinar os comentários de Sripada Jiva Goswami e os do partido oposto com julgamento imparcial não conseguirá manter sua atitude de protesto engendrada por qualquer dúvida real. O que o devoto  puro do Senhor Supremo diz é tudo verdade e é independente de qualquer consideração de prós e contras nefandos. Há, entretanto, o elemento do mistério em suas controvérsias verbais. Aqueles, cujo julgamento for feito de matéria mundana, sendo incapazes de entrar no espírito das controvérsias completamente amorosas entre devotos puros, devido a sua própria falta de devoção pura, tenderão a impor aos devotos seus próprios defeitos de partidos e pontos de vista opostos. Comentando sobre o sloka do  Rasa-panchadhyayi: gopinam tat-patinam ca, etc. o que Sripada Sanatana Goswami declarou conclusivamente em seu Vaishnava-tosani  foi aceito com reverência pelo verdadeiro devoto Sripada Visvanatha Chakravarti sem qualquer protesto. Quando qualquer disputa surgir referente aos puros passatempos cognitivos, tais como Goloka, etc., faríamos bem em lembrar o precioso conselho dos santos lábios de Sriman Mahaprabhu e Seus associados, os Goswamis, i.e. que a Verdade Absoluta sempre se caracteriza pela variedade espiritual que trascende a variedade dos fenômenos mundanos; mas Ele nunca  é sem características. A divina rasa  é maravilhosa pela variedade das quatro distinçöes de vibhava, anubhava, sattvika e vyabhicari e a rasa está sempre presente em Goloka e Vaikuntha. A rasa

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de Goloka manifesta-se como vraja-rasa  no plano mundano para benefício dos devotos pelo  poder de Yogamaya. Tudo que é observável em gokula-rasa deve ser visível em goloka-rasa, de forma claramente explícita. Logo, a distinção entre amantes e concubinagem, a variedade das respectivas rasas de todas diferentes pessoas, o solo, água, rios, colinas, pórticos, bosques, vacas, etc., todas características de Gokula existem em Goloka, dispostas de maneira apropriada. Só há a peculiaridade de que os conceitos mundanos de seres humanos que possuem julgamento material, com relação a essas entidades transcendentais, não existem ali. A concepção de Goloka se manifesta diferentemente na proporção ao grau de realização dos vários passatempos de Vraja e é muito difícil estabelecer qualquer critério definitivo quanto a que partes são mundanas e quais são sem contaminação. Quanto mais o olhar da devoção é ungido pelo unguento do amor, mais o conceito transcendental gradualmente se manifestará. Portanto não há necessidade de maior especulação hipotética que não aumenta a apreciação espiritual da pessoa, pois o conhecimento substantivo de Goloka é uma entidade inconcebível. Tentar perseguir o inconcebível pelo  processo conceitual é como pisar cascas de grãos vazios, o que certamente terá um final sem resultado. Por isso, é nosso dever refrearmos o esforço por saber, e sim tentar obter a experiência do transcendental pela prática da devoção pura. Qualquer senda adotada que tenda a produzir a impressão de falta de características, deve ser abandonada de qualquer modo.  Parakiya-rasa  pura, livre de todo conceito mundano é uma realização muito rara. É isso que foi descrito na narrativa dos passatempos de Gokula. Aqueles devotos, que seguem os ditames de seu puro amor espontâneo, devem basear seus esforços devocionais nessa narrativa. Chegarão ao princípio fundamental mais benéfico quando alcançarem o estágio da realização. As atividades devocionais caracterizadas pelo amor ilícito, conforme praticado por almas condicionadas de mente mundana, são iniquidade mundana proibida. O coração de nosso apóstolo Sripada Jiva Goswami ficou muito comovido por tais práticas e o induziu a dar-nos suas declaraçöes conclusivas sobre o assunto. É o dever de um Vaishnava puro aceitar o verdadeiro espírito de suas declaraçöes. É uma grande ofensa desrespeitar o acharya e tentar estabelecer uma doutrina diferente oposta a ele.

TEXTO 38  premanjana-cchurita-bhakti-vilocanena  santah sadaiva hrdayesu vilokayanti  yam shyamasundaram acintya-guna-svarupam  govindam adi-purusham tam aham bhajami  prema - de amor; anjana - com o unguento; churita - tocado; bhakti - da devoção; vilocanena com o olho; santah - os devotos puros; sada - sempre; eva - de fato; hrdayesu - em seus coraçöes; vilokayanti - vêem; yam - quem; shyama - azul escuro; sundaram - belo; acintya inconcebível; guna - com atributos; svarupam - cuja natureza é dotada; govindam - Govinda; adi purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

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TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, que é Shyamasundara, o próprio Krishna de inumeráveis atributos inconcebíveis, que os devotos puros vêem no âmago de seus coraçöes com o olho da devoção ungido pelo unguento do amor. SIGNIFICADO A forma Shyamasundara de Krishna é sua inconcebível forma auto-contraditória simultaneamente  pessoal e impessoal. Devotos fiéis vêem essa forma em seus coraçöes purificados sob a influência do transe devocional. A forma Shyama não é da cor azul visível no mundo mundano mas sim da cor transcendental variada que proporciona eterno êxtase, e não é visível aos olhos mortais. Ao considerarmos o transe de Vyasadeva como no sloka: bhakti-yogena manasi etc., torna-se claro que a forma de Sri Krishna é a plena Personalidade de Deus e sómente é visível no coração de um verdadeiro devoto, onde fica o único assento real no estado de transe sob a influência da devoção. Quando Krishna Se manifestou em Vraja, tanto os devotos quanto os não-devotos viram-No com esses mesmos olhos; mas só os devotos adoraram-No, eternamente presente em Vraja, como a inavaliável jóia de seus coraçöes. Hoje em dia também, os devotos vêem-No em Vraja nos seus coraçöes, saturados de devoção embora não O vejam com seus olhos. O olhar da devoção não é nada mais que o olho do ser espiritual puro e sem misturas da  jiva. A forma de Krishna é visível para aquele olho na proporção de sua purificação pela prática da devoção. Quando a devoção do neófito atinge o estágio de bhava-bhakti, o olhar puro daquele devoto é ungido pelo unguento do amor através da graça de Krishna, o que lhe possibilita ver Krishna face a face. A frase "nos seus coraçöes" significa que Krishna é visível na proporção em que seus coraçöes são purificados pela prática da devoção. A essência deste sloka  é que a forma de Krishna, que é Shyamasundara, Natavara (Melhor Dançarino), Muralidhara (Que Segura a Flauta) e Tribhanga (Que Se Curva em Três Pontos), não é uma criação mental mas sim transcendental, e é visível com o olhar da alma do devoto sob transe.

TEXTO 39 ramadi-murtishu kala-niyamena tishthan nanavataram akarod bhuvaneshu kintu krishnah svayam samabhavat paramah puman yo  govindam adi-purusham tam aham bhajami rama-adi - a encarnação do Senhor Rama, etc.; murtishu - em diferentes formas; kala-niyamena  pela ordem das porçöes plenárias; tishthan - existindo; nana - vários; avataram - encarnaçöes; akarot  - executaram; bhuvaneshu - nos mundos; kintu - mas; krishnah - o Senhor Krishna;  svayam - pessoalmente; samabhavat  - apareceu; paramah - a suprema; puman - pessoa; yah -que;  govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

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TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, que se manifestou pessoalmente como Krishna e os diferentes avataras   neste mundo, nas formas de Rama, Nrshimha, Vamana, etc., que são Suas porçöes subjetivas. SIGNIFICADO Suas porçöes subjetivas como os avataras, i.e. Rama, etc. surgem de Vaikuntha e Sua própria forma de Krishna manifesta-Se junto com Vraja neste mundo, a partir de Goloka. O sentido subjacente é que Krishna Chaitanya, idêntico ao próprio Krishna, através de Seu aparecimento, também efetua a manifestação direta do próprio Deus.

TEXTO 40  yasya prabha-prabhavato jagad-anda-kotikotisv ashesha-vasudhadi-vibhuti-bhinnam tad brahma nishkalam anantam ashesha-bhutam  govindam adi-purusham tam aham bhajami  yasya - de quem; prabha - a refulgência; prabhavatah - daquele que se destaca pelo poder; jagatanda - de universos; koti-kotisu - em milhöes e milhöes; ashesha - ilimitados; vasudha-adi - com  planetas e outras manifestaçöes; vibhuti - com opulências; bhinnam - tornando-se variado; tat  aquele; brahma - Brahman; nishkalam - sem partes; anantam - ilimitado; ashesha-bhutam - sendo completo; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami

- adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, cuja refulgência é a origem do Brahman nãodiferenciado mencionado nos Upanishads  . Diferenciando-Se da infinidade de glórias do universo mundano, Ele aparece como a indivisível, infinita, ilimitada Verdade. SIGNIFICADO O universo mundano criado por Maya é uma das infinitas manifestaçöes externas que acomoda o espaço, tempo e coisas grosseiras. O aspecto impessoal de Deus, o Brahman não-diferenciado, está bem acima desse princípio da criação mundana. Porém mesmo o Brahman não-diferenciado é somente a refulgência externa que emana do muro que limita o reino transcendental de Vaikuntha, manifestando a glória tri-quadrantal de Govinda. O Brahman não-diferenciado é indivisível, portanto também é unico e sem igual, e é a entidade infinita e residual.

TEXTO 41 maya hi yasya jagad-anda-shatani sute

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traigunya-tad-vishaya-veda-vitayamana  sattvavalambi-para-sattva-vishuddha-sattvam  govindam adi-purusham tam aham bhajami maya - a potência externa; hi - de fato; yasya - de quem; jagat-anda - de universos; shatani centenas; sute - traz à existência; trai-gunya - personificando as tríplices qualidades mundanas; tat  - daquilo; vishaya - o assunto; veda - o conhecimento védico; vitayamana - difundindo; sattvaavalambi - o sustento de toda existência; para-sattvam - a entidade máxima; vishuddha-sattvam o princípio substantivo absoluto; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, que é o princípio substantivo absoluto, sendo a entidade máxima na forma do sustento de toda existência. Sua potência externa incorpora as três qualidades mundanas - i.e. sattva, raj as   e tamas   ou bondade, paixão, e ignorância - e difunde o conhecimento védico relativo ao mundo mundano. SIGNIFICADO A qualidade mundana de rajas  faz surgir ou gera todas entidades mundanas. A qualidade de  sattva  (princípio manifestador mundano) em conjunção com rajas  representa a manutenção da existência das entidades que são assim produzidas, e a qualidade de tamas representa o princípio de destruição. O princípio substantivo, que se mistura com as três qualidades mundanas, é mundano, enquanto a substância sem mistura é transcendental. A qualidade de existência eterna é o princípio da entidade absoluta. Só a pessoa cuja devida forma se conforma nesta essência, é que é uma entidade sem mistura, não-mundana, supramundana e livre de toda qualidade mundana. Ela é êxtase cognitivo. É a energia ilusória que elaborou o conhecimento regulativo (Vedas) que trata da tríplice qualidade mundana.

TEXTO 42 ananda-cinmaya-rasatmataya manahsu  yah praninam pratiphalan smaratam upetya lilayitena bhuvanani jayati ajasram  govindam adi-purusham tam aham bhajami ananda - bem-aventurado; cit-maya - cognitivo; rasa - da rasa; atmataya - por ser a entidade; manahsu - nas mentes; yah - aquele que; praninam - das entidades vivas; pratiphalan - sendo refletido; smaratam upetya - lembrando; lilayitena - por passatempos; bhuvanani - o mundo mundano; jayati - triunfantemente domina; ajasram - sempre; govindam - Govinda; adi purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

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TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, cuja glória sempre domina triunfantemente o mundo mundano pela atividade de Seus próprios passatempos, que se reflete nas mentes das almas que se recordam, como a entidade transcendental de rasa  cognitiva sempre bemaventurada. SIGNIFICADO Só queles que constantemente de acordo com as instruçöes espirituais se lembram do nome, figura, atributos e passatempos da forma de Krishna que aparece na rasa amorosa, cuja beleza supera aquela do deus mundano do amor, conquistador de todos coraçöes mundanos, é que são meditadores de Krishna. Krishna, que é cheio de passatempos, sempre Se manifesta com Seu reino somente na cognição receptiva pura de tais pessoas. Os passatempos desse divino reino manifestado dominam triunfantemente de qualquer maneira toda majestade e beleza do mundo mundano.

TEXTO 43  goloka-namni nija-dhamni tale ca tasya devi-mahesha-hari-dhamasu teshu teshu te te prabhava-nicaya vihitas ca yena  govindam adi-purusham tam aham bhajami  goloka-namni - no planeta conhecido como Goloka Vrndavana; nija-dhamni - a morada pessoal da Suprema Personalidade de Deus; tale - na parte por baixo; ca - também; tasya - daquilo; devi da deusa Durga; mahesha - do Senhor Shiva; hari - de Narayana; dhamasu - nos planetas; teshu teshu - em cada um deles; te te - aquelas respectivas; prabhava-nicayih - opulências; vihitah estabelecido; ca - também; yena - por quem; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Situada no plano mais baixo, localiza-se Devi-dhama (o mundo mundano), em seguida, acima desta, Mahesha-dhama (morada de Mahesha); acima de Mahesha-dhama fica Haridhama (morada de Hari) e sobre estas localiza-se o próprio reino de Krishna, chamado Goloka. Eu adoro o Senhor primordial Govinda, que distribuiu suas respectivas autoridades ao governantes desses reinos graduados. SIGNIFICADO O reino de Goloka localiza-se acima de todos outros. Brahma olhando para cima em direção à  posição mais elevada de Goloka, está falando dos outros reinos a partir do ponto de vista de seu  próprio reino: na ordem, primeiro vem Devi-dhama, consistindo dos quatorze mundos, i.e. Satyaloka, etc.; a seguir, acima de Devi-dhama localiza-se Shiva-dhama, uma parte da qual se

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chama Mahakala-dhama, envolta na escuridão; interpenetrando esta porção de Shiva-dhama brilha Sadashivaloka, cheia de grande luz. Mais acima desta surge Hari-dhama ou a transcendental Vaikunthaloka. A potência de Devi-dhama, na forma da extensão de Maya, e de Shivaloka, consistindo de tempo, espaço e matéria, são a potência das partículas separadas permeadas pelo reflexo penumbral da porção subjetiva da Divindade. Porém Hari-dhama sempre resplandece de majestade transcendental e o grande esplendor de toda doçura predomina sobre todas outras majestades em Goloka. O Supremo Senhor Govinda através de seu próprio poder direto e indireto constituiu as respectivas potências desses reinos.

TEXTO 44  srsti-sthiti-pralaya-sadhana-shaktir eka chayeva yasya bhuvanani bibharti durga icchanurupam api yasya ca ceshtate sa  govindam adi-purusham tam aham bhajami  srsti - criação; sthiti - preservação; pralaya - e destruição; sadhana - a agência; shaktih  potência; eka - um; chaya - a sombra; iva - como; yasya - de quem; bhuvanani - o mundo mundano; bibharti - mantém; durga - Durga; iccha - a vontade; anurupam - de acordo com; api certamente; yasya - de quem; ca - e; ceshtate - se conduz; sa - ela; govindam - Govinda; adi purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO A potência externa, Maya, que é da natureza da sombra da potência cit , é adorada por todas pessoas como Durga, agente que cria, preserva e destrói este mundo mundano. Eu adoro o Senhor primordial, Govinda, de acordo com cuja vontade Durga se conduz. SIGNIFICADO (Está sendo descrita a deidade acima-mencionada que preside Devi-dhama). O mundo, no qual Brahma se posiciona e canta hinos ao Senhor de Goloka, é Devi-dhama, consistindo de quatorze mundo e é Durga a deidade que o preside. Ela possui dez braços, representando a dezena da atividades fruitivas. Cavalga um leão, representando sua coragem heróica. Pisoteia Mahishasura, significando que é subjugadora dos vícios. Ela é mãe de dois filhos, Kartikeya e Ganesha, que representam a beleza e o sucesso. Posiciona-se entre Lakshmi e Sarasvati, representando opulência mundana e conhecimento mundano. Vêmo-la armada com vinte armas, representando as várias atividades piedosas recomendadas pelos Vedas  para suprimir os vícios. Segura uma serpente, representando a beleza do tempo destruidor. Assim é Durga, que possui todas estas numerosas formas. Durga possui durga, que quer dizer cadeia ou prisão. Quando as  jivas oriundas da potência marginal (tatastha shakti) esquecem o serviço a Krishna, são confinadas na  prisão mundana, a cidadela de Durga. A roda do karma é o instrumento de punição neste local. O trabalho de purificar estas  jivas  penalizadas é o dever delegado a Durga. Ela se ocupa incessantemente em cumprir o mesmo pela vontade de Govinda. Quando, felizmente, as jivas aprisionadas percebem que esqueceram de Govinda, ao entrarem em contato com almas auto-

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realizadas, e a natural aptidão delas para o serviço amoroso a Krishna desperta, a própria Durga então se torna agente da salvação delas pela vontade de Govinda. Portanto cabe a todo mundo obter a graça sincera de Durga, a soberana desta prisão, propiciando-a com serviço abnegado a Krishna. As bençãos recebidas de Durga na forma de fortuna, propriedade, recuperação da saúde, esposa e filhos, deve ser entendida como a bondade ilusória de Durga. As alegrias físicas mundanas de dasha-maha-vidya, as dez deusas ou formas de Durga, são elaboradas para iludirem as almas apegadas deste mundo. A jiva é uma parte atômica espiritual de Krishna. Quando se esquece de seu serviço a Krishna, imediatamente é defletida pelo poder atrativo de Maya neste mundo, que a lança no redemoinho de atividades fruitivas mundanas (karma), confinando-a num corpo grosseiro constituído pelos cinco elementos materiais, com seus cinco atributos e onze sentidos, assemelhando-se à vestimenta de um prisioneiro. Nesse redemoinho, a jiva  experimenta felicidade e misérias, céu e inferno. Além disso, existe um corpo sutil, consistindo de mente, inteligência e ego, dentro do corpo grosseiro. Por meio do corpo sutil, a jiva abandona um corpo grosseiro e se refugia em outro. A jiva não consegue se livrar do corpo sutil, cheio de ignorância e desejos perniciosos, a não ser e até que seja liberada. Ao livrar-se do corpo sutil, banha-se no Viraja e sobe para Hari-dhama. Tais são os deveres executados por Durga de acordo com a vontade de Govinda. No  Bhagavata sloka, vilajyamanaya... durdhiyah  - foi descrito o relacionamento entre Durga e as almas condicionadas. Durga, adorada pelas pessoas deste mundo mundano, é a Durga descrita acima. Mas a Durga espiritual, mencionada no mantra  que é a cobertura externa do reino espiritual do Senhor Supremo, é a eterna serva de Krishna e portanto, é a realidade transcendental cuja sombra, a Durga deste mundo, funciona neste mundo mundano como serva dela. (Vide significado do sloka 3)

TEXTO 45 kshiram yatha dadhi vikara-vishesha-yogat  sanjayate na hi tatah prthag asti hetoh  yah shambhutam api tatha samupaiti karyad  govindam adi-purusham tam aham bhajami kshiram - leite; yatha - como; dadhi - iogurte; vikara-vishesha - de uma transformação especial;  yogat  - pela aplicação; sanjayate - se transforma em; na - não; hi - de fato; tatah - do leite; prthak  - separado; asti - está; hetoh - o que é a causa; yah - que; shambhutam - a natureza do Senhor Shiva; api - também; tatha - assim; samupaiti - aceita; karyat  - para efeito de determinado trabalho; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami -

adoro.

TRADUÇÃO Assim como o leite se transforma em iogurte pela ação de ácidos, mas com efeito o iogurte não é o mesmo que sua causa (o leite), e também não é diferente do mesmo, assim eu adoro Govinda, o Senhor primordial, cujo estado de Shambhu é uma transformação para realizar o trabalho da destruição.

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SIGNIFICADO (A verdadeira natureza de Shambhu, a deidade que preside Mahesha-dhama, é descrita.) Shambu não é um segundo deus ou outro senão Krishna. Aqueles que mantém tal sentimento discriminante, cometem uma grande ofensa contra o Senhor Supremo. A supremacia de Shambhu é subserviente à de Govinda; logo, eles na realidade não são diferentes um do outro. A nãodistinção é estabelecida pelo fato de que assim como leite tratado com ácido vira iogurte, também Deus se torna subserviente quando Ele próprio obtém uma personalidade distinta pela adição de determinado elemento adulterador. Esta personalidade não possui iniciativa independente. O  princípio adulterador mencionado constitui-se de uma combinação da qualidade estupefaciente da energia ilusória, com a qualidade de não-plenitude da potência marginal e um leve grau do  princípio cognitivo aliado ao extático da potência espiritual plenária. Esse reflexo especificamente adulterado do princípio da porção subjetiva da Divindade é Sadashiva, na forma do refulgente deus símbolo masculino Shambhu, do qual se manifesta Rudradeva. Na obra da criação mundana como causa material, no trabalho de preservação pela destruição de diversos asuras e na tarefa da destruição, para conduzir toda operação, Govinda Se manifesta como guna-avatara na forma de Shambhu, que é a porção separada de Govinda imbuída do princípio de Sua porção plenária subjetiva. A personalidade do princípio destruidor na forma do tempo tem sido identificada com Shambhu nas evidências escriturais que foram citadas no comentário. O significado dos  Bhagavata slokas, i.e. vaishnavanam yatha shambhuh, etc. é que Shambhu, seguindo a vontade de Govinda, trabalha em união com sua consorte Durga-devi através de sua própria energia do tempo. Ele ensina deveres piedosos (dharma) como degraus para alcançar o serviço espiritual nos diversos tantra-shastras, etc., adequados a  jivas  em diferentes graus da existência condicionada. Em obediência à vontade de Govinda, Shambhu mantém e encoraja a religão da devoção pura pregando o culto do ilusionismo (Mayavada) e os agama-shastras especulativos. Os cinco atributos das almas individuais se manifestam em medida bem mais vasta em Shambhu e cinco atributos adicionais não obteníveis pelas  jivas  também se encontram parcialmente nele. Assim Shambhu não pode ser chamado de uma jiva. Ele é o senhor da jiva e no entanto tem algo da natureza duma porção separada de Govinda.

TEXTO 46 diparcir eva hi dashantaram abhyupetya dipayate vivrta-hetu-samana-dharma  yas tadrg eva hi ca vishnutaya vibhati  govindam adi-purusham tam aham bhajami dipa-arcih - a chama de uma vela; eva - como; hi - certamente; dasha-antaram - outra lamparina; abhyupetya - expandindo; dipayate - ilumina; vivrta-hetu - com sua causa expandida; samanadharma - igualmente poderosa; yah - quem; tadrk  - semelhantemente; eva - de fato; hi certamente; ca - também; vishnutaya - através de Sua expansão como Senhor Vishnu; vibhati ilumina; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami -

adoro.

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TRADUÇÃO A luz de uma vela ao ser comunicada a outras velas, embora brilhe separadamente nelas todas, é a mesma em sua qualidade. Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, que igualmente Se exibe da mesma maneira móvel em todas Suas várias manifestaçöes. SIGNIFICADO As deidades que presidem Hari-dhama, i.e. Hari, Narayana, Vishnu, etc., porçöes subjetivas de Krishna, estão sendo descritas. A manifestação majestosa de Krishna é Narayana, Senhor de Vaikuntha, cuja porção subjetiva é Karanodakashayi Vishnu, a causa primordial, cuja porção é Garbhodakashayi. Kshirodakashayi por sua vez é a porção subjetiva de Garbhodakashayi Vishnu. A palavra "Vishnu" indica uma personalidade oni-penetrante, oni-presente e onisciente. Neste  sloka enunciam-se as atividades das porçöes subjetivas da Divindade através da especificação da natureza de Kshirodakashayi Vishnu. A personalidade de Vishnu, forma personificada da qualidade manifestadora ( sattva-guna) é bem distinta da de Shambhu, que é adulterada pelas qualidades mundanas. A personalidade subjetiva de Vishnu está num nível semelhante a Govinda. Ambos consistem do princípio substantivo inadulterado. Vishnu na forma do princípio causal manifesto é idêntico a Govinda no tocante à qualidade. A qualidade manifestante  (sattva-guna) que se acha existente na tríplice qualidade mundana, é uma entidade adulterada, estando misturada com as qualidades de atividade e inércia mundanas. Brahma é a porção deslocada da Divindade, manifestada no princípio da ação mundana, dotado da natureza funcional de Sua  porção subjetiva; e Shambhu é a porção deslocada da Divindade manifestada no princípio da inércia mundana que possui similarmente a natureza funcional de Sua porção subjetiva. A razão de serem porçöes deslocadas é que como os dois princípios de ação e inércia mundanas carecem totalmente da essência espiritual, quaisquer entidades que se manifestarem neles, localizam-se a uma grande distância da própria Divindade ou Seus facsimiles. Embora a qualidade manifestante mundana seja do tipo adulterado, Vishnu, a manifestação da Divindade na qualidade manifestante mundana, faz Seu aparecimento no princípio manifestante inadulterado, que é um constituente da qualidade manifestante mundana. Portanto Vishnu é a porção subjetiva plena e pertence à categoria dos ishvaras superiores. Ele é o Senhor da potência ilusória e não Se mistura com ela. Vishnu é o agente da própria natureza subjetiva de Govinda na forma da causa primordial. Todos atributos majestosos de Govinda, chegando a um total de sessenta, estão totalmente presentes em Sua manifestação majestosa, Narayana. Brahma e Shiva são entidades adulteradas por qualidades mundanas. Embora Vishnu também seja uma aparição divina personificando uma qualidade mundana ( guna-avatara), ainda assim Ele não Se adultera. O aparecimento de Narayana na forma de Maha-Vishnu, o aparecimento de Maha-Vishnu na forma de Garbhodakashayi e o aparecimento de Vishnu na forma de Kshirodakashayi, são exemplos da função ubíqua da Divindade. Vishnu é o próprio Deus, e os dois outros guna-avataras e todos outros deuses são entidades possuindo autoridade subordinada à Dele. Da majestosa manifestação subjetiva do supremo Govinda auto-luminoso emanam Karanodakashayi, Garbhodakashayi, Kshirodakashayi e todos outros descendentes divinos subjetivos derivados (avataras) tais como Rama, etc., assim como a luz comunicada que aparece em diferentes velas, brilhando por intermédio da operação da potência espiritual de Govinda.

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TEXTO 47  yah karanarnava-jale bhajati sma yoganidram ananta-jagad-anda-sa-roma-kupah adhara-shaktim avalambya param sva-murtim  govindam adi-purusham tam aham bhajami  yah - Aquele que; karana-arnava - do Oceano Causal; jale - na água; bhajati - desfruta; sma - de fato; yoga-nidram - sono criativo; ananta - ilimitado; jagat-anda - universos; sa - que; romakupah - os poros de Seus cabelos; adhara-shaktim - a potência que tudo acomoda; avalambya assumindo; param - grande; sva-murtim - a própria forma subjetiva; govindam - Govinda; adi purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, que, assumindo Sua própria grande forma subjetiva, que leva o nome de Shesha e está repleta da potência que tudo acomoda, repousa no Oceano Causal com a infinidade dos mundos nos poros de Seus pelos e desfruta do sono criativo (yoga-nidra ). SIGNIFICADO (Descreve-se a natureza subjetiva de Ananta que tem a forma do divã de Maha-Vishnu.) Ananta, que é o mesmo que o infinito divã sobre o qual repousa Maha-Vishnu, é uma aparição distinta da Divindade que tem o nome de Shesha, possuindo a natureza subjetiva de serva de Krishna.

TEXTO 48  yasyaika-nishvasita-kalam athavalambya  jivanti loma-vila-ja jagad-anda-nathah vishnur mahan sa iha yasya kala-vishesho  govindam adi-purusham tam aham bhajami  yasya - cuja; eka - única; nishvasita - respiração; kalam - tempo; atha - assim; avalambya tomando refúgio em; jivanti - vivem; loma-vila-ja - gerados dos orifícios pilosos; jagat-andanathah - os mestres dos universos (os Brahmas); vishnuh mahan - o Supremo Senhor MahaVishnu; sah - que; iha - aqui; yasya - cuja; kala-visheshah - determinada porção plenária ou expansão; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami

- adoro.

TRADUÇÃO Brahma e os outros senhores dos mundos mundanos, surgindo dos poros dos pelos de Maha-Vishnu, permanecem vivos pelo tempo de duração de uma exalação da respiração de

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Maha-Vishnu. Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, de cuja personalidade subjetiva Maha-Vishnu é a porção da porção plenária. SIGNIFICADO Aqui se mostra a majestade suprema da natureza subjetiva de Vishnu.

TEXTO 49 bhasvan yathashma-shakaleshu nijeshu tejah  sviyam kiyat prakatayati api tadvad atra brahma ya esha jagad-anda-vidhana-karta  govindam adi-purusham tam aham bhajami bhasvan - o sol iluminador; yatha - como; ashma-shakaleshu - em vários tipos de pedras  preciosas; nijeshu - seu próprio; tejah - fulgor; sviyam - seu próprio; kiyat  - até certo ponto;  prakatayati - manifesta; api - também; tadvat  - semelhantemente; atra - aqui; brahma - Senhor Brahma; yah - que; esha - ele; jagat-anda-vidhana-karta - o chefe do universo; govindam Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, cuja porção subjetiva separada, Brahma, recebe seu poder Dele para regular o mundo mundano, assim como o sol manifesta uma parcela de sua própria luz em todas jóias refulgentes que levam os nomes de suryakanta , etc.. SIGNIFICADO Brahma pode ser de dois tipos: em certos kalpas  quando a potência do Senhor Supremo Se infunde numa  jiva  qualificada, esta última atua na posição de Brahma e cria o universo. Nos kalpas  quando não há disponível nenhuma  jiva  qualificada, depois que o Brahma do kalpa anterior se libera, Krishna, pelo processo de distribuir Sua própria potência, cria o Brahma que  possui a natureza do avatara  (descendência) da Divindade no princípio mundano ativo (rajo guna). Por princípio Brahma é superior às  jivas comuns mas não é a Divindade direta. A natureza divina está presente em maior medida em Shambhu que em Brahma. O significado fundamental do que vai acima é que o agregado de cinquenta atributos, pertencente à  jiva, está  presente em maior medida em Brahma que possui, em grau menor, cinco atributos adicionais que não se encontram nas  jivas. Mas em Shambhu tanto os cinquenta atributos das jivas, quanto os cinco adicionais encontrados em Brahma estão presentes em medida maior ainda que em Brahma.

TEXTO 50  yat-pada-pallava-yugam vinidhaya kumbhadvandve pranama-samaye sa ganadhirajah vighnan vihantum alam asya jagat-trayasya

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 govindam adi-purusham tam aham bhajami  yat  - cujos; pada-pallava - pés de lótus; yugam - dois; vinidhaya - tendo segurado; kumbhadvandve - sobre o par de excrecências; pranama-samaye - no momento de oferecer reverências;  sah - ele; gana-adhirajah - Ganesha; vighnan - obstáculos; vihantum - para destruir; alam capaz; asya - destes; jagat-trayasya - três mundos; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, cujos pés de lótus são sempre sustidos por Ganesha sobre o par de excrecências protuberantes de sua cabeça elefantina para que possa obter o poder de realizar sua função de destruir todos obstáculos na senda do progresso dos três mundos. SIGNIFICADO O poder de destruir todos obstáculos à prosperidade mundana foi delegado a Ganesha, que é objeto de adoração daqueles qualificados para o adorarem. Ele atingiu uma posição entre os cinco deuses tais como Brahma, possuidores de qualidades mundanas. O mesmo Ganesha é um deus que possui poder delegado via infusão do poder divino. Toda sua glória repousa inteiramente na graça de Govinda.

TEXTO 51 agnir mahi gaganam ambu marud dishash ca kalas tathatma-manasiti jagat-trayani  yasmad bhavanti vibhavanti vishanti yam ca  govindam adi-purusham tam aham bhajami agnih - fogo; mahi - terra; gaganam - éter; ambu - água; marut  - ar; dishah - direçöes; ca também; kalah - tempo; tatha - bem como; atma - alma; manasi - e mente; iti - assim; jagattrayani - os três mundos; yasmat  - de quem; bhavanti - eles se originam; vibhavanti - eles existem; vishanti - eles entram; yam - quem; ca - também; govindam - Govinda; adi-purusham - a  pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Os três mundos são compostos de nove elementos, i.e. fogo, terra, éter, água, ar, direçöes, tempo, alma e mente. Eu adoro o Senhor primordial, Govinda, de quem estes se originaram, em quem existem, e em quem entram na hora do cataclisma universal. SIGNIFICADO

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 Não existe nada nos três mundos além dos cinco elementos, dez direçöes, tempo, almas- jivas, e do princípio mental aliado ao corpo sutil consistindo de mente, inteligência e ego das almas condicionadas. Os elevacionistas (karmis) fazem suas oferendas de sacrifício no fogo. Almas condicionadas não conhecem nada além desse mundo perceptível dos nove elementos. A jiva é a mesma alma a cujo deleite extático os liberacionistas descontentes ( jnanis) aspiram. Ambos  princípios respectivamente retratados como atma e  prakrti  pelos sistemas de Sankhya são incluídos acima. Em outras palavras, todos princípios que foram enunciados por todos filósofos especuladores (tattva-vadis) estão incluídos nos nove elementos. Sri Govinda é a origem do aparecimento, continuação e desaparecimento de todos estes princípios.

TEXTO 52  yac-cakshur esha savita sakala-grahanam raja samasta-sura-murtir ashesha-tejah  yasyajnaya bhramati sambhrta-kala-cakro  govindam adi-purusham tam aham bhajami  yat  - de quem; cakshuh - o olho; eshah - o; savita - sol; sakala-grahanam - de todos planetas; raja - o rei; samasta-sura - de todos semi-deuses; murtih - a imagem; ashesha-tejah - cheio de infita refulgência; yasya - de quem; ajnaya - por ordem; bhramati - realiza sua jornada; sambhrta - completa; kala-cakrah - a roda do tempo; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO O sol, que é o rei de todos planetas, cheio de infinita refulgência, a imagem da alma boa, é como o olho deste mundo. Eu adoro o Senhor primordial, Govinda, por cujas ordens o sol realiza sua jornada, cavalgando a roda do tempo. SIGNIFICADO Certas pessoas que professam a religião védica adoram o sol como Brahman. O sol faz parte da hierarquia dos cinco deuses. Algumas pessoas deduzem que a origem desse mundo está no calor e portanto designam o sol, único local quente, como causa-raiz deste mundo. Não obstante o que  possa ser dito contrariando esta idéia, o sol afinal é a única deidade presidente da esfera de soma total de todo calor mundano, e portanto é um deus que exerce autoridade delegada. Certamente o sol realiza sua função específica de serviço pelo comando de Govinda.  Nota da tradutora: védicamente o sol é visto como o próprio olhar vigilante onisciente de Vishnu, sempre acima de tudo.

TEXTO 53 dharmo 'tha papa-nicayah shrutayas tapamsi brahmadi-kita-patagavadhayash ca jivah

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 yad-datta-matra-vibhava-prakata-prabhava  govindam adi-purusham tam aham bhajami dharmah - virtude; atha - também; papa-nicayah - todos vícios; shrutayah - os Vedas; tapamsi  penitências; brahma-adi - começando a partir do Senhor Brahma; kita-pataga - insetos; avadhayah - até ; ca - e; jivah - jivas; yat  - por quem; datta - conferidos; matra - exclusivamente; vibhava - pelo poder; prakata - manifestado; prabhavah - potências; govindam - Govinda; adi purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, por cujos poderes conferidos se mantém as potências manifestadas que existem em todas virtudes, todos vícios, os Vedas, as penitências, e todas jivas  , desde Brahma até o mais ínfimo inseto. SIGNIFICADO Aqui dharma  significa as funçöes designadas de varna e ashrama  manifestadas pelos vinte dharma-shastras com autoridade dos Vedas. Destas duas divisöes varna-dharma é aquela função que é o resultado das naturezas distintas dos quatro varnas, i.e. brahmana, kshatriya, vaishya e  shudra, e ashrama-dharma  é aquela função apropriada ao respectivo ashrama  ou posição daqueles que pertencem aos quatro estágios, i.e. brahmacharya, grhastha, vanaprastha e  sannyasa. Todas atividades costumeiras da humanidade foram projetadas nessas duas divisöes. Pecados significam ignorância, a raiz de todos pecados e desejo pecaminoso, também das grandes iniquidades e pecados que se originam neles e os pecados comuns, i.e. toda sorte de conduta sem  princípios. A categoria dos  shrutis  significa  Rig, Sama, Yajur e Atharva  e os Upanishads  que formam as jóias reais do Veda. Tapas significa todas práticas regulares que se aprende visando atingir o devido funcionamento do ser. Em muitos casos, por exemplo, na forma conhecida como  pancha-tapas  estas práticas são de caráter difícil ( yoga) com seus oito ramos constituentes e devotamento ao conhecimento do Brahman não-diferenciado. Tudo isso são muitos detalhes distintos dentro da ronda giratória de atividades fruitivas das almas condicionadas. As almas condicionadas embarcaram numa viagem de sucessivos nascimentos de 84 lakhs de variedades de órgãos geradores. Diferenciam-se em diferentes ordens de seres como devas, danavas, rakshasas, manavas, nagas, kinnaras e  gandharvas. Estas  jivas  desde Brahma até ao mais  pequeno inseto, são de infinitos tipos. Constituem o agregado das almas condicionadas desde o grau de Brahma até a pequena mosca e são características distintas dentro da roda giratória do karma. Cada uma delas está dotada com poderes distintos como indivíduos e é poderosa em determinada esfera. Mas esses poderes por natureza não são plenamente desenvolvidos nelas. O grau de poder e natureza da propriedade variam de acordo com a medida de manifestação das  posses do indivíduo, que lhe são conferidas por Sri Govinda.

TEXTO 54  yas tv indra-gopam athavendram aho sva-karmabandhanurupa-phala-bhajanam atanoti

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karmani nirdahati kintu ca bhakti-bhajam  govindam adi-purusham tam aham bhajami  yah - Aquele que (Govinda); tu - mas; indra-gopam - até o pequeno inseto vermelho chamado indragopa; atha va - ou mesmo; indram - até Indra, rei do firmamento; aho - oh; sva-karma - das  próprias atividades fruitivas da pessoa; bandha - enredamento; anurupa - de acordo com; phala das reaçöes; bhajanam - desfrutar ou sofrer; atanoti - concede; karmani - todas atividades fruitivas e suas reaçöes; nirdahati - destrói; kintu - porém; ca - também; bhakti-bhajam - de  pessoas ocupadas em serviço devocional; govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial, que queima até as raízes todas atividades fruitivas daqueles imbuídos de devoção e imparcialmente decreta para cada um o devido desfrute dos frutos de suas atividades, para cada um que anda na senda do trabalho, de acordo com a corrente de suas obras realizadas anteriormente, desde o pequeno inseto chamado  até Indra, rei dos devas  . indragopa  SIGNIFICADO Deus imparcialmente induz as almas caídas a agirem do modo que é consequente aos atos de seus nascimentos anteriores e desfrutar a fruição de seus labores mas, por Sua grande misericórdia  para com Seus devotos, Ele purifica pelo fogo do tormento, a raiz de todo karma, i.e. ignorância e desejos maléficos.  Karma, embora sem começo, ainda assim é perecível. O karma daqueles que trabalham com a esperança de desfrutarem dos frutos de seus labores, torna-se infindável e  perene e nunca é destruído. A função de sannyasa também é um tipo de karma adequado a um ashrama  e não agrada a Krishna quando sua meta é liberação, i.e. desejo de emancipação. Também recebem fruição de seu karma e, mesmo que seja desinteressado, seu karma termina em atma-mamata, i.e. auto-satisfação; porém aqueles que são devotos puros sempre servem Krishna gratificando Seus sentidos, abandonando todas tentativas de karma e  jnana, e mantendo-se livres de todos desejos exceto o de servir Krishna. Krishna destruiu completamente o karma, seus desejos e a ignorância desses devotos. É uma grande maravilha que Krishna, sendo imparcial, seja plenamente parcial para com Seus devotos.

TEXTO 55  yam krodha-kama-sahaja-pranayadi-bhiti vatsalya-moha-guru-gaurava-sevya-bhavaih  sancintya tasya sadrshim tanum apur ete  govindam adi-purusham tam aham bhajami  yam - em quem; krodha - ira; kama - paixão amorosa; sahaja-pranaya - amor natural amistoso; adi - e assim por diante; bhiti - temor; vatsalya - afeição paternal; moha - ilusão; guru-gaurava -

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reverência; sevya-bhavaih - e com a atitude de serviço desejoso; sancintya - meditando; tasya daquilo; sadrshim - conveniente; tanum - forma corpórea; apuh - obtida; ete - estas pessoas;  govindam - Govinda; adi-purusham - a pessoa original; tam - Ele; aham - eu; bhajami - adoro.

TRADUÇÃO Eu adoro Govinda, o Senhor primordial. Aqueles que meditam Nele sob a influência da ira, paixão amorosa, amor natural amistoso, temor, afeição paternal, ilusão, reverência, e serviço condescendente, obtém formas corpóreas próprias à natureza de sua contemplação. SIGNIFICADO A devoção é de dois tipos, i.e. 1) da natureza da deferência às regras e 2) constituída de sentimento natural.  Bhakti é despertada por seguir com uma ponta de fé as regras dos shastras e instrução dos preceptores. Tal bhakti  é da natureza da lealdade àos regulamentos escriturais. Continua a ser operativa enquanto o sentimento natural correspondente não for despertado. Se uma pessoa ama Krishna por tendência natural, temos o princípio de raga, que não é outra coisa senão um forte desejo de servir, que se transforma em bhava ou sentimento substantivo. Quando o sentimento substantivo desperta, o devoto se torna um objeto de misericórdia de Krishna. Leva muito tempo para atingir tal estágio. A devoção que é da natureza do sentimento é superior àquela conectada com regulamentos escriturais, e em breve atinge o estado realizado e é atraente  para Krishna. Seus vários aspectos são descritos neste sloka. Shanta-bhava, cheia de reverência  pelo superior, dasya-bhava, cheia de serviço para executar as ordens do objeto de adoração,  sakhya-bhava  ou amor amistoso natural, vatsalya-bhava ou afeição paternal, e madhura-bhava ou amor amoroso, estão todas incluídas na categoria da devoção que é da natureza do apego instintivo. Mas ira, medo ou ilusão, embora sejam por natureza impulsos instintivos, não são devoção no sentido restrito do termo, porque não são amistosos mas sim hostis ao objeto. Ira encontramos nos asuras  como Shishupala, medo em Kamsa, e ilusão nos  panditas  da escola  panteísta. Eles tem os sentimentos de ira, medo e impulso instintivo marcados pelo completo auto-esquecimento oriundo da identificação com o Brahman não-diferenciado. Porém como não há nenhum sentimento amistoso para com o objeto de devoção, não há bhakti. Por outro lado, entre os sentimentos de  shanta, dasya, sakhya, vatsalya e madhura, shanta embora indiferente e adormecida em matéria de raga, ainda é reconhecida como bhakti  por ser um pouco amistosa. Há um volume imenso de raga nas outras quatro variedades de emoção. Pela promessa do Gita,  ye yatha mam prapadyante sams tathaiva bhajami aham  ("Sirvo a pessoa conforme sua submissão"), aqueles que se permitem ficarem atuados pelo sentimento do medo, ira ou ilusão, obtém sayujya-mukti (fundir-se no Absoluto). Os shantas obtém formas corpóreas com aptidão a se apegarem ao Brahman e Paramatma. As classes dasya e  sakhya de adoradores obtém formas corpóreas caracterizadas por disposição masculina ou feminina conforme seus respectivos graus de qualificação. A classe vatsalya de adoradores conseguem formas corpóreas condizentes com sentimentos paternais e maternais. Os amantes apaixonados de Krishna obtém as formas puras das gopis (vaqueirinhas espirituais de Vraja).

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TEXTO 56  shriyah kanta kantah parama-purushah kalpa-taravo druma bhumish cintamani-gana-mayi toyam amrtam katha ganam natyam gamanam api vamsi priya-sakhi cid-anandam jyotih param api tad asvadyam api ca  sa yatra kshirabdhih sravati surabhibhyash ca su-mahan nimeshardhakhyo va vrajati na hi yatrapi samayah bhaje svetadvipam tam aham iha golokam iti yam vidantas te santah kshiti-virala-carah katipaye  shriyah - Lakshmis, deusas da fortuna; kantah - consortes amorosas; kantah - o desfrutador, amante; parama-purushah - a Suprema Personalidade de Deus; kalpa-taravah - árvores-dosdesejos; drumah - todas árvores; bhumih - a terra; cintamani-gana-mayi - feito de jóias filosofais transcendentais; toyam - a água; amrtam - néctar; katha - falando; ganam - canção; natyam dançando; gamanam - andando; api - também; vamsi - a flauta; priya-sakhi - companheira constante; cit-anandam - êxtase transcendental; jyotih - refulgência; param - o supremo; api também; tat  - aquele; asvadyam - percebido em todo lugar; api ca - também; sah - que; yatra aonde; kshira-abdhih - oceano de leite; sravati - flui; surabhibhyah - de vacas surabhis; ca - e;  su-mahan - muito grande; nimesha-ardha - meio momento; akhyah - chamado; va - ou; vrajati  passa; na - não; hi - certamente; yatra - onde; api - mesmo; samayah - tempo; bhaje - eu adoro;  sveta-dvipam - Svetadvipa; tam - aquela; aham - eu; iha - aqui; golokam - Goloka; iti - assim;  yam - que; vidantah - conhecem; te - eles; santah - almas auto-realizadas; kshiti - neste mundo; virala - raramente; carah - indo; katipaye - poucos.

TRADUÇÃO Eu adoro aquele assento transcendental conhecido como Svetadvipa, onde como consortes amorosas, as Lakshmis em sua essência espiritual pura praticam o serviço amoroso ao Senhor Supremo, Krishna, como seu único amante; onde cada árvore é uma transcendental árvore-dos-desejos, onde o solo é feito de pedras filosofais; onde toda água é néctar, cada palavra é uma canção e cada passo uma dança; onde a flauta é a servente favorita; onde a refulgência é plena de êxtase e as entidades espirituais supremas são todas agradáveis e de bom gosto; onde inúmeras vacas leiteiras sempre emitem transcendentais oceanos de leite, e onde há existência eterna do tempo transcendental, que é sempre presente e sem passado ou futuro e portanto não está sujeito a qualidade de se escoar, mesmo que pelo espaço de meio momento. Este reino chamado Goloka, é conhecido somente por algumas poucas almas auto-realizadas neste mundo. SIGNIFICADO Aquela região que as  jivas  alcançam através da melhor realização de seu rasa-bhajana, embora  puramente transcendental, de modo algum é destituída de variedade. A região não-diferenciada se atinge por ter se entregado a ira, medo e ilusão. Os devotos alcançam Goloka, a região

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transcendental acima de Vaikuntha, conforme a qualidade da rasa de seus respectivos serviços.  Na realidade aquela região não é outra senão Svetadvipa ou a "Ilha Branca", sendo excessivamente pura. Aqueles que obtém a rasa mais elevada na forma da realização da devoção  pura neste mundo, ao verem a realidade de Svetadvipa em Gokula, Vrndavana e Navadvipa dentro deste mundo mundano, designam o mesmo como "Goloka". Nesta região transcendental de Goloka sempre estão visíveis em sua suprema beleza, todas entidades características que se incorporam ao princípio cognitivo puro, por exemplo, o amante e Suas amadas, árvores e trepadeiras, montanhas, rios e florestas, água, a fala, o movimento, a música da flauta, o sol e a lua, o saboreado e o sabor (i.e., as impensáveis maravilhas das 64 artes estéticas), vacas leiteiras que dão um fluxo nectáreo de leite e o tempo transcendental sempre-existente. Descriçöes que fornecem indícios sobre Goloka são encontradas em vários lugares nos Vedas e em outros  shastras tais como os  Puranas, tantras, etc.. O Chandogya diz: "bruyad yavan va ayam akashas tava esha antar hrda akashah ubhe asmim dyava-prthivi antar eva samahite. ubhav agnish ca vayush ca surya-chandramasav ubhau vidyun naksatrani yac casyehasti yac ca nasti sarvam tad asmin samahitam iti.

Resumindo, encontra-se em Goloka a variedade de todo este mundo mundano e muito mais variedade ainda, além e acima do mundano. A variedade no mundo transcendental é plenamente centralizada enquanto que no mundo mundano não é assim e por isso produz miséria e aflição. A variedade centralizada de Goloka é pura e plena de transcendental júbilo cognitivo. Os Vedas e  sadhus que praticam devoção revelada pelos Vedas, com o auxílio de sua capacidade cognitiva individual atuada pela devoção, poderão ter um vislumbre deste reino divino e pelo poder da graça de Krishna sua pequena faculdade cognitiva obtém a qualidade do infinito, e assim se lhes é  permitido chegar ao nível do plano das diversöes de Krishna. Há um sentido oculto na proposta "mesmo o Supremo que também apesar disso é objeto de desfrute" ( param api tad asvadyam api ca). As palavras  param api indicam que Sri Krishna é a única Verdade Absoluta em todos princípios transcendentais extáticos e tad asvadyam api significa Seu objeto de desfrute. A glória do amor de Radha por Krishna, a qualidade saborosa (rasa) de Krishna que é percebida por Radha, e o êxtase do qual Radha é consciente no processo de tal percepção, todas estas três bhavas  (entidades emocionais) se tornam disponíveis para Krishna desfrutar, quando então Ele obtém Sua personalidade de Sri Gaurasundara. Também é isto que constitui a bem-aventurança transcendental do delicioso serviço amoroso (rasa) manifestado por Sri Gaurasundara. Isso também existe eternamente apenas na mesma Svetadvipa.

TEXTO 57 athovaca maha-vishnur bhagavantam prajapatim brahman mahattva-vijnane  praja-sarge ca cen matih  panca-slokim imam vidyam vatsa dattam nibodha me

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atha - então; uvaca - disse; maha-vishnuh - o Senhor Supremo; bhagavantam - aos gloriosos;  prajapatim - Senhor Brahma; brahman - ó Brahma; mahattva - da glórias (de Deus); vijnane - em real conhecimento; praja-sarge - ao criar progênie;ca - e; cet  - se; matih - a inclinação;  panca slokim - cinco slokas; imam - esta; vidyam - ciência; vatsa - ó amado; dattam - dada; nibodha escute; me - de Mim.

TRADUÇÃO Ao ouvir estes hinos contendo a essência da verdade, o Supremo Senhor Krishna disse a Brahma: "Brahma, se experimentares a inclinação de criar progênie dotada do verdadeiro conhecimento da glória de Deus, então ouça de Mim, Meu amado, sobre esta ciência exposta nos cinco slokas    seguintes. SIGNIFICADO O Senhor Supremo tornou-se propício quando Brahma com grande ânsia cantou os nomes "Krishna" e "Govinda" que expressam forma, atributos e passatempos. Krishna então disse a Brahma como a devoção pura sem misturas pode ser praticada pelas almas ocupadas em ocupaçöes mundanas, combinando as mesmas com o desejo de executar o interesse do Senhor Supremo. "O conhecimento absoluto é conhecimento da glória de Deus; se quer procriar  progênie dotada de tal conhecimento, ouça atentamente sobre a ciência da devoção contida nos seguintes cinco slokas."

TEXTO 58  prabhuddhe jnana-bhaktibhyam atmany ananda-cin-mayi udety anuttama bhaktir bhagavat-prema-lakshana  prabhuddhe - quando exitado; jnana - pela cognição ou lógica; bhaktibhyam - e por serviço devocional; atmani - na pura alma espiritual; ananda-cit-mayi - cheia de conhecimento e bemaventurança; udety - desperta; anuttama - super-excelente; bhaktih - devoção; bhagavat  - por Krishna; prema - por amor; lakshana - caracterizada.

TRADUÇÃO Quando a pura experiência espiritual é excitada por meio da cognição e serviço (bhakti ), devoção pura superexcelente caracterizada pelo amor por Deus desperta para com Krishna, o amado de todas almas.

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SIGNIFICADO Verdadeiro conhecimento não é nada mais que conhecimento de nosso relacionamento com o Absoluto. Verdadeiro conhecimento é idêntico ao conhecimento das naturezas subjetivas de cit  (animado), acit   (inanimado) e Krishna, e de seu relacionamento mútuo. Aqui não se alude à especulação mental já que isso seria antagônico ao serviço (bhakti). O conhecimento que abarca somente os primeiros sete dos dez princípios básicos (dasha-mula) é o conhecimento do relacionamento. A natureza substantiiva da função espiritual (abhidheya) inculcada pela ciência da devoção, ouvir, cantar, meditar, servir Seus pés de lótus, adorar através de rituais, prestar reverências, fazer serviço prestativo, praticar amizade e render-se, são idênticos a praticar a busca  por Krishna. Isso é descrito especificamente no  Bhakti-rasamrta-sindhu. Devoção (bhakti) caracterizada pelo amor por Deus aparece ao despertar através de tal conhecimento e prática. Tal devoção é bhakti  superexcelente e não é outra senão o objetivo final de realização de todo esforço espiritual da alma individual ( jiva).

TEXTO 59  pramanais tat-sad-acarais tad-abhyasair nirantaram bodhayan atmanatmanam bhaktim apy uttamam labhet   pramanais - através da evidência escritural; tat  - delas; sat-acaraih - por conduta teísta; tat  deles; abhyasaih - pela prática; nirantaram - constantemente; bodhayan - despertando; atmana  pela própria inteligência da pessoa; atmanam - o próprio eu interior; bhaktim - devoção; api certamente; uttamam - o mais elevado; labhet  - se pode obter.

TRADUÇÃO A devoção mais elevada se alcança por lentos graus via o método de esforço constante pela auto-realização com auxílio das evidências escriturais, conduta teísta e perseverância na prática. SIGNIFICADO Evidência - as escrituras devocionais, por exemplo Srimad-Bhagavatam, os Vedas, os  Puranas, o Gita, etc. Conduta teísta -a conduta de pessoas piedosas  (sadhus) que são devotos puros e a conduta daquelas pessoas piedosas que praticam devoção por Deus atuada pelo amor espontâneo. Prática - aprender sobre os dez princípios básicos (dasha-mula) pelos  shastras  e ao receber o nome de Hari conforme dado nos mesmos, incorporando o nome, forma, qualidade e atividade da Divindade, praticar o cantar do nome servindo-O noite e dia. Isto quer dizer o estudo dos  shastras e associação com os sadhus. As dez ofensas ao santo nome cessam por servir o nome de Hari e simultaneamente praticar a conduta piedosa. "Prática" não é outra coisa senão seguir o modo de servir ao nome praticado pelos sadhus sem ofensa. Pela perseverança em tal prática a

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devoção caracterizada pelo amor que é o fruto do esforço espiritual passa a aparecer na pura essência da alma.

TEXTO 60  yasyah shreyas-karam nasti  yaya nirvrtim apnuyat  ya sadhayati mam eva bhaktim tam eva sadhayet   yasyah - aquilo que; shreyah-karam - bem-estar superior; na - não; asti - há; yaya - através de que; nirvrtim - suprema bem-aventurança; apnuyat  - se pode obter; ya - quem; sadhayati - leva; mam - a Mim; eva - certamente; bhaktim - devoção amorosa; tam - que; eva - de fato; sadhayet  -

se deve realizar.

TRADUÇÃO Estas práticas preliminares de devoção (sadhana-bhakti ) conduzem à realização da devoção amorosa. (Devoção amorosa) - não existe maior bem-estar que este, que anda de mãos dadas com a obtenção do estado exclusivo de supremo êxtase e que pode levar a Mim. SIGNIFICADO A alma- jiva não possui maior bem-estar que a devoção amorosa. Nela se realiza a beatitude final das  jivas. Os pés de lótus de Krishna são alcançáveis somente pela devoção amorosa. Só aquele que cultiva as atividades devocionais preliminares, ansiosamente mantendo em vista o estado de devoção realizada, é que consegue alcançar aquele objeto de todo esforço. Ninguém mais consegue o mesmo.

TEXTO 61 dharman anyan parityajya mam ekam bhaja vishvasan  yadrshi yadrshi shraddha  siddhir bhavati tadrshi kurvan nirantaram karma loko 'yam anuvartate tenaiva karmana dhyayan mam param bhaktim icchati dharman - atividades meritórias; anyan - outras; parityajya - abandonando; mam - a Mim; ekam somente; bhaja - sirva; vishvasan - tendo fé; yadrshi yadrshi - assim como; shraddha - fé; siddhih - realização; bhavati - surge; tadrshi - correspondendo; kurvan - realizando; nirantaram incessantemente; karma - atividades; lokah ayam - as pessoas deste mundo; anuvartate -

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 procuram; tena - através delas; eva - na verdade; karmana - atos; dhyayan - meditando; mam em Mim; param - suprema; bhaktim - devoção; icchati - se obtém.

TRADUÇÃO Abandonando todos atividades meritórias sirva-Me com fé. A realização corresponderá à natureza da fé da pessoa. As pessoas do mundo agem incessantemente perseguindo algum ideal. Meditando em Mim, por intermédio de tais atos se pode obter devoção caracterizada pelo amor na forma do serviço supremo. SIGNIFICADO A função caracterizada pela devoção sem mistura é a função real de todas almas individuais ( jivas). Todas outras variedades de função são atividades de casos externos. Estes dharmas (funçöes) são muitos, por exemplo, conhecimento não-diferenciado do Brahman visando extinção da individualidade, o astanga-yoga-dharma  que tem por meta alcançar o estado de existência exclusiva (kaivalya), ritualismo fruitivo ateísta visando desfrute material,  jnana-yoga-dharma, que busca combinar conhecimento com atividade fruitiva e a prática da função do asceticismo estéril. Livrando-te de todos estes, sirva-Me através da devoção pura enraizada na fé. Fé exclusiva em Mim é confiança. Fé na forma de confiança via o processo de purificação gradual tende a tornar-se um compromisso constante (nistha), um objeto que se gosta (ruci), se sente apego (asakti) e um verdadeiro sentimento (bhava). Quanto mais transparente a fé, maior o grau de realização. Se perguntares - Como será viável a preservação e condução dos assuntos mundanos se a pessoa estiver constantemente ocupada no esforço para realizar bhakti? Também, qual será a natureza do esforço para realizar bhakti quando o corpo perecer por consequência da cessação da função do corpo e da sociedade? A fim de atingir a raiz desta dúvida o Senhor Supremo diz: "Este mundo subsiste pela realização constante de certas atividades. Preencha todas estas atividades com meditação em Mim. Isto destruirá a qualidade que faz com que tais atividades pareçam atos feitos por ti. Então elas serão da natureza de Meu serviço (bhakti). "A humanidade vive pela tríplice atividade de corpo, mente e sociedade. Comer, sentar, andar, descansar, dormir, limpar o corpo, cobrir o corpo, etc. são as várias atividades corpóreas; pensar, lembrar, reter uma impressão, tornar-se consciente de uma entidade, sentir prazer, dor, etc., são feitos mentais; casar, praticar o relacionamento recíproco entre o rei e súdito, praticar fraternidade, comparecer a reuniöes sacrificiais, oferecer oblaçöes, cavar poços, tanques, etc. para  benefício do povo, manter nossos relacionamentos, praticar hospitalidade, observar a devida conduta cívica, mostrar o devido respeito para com os outros, são as várias atividades sociais. Quando esses atos são praticados para nosso desfrute egoísta, chamam-se karma-kanda; quando o desejo de obter liberação dessas atividades através do conhecimento jaz sob estas açöes, chamam-se  jnana-yoga ou karma-yoga. E quando se consegue realizar estas atividades de tal maneira que sejam conducentes ao nosso esforço pela obtenção de bhakti, chamam-se  jnanabhakta-yoga, i.e. a prática devocional subsidiária. Mas somente aquelas atividades que se caracterizam pelo princípio da adoração pura se chamam propriamente bhakti. Minha meditação

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é praticada em cada ato quando a bhakti propriamente dita é praticada no devido tempo enquanto se realiza as atividades devocionais subsidiárias, em nossa interação com as pessoas irreligiosas deste mundo. Em tal posição, uma  jiva  não se torna apática a Deus mesmo ao realizar estas atividades mundanas. Isto constitui a prática de olhar para dentro, i.e. voltar-se para o próprio ser verdadeiro, vide Ishopanishad: ishavasyam idam sarvam  yat kinca jagatyam jagat tema tyaktena bhunjitha ma grdhah kasya svid dhanam

O comentário com relação a isso, diz: tena isha-tyaktena visrshtena. O verdadeiro significado é que se tudo que recebermos, o fizermos considerando como um favor concedido pelo Senhor Supremo, a atividade mundana deixará de o ser, e transformar-se-á em serviço a Deus (bhakti). Assim Ishavasya diz kurvann eveha karmani... karma lipyate nare. Se os atos mundanos forem realizados da maneira acima, a pessoa não se enredará em karma mesmo em centenas de anos de vida mundana. O sentido destes dois mantras do ponto de vista de  jnana  é renunciar aos frutos de nossas açöes mundanas; mas do ponto de vista bhakti significam obter o favor de Krishna ( prasadam) através de transferir tudo para a conta Dele.  Nesse método, que é a senda de arcana, deve-se cumprir os deveres do mundo atraves da meditação de adorar Deus via os mesmos. Brahma nutre em seu coração o desejo por criar. Se esse desejo criativo for praticado aliando o mesmo com a meditação de nisso obedecer ao comando do Senhor Supremo, então será uma função espiritual subsidiária ( gauna-dharma), sendo de auxílio para o crescimento da disposição pelo serviço da Divindade devido a sua característica de buscar a proteção de Deus. Certamente foi adequado instruir Brahma desta maneira. Não há ocasião para tal instrução no caso de uma jiva em quem a aversão espontânea  por outras entidades sem ser Krishna se manifesta ao alcançar a entidade substantiva de devoção espiritual (bhava).

TEXTO 62 aham hi vishvasya caracarasya bijam pradhanam prakrtih pumams ca mayahitam teja idam bibharshi vidhe vidhehi tvam atho jaganti aham - eu; hi - certamente; vishvasya - do mundo; cara-acarasya - de objetos animados e inanimados; bijam - a semente; pradhanam - a substância da matéria; prakrtih - a causa material;  puman - o  purusha; ca - e; maya - por Mim; ahitam - conferida; tejah - energia ígnea; idam esta; bibharshi - tu portas; vidhe - ó Brahma; vidhehi - regula; tvam - tu; atha u - agora; jaganti -

os mundos.

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TRADUÇÃO "Ouça, ó Vidhi, Eu sou a semente, i.e., o princípio fundamental, deste mundo de objetos animados e inanimados. Eu sou pradhana   (a substância da matéria), Eu sou prakrti  (a causa material) e Eu sou purusha   (a causa eficiente). Esta energia ardente que pertence especialmente ao Brahman, que é inerente a ti, também foi conferida por Mim. É por portar esta energia ardente que regulas este mundo fenomênico de objetos animados e inanimados." SIGNIFICADO Certos pensadores concluem que o Brahman não-diferenciado é a entidade máxima e que submetendo-se à auto-ilusão (vivarta) exibe a consciência da diferenciação; ou, o próprio  princípio limitante (Maya), quando se limita, é o mundo fenomênico e é o próprio Brahman, em sua posição ilimitada; ou, o Brahman é a substância e este mundo fenomênico é o reflexo; ou, tudo é uma ilusão da jiva. Alguns pensam que Deus evidentemente é uma entidade separada, jiva é outra entidade diferente, e o mundo fenomênico, embora seja um princípio singular, existe separadamente como uma entidade eternamente independente; ou, Deus, é a entidade substantiva e todas outras entidades, como atributos cit  e a-cit , são unas em princípio. Alguns supöe que pela inconcebível potência às vezes o princípio monista e às vezes o dualista é percebido como a verdade. Outros ainda, chegam à conclusão de que a teoria do não-dual menos toda potência é sem sentido; portanto o Brahman é a única entidade eternamente pura investida com a pura  potência. Estas especulaçöes originaram-se do Veda  fiando-se no apoio do Vedanta-sutra. Nestas especulaçöes embora não haja uma verdade que se mantenha em todas posiçöes, ainda assim há certa medida de verdade. Sem falar em especulaçöes anti-védicas como Sankhya, Patanjala,  Nyaya e Vaisheshika, ou ainda Purva-mimamsa que adora atividade fruitiva exclusiva em conformidade com o ensinamento de uma parte do Veda - tais opiniöes detalhadas acima também  passaram a existir fiando se externamente no próprio Vedanta. Abandonando todas essas especulaçöes, tu e tua comunidade fidedigna devem adotar o princípio máximo idêntico à doutrina de acintya-bhedabheda  (inconcebível distinção e não-diferença simultânea). Isto o tornará qualificado para ser um verdadeiro devoto. O princípio básico é que este mundo animado é constituído de jivas e o mundo inanimado de matéria. Destes, todas jivas foram manifestadas por Minha potência suprema ( para) e este mundo fenomênico foi manifestado por Minha potência secundária (apara). Eu sou a causa de todas causas. Em outras palavras, Eu regulo todas elas  pelo poder de Minha vontade embora Eu não seja uma entidade diferente das potências marginal e material (tatastha e acit ). Pela transformação dessas potências distintas, pradhana  (o princípio substantivo material),  prakrti (a causa material) e  purusha (a causa eficiente) foram produzidas. Assim embora no tocante à natureza subjetiva de toda potência Eu seja  pradhana, prakrti e  purusha, entretanto como o possuidor do poder, Eu sou eternamente distinto de todas estas  potências. Esta simultânea distinção e não-diferença também surgiu de Meu inconcebível poder. Assim, que a obtenção do amor por Krishna pela prática da devoção pura via o conhecimento da relação mútua verdadeira que subsiste entre a jiva, jada  (matéria) e Krishna baseada no princípio

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de inconcebível distinção e não-diferença, seja Minha instrução a ser passada dentro da ordem de sucessão discipular em tua comunidade (Sri Brahma-sampradaya). * * *

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GLOSSARIO Acharya - um mestre espiritual que ensina pelo exemplo. Arati - cerimônia para saudar o Senhor com oferendas de alimentos, lamparinas, ventarolas, flores e incenso. Arcana - a prática devocional da adoração à Deidade. Ashrama - uma ordem de vida espiritual. Asuras - demônios ateístas. Avatara - a descida do Senhor Supremo. Bhagavad-gita - as diretrizes básicas para vida espiritual faladas pelo próprio Senhor. Bhakta - um devoto. Bhakti-yoga - ligar-se ao Senhor Supremo em serviço devocional extático. Brahmacharya - vida estudantil celibatária; a primeira ordem da vida espiritual védica. Dharma - dever ocupacional eterno; princípios religiosos. Ekadashi - dia especial de jejum para aumentar a lembrança de Krishna, que se dá no décimo  primeiro dia de ambas luas, crescente ou minguante. Goloka (Krishnaloka) - planeta espiritual mais elevado, contendo as moradas pessoais de Krishna: Dvaraka, Mathura e Vrndavana. Gopis - as amigas vaqueirinhas de Krishna que são Suas servas confidenciais. Grhastha - vida regulada de chefe-de-família; a segunda ordem da vida espiritual védica. Guru - um mestre espiritual ou pessoa superior. Hare Krishna mantra - Vide: Maha-mantra Jiva-tattva - as entidades vivas, que são pequenas partes do Senhor. Kali-yuga (Era de Kali) - a era presente, que se caracteriza pela discórdia. É a última no ciclo de quatro, e começou há cinco mil anos atrás. Karatalas - címbalos de mão usados em kirtana. Karma - ação fruitiva, para a qual sempre há reação, boa ou má. Karmi - aquele que se satisfaz trabalhando duro por gratificação sensorial passageira. Kirtana - cantar as glórias do Senhor Supremo. Krishnaloka - vide Goloka. Kshatriyas - um guerreiro ou administrador; segunda ordem social védica. Maha-mantra - o grande cantar da libertação: Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare. Mantra - uma vibração sonora que pode salvar a mente da ilusão. Mathura - a morada do Senhor Krishna, cercando Vrndavana, onde Ele nasceu e mais tarde retornou depois de realizar Seus passatempos de Vrndavana. Maya - (ma - não; ya - isto), ilusão; esquecimento de nosso relacionamento com Krishna. Mayavadis - filósofos impessoais que dizem que o Senhor não pode ter um corpo transcendental. Mrdanga - um tambor de barro usado para canto congregacional. Parampara - a corrente de mestres espirituais da sucessão discipular. Prasada - alimento espiritualizado por ter sido oferecido ao Senhor. Sac-cid-ananda-vigraha - a forma transcendental do Senhor, que é eterna, plena de conhecimento e bem-aventurança. Sankirtana - cantar público dos nomes de Deus, o processo de yoga aprovado para esta era.

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