Sobre a Revista Weird Tales
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REVISTA WEIRD TALES
Pulp
Uma capa da revista Amazing Stories, exemplar de maio de 1938 Pulp ou ainda pulp fiction ou revista pulp são nomes dados a revistas feitas com papel de baixa qualidade (a "polpa") a partir do início da década de 1900.[1] Essas revistas geralmente eram dedicadas às histórias de fantasia e ficção científica e não raro o termo "pulp fiction" foi usado para descrever histórias de qualidade menor ou absurdas (é esse sentido da palavra que o diretor Quentin Tarantino usou para nomear seu filme Pulp Fiction - Tempo de Violência). A despeito disso, vários escritores famosos já trabalharam em pulps, como Isaac Asimov que escreveu para a Astounding Science Fiction, dentre outras. Outros foram Raymond Chandler e Dashiell Hammett, ambos em início de carreira. Perceba que são todos autores estadunidenses pois foi nos Estados Unidos que as revistas pulp tiveram maior expressão. A personagem O Sombra surgiu num programa de rádio, onde quem lhe emprestava a voz (e a famosa gargalhada sinistra) era o ator e diretor Orson Welles e depois foi adaptado para as revistas pulp[2]. As pulps eram um tipo de entretenimento rápido, sem grandes pretensões artísticas, ainda que bastante divertidas. Pode-se dizer que, em uma época sem televisão, elas ocupavam o papel que as séries de televisão ocupam nos dias atuais. Os super-heróis das histórias em quadrinhos são considerados derivados da literatura pulp[3].
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Após a Segunda Guerra Mundial, o preço do papel de celulose aumentou consideravelmente. A solução das editoras de pulps foi diminuirem o formato tradicional (18 x 25,5 cm)[4] para o "formato digest", nome dado por ter sido criado para a revista da Reader's Digest (Seleções, no Brasil) e que é conhecido no Brasil como formatinho[5][6]. Nesse periodo as pulps passaram a ter a concorrência dos quadrinhos e dos livros de bolso[5]. De fato, várias editoras de quadrinhos como a Marvel Comics e Fiction House[7], no início publicavam pulps[8]. Artistas como os escritores Julius Schwartz e Mort Weisinger[9] trabalharam em pulps e migraram para os quadrinhos[8]. Volta e meia personagens "pulp" são homenageados nos quadrinhos e inspiram novas obras e personagens. Em 1999, o escritor inglês Alan Moore criou para America's Best Comics o personagem Tom Strong, claramente inspirado nos pulps[10]. Referências 1. ↑ , Lois Gresh e Robert Weinberg Ediouro, A Ciência dos Super-heróis, 12, Setembro de 2009. ISBN 8500016604 2. ↑ Sérgio Codespoti (12/12/06). O Sombra voltará às telonas pelas mãos de Sam Raimi. Universo HQ. 3. ↑ Cesar Silva (30/08/2003). Super-heróis e superpoderes na Ficção Científica. Universo HQ. 4. ↑ John A. Dinan. Sports in the pulp magazines. [S.l.]: McFarland, 1998. 9 p. 9780786404810 5. ↑ a b Ashley , Michael. The history of the science-fiction magazine: the story of the science-fiction magazines from 1950 to 1970, Transformations, Volume 2. [S.l.: s.n.], 2005. 3 a 5 p. 9780853237792 6. ↑ Stephen King. Dança Macabra. [S.l.]: Editora Objetiva. 36 p. 9788573028447 7. ↑ Shirrel Rhoades. A Complete History of American Comic Books. [S.l.]: Peter Lang, 2008. 9781433101076 8. ↑ a b Gerard Jones. Homens do Amanhã - geeks, gângsteres e o nascimento dos gibis. [S.l.]: Conrad Editora, 2006. 85-7616-160-5 9. ↑ Pedro Hunter (16 de Fevereiro de 2004). HQs de luto por Julius Schwartz. Omelete. 10. ↑ Aqui Dentro. Omelete (20 de Dezembro de 2005).
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Capas de Pulps
v•e Gêneros da ficção científica Ciência Característica
Movementos Eras
Hard • Soft • Social Ficção científica apocalíptica e pós-apocalíptica • Biopunk • Terra agonizante • Ficção científica militar • Mundane SF • Steampunk • Viagem no tempo • Space colonization • Space opera • Ficção científica de espionagem • Superheroes Ficção científica cristã • Ficção científica feminista • Ficção científica homossexual • Ficção científica libertária • Ficção clerical • Ficção científica naturalista Cyberpunk • Era de Ouro da Ficção Científica • New Wave • Ficção científica pulp • Romance científico • Steampunk História alternativa • Ficção científica cômica • Ficção científica erótica • Aventura científica • Ficção científica gótica • New
Combinações
Wave • Fantasia científica • Science fiction opera • Romance científico • Science fiction mystery • Faroeste de ficção científica • Space Western • Space opera • Romance planetário Distopia • Espada e planeta • Ficção científica fundamentada • Ficção utópica e distópica • Pós-cyberpunk • Pós-
Outros
humanismo • Retro-futurismo • Sitcom de ficção científica • Terra oca • Viagens extraordinárias •Vida extraterrestre • Xenoficção
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Weird Tales, o Pulp que apresentou a literatura fantástica ao mundo Por Aléssio Esteves
Na primeira década do
século
XX,
o
que
ocupava
a
cabeça
e
esvaziava
os
bolsos
de
jovens e muitos adultos eram magazines mensais com contos
de ficção científica e fantasia
heróica. Trazendo quase sempre
em
personagens
capas
exóticos
garotas correndo
suas
ou
voluptuosas perigo,
estas
“revistas” eram feitas da parte mais barata do papel, conhecido como “polpa” e deram
origem
ao
termo “Pulp”. As
revistas
“pulp”
não
tinham pretensão literária e se destinavam ao entretenimento despretensioso, rápido e barato. Mas mesmo assim grandes escritores iniciaram suas carreiras nelas, gente do calibre de Issac Asimov, Dashiell Hammett e Raymond Chandler. E as histórias em quadrinhos começaram sua trajetória como uma “evolução” dos pulps, já que Gil Kane (Lanterna Verde, Esquadrão
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Atari), Mort Weisinger (cocriador do Arqueiro Verde e do
Aquaman)
e Julius
Schwartz (lendário editor da DC
Comics)
também
escreveram nestas revistas também. E dentre as centenas de revistas que existiam na época, uma ostentava o slogan “Uma Revista Sem Similar”.
Seu
nome
era Weird Tales. Foi criada em 1923 por J. C. Henneberger, um ex-jornalista que possuía um peculiar gosto por histórias macabras fossem reais ou fictícias. O segundo editor da revista foi Fransworth Wight,
que
tentando
equilibrar a Weird Tales entre
as
exigências
do
mercado e seu gosto por literatura fantástica, deu a publicação uma identidade única. A Weird Tales já publicava contos de H. P. Lovercraft, quando, em julho de 1925, teve em suas páginas o conto “Lança e Presa”, de Robert E. Howard. Daí em diante os contos de Howard foram ficando cada vez mais frequente, ganhando sua primeira capa em abril de 1926 com o
conto “Sombras Vermelhas”, onde apresentou o personagem Salomão
Kane, um puritano do XVI que vaga pelo mundo caçando monstros, demônios e feiticeiros,
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armado
somente
com
uma
espada e uma pistola. Outros personagens de Howard que fizeram
sucesso
foram Kull e Bran Mak Morn. E em dezembro de 1932 temos a estréia de Conan da Ciméria com o conto “A Fênix na
Espada”.
Mesmo
com
Howard sendo um dos autores favoritos dos leitores, a estréia do bárbaro não ocupou a capa da revista. Aqui temos Conan já em idade avançada como rei da Aquilônia tentando sobreviver à uma tentativa de assassinato. O personagem foi bem recebido e não tardou para ser um
dos
pilares
da
revista,
estrelando diversas capas. A Weird Tales não limitou-se a publicar somente contos, mas diversos poemas de Howard envolvendo seus personagens tiveram espaço nas páginas da revista. Quando Wight morreu, a revista mudou sua linha editorial. Em meio a concorrência com livros de bolso, histórias em quadrinhos e novelas de rádio, a editora passou por dificuldades financeiras e a Weird Tales foi cancelada em 1954. A revista ressuscitou em 1970 com quatro edições e foi cancelada novamente. Uma nova surgiu em 1981 e dura até hoje, como revista bimestral. Clique aqui e conheça o site oficial da revista!
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Weird Tales – O Maior Reservatório de Literatura Fantástica Já faz muito tempo que estou ensaiando para fazer um texto sobre a maravilhosa publicação norte-americana Weird Tales que em seus mais de 30 anos de história brindou a humanidade com alguns dos maiores expoentes da literatura fantástica e, por que não, da literatura mundial. Se você acompanha o Pipoca regularmente, já nos escutou falar mais de uma vez sobre os pulps, revistas de alta tiragem e baixa qualidade técnica publicadas nos EUA dos mais diversos gêneros, que foram a gênese de diversos heróis da Era da Pré-Era de Ouro e fundamentaram muitas das “regras” que regem o mundo da aventura até hoje. Os pulps surgiram de fato no final do século XIX, mas sua notabilidade veio mesmo nas primeiras décadas do século XX e foram incontáveis as publicações lançadas, por um amplo
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número de editoras. A mesma variedade que encontramos em gêneros de filmes hoje ao entrar em uma locadora existia também naquela época para as revistas pulp. Saíam revistas de mistério, terror, fantasia, ficção científica, guerra, romance, máfia, western, e como a linguagem praticamente não tinha concorrência (imagine um mundo sem internet, televisão, videogame, baladas, no qual mal as pessoas tinham um rádio que era repartido por toda a família) e era tremendamente acessível, tornou-se um sucesso. Vários personagens conhecidos até hoje surgiram nos pulps, como O Sombra, Ka-Zar, Conan, Zorro, Fu Manchu, Tarzan e Doc Savage, e muitos deram um pulo para sair dessa literatura (na época considerada de segunda mão) de bolso, rumo a um “patamar” mais sério, sendo que alguns foram além e tornaramse
ícones
mundiais.
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Outro detalhe interessante é que a maior parte das publicações que se prezavam, vinham com páginas ilustradas no meio das histórias (parecido com os livros de Monteiro Lobato) e as capas – a verdadeira vitrine que determinava se a revista seria bem sucedida ou não – eram planejadas com enorme cuidado, muitas vezes com tanto esmero quanto a própria história principal. Hoje, vários autores que são publicados em edições de luxo pelas maiores editoras de todo o mundo como Jack London, H. G. Wells, F. Scott Fitzgerald, William Burroughs, Isaac Asimov e Sir Arthur Conan Doyle, surgiram primeiramente nos pulps. No Brasil, vários deles como o próprio Asimov – um dos papas da ficção científica – não tiveram nem metade de toda a obra publicada. Vários dos pulps publicados eram picaretas, reuniam artistas e escritores de terceira categoria, mal remunerados e que estão hoje relegados exatamente ao que merecem: o esquecimento. Por outro lado, muita gente fazia um trabalho sério e comprometido que visava mais do que lucros – como as revistas Amazing Stories e Marvel Stories – e foi isso que permitiu a conjunção de fatores para revelar tanta gente boa. Entre a turma boa, destaca-se aquela que viria
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a ser uma das maiores do gênero, se não a maior: Weird Tales (Contos Bizarros, em tradução livre). Fundada por Jacob Clark Hennerberger e J. M. Lassinger, a revista estreou em março de 1923, baseada em Chicago e editada por Edwin Baird.
Baird tentou desempenhar um bom trabalho como editor e, na medida em que logo no primeiro ano da revista ele descobriu H. P. Lovecraft, Clark Ashton Smith e Seabury Quinn, temos que dar a mão a palmatória e reconhecer o bom trabalho feito. Lovecraft, em especial, é um nome altamente reconhecido que viria a influenciar praticamente tudo o que foi feito em termos de terror e ocultismo a partir de então. Entre seus textos mais famosos estão os contos que compõe os chamados Mitos de Cthulhu (escritos entre 1925 e 1935), com destaque para As Montanhas da Loucura, que recentemente tem sido muito citado na mídia por conta da insistência do cineasta Guilhermo Del Toro de adaptá-lo para o cinema. Porém, apesar da alta qualidade da revista, as vendas não estavam indo de acordo com o esperado. Os proprietários Clark e Lassinger chegaram a fazer uma proposta para que Lovecraft se mudasse para Chicago e assumisse o cargo de editor, mas para desespero dos donos, o escritor a recusou. Após um ano, enquanto títulos rivais explodiam nas vendas, Weird Tales ia para o buraco, abrindo um déficit enorme, que resultou na demissão de Baird após 13 edições. Sem opções, o trabalho de editor foi passado, então, para o assistente de Baird, Farnsworth Wright. Uma aposta tão arriscada quanto desesperada, mas que revelou-se, com o tempo, o maior acerto de toda a história da publicação. Sob o comando de Wright, a Weird Tales começou o que ficou sendo conhecida como sua Era de Ouro. O novo editor tinha duas políticas, encontrar novos talentos e mantê-los felizes ao
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serem terrivelmente bem pagos, de forma que eles não levassem seus contos para revistas concorrentes. A estratégia funcionou. A maior descoberta de Wright viria a ser, sem dúvida, o escritor Robert E. Howard, que logo se tornaria seu protegido. A disposição de Howard para escrever só rivalizava com sua inesgotável imaginação e sua prosa sensacional e não demorou muito para que o escritor começasse a entregar textos como ninguém jamais tinha visto antes. Entre eles, um certo bárbaro oriundo das colinas da Ciméria. Mas não foi apenas Conan que Howard criou – sua pena também deu origem a outros heróis famosos como Salomão Kane, Red Sonja, Bran Mak Morn, Rei Kull e El Borak. Além disso, Howard produziu centenas de outras histórias de gêneros diferentes e acabou se tornando nada mais, nada menos, que o criador do gênero Espada e Feitiçaria, influenciando até mesmo gente graúda como Tolkien.
A força da pena de Howard é sentida até hoje, mas não foi apenas ela que sustentou a revista. Wright tratou de tornar o complicado Lovecraft a presença mais constante possível, apesar de ele ter cometido o erro crasso de rejeitar As Montanhas da Loucura do escritor. Na verdade o que ocorria era que Wright tinha uma visão editorial muito clara de sua revista e sabia o que ela deveria ser. Para receber a boa remuneração que ele pagava com prazer, os escritores precisavam suprir suas expectativas em termos de narrativa, mas também precisavam que suas histórias se enquadrassem na temática da revista – o que nem sempre ocorria. Assim, se Edwin Baird publicava qualquer coisa que lhe dessem em sua época, Wright por sua vez era criterioso e envolvia-se em todas as etapas da produção da história, tomando a
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liberdade de especificar inclusive o que esperava das ilustrações e capas (e rejeitá-las também quando não eram de seu agrado). Mas longe de ser um carrasco, Wright sempre deixava claro aos escritores o motivo da recusa e não raro pedia que eles fizessem algumas alterações nas histórias para que essas se enquadrassem melhor na linha editorial. Vale dizer que ele jamais mexia em um texto por conta própria – era extremamente íntegro e respeitoso nesse sentido.
Enfim, não demorou muito para a Weird Tales dar um salto quântico nas vendas e sair do buraco, portanto, não dá mesmo para tirar os méritos do homem: ele sabia o que estava fazendo! Ainda assim, a publicação jamais foi um sucesso absurdo de vendas e de acordo com William Sprenger, gerente financeiro da empresa, ela raramente batia tiragens acima de 50.000 cópias. Isso pode parecer muito para os padrões de hoje, contudo na época, os campeões de vendas como O Sombra ultrapassavam um milhão de exemplares – e mesmo após a quebra da bolsa em 1929 e durante os anos da Grande Depressão, essas revistas mantiveram tiragens acima dos 300.000. É uma diferença significativa, que dá a dimensão do que está sendo mostrado.
Mesmo assim, Wright continuava remunerando bem seus autores e descobrindo novos talentos, entre eles Robert Bloch, que com apenas 17 anos vendeu os contos The Feast in the Abbey e The Secret in the Tomb para Wright. O escritor que viria a ficar tremendamente famoso nos anos que se seguiram, era fortemente influenciado pela prosa de Lovecraft ao ponto de localizar suas primeiras aventuras nos mundos fantásticos criados pelo escritor. Outras grandes aquisições de Wright foram Edmond Hamilton que publicou 79 contos na Weird Tales, E. Hoffman Price (que escreveu a polêmica história The Stranger from Kurdistan, na qual
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Jesus Cristo tem uma discussão com Lúcifer) e C. L. Moore, uma das primeiras escritoras a trabalhar com pulps e criadora de Jirel de Joiry, a primeira heroína do gênero Espada e Feitiçaria, cuja história Black God’s Kiss foi comprada por Wright em1934.
Ele acertadamente também contratou a ilustradora Margaret Brundage para trabalhar nas capas – e ela, com uma enorme dose de ousadia e sensualidade, ajudou a criar uma identidade única para a publicação. Suas mulheres seminuas, inclusive, chegaram a despertar a ira da sociedade conservadora da época. Muitas pessoas reclamavam que o conteúdo era inapropriedade para ser estampado em uma capa ; outras diziam que as capas eram sexistas, tratando as mulheres de forma estereotipada. A comoção só terminaou quando Wright foi a público e revelou que a ilustradora (que assinava com o nome M. Brundage), era uma mulher.
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Outro que deu grande contribuição às capas foi James Allen St. John, que posteriormente se destacaria muito como ilustrador profissional, fazendo capas para livros do Tarzan, entre outros heróis.
Sob a batuta de Wright, muitos nomes bons, porém menores, também fizeram parte do elenco da revista: Paul Ernst, John Flanders, Otis Adelbert Kline, Robert Barbour Johnson, Harold Ward, entre outros. Ele também tratou de trazer clássicos de escritores consagrados, como Edgar Allan Poe e Bram Stocker.
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Porém, os anos dourados da Weird tales estavam prestes a acabar por conta de uma série de golpes mortais desferidos sucessivamente: em 1936, Robert Howard cometeu suicido, supostamente por conta da morte de sua mãe. Um ano depois, em 1937, Lovecraft faleceria vítima do câncer. Naquele mesmo ano, a mãe de Clark Ashton Smith também viria a falecer, o que o obrigou a cuidar do pai doente durante dois anos, até que este também morreu. Smith, severamente abalado emocionalmente, parou de escrever. Os golpes abalaram a publicação, as finanças se complicaram e a Weird Tales foi vendida e transferida para Manhattan, em 1938. Wright permaneceu mais dois anos tentando realizar seu trabalho de editor, contudo agora precisava lutar constantemente contra as opiniões contrárias da nova diretoria, que queria baixar a remuneração dos autores, mudar o formato do título e começar a usar um papel ainda mais barato. Dois anos depois, Wright pediu demissão do cargo, sepultando definitivamente os anos dourados da Tales. Ele foi substituído por Dorothy McIlwraith, que editou seu primeiro número em abril de 1940. Sob o comando de Dorothy, a Weird Tales entrou em uma fase completamente diferente, sendo mais eclética e burocrática. A nova editora discordava da postura de Wright em vários aspectos e para ela, a era de histórias bizarras havia ficado para trás. Assim, investiu em um novo grupo de autores que apresentavam um conteúdo bem mais light que seus antecessores.
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Foi Dorothy quem descobriu Ray Bradbury, que em 1953 iria conquistar o mundo com seu espetacular romance Fahrenheit 451. Ela comprou também histórias de Fritz Leiber, Manly Wade Wellman e Margaret St. Clair, apenas para citar alguns e permaneceu à frente do título até 1954, quando ele foi cancelado na edição 279, em setembro. A era dos pulps já havia ficado para trás e a competição com revistas em quadrinhos, rádio, televisão e cinema (sem contar a escassez de papel que assolou o mundo durante todo o pósSegunda Guerra Mundial) foi demais para que a revista conseguisse se manter. De lá para cá, várias tentativas de reativar o título foram feitas, todas com resultados medíocres, inclusive uma antologia editada por Lin Carter na década de 1980. Na última década, a revista voltou a ser publicada regularmente e a surpresa veio em 2009, quando pela primeira vez, a Weird Tales foi indicada para o respeitado Hugo Awards, levando o prêmio para casa. Este ano a revista foi novamente nomeada para o Hugo, que será realizado em agosto, em Reno, Nevada (EUA). Atualmente, a Weird Tales está no número 356.
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