Sistema Nacional de Economia Política - Friedrich List
December 8, 2016 | Author: Eden Oliveira | Category: N/A
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Sistema Nacional de Economia Política - Friedrich List Os Italianos Na obra de Friedrich List, é vista uma forte nacionalidade do autor onde começa contando a história dos italianos. Como é conhecido e sabe-se fiel junto à história que a Itália foi o berço do capitalismo comercial, de fato sua geografia deram todo favorecimento para a sua impulsão. Para List “O mundo civilizado recebeu da Itália as instituições bancárias, à bússola, melhorias na arquitetura naval, o sistema de câmbio e um sem número de costumes e leis comerciais de grande utilidade, bem como grande parte de suas instituições municipais e governamentais” (p.10). Uma forte crítica vista na obra de List é quando ele afirma que faltou união aos italianos que posteriormente pelos ingleses foi muito bem aplicado. A nação italiana destruiu a si mesma, essa falta de unidade nacional levam à decadência da própria nação, cabendo ressaltar aqui quando o país está em formação. Um único Estado ou vários estados que aplicarem a política protecionista não mantiverem um vínculo de união logo irão cair se encontrarem uma nação mais forte, “a liberdade máxima de comércio internacional pode resultar em servidão nacional” (p14). Dentro disso podemos analisar o caso do Brasil que manteve comércio com os europeus e até hoje grande parte de nossa economia vive em servidão, só mudou de continente. Se os estados brasileiros no período de formação tivessem tido um pouco mais de união, será que não poderia ter sido diferente? É óbvio que sim. Avançando mais um pouco na história encontramos os Hanseáticos, muito bem elogiado por List. A liga Hanseática logo cedo obteve prosperidade, grande parte dessas cidades tinham certo progresso em artes e manufaturas, afirma autor. List ressalta o ataque que esses países sofriam e a necessidade que tinham de se fortalecer, por isso a criação da Liga Hanseática com objetivo de proteção e expansão. A Hansa (Liga) estabeleceram políticas comerciais para obterem certo grau de evolução, um exemplo foi os portos marítimos que se estabeleceram. Grande parte dos europeus criaram políticas protecionistas que ao analisarmos percebe-se que faltou ao Brasil um pouco disto na era da dominação. Muitos desses países europeus se fecharam a navegação estrangeira e também nossos “irmãos” estadunidenses antes de sua independência. A Liga Hanseática no mercado, introduzindo fábricas para fornecer artigos manufaturados a todos os países. Por fim a Liga Hanseática foi cortada de privilégios comerciais ferindo assim suas políticas. “Os holandeses e os ingleses os expulsaram de todos os mercados suplantando-os em todos os cortes. Finalmente a descoberta da rota comercial para as Índias Orientais pelo Cabo de Boa Esperança afetou seriamente a liga e lhe trouxe grande prejuízo” (p.20-21). O defeito dos Hansa foi uma política centralizada fraca, existiam muitos interesses individuais, o que só levou a destruição. A Liga não tinha indústria de fabricação de produtos, mas apenas de extração de matéria prima e só isto era suficiente, não acumularam certo grau de riqueza. Sem políticas comerciais adequadas e de implementação de indústrias chaves o país que visa crescer e
desenvolver-se não obterá êxito. A Inglaterra com uma política comercial restritiva de proteção ao comércio interno teve grande sucesso. Desta forma bloquear o comércio interno quando estão nascentes os países é uma solução, ainda mais se tal país tem muitas riquezas naturais. Os holandeses Prosseguindo, Holanda tinha meios de transportes marítimos bem eficientes tinha-se a existência de cidades, segurança pública e vias de comunicação que é bem ressaltada por List. A Holanda soube organizar-se economicamente era o principal centro manufatureiro, List enuncia que devido as constantes lutas contra salteadores e invasões os holandeses especializaram-se nos requisitos empresariais. Celso Furtado em Formação Econômica do Brasil, trata os holandeses como especialistas em questões financeiras. Sua especialização foi em produtos primários, não se tinha exércitos fortes, a capital da Holanda, Amsterdam, ficou sendo o centro comercial do mundo. Muitos dos holandeses praticavam a pirataria, inclusive é ressaltado por List que praticaram a pirataria contra os espanhóis, capturando parte da frota do tesouro espanhol. A grande fraqueza dos holandeses foi não ter um exército adequado para assim bater de frente com Inglaterra. Novamente a união entre as nações em desenvolvimento é posto por List, “se a Holanda, em união com Bélgica, com os distritos da Renânia e com a Alemanha setentrional, tivesse constituído um grande território nacional, teria sido difícil para a Inglaterra e para a França enfraquecer o poderio naval da Holanda, seu comércio exterior, e suas indústrias interna por meio de guerras e pela política comercial, como conseguiram efetivamente fazer” (p.29). Operar de maneira individual não é suficiente, é até um suicídio. Como é percebida a grandeza da Inglaterra partiu da criação de ovelhas e manufaturas de lã, era aplicável a criação de suinocultura, nisto aumentou a demanda no comércio exterior e o rumo mudou para a criação de ovelhas. Os ingleses excluíram a liga Hanseática tomando medidas políticas de repúblicas referentes à exportação, com isso houve o bloqueio favorecendo a Inglaterra e sua manufatura. A indústria de lã que os ingleses implementaram foi o pontapé inicial. Segundo List no reinado de Isabel ficou proibido à importação de artigos de metal e couro, houve contratação de mão de obra uma grande imigração de mineiros alemães e trabalhadores de metal. Também implementaram-se meios de construção naval dentro da Inglaterra dessa forma era restringida a importação e era estimulada a vinda de mão de obra qualificada pronta para ajudar no desenvolvimento. Os ingleses especializaramse na indústria naval e isto é percebido por sua localização geográfica, tomaram assim à costa marítima que era antes ocupada pelos holandeses, essa ocupação inglesa no mar foi de vital importância, pois deixaria a Inglaterra em uma situação favorável. O fechamento do comércio inglês não importando tecidos das índias fez com que os ingleses se aperfeiçoassem em suas próprias indústrias, preferiram assim fabricar seus próprios produtos. List enuncia isso como algo ruim, pois deveriam comprar mais
barato, os ingleses ganhariam mais poder e os países que compravam das índias comprariam um produto muito mais barato. O livre comércio não é viável no estágio de desenvolvimento, pois o país ainda está nascendo. As leis de navegação deram poder a Inglaterra para List poder é mais valioso que riqueza, do que adiantou o Brasil possuir tantas riquezas se não tinha poder? De nada adiantou, pois grande parte de sua riqueza foi usurpada por Portugal. Os ingleses adquiriram poder político, produção, riqueza ciência e artes. “O que as repúblicas italianas realizaram nos velhos tempos, não passou de uma brincadeira de criança” (p.39). A posição geográfica como já foi ressaltada deu aos ingleses uma grande hegemonia. Os ingleses foram favorecidos pelas guerras no continente europeu, trazendo uma grande massa de mão de obra que ajudou no desenvolvimento dessa nação, tomando assim riqueza de algumas nações, sugando assim as riquezas de certos países mais fracos. Diferentemente espanhóis e portugueses não agiram de forma parecida com a dos ingleses e holandeses. List faz uma comparação dos ingleses para os espanhóis e portugueses, por um lado ingleses com mais fortuna e poder adquiridos em longo prazo por outros espanhóis e portugueses como jovens trabalhadores gastando todo o seu salário. A riqueza espanhola e portuguesa foi um tanto precipitada mesmo com uma esquadra naval poderosa. Essa mesma esquadra tanto espanhola como portuguesa sugaram da América central e sul grande parte do ouro, dessa forma começaram a comprar produtos manufaturados em seus mercados internos e a forma de pagar era em ouro ou prata. Os ingleses com o Tratado de Methuen favoreceu comercialização de seus produtos prejudicando os portugueses pagando metade dos direitos alfandegários. O tratado de Methuen trouxe grandes benefícios aos ingleses aumentando seu poderio de riqueza como já ficou explícito, “certamente, o Tratado de Methuen conferiu um privilégio a Portugal, mas o privilégio foi puramente nominal; o verdadeiro e real privilégio foi para a Inglaterra” (p.48), dessa forma o quadro para os ingleses de monopólio estava posto. Os portugueses se perderam na astúcia inglesa e toda a riqueza do Brasil foi para os ingleses por intermédio de Portugal. List enuncia isto de forma clara “Portugal recebia ouro e prata de suas colônias da América do Sul, em troca de bens manufaturados que enviava a essas colônias; mas, por indolência ou por incapacidade de fabricar tais produtos, Portugal os comprava dos ingleses, pagando com os metais preciosos, na medida em que não precisavam deles para a circulação no país, para exportá-lo para a Índia ou a china, comprando lá bens que a seguir, revendia, nos países do continente europeu, donde importavam produtos agrícolas, matéria-prima, ou novamente metais preciosos” (p.49). O Brasil se via diante disso em situação bem desfavorável, pois se tivessem tido políticas protecionistas isso poderia ter mudado. Os franceses foram diferentes em alguns aspectos, List enuncia Colbert, um político francês ministro do Estado de economia do Rei Luiz XIV, onde ele alocou fortes investimentos para a França, importando mão de obra, máquinas, ferramentas e
aplicando o sistema de taxas alfandegárias. A França tinha uma esquadra marítima forte bem desenvolvida e ainda uma indústria pesqueira bem aplicada. Novamente os ingleses implementaram suas políticas do livre comércio, após Colbert ter falecido, segundo List a França entrou em decadência com o Tratado de Eden, que reduzia a progressão de tarifas alfandegárias sobre os bens dos dois países, França e Inglaterra. É provável que adotar o livre comércio levaria qualquer país à decadência, pois a Inglaterra se beneficiou e muito. “O livre comércio da Inglaterra operou tal massacre entre as indústrias manufatureiras que haviam prosperado e crescido sob o sistema do bloqueio continental, que rapidamente se recorreu a um régime proibitivo” (p.57). Logo mais a frente à nação alemã surgia junto ao mar, florescendo assim à pesca, navegação e comércio marítimo externo. Eficiente em construções de estradas, e muito próspera no solo faltava-lhes algo que List ressalta em sua obra que é a união, as cidades alemãs faltavam união entre elas que praticamente é o cimento para desenvolver-se. Existia um problema, com o crescimento das cidades e aumento da agricultura, essas cidades trabalhavam para si mesmas, List aborda que trabalhavam para seu próprio desaparecimento. Uma sociedade que está se desenvolvendo precisa além de técnicas e conhecimento, união. “As energias da nação eram agora desviadas da busca do progresso da indústria, da agricultura, do comércio e da navegação” (p.61) Faltou no início do desenvolvimento da sociedade alemã, uma liderança de governo, que em sua política tivesse o foco na união e na liberdade da nação, List enuncia que a agricultura, indústria e comércio alemães seriam bem diferente sem a implementação do direito romano, pois este desorganizou. O desenvolvimento da Alemanha foi no campo intelectual, todo em cima de uma cultura teórica, um povo bastante estudioso. Já a Rússia deve agradecer a Grécia pelo avanço de sua civilização, indústria e também aos bárbaros que foram precursores preparando o terreno de avanço para os russos com o crescimento da agricultura, canais, estradas e um grande comércio exterior. Alguns privilégios concedidos a artesãos e manufatores produziram certo progresso, mas List coloca que a cultura da nação russa era imperfeita para avançar em outras áreas de desenvolvimento. O fator cultural é um dado importante, pois no Brasil vivia os índios e para modificar intelectualmente esses povos seria difícil, agora claro, para os portugueses foi fácil criando colônias e impondo seus estatutos. Os eventos externos e guerras abafaram a Rússia, fazendo com que tomasse outro rumo de exportação de matérias-primas e a importação de bens manufaturados. Novamente os ingleses bloquearam os países que estavam se desenvolvendo impondo restrições à importação de cereais, com o intuito de favorecer sua aristocracia. O protecionismo favoreceu a Rússia diferente do livre comércio, pois se um país que está em desenvolvimento utilizar a livre concorrência cairá em ruinas. O país em curso de desenvolvimento não tem força motriz se aplicar essa teoria, pois será sugado pelo país
mais forte. Assim os russos aplicaram o protecionismo utilizando seus próprios recursos, “a Rússia emancipou-se da Inglaterra”, (p.71). Bem diferente das muitas nações citadas os norte-americanos ganharam um conceito de nação unida, List elogia os estadunidenses colocando o rápido desenvolvimento, faz ainda menção da servidão que sofreram dos ingleses, como não é de extrema surpresa os ingleses taxaram qualquer iniciativa de manufaturas estadunidense. Com a Guerra da Independência sabemos que os estados unidos deu um grande salto econômico seu progresso por um lado melhorou, mas novamente de forma um tanto não amigável os ingleses aproveitaram-se da situação, pois os estados ainda em formação estavam fragilizados. Mas diferentemente de outros países adotaram o protecionismo aplicando uma política comercial única. Através da Guerra da Independência os manufatores receberam impulso atendendo o comercio interno até exportar, quão importante é aplicar uma política forte. A parte central e norte obtiveram avanço devido ao sistema protecionista, vale frisar que muita mão de obra inglesa veio para os Estados Unidos facilitando o crescimento das indústrias, muito dos produtos produzidos foram exportados, fica clara a importância de ter uma política com um pensamento independente desta forma os norte-americanos começaram a organizar-se financeiramente. “A miséria, a hostilidade e o crime são desconhecidas entre a população manufatureira desse país. Pelo contrário encontra-se a mais rigorosa moralidade, limpeza e asseio no vestir entre numerosos empregados e empregadas dos manufatores: fundam-se livrarias para proporcionar aos operários livros úteis e instrutivos; o trabalho não é estafante, o alimento é bom e de boa qualidade nutritiva” (p.76). Quão diferente é da situação brasileira onde era aplicada a escravidão, a situação do trabalhador escravo chegava a se deplorável. Enquanto muitos estados procuraram a aplicabilidade do livre comércio, os estadunidenses procuraram a prosperidade de uma nação, foram inteligentes ao se libertar dos ingleses. A população que ocupava a parte norte dos Estados Unidos, sempre foi mais desenvolvida pelo fato de estar na costa, todo capital se encontrava ali, a massa intelectual fazia parte desse aglomerado. Essa mesma parte norte era rica em aspectos importantes, mas eis uma pergunta que vem a soar, isso não causou desigualdade social entre norte e sul? Pode-se dizer que sim, onde o racismo, morte e muitas desigualdades aconteceram entre brancos e negros. Para List, a parte norte é central, ele vem a citar pouco a parte sul, vem ressaltar a intelectualidade da parte leste, na verdade a estrela formada dos quatro lados forma todo o corpo de desenvolvimento norte-americano. A política foi fundamental para o desenvolvimento dessa sociedade, seu crescimento como nação levou a proteção de seus produtos impondo restrições aos produtos importados e protegendo suas manufaturas. Na história algumas nações obtiveram êxito, diferentemente de algumas do qual nem passaram perto, apenas utilizaram de um conjunto de leis adequadas, administração
pública eficiente e política exterior juntamente com a união nacional. Uma falta de união nacional eficiente, por mais que os indivíduos sejam operosos, econômicos, inteligentes e de grande produção inventiva de nada adiantará. “A influência da liberdade da inteligência e da visão intelectual sobre a força e, portanto, sobre a capacidade produtiva e a riqueza de uma nação está demostrada, da maneira mais clara que se possa pensar, no exemplo da navegação” (p.81). Grande parte dos países praticou essa ferramenta no período de avanço, existia muito conhecimento em crescimento. Quem se deteve no aperfeiçoamento de técnicas marítimas obteve grande sucesso, pois com esquadras navais fortes os países usaram da maneira certa o implemento de suas políticas. List faz menção da América do Sul, no requisito esquadra naval, onde era necessária a implementação de políticas navais, mas o poderio naval não é a única arma industrial. Esperar que alguém tivesse o interesse de investir no Brasil era uma tolice na época colonial, esperamos demais o trem do desenvolvimento e acabamos ficando na estação. Mesmo que um país seja fraco em riqueza e não tenha grandes possessões territoriais, mas tenha liberdade e posição geográfica favorável só lhe restará ter a iniciativa. Existem duas divergências econômicas, o lado político e o cosmopolítico. List em oposição aos clássicos fala que Quesnay defendia a ciência cosmopolítica que no caso era a ciência que ensina como a humanidade atinge a prosperidade em oposição à economia política. Existem várias críticas feitas por List aos clássicos de terem negado uma economia justa, faz menção da grande influência da defesa do livre comércio. “Quanto menos cada indivíduo for impedido de buscar sua própria prosperidade individual, tanto maior o número e a riqueza daqueles com os quais tem livre intercâmbio, tanto maior a área na qual sua atividade individual pode ser exercida tanto mais fácil será para ele utilizar para o aumento de sua prosperidade as propriedades que lhe foram dadas pela natureza o conhecimento e os talentos que adquiriu, e as forças da natureza colocadas a sua disposição” (p.91). O livre comércio abafa qualquer força de desenvolvimento de países que estão nascendo. Uma grande solução é a união limpa entre as nações, é como se pudesse acontecer uma troca de forças para o desenvolvimento. List em alguns momentos reconheceu que a ideologia dos clássicos em parte estava certa, mas que a escola clássica se desviou da natureza da nacionalidade, interesse e condição específica. A escola clássica pregava união universal e paz perpétua, mas isso era diferente na realidade. Primeiramente a união política abriu o caminho à união comercial veio depois. Para List existe uma contradição de que não se vem primeiramente à união comercial e depois a união política sim o contrário. “Sustentamos, porém, como conclusão irrefutável que, nas atuais condições do mundo, o resultado da liberdade geral de comércio não seria uma república universal, mas, pelo
contrário, uma sujeição total das nações menos adiantadas à supremacia da potência industrial, comercial e naval atualmente dominante” (p.93). Se o Brasil tivesse conhecimento desse esclarecimento tão bem colocado por List à situação seria salvadora para a população brasileira. Uma república universal só pode ser realizada se uma grande parte das nações atingirem um mesmo grau de indústria e civilização de cultura e poderio. O sistema protecionista na visão de List é o meio mais eficaz para facilitar a união das nações, ou seja, a economia nacional ensina como cada nação individualmente chega ao estágio de desenvolvimento. Com o sistema protecionista iriam se excluir os artigos estrangeiros, em outras nações iria surgir um excedente de mão de obra de talentos e capital. Um segundo ponto é que o sistema protecionista ofereceria imigração de mão de obra, de talentos e capital, pois essa massa seria induzida a desenvolver a nação em crescimento. A causa da riqueza e a natureza da própria riqueza são ângulos totalmente diferentes. A força produtiva de certa riqueza é muito mais importante que a riqueza, ou seja, a forma como se forma a riqueza o que foi utilizado para gerar essa riqueza. É fundamental os países conservarem suas forças produtivas, pois é base. List concorda com Adam Smith no tocante as forças produtivas, ou seja a mão de obra e grau de habilidade, mas nenhum individuo já nasce dotado desse conhecimento. O individuo cria consciência de que deve por a mão na massa. Mas eis que surge uma pergunta, o que causa o trabalho, ou o que causa a ociosidade? Existe uma forte tendência cultural que influencia os indivíduos a trabalhar ou não trabalhar o individuo é educado, seja em ciência, religião, inteligência e moralidade, também vale ressaltar que o meio social é um ponto crucial nas questões do trabalho, os portugueses eram trabalhadores? Podemos dizer que eram donos de grandes navegações e que souberam muito bem como empregar as técnicas de escravização, mas claro e nada é mais lógico de que eles não iriam por a mão na massa e sim os escravos. Continuando suas afirmativas List comenta sobre a teoria dos valores de Adam Smith, mas existe um aspecto bem mais amplo da economia política de como despertar e desenvolver as forças de produção. “Suas investigações se restringem as atividades humanas que geram valores materiais” (p.99). A grande maioria dos clássicos apenas analisava a força de trabalho braçal desconsiderando o intelecto empregado. Os coloniais donos de escravos aumentavam sua mão de obra para assim poder produzir valores de trocas, mas acabaram prejudicando as forças produtivas do futuro. O gasto com investimentos voltados para o desenvolvimento da nação será utilizado para as gerações futuras onde iram promover e dar sustentação as forças produtivas da próxima geração. O trabalho físico no Brasil em tempos passados era importante, mas não houve diretrizes de investimentos para melhorar a massa populacional. Cada nação será produtiva se souber utilizar os recursos que adquiriram de outras nações.
“Em um Estado de atividade meramente agrícola, podem existir os caprichos e a escravidão, a superstição e a ignorância, a carência de meios de cultura, de comércio e de transporte, a pobreza e a fraqueza política. Em tal Estado, desperta-se e desenvolvese apenas uma parcela mínima das forças e poderes mentais e corporais latentes na nação, sendo aproveitado somente o mínima parte das forças e recursos colocados à disposição pela natureza, sendo pequena ou nula o acúmulo de capital” (p.102). Isso muito sobre a situação do Brasil de falta de organização, cultura tínhamos mão de obra e riqueza também só nos faltava claramente organização. Não é só a questão do valor trabalho, mas a força produtiva que deu valor ao trabalho realizado, ou seja, o intelecto. A prosperidade da nação só tende a aumentar e desenvolver-se quando suas forças de produção vão em mesma proporção. A nação deve abrir mão e abandonar um pouco a questão material para adquirir um pouco de cultura a uma grande escala de força de produção, pois desta forma irá obter grande vantagens futuras. O Brasil deveria ter se organizado dessa maneira, mas tomou outro rumo. Abertamente List faz críticas à divisão do trabalho posta por Adam Smith, afirmando que chega a ser uma ideia falsa ou indefinida. Segundo ele não era simplesmente divisão de trabalho, mas uma união que Adam Smith não seguiu mesmo como afirmou. Além da divisão do trabalho deve existir a união, tanto na forma de cooperação física como intelectual trabalhada assim em conjunto. Se não tivesse existido a escravidão no Brasil e houvesse implementado uma economia segmentadas em planos com técnicas de união das forças produtivas causariam um grande efeito. Dividiriam assim cada setor econômico de acordo com que cada território pode produzir de melhor, seria assim uma vantagem de desenvolvimento. Primeiramente haverá o aumento das forças de produção, logo dividem-se as ocupações e em seguida a cooperação das forças dos indivíduos, tanto braçal como intelectual. É preciso evitar a mutilação, ou seja, o estado das coisas que faltam atividades poderosas e que estão em constante falta desenvolvimento. Pois se houver aumento da população é possível que haja um grande deslocamento para certas atividades que estarão crescentes. Um exemplo foi o caso brasileiro de baixa produtividade do açúcar onde aconteceu a desvalorização do preço e a maioria da população se espalhou por estarem focados apenas em uma única atividade do setor da economia. É de grande importância a nação se diversificar em vários ramos de produção e não se concentrar apenas em uma atividade, agora claro ser racional e saber em que a natureza o abençoou, a nação precisa fomentar diretrizes dos ramos para o desenvolvimento, sendo assim é necessário um plano que desenvolva a nação no maior alto grau possível. “Toda a situação social de uma nação será sobretudo determinada pelo princípio da variedade e divisão das ocupações e da cooperação de suas forças produtivas” (p.113). Países que tem um o fator geográfico proporcional podem assim pela dádiva da
natureza ter um progresso de desenvolvimento melhor, o Brasil tinha e tem essa geografia, mas no requisito técnico e industrial houve essa falta. Como é importante a unidade de uma nação e suas forças produtivas, pois trabalharam não só para o desenvolvimento da sociedade atual, mas a que virá posteriormente. A economia privada apenas tem os olhos no progresso individual de cada empreendedor, já a economia nacional os olhos são voltados para os indivíduos, à diferença dessas duas é que na segunda existe uma unidade para justa cooperação. “O Estado impede o proprietário do navio de colocar a bordo escravos na costa ocidental da África e leva-los para América.” (p.117). Claro que esta afirmativa deve considerar-se a transparência do governo. List claramente de ideias protecionistas, o Estado tem direito e dever de defender os interesses da nação, as taxas protecionistas cobradas não diz o que cada indivíduo deve fazer com suas forças produtivas e seu capital. “O Estado deixa a critério de cada indivíduo como e onde investir seu capital, ou que profissão deve abraçar” (p.118). O Estado deve proteger aqueles que investem seu capital, pois concorrendo com outros países não ocorrerá risco de perda comercial. O mesmo Estado não irá impor restrições ao trabalho privado, mas assegura um campo mais propicio para que possam desenvolver-se. Só com o sistema protecionista é que se pode defender-se, a legislação deve ser posta pela própria nação e não meramente por outros. É preciso uma nação valorizar a nacionalidade, não focalizar apenas no interesse individual e também verificar os interesses intelectuais e políticos que sua sociedade possui. Para List a economia política tem o papel de civilizar as nações, pois esta garante existência, continuidade e ainda mais a economia política realiza o desenvolvimento da nação e impulsiona a inclusão desta na sociedade universal. A economia política é a teoria que nação precisa para desenvolver-se. A economia da nação deve desenvolver setores produtivos em sua devida proporção. Segundo List, existem estágios de desenvolvimento de uma nação, “estágio pastoril, estágio agrícola, estágio agromanufatureiro e estágio agromanufatureiro comercial” (p.125). O poder do Estado é fundamental para ter atividades e setores desenvolvidos, destaca ele em sua obra que o sistema protecionista protege a nação e faz com que ela possa criar força própria para se desenvolver. Os principais setores da economia devem ser protegidos especialmente, pois são o alavanque da economia, alguns exemplos são máquinas, conhecimento técnico, habilidade profissional, experiência e bastante mão de obra. O Brasil em séculos de nascimento era totalmente dependente, seu setor de produção forte era cana-de-açúcar e atividades meramente agrícolas do qual se obtinha uma boa receita, mas a partir dessa receita obtida não se gerou novas diretrizes de desenvolvimento. “Um Estado meramente agrícola será, do ponto de vista econômico e político, sempre dependente dos países estrangeiros que recebem seus produtos agrícolas em troca de bens manufaturados” (p.126). Para países subdesenvolvidos,
através de uma atividade forte em seu setor é preciso trabalhar de maneira planificada para gerar novas diretrizes de desenvolvimento. O Brasil dependeu muito da quantidade vendida no exterior, quando as vendas despencaram a economia entrou em pleno declínio. É muito importante cultivar e assegurar o mercado interno da economia, pois do que adianta procurar exportar toda sua riqueza para fora não utilizando de maneira inteligente? É preciso a nação gerar a riqueza e através dela direcionar para si mesma assim quando for comerciar no mercado externo não sofrerá danos. Um estado ou nação em formação precisa ter um plano econômico financeiro. List faz menção de que existe uma economia do povo identificando com a economia nacional e dentro dessas vertentes se ajuntará com a economia financeira que forma a economia política da nação. - Economia Financeira - Economia Política da Nação - Estado federativo - Contingente populacional - Extensão territorial - Instituições políticas - Civilização - Riqueza - Poder - Economia Nacional - Economia do povo
Mas essa forma sistemática esta errada acrescenta ele que é impossível regular a economia do povo com destaque no desenvolvimento da nação. Não que essa economia seja inferior, mas nessa forma sistemática prevalecem as leis naturais. Nesse sistema não existe nação economicamente unida pelo contrário existem sociedades separadas. “Em um país dedicado apenas à agricultura em estágio primitivo predominam as seguintes características: embotamento da mente, despreparo físico, adesão obstinada a conceitos, costumes, métodos, e processos antiquados, falta de cultura de prosperidade e de liberdade” (p.137).
A situação brasileira se encontrou na citação logo acima com suas atividades meramente agrícolas e agropecuárias, onde implementaram políticas de escravismo que perduraram em algumas atividades. As raízes se findaram em atividades econômicas de baixíssimo índice de desenvolvimento. Grande parte dos agricultores viveu separada, não existiam comunicação e intercambio cultural, ou troca de material de suas economias pouco se encontraram. A economia brasileira tinha potencialidades, mas era preciso trabalhar nelas, educando os produtores para montarem suas bases, criando unificação e assim trazendo rendimentos e investindo no próprio país, mas pouco se fez, não se tinha interesse de fazer por isso. Grande parte dos intercâmbios que existiam, toda a sua potencialidades de lucro se concentravam nas mãos de alguns poderosos. A economia de subsistência reinou no período de nascimento brasileiro. Para List a implementação da manufatura é imprescindível, pois é composta de aptidões mentais, habilidade e experiência. A agricultura segundo ele, leva mais força manual bruta, requer também uma força física muito mais rebuscada. A equivalência entre agricultura e manufatura são bem diferenciada, principalmente no que diz respeito à ciência e artes. List claramente diz que é preciso passar da agricultura para a manufatura, pois esta tem diretrizes muito maiores que a agricultura. Como a atividade manufatureira exige matemática, física, mecânica, química e arte do desenho, isso proporciona uma necessidade de educação e conhecimento proporcionando uma concorrência amigável, onde a sociedade irá se enriquecer. Também o implemento de máquinas aliada ao transporte pode gerar o poderio da força da nação. “Quanto mais prosperam tais cidades tanto mais prosperará a agricultura do país, e quanto mais forças a agricultura desenvolver, tanto maiores se tornarão essas cidades manufatureiras” (p.141).Como é importante a construção de cidades, pois estas proporcionam além de melhorias da sociedade, proporcionam também o despertar do intelecto, a sociedade poderá refinar sua cultura de uma forma contribuinte para a nação. Posteriormente para que certa nação gere certo desenvolvimento de suas potencialidades é preciso aperfeiçoamento das forças naturais de que possui. Em uma sociedade agrícola primitiva os recursos naturais, boa parte deles, são inutilizados. O Brasil sempre foi, e é rico em recursos naturais, o problema é que boa parte disso não se aproveitou e o que aproveitou tinha direção ao exterior. Se as potencialidades dos recursos naturais tivessem sido utilizadas de maneira inteligente a situação seria muito boa para o Brasil, pois iriamos disputar ponta a ponta com outras nações. Para List a indústria manufatureira abria as portas do horizonte do desenvolvimento. Países que tenham um clima favorável são adequados para se instalar neles, indústrias, fábricas e atividades que proporcionam crescimento e desenvolvimento desta maneira fica claro que o fator natural é de suma importância, e quando um país puramente agrícola fica sem utilizar esta atividade, prejudica-se a si mesmo.
“Se a importação de produtos naturais e de matérias-primas aumenta a influência de nosso país nos negócios mundiais e nos dá a possibilidade de comerciar com todas as outras nações e regiões, da mesma forma ao importarmos tecidos manufaturados, ficamos submetido à nação manufatureira mais adiantada, que poderá então nos governar da maneira como lhe aprouver, assim como a Inglaterra domina Portugal” (p.149). Segundo List boa parte de algumas nações foram à ruína pelo fato de exporta meios de subsistência, matérias primas e importando bens manufaturados. Praticando essa atividade a nação em si perde seu poderio. O Brasil só seria capaz de conseguir, no seu nascimento, uma organização interna, indústria nacional, liberdade e riqueza desenvolvendo suas potencialidades internas. List colocaria, desenvolvendo suas indústrias manufatureiras, criando cidades livre utilizando suas forças naturais, que seriam convertidos em capital produtivo. Toda a nação, assim como o Brasil, tem suas forças produtivas e forças instrumentais, mas List divide em dois aspectos, capital material e intelectual. A nação precisará converter forças naturais ociosas em capital material instrumentos que gerem renda a própria sociedade, utilizando políticas de favorecimento da manufatura nacional, isso irá atrair capital estrangeiro intelectual e material. Esse processo de formação do capital material é formado por uma ação recíproca entre capital intelectual da nação e o capital material, a uma troca entre essas duas atividades. Sendo assim a escravidão não tem lugar, pois é improdutivo trazer mão de obra forçada. Como o Brasil era extremamente agrícola não se tinha como direcionar o seu capital material para a criação de uma indústria de manufaturas. A indústria manufatureira segundo List tem grande índice de capitalização, podendo gerar uma grande rentabilidade para o agricultor, uma grande variedade de produtos e principalmente lucro. A terra é renda capitalizada, onde está impregnados quantidade e valor da renda, como também capital mental e material da nação. E todo aumento dessas forças produtivas da nação só tende a melhorar muitas dimensões do desenvolvimento. Um capital investido por uma nação meramente agrícola, uma boa parte sendo em manufaturas, fará render dez vezes mais o valor da terra, quão rentável teria sido se o Brasil tivesse utilizado essa atividade. Isso iria aumentar a força produtiva da nação com divisão do trabalho diversificada abrindo várias partes e por fim dando maior união às forças da nação, com intelecto e união as forças naturais para o desenvolvimento desta forma uma maior parte desse capital seria transferida em construção de casas, aplicação em força hidráulica e em muitas diversificações. O Brasil teve grandes oscilações em sua economia seja na era do açúcar, pecuária, mineração e o café. Isso por um tempo trouxe bons rendimentos, mas não foi duradoura e com período de demanda baixa no comércio exterior ocasionou uma baixa redução dos rendimentos de algumas destas economias. Fortemente List defende o protecionismo e continua a dizer que o livre comércio prejudica boa parte do comércio de algumas nações. A produção manufatureira, completa ele, gera dez a vinte vezes uma demanda maior dos produtos, criando uma grande força para o comércio interno.
Por um lado a indústria manufatureira propicia a nação a diversificar seus investimentos gerando crescimento e renda. List insiste que o capital material agrícola depende do capital material manufatureiro, onde a natureza mesmo que favoreça, não haverá um grande progresso, mas sim um retrocesso grande. Medidas protecionistas iram favorecer a política econômica da nação em desenvolvimento.
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