Slides Calculo Financeiro Economia
Short Description
Download Slides Calculo Financeiro Economia ...
Description
FACULDADE DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE DO ALGARVE CURSO DE LICENCIATURA EM ECONOMIA 1º ANO
CÁLCULO FINANCEIRO
Ano lectivo 2009/2010
Docente: Cristina Viegas
I – INTRODUÇÃO: CONCEITOS BÁSICOS
Conceitos de Cálculo Financeiro estão presentes em operações de: - Investimento • Depósitos a prazo • Obrigações • ...
- Financiamento • Empréstimos bancários • ...
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
2
1
I – INTRODUÇÃO: CONCEITOS BÁSICOS
Valor
temporal do dinheiro
Para comparar capitais é necessário que eles estejam reportados a um mesmo momento.
Receber 100 euros hoje é diferente de receber 100 euros daqui a 1 ano. Pagar 100 euros hoje é diferente de pagar 100 euros daqui a 1 ano.
O que é preferível? Porquê?
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
3
I – INTRODUÇÃO: CONCEITOS BÁSICOS
Importância do factor tempo em qualquer análise que envolva capitais. Qual o valor do factor tempo? tempo JURO O juro é a remuneração de um certo capital, durante um certo prazo. Normalmente o juro é expresso em percentagem, falando-se, então, de taxa de juro. Três variáveis fundamentais em Cálculo Financeiro: - Capital - Tempo - Juro FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
4
2
II – CAPITALIZAÇÃO
Capitalização em regime de juro simples - Exemplo Exemplo 2.1: Considere que aplicou um capital de 1.000 euros numa instituição financeira durante o prazo de dois anos. A taxa de juro da operação foi de 6%. Determine o valor do capital, decorridos os dois anos, pressupondo que o juro produzido no primeiro ano não produz juro no segundo ano, isto é, o juro do primeiro ano é igual ao juro do segundo ano. Trata-se de determinar o valor acumulado ou capitalizado de um capital em regime de juro simples.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
5
I I– CAPITALIZAÇÃO Capitalização em regime de juro simples - Exemplo
C2 = ?
C0 = 1.000 0
1
2
Capitais
Tempo em anos
C0 ⇒ Capital inicial
C2 ⇒ Capital acumulado decorridos 2 anos J 2 ⇒ juro vencido durante os 2 anos C2 = C0 + J 2 com J 2 = 1.000 × 0, 06 × 2
C2 = 1.000 + 1.000 × 0, 06 × 2 ⇔ C2 = 1.000 (1 + 0, 06 × 2 ) C2 = 1.120 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
6
3
I I– CAPITALIZAÇÃO
Capitalização em regime de juro simples – Fórmulas gerais
C0 0
1
2
3
Cn
Capitais
n
Tempo
...
Jn ⇒
Juro relativo a n períodos de tempo
Cn ⇒
Capital acumulado após n períodos de tempo
C n = C0 + J n FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
7
I I– CAPITALIZAÇÃO Capitalização em regime de juro simples – Fórmulas gerais
Em regime de juro simples (r.j.s.), o juro produzido em cada período não produz juro nos períodos seguintes. Logo, o capital que vai gerar juros em cada período é sempre o mesmo.
J n = C0 in
Juro relativo a n períodos de tempo, em r.j.s.
i corresponde à taxa de juro do período
Cn = C0 + C0 in
Cn = C0 (1 + in ) FEUALG
O que, após simplificação, corresponde a: Valor acumulado ou capitalizado, em r.j.s., relativo a n períodos de tempo.
Cálculo Financeiro 2009/2010
8
4
I I– CAPITALIZAÇÃO
Capitalização em regime de juro simples - Breves notas
⇒ n e i têm que estar expressos na mesma unidade de tempo ⇒ Através da fórmula geral de capitalização, Cn = C0 (1 + in ) , também é possível determinar i, conhecidos Cn , C0 e n ⇒ Através da fórmula geral de capitalização, Cn = C0 (1 + in ) , também é possível determinar n, conhecidos Cn , C0 e i
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
9
I I– CAPITALIZAÇÃO
Capitalização em regime de juro composto - Exemplo Exemplo 2.2 Considere que aplicou um capital de 5.000 euros numa instituição financeira durante o prazo de três anos. A taxa de juro anual da operação foi de 6%. Determine o valor do capital, decorridos os três anos, pressupondo que o juro produzido no primeiro ano produz juro no segundo ano, e, por sua vez, o juro produzido no primeiro e no segundo ano produz juro no terceiro ano. Trata-se de determinar o valor acumulado ou capitalizado de um capital em regime de juro composto.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
10
5
I I– CAPITALIZAÇÃO Capitalização em regime de juro composto - Exemplo
C3 = ?
C0 = 5.000 0
1
2
3
Capitais
Tempo em anos
C0 ⇒ Capital inicial Capital acumulado decorridos 1, 2 e 3 anos, respectivamente
C1 , C2 e C3 ⇒
j1 , j2 e j3 ⇒ Juro relativo ao 1º, 2º e 3º ano, respectivamente C1 = C0 + j1 C1 = 5.000 + 5.000 × 0, 06 ⇔ C1 = 5.000 (1 + 0, 06 ) FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
11
I I– CAPITALIZAÇÃO Capitalização em regime de juro composto - Exemplo
C2 = C1 + j2 C2 = 5.000 (1 + 0, 06 ) + 5.000 (1 + 0, 06 ) × 0, 06 ⇔ C2 = 5.000 (1 + 0, 06 )
2
C3 = C2 + j3 C3 = 5.000 (1 + 0, 06 ) + 5.000 (1 + 0, 06 ) × 0, 06 ⇔ C3 = 5.000 (1 + 0, 06 ) 2
2
3
C3 = 5.955, 08 Qual o valor dos juros produzidos durante os três anos?
C3 − C0 = 5.955, 08 − 5.000 = 955, 08 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
12
6
I I– CAPITALIZAÇÃO
Capitalização em regime de juro composto – Fórmulas gerais
C0 0
1
2
3
...
Cn
Capitais
n
Tempo
jt ⇒ juro relativo ao período de tempo t , com t = 1, 2,..., n Ct ⇒ capital acumulado após t períodos de tempo, com t = 1, 2,..., n
Ct = Ct −1 + jt com jt =Ct −1i para t = 1, 2,..., n FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
13
I I– CAPITALIZAÇÃO Capitalização em regime de juro composto – Fórmulas gerais
Em regime de juro composto (r.j.c.), o juro produzido em cada período não é constante, sendo crescente de período para período. Neste regime, o juro vencido em cada unidade de tempo é adicionado ao capital inicial, passando imediatamente a vencer juros nas unidades de tempo posteriores.
Cn = C0 (1 + i ) J n = Cn − C0
n
Valor acumulado ou capitalizado, em r.j.c., relativo a n períodos de tempo. Juro relativo a n períodos de tempo, em r.j.c.
i corresponde à taxa de juro do período FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
14
7
I I– CAPITALIZAÇÃO
Capitalização em regime de juro composto - Breves notas
⇒ n e i têm que estar expressos na mesma unidade de tempo e o período da taxa i deverá sempre coincidir com o período da capitalização dos juros. ⇒ Através da fórmula geral de capitalização, Cn = C0 (1 + i ) , n
também é possível determinar i (aplicando a regra das potências/raízes), conhecidos Cn , C0 e n
⇒ Através da fórmula geral de capitalização, Cn = C0 (1 + i ) , n
também é possível determinar n (aplicando a regra dos logaritmos), conhecidos Cn , C0 e i FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
15
III– ACTUALIZAÇÃO
Actualização - Exemplo Exemplo 3.1: Considere um capital de 500 euros com vencimento daqui a 5 meses. Determine o capital que lhe é equivalente hoje, à taxa de juro anual de 8%. Trata-se de determinar o valor actual de um capital.
C0 = ?
500
0
5
Capitais Tempo em meses
C0 ⇒ valor actual de 500 euros C0 = 500 − juro ou desconto relativo a 5 meses FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
16
8
III – ACTUALIZAÇÃO
Como determinar o valor dos juros ou do desconto? Três hipóteses de determinar o valor actual: regime de juro simples com desconto por dentro; regime de juro simples com desconto por fora e regime de juro composto 3.1. Juro Simples Juro simples com desconto por dentro: Os juros decorrentes da aplicação do capital são calculados com base no capital inicial. Vamos voltar ao exemplo 3.1:
C512 = 500; i = 8%; n = FEUALG
5 ; C0 = ?; Desconto=? 12
Cálculo Financeiro 2009/2010
17
III – ACTUALIZAÇÃO
Actualização em regime de juro simples com desconto por dentro
C0( r ) = 500 − C0( r ) × 0, 08 ×
5 5 ⇔ C0( r ) + C0( r ) × 0, 08 × = 500 12 12
5 500 C0( r ) 1 + 0, 08 × = 500 ⇔ C0( r ) = ⇔ C0( r ) = 483,87 5 12 1 + 0, 08 × 12
C0( r )
FEUALG
C = n 1 + in
Valor actual em regime de juro simples com desconto por dentro (Valor Actual Racional), relativo a n períodos de tempo Cálculo Financeiro 2009/2010
18
9
III – ACTUALIZAÇÃO Actualização em regime de juro simples com desconto por dentro
Por sua vez, o juro ou o desconto por dentro do exemplo é:
Dd = 483,87 × 0, 08 ×
5 ⇔ Dd = 16,13 12
Dd ⇒ Desconto por dentro Em termos gerais, vem:
Dd =
Cn in 1 + in
FEUALG
Valor do juro ou do desconto em regime de juro simples com desconto por dentro, relativo a n períodos de tempo
Cálculo Financeiro 2009/2010
19
III – ACTUALIZAÇÃO
Actualização em regime de juro simples com desconto por fora
Juro simples com desconto por fora: Os juros decorrentes da aplicação do capital são calculados com base no capital acumulado. Vamos voltar ao exemplo 3.1:
C0( c ) ≡ Valor actual comercial D f ≡ Desconto por fora
C0( c ) = 500 − D f ⇔ C0( c ) = 500 − 500 × 0, 08 ×
5 C0( c ) = 500 1 − 0, 08 × ⇔ C0( c ) = 483,33 12 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
5 12
20
10
III – ACTUALIZAÇÃO Actualização em regime de juro simples com desconto por fora
Valor actual em regime de juro simples com desconto por fora (Valor Actual Comercial), relativo a n períodos de tempo
C0( c ) = Cn (1 − in )
Por sua vez, o juro ou o desconto por fora do exemplo é:
D f = 500 × 0, 08 ×
5 ⇔ D f = 16, 67 12
Em termos gerais, vem: Valor do juro ou do desconto em regime de juro simples com desconto por fora, relativo a n períodos de tempo
D f = Cn in FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
21
III – ACTUALIZAÇÃO
Actualização em regime de juro composto
3.2. Juro composto Vamos voltar ao exemplo 3.1:
C0 ≡ Valor actual em regime de juro composto (r.j.c.)
(
)
C0 = 500 − C0 (1 + 0, 08 ) 12 − C0 ⇔ C0 (1 + 0, 08 ) 12 = 500 C0 = C0 =
FEUALG
5
500
(1 + 0, 08) Cn
(1 + i )
n
5
12
5
⇔ C0 = 484, 22 Valor actual em regime de juro composto, relativo a n períodos de tempo Cálculo Financeiro 2009/2010
22
11
III – ACTUALIZAÇÃO
Actualização – Breves notas
⇒
O valor actual racional é aplicado no desconto de Bilhetes do Tesouro, por exemplo.
⇒
O valor actual comercial é aplicado no desconto de letras, por exemplo.
⇒
A aplicação do desconto por fora só é viável para prazos curtos e / ou taxas de juro baixas.
⇒
No desconto por fora a taxa realmente suportada pelo mutuário é superior à taxa enunciada.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
23
IV– TAXAS DE JURO
4.1 Taxas equivalentes
Duas taxas dizem-se equivalentes, referidas a períodos de tempo diferentes, se aplicadas a um mesmo capital, durante igual extensão de tempo, produzem o mesmo valor acumulado. Como o montante de juros depende do regime de juros que se considera (juro simples ou juro composto), tornase necessário especificar em qual regime de juros as taxas são equivalentes.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
24
12
IV– TAXAS DE JURO
Taxas equivalentes Exemplo 4.1: Considere um capital inicial de 100 euros aplicado à taxa de juro anual de 10% durante um ano. Qual o valor acumulado decorrido um ano, pressupondo regime de juro simples?
C1 = 100 × (1 + 0,10 × 1) ⇔ C1 = 110
a
Qual a taxa equivalente semestral ( i ' ) que aplicada ao mesmo capital durante o mesmo prazo (um ano), produz o mesmo valor acumulado? FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
25
IV– TAXAS DE JURO Taxas equivalentes
C2 = 110; C0 = 100; i '( sem) = ?
110 = 100 (1 + i '× 2 )
b
Da comparação de a com b , vem:
(1 + i '× 2 ) = 1 + 0,10 ⇔ i ' =
0,10 ⇔ i ' = 0, 05 = 5% 2
Em termos gerais, vem: i' =
i período da taxa i com m = m período da taxa i '
FEUALG
Taxa de juro proporcional
Cálculo Financeiro 2009/2010
26
13
IV– TAXAS DE JURO Taxas equivalentes
Exemplo 4.2: Considere os mesmos dados do exemplo 4.1. Qual o valor acumulado decorrido um ano, pressupondo regime de juro composto?
C1 = 100 × (1 + 0,10 ) ⇔ C1 = 110 1
c
Qual a taxa equivalente semestral ( i ' ) que aplicada ao mesmo capital (100) durante o mesmo prazo (dois semestres), produz o mesmo valor acumulado (110), com capitalização de juros semestral? FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
27
IV– TAXAS DE JURO Taxas equivalentes
C2 = 110; C0 = 100; i '( sem) = ?
110 = 100 (1 + i ' )
2
d
Da comparação de c com d , vem: (1 + i ') = 1 + 0,10 ⇔ 2
⇔ (1 + i ') = (1 + 0,10 ) 2 ⇔ i ' = (1 + 0,10 ) 2 − 1 ⇔ i ' = 4,88% 1
1
Em termos gerais, vem: i ' = (1 + i )
FEUALG
1
m
-1 com m =
período da taxa i período da taxa i '
Taxa de juro equivalente
Cálculo Financeiro 2009/2010
28
14
IV– TAXAS DE JURO
4.2 Taxas nominais e efectivas: Exemplo taxa nominal O que é uma taxa nominal? É uma taxa de juro que não reflecte o efeito das capitalizações, ou seja é uma taxa de juro que não leva em consideração o facto de haver juros de juros. Exemplo 4.3: Considere um capital de 800 euros aplicado à taxa anual nominal de 10%. Pressupondo regime de juro composto, com capitalização de juros semestral, determine os juros vencidos e o capital acumulado decorrido o primeiro ano. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
29
IV– TAXAS DE JURO Taxa nominal - Exemplo
1º Processo de resolução: Primeiro, calcular os juros produzidos durante o primeiro semestre: 1 j1 = 800 × 0,10 × ⇔ j1 = 40 2 Segundo, calcular os juros produzidos durante o segundo semestre:
j2 = ( 800 + 40 ) × 0,10 ×
1 ⇔ j2 = 42 2
Juros totais = 40 + 42 = 82 Capital acumulado = 800 + 82 = 882 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
30
15
IV– TAXAS DE JURO Taxa nominal - Exemplo
2º Processo de resolução (mais rápido): Aplicar a fórmula geral de capitalização em regime de juro composto:
Cn = 2 sem = 800 (1 + i ( sem) )
2
Quando a taxa de juro dada é nominal, o período a que está reportada a taxa deve coincidir com a periodicidade a que são efectuadas as capitalizações. No exemplo: capitalização de juros semestral ⇒ a taxa de juro
a aplicar nas fórmulas deverá ser semestral, i ( sem) FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
31
IV– TAXAS DE JURO
Taxa nominal para diferentes períodos de tempo Como alterar a periodicidade da taxa de juro nominal? Taxas nominais e taxas proporcionais têm em comum o facto de não reflectirem o efeito de sucessivas capitalizações.
Então, para alterar o período da taxa de juro nominal, aplica-se a fórmula: i' =
FEUALG
i período da taxa i com m = m período da taxa i '
Cálculo Financeiro 2009/2010
32
16
IV– TAXAS DE JURO Taxa nominal - Exemplo
No exemplo, pretende-se calcular a taxa de juro semestral nominal ( i ( sem) ) , dada a taxa de juro anual nominal ( i ( anual ) ) . Aplicando a fórmula, vem: i ( sem) =
período da i ( anual ) 2 semestres i( anual ) com m = = =2 m período da i ( sem ) 1 semestre
Então: i ( sem) =
Logo:
0,10 = 0, 05 2
Cn = 2 sem = 800 (1 + 0, 05 ) ⇔ Cn = 2 sem = 882
FEUALG
2
Cálculo Financeiro 2009/2010
33
IV– TAXAS DE JURO
Taxa efectiva - Exemplo O que é uma taxa efectiva? É uma taxa de juro que considera o efeito de sucessivas capitalizações, ou seja é uma taxa de juro que leva em consideração o facto de haver juros de juros. Exemplo 4.4: Considere um capital de 800 euros aplicado à taxa anual efectiva de 10,25%. Pressupondo regime de juro composto, determine os juros vencidos e o capital acumulado decorrido um ano.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
34
17
IV– TAXAS DE JURO Taxa efectiva - Exemplo
Neste exemplo, a taxa de 10,25%% é efectiva, pelo que não é importante saber qual a periodicidade das capitalizações. Seja qual for o período de capitalização dos juros, o juro vencido no final do primeiro ano será 10,25% do capital inicialmente investido.
Juros vencidos durante o 1º ano: 800 × 0,1025 = 82 Valor acumulado decorrido um ano:
Cn =1ano = 800 (1 + 0,1025 ) ⇔ Cn =1ano = 882 1
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
35
IV– TAXAS DE JURO
Taxa efectiva para diferentes períodos de tempo Como alterar a periodicidade da taxa de juro efectiva? Taxas efectivas e taxas equivalentes em regime de juro composto têm em comum o facto de reflectirem o efeito de sucessivas capitalizações.
Então, para alterar o período da taxa de juro efectiva, aplica-se a fórmula: i ' = (1 + i )
FEUALG
1
m
-1 com m =
período da taxa i período da taxa i '
Cálculo Financeiro 2009/2010
36
18
IV– TAXAS DE JURO Taxa efectiva - Exemplo
No exemplo, dada a taxa de juro anual efectiva ( ief ( anual ) ) , a taxa de juro semestral efectiva ( ief ( sem ) ) é calculada através da fórmula: ief ( sem ) = (1 + ief ( anual ) )
1
m
-1 com m =
Então, ief ( sem ) = (1 + 0,1025 )
1
2
período da ief ( anual ) período da ief ( sem )
2 sem 1 sem
=
− 1 ⇔ ief ( sem ) = 0, 05
Pode-se, também, calcular o valor acumulado do ex. recorrendo a esta taxa semestral:
Cn = 2 sem = 800 (1 + 0, 05 ) ⇔ Cn = 2 sem = 882 2
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
37
IV– TAXAS DE JURO Taxa efectiva - Exemplo
No exemplo, dada a taxa de juro anual efectiva ( ief ( anual ) ) , a taxa de juro mensal efectiva ( ief ( mensal ) ) é calculada através da fórmula: ief ( mensal ) = (1 + ief ( anual ) )
1
m
-1 com m =
Então, ief ( mensal ) = (1 + 0,1025 )
1 12
período da ief ( anual ) período da ief ( mensal )
=
12 meses 1 mês
− 1 ⇔ ief ( mensal ) = 0, 008165
Pode-se, também, calcular o valor acumulado do ex. recorrendo a esta taxa mensal:
Cn =12 meses = 800 (1 + 0, 008165 ) ⇔ Cn =12 meses = 882 12
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
38
19
IV– TAXAS DE JURO
Relação entre taxas nominais e taxas efectivas Como converter uma taxa nominal numa taxa efectiva? Exemplo 4.5: Qual é a taxa anual efectiva subjacente à taxa anual nominal de 10%, pressupondo capitalização de juros semestral? Em primeiro lugar, deve-se calcular a taxa de juro nominal cujo período de tempo coincide com o período da capitalização dos juros, utilizando a fórmula da taxa proporcional. Quando o período da taxa coincide com o período da capitalização dos juros a taxa é simultaneamente nominal e efectiva. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
39
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
Assim, para taxas nominais, a relação de equivalência corresponde a:
i (anual ) = 10% ⇒ i( sem) =
10% = 5% 2
A taxa semestral nominal de 5% também é taxa semestral efectiva, porque o período de capitalização dos juros é semestral. Em segundo lugar, deve-se calcular a taxa de juro efectiva para o período pretendido, utilizando a fórmula de equivalência em regime de juro composto. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
40
20
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
Conhece-se a taxa semestral efectiva (5%) e pretende-se determinar a taxa anual efectiva. Para taxas efectivas, a relação de equivalência corresponde a:
ief (anual ) = (1 + ief ( sem) ) com m =
1
m
−1
período da ief ( sem) período da ief ( anual )
Logo: ief ( anual ) = (1 + 0, 05)
1
1
2
=
1 sem 1 = 2 sem 2
−1 ⇔
⇔ ief ( anual ) = (1 + 0, 05) 2 − 1 ⇔ ief ( anual ) = 10, 25%
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
41
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
Como converter uma taxa efectiva numa taxa nominal? Exemplo 4.6: Qual é a taxa anual nominal subjacente à taxa anual efectiva de 4,0605%, pressupondo capitalização de juros trimestral? Em primeiro lugar, deve-se calcular a taxa de juro efectiva cujo período de tempo coincide com o período da capitalização dos juros, utilizando a fórmula de equivalência em regime de juro composto. Quando o período da taxa coincide com o período da capitalização dos juros a taxa é simultaneamente efectiva e nominal. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
42
21
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
Assim, para taxas efectivas, a relação de equivalência corresponde a:
ief ( anual ) = 4, 0605% ⇒ ief (trim) = (1 + 0, 040605 ) Com: m =
período da ief ( anual ) período da ief ( trim )
=
Então: ief (trim) = (1 + 0, 040605 )
1
m
−1
4 trim =4 1 trim 1
4
− 1 ⇔ ief (trim) = 1%
A taxa trimestral efectiva de 1% também é taxa trimestral nominal, porque o período de capitalização dos juros é trimestral. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
43
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
Em segundo lugar, deve-se calcular a taxa de juro nominal para o período pretendido, utilizando a fórmula da taxa proporcional. Conhece-se a taxa trimestral nominal (1%) e pretende-se determinar a taxa anual nominal. Para taxas nominais, a relação de equivalência corresponde a: i ( anual ) =
i (trim) período da i (trim) 1 trim 1 com m = = = período da i ( anual ) 4 trim 4 m
Então: i ( anual ) = FEUALG
0, 01 1 4
⇔ i (anual ) = 0, 01× 4 ⇔ i (anual ) = 4% Cálculo Financeiro 2009/2010
44
22
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
Outro processo de converter uma taxa nominal numa taxa efectiva e vice-versa – Dedução da fórmula Exemplo 4.7: Considere um capital de 1000 euros aplicado durante um ano, à taxa de juro anual nominal de 6%, com capitalização de juros mensal. a) Determinar o valor acumulado. A taxa de juro dada é nominal e a capitalização de juros é mensal, logo a taxa de juro a aplicar na fórmula geral de capitalização deverá ser mensal. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
45
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
12
0, 06 0, 06 i ( mensal ) = ⇒ Cn =12 meses = 1000 1 + ⇔ Cn =12 meses = 1061, 678 12 12
b) Qual a taxa de juro anual efectiva que aplicada a um capital de 1000 euros, durante um ano, produz um valor acumulado igual ao encontrado através da utilização da taxa proporcional mensal, isto é um valor de 1061,678.
O que se pretende é determinar a ief ( anual ) , tal que: 1000 × ief ( anual ) = 1061, 678 − 1000, ou: 12
0, 06 1000 × ief ( anual ) = 1000 1 + − 1000 12 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
46
23
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
Após simplificação, vem: 12
0, 06 ief ( anual ) = 1 + − 1 ⇔ ief ( anual ) = 6,1678% 12 Significa que o juro vencido no final do primeiro ano corresponde a 6,1678% do capital inicialmente investido (1000 euros). Então, a uma taxa de juro anual nominal de 6%, com capitalização de juros mensal, corresponde uma taxa anual efectiva é de 6,1678%.
Em termos gerais, a fórmula que permite determinar a taxa efectiva dada a taxa nominal e vice-versa, corresponde a: m
m = nº de capitalizações que ocorrem durante o período da taxa i (taxa nominal)
i ief = 1 + − 1 m FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
47
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
Exemplo 4.8: Aplicação de um capital de 2000 euros, durante 2 anos, à taxa de juro anual nominal de 8%, com capitalização de juros trimestral. a) Determinar o valor acumulado no fim do prazo.
i (trim) =
0, 08 ⇔ i (trim) = 0, 02 4
Cn =8trim = 2000 (1 + 0, 02 ) ⇔ Cn =8trim = 2343,32 8
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
48
24
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
b) Determinar a taxa de juro anual efectiva. Dois processos alternativos de resolução: 1º Processo: Aplicar as regras de equivalência entre taxas Cálculo da taxa trimestral nominal (também é efectiva):
i (trim) =
0, 08 ⇔ i (trim) = 0, 02 4
Cálculo da taxa anual efectiva:
ief ( anual ) ) = (1 + 0, 02 ) − 1 ⇔ ief ( anual ) ) = 8, 243% 4
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
49
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
m
i 2º Processo: Aplicar a fórmula geral ief = 1 + − 1 m m = 4 (nº de capitalizações trimestrais que ocorrem durante um ano) 4
0, 08 ief ( anual ) = 1 + − 1 ⇔ ief (anual ) = 8, 243% 4 O resultado obtido nos dois processos é o mesmo. Nota: A aplicação da fórmula geral pressupõe que a taxa efectiva e a taxa nominal estão reportadas ao mesmo período de tempo. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
50
25
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
c) Determinar a taxa de juro semestral efectiva Dois processos alternativos de resolução: 1º Processo: Aplicar as regras de equivalência entre taxas Após o cálculo da taxa trimestral nominal e efectiva (já determinado na alínea b), 1º processo), determina-se a taxa semestral efectiva aplicando a fórmula de equivalência de taxas em r.j.c.
ief ( sem) ) = (1 + 0, 02 ) − 1 ⇔ ief ( sem) ) = 4, 04% 2
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
51
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
2º Processo: Após calcular a taxa anual efectiva, através da fórmula geral (já determinado na alínea b), 2º processo) determina-se a taxa semestral efectiva aplicando a fórmula de equivalência de taxas em r.j.c.
ief ( sem) ) = (1 + 0, 08243)
FEUALG
1
2
− 1 ⇔ ief ( sem) ) = 4, 04%
Cálculo Financeiro 2009/2010
52
26
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
d) Determinar a taxa de juro trimestral efectiva e a taxa de juro trimestral nominal. Para calcular a taxa trimestral efectiva, pode-se utilizar o resultado obtido na alínea b), para a taxa anual efectiva. Aplica-se, então, a equivalência de taxas em r.j.c.:
ief ( trim ) = (1 + ief ( anual ) )
1
m
⇔ ief ( trim ) = (1 + 0, 08243)
FEUALG
1
−1 ⇔ 4
− 1 ⇔ ief ( trim ) = 2%
Cálculo Financeiro 2009/2010
53
IV– TAXAS DE JURO Relação entre taxas nominais e taxas efectivas
Para calcular a taxa trimestral nominal, recorre-se à fórmula de equivalência entre taxas nominais, uma vez que no enunciado inicial é dada a taxa anual nominal:
i ( trim ) =
0, 08 i ( anual ) ⇔ i ( trim ) = ⇔ i ( trim ) = 2% m 4
Neste caso, a taxa trimestral nominal é igual à taxa trimestral efectiva porque a capitalização dos juros é trimestral. Em termos gerais, quando o período da taxa coincide com o período da capitalização dos juros, a taxa nominal é igual à taxa efectiva. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
54
27
V– EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS
5.1 Equações de equivalência
Como estabelecer equivalência entre vários capitais? Todos os capitais devem estar reportados a um mesmo momento, designado como data focal da operação de equivalência. Assim, para determinada operação de equivalência, é necessário recorrer às fórmulas gerais de actualização e/ou de capitalização, definidas anteriormente.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
55
V– EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS
Exemplo – Equivalência de capitais em regime de juro simples Exemplo 5.1: Considere que a empresa “XYZ” tem o seguinte conjunto de dívidas: Montante
Data de vencimento
5.000€
1 Fevereiro 2009
12.000€
1 Abril 2009
8.000€
1 Julho 2009
A empresa pretende substituir este conjunto de dívidas por uma única a ser paga no dia 1 de Junho de 2009.
a) Calcular o valor do capital único a vencer no dia 1 de Junho de 2009, pressupondo regime de juro simples com desconto por dentro, taxa de juro anual de 6% e data focal o dia 1 de Novembro de 2008. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
56
28
V– EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS Exemplo – Equivalência de capitais em regime de juro simples
Elaboração da equação de equivalência: Composição de um membro da equação: As três dívidas originais, actualizadas para o dia 1 de Novembro de 2008; Composição do outro membro da equação: O capital único, que se pretende determinar, também actualizado para o dia 1 de Novembro de 2008.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
57
V– EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS Exemplo – Equivalência de capitais em regime de juro simples
1/11/08
5.000
12.000
C=?
8.000
1/2/09
1/4/09
1/6/09
1/7/09
Data focal
5.000 1 + 0, 06 ×
3 12
+
12.000 1 + 0, 06 ×
5 12
+
8.000 1 + 0, 06 ×
8 12
=
C 1 + 0, 06 ×
7 12
C = 25.177,1338€ FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
58
29
V– EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS Exemplo – Equivalência de capitais em regime de juro simples
Continuação do ex. 5.1: b) Calcular o valor do capital único a vencer no dia 1 de Junho de 2009, pressupondo regime de juro simples com desconto por dentro, taxa de juro anual de 6% e data focal o dia 1 de Fevereiro de 2009. Neste caso, todos os capitais devem estar reportados ao dia 1 de Fevereiro de 2009:
5.000 +
12.000 2 1 + 0, 06 × 12
+
8.000 5 1 + 0, 06 × 12
FEUALG
=
C 4 1 + 0, 06 × 12
⇔ C = 25.179, 787
Cálculo Financeiro 2009/2010
59
V– EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS
Exemplo – Equivalência de capitais em regime de juro composto
Continuação do ex. 5.1: c) Calcular o valor do capital único a vencer no dia 1 de Junho de 2009, pressupondo regime de juro composto, taxa de juro anual nominal de 6% com capitalização de juros mensal e data focal o dia 1 de Fevereiro de 2009.
5000 +
12.000
(1 + 0, 005)
2
+
8.000
(1 + 0, 005 )
5
=
C
(1 + 0, 005 )
4
C = 25.181, 2515€ FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
60
30
V– EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS Exemplo – Equivalência de capitais em regime de juro composto
Continuação do ex. 5.1: d) Calcular o valor do capital único a vencer no dia 1 de Junho de 2009, pressupondo regime de juro composto, taxa de juro anual nominal de 6% com capitalização de juros mensal e data focal o dia 1 de Maio de 2009.
5000 (1 + 0, 005 ) + 12.000 (1 + 0, 005 ) + 3
8.000
1
(1 + 0, 005)
2
=
C
(1 + 0, 005)
1
C = 25.181, 2515€
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
61
V– EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS
Diferenças entre regime de juro simples e regime de juro composto
Comparação dos resultados obtidos em regime de juro simples - alíneas a) e b):
Repare-se que o valor do capital único obtido na alínea b) é diferente do obtido na alínea a). Alterando a data focal, deixa de haver equivalência relativamente à data focal anterior.
No regime de juro simples a data focal é fundamental.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
62
31
V– EQUIVALÊNCIA DE CAPITAIS
Diferenças entre regime de juro simples e regime de juro composto
Comparação dos resultados obtidos em regime de juro composto - alíneas c) e d):
Repare-se que o valor do capital único obtido na alínea c) é igual ao obtido na alínea d). Uma vez estabelecida a equivalência para uma data focal, ela permanece válida, mesmo que se altere a data focal
No regime de juro composto a data focal não tem qualquer relevância. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
63
VI – RENDAS
6.1 Conceitos genéricos
Exemplo 6.1 A empresa “ABC” contraiu um empréstimo no dia 30 de Outubro de 2008 e acordou que o pagamento do mesmo seria efectuado através de 24 prestações mensais, consecutivas e constantes. O valor de cada prestação é de 450 euros e a primeira prestação tem vencimento no dia 30 de Novembro de 2008. As prestações incluem juros com i mensal igual a 1%.
A este conjunto de capitais (prestações) dá-se o nome de renda. renda Em termos gerais, uma renda corresponde a um conjunto de capitais, espaçados periodicamente, onde o intervalo de tempo que decorre entre o vencimento de quaisquer dois capitais consecutivos é constante. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
64
32
VI – RENDAS 6.1 Conceitos genéricos
450 30/10/08
450
30/11/08 30/12/2008
...
450
450
...
30/09/10
30/10/10
termos
períodos
Data da contracção do empréstimo
Termo da renda: renda cada um dos capitais.
Período da renda: renda intervalo de tempo que decorre entre o vencimento de dois termos consecutivos.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
65
VI – RENDAS
6.2 Classificação das rendas
Quanto ao período da renda: Inteiras: período da renda coincide com o período da taxa de juro. Fraccionadas: período da renda é diferente do período da taxa de juro.
Quanto ao valor dos termos: Termos constantes: todos os termos da renda têm o mesmo valor. Termos variáveis: os termos da renda variam, não são constantes ao longo da vida da renda.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
66
33
VI – RENDAS 6.2 Classificação das rendas
Quanto ao prazo de vigência: Temporárias: número limitado de termos. Perpétuas: número ilimitado de termos.
Quanto ao vencimento dos termos: Termos normais ou postecipados: o vencimento dos termos ocorre no fim da cada período. Termos antecipados: o vencimento dos termos ocorre no início de cada período. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
67
VI – RENDAS 6.2 Classificação das rendas
Quanto ao momento de referência: Imediatas: a data de contracção do empréstimo coincide com o início do primeiro período da renda. Diferidas: existe um período de diferimento entre a data da contracção do empréstimo e a data de vencimento do primeiro termo.
No exemplo 6.1 a renda descrita é: Temporária, inteira, imediata, de termos constantes e normais.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
68
34
VI – RENDAS
6.3 Rendas temporárias inteiras
Continuação do exemplo 6.1 a) Qual o valor do empréstimo, no dia 30 de Outubro de 2008?
450 30/10/08
450
30/11/08 30/12/2008
...
450
450
termos
...
30/09/10
30/10/10
períodos
? 30 /10 / 2008 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
69
VI – RENDAS 6.3 Rendas temporárias inteiras
Trata-se de resolver uma equação de equivalência de capitais, utilizando a fórmula geral de actualização em regime de juro composto. Então, o valor do empréstimo a 30/10/2008, também designado como o valor actual da renda, é igual a:
450
(1 + 0, 01)
1
+
450
(1 + 0, 01)
2
+ ... +
450
(1 + 0, 01)
23
+
450
(1 + 0, 01)
24
=
1 1 1 1 = 450 + + ... + + 1 2 23 24 (1 + 0, 01) (1 + 0, 01) (1 + 0, 01) (1 + 0, 01)
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
70
35
VI – RENDAS 6.3 Rendas temporárias inteiras
Este método revela-se demasiado moroso… Imagine-se uma renda com 480 termos. Seria necessário aplicar a fórmula geral de actualização 480 vezes… Então o passo seguinte consiste em deduzir uma fórmula geral que permite calcular o valor da renda, isto é, o valor de todos os termos unitários, reportados a um determinado momento, neste caso, t. Considere uma renda com n termos normais e unitários, imediata, temporária e inteira – início do primeiro período da renda corresponde ao momento t.
1 0
1
2
1
t t +1 t + 2
...
FEUALG
1
1
t + n −1 t + n t + n +1
...
Cálculo Financeiro 2009/2010
termos períodos
71
VI – RENDAS 6.3 Rendas temporárias inteiras
O cálculo do valor dos n termos unitários no momento t (um período antes da data de vencimento do primeiro termo) designa-se por valor actual duma renda temporária, inteira, imediata com n termos normais e unitários.
O símbolo utilizado é: an
an =
FEUALG
1
(1 + i )
1
+
1
(1 + i )
2
+ ... +
1
(1 + i )
n −1
Cálculo Financeiro 2009/2010
+
1
(1 + i )
n
72
36
VI – RENDAS 6.3 Rendas temporárias inteiras
n 1 1 1 − 1− 1 + i (1 + i )n +1 1 1+ i an = × ⇔ an = ⇔ 1 1 1+ i 1− 1− 1+ i 1+ i
1− ⇔ an =
1
(1 + i )
n
1+ i −1
FEUALG
⇔ an =
1 − (1 + i )
−n
i
Cálculo Financeiro 2009/2010
73
VI – RENDAS 6.3 Rendas temporárias inteiras
No exemplo, o valor da renda aplicando a fórmula deduzida anteriormente é dado por:
A24 1% = 450 × a24 1% ⇔ A24 1% = 450 × ⇔ A24 1% = 9.559,524
1 − (1 + 0, 01)
−24
0, 01
Valor do empréstimo em 30/10/2008
Para o caso mais geral, onde os termos são iguais a um certo valor constante, designado por c, vem:
An = c × an com an = FEUALG
1 − (1 + i )
−n
i
Cálculo Financeiro 2009/2010
74
37
VI – RENDAS 6.3 Rendas temporárias inteiras
Exemplo 6.2 A empresa Águas Turvas deposita mensalmente uma quantia constante no valor de 450 euros. O primeiro depósito ocorre no dia 30 de Novembro de 2008 e o último ocorrerá no dia 30 de Outubro de 2010. Sabe-se que os depósitos são efectuados em regime de juro composto com capitalização de juros mensal e que a taxa de juro mensal da operação é de 1%. Determine o montante que a empresa terá disponível imediatamente após efectuar o último depósito. É pedido para determinar o valor de um capital único a vencer no dia 30 de Outubro de 2010, equivalente ao conjunto de 24 capitais a vencerem mensalmente. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
75
VI – RENDAS
6.3 Rendas temporárias inteiras
Trata-se de determinar o valor da renda na data de vencimento do último termo. Em esquema, vem:
450 30/10/08
450
30/11/08 30/12/2008
...
450
450
termos
...
30/09/10
30/10/10
períodos
? 30 /10 / 2010 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
76
38
VI – RENDAS 6.3 Rendas temporárias inteiras
É necessário resolver uma equação de equivalência de capitais, utilizando a fórmula geral de capitalização em regime de juro composto. Então, o valor do empréstimo a 30/10/2010, também designado como o valor acumulado da renda, é igual a:
450 (1 + 0, 01) + 450 (1 + 0, 01) + ... + 450 (1 + 0, 01) + 450 = 23
(
22
1
)
= 450 (1 + 0, 01) + (1 + 0, 01) + ... + (1 + 0, 01) + 1 23
FEUALG
22
1
Cálculo Financeiro 2009/2010
77
VI – RENDAS 6.3 Rendas temporárias inteiras
Mais uma vez, este método revela-se demasiado moroso… Então o passo seguinte consiste em deduzir uma fórmula geral que permite calcular o valor da renda, isto é, o valor de todos os termos unitários, reportados a um determinado momento, neste caso o momento t+n. Considere uma renda com n termos normais e unitários, imediata, temporária e inteira – fim do último período da renda corresponde ao momento t+n.
1 0
FEUALG
1
2
...
1
t t +1 t + 2
1 ...
Cálculo Financeiro 2009/2010
1
t + n −1 t + n t + n +1
termos períodos
78
39
VI – RENDAS 6.3 Rendas temporárias inteiras
O cálculo do valor dos n termos unitários no momento t+n (data de vencimento do último termo) designa-se por valor acumulado duma renda temporária, inteira, imediata com n termos normais e unitários.
O símbolo utilizado é: sn
sn = (1 + i )
n −1
+ (1 + i )
FEUALG
n−2
+ ... + (1 + i ) + 1 1
Cálculo Financeiro 2009/2010
79
VI – RENDAS 6.3 Rendas temporárias inteiras
sn = (1 + i )
⇔ sn =
FEUALG
n −1
×
1 − (1 + i )
−n
1 − (1 + i )
(1 + i )
n
−1
1+ i −1
−1
⇔ sn =
⇔ sn =
(1 + i )
n
(1 + i )
n −1
− (1 + i )
1 − (1 + i )
−1
−1
⇔
−1
i
Cálculo Financeiro 2009/2010
80
40
VI – RENDAS 6.3 Rendas temporárias inteiras
No exemplo 6.2, o valor da renda aplicando a fórmula deduzida anteriormente é dado por:
S24 1% = 450 × s24 1% ⇔ S24 1% = 450 ×
⇔ S 24 1% = 12.138, 059
(1 + 0, 01)
24
−1
0, 01
Valor do empréstimo em 30/10/2010
Para o caso mais geral, onde os termos são iguais a um certo valor constante, designado por c, vem:
S n = c × sn com sn = FEUALG
(1 + i )
n
−1
i
Cálculo Financeiro 2009/2010
81
VI – RENDAS
6.4 Rendas fraccionadas Exemplo 6.3 A empresa ABC comprou um equipamento industrial no valor de 4.500 euros nas seguintes condições: Pagamento de 500 euros no acto da compra e do restante em 12 prestações mensais iguais, incluindo juros à taxa anual nominal de 6%. Calcule o valor de cada prestação, no caso da primeira prestação vencer 1 mês após o acto da compra. Atenção: a taxa de juro dada é anual e as prestações são mensais.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
82
41
VI – RENDAS 6.3 Rendas fraccionadas
Trata-se de uma renda fraccionada porque o período da renda é diferente do período da taxa de juro.
As fórmulas deduzidas anteriormente, an e sn , só podem ser utilizadas quando o período da taxa de juro é igual ao período da renda. O que fazer quando a renda é fraccionada? R: Transformar a renda fraccionada numa renda inteira. Como? FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
83
VI – RENDAS 6.3 Rendas fraccionadas
Uma vez que não é possível alterar o valor dos termos nem o período da renda, a solução passa por alterar a taxa de juro, tal que o período desta coincida com o período da renda. No exemplo 6.3, como os termos da renda são mensalidades e a taxa de juro dada é anual, calcula-se a taxa de juro mensal (transformando, por isso, a renda em inteira). Para uma taxa de juro nominal, como converter o período da taxa? R: Através de uma relação de proporcionalidade, isto é aplicando a fórmula: FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
84
42
VI – RENDAS 6.3 Rendas fraccionadas
i' =
i período da taxa i com m = m período da taxa i '
Para uma taxa de juro efectiva, como converter o período da taxa? R: Através de uma relação de equivalência (em r.j.c.), isto é aplicando a fórmula: i ' = (1 + i )
1
m
-1 com m =
FEUALG
período da taxa i período da taxa i '
Cálculo Financeiro 2009/2010
85
VI – RENDAS 6.3 Rendas fraccionadas
Voltar ao exemplo 6.3: Converter a taxa anual nominal numa taxa de juro mensal, transformando a renda em inteira.
i mensal =
i anual nominal 6% ⇔ i mensal = ⇔ i mensal = 0, 5% 12 12
A renda do ex. tem a seguinte representação:
0
FEUALG
c
c
c
1
2
3
…
Cálculo Financeiro 2009/2010
c
c
11
12 Período em meses
Termos
86
43
VI – RENDAS 6.3 Rendas fraccionadas
Valor da renda no momento “0”, corresponde ao valor da dívida da empresa após o pagamento dos 500 euros, ou seja:
4.500 − 500 = c × a12 0,5% ⇔ c =
4.000 4.000 ⇔c= −12 a12 0,5% 1 − (1 + 0, 005 ) 0, 005
c = 344, 266 A empresa ABC pagou o equipamento industrial do seguinte modo: 500 euros na data da compra e 344,266 euros mensalmente durante os próximos 12 meses. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
87
VI – RENDAS 6.4 Rendas fraccionadas
Exemplo 6.4 Considere que uma determinada entidade pretende acumular 6.000 euros numa conta bancária através de depósitos semestrais constantes, a efectuar durante 3 anos. Pressupondo regime de juro composto com capitalização de juros semestral e uma taxa de juro anual efectiva de 5,0625%, determine o valor de cada depósito, por forma a que imediatamente após ter efectuado o último depósito, a referida entidade possua na conta 6.000 euros. Atenção: a taxa de juro dada é anual e as prestações são semestrais. A renda é fraccionada.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
88
44
VI – RENDAS 6.3 Rendas fraccionadas
Converter a taxa anual efectiva numa taxa de juro semestral, transformando a renda em inteira.
i semestral = (1 + i anual efectiva ) ⇔ i semestral = (1 + 0, 050625 )
1
2
1
2
−1
− 1 ⇔ i semestral = 2,5%
A renda do ex. tem a seguinte representação:
0
c
c
1
2
FEUALG
c …
6
Termos Período em semestres
Cálculo Financeiro 2009/2010
89
VI – RENDAS 6.3 Rendas fraccionadas
Valor da renda no momento “6”, corresponde a 6.000 euros:
6.000 = c × s6 2,5% ⇔ c =
6.000 6.000 ⇔c= 6 s6 2,5% (1 + 0, 025) − 1 0, 025
c = 939,30 A entidade terá na sua conta 6.000 euros, imediatamente após ter efectuado o último depósito, se efectuar semestralmente um depósito no valor de 939,30 euros. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
90
45
VI – RENDAS
Rendas de termos antecipados
Exemplo 6.5 A empresa XPTO comprou um equipamento informático através do pagamento de 8 prestações trimestrais iguais a 220 euros cada, a primeira das quais logo no acto da compra, com juros contados a uma taxa de 2% ao trimestre. a) Qual o valor do equipamento informático, caso a empresa pretendesse pagá-lo no momento da compra. Qual a diferença deste exemplo em relação aos anteriores? Pretende-se determinar o valor das prestações na data de vencimento da 1ª: trata-se de uma renda de termos antecipados (o vencimento dos termos ocorre no início de cada período). FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
91
VI – RENDAS Rendas de termos antecipados
A renda do exemplo tem a seguinte representação:
-1
220
220
220
….
220
0
1
2
….
7
termos 8
período em trimestres
O que se pretende é determinar o valor da renda no momento “0”, isto é o valor da renda na data de vencimento do primeiro termo.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
92
46
VI – RENDAS Rendas de termos antecipados
Será que as fórmulas deduzidas anteriormente podem ser aplicadas para a resolução deste problema?
A fórmula do an permite obter o valor de todos os termos da renda um período antes do vencimento do primeiro termo. No exemplo, pretende-se obter o valor dos termos na data de vencimento do primeiro termo. Então, vem:
Valor da renda no momento "-1" = 220 × a8 2% Valor da renda no momento "0"=220 × a8 2% × (1 + 0, 02 )
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
93
VI – RENDAS Rendas de termos antecipados
220 × a8 2% × (1, 02) = 220 ×
1 − (1 + 0, 02 ) 0, 02
−8
× 1, 02 = 1.643,84
O valor do equipamento informático, caso a empresa pretendesse pagá-lo a pronto pagamento era de 1.643,84 euros. Continuação do exemplo 6.5: b) Considere agora que a empresa pretende pagar a totalidade do equipamento no fim do 8º trimestre. Qual o valor a pagar? FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
94
47
VI – RENDAS Rendas de termos antecipados
Neste caso pretende-se determinar o valor da renda no momento “8”, ou seja um período após o vencimento do último termo. 220
220
220
….
220
0
1
2
….
7
termos 8
período em trimestres
Valor da renda no momento "7": 220 × s8 2% Valor da renda no momento "8": 220 × s8 2% × (1 + 0, 02 )
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
95
VI – RENDAS Rendas de termos antecipados
(1 + 0, 02 )
8
220 × s8 2% × (1, 02) = 220 ×
0, 02
−1
× 1, 02 = 1.926, 02
Caso a empresa pretendesse pagar o equipamento informático no fim do 8º trimestre deveria entregar 1.926,02 euros.
Repare-se que:
1926, 02 = 1.643,84 × (1 + 0, 02 )
8
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
96
48
VI – RENDAS Rendas de termos antecipados
Em termos gerais, considere uma renda com n termos antecipados e unitários, imediata, temporária e inteira. Para uma renda de termos antecipados, vem: Início do primeiro período: t+1 (coincide com o vencimento do primeiro termo) Início do último período: t+n
1 0
1
2
...
1
t t +1 t + 2
FEUALG
1 ...
1
t + n −1 t + n t + n +1
termos períodos
Cálculo Financeiro 2009/2010
97
VI – RENDAS Rendas de termos antecipados
O cálculo do valor actual da renda de termos antecipados e imediata, refere-se ao cálculo do valor de todos os termos da renda na data de vencimento do primeiro termo. No esquema apresentado, em t+1.
aɺɺn , onde aɺɺn = an (1 + i )
O símbolo utilizado é:
Para o caso mais geral, onde os termos são iguais a um certo valor constante, designado por c, vem:
ɺɺ = c × aɺɺ A n n FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
98
49
VI – RENDAS Rendas de termos antecipados
O cálculo do valor acumulado da renda de termos antecipados e imediata, refere-se ao cálculo do valor de todos os termos da renda um período após o vencimento do último termo. No esquema apresentado, em t+n+1. O símbolo utilizado é:
ɺɺ sn , onde ɺɺ sn = sn (1 + i )
Para o caso mais geral, onde os termos são iguais a um certo valor constante, designado por c, vem:
Sɺɺn = c × ɺɺ sn FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
99
VI – RENDAS
Rendas diferidas Exemplo 6.6 A empresa YYY comprou uma máquina através do pagamento de 24 prestações iguais e mensais de 300 euros cada a primeira das quais com vencimento daqui a 6 meses. Considerando uma taxa de juro mensal de 1%, qual o valor da máquina? Qual a diferença deste exemplo em relação aos anteriores? Pretende-se determinar o valor das prestações, 6 meses antes da data de vencimento da primeira prestação. Trata-se de uma renda diferida. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
100
50
VI – RENDAS Rendas diferidas
A renda do exemplo tem a seguinte representação:
300 0
…
5
….
6
….
300
300
28
29
termos período em meses
O que se pretende é determinar o valor da renda no momento “0”. Como fazê-lo?
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
101
VI – RENDAS Rendas diferidas
Primeiro calculamos o valor da renda no momento “5”: A24 1% = 300 × a24 1% ⇔ A24 1% = 300 ×
1 − (1 + 0, 01) 0, 01
−24
⇔ A24 1% = 6.373, 016
Então, o valor da renda no momento “0”, corresponde a:
6.373, 016
(1 + 0, 01) FEUALG
5
= 6.063, 706
Valor da máquina sem juros
Cálculo Financeiro 2009/2010
102
51
VI – RENDAS Rendas diferidas
Em termos gerais, como calcular o valor actual duma renda diferida: Ao contrário das rendas imediatas, designam-se por rendas diferidas, as rendas para as quais se determina o valor actual numa data anterior ao início do primeiro período da renda. Tal significa, de acordo com o esquema seguinte, que o valor actual é calculado para uma data anterior a t.
1 0
1
2
...
1
t t +1 t + 2
FEUALG
1 ...
termos
1
t + n −1 t + n t + n +1
Cálculo Financeiro 2009/2010
períodos
103
VI – RENDAS Rendas diferidas
Assim, o valor da renda no momento “0”, corresponde ao valor actual duma renda temporária, inteira, diferida de t períodos, com n termos normais e unitários. O símbolo utilizado é:
t
an , onde t an =
1
(1 + i )
t
an
Para o caso mais geral, onde os termos são iguais a um certo valor constante, designado por c, vem:
t
FEUALG
An = c ×
t
an
Cálculo Financeiro 2009/2010
104
52
VI – RENDAS Rendas temporárias de termos constantes
Em esquema, o valor de uma renda temporária de termos constantes, para diferentes datas: c 0
1
c × an × (1 + i )
t
2
−t
An
c
c
t t +1 t + 2
...
...
termos
c
t + n − 1 t + n t + n + 1 períodos
c × an
c × an × (1 + i )
c × sn
c × sn × (1 + i )
An
ɺɺ A n
Sn
Sɺɺn
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
105
VI – RENDAS
Rendas perpétuas Exemplo 6.7 Um filantropo pretende criar um prémio anual perpétuo, no valor de 4.000 euros, destinado ao melhor aluno de uma universidade. Qual o montante que o filantropo deve disponibilizar hoje por forma a atingir esse objectivo, considerando que o capital rende juros com base numa taxa de juro anual de 5%, com capitalização de juros anual. a) Considere que o prémio anual deverá começar a ser atribuído de hoje a uma ano. Trata-se de uma renda perpétua ( renda com número ilimitado de termos) FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
106
53
VI – RENDAS Rendas perpétuas
4.000
4.000
4.000
...
1
2
3
...
0
termos
∞
anos
A quantia que o filantropo deve disponibilizar hoje corresponde ao valor actual da renda perpétua, no momento zero. Como determinar o valor actual de uma renda perpétua, imediata e de termos normais?
Aplicando a fórmula do an quando n tende para infinito, o que é representado por a∞ . FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
107
VI – RENDAS Rendas perpétuas
a∞ = lim an ⇔ a∞ = lim n →∞
n →∞
1 − (1 + i )
−n
i
⇔ a∞ =
1 i
Voltar ao ex. 6.7 a), pretende-se determinar o valor da renda no momento “0”:
A∞ = 4.000 × a∞ ⇔ A∞ = 4.000 ×
1 ⇔ A∞ = 80.000 0, 05
Quantia que o filantropo deve disponibilizar hoje, caso o primeiro prémio seja entregue de hoje a um ano FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
108
54
VI – RENDAS Rendas perpétuas
Continuação do ex. 6.7 b) Considere, agora, que o prémio anual deverá começar a ser atribuído hoje. Trata-se de determinar o valor da renda perpétua no momento “0” (neste caso, na data de vencimento do primeiro termo).
4.000
4.000
0
FEUALG
1
4.000
2
... ...
termos
∞
anos
Cálculo Financeiro 2009/2010
109
VI – RENDAS Rendas perpétuas
Como determinar o valor actual de uma renda perpétua, imediata e de termos antecipados? No ex. como determinar o valor da renda, no momento “0”?
ɺɺ = 4.000 × aɺɺ ⇔ A ɺɺ = 4.000 × a × (1 + i ) A ∞ ∞ ∞ ∞ ɺɺ = 4.000 × 1 × (1 + 0, 05 ) ⇔ A ɺɺ = 84.000 ⇔A ∞ ∞ 0, 05 Quantia que o filantropo deve disponibilizar hoje, caso o primeiro prémio seja entregue hoje.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
110
55
VI – RENDAS Rendas perpétuas
Continuação do ex. 6.7 c) Considere, agora, que o prémio anual deverá começar a ser atribuído de hoje a três anos. Trata-se de determinar o valor da renda perpétua no momento “0” (neste caso, 3 anos antes da data de vencimento do primeiro termo, logo diferimento de 2 anos).
4.000
0
1
2
FEUALG
3
4.000
4
...
termos
∞
...
anos
Cálculo Financeiro 2009/2010
111
VI – RENDAS Rendas perpétuas
Como determinar o valor actual de uma renda perpétua, diferida e de termos normais? No ex. como determinar o valor da renda, no momento “0”? t
A∞ = 4.000 × t a ∞ ⇔ A∞ = 4.000 × a∞ × (1 + i )
⇔
t
A∞ = 4.000 ×
−t
1 −2 × (1 + 0, 05 ) ⇔ A∞ = 72.562,358 0, 05
Quantia que o filantropo deve disponibilizar hoje, 3 anos antes de ser entregue o primeiro prémio
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
112
56
VI – RENDAS Rendas perpétuas
Em esquema, o valor de uma renda perpétua de termos constantes, para diferentes datas: c 0
1
c × a∞ × (1 + i )
t
2
−t
A∞
FEUALG
t
...
…
c
t +1 t + 2
c × a∞
c × a∞ × (1 + i )
A∞
ɺɺ A ∞
termos
∞
...
períodos
Para rendas perpétuas não faz sentido determinar o valor acumulado, uma vez que o número de termos tende para infinito.
Cálculo Financeiro 2009/2010
113
VI – RENDAS
Rendas constantes com diferentes taxas de juro Exemplo 6.8 Considere uma renda de 36 termos mensais de 250 euros cada, em que o primeiro termo vence no dia 13 de Novembro de 2008. Considere uma taxa de juro mensal de 1% de 13/10/2008 a 13/10/2009 e uma taxa de juro mensal de 0,75% durante o restante prazo. a) Calcule o valor da renda no dia 13 de Outubro de 2008.
Atenção: a renda é de termos constantes mas tem associada duas taxas de juro diferentes. Necessidade de desdobrar a renda numa soma de duas rendas. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
114
57
VI – RENDAS Rendas constantes com diferentes taxas de juro
250
250
...
250
13 /10 / 08 13/11/08 13/12/08 ... 13/10/09 i=1%
+ 250
...
250
13 /10 / 08 ... 13/10/09 13/11/09 ... 13/10/11 i =1%
FEUALG
i = 0,75%
Cálculo Financeiro 2009/2010
115
VI – RENDAS Rendas constantes com diferentes taxas de juro
Em termos algébricos, o valor da renda no dia 13/10/2008 corresponde a:
250 × a12 1% = 250 ×
1 − (1 + 0, 01) 0, 01
+
250 × a24 0,75% × (1 + 0, 01)
−12
250 × a24 0,75% × (1 + 0, 01)
−12
= 250 ×
−12
= 2.813, 769
1 − (1 + 0, 0075 )
−24
0, 0075
× (1 + 0, 01)
−12
= 4.856,376
2.813, 769 + 4.856,376 = 7.670,145 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
116
58
VI – RENDAS Rendas constantes com diferentes taxas de juro
Continuação do ex. 6.8: b) Calcule o valor da renda no dia 13 de Outubro de 2011. 250
...
250
13 /10 / 08 13/11/08 ... 13/10/09 13/11/09 ... 13/10/11 i =1%
i = 0,75%
+ 250
13 /10 / 08
...
...
250
13/10/09 13/11/09 ... 13/10/11 ì= 0,75%
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
117
VI – RENDAS Rendas constantes com diferentes taxas de juro
Em termos algébricos, o valor da renda no dia 13/10/2011 corresponde a:
(1 + 0, 01)
12
250 × s12 1% × (1 + 0, 0075 ) = 250 × 24
−1
0, 01
× (1 + 0, 0075 )
24
250 × s12 1% × (1 + 0, 0075 ) = 3.793,38 24
+
250 × s24 0,75% = 250 ×
(1 + 0, 0075) 0, 0075
24
−1
= 6.547,12
3.793,38 + 6.547,12 = 10.340, 50 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
118
59
VI – RENDAS
Rendas variáveis Exemplo 6.9 Considere uma renda de 12 termos trimestrais em que os primeiros 4 são iguais a 300 euros e os restantes a 400 euros. Pressuponha uma taxa de juro anual nominal de 8% a) Calcule o valor da renda na data de vencimento do último termo.
Atenção: a renda é de termos variáveis mas pode ser desdobrada numa soma de duas rendas de termos constantes. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
119
VI – RENDAS Rendas variáveis
i trim. =
i anual nominal → i trimestral
0
300
...
300
1
...
4
5
8% ⇔ i trim. = 2% 4
...
12
+ 0 FEUALG
...
4
400
...
400
5
...
12
Cálculo Financeiro 2009/2010
120
60
VI – RENDAS Rendas variáveis
Em termos algébricos, o valor da renda no momento “12” corresponde a:
300 × s4 2% × (1 + 0, 02 ) = 300 × 8
(1 + 0, 02 )
4
−1
0, 02
× (1 + 0, 02 ) = 1.448, 736 8
+ (1 + 0, 02 )
8
400 × s8 2% = 400 ×
0, 02
−1
= 3.433,188
1.448, 736 + 3.433,188 = 4.881,924 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
121
VI – RENDAS Rendas variáveis
Continuação do ex. 6.9: b) Calcule o valor da renda na data de vencimento do 1º termo.
0
0 FEUALG
300
...
300
1
...
4
1
...
+ 4
5
...
12
400
...
400
5
...
12
Cálculo Financeiro 2009/2010
122
61
VI – RENDAS Rendas variáveis
Em termos algébricos, o valor da renda na data de vencimento do 1º termo, corresponde a:
300 × aɺɺ4 2% = 300 ×
1 − (1 + 0, 02 )
−4
0, 02
× (1 + 0, 02 ) = 1.165,165
+
400 × 3 a 8 2% = 400 ×
1 − (1 + 0, 02 ) 0, 02
−8
× (1 + 0, 02 ) = 2.761,186 −3
1.165,165 + 2.761,186 = 3.926,351 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
123
VI – RENDAS Rendas variáveis: os termos variam de forma aleatória
Exemplo 6.10 Considere uma renda mensal com 4 termos normais de 100, 50, 300 e 75 euros, para a qual foi negociada uma taxa de juro anual nominal de 6% com capitalização de juros mensal. Calcule o valor actual da renda. Atenção: Os termos da renda variam aleatoriamente (são irregulares). Não é possível estabelecer qualquer relação na forma como os termos da renda variam.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
124
62
VI – RENDAS Rendas variáveis
i anual nominal → i mensal
0
i mensal =
6% ⇔ i mensal = 0,5% 12
100
50
300
75
1
2
3
4
meses
Cálculo do valor da renda no momento “0” = somatório do valor actual dos termos da renda , reportando-se todos ao mesmo momento, isto é ao momento “0”. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
125
VI – RENDAS Rendas variáveis: os termos variam de forma aleatória
Em termos algébricos, o valor da renda no momento “0” corresponde a: 100 50 300 75 + + + = 518, 0694 2 3 1 0, 005 + ( ) (1 + 0, 005) (1 + 0, 005) (1 + 0, 005)4
Em termos gerais, para rendas cujos termos variam de forma aleatória, o cálculo do valor actual (ou valor acumulado) corresponde a: Somatório do valor actual (ou valor acumulado) dos diversos termos da renda, reportando-se todos ao mesmo momento, isto é ao momento para o qual se pretende calcular o valor actual (ou valor acumulado) da renda. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
126
63
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.1 Conceitos genéricos
Um empréstimo é um contrato pelo qual uma das partes (o mutuante) cede a outra (o mutuário) determinada importância, ficando este último com a obrigação de restituir essa importância, acrescida dos juros acordados, de acordo com as condições inicialmente estabelecidas. Empréstimos clássicos: O empréstimo é concedido na sua totalidade por apenas uma entidade (há apenas um mutuante). Empréstimos obrigacionistas: Neste tipo de empréstimos, existem vários mutuantes. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
127
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Exemplo 7.1 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo bancário destinado à habitação: Montante do empréstimo: 100.000 euros; tipo de prestação: prestação constante; prazo do empréstimo: 10 anos; periodicidade das prestações: mensal. Para além dos dados gerais, considere que a taxa de juro anual nominal do empréstimo é igual a 4,5% e que a primeira prestação é paga um mês após a contracção do empréstimo. Determine o valor da prestação constante e o valor da amortização e do juro relativos à primeira e segunda prestações. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
128
64
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Como as prestações são mensais, é necessário converter a taxa de juro anual nominal na respectiva taxa de juro mensal proporcional: i=
4,5% ⇔ i = 0,375% 12
Neste caso, o montante da prestação constante não sofre qualquer ajustamento durante os 10 anos (120 meses), uma vez que a taxa de juro do empréstimo é fixa. Assim, o valor de cada prestação corresponde ao valor de cada mensalidade de uma renda com 120 termos constantes:
100.000 = c × a120 0,375% ⇔ c = 1.036,38 euros FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
129
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Como determinar o juro a incluir em cada período?
Capital em dívida no início do período × taxa de juro Como determinar a amortização a incluir em cada período?
Prestação do período − juro do período Note-se que: Prestação = juros + amortização Soma de todas as amortizações = valor total do empréstimo FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
130
65
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Voltando ao exemplo, o valor do juro e da amortização relativos à primeira prestação:
Juro a incluir na primeira prestação: 100.000 × 0, 00375 = 375 Amortização a incluir na primeira prestação: 1.036,38 − 375 = 661, 38
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
131
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
O valor do juro e da amortização relativos à segunda prestação:
Juro a incluir na segunda prestação:
(100.000 − 661,38) × 0, 00375 = 372,52 Amortização a incluir na segunda prestação: 1.036,38 − 372,52 = 663,86
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
132
66
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Dedução das fórmulas gerais que permitem determinar o valor da amortização e do juro a incluir em cada prestação constante, pressupondo que o vencimento da primeira prestação ocorre um período de tempo após a contracção do empréstimo. Considere-se:
C0 ≡ valor total do empréstimo n ≡ número de prestações periódicas c ≡ valor de cada prestação constante i ≡ taxa de juro fixa reportada ao período de tempo entre duas prestações consecutivas FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
133
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
O valor do juro incluído em cada prestação é dado por:
jk = Ck −1 × i com Ck −1 = C0 − ( m1 + m2 + ... + mk −1 ) para k = 1, 2,..., n Onde: jk ≡ juro relativo ao período k Ck −1 ≡ capital em dívida no início do período k mk ≡ amortização do empréstimo relativo ao período k
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
134
67
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Por outro lado, para qualquer prestação, verifica-se sempre:
jk + mk = c com k = 1, 2,..., n Pelo que:
C0 − ( m1 + m2 + ... + mk −1 ) × i + mk = c Por sua vez, o capital em dívida no início do período k, corresponde ao valor actualizado das prestações vincendas, pelo que:
1 − (1 + i )k −1− n × i ( c × an − k +1 ) × i + mk = c ⇔ mk = c 1 − i FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
135
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Deste modo, e após algumas transformações algébricas, é possível determinar o valor da amortização e do juro relativo a um determinado período, período como função do valor da prestação, do número total de prestações e da taxa de juro. Assim:
mk = c (1 + i )
k −1− n
jk = c 1 − (1 + i )
FEUALG
k −1− n
Cálculo Financeiro 2009/2010
136
68
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS 7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Voltar ao exemplo 7.1.a) - calcular o valor da amortização e do juro, relativos à primeira e à segunda prestação, aplicando as fórmulas gerais: m1 = c (1 + i )
1−1− n
m2 = c (1 + i )
k −1− n
⇒ m1 = 1.036, 38 × (1 + 0, 00375 )
1−1−120
⇒ m2 = 1.036,38 × (1 + 0, 00375 )
⇔ m1 = 661, 38
2 −1−120
⇔ m2 = 663,86
1−1− n ⇒ j1 = 1.036,38 × 1 − (1 + 0, 00375 )1−1−120 ⇔ j1 = 375 j1 = c 1 − (1 + i ) 2 −1− n 2 −1−120 ⇒ j2 = 1.036,38 × 1 − (1 + 0, 00375 ) ⇔ j2 = 372,52 j2 = c 1 − (1 + i )
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
137
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Exemplo 7.2 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo bancário destinado à habitação: Montante do empréstimo: 100.000 euros; tipo de prestação: prestação constante; prazo do empréstimo: 10 anos; periodicidade das prestações: mensal. Para além dos dados gerais, considere que a taxa de juro anual nominal do empréstimo é igual a 4,5% e que existe um período de carência de 12 meses, o que implica apenas o pagamento de juros durante este período inicial de 12 meses. Determine o valor do juro mensal a pagar durante os 12 meses iniciais, o valor da prestação constante a pagar a partir do 13º mês e o valor do juro e da amortização a incluir no pagamento efectuado no 13º mês.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
138
69
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Nos primeiros 12 meses do empréstimo, o mutuário paga juros mensais no valor de:
jk = 100.000 × 0, 00375 ⇔ jk = 375 com k = 1, 2,...,12 Para um empréstimo com a duração de 10 anos, restam 108 prestações. Assim, o valor de cada prestação constante corresponde a:
c=
100.000 ⇔ c = 1.127, 76 a108 0,375%
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
139
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
O pagamento a efectuar no 13º mês corresponde ao valor da primeira prestação constante que inclui juro e amortização do empréstimo. Assim, aplicando as fórmulas:
mk = c (1 + i )
k −1− n
e jk = c 1 − (1 + i )
m1 = 1.127, 76 × (1 + 0, 00375 )
1−1−108
j1 = 1.127, 76 × 1 − (1 + 0, 00375 )
⇔ m1 = 752, 76
1−1−108
FEUALG
⇔ j1 = 375
Cálculo Financeiro 2009/2010
k −1− n
Valor da amortização e do juro a incluir na primeira prestação constante a pagar no 13º mês. 140
70
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Exemplo 7.3 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo bancário destinado à habitação: Montante do empréstimo: 100.000 euros; tipo de prestação: prestação constante; prazo do empréstimo: 10 anos; periodicidade das prestações: mensal. Para além dos dados gerais, considere que a taxa de juro anual nominal do empréstimo é igual a 4,5% e que existe um período de diferimento de 12 meses, o que pressupõe a existência de um período durante o qual não existe pagamento de juros nem amortização de capital (neste caso durante 12 meses). Determine o valor da prestação constante a pagar a partir do 13º mês e o valor do juro e da amortização a incluir no pagamento efectuado no 13º mês.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
141
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Como durante, o primeiro ano, não é paga qualquer prestação do empréstimo, é necessário calcular o capital em dívida no início do segundo ano: 12
0, 045 C12 = 100.000 × 1 + ⇔ C12 = 104.593,98 12 Com base neste capital é aplicada a fórmula de cálculo do valor da prestação constante com taxa de juro fixa:
c=
FEUALG
104.593,98 ⇔ c = 1.179,57 a108 0,375%
Cálculo Financeiro 2009/2010
142
71
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
O pagamento a efectuar no 13º mês corresponde ao valor da primeira prestação. Assim, aplicando as fórmulas:
mk = c (1 + i )
e jk = c 1 − (1 + i )
k −1− n
k −1− n
Valor da amortização e do juro a incluir na primeira prestação 1−1−108 ⇔ j1 = 392, 23 constante a pagar j1 = 1.179,57 × 1 − (1 + 0, 00375 ) no 13º mês.
m1 = 1.179,57 × (1 + 0, 00375 )
1−1−108
FEUALG
⇔ m1 = 787,34
Cálculo Financeiro 2009/2010
143
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.1 Empréstimos clássicos – Reembolso em prestações periódicas constantes
Dedução de uma fórmula que permite relacionar o valor da amortização a ocorrer em diferentes períodos de tempo, no caso de prestações constantes
mk = c (1 + i )
k −1− n
, logo:
m1 = c (1 + i )
1−1− n
m2 = c (1 + i )
(1 + i ) ⇔ m2 = m1 (1 + i ) 2 2 ⇔ m3 = c (1 + i ) m3 = c (1 + i ) (1 + i ) ⇔ m3 = m1 (1 + i ) 4 −1− n 1−1− n 3 3 ⇔ m4 = c (1 + i ) m4 = c (1 + i ) (1 + i ) ⇔ m4 = m1 (1 + i ) 2 −1− n
⇔ m2 = c (1 + i )
1−1− n
3−1− n
1−1− n
⋮ mk = m1 (1 + i ) FEUALG
k −1
e
mk = my (1 + i )
k−y
Cálculo Financeiro 2009/2010
com y < k 144
72
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
Exemplo 7.4 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo: Montante do empréstimo: 24.000 euros; método de reembolso: amortizações mensais constantes e juros pagos mensalmente; prazo do empréstimo: 5 anos. Para além dos dados gerais, considere que a taxa de juro anual nominal do empréstimo é igual a 4,5%. Determine o valor da amortização constante a pagar mensalmente e o valor do juro a pagar relativo à primeira e à segunda prestação.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
145
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
Como os juros são pagos mensalmente, é necessário converter a taxa de juro anual nominal na respectiva taxa de juro mensal proporcional: i=
4,5% ⇔ i = 0,375% 12
Neste caso, o montante da amortização constante não sofre qualquer ajustamento durante os 10 anos (120 meses), uma vez que o empréstimo é reembolsado através de amortizações constantes. Assim, o valor de cada amortização constante corresponde a:
m1 = m2 = ... = m60 = FEUALG
24.000 = 400 60
Cálculo Financeiro 2009/2010
146
73
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
Como determinar o juro a incluir em cada período?
Capital em dívida no início do período × taxa de juro Logo, o valor do juro relativo à primeira prestação corresponde a:
24.000 × 0, 00375 = 90 E, o valor do juro relativo à segunda prestação corresponde a:
( 24.000 − 400 ) × 0, 00375 = 88,5
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
147
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
Empréstimo com reembolso em amortizações periódicas constantes e com juros pagos periodicamente, nas datas coincidentes com a amortização do capital - Dedução das fórmulas gerais que permitem determinar o valor da amortização e do juro Considere-se:
C0 ≡ valor total do empréstimo n ≡ número de amortizações periódicas i ≡ taxa de juro fixa reportada ao período de tempo entre duas prestações consecutivas
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
148
74
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
O valor da amortização periódica corresponde a:
m1 = m2 = ... = mn =
C0 n
O valor do juro periódico corresponde a:
j1 = C0 × i C j2 = C0 − 0 × i n C C j3 = C0 − 0 − 0 × i e assim sucessivamente ... n n FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
149
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
Em termos gerais, a fórmula do juro relativo ao período k, corresponde a:
C jk = C0 − ( k − 1) 0 × i n Voltar ao exemplo 7.4 – calcular o valor da amortização relativa à primeira e à segunda prestação, aplicando as fórmulas gerais: C j1 = C0 − (1 − 1) 0 × 0, 00375 ⇒ j1 = [ 24.000 − 0] × 0, 00375 ⇔ j1 = 90 n C 24.000 j2 = C0 − ( 2 − 1) 0 × 0, 00375 ⇒ j2 = 24.000 − × 0, 00375 ⇔ j2 = 88,5 n 60 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
150
75
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
Exemplo 7.5 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo: Montante do empréstimo: 12.000 euros; método de reembolso: amortizações mensais constantes e juros pagos na totalidade na data da última amortização; prazo do empréstimo: 2 anos. Para além dos dados gerais, considere que a taxa de juro anual nominal do empréstimo é igual a 6%. Determine valor do juro total a pagar.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
151
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
12.000 24
0
1
12.000 24
2
...
...
12.000 + J 24 24
24
Valor total do Empréstimo: 12.000 euros
12.000 ⇒ valor de cada amortização constante 24
J 24 ⇒ valor dos juros totais a pagar no último mês FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
152
76
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
Para determinar o valor dos juros totais, recorre-se a uma equação de equivalência de capitais. Como os pagamentos são efectuados mensalmente, a taxa de juro a aplicar também deverá ser mensal. Assim, com todos os capitais reportados ao momento zero, a equação corresponde a:
12.000 =
12.000 J 24 a24 0,5% + 24 24 (1 + 0, 005)
Resolvendo esta equação em ordem aos juros totais, vem: −24 12.000 1 − (1 + 0, 005 ) 24 × × (1 + 0, 005 ) ⇔ J 24 = 809,94 J 24 = 12.000 − 24 0, 005
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
153
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
Em termos gerais, para um empréstimo com reembolso através de amortizações periódicas constantes, a fórmula que permite determinar o valor do juro, quando este vence na totalidade na data da última amortização, corresponde a:
C J n = C0 − 0 × an n
n × (1 + i )
a n J n = C0 (1 + i ) 1 − n n FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
154
77
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
Exemplo 7.6 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo: Montante do empréstimo: 12.000 euros; método de reembolso: amortizações mensais constantes e juros pagos na totalidade na data da contracção do empréstimo; prazo do empréstimo: 2 anos. Para além dos dados gerais, considere que a taxa de juro anual nominal do empréstimo é igual a 6%. Determine o valor do juro total a pagar.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
155
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
J0
12.000 24
12.000 24
0
1
2
...
...
12.000 24
24
Valor total do Empréstimo: 12.000 euros
12.000 ⇒ valor de cada amortização constante 24
J 0 ⇒ valor dos juros totais a pagar na data da contracção do empréstimo FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
156
78
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
Para determinar o valor dos juros totais, recorre-se a uma equação de equivalência de capitais. Como os pagamentos são efectuados mensalmente, a taxa de juro a aplicar também deverá ser mensal. Assim, com todos os capitais reportados ao momento zero, a equação corresponde a:
12.000 =
12.000 a24 0,5% + J 0 24
Resolvendo esta equação em ordem aos juros totais, vem:
12.000 1 − (1 + 0, 005 ) × J 0 = 12.000 − 24 0, 005 FEUALG
−24
⇔ J 0 = 718, 567
Cálculo Financeiro 2009/2010
157
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortizações periódicas constantes
Em termos gerais, para um empréstimo com reembolso através de amortizações periódicas constantes, a fórmula que permite determinar o valor do juro, quando este vence na totalidade na data da contracção do empréstimo, corresponde a:
J 0 = C0 −
C0 × an n
a J 0 = C0 1 − n n FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
158
79
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortização única
Exemplo 7.7 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo: Montante do empréstimo: 15.000 euros; método de reembolso: amortização única no fim do prazo do empréstimo e juros pagos na totalidade no fim do prazo do empréstimo; prazo do empréstimo: 2 anos. Para além dos dados gerais, considere que a taxa de juro anual nominal do empréstimo é igual a 6%, com capitalização de juros anual. Determine o valor do juro total a pagar.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
159
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortização única
15.000 + J n = 2
0
1
2
Valor total do Empréstimo: 15.000 euros
15.000 ⇒ valor da amortização única
J n = 2 ⇒ valor dos juros totais a pagar no fim do prazo do empréstimo FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
160
80
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortização única
Para determinar o valor dos juros totais, recorre-se a uma equação de equivalência de capitais. Assim, com todos os capitais reportados ao momento zero, a equação corresponde a:
15.000 =
15.000
(1 + 0, 06 )
2
+
J n= 2
(1 + 0, 06 )
2
Resolvendo esta equação em ordem aos juros totais, vem:
15.000 2 J n = 2 = 15.000 − × (1 + 0, 06 ) ⇔ J n =2 = 1.854, 00 2 (1 + 0, 06 ) FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
161
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortização única
Em termos gerais, para um empréstimo com reembolso através de amortização única no fim do prazo do empréstimo, a fórmula que permite determinar o valor do juro, quando este vence na totalidade no fim do prazo do empréstimo, corresponde a:
C0 n J n = C0 − × (1 + i ) n (1 + i ) n J n = C0 (1 + i ) − 1
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
162
81
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortização única
Exemplo 7.8 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo: Montante do empréstimo: 18.000 euros; método de reembolso: amortização única no fim do prazo do empréstimo e juros pagos na totalidade na data da contracção do empréstimo; prazo do empréstimo: 2 anos. Para além dos dados gerais, considere que a taxa de juro anual nominal do empréstimo é igual a 6%, com capitalização de juros anual. Determine o valor do juro total a pagar.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
163
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortização única
J0
18.000
0
1
2
Valor total do Empréstimo: 18.000 euros
18.000 ⇒ valor da amortização única
J 0 ⇒ valor dos juros totais a pagar na data da contracção do empréstimo FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
164
82
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortização única
Para determinar o valor dos juros totais, recorre-se a uma equação de equivalência de capitais. Assim, com todos os capitais reportados ao momento zero, a equação corresponde a:
18.000 = J 0 +
18.000
(1 + 0, 06 )
2
Resolvendo esta equação em ordem aos juros totais, vem:
J 0 = 18.000 −
FEUALG
18.000
(1 + 0, 06 )
2
⇔ J 0 = 1.980, 064
Cálculo Financeiro 2009/2010
165
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortização única
Em termos gerais, para um empréstimo com reembolso através de amortização única no fim do prazo do empréstimo, a fórmula que permite determinar o valor do juro, quando este vence na totalidade na data da contracção do empréstimo, corresponde a:
J 0 = C0 −
C0
(1 + i )
n
1 J 0 = C0 1 − n (1 + i ) FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
166
83
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortização única
Exemplo 7.9 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo: Montante do empréstimo: 13.000 euros; método de reembolso: amortização única no fim do prazo do empréstimo e juros constantes pagos no fim de cada ano; prazo do empréstimo: 2 anos. Para além dos dados gerais, considere que a taxa de juro anual nominal do empréstimo é igual a 6%, com capitalização de juros anual. Determine o valor do juro total a pagar.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
167
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortização única
0
j1
13.000 + j2
1
2
Valor total do Empréstimo: 13.000 euros
13.000 ⇒ valor da amortização única
j1 = j2 ⇒ valor dos juros constantes a pagar no fim de cada período FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
168
84
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.2 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortização única
Como o capital em dívida mantém-se inalterado durante o período de vida do empréstimo, os juros são iguais para os diferentes períodos. Então:
j1 = j2 = 13.000 × 0, 06 = 780 Em termos gerais, para um empréstimo com reembolso através de amortização única no fim do prazo do empréstimo, a fórmula que permite determinar o valor do juro constante pago no fim de cada período, corresponde a:
jk = C0 × i com k = 1, 2,..., n FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
169
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
Exemplo 7.10 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo: Montante do empréstimo: 2.000 euros; método de reembolso: amortizações semestrais constantes e juros pagos semestralmente; prazo do empréstimo: 2 anos. Para além dos dados gerais, considere que a taxa de juro anual nominal do empréstimo é igual a 6%, com capitalização de juros semestral. Elabore o quadro de amortização.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
170
85
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
Quadro de Amortização Período (em sem) (a)
Capital em dívida no início do período (b)
Juro do período (c)
Amortização do período (d)
Prestação
1
2.000
60
500
560
2
1.500
45
500
545
3
1.000
30
500
530
4
500
15
500
515
(e)
Estes dois valores deverão ser sempre iguais
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
171
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
Notas para a construção do quadro de amortização: Uma vez que o empréstimo é reembolsado pelo método das amortizações constantes, o primeiro passo para a construção do quadro de amortização consiste no cálculo da amortização:
m=
2.000 ⇔ m = 500 4
O que permite preencher a coluna (d). Por sua vez, também é possível preencher a coluna (a). Existem 4 períodos, uma vez que o empréstimo é reembolsado em amortizações semestrais durante 2 anos. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
172
86
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
Para preencher a coluna (b): Em relação ao primeiro período, o capital em dívida corresponde ao valor total do empréstimo. Em relação ao segundo período, o capital em dívida corresponde ao valor total do empréstimo menos a primeira amortização. Em relação ao terceiro período, o capital em dívida corresponde ao valor do capital em dívida no início do segundo período menos a segunda amortização. Em relação ao quarto período, o capital em dívida corresponde ao valor do capital em dívida no início do terceiro período menos a terceira amortização. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
173
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Reembolso em amortização única
Para preencher a coluna (c):
coluna (b) × taxa de juro do período
Para preencher a coluna (e):
coluna (c) + coluna (d)
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
174
87
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
Exemplo 7.11 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo: Montante do empréstimo: 3.000 euros; método de reembolso: prestações trimestrais constantes; prazo do empréstimo: 1 ano. Para além dos dados gerais, considere que a taxa de juro anual nominal do empréstimo é igual a 6%, com capitalização de juros trimestral. Elabore o quadro de amortização.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
175
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
Quadro de Amortização Período (em trim) (a)
Capital em dívida no início do período (b)
Juro do período (c)
Amortização do período (d)
Prestação
1
3.000
45
733,334
778,334
(e)
2
2.266,666
34
744,334
778,334
3
1.522,332
22,835
755,499
778,334
4
766,833
11,501
766,833
778,334
Estes dois valores deverão ser sempre iguais
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
176
88
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
Notas para a construção do quadro de amortização: Uma vez que o empréstimo é reembolsado pelo método das prestações constantes, o primeiro passo para a construção do quadro de amortização consiste no cálculo da prestação. De notar que as prestações são trimestrais pelo que é necessário calcular a respectiva taxa de juro trimestral. Assim: i(trim) =
c=
FEUALG
6% ⇔ i(trim) = 1, 5% 4
3.000 3.000 ⇔c= ⇔ c = 778,334 −4 a4 1,5% 1 − (1 + 0, 015 ) 0, 015 Coluna (e) Cálculo Financeiro 2009/2010
177
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
O processo de preenchimento das colunas (a), (b) e (c) é semelhante ao apresentado no exemplo 7.10.
Para preencher a coluna (d):
coluna (e) − coluna (c)
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
178
89
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
Exemplo 7.12 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo: Montante do empréstimo: 4.000 euros; método de reembolso: prestações anuais constantes e juros pagos semestralmente; prazo do empréstimo: 2 anos. Para além dos dados gerais, considere que a taxa de juro anual nominal do empréstimo é igual a 6%, com capitalização de juros semestral. Elabore o quadro de amortização.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
179
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
Quadro de Amortização Período (em sem) (a)
Capital em dívida no início do período (b)
Juro do período (c)
Amortização do período (d)
Prestação
1
4.000
120
-
120
(e)
2
4.000
120
1.970,44335
2.090,44335
3
2.029,55665
60,8867
-
60,8867
4
2.029,55665
60,8867
2.029,55665
2.090.44335
Estes dois valores deverão ser sempre iguais
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
180
90
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
Notas para a construção do quadro de amortização: O empréstimo é reembolsado pelo método das prestações constantes. No entanto, é diferente do ex. 7.11, porque existem pagamentos de juros em sub-períodos do período de pagamento das prestações constantes. Assim, o valor da prestação constante anual é calculada utilizando a taxa de juro semestral uma vez que esta prestação só inclui juros de um semestre, pois os juros do outro semestre já foram pagos separadamente.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
181
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
i( sem) =
c=
6% ⇔ i ( sem) = 3% 2
4.000 4.000 ⇔c= ⇔ c = 2.090, 44335 −2 a2 3% 1 − (1 + 0, 03) 0, 03 Prestação anual constante referente ao 2º e 4º períodos
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
182
91
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.3.5 Empréstimos clássicos – Construção de quadros de amortização
O processo de preenchimento das colunas (a) e (b) é semelhante ao apresentado no exemplo 7.10 e 7.11.
Para preencher a coluna (d):
coluna (e) − coluna (c) O método de preenchimento da coluna (c) é idêntico ao dos exemplos 7.10 e 7.11. No entanto, utiliza-se a taxa de juro semestral porque os juros são pagos semestralmente.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
183
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas
Obrigação: Obrigação Título representativo de um empréstimo de médio / longo prazo. Corresponde a uma promessa escrita do emitente, de pagar, a quem o detenha, o reembolso do capital e os juros calculados a uma taxa fixa ou variável, de acordo com as condições definidas na data de emissão e durante um certo período de tempo.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
184
92
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas
Três designações importantes: importantes Valor Nominal (VN): valor inscrito no título, corresponde ao valor sobre o qual incide o cálculo dos juros. Valor de Emissão (VE): é o montante a pagar para adquirir (“subscrever”) uma obrigação. Valor de Reembolso (VR): é o montante pago ao detentor de uma obrigação para amortizar a dívida contraída.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
185
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de prestações (aproximadamente) constantes, sem prémio de reembolso
Exemplo 7.13 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo obrigacionista: Nº de obrigações emitidas: 1.000; Valor Nominal: 50 euros; Taxa do cupão: 6%; Cupão anual; Reembolso ao par (Valor de Reembolso = Valor Nominal); Método de reembolso: prestações anuais constantes; prazo do empréstimo: 4 anos. Elabore o quadro de amortização.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
186
93
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de prestações (aproximadamente) constantes, sem prémio de reembolso
Elementos para a construção do quadro de amortização: Valor total do empréstimo:
Nº de obrig. emitidas (Q) × Valor Nominal (VN) Q × VN = 1000 × 50 = 50.000 euros Valor de cada prestação constante:
c=
Q × VN 1000 × 50 ⇔c= ⇔ c = 14.429,57 −4 an 1 − (1 + 0, 06 ) 0, 06
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
187
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de prestações (aproximadamente) constantes, sem prémio de reembolso
Quadro de Amortização Período (anos) (a)
Capital em dív. início do período (b)
Juro do período (c)
Nº obrig. amortiz. (d)
Amortização do período (e)
Prestação
1
50.000
3000
229
11.450
14.450
2
38.550
2313
242
12.100
14.413
3
26.450
1587
257
12.850
14.437
4
13.600
816
272
13.600
14.416
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
(f)
188
94
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de prestações (aproximadamente) constantes, sem prémio de reembolso
Notas para a construção do quadro de amortização: O empréstimo é reembolsado pelo método das prestações constantes. No entanto, o valor de todas as prestações não é exactamente constante, mas apenas aproximadamente constante. Qual é a justificação para este facto? R: As amortizações são feitas por números inteiros de obrigações, pelo que o valor das prestações pode apresentar, entre si, algumas diferenças monetárias
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
189
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de prestações (aproximadamente) constantes, sem prémio de reembolso
Como preencher a primeira linha do quadro de amortização? Coluna (b): 1.000 x 50 = 50.000 Coluna (c): 50.000 x 0,06 = 3.000 Coluna (d): 14.429,57 − 3000 = 228,5914 → 228 50
Coluna (e): 229 × 50 = 11.450
Coluna (f): 11.450 + 3.000 = 14.450 FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
190
95
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de prestações (aproximadamente) constantes, sem prémio de reembolso
Como preencher a segunda linha do quadro de amortização?
Coluna (b): 50.000 − 11.450 = 38.550
Coluna (c): 38.550 × 0, 06 = 2.313 Coluna (d):
14.429,57 − 2.313 = 242,3314 → 242 50
Coluna (e): 242 × 50 = 12.100 Coluna (f): 12.100 + 2.313 = 14.413
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
191
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de prestações (aproximadamente) constantes, com prémio de reembolso
Exemplo 7.14 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo obrigacionista: Nº de obrigações emitidas: 1.000; Valor Nominal: 50 euros; Taxa do cupão: 6%; Cupão anual; Prémio de reembolso: 0,20 euros; Método de reembolso: prestações anuais constantes; prazo do empréstimo: 4 anos. Elabore o quadro de amortização.
O exemplo é semelhante ao do ex. 7.13, com excepção do prémio de reembolso. FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
192
96
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de prestações (aproximadamente) constantes, com prémio de reembolso
Quadro de Amortização Período (anos) (a)
Capital em dív. início do período (b)
Juro do período
Nº obrig. amortiz.
(c)
(d)
Amortiz. do período (e)
Prémio de Prestação reembolso (f)
(g)
1
50.000
3000
229
11.450
45,80
14.495,80
2
38.550
2313
242
12.100
48,40
14.461,40
3
26.450
1587
257
12.850
51,40
14.488,40
4
13.600
816
272
13.600
54,40
14.470,40
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
193
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de prestações (aproximadamente) constantes, com prémio de reembolso
Notas para a construção do quadro de amortização: O quadro de amortização é semelhante ao do ex. 7.13, excepto a coluna (f) e a coluna (g).
coluna (f) = coluna (d) × prémio de reembolso coluna (g) = coluna (c) + coluna (e) + coluna (f)
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
194
97
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de amortizações constantes, sem prémio de reembolso
Exemplo 7.15 Considere os seguintes dados gerais relativos a um empréstimo obrigacionista: Nº de obrigações emitidas: 2.500; Valor Nominal: 50 euros; Taxa do cupão: 5%; Cupão semestral; Reembolso ao par (Valor de Reembolso = Valor Nominal); Método de reembolso: amortizações semestrais constantes, com juros pagos semestralmente; prazo do empréstimo: 2 anos. Elabore o quadro de amortização.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
195
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de amortizações constantes, sem prémio de reembolso
Quadro de amortização Juro do período (c)
Nº obrig. amortiz. (d)
Amortização do período (e)
125.000
3.125
625
31.250
34.375
93.750
2.343,75
625
31.250
33.593,75
3
62.500
1.562,50
625
31.250
32.812,50
4
31.250
781,25
625
31.250
32.031,25
Período (sem) (a)
Capital em dív. início do período (b)
1 2
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
Prestação (f)
196
98
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de amortizações constantes, sem prémio de reembolso
Notas para a construção do quadro de amortização: Uma vez que o empréstimo obrigacionista é reembolsado pelo método das amortizações constantes, o primeiro passo para a construção do quadro de amortização consiste no cálculo da amortização:
m=
Q × VN 2.500 × 50 ⇒m= ⇔ m = 31.250 n 4
O que permite preencher a coluna (e).
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
197
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Reembolso através de amortizações constantes, sem prémio de reembolso
Por sua vez, a coluna (d), corresponde a:
2.500 31.250 = 625 ou = 625 4 50 Para preencher a coluna (c), é necessário calcular a taxa de juro semestral uma vez que os juros são semestrais: i ( sem) =
5% = 2,5% 2
As restantes colunas são preenchidas pelo processo já apresentado nos exercícios anteriores.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
198
99
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Taxa efectiva de custo para o emitente
Exemplo 7.16 Considere os dados gerais do exemplo 7.14. Dados adicionais: Valor de emissão: 49,50 euros Custos com a emissão: 490 euros. Calcule a taxa efectiva de custo para o emitente do empréstimo.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
199
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Taxa efectiva de custo para o emitente
A taxa de juro efectiva para o emitente do empréstimo obrigacionista pode ser diferente da taxa de juro contratual, devido a: Valor de emissão pode ser diferente do valor nominal Pode existir prémio de reembolso Existência de encargos com a emissão de um empréstimo obrigacionista
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
200
100
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Taxa efectiva de custo para o emitente
Como determinar a taxa efectiva de custo para o emitente? Recorre-se a uma igualdade de capitais, cujo momento de referência é o período zero, sendo que a taxa de juro de actualização utilizada nesta igualdade corresponde à taxa de juro efectiva de custo para o emitente do empréstimo. No exemplo, vem: 49,50 ×1000 − 490 =
14.495,80 14.461, 40 14.488, 40 14.470, 40 + + + 2 3 4 1+ if (1 + i ) (1 + i ) (1 + i ) f
i f = 7, 032%
f
f
Valor obtido através das funções financeiras do Excel
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
201
VII – EMPRÉSTIMOS CLÁSSICOS E OBRIGACIONISTAS
7.4 Empréstimos obrigacionistas – Taxa efectiva de custo para o emitente
Em termos gerais, para determinar a taxa efectiva de custo para o emitente, considere-se o seguinte esquema relativo às entradas e saídas de capital, relativamente ao emitente do empréstimo obrigacionista:
+ C0' 0
− T1
− T2
⋯
− Tn
1
2
⋯
n
onde: C'0 = Q × VE − Ce Ce = custos com a emissão Tk = serviço da dívida no período k ( k = 1, 2,..., n )
T T2 C = 1 + 1 + i f (1 + i f ' 0
FEUALG
)
2
+ ... +
Tn
(1 + i ) f
n
Equação que permite determinar a taxa efectiva de custo para o emitente, i f , utilizando para tal as funções financeiras do Excel.
Cálculo Financeiro 2009/2010
202
101
VIII – ANÁLISE FINANCEIRA DE INVESTIMENTOS
Significado do VAL (Valor Actual Líquido) e da TIR (Taxa Interna de Rendibilidade)
Significado do VAL (Valor Actual Líquido): Valor actual de todos os fluxos monetários gerados por um projecto, quer os custos, quer os benefícios, onde os custos aparecem com sinal negativo e os lucros com sinal positivo.
Significado da TIR (Taxa Interna de Rendibilidade): Taxa de actualização relativa aos fluxos gerados por um projecto, que torna o VAL = 0, ou seja, é a taxa de actualização que iguala os custos aos proveitos.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
203
VIII – ANÁLISE FINANCEIRA DE INVESTIMENTOS
Significado do VAL (Valor Actual Líquido) e da TIR (Taxa Interna de Rendibilidade)
Exemplo 8.1: Considere uma empresa que efectua um investimento de 25.000 euros. A empresa espera com este investimento obter as seguintes receitas e despesas, durante os primeiros três anos: Receitas
Despesas
Fluxos de tesouraria
1º ano
19.500
9.000
10.500
2º ano
20.500
9.500
11.000
3º ano
21.250
10.500
10.750
Supondo que a taxa de juro de referência prevista durante os próximos 3 anos é de cerca de 10%, determine o VAL e a TIR.
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
204
102
VIII – ANÁLISE FINANCEIRA DE INVESTIMENTOS
Significado do VAL (Valor Actual Líquido) e da TIR (Taxa Interna de Rendibilidade)
VAL = −25.000 +
10.500 11.000 10.750 + + 2 1 + 0,10 (1 + 0,10 ) (1 + 0,10 )3
VAL = 1.713 euros
25.000 =
10.500 11.000 10.750 + + ⇔ TIR = 13,835% 2 1 + TIR (1 + TIR ) (1 + TIR )3
VAL > 0 → TIR > taxa de juro de referência
FEUALG
Cálculo Financeiro 2009/2010
205
103
View more...
Comments