Simulado Bernoulli Enem 2018 WR Gabarito e Questões Comentadas Prova I

May 1, 2019 | Author: Juliana Silva | Category: Mexico, Pain, Donald Trump, Governo dos Estados Unidos, Human
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Simulado Bernoulli - ENEM 2018...

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SIMULADO 8 - ENEM 2018 - PROVA I

   S   S    A    O    I    G    I    G    D   O    L     Ó    C   O  ,    N    S   C    N   E    E   T    G    S    A   A    U   U    G    S    N    I    E    L    S   S    A   A    I    N   G    A    O    M    L    U   O    H   N    S   C    A    I    E    T    C    N   S    A     Ê    I    U    C   S    E

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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

lhos no Central Park quando recebeu a notícia de que

Questões de 01 a 45

fora escolhida como receptora do Porter Fund Literary Prize. Isso, contudo, não é informação suciente para armar que a escritora seja moradora de Nova Iorque.

Questões de 01 a 05 (opção inglês) QUESTÃO 01

NYUR

Porter Fund Literary Prize awarded to Padma Viswanathan Padma Viswanathan is the recipient of the 2017 Porter Fund Literary Prize, a $2,000 award presented annually by a nonprofit established in 1984 to honor the memory of Dr. Ben Kimpel, chairman of the English department at the University of Arkansas at Fayetteville and named for his mother, Gladys Crane Porter. The award goes to writers with an Arkansas connection. “It seemed somehow fitting that I received the call about being selected for the Porter Prize while watching my kids play in Central Park,” Viswanathan said. “No matter where I go now, Arkansas, my adopted home, exerts an irresistible pull. I didn’t know, when I moved to Fayetteville 11 years ago, whether Arkansas would have me, nor what I would have to offer this place. To To be awarded the Porter Prize feels l ike a response to those questions. I am profoundly honored.” Viswanathan, an associate professor of creative writing at the UA, will be honored at an award ceremony Thursday, Thursday, Oct. 26, at the Main Library’s Darragh Center Auditorium. Disponível em: . . Acesso em: 24 jul. 2017.

Segundo a notícia, a ganhadora do prêmio Porter Fund Literary Prize, Padma Viswanathan, é  A

natural do estado do Arkansas.

 B

filha adotiva de acadêmicos.

 C

moradora de Nova Iorque.

 D

professora universitária.

 E

ex-aluna de Ben Kimpel.

Na realidade, considerando que ela é uma professora associada da Universidade do Arkansas, conforme se lê no último parágrafo, o mais provável é que ela more nesse estado, o qual considera seu “lar adotivo”. D) CORRETA CORRETA –  – A alternativa está de acordo acord o com o seguinte excerto do texto: “Viswanathan, an associate professor of creative writing at the UA, will be honored at an award ceremony  […]”.  […]”.

E) INCORRETA  INCORRETA  – Embora, de acordo com o artigo, Ben Kimpel tenha sido presidente do Departamento de Inglês da Universidade do Arkansas em Lafayetteville, onde Padma Viswanathan trabalha como professora associada, não se arma que esta tenha sido aluna daquele, o que

invalida a alternativa E. QUESTÃO 02

7TCA

Ish: how a suffix became a word The canonical use of - is ish h  is as a suffix meaning “approximately”, as in bluish, tallish, sixish, or even hungry-ish. This is the definition – the only definition – that you’ll find in Merriam-Webster, which notes that -ish derives from the Old English -isc , of Germanic origin, which in turn is related to similar such suffixes in Dutch (-isch) and Greek (-iskos). For centuries now, -ish  has been rather promiscuous in English, attaching to a wide variety of words and even phrases. Take Take the following architectural architec tural observation […] from an 1894 article in The Daily News, a now-defunct London newspaper […]: “Some huge pile of building, generally much more Queen  Anne-ish than the houses of Queen Anne’s own time.”

Alternativa D Resolução:: Resolução  A) INCORRETA INCORRETA –  – O texto dá a entender que a escritora “adotou” o Arkansas como lar – “ Arkansas,  Arkansas, my adopted home  [...]”. Logo, não é possível armar que ela seja natural desse estado dos EUA. B) INCORRETA INCORRETA   – Existem alguns trechos no texto que, se interpretados equivocadamente, podem dar a entender que Viswanathan seja filha adotiva de acadêmicos. O primeiro desses trechos é o seguinte: “nonprot established  […] to honor the memory of Dr. Ben Kimpel  […]  […] and named for his mother, Gladys Crane Porter ”. Nesse trecho, explica-se que o prêmio de que fala o texto foi estabelecido em homenagem ao Dr. Ben Kimpel, cuja mãe se chamava Gladys Crane Porter. Portanto, não se faz qualquer referência à família de Viswanathan. O segundo trecho que pode levar a uma má interpretação do texto é este: “No “No matter where I go now, Arkansas, my adopted home, exerts an irresistible  pulll ”. A autora utiliza o termo “adopted  pul “adopted home” home” para dar a

entender que não é natural do Arkansas, mas que esse estado se tornou seu “lar adotivo”. Conclui-se, com isso, que a alternativa não está de acordo com o texto. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

C) INCORRETA – Viswanathan arma que estava com os

 As a word word by itself – which is to say, say, not as a suffix – ish means more or less the same thing: kind of, thereabouts, in a way. And imagining how it broke free to become syntactically stand-alone isn’t hard. The word “hungry-ish”, say – as in, I guess I could eat. I’m hungry-ish.  – often comes out more like “hungry [brief pause] ish”. From there it’s a short leap to: “Are you hungry? Yeah, ish.” But while it’s quite common for new words to be formed by adding prefixes or suffixes (editorialize from editor, anti-nuclear from nuclear), or even by re-casting a portion of a word that hadn’t before been thought of as an affix (snowmageddon based on armageddon, chocoholic based on alcoholic), it’s exceedingly uncommon to form a new word by keeping the suffix and discarding the rest. But that’s exactly what ish did, a process that Mr. Verb, a blogger who writes about language and linguistics, calls degrammaticalization. Disponível em: . Acesso Acesso em: 24 jul. 2017. [Fragmento]

 Alguns est  Alguns estudi udioso ososs da lin lingua guagem gem ocu ocupam pam-se -se de cri criar ar reg regras ras par para a o uso adequado da língua, enquanto outros optam por apontar os fatos linguísticos sem lhes impor i mpor normas. O texto anterior, típico desta segunda escola linguística, tem como principal objetivo

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 A

descrever como se formam palavras em inglês.

 B

comentar uma mudança ocorrida na língua.

 C

dar instruções para o uso do sufixo –ish.

 D

explicar o que é a “desgramaticalização”.

 E

elucidar a etimologia do sufixo –ish.

Alternativa B Resolução:: Resolução INCORRETA  – Embora o texto comente a formação de  A) INCORRETA  algumas palavras em inglês, esse não é seu objetivo principal. Os comentários servem a um propósito maior, que  –ish h. é apontar e comentar a mudança na utilização do suxo –is CORRETA – B) CORRETA  – O texto disserta sobre a mudança que ocorreu  –ish h, que passou a funcionar como um termo no uso do axo –is independente. O título é muito importante para perceber que esse é o objetivo principal do texto, pois ele introduz o assunto central: “Ish: How a sux became a word ” (Ish (Ish:: como um suxo tornou-se uma palavra).

C) INCORRETA – O texto busca mostrar como o suxo –ish foi adquirindo novos usos na língua inglesa, e, para isso, faz-se uma descrição desses possíveis usos. Portanto, não se trata de instruir, mas sim de descrever. D) INCORRETA   – O texto menciona supercialmente o conceito de “degrammaticalization” (desgramaticalização), atribuído ao blogueiro bl ogueiro Mr. Verb, mas não se ocupa de dar uma explicação detalhada sobre o assunto. INCORRETA – E) INCORRETA  – O texto de fato descreve a etimologia do suxo em questão em seu primeiro parágrafo. Todavia, Todavia,

esse não é seu objetivo principal, do contrário o artigo teria terminado aí. QUESTÃO 03

VNU9

At $110.5 million, Basquiat painting becomes priciest work ever sold by a U.S. artist Jean-Michel Basquiat “joined the pantheon of great, great artists” Thursday night, when the late painter’s 1982 work Untitled   sold for a record-breaking $110.5 million at auction – the highest sum ever paid at auction for a U.S. produced artwork. That breathless assessment was offered after the sale by Oliver Barker, chairman of Sotheby’s Europe. So you can imagine just how thrilled the buyer must have been. “I am happy to announce that I just won this masterpiece,” Japanese billionaire Yusaku Maezawa said in an Instagram post revealing his identity as the buyer. “When I first encountered this painting, I was struck with so much excitement and gratitude for my love of art. I want to share that experience with as many people as possible.” The purchase price elicited gasps in the room as it sailed past expectations during the 10-minute bidding war at the Sotheby’s auction, according to ARTNews ARTNews magazine. In fact, the publication notes, the painting nearly doubled the previous sales record for a Basquiat work, which was set last year – also with Maezawa as buyer. Disponível em: . . Acesso em: 20 jul. 2017. [Fragmento] LCT – PROVA I – PÁGINA 2

 A comercialização de obras de arte movimenta enormes quantias todos os anos. No que se refere à quantia paga pel o quadro Untitled , de Jean-Michel Basquiat, a notícia afirma que  A o montante surpreendeu até mesmo os demais participantes do leilão.  B o quadro tornou-se o mais caro a ser vendido em um leilão nos EUA.  C a venda trouxe legitimidade a um pintor antes ignorado pelos críticos.  D o valor foi oferecido pelo diretor da Sotheby’s na Europa, Oliver Barker.  E a obra foi vendida pelo dobro do lance mínimo instituído pela leiloeira. Alternativa A Resolução: Resolução: CORRETA –  A) CORRETA  – A alternativa está de acordo acord o com a seguinte passagem do texto: “The purchase price elicited gasps in the room as it sailed past expectations during the 10-minute 10-minute bidding war […]”, isto é, o valor de compra suscitou

suspiros da plateia ao ultrapassar as expectativas durante a guerra de lances que durou 10 minutos. B) INCORRETA – O artigo arma que o quadro de Basquiat tornou-se a mais cara obra de arte produzida por um artista estadunidense. Contudo, isso não quer dizer que ela tenha sido a mais cara a ser vendida em um leilão nos EUA, pois obras de artistas estrangeiros podem ter alcançado cifras superiores. INCORRETA – C) INCORRETA  – O texto de fato fala que Jean-Michel Basquiat alcançou um novo patamar com a venda de Untitled : “JeanMichel Basquiat ‘joined the pantheon of great, great artists’ Thursday night  ”.  ”. Todavia, não existem dados sucientes no artigo para armar que o artista tenha sido ignorado pelos críticos antes dessa venda. Na verdade, arma-se que outro

quadro de Basquiat já havia batido recordes anteriormente, anteriormente, o que indica que ele já gozava de certo prestígio: “the painting nearly doubled the previous sales record for a Basquiat work, which was set last year ”. ”. INCORRETA – D) INCORRETA  – O trecho “That breathless assessment was oered after the sale by Oliver Barker  […]”  […]” quer dizer

que foi Barker quem deu a informação de que o lance dado pelo quadro de Basquiat foi o mais alto jamais pago por uma pintura produzida nos EUA. Portanto, não foi Barker quem comprou a obra de arte. E) INCORRETA – O que o texto arma, na verdade, é que o quadro Untitled   foi vendido pelo dobro do valor da segunda obra mais cara de Basquiat, também adquirida por Yusaku Maezawa, conforme se lê a seguir: “the “the  painting nearly doubled the previous sales record for a Basquiat work, which was set last year  – also with Maezawa as buyer ”. ”. Assim, não se faz qualquer menção

a um lance mínimo. QUESTÃO 04

ZPNK

Buried without a name The untold story of Europe’s drowned migrants

More than 1,000 migrants who have died crossing the Mediterranean have been buried in unmarked graves in Italy, Greece and Turkey Turkey..

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Often bodies wash ashore days or even weeks after a shipwreck in a severely decomposed state, making the identification process difficult. In other instances entire families have drowned in the same incident, leaving no one behind able to identify the bodies. But obtaining a precise figure for the total number of migrants buried in unmarked graves is difficult. BBC research is based on available data and interviews with local officials, but figures are likely to be very approximate. Some local authorities in Greece and Turkey, Turkey, struggling to cope with the influx of migrants and the unprecedented number of bodies drifting on to their beaches, have admitted to the BBC they have been unable to keep accurate burial records. BBC research has also been limited to the northern Mediterranean countries of Italy, Greece and Turkey. Many shipwrecks have also occurred in the southern Mediterranean. It is likely that migrants heading to Europe have also been buried in unmarked graves in Libya, but the country’s uncertain security situation has prevented data collection. In addition, 880 unmarked graves at Kilyos cemetery in Istanbul have not been included in the total because government officials could not verify how many were those of migrants who had died trying to reach the EU.

INCORRETA – D) INCORRETA  – Conforme explicado na alternativa C, a

Disponível em: . Acesso Acesso em: 07 jun. 2017. [Fragmento]

So why has EPS come under fire? And what is it, ex actly? Here’s a quick guide to this long-lasting material.

O artigo retrata a situação de imigrantes que perderam suas vidas na tentativa de cruzar o Mediterrâneo. Uma circunstância que dificulta a identificação dos mortos é  A o número impreciso de cadáveres enterrados anonimamente.  B o estado avançado de decomposição dos corpos encontrados.  C a localização remota das praias onde os corpos se encontram.  D a utilização de vários cemitérios em diversos países da região.  E a indiferença das autoridades locais com os imigrantes árabes. Alternativa B Resolução: Resolução: INCORRETA –  A) INCORRETA  – O texto não atribui ao número impreciso de cadáveres enterrados anonimamente a diculdade

em reconhecer os corpos. CORRETA – B) CORRETA  – A alternativa está de acordo com a seguinte passagem do texto: “Often bodies wash ashore days or even weeks after a shipwreck in a severely decomposed state, making the identication process dicult ”, ou seja,

como muitas vezes os corpos chegam à costa dias ou mesmo semanas após os naufrágios, seu estado de decomposição é avançado, o que diculta o processo de identicação.

INCORRETA – Tendo em vista o texto, o fato de que C) INCORRETA – muitos corpos vão parar em lugares de difícil acesso (como as praias da Líbia, por questões de segurança)

localização dos corpos não interfere em sua identicação, mas diculta a sua contagem.

INCORRETA – O texto não aponta uma indiferença das E) INCORRETA – autoridades europeias com os imigrantes árabes, mas sim a diculdade que elas têm de lidar com o grande

número de corpos de imigrantes mortos que chegam às praias do continente. QUESTÃO 05 Why New York banned polystyrene foam

New York City is joining a growing group of cities in banning Expandable Polystyrene Foam (EPS). Adam Harris explains what makes this material so worrisome to environmentalists – and appealing to businesses. Starting today, single-use EPS products including cups, bowls, plates, takeout containers and trays and packing peanuts are not allowed to be possessed, sold, or offered in New York City. City. Companies have six months to comply or face a fine. “These products cause real environmental harm and have no place plac e in New York York City. We have better options”, options ”, said New York York Mayor Bill de Blasio in a release about the ban.

What is EPS anyway? Marketed in the US under the name Styrofoam, EPS was invented by Dow Chemical scientist Otis Ray McIntire in 1941. To make it, small beads of the polymer polystyrene are steamed with chemicals until they expanded to 50 times their original volume. After cooling and settling, the pre-expanded beads are then blown into a mould – such as that of a drink cup or cooler – and steamed again, expanding further, further, until the mould is completely filled and all of the beads have fused together. The finished product is a lightweight, inexpensive material that is about 95% air. The insulating properties and cheap manufacturing costs of EPS have made it a popular choice for businesses. Disponível em: . Acesso em: 14 jul. 2015. [Fragmento]

Implementar políticas de proteção ao meio ambiente tem sido a preocupação de várias cidades pelo mundo, como Nova Iorque, por exemplo. Com base no texto anterior, entende-se que a medida tomada pelo prefeito nova-iorquino teve como objetivo proibir a  A

reciclagem de materiais fabricados a partir de polímeros.

 B

fabricação de sacolas plásticas por um período de seis meses.

 C

comercialização de embalagens sem selo de certificação ambiental.

 D

utilização de recipientes e embalagens de isopor no comércio local.

 E

aplicação de processos de produção nocivos ao meio ambiente.

não diculta sua identicação, mas sim uma estimativa

mais precisa de quantas pessoas morreram tentando atravessar o Mar Mediterrâneo. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

EDH5

ENEM – VOL. 8 – 2018

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Alternativa D Resolução:: Resolução INCORRETA –  A) INCORRETA  – O texto não menciona a reciclagem de produtos à base de polímeros. B) INCORRETA INCORRETA –  – A fabricação de sacolas plásticas plás ticas também não é mencionada no artigo.

 A reportagem reportagem apresentada trata da questão controversa da construção de um muro na fronteira entre Estados Unidos e México por parte do país liderado por Donald Trump. A expressão “vuelve a la carga” indica ao leitor que o presidente estadunidense  A

luta contra o tráfico de drogas do México para os EUA.

 B

pretende convencer da necessidade de proteger seu país.

 C

ignora a importância econômica do México Méxi co para os EUA.

 D

reativa seus ataques contra o país vizinho do sul.

 E

realiza grandes investimentos pessoais no México há anos.

C) INCORRETA INCORRETA –  – O artigo fala da proibição de embalagens, entre outros produtos, à base de poliestireno, sem fazer qualquer menção a um “selo de certicação ambiental”.

CORRETA – D) CORRETA  – A palavra “foam “foam”, ”, ou styrofoam styrofoam,, é o termo inglês equivalente a “isopor” em português. Conforme se lê no texto, produtos à base de espuma de poliestireno

Alternativa D

 – isto é, de isopor – foram proibidos na cidade de Nova Iorque. Logo, a alternativa está de acordo com o artigo.

Resolução:: A alternativa correta é a D, pois a expressão Resolução

E) INCORRETA INCORRETA –  – Embora a espuma de poliestireno tenha

“vuelve a la carga ” significa insistir em um empenho ou em

sido proibida em Nova Iorque devido aos danos que

um tema. No contexto da reportagem, a expressão refere-se

causa ao meio ambiente, o texto não permite armar que

às novas declarações de Trump acerca da construção de um

todos os processos de produção ecologicamente nocivos tenham sido banidos dessa cidade.

LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS

muro entre o México e os Estados Unidos. QUESTÃO 02

7X2Y

Los beneficios de consumir berros

Questões de 01 a 45

¿Sabías que el berro es uno de los mejores cosméticos

Questões de 01 a 05 (opção espanhol)

que existen? Al ser rico en beta-caroteno, nos ayuda a mantener la piel fresca y libre de

QUESTÃO 01

Trump vuelve a la carga: “México es el segundo país más mortífero del mundo. ¡Construiremos un muro!” Cuando Donald Trump mira al sur, no ve un país amigo. Ni a su segundo socio comercial, ni siquiera un l ugar donde sus empresas han invertido 150 000 millones de dólares en una década. Cuando el presidente de Estados Unidos pone la vista en México lo que advierte es un espacio letal y peligroso. Un nido de criminales azotado por las drogas ante el que hay que construir lo antes posible un muro. O como afirmó hoy en Twitter: “México acaba de ser clasificado el s egundo país más mortífero del mundo, solo por detrás de Siria. El tráfico de drogas es la causa. ¡Construiremos un muro!”. La andanada, basada en un estudio con graves errores metodológicos, no es nueva. Trump lleva dos años humillando al pueblo mexicano. Empezó en junio de 2015 acusando a sus vecinos de llevar l levar a Estados Unidos “drogas y violadores” y pidiendo un muro para evitarlo. De nada sirvieron las protestas del Gobierno de Enrique Peña Nieto; el multimillonario subió el octanaje de sus ataques y acabó exigiendo que el muro lo pagasen los propios mexicanos. […] Disponível em: . Acesso em: 19 jul. 2017. LCT – PROVA I – PÁGINA 4

imperfecciones

ZDW5

Los berros no son solo un simple vegetal para incorporar en la alimentación; en realidad el berro contiene una gran cantidad de propiedades que le aportan muchos beneficios a nuestra salud. El berro contiene infinidad de vitaminas y minerales, es un poderoso antioxidante y nos protege contra muchas enfermedades si lo consumimos con frecuencia. Beneficios para el cerebro Se nos recomienda consumir con frecuencia frutas, verduras y vegetales para fortalecer el cerebro. Así que podemos incluir con toda confianza el berro en nuestra dieta diaria, ya que el consumo de este vegetal aporta una gran cantidad de beneficios a nuestro organismo, y fortalece en gran manera el cerebro. Un poderoso antioxidante El berro es una poderosa fuente de antioxidantes, nos ayuda a mantener la piel tersa, limpia y suave, por lo tanto nos brinda una apariencia juvenil. Además nos ayuda a mantener una buena visión. De ninguna manera hay que dudar en la conveniencia de incluir este maravilloso vegetal en nuestra alimentación. Disponível em: . . Acesso em: 17 jul. 2017.

O texto sobre o agrião foi veiculado em umsite dedicado a publicar conteúdos sobre saúde. Com base na leitura, compreende-se o objetivo do texto é

ENEM – VOL. 8 – 2018

BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

 A

revelar aos leitores dados de descobertas recentes sobre os benefícios do consumo do agrião para o cérebro.

 B

incentivar os leitores a incluir o vegetal na alimentação devido aos seus benefícios para a saúde.

 C

informar aos leitores sobre os benefícios e as aplicações do agrião no retardo do envelhecimento humano.

 D

conscientizar os leitores acerca dos danos causados pela falta de nutrientes presentes no agrião.

 E

defender a importância do consumo de agrião na prevenção e no tratamento de doenças cerebrais e de pele.

Alternativa B Resolução: A alternativa correta é a B, pois, ao destacar os benefícios na saúde da inclusão do agrião na alimentação,

Campanhas visam sensibilizar o leitor para problemas sociais, ambientais, entre outros temas. Para despertar a empatia do leitor para a questão da utilização de peles de animais na confecção de casacos e de outros artigos de vestuário, a campanha em questão utiliza como recurso a  A

personificação, criando um vínculo entre o animal e o leitor.

 B

referência direta ao leitor, estabelecendo formalidade no discurso.

 C

grafia em letras maiúsculas, enfatizando o sofrimento dos animais.

 D

metáfora, recriando a fala dos animais ameaçados de extinção.

 E

recriação, reproduzindo o discurso dos defensores dos animais.

Alternativa A

a função do texto é incentivar seus leitores a consumir o

Resolução: Um dos recursos utilizados pela campanha

vegetal. O próprio título do texto é “Os benefícios de consumir

é a personificação do animal ao aplicar a ele o conceito

agrião”. A alternativa A está incorreta, pois o texto não

humano de família como uma forma de gerar identificação

cita descobertas recentes nem se restringe a destacar os

com o leitor, criando um vínculo e despertan do sua empatia

benefícios do agrião somente para o cérebro. A alternativa C

com a causa, tornando correta a alternativa A. A alternativa

está incorreta, uma vez que, segundo o texto, ajudar na

B está incorreta porque a pergunta feita ao leitor não

manutenção de uma pele jovem e saudável é apenas um dos

confere formalidade ao discurso, funcionando sim como

benefícios do agrião. A alternativa D está incorreta porque o

mais um recurso para sensibilização e engajamento.

foco do texto são os benefícios do vegetal, não citando os

 A alt ernati va C é inc orreta porque a grafia em let ras

danos que a falta de nutrientes presentes no agrião pode

maiúsculas não cumpre um propósito específico na

causar à saúde. A alternativa E está incorreta porque o texto

campanha. A alternativa D está incorreta porque não

não faz nenhuma ligação entre o tratamento de doenças

é atualmente possível recriar a “fala” de animais. A

cerebrais e de pele e o consumo de agrião; além disso, não traz elementos que permitam afirmar que ele defenda a importância desse uso. QUESTÃO 03

alternativa E está incorreta porque a campanha não recria o discurso de ativistas pelos direitos dos animais. QUESTÃO 04

XXIJ

W33P

Ha visto pasar casi un siglo por delante de sus ojos. Pero a sus casi 90 años (los cumplirá el próximo día 24) Dario Fo sigue exultante de vida, embarcado en mil proyectos y derrochando casi la misma energía que un chaval. Las piernas le fallan un poco, es verdad, pero la memoria y las ganas de hacer cosas las conserva prácticamente intactas. La prueba es que el dramaturgo, actor y novelista italiano – que va por la vida con la misma naturalidad de siempre, como si en 1997 no le hubieran otorgado el Premio Nobel de Literatura – acaba de publicar su segunda novela. Después del éxito que cosechó con La hija del Papa, donde presentaba una Lucrecia Borgia totalmente desconocida y que fue traducida a 45 lenguas, ahora vuelve a la carga con Hay un rey loco en Dinamarca , que en España ve la luz de la mano de la Editorial Siruela. Disponível em: . Acesso em: 06 maio 2016.

Disponível em: . Acesso em: 13 jun. 2017. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

O artigo do jornal espanhol El Mundo informa que o escritor e dramaturgo italiano Dario Fo

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 A  B  C  D  E

sente rancor por nunca ter recebido o prêmio Nobel de Literatura. lança seu mais novo romance após ter vivido quase um século. publica seu primeiro romance, La hija del Papa, aos quase 90 anos. sofre com as limitações para criar em função de dificuldades físicas. mantém seu entusiasmo pelo trabalho apesar de se sentir velho.

Alternativa B Resolução: A alternativa A está incorreta porque Dario Fo recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1997. A alternativa B está correta, pois o texto informa que o escritor aca ba de lançar seu segundo romance aos quase 90 anos de idade. A alternativa C está incorreta porque, nessa idade, Fo está publicando seu segundo romance. A alternativa D está incorreta, pois, de acordo com o texto, apesar da idade avançada e dos problemas de saúde, Dario Fo continua cheio de vida e envolvido em vários projetos. Por fim, a alternativa E é incorreta porque o texto afirma que o escritor vive sua vida com a mesma naturalidade de sempre e está trabalhando em vários projetos. Não há nenhuma afirmação de que o escritor se sinta velho. NUU9

QUESTÃO 05 Clandestino

Manu Chao

Solo voy con mi pena Sola va mi condena Correr es mi destino Para burlar la ley Perdido en el corazón De la grande Babylon Me dicen el clandestino Por no llevar papel Pa’ una ciudad del norte Yo me fui a trabajar  Mi vida la dejé Entre Ceuta y Gibraltar  Soy una raya en el mar  Fantasma en la ciudad Mi vida va prohibida Dice la autoridad Solo voy con mi pena Sola va mi condena Correr es mi destino Por no llevar papel Perdido en el corazón De la grande Babylon Me dicen el clandestino Yo soy el quiebra ley  A música “Clandestino”, de Manu Chao, relata problemas que os imigrantes costumam enfrentar ao tentar a vida fora de seus países de origem. Na canção, o eu lírico narra as angústias da  A

escassez de trabalho e da pobreza sofridas no país de origem.

 B

dificuldade em se adaptar aos costumes e às leis do novo país.

 C

inexistência de leis e de políticas de auxílio que beneficiem os imigrantes.

 D

invisibilidade e do não pertencimento decorrentes de sua clandestinidade.

 E

repulsa e do menosprezo dos países desenvolvidos para com os imigrantes.

Alternativa D Resolução: Na canção, o eu lírico narra o sofrimento causado pelo não pertencimento e invisibilidade decorrentes de sua clandestinidade no país para o qual imigrou: sendo um imigrante ilegal, sem a documentação exigida para permanência, ele vive escondido e isolado, em constante fuga, como podemos perceber nos versos “Solo voy con mi pena  / Sola va mi condena / Correr es mi destino  / Para burlar la ley / […] Me dicen el clandestino  / Por no llevar papel ”. Portanto, a alternativa correta é a D. As demais alternativas estão incorretas porque o eu lírico não aborda nenhum desses aspectos na canção. LCT – PROVA I – PÁGINA 6

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QUESTÃO 06

Q37I

TEXTO I

ITURRUSGARAI, A. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2017.

TEXTO II Há quatro substâncias químicas naturais em nossos corpos geralmente definidas como o “quarteto da felicidade”: endorfina, serotonina, dopamina e oxitocina. A pesquisadora Loretta Breuning, autora do livro Habits of a happy brain (“hábitos de um cérebro feliz”, em tradução livre), explica que “quando o seu cérebro emite uma dessas químicas, você se sente bem”. [...] Conheça a seguir maneiras simples para ativar essas quatro substâncias químicas da felicidade, sem drogas ou substâncias nocivas. 1. Endorfinas: são consideradas a morfina do corpo, uma espécie de analgésico natural. Descobertas há 40 anos, as endorfinas são uma “breve euforia que mascara a dor física”, classifica Breuning. Por isso, comer alimentos picantes é uma das maneiras de liberar esses opiáceos naturais, o que induz uma sensação de felicidade. Mas essa não é a única maneira de obter uma “injeção” de endorfina. De acordo com estudo publicado no ano passado por pesquisadores da Universidade de Oxford (Inglaterra), assistir a filmes tristes também eleva os níveis da substância. [...] Dançar, cantar e trabalhar em equipe também são atividades que melhoram, por meio de um aumento nas endorfinas, a união social e tolerância à dor, afirma Dunbar. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2017. [Fragmento adaptado]

Os textos anteriores, ao tratarem de temas associados às reações hormonais do organismo, podem ser comparados. Nesse sentido, o texto I, em relação ao texto II, é tido como  A

ampliador, visto que aprofunda os dados científicos da reportagem.

 B

complementar, porque aborda o aspecto hormonal sob uma ótica crítica.

 C

concordante, uma vez que corrobora as instruções apresentadas no texto II.

 D

paradoxal, já que reproduz uma cena inverossímil diante do contexto abordado.

 E

contraditório, pois ambos apresentam informações inconciliáveis sobre a endorfina.

Alternativa B Resolução: O texto II é uma reportagem que mostra que algumas substâncias químicas produzidas pelo corpo humano trazem a sensação de bem-estar, como o fazem as drogas artificiais. Já o texto I é uma tirinha em que, de maneira propositadamente exagerada pelo autor, uma das personagens trata essas substâncias como a sociedade trata as drogas artificiais ilícitas, isto é, com repreensão. Isso é percebido no último quadrinho, quando a criança é “flagrada” com um halter na mochila, indicando que ela pratica atividade física escondida da família. Portanto, o texto I complementa o sentido do texto II, ainda que o faça com um tom zombeteiro. Assim, está correta a alternativa B. QUESTÃO 07

JYTR

Erro de português Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português.  ANDRADE, O. Obras completas . Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

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LCT – PROVA I – PÁGINA 7

 A poesia modernista é marcada pela ampliação de sua temática, rompendo os limites entre o poético e o não poético. Em “Erro de português”, Oswald de Andrade, de maneira bem-humorada,  A

condena o costume de os portugueses supervalorizarem o fato de estarem vestidos.

 B

critica um momento histórico em que a cultura do branco se sobrepôs à cultura indígena.

 C

debocha de uma condição climática que não condizia com o calor característico do país.

 D

denuncia a desigualdade social na qual o indígena era nitidamente inferior ao português.

 E

questiona uma situação cultural em que os índios tentavam se adaptar a novos costumes.

Alternativa B Resolução: Em “Erro de português”, Oswald de Andrade trata de um fato histórico, de quando o Brasil foi invadido por Portugal. No poema, ele lamenta o fato de os portugueses vestirem os indígenas em vez de os indígenas despirem os portugueses. De um modo bem-humorado, ele faz uma crítica à imposição dos costumes europeus diante dos indígenas, que foram sistematicamente oprimidos. Assim, a resposta correta é a alternativa B. QUESTÃO 08

EVH5

Hotel. Sexto andar. De súbito, a sirene – risco

QUESTÃO 09

L4XP

Tempo de dantes Este é um caso brasileiro da terra potiguar. No município de Penha suponhamos que Antônio de Oliveira Bretas era senhor de engenho, homem já de seus trinta e cinco anos, casado com dona Clotildes, já sabe: cabeça-chata atarracado, falando alto. Dona Clotildes chamava ele “seu  Antônio” e ele respondia “a senhora”. A mana dela também morava no engenho que não era grande não, produção curta mas com uma aguardente famosa no bairro. Na véspera de Ano Bom dançavam um pastoril muito preparado na vila da Boa Vista, ficada a umas três léguas do engenho, e dona Clotildes quis ver. Chamou a negrinha:  – Vá dizer a seu Antônio que eu quero que ele me leve na Boa Vista, ver o pastoril.  A negrinha foi.  – Fale pra dona Clotildes que não quero ir na Boa Vista hoje.  A negrinha foi e voltou falando que dona Clotildes mandava dizer que queria mesmo ir ver o pastoril. O senhor de engenho embrabeceu:  – Pois se ela quiser ir que vá sozinha! Levo ninguém não!  ANDRADE, M. Tempo de dantes. In: O melhor de Mário de Andrade . Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. p. 227.

O trecho da crônica anterior, escrita por Mário de Andrade em 1929, revela o objetivo dos modernistas de  A

divulgar lendas do interior do Brasil, promovendo a criação de uma mitologia brasileira.

BRITTO, P. H. Tríptico com hotel e sirene. In: Formas do nada. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 21.

 B

unir a linguagem literária canônica e a oral popular mediante ressignificação da sintaxe.

No poema anterior, de Paulo Henriques Britto, reconhece-se o trabalho estético com a língua, característico da poesia,

 C

criar uma identidade nacional pela exploração de narrativas de diversas regiões do país.

 A

na concisão, traduzida na ausência de verbos e nas frases curtas que o compõem.

 D

conciliar as narrativas populares do Brasil com os clássicos da tradição cultural europeia.

 B

no uso de metáforas, como as do primeiro verso, que aludem à ideia de ascensão.

 E

identificar as personagens tipo da cultura brasileira, criando modelos de comportamento.

 C

na preocupação com o ritmo, cadenciado pelo som das vogais nos três versos.

vermelho na tarde.

 D

no vocabulário culto, exigindo do leitor certa bagagem cultural na produção de sentidos.

 E

na ausência de rimas, quebrando a expectativa do leitor quanto à sonoridade dos versos.

Alternativa A Resolução: O texto de Paulo Henriques Britto, ainda que composto por frases curtas e sem o emprego de verbos, é capaz de transmitir a expressividade e a sensibilidade do autor, sendo um reflexo da prevalência da função poética da linguagem no texto. Está correta, assim, a alternativa A. As demais alternativas estão incorretas porque não há metáfora no primeiro verso; os sons vocálicos não ditam o ritmo do texto; não há vocabulário culto no texto; e a falta de rimas não quebra a expectativa dos leitores, já que esse elemento não é pré-requisito para o gênero poema. LCT – PROVA I – PÁGINA 8

Alternativa C Resolução: Um dos projetos dos modernistas de primeira geração no Brasil era incorporar as variedades linguísticas vistas em todo o território nacional na produção literária.  Assim, autores tal qual Mário de Andrade reproduziam os falares do interior do Brasil – escapando da região Sudeste – e dos estratos da população de menos prestígio social. O objetivo dessa empreitada era a consolidação de uma identidade nacional que levasse em conta todos os povos do país, não apenas dos grandes centros urbanos. Trechos da crônica em que isso é notável, entre outros, são: “homem já de seus trinta e cinco anos, casado com dona Clotildes,  já sabe: cabeça-chata atarracado, falando alto”, “A mana dela também morava no engenho que não era grande não”, “dançavam um pastoril muito preparado na vila da Boa Vista, ficada a umas três léguas do engenho” e “Pois se ela quiser ir que vá sozinha! Levo ninguém não!”. Está correta, assim, a alternativa C.

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QUESTÃO 10  – Seu José, mestre carpina, para cobrir corpo de homem não é preciso muita água: basta que chegue ao abdome,

18T5

QUESTÃO 11 Profissão de fé Odeio as virgens pálidas, cloróticas, Belezas de missal que o romantismo Hidrófobo apregoa em peças góticas, Escritas nuns acessos de histerismo.

basta que tenha fundura igual à de sua fome.

Sofismas de mulher, ilusões ópticas, Raquíticos abortos do lirismo, Sonhos de carne, compleições exóticas, Desfazem-se perante o realismo.

 – Severino, retirante, pois não sei o que lhe conte; sempre que cruzo este rio costumo tomar a ponte; quanto ao vazio do estômago, se cruza quando se come.

Não servem-me esses vagos ideais Da fina transparência dos cristais,  Almas de santa e corpo de alfenim.

 – Seu José, mestre carpina, e quando ponte não há?

Prefiro a exuberância dos contornos,  As belezas da forma, seus adornos,  A saúde, a matéria, a vida enfim.

quando os vazios da fome não se tem com que cruzar? quando esses rios sem água são grandes braços de mar?

CARVALHO JÚNIOR, F. A. Parisina, escritos póstumos . Rio de Janeiro: Agostinho Gonçalves Guimarães, 1879.

O Realismo caracteriza-se pelo combate ao subjetivismo romântico, buscando, em oposição, descrever o mundo com verossimilhança, como atesta o próprio nome do movimento. No poema de Carvalho Júnior, essa oposição está clara na

 – Severino, retirante, o meu amigo é bem moço; sei que a miséria é mar largo, não é como qualquer poço: mas sei que para cruzá-la vale bem qualquer esforço. MELO NETO, J. C. Morte e vida severina. In: Morte e vida severina e outros poemas para vozes . 34. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994. p. 51-52.

Uma das características da poesia de João Cabral de Melo Neto é a abordagem de temáticas regionalistas sob um olhar universal. No fragmento anterior, de Morte e vida severina , essa perspectiva universal é identificada  A

na metáfora do “mar largo”, que simboliza as oportunidades que surgem na vida dos seres humanos.

 B

na confluência das imagens da água e da fome, que revelam o sofrimento intrínseco à vida humana.

 C

nas respostas de José às indagações de Severino, que abarcam uma reflexão acerca da existência humana.

 D

na caracterização das personagens como “mestre carpina” e “retirante”, que representam tipos humanos universais.

 E

8TL6

no verso “e quando ponte não há?”, que retoma uma imagem metafórica da vida comum a várias culturas.

Alternativa B Resolução: Um dos elementos que universaliza Morte e vida severina é a abordagem da fome e da sede, comuns a populações de diferentes épocas e lugares. Essa temática, por ser natural a leitores de todos os lugares – não apenas aqueles familiarizados com o Sertão brasileiro – faz com que qualquer um alcance a profundidade temática do texto, ainda que esta seja regionalista. Está correta, então, a alternativa B. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

 A

invocação de vocabulário academicista.

 B

associação da escrita a uma profissão.

 C

recorrência a termos da Biologia.

 D

rejeição à idealização da mulher.

 E

relação entre religião e ciência.

Alternativa D Resolução: O Realismo opõe-se ao Romantismo na abordagem dos temas caros à literatura. Assim, autores realistas retratam seus objetos de amor de maneira objetiva, sem a idealização da virgem imaculada vista nos textos românticos. Descrever a matéria como ela é, aliás, seria a “profissão de fé” do autor, a qual, para ele, é uma motivação ou submissão incontestável. Trechos do texto que atestam essa prática, entre outros, são: “Odeio as virgens pálidas, cloróticas, / Belezas de missal que o romantismo / Hidrófobo apregoa em peças góticas, / Escritas nuns acessos de histerismo.” Está correta, assim, a alternativa B. QUESTÃO 12

SNOE

Rio de Janeiro, 2 de setembro de 1822 Pedro, O Brasil está como um vulcão. Até no paço há revolucionários. Até portugueses revolucionários […].  As cortes portuguesas ordenam vossa partida imediatamente; ameaçam-vos e humilham-vos. O Conselho de Estado vos aconselha a ficar. Meu coração de mulher e de esposa prevê desgraças se partirmos agora para Lisboa. Sabemos bem o que tem sofrido nosso país. O rei e a rainha de Portugal não são mais reis, não governam mais, são governados pelo mesmo despotismo das cortes que perseguem e humilham os soberanos a quem devem respeito […].

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LCT – PROVA I – PÁGINA 9

O Brasil será em vossas mãos um grande país. O Brasil vos quer para seu monarca. Com vosso apoio ou sem vosso apoio, ele fará sua separação. O pomo está maduro, colheio-o já, senão apodrecerá […]. Já dissestes aqui o que ireis fazer em São Paulo. Fazei, pois. CASSOTTI, M.  A biografia íntima de Leopoldina : a imperatriz que conseguiu a Independência do Brasil. São Paulo: Planeta, 2015. p. 183. Disponível em: < http://www.correioims.com.br>.  Acesso em: 09 jun. 2017 (Adaptação).

 A carta anterior foi escrita por Dona Leopoldina a Dom Pedro I em 1822, período de grave crise política no ainda Brasil Colônia. Considerando os elementos empregados nesse gênero textual, reconhece-se que  A

o contexto é dispensável ao entendimento, permitindo a qualquer falante da língua decodificar a mensagem.

 B

a descrição do cenário político atende aos requisitos de imparcialidade de um documento histórico.

 C

o registro linguístico formal empregado no texto cumpre o propósito da carta pessoal.

 D

 E

a linguagem metafórica é um recurso estruturante comum em cartas pessoais. a ausência de pronome de tratamento compromete a eficácia da interação.

Alternativa D Resolução: O texto é uma carta pessoal escrita por Maria Leopoldina, então imperatriz consorte do Brasil, a seu marido, o imperador Dom Pedro I. Considerando as características formais do gênero em questão, há, no texto, emprego de linguagem metafórica, ferramenta linguística comum em cartas pessoais, uma vez que estas têm como destinatário apenas um interlocutor. Dessa forma, são considerados trechos em que a linguagem é metafórica, entre outros: “Meu coração de mulher e de esposa prevê desgraças”, “o que tem sofrido nosso país”, “O Brasil será em vossas mãos um grande país” e “O pomo está maduro, colheio-o já, senão apodrecerá”.  As demais alternativas estão incorretas porque o contexto de uma carta pessoal é indispensável à compreensão do interlocutor; porque o texto não é imparcial, embora hoje possa ser considerado um documento histórico, mesmo que não tenha sido esse o objetivo quando foi composto; porque a linguagem formal não é obrigatória numa carta pessoal; e porque, sendo a carta um texto pessoal, não há necessidade de se usar um pronome de tratamento. QUESTÃO 13

JIQ4

Elegia didática Pensa em todos os que se foram, guiados pelas estrelas, [e nos que morreram longe das famílias que os detestavam. Pensa nos que se entregaram à morte certos de que [nenhuma lágrima Resplandeceria na fulgurante unidade dos rostos amados. LCT – PROVA I – PÁGINA 10

[...] Recebe no fundo de tua memória as vozes que se [prepararam silenciosamente em teu coração durante os anos em que não te assaltou a certeza de estar [cantando.  Aceita o movimento de cólera das palavras que se recusam [ao teu ardente chamamento e abre teus olhos para um domingo que concentre a esperança de todos os dias. [...] Pensa em tudo e em todos, sem temer que te assalte o medo [resultante da amplidão do passado. Pensa em tudo e em todos, e depois que as lembranças [se forem voando como os pássaros e as folhas, a areia e as vozes, [cheio de confiança na vida e no mundo, sentindo-se ligado a todos os homens e a todas as coisas, inclina-te sobre o corpo da mulher a quem amas ou acorda para a alegria triunfal de um só verso. IVO, L. Antologia poética . 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013. p. 35-39. [Fragmento]

Na tradição literária, elegia é um poema de tom triste e melancólico, produzido como lamentação pela morte de alguém, ou apenas como uma reflexão sobre essa temática. Considerando as características desse gênero e o título do poema anterior, de Lêdo Ivo, reconhece-se como objetivo do eu lírico  A explicar os motivos das tristezas sentidas por seu interlocutor.  B persuadir seu interlocutor a ignorar a faceta mórbida das pessoas.  C aconselhar um interlocutor imaginário quanto aos perigos da vida.  D orientar seu interlocutor quanto às maneiras de superar desgostos.  E ensinar jovens inexperientes a lidarem com os desassossegos do amor. Alternativa D Resolução: O texto, além da função poética, também apresenta a função conativa da linguagem, uma vez que dialoga com o leitor, buscando aconselhá-lo. Isso também é percebido no título do poema, em que o vocábulo “didático” acusa a intenção do autor de passar qualquer tipo de orientação aos leitores. Essa orientação, por sua vez, tem como objetivo ajudar o leitor a superar experiências negativas. Alguns versos que expõem esse objetivo são: “Pensa em todos os que se foram, guiados pelas estrelas, e nos que morreram longe das famílias que os detestavam”, “Aceita o movimento de cólera das palavras que se recusam ao teu ardente chamamento”, “[...] e depois que as lembranças se forem”, “inclina-te sobre o corpo da mulher a quem amas / ou acorda para a alegria triunfal de um só verso.” Assim, está correta a alternativa D.

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QUESTÃO 14

M2KH

Alternativa D

São Paulo, 10 novembro 1924

Resolução: Como documento histórico da interlocução entre

Meu caro Carlos Drummond

Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade, a carta pessoal exposta é um importante registro das impressões

Já começava a desesperar da minha resposta? Meu Deus! Comecei esta carta com pretensão… Em todo caso de mim não desespere nunca. Eu respondo sempre aos amigos. Às vezes demoro um pouco, mas nunca por desleixo ou esquecimento.  As solicitações da vida é que são muitas e as da minha agora muitíssimas e… Quer saber quais são? Tenho o meu trabalho cotidiano, é lógico. Lições no Conservatório, lições particulares. Mas atualmente as minhas preocupações são as seguintes: escrever dísticos estrambóticos e divertidos prum baile futurista que vai haver na alta roda daqui (a que não pertenço, aliás). Escolher vestidos extravagantes mas bonitos pra mulher dum amigo que vai ao tal baile. E escrever uma conferência sem valor mas que divirta pra uma festa que damos, o pianista Sousa Lima e eu, no Automóvel Clube, sexta-feira que vem. São as minhas grandes preocupações do momento. Serão desprezíveis pra qualquer idiota antiquado, aguado e simbolista. Pra mim são tão importantes como escrever um romance ou sofrer uma recusa de amor. Tudo está em gostar da vida e saber vivê-la. Só há um jeito feliz de viver a vida: é ter espírito religioso. Explico melhor: não se trata de ter espírito católico ou budista, trata-se de ter espírito religioso pra com a vida, isto é, viver com religião a vida. [...]  Amizade triste ou amizade alegre e do mesmo jeito a admiração. Desculpe esta longuidão de carta. Eu sofro de gigantismo epistolar. Como vai o Nava? Vocês não arranjam mesmo um jeitinho de vir passar uns dias em São Paulo? Isto aqui é engraçado. Me avisem antes se um dia se aventurarem até aqui. E até logo. Vou lhe mandar uma cópia do “Noturno”, é só minha irmã ter um tempinho e passará a versalhada a máquina. Olhe, a Estética publicou um poema meu, “Dança”, que eu acho que tem alguma coisinha dentro. Reflita e mande me dizer.

desses autores sobre o que acontecia na literatura brasileira durante a época, em 1924. No texto, menciona-se, além dos próprios interlocutores da carta, o escritor mineiro Pedro Nava. Também há menção a poemas que se tornariam figurativos do Modernismo, são eles: “Noturno de Belo Horizonte” e “Dança”. Assim, está correta a alternativa D. QUESTÃO 15

L1WB

Antigamente  Antigamente, os pirralhos dobravam a língua diante dos pais, e se um se esquecia de arear os dentes antes de cair nos braços de Morfeu, era capaz de entrar no couro. Não devia também se esquecer de lavar os pés, sem tugir nem mugir. Nada de bater na cacunda do padrinho, nem de debicar os mais velhos, pois levava tunda. Ainda cedinho, aguava as plantas, ia ao corte e logo voltava aos penates. Não ficava mangando na rua nem escapulia do mestre, mesmo que não entendesse patavina da instrução moral e cívica. O verdadeiro smart   calçava botina de botões para comparecer todo liró ao copo d’água, se bem que no convescote apenas lambiscasse, para evitar flatos. Os bilontras é que eram um precipício, jogando com pau de dois bicos, pelo que carecia muita cautela e caldo de galinha. O melhor era pôr as barbas de molho diante de treteiro de topete, depois de fintar e engambelar os coiós, e antes que se pusesse tudo em pratos limpos, ele abria o arco.  ANDRADE, C. D. Poesia e prosa . Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983. [Fragmento]

Um abraço do Mário de Andrade  ANDRADE, M. Disponível em: .  Acesso em: 12 jun. 2017. [Fragmento]

Durante muitos séculos, as cartas foram importantes meios de comunicação e, por isso, hoje são registros de personagens históricos e seus contextos. A carta de Mário de Andrade a Carlos Drummond de Andrade reflete esse aspecto ao  A

abordar temas importantes para toda a sociedade brasileira da época de maneira analítica e impessoal.

 B

evidenciar a preocupação do autor em relação à inatividade de alguns movimentos, como o Futurismo.

 C

explicitar o valor que o pensamento religioso tinha na sociedade brasileira intelectual do início do século XX.

 D

mencionar nomes de autores e acontecimentos relevantes para um momento emblemático da literatura brasileira.

 E

reverenciar os movimentos literários que estavam em voga no país, como o Simbolismo e o Parnasianismo.

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Palavras do arco da velha Expressão Cair nos braços de Morfeu Debicar Tunda Mangar Tugir Liró Copo d’água Convescote Bilontra Treteiro de topete  Abrir o arco

Significado Dormir   Zombar, ridicularizar   Surra Escarnecer, caçoar   Murmurar   Bem-vestido Lanche oferecido pelos amigos Piquenique Velhaco Tratante atrevido Fugir 

FIORIN, J. L. As línguas mudam. In: Revista Língua Portuguesa , n. 24, out. 2007 (Adaptação).

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LCT – PROVA I – PÁGINA 11

Na leitura do fragmento do texto “Antigamente”  constata-se, pelo emprego de palavras obsoletas, que itens lexicais outrora produtivos não mais o são no português brasileiro atual. Esse fenômeno revela que  A

a língua portuguesa de antigamente carecia de termos para se referir a fatos e coisas do cotidiano.

 B

o português brasileiro se constitui evitando a ampliação do léxico proveniente do português europeu.

 C

a heterogeneidade do português leva a uma estabilidade do seu léxico no eixo temporal.

 D

o português brasileiro apoia-se no léxico inglês para ser reconhecido como língua independente.

 E

o léxico do português representa uma realidade linguística variável e diversificada.

Alternativa E Resolução: A questão apresenta um texto de Carlos Drummond de Andrade no qual se verifica a utilização de palavras não mais comuns na Língua Portuguesa contemporânea, falada ou escrita. Por essa razão, no enunciado, afirma-se que “os itens lexicais outrora produtivos não mais o são no português brasileiro atual”. O segundo texto, uma tabela intitulada “Palavras do arco da velha”, traz uma listagem com o que seria a tradução de palavras e expressões do primeiro texto. O fenômeno de obsolescência de alguns termos do idioma reflete a maneira como a língua evolui de acordo com o contexto social, demonstrando, portanto, como a realidade linguística é variável e diversificada. Dessa forma, está correta a alternativa E. A alternativa A está incorreta porque a Língua Portuguesa atual não deixou de carecer de termos para se referir a fatos e coisas do cotidiano. A alternativa B está incorreta porque a Língua Portuguesa não evita a ampliação do léxico. A alternativa C está incorreta porque comprova-se exatamente a instabilidade do léxico no decorrer do tempo (utilizam-se novos termos, outros deixam de ser utilizados).  A alternativa D está incorreta porque não há relação entre a independência da Língua Portuguesa e a inglesa. QUESTÃO 16

ØBF5

A redação das notícias Qual a linguagem ideal para as notícias? Qual a melhor técnica de redação para a notícia? O jornalismo busca uma expressão consensual, comum e ao mesmo tempo personalizada. Quanto mais padroniza a notícia mais procura livrá-la de regras ou normas que podem convertê-la numa simples exposição de fala infantil. Mas redigir notícias não é só uma técnica, é uma arte também. Seja esta notícia um título, um parágrafo, uma reportagem ou uma análise política ou econômica, em forma de entrevista, relatório ou depoimento. Na redação a arte influi como suporte do estilo, e a técnica como base para aquisição, vulgarização e compreensão. [...] LCT – PROVA I – PÁGINA 12

Toda vez que a redação leva em conta a índole dos destinatários da informação, o veículo tende a valorizar as suas mensagens, seja jornal, revista, rádio ou televisão. Considerar questões como o pouco tempo que se dedica à leitura, as pressões da TV, as pressões de outras atividades, o fato de que o consumidor de notícias é produto da educação de massa e de que, também, ele é suficientemente informado e mais sofisticado do que possa parecer. BAHIA, J. Jornal, história e técnica : as técnicas do jornalismo. São Paulo: Editora Ática, 1990. p. 44-45.

Da leitura do texto anterior, infere-se que o gênero notícia privilegia a função referencial da linguagem, uma vez que pressupõe  A

a atenção a regras pré-determinadas pela imprensa, que garantem o alcance das informações.

 B

uma redação objetiva e, ao mesmo tempo, criativa, capaz de alcançar os mais variados públicos.

 C

o trabalho artístico com o texto, que deve, além de informar, entreter diversos tipos de leitores.

 D

um desenvolvimento completo do tema tratado, atendo-se à interpretação dos acontecimentos.

 E

a escolha criteriosa dos fatos expostos, que determinarão o tipo de registro utilizado na redação.

Alternativa B Resolução: O texto-base aborda como a redação das notícias implica a junção de dois fatores que parecem, à primeira vista, excludentes: a expressão consensual e, ao mesmo tempo, a expressão personalizada. O autor, assim, discorre sobre como há, além da técnica prevista para a escrita desse gênero textual, também uma parte artística influente. No último parágrafo, sobretudo, ele ressalta a importância da parte personalizada, a “índole dos destinatários da informação”, a qual, quando considerada, tende a fazer com que o veículo valorize “as suas mensagens”. O enunciado da questão afirma que é possível inferir, do texto dado, que a notícia privilegia a função referencial da linguagem. Essa inferência é possível porque esse gênero textual tem como natureza informar um público e, para que isso seja feito de forma efetiva, é necessário que a forma seja criativa, atingindo os mais variados públicos. Dessa forma, a alternativa correta é a B. A alternativa A está incorreta porque, segundo o texto-base, não são as regras pré-determinadas da imprensa que garantem o alcance das informações, mas exatamente a personalização da escrita desse gênero. A alternativa C está incorreta porque o trabalho artístico, nesse caso, não tem outra função senão informar, não visando ao entretenimento. A alternativa D está incorreta porque a notícia não visa à interpretação dos acontecimentos, mas à sua apresentação. A alternativa E está incorreta porque não são os fatos expostos que determinam o tipo de registro, mas o público-alvo da notícia.

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BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

VCIP QUESTÃO 17 Na busca constante pela sua evolução, o ser humano vem alternando a sua maneira de pensar, de sentir e de criar. Nas últimas décadas do século XVIII e no início do século XIX, os artistas criaram obras em que predominam o equilíbrio e a simetria de formas e cores, imprimindo um estilo caracterizado pela imagem da respeitabilidade, da sobriedade, do concreto e do civismo. Esses artistas misturaram o passado ao presente, retratando os personagens da nobreza e da burguesia, além de cenas míticas e histórias cheias de vigor.

E

RAZOUK, J. J. (Org.). Histórias reais e belas nas telas . Posigraf: 2003.

 Atualmente, os artistas apropriam-se de desenhos, charges, grafismo e até de ilustrações de livros para compor obras em que se misturam personagens de diferentes épocas, como na seguinte imagem:  A

Romero Brito. Gisele e Tom.’ 

Pablo Picasso. Retrato de Jaqueline Roque com as mãos

Cruzadas.

Alternativa C Resolução: O recurso da apropriação, muito usado na Pop Art, pode ser visto na obra Monabean, em que a artista gera humor substituindo o rosto da Mona Lisa, uma das obras mais reproduzidas no mundo, pela imagem do Mr. Bean, personagem de um seriado humorístico inglês famoso nos anos 1990. As demais imagens, ainda que se apoiem em referências culturais populares, não unem dois personagens da arte de épocas distantes. Portanto, está correta a alternativa C.

 B

QUESTÃO 18

G3FZ

Rap da felicidade Eu só quero é ser feliz  Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é E poder me orgulhar  E ter a consciência que o pobre tem seu lugar   Andy Warhol. Michael Jackson .

Minha cara autoridade, eu já não sei o que fazer  Com tanta violência eu sinto medo de viver 

 C

Pois moro na favela e sou muito desrespeitado  A tristeza e alegria aqui caminham lado a lado Eu faço uma oração para uma santa protetora Mas sou interrompido a tiros de metralhadora Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela O pobre é humilhado, esculachado na favela Já não aguento mais essa onda de violência Só peço a autoridade um pouco mais de competência MC DOCA. Rap da felicidade. Disponível em: . Acesso em: 28 jul. 2017. [Fragmento] Funny Filez. Monabean.

 D

 Andy Warhol. Marilyn Monroe. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

Para se compreender um texto como uma unidade de sentido, é essencial que haja retomada de um trecho por outro. Forma-se, assim, um todo coeso e coerente. O fragmento do texto no qual há coesão temporal é:  A

“Andar tranquilamente na favela onde eu nasci”

 B

“Com tanta violência eu sinto medo de viver”

 C

“Pois moro na favela e sou muito desrespeitado”

 D

“Mas sou interrompido a tiros de metralhadora”

 E

“Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela”

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LCT – PROVA I – PÁGINA 13

Alternativa E

QUESTÃO 20

Resolução: Entre os trechos apresentados nas alternativas, somente aquele em E apresenta sentido de tempo, como exposto pela conjunção temporal “enquanto”. Analisando, ainda, o trecho no qual aparece na música, percebe-se que o verso está associado à passagem “O pobre é humilhado, esculachado na favela”, ação que aconteceria ao mesmo tempo em que “os ricos moram numa casa grande e bela.”

TEXTO I

QUESTÃO 19

5

10

15

20

ZUM7

Não é curioso (e até paradoxal) que tenhamos usado mais de 2 mil palavras justamente para escrever uma reportagem sobre silêncio? Pois é, por mais estranho que pareça, o silêncio se tornou um assunto caro e nada simples nesses dias atuais. Tem sido cada vez mais difícil buscar momentos de quietude  justamente em um mundo que não para de falar e que tem falado cada vez mais. Opa, não sou eu que estou dizendo: segundo um estudo feito no Centro da Indústria de Informação Global, na Universidade da Califórnia, foram trocadas 4,5 trilhões de palavras nos Estados Unidos no ano de 1980. Em 2008, esse número cresceu 140% – os computadores do Centro estimaram que os americanos usaram 10,8 trilhões de palavras no ano do último levantamento. “Nós certamente recebemos mais informações do que podemos absorver ou realmente ouvir”, afirma o diretor Roger Bohn. “É curioso pensar que as novas gerações que já estão sendo criadas com seus smartphones  nas mãos nunca tenham, de fato, vivenciado o silêncio pleno”, diz. Disponível em: . Acesso em: 03 ago. 2017. [Fragmento]

 A construção de sentido em um texto também depende do modo como as ideias se organizam e estabelecem relações entre si. Tendo isso em vista, reconhece-se, no fragmento anterior, que  A o advérbio “certamente” (l. 15) exprime, no contexto, uma ideia irônica e duvidosa.  B a interjeição “opa” (l. 8) introduz, no período, um argumento pessoal, expresso pelo autor.  C a expressão “pois é” (l. 3) reforça uma característica de curiosidade sobre o tema abordado.  D

a indagação do início do texto (l. 1-3) se direciona a pessoas que usam palavras em excesso.

 E

os parênteses no primeiro período (l. 1) destacam um argumento oposto à opinião do autor.

Alternativa C Resolução: No trecho “Pois é, por mais estranho que pareça, o silêncio se tornou um assunto caro e nada simples nesses dias atuais”, a expressão “pois é” é um complemento do discurso que reforça a informação da frase anterior, em que o autor, numa pergunta endereçada ao leitor, visa antes fazer uma declaração do que demandar uma resposta. Ao iniciar a frase com essa expressão, o autor atesta o quão curioso seria o fato de “que tenhamos usado mais de 2 mil palavras  justamente para escrever uma reportagem sobre silêncio”. Está correta, portanto, a alternativa C. LCT – PROVA I – PÁGINA 14

OGY5

PORTINARI, C. Colheita de cana . 1938. Pintura a têmpera e a grafite / papel pardo, 45 cm  44,5 cm. Rio de Janeiro, Brasil. ×

TEXTO II Os anos 30 foram de engajamento político, religioso e social no campo da cultura. Mesmo os que não se definiam explicitamente, e até os que não tinham consciência clara do fato, manifestaram na sua obra esse tipo de inserção ideológica, que dá contorno especial à fisionomia do período. CANDIDO, A. A revolução de 1930 e a cultura. In:  A educação pela noite e outros ensaios . São Paulo: Editora Ática, 1989. p. 182.

O engajamento de que fala o texto II, de Antonio Candido, é identificado na obra de Candido Portinari, uma vez que o pintor   A retrata a realidade do trabalhador do campo, até então pouco representado no meio artístico.  B expõe uma crítica ao modo de produção capitalista ao explorar a degradação dos trabalhadores.  C denuncia a violência sofrida pelos trabalhadores do campo, que viviam em situação de escravidão.  D apresenta um olhar clínico sobre a realidade dos trabalhadores rurais com o objetivo de politizá-los.  E evidencia uma ligação íntima com a vida dos trabalhadores rurais, retratando-os de modo subjetivo. Alternativa A Resolução: Na década de 1930, no Brasil, a produção artística foi marcada pelo engajamento sociopolítico das obras, marcadamente na literatura, com o chamado Romance de 30, em que autores como Graciliano Ramos publicaram romances que criticavam as condições precárias em que viviam, por exemplo, os habitantes do Sertão nordestino. Nas artes plásticas, também houve manifestações desse tipo, como nas obras do pintor paulista Candido Portinari. Em Colheita de cana, o pintor retrata trabalhadores rurais em sua rotina de atividades. Ainda que a tela não exprima juízo de valor sobre os retratados, o fato de eles serem o objeto da obra já demonstra o engajamento de Portinari, que pint a uma parcela da população até então pouco representada nas artes plásticas. Está correta, portanto, a alternativa A.

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QUESTÃO 21

Y3NN

TEXTO I Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. RIO. J. A rua. In:  A alma encantadora das ruas . São Paulo:Companhia das Letras, 2008. [Fragmento]

TEXTO II  A rua dava-lhe uma força de fisionomia, mais consciência dela. Como se sentia estar no seu reino, na região em que era rainha e imperatriz. O olhar cobiçoso dos homens e o de inveja das mulheres acabavam o sentimento de sua personalidade, exaltavam-no até. Dirigiu-se para a rua do Catete com o seu passo miúdo e sólido. [...] No caminho trocou cumprimento com as raparigas pobres de uma casa de cômodos da vizinhança. [...] E debaixo dos olhares maravilhados das pobres raparigas, ela continuou o seu caminho, arrepanhando a saia, satisfeita que nem uma duquesa atravessando os seus domínios. BARRETO, L. Um e outro. In: Clara dos Anjos . Rio de Janeiro: Editora Mérito. [Fragmento]

 A experiência urbana é um tema recorrente em crônicas, contos e romances do final do século XIX e início do XX, muitos dos quais elegem a rua para explorar essa experiência. Nos fragmentos I e II, a rua é vista, respectivamente, como lugar que  A

desperta sensações contraditórias e desejo de reconhecimento.

 B

favorece o cultivo da intimidade e a exposição dos dotes físicos.

 C

possibilita vínculos pessoais duradouros e encontros casuais.

 D

propicia o sentido de comunidade e a exibição pessoal.

 E

promove o anonimato e a segregação social.

Alternativa D Resolução: No texto I, de autoria de João do Rio, o narrador faz uma exaltação amorosa à rua como espaço social.  A justificativa que ele dá para expor o seu amor é que esse sentimento seria partilhado pelos seus interlocutores, os quais seriam seus irmãos. Há aqui, portanto, um senso de comunidade. Já no texto II, de Lima Barreto, a rua é encara da como o domínio da personagem descrita, o espaço em que ela desfila sua beleza para despertar a cobiça dos homens e a inveja das mulheres. A rua é, assim, um l ugar de exibição pessoal. Dessa forma, está correta a alternativa D. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

QUESTÃO 22

XDKY

Para pagar mais barato nas ligações de celular, muitos brasileiros costumam ter mais de um chip   no mesmo aparelho, ou usar vários aparelhos. Assim, é possível ligar para o número de uma mesma operadora pagando menos e, às vezes, até de graça. Mas esse hábito está mudando no país, porque o preço das ligações entre operadoras diferentes vem sendo reduzido nos últimos anos. Disponível em: . Acesso em: 11 jul. 2017. [Fragmento]

 A coesão textual é responsável por estabelecer um sentido lógico entre as orações. No que diz respeito à estruturação da notícia apresentada, verifica-se que o termo  A “para” (l. 1 e 4) expressa a ideia de finalidade nas duas ocorrências, apresentando os motivos pelos quais as pessoas usam mais de um chip nos celulares.  B

“ou” (l. 3) é usado para expor a ideia de escolha entre o uso de mais de um chip em um só aparelho e o uso de vários aparelhos simultaneamente.

 C

“assim” (l. 3) indica o modo como a escolha entre fazer uso de um só celular com vários chips ou de mais de um celular interfere no gasto com ligações.

 D

“mas” (l. 5) introduz um argumento que sustenta o fato de ser vantajoso usar mais de um chip  para efetuar ligações para operadoras diferentes. “porque” (l. 6) introduz a consequência de o hábito dos brasileiros estar mudando diante do preço das ligações feitas entre operadoras diferentes.

 E

Alternativa B Resolução: Na primeira frase do texto, “Para pagar mais barato nas ligações de celular, muitos brasileiros costumam ter mais de um chip  no mesmo aparelho, ou usar vários aparelhos.”, a conjunção “ou” desempenha sentido de alternância, já que expõe a existência de duas opções aos brasileiros a fim de pagarem mais barato nas ligações de celular. São elas: 1) ter mais de um chip no mesmo aparelho e 2) usar vários aparelhos. Portanto, está correta a alternativa B. As demais alternativas estão incorretas porque o segundo “para” é uma preposição que relaciona o verbo “ligar” ao seu objeto indireto; porque “assim” tem valor de conclusão; porque “mas”, na verdade, introduz um argumento contra o fato de ser vantajoso usar mais de um chip; e porque a conjunção “porque”, no texto, assume sentido de explicação. DA89 QUESTÃO 23 No dia 25/03/2013, na primeira aula do período vespertino, eu e meus colegas nos dirigimos ao laboratório de informática acompanhados do professor Málter. No momento em que cheguei ao local senti muito calor, e logo percebi que o ar-condicionado estava desligado, o calor escaldante da região castigava a todos os alunos que mesmo agoniados continuavam a jogar sem se preocupar com o trabalho. Porém a aula era de somente 50 minutos e infelizmente passaram muito rápido e tivemos que voltar para a terrível sala de aula, onde a tortura continuou!

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MENDES, D. Disponível em: . Acesso em: 09 mar. 2015. LCT – PROVA I – PÁGINA 15

Nos depoimentos, o registro linguístico está efetivamente relacionado ao contexto comunicativo, com destaque para uma linguagem subjetiva, caracterizada pelo uso constante de figuras de linguagem. No depoimento anterior, é perceptível a presença de uma figura de linguagem no trecho:  A

“No dia 25/03/2013, na primeira aula do período vespertino [...]”.

 B

“[...] nos dirigimos ao laboratório de informática acompanhados do professor Málter.”.

 C

“No momento em que cheguei ao local senti muito calor [...]“.

 D

“[...] logo percebi que o ar-condicionado estava desligado [...]”.

 E

“[...] o calor escaldante da região castigava a todos os alunos [...]”.

Alternativa E Resolução: A questão apresenta um texto-base de caráter subjetivo, comprovado pelo uso da primeira pessoa e, também, pelo uso de figuras de linguagem, foco do enunciado da questão. As figuras de linguagem consistem em recursos textuais que conferem ao texto literariedade, possibilitando ao autor e ao leitor expressões e interpretações diversas e não necessariamente literais. São exemplos comuns de figuras de linguagem as metáforas, alegorias e metonímias. O enunciado da questão solicita o trecho do texto-base em que há utilização da linguagem figurada, o que acontece na alternativa E: “o calor escaldante da região castigava a todos os alunos”. Nela, o adjetivo “escaldante” – derivado do verbo “escal dar”, que significa, literalmente, “mergulhar em água muito quente” – é deslocado para um contexto para implicar a ideia de que o calor estava tão intenso que poderia ser comparado à sensação da escaldadela. Ainda, há a personificação do termo “calor”, o qual “castigava a todos os alunos”. As demais alternativas não apresentam figuras de linguagem. 3RSG

QUESTÃO 24

WATTERSON, B. Disponível em: .  Acesso em: 07 mar. 2015.

Na tira de Calvin e Haroldo, a expressão “sobre morte” relaciona-se ao substantivo “negócio”, por isso é, estruturalmente, um termo ligado ao nome. O mesmo valor sintático de “sobre morte” é encontrado no termo em destaque:  A

“Eu não entendo esse negócio [...].”.

 B

“[...] qual a razão de viver?”.

 C

“[...] tem frutos do mar.”.

 D

“Eu não sei por que [...].”.

 E

“[...] eu converso com você [...].”.

Alternativa B Resolução: Na estrutura “esse negócio sobre morte”, objeto direito do verbo “entendo”, o núcleo “negócio”, substantivo abstrato, exige um complemento para seu sentido, da mesma forma que o verbo “negociar” também o exige – um objeto direto. Isso acontece porque tanto “negócio” quanto “negociar” não têm sentido completo. Portanto, “sobre morte” é complemento nominal de “negócio”.  Assim, entre as alternativas, a única que expõe sublinhado também um complemento nominal é a B, já que “razão”, bem como o verbo “racionalizar” não apresentam sentido completo, exigindo um complemento. O termo que completa “razão”, portanto, é “de viver”, complemento nominal. LCT – PROVA I – PÁGINA 16

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QUESTÃO 25

1TDS

TEXTO I Música transforma carta de Temer a Dilma em canção  A cena musical brasileira acaba de conhecer o resultado de uma inusitada “parceria”: a canção “A senhora”, com melodia do músico Matheus Mota e letra do presidente Mic hel Temer. Carioca radicado no Recife, Mota nunca conversou com o político do PMDB, mas decidiu transformar em canção trechos da famosa carta que o então vice-presidente Temer mandou para a então presidente Dilma Rousseff em 2015, antes de começar o processo de impeachment   da petista. No texto, Temer reclamava da forma como Dilma o tratava, dizendo que ele havia se tornado um vice “decorativo”.

Alternativa D Resolução: O texto I é uma notícia que relata a criação de uma música cuja letra foi feita com trechos de uma carta enviada por Michel Temer a Dilma Rousseff; assim, a composição da qual o enunciado fala é a letra dessa música. Já o texto II é a transcrição de um trecho dessa carta. Embora ambas as composições usem o mesmo texto, a diferença entre elas é objetivo que carregam consigo, já que a música, ainda que feita com tom de deboche, é um trabalho de caráter artístico, e a carta é um texto pessoal cujo tema é um desabafo de um dos interlocutores. Está correta, portanto, a alternativa D. QUESTÃO 26 Mal secreto Se a cólera que espuma, a dor que mora N'alma, e destrói cada ilusão que nasce, Tudo o que punge, tudo o que devora O coração, no rosto se estampasse;

COPLE, J. Disponível em: . Acesso em: 12  jun. 2017 (Adaptação).

TEXTO II São Paulo, 07 de dezembro de 2015. Senhora Presidente,

Se se pudesse, o espírito que chora, Ver através da máscara da face, Quanta gente, talvez, que inveja agora Nos causa, então piedade nos causasse!

“Verba volant, scripta manent ” (as palavras voam, os escritos permanecem). Por isso lhe escrevo. Muito a propósito do intenso noticiário destes últimos dias e de tudo que me chega aos ouvidos das conversas no Palácio. Esta é uma carta pessoal. É um desabafo que j á deveria ter feito há muito tempo.

Quanta gente que ri, talvez, consigo Guarda um atroz, recôndito inimigo Como invisível chaga cancerosa!

Desde logo lhe digo que não é preciso alardear publicamente a necessidade da minha lealdade. Tenho-a revelado ao longo destes cinco anos. [...] Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pess oal e partidário ao seu governo. [...]

Quanta gente que ri, talvez existe, Cuja ventura única consiste Em parecer aos outros venturosa!

Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã. Lamento, mas esta é a minha convicção. Respeitosamente, Michel Temer  Disponível em: . Acesso em: 12 jun. 2017 (Adaptação).

Z4J4

CORREIA, R. Poesias completas . São Paulo: Editora Nacional, 1948. p. 16.

 A poesia parnasiana de Raimundo Correia reflete sobre o ser humano, que, inserido num mundo abalado por constantes transformações, recusa-se a aceitar as idealizações românticas. Em “Mal secreto”, o eu lírico sugere que os sentimentos que atordoam a vida cotidiana são

Na sociedade, as produções linguísticas podem ser criadas e retextualizadas de formas criativas. As composições de que os textos I e II tratam – respectivamente, uma música e uma carta pessoal – têm como elemento principal de distinção

 A

criados pelos sujeitos melancólicos no intuito de  justificar as próprias mazelas pessoais e de serem compreendidos como vítimas.

 A

a linguagem, pois a música utiliza a variante coloquial e a carta, a norma-padrão.

 B

 B

a estrutura, uma vez que a música apresenta maior rigidez na composição em versos.

menosprezados por aqueles que não vivenciam o mesmo estado de frustração amorosa e, por isso, negligenciam a dor do outro.

 C

o caráter ficcional, dado que cada texto lida com a verossimilhança em graus diferentes.

ocultados por meio de disfarces que transmitem a imagem de alegria do indivíduo ao mascarar seus infortúnios.

 D

o objetivo comunicativo, sendo a música uma obra artística e a carta um desabafo interpessoal que se tornou público.

enaltecidos por uma comunidade hipócrita que se empenha na manutenção de uma aparência de harmonia e sobriedade.

 E

dissimulados pelos sujeitos sofredores para que não se possa conhecer a violência a que eles se encontram submetidos.

 C

 D

 E

a temática, já que a notícia sugere haver uma mudança no conteúdo entre carta original e música recriada.

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LCT – PROVA I – PÁGINA 17

Alternativa C

 A alternativa D está incorreta porque o gênero comentário

Resolução: No poema de Raimundo Correia, o eu lírico questiona como seriam as relações das pessoas se seus sentimentos mais profundos estivessem expostos em seus rostos, afirmando que cada uma delas carrega um “mal secreto”, ou seja, uma emoção não revelada ao mundo.  Alguns versos que comprovam essa temática são: “Quanta gente, talvez, que inveja agora / Nos causa, então piedade nos causasse!” e “Quanta gente que ri, talvez, consigo / Guarda um atroz, recôndito inimigo”. Assim, está correta a alternativa C.

não necessariamente é marcado pela primeira pessoa

TNXG QUESTÃO 27  A co lun a de Dr au zio Var el la liv ro u- no s de um sábado indigesto, empanzinados pelo circo TSE. O autor aborda o absurdo da “apropriação indébita do corpo feminino”. Sem entrar no mérito das “tradições culturais”, uma aberração “a que o mundo assiste em silêncio acovardado”, creio que as indústrias da moda e da estética são as que mais lucram com a sujeição da mulher a certos estereótipos. A sociedade deveria boicotar produtos e serviços que atentem imoderadamente contra a naturalidade feminina (“O corpo da mulher”, Ilustrada, 10/6).

publica querendo combater “erros de português”. Nunca me

Maria Inês Prado. S. João da Boa Vista, SP.

derrota, destinado ao fracasso, à decepção, a ser subjugado

Disponível em: . Acesso em: 12 jun. 2017.

pelas forças da realidade. E isso por uma razão simplíssima:

Por meio de pistas linguísticas, estruturais e argumentativas, é possível ao leitor inferir o contexto de produção e de recepção de um dado texto. No caso do fragmento apresentado, é elemento que identifica seu gênero textual  A

as expressões entre aspas, que intertextualidade de um artigo opinativo.

 B

a assinatura completa e o local, que confirmam a hipótese de uma carta pessoal.

 C

a menção ao nome de uma matéria publicada, com que dialoga a carta do leitor.

 D  E

marcam

do singular. A alternativa E está incorreta porque o texto não tem características de uma crônica argumentativa e também porque estas não são tipicamente marcadas por expressões conotativas. QUESTÃO 28

MVUL

Faz tempo que ouço falar dos vídeos que uma moça [...] dei ao trabalho de assistir, porque não preciso ver para saber o que é. Minha tese de doutoramento tratou precisamente dessas manifestações do que se chama há bom tempo de purismo linguístico. [...] O purismo linguístico é uma ideologia sobre língua e, como toda ideologia, não tem nenhum outro fundamento a não ser as crenças infundadas de quem a defende. O purista é um personagem trágico, porque já nasce fadado à

as línguas mudam, as línguas se transformam com o tempo, e é precisamente essa certeza que leva essas pessoas a se desesperar e a querer interromper o que não pode ser interrompido. [...]

a

É burra porque se mete a falar do que não sabe e, para piorar, além de burra é arrogante e preconceituosa, porque só vê as mudanças que ocorrem na fala das pessoas humildes, sem instrução formal, que costumam levar as mudanças da língua mais adiante e mais depressa do que as pessoas

o uso da primeira pessoa do singular, que caracteriza o gênero comentário.

que se submetem ao policiamento da escrita e da escola.

a utilização de expressões conotativas, típicas de crônicas argumentativas.

O purismo linguístico é uma das muitas faces do reacionarismo social, do conservadorismo político, da discriminação contra quem não pertence aos grupos dominantes. [...]

Alternativa C Resolução: A questão apresenta um texto, cujo objetivo é explicitar uma opinião acerca da coluna do médico e articulista Drauzio Varela, “O corpo da mulher”. O enunciado da questão solicita, entre as alternativas, o elemento que possibilita a identificação do gênero a que pertence o texto escrito por Maria Inês Prado, ao que responde corretamente a alternativa C, que explicita o gênero carta do leitor e a relação dele com o elemento mencionado, o nome da matéria comentada. A alternativa A está incorreta porque o texto apresentado não possui estrutura de artigo opinativo e, ainda, porque expressões entre aspas não necessariamente marcam esse gênero textual. A alternativa B está incorreta porque, apesar de assinatura e local serem características de cartas pessoais, o conteúdo do texto indica não se tratar desse gênero textual. LCT – PROVA I – PÁGINA 18

Mas burrice e preconceito nasceram para andar juntos.

BAGNO, M. Disponível em: .  Acesso em: 12 jun. 2017. [Fragmento adaptado]

No texto de opinião anterior, por meio de uma discussão sobre mudança linguística, o linguista Marcos Bagno tem como objetivo central efetuar uma crítica  A

às novas mídias que perpetuam velhos preconceitos.

 B

ao reacionarismo linguístico aliado ao preconceito social.

 C

à veiculação de ideologias diversas no ensino de Língua Portuguesa.

 D

aos indivíduos que utilizam e dominam a norma-padrão do português.

 E

às pessoas que não aceitam a variação linguística em qualquer situação.

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Alternativa B Resolução: Em seu artigo, Marcos Bagno critica os puristas da língua, as pessoas que são contra qualquer tipo de variação linguística. Ainda, segundo ele, esse comportamento reacionário estaria associado a um preconceito social, já que as mudanças na língua ocorreriam mais depressa entre os falantes com menos instrução. Trechos do texto que atestam a opinião do autor, entre outros, são: “O purismo linguístico é uma ideologia sobre língua e, como toda ideologia, não tem nenhum outro fundamento a não ser as crenças infundadas de quem a defende” e “[Essa ideologia] é burra porque se mete a falar do que não sabe e, para piorar, além de burra é arrogante e preconceituosa”. Portanto, está correta a alternativa B. QUESTÃO 29

UOIV

 A abordagem usa da, em consonância com a suposta eficácia do método, mostra que esse é um caminho rápido e, para isso, apresenta uma mulher acima do peso ao lado esquerdo de uma seringa – que simboliza o remédio divulgado na reportagem; do lado direito, há a mesma mulher, mas agora com um corpo que atende aos padrões impostos de beleza. Portanto, explica bem a abordagem da revista a alternativa D. QUESTÃO 30

BDTT

TEXTO I  A burguesia despojou de sua aura todas as atividades até então consideradas despojadas com respeito e temor religioso. Transformou o médico, o jurista, o padre, o poeta, o homem de ciência em assalariados por ela remunerados.  A burguesia rasgou o véu de emoção e de sentimentalidade das relações familiares e reduziu-as a mera relação monetária.  A burguesia desvelou que as demonstrações de brutalidade da Idade Média, tão admiradas pela Reação, tinham seu exato contrapeso na indolência mais abjeta. Foi quem primeiro demonstrou quão capaz é a atividade dos homens. Realizou maravilhas superiores às pirâmides egípcias, aos aquedutos romanos e às catedrais góticas. Levou a cabo as expedições maiores que as grandes invasões e as cruzadas. MARX, K. Manifesto do Partido Comunista . Porto Alegre: L&PM, 2011. p. 28. (Coleção L&PM Pocket).

Disponível em: .  Acesso em: 03 ago. 2017.

 A obesidade é uma das principais doenças do século XXI. O foco em sua cura ou tratamento é recorrente na s diferentes mídias brasileiras. Tendo isso em vista, a abordagem utiliz ada na capa anterior destaca um(a)  A

aumento progressivo de remédios que prometem o que não podem cumprir.

 B

diferença da manifestação da doença em mulheres em comparação aos homens.

 C

influência da crença religiosa para a cura desse mal, principalmente em mulheres.

 D

caminho de emagrecimento rápido, ilustrando um estereótipo de corpo feminino magro.

 E

existência de campanhas sensacionalistas sobre o tema, que tendem a enganar os doentes.

Alternativa D Resolução: A capa da revista Veja   expõe um novo método de emagrecimento, o qual seria inovador, fazendo “emagrecer entre 7 e 12 quilos em apenas cinco meses”. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

TEXTO II Só a ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupi, or not tupi that is the question. Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos. Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago. Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com os sustos da psicologia impressa.  ANDRADE, O. Manifesto Antropofágico. Revista de Antropofagia , ano I, n. 1. maio 1928. [Fragmento]

Promovendo a antropofagia cultural, o Modernismo brasileiro de primeira fase, liderado por Oswald de Andrade, teve como uma de suas inspirações a ideologia política desenvolvida por Karl Marx e Friedrich Engels. Em comum, os fragmentos dos manifestos  A advogam pela união de povos e culturas e rechaçam o isolacionismo romântico.  B exaltam as multidões, a modernidade e condenam a sociedade de seu tempo.  C atacam culturas regionalistas e voltam a atenção para ideais políticos de elite.  D celebram a massificação das culturas e se opõem à existência das religiões.  E rejeitam o século XIX e combatem as produções culturais eurocêntricas.

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LCT – PROVA I – PÁGINA 19

Alternativa B Resolução: Em ambos os textos, o Manifesto do Partido Comunista e o Manifesto Antropofágico , os autores exaltam a união dos povos e a modernidade, combatendo a opressão que a sociedade de seu tempo vivia, segundo suas próprias óticas.  Assim, ao mesmo tempo que enaltecem o progresso recente, condenam as atitudes daqueles no poder econômico ou cultural. No texto I, isso fica claro em trechos como: “A burguesia rasgou o véu de emoção e de sentimentalidade das relações familiares e reduziu-as a mera relação monetária” e “[A burguesia] foi quem primeiro demonstrou quão capaz é a atividade dos homens”. Já no texto II, nos trechos: “Só a ANTROPOFAGIA nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente” e “Freud acabou com o enigma mulher e com os sustos da psicologia impressa”. Dessa forma, está correta a alternativa B. QUESTÃO 31

932H

Poema tirado de uma notícia de jornal João Gostoso era carregador de feira livre e morava no [morro da Babilônia num barracão sem número. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu [afogado. BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira . Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

O poema de Manuel Bandeira é construído por meio de uma intertextualidade com o gênero textual notícia. Essa intertextualidade é evidenciada  A pelo teor sensacionalista adotado na abordagem da fatalidade ocorrida.  B pela apresentação detalhada e objetiva de fatos reais coletados no cotidiano.  C pelo caráter temporal do texto, que relata um acontecimento muito específico.  D pela presença dos elementos estruturais constituintes de uma notícia real.  E pelo predomínio de tipologia narrativa e linguagem referencial na abordagem do assunto. Alternativa E Resolução: “Poema tirado de uma notícia de jornal” apresenta um grau de intertextualidade evidente com o gênero jornalístico notícia. Em conformidade com os propósitos do Modernismo, o texto rompe com a forma e o conteúdo de textos poéticos de movimentos literários poéticos anteriores, conferindo a Manuel Bandeira liberdade para tratar temáticas cotidianas, como aquelas vistas em notícias de jornal, não sem lhes dar a sensibilidade natural de um poema. Assim, no texto, são identificadas características formais do gênero notícia, como o predomínio do tipo textual narrativo e da função referencial da linguagem. Está correta, assim, a alternativa E. As demais alternativas estão incorretas porque, mesmo expondo uma fatalidade, não há tentativa de causar escândalo ou chocar a opinião pública no texto; porque os fatos não são esmiuçados no texto nem se sabe se eles são reais; e porque apenas o caráter temporal não delimita uma notícia. LCT – PROVA I – PÁGINA 20

QUESTÃO 32

SA64

Não existe propaganda tradicional. A propaganda deve ser uma forma de comunicação disruptiva que surpreende as pessoas. Propaganda tradicional se refere muito mais à maneira como a propaganda é veiculada do que como ela é pensada e criada. Alguns dos maiores publicitários sempre se comunicaram por veículos inovadores. [...] Em cada empresa, um pensamento publicitário se apresenta. Entendê-lo e expressá-lo com a emoção certa é chave que abre as portas da percepção do público. Hoje, graças a Deus (e aos engenheiros), temos ferramentas e dados muito mais poderosos para acessá-lo, entendê-lo e entregar-lhe o produto certo, na hora certa, no lugar ce rto, no preço certo. É muito recurso, que demanda algo mais: emoção. Queremos mestres engenheiros em nossas agências, mas queremos também mestres da emoção. Quando fizemos a campanha de bichinhos de pelúcia para a Parmalat, alguns publicitários acharam brega, torceram o nariz. Mas as mães e as crianças adoraram, e foi um tremendo sucesso.  A propaganda está dentro do fluxo constante de criação e comunicação que marca a humanidade. No best-seller  Sapiens, o israelense Yuval Harari afirma que a capacidade do ser humano de acreditar em coisas imateriais, que só existem na imaginação, e comunicá-las de forma eficiente tornou possível às pessoas agir de forma coordenada para construir civilizações. A propaganda é fio condutor da humanidade. [...] É verdade que antes da web as coisas pareciam mais simples. Para falar com o consumidor havia TV, mídia impressa, rádio, outdoor . Agora é mais complexo, no melhor sentido. A paleta se expandiu, elevando a nossa capacidade de promover marcas e produtos. A publicidade não deve temer essas evoluções, mas abraçá-las, como estamos fazendo. [...] GUANAES, N. Disponível em: .  Acesso em: 28 fev. 2017. [Fragmento adaptado]

 A tipologia dissertativo-argumentativa compõe-se de uma mescla de informações e opiniões. No texto, o fragmento que apresenta conteúdo opinativo a serviço da tese sobre o universo publicitário é:  A

“A propaganda deve ser uma forma de comunicação disruptiva que surpreende as pessoas. Propaganda tradicional se refere muito mais à maneira como a propaganda é veiculada do que como ela é pensada e criada.”

 B

“[...] temos ferramentas e dados muito mais poderosos para acessá-lo, entendê-lo e entregar-lhe o produto certo, na hora certa, no lugar certo, no preço certo.”

 C

“Quando fizemos a campanha de bichinhos de pelúcia para a Parmalat, alguns publicitários acharam brega, torceram o nariz.”

 D

“[...] o israelense Yuval Harari afirma que a capacidade do ser humano de acreditar em coisas imateriais [...] e comunicá-las de forma eficiente tornou possível às pessoas agir de forma coordenada para construir civilizações.”

 E

“A paleta se expandiu, elevando a nossa capacidade de promover marcas e produtos.”

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Alternativa A

QUESTÃO 34

Resolução: O texto é um artigo de opinião, portanto a

Geração Y é a geração das pessoas que nasceram após os anos 1980. São as pessoas conhecidas também por serem chamadas de geração do milênio ou geração da Internet, que surgiu exatamente por essa época. A geração Y é conhecida por ser uma geração que vivenciou muitos avanços tecnológicos, crescimento de diversos países, que acabaram tornando-se potências mundiais. As crianças da geração Y cresceram tendo o que muitos de seus pais não tiveram, como TV a cabo, videogames , computadores, vários tipos de jogos, e muito mais. Por terem esse contato todo com a tecnologia, acabaram ficando conhecidos por serem pessoas folgadas, distraídas, insubordinadas e superficiais, em sua grande parte.

tipologia dissertativo-argumentativa é privilegiada pelo autor, que expõe fatos e informações e defende um posicionamento. Entre os trechos citados nas alternativas, aqueles em B, C, D e E contêm apenas sequências expositivas. Já o trecho na alternativa A apresenta conteúdo opinativo, uma vez que autor expõe seu ponto de vista a respeito do que é uma propaganda. Esse mesmo trecho, inclusive, consta na introdução do artigo, em que o autor expõe sua tese, a qual é defendida ao longo do texto. QUESTÃO 33

LKYM

Instruções para chorar  Deixando de lado os motivos, atenhamo-nos à maneira correta de chorar, entendendo por isto um choro que não penetre no escândalo, que não insulte o sorriso com sua semelhança desajeitada e paralela. O choro médio ou comum consiste numa contração geral do rosto e um som espasmódico acompanhado de lágrimas e muco, este no fim, pois o choro acaba no momento em que a gente se assoa energicamente. [...] Quando o choro chegar, você cobrirá o rosto com delicadeza, usando ambas as mãos com a palma para

Disponível em: .  Acesso em: 03 ago. 2017 (Adaptação).

O autor escreve a respeito do perfil da chamada “geração Y”, apresentando em seu texto, principalmente, o recurso  A

injuntivo, ao orientar os leitores a participar ou ser integrante da geração Y.

 B

comparativo, ao distinguir diferentes gerações de uma mesma região e época.

 C

descritivo, ao informar sobre as principais características do grupo em questão.

 D

argumentativo, ao defender seu ponto de vista em relação ao assunto abordado.

 E

narrativo, ao contar acerca do histórico social de jovens nascidos até os anos 1980.

dentro. As crianças chorarão esfregando a manga do casaco na cara, e de preferência num canto do quarto. Duração média do choro, três minutos. CORTÁZAR, J. Disponível em: . Acesso em: 26 fev. 2015.

 As características linguísticas e estruturais do texto revelam nele o predomínio da função de linguagem  A

apelativa.

 B

emotiva.

 C

fática.

 D

metalinguística.

 E

poética.

Alternativa A Resolução: Logo no título do texto, percebe-se a intenção do autor: instruir os leitores a c horar. No primeiro parágrafo, sem refletir sobre os motivos que l evariam alguém ao choro, ele apresenta “a maneira correta de chorar”, descrevendo a ação. No segundo parágrafo, sua intenção torna-se mais clara, pois dirige-se aos leitores, ensinando-os a chorar.  Assim, a função da linguagem predominante é a apelativa,  já que o foco do texto está naqueles que os receberão. Está correta, portanto, a alternativa A. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

7ZBK

Alternativa C Resolução: O texto é expositivo, isto é, prioriza o fornecimento de informações sobre seu objeto de análise. Assim, o autor descreve o grupo de pessoas que faria parte da chamada geração Y, caracterizando-o de maneira subjetiva, como percebido nos trechos “São as pessoas conhecidas também por serem chamadas de geração do milênio ou geração da Internet, que surgiu exatamente por essa época”, “As crianças da geração Y cresceram tendo o que muitos de seus pais não tiveram” e “acabaram ficando conhecidos por serem pessoas folgadas, distraídas, insubordinadas e superficiais”. Está correta, assim, a alternativa C. As outras alternativas estão incorretas porque o texto não traz orientação alguma aos leitores; não compara a geração Y com outra geração – ainda que aponte várias de suas características, não estabelece uma relação clara com pessoas de outra época –; não defende um posicionamento acerca do tema; e, ainda que apresente elementos narrativos, como delimitação espaço-temporal e personagens desempenhando ações, o foco está em descrever, e não em relatar (além disso, a geração Y nasceu depois dos anos 1980).

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LCT – PROVA I – PÁGINA 21

QUESTÃO 35

3ZWG

Disponível em:. Acesso em: 23 dez. 2014.

Considerando a intencionalidade discursiva do cartaz, a sequência tipológica predominante no texto é a  B

argumentativa. descritiva.

 C

expositiva.

 D

injuntiva.

 E

narrativa.

 A

Alternativa D Resolução: O texto é um cartaz que promove o combate à dengue, e, considerando sua intencionalidade discursiva, a tipologia predominante é a injuntiva, já que o objetivo da campanha é orientar os cidadãos sobre como evitar o alastramento do mosquito transmissor da doença. Outras tipologias também podem ser identificadas no cartaz, no entanto é a injuntiva que opera conforme a intenção do texto. Os verbos no modo imperativo comprovam o propósito instrucional do texto: “encha”, “mantenha”, “guarde”, “entregue”, “não deixe” e “remova”. Assim, está correta a alternativa D. QUESTÃO 36

MRMF

QUINO. Disponível em: . Acesso em: 03 ago. 2017.

Na tirinha anterior, ao reproduzir o gênero diário, a personagem quebra a expectativa, mesclando características do gênero  A carta.  B artigo de opinião.  C editorial.  D notícia.  E reportagem. LCT – PROVA I – PÁGINA 22

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Alternativa B Resolução: A personagem Mafalda escreve em seu diário suas impressões sobre uma discussão que teve mais cedo no mesmo dia com sua mãe. No segundo quadrinho, Mafalda chega a afirmar que a culpa é sua e que sua mãe estava certa. No último quadrinho, porém, quebrando a expectativa, ela completa o relato dizendo que as notas serão publicadas sem que se concorde com o que a autora escreve. Assim, ela mesma está declarando que o que acabou de relatar não condiz com o que pensa, ou seja, ela não acha que se comportou mal ao discutir com sua mãe. Notas explicativas como essa vista no quarto quadrinho são comuns em artigos de opinião, uma vez que o posicionamento do articulis ta pode não ser o mesmo do veículo. Portanto, a resposta correta é a alternativa B. QUESTÃO 37

PA8P

Ode triunfal  À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica Tenho febre e escrevo.

 D

à valorização da ciência, com a utilização de termos científicos para referir-se ao corpo humano.

à supervalorização do progresso por meio de símbolos ligados ao mundo urbano e à tecnologia. Resolução: O poeta Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa, compõe o poema “Ode triunfal” durante sua fase futurista. Como movimento artístico, o Futurismo rejeitava o moralismo e o passado, exaltando a eletricidade, o automóvel, a velocidade, a vida urbana, o progresso em geral. Versos do poema nos quais se pode encontrar tais características futuristas são: “À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica”, “Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! / Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!”, “E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso / De expressão de todas as minhas sensações, / Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas!” e “Porque o presente é todo o passado e todo o futuro”. Assim, está correta a alternativa E.

 E

QUESTÃO 38 Língua brasileira: consequências do pensar / dizer diferente

Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto, Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos. Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno! Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria! Em fúria fora e dentro de mim, Por todos os meus nervos dissecados fora, Por todas as papilas fora de tudo com que eu sinto! Tenho os lábios secos, ó grandes ruídos modernos, De vos ouvir demasiadamente de perto, E arde-me a cabeça de vos querer cantar com um excesso De expressão de todas as minhas sensações, Com um excesso contemporâneo de vós, ó máquinas! Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical – Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força – Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro, Porque o presente é todo o passado e todo o futuro [...] CAMPOS, A. Disponível em: .  Acesso em: 03 ago. 2017. [Fragmento]

O trecho do poema anterior, de Álvaro de Campos, heterônimo do português Fernando Pessoa, expressa ideias e posicionamentos difundidos pelos artistas ligados ao movimento de vanguarda denominado Futurismo. Uma dessas ideias diz respeito  A

à criação de uma arte verdadeiramente original, mediante o uso de termos ligados à natureza.

 B

ao rompimento total com o passado, sugerindo sua incoerência com o futuro da humanidade.

 C

Se no período da colonização linguística, a catequização e a gramatização atenderam à necessidade de administrar / domesticar a alteridade , no momento da descolonização linguística, a gramatização e a escolarização reivindicam o reconhecimento da distinção entre a ordem da língua portuguesa e a ordem da língua brasileira para a afirmação de uma identidade nacional. Como ressalta Orlandi, essa questão se materializará em diversos acontecimentos, como a criação de academias e regulamentos para educação como forma de legitimar a diferença. Uma vez reconhecida a independência da língua, proliferam-se os instrumentos linguísticos como forma de afirmação da nação e de organização do espaço social em processo de urbanização. Desenvolve-se a produção intelectual, primeiramente, com as atividades dos literatos e dos gramáticos e, posteriormente, dos linguistas. As diferenças  internas colocam-se como marcas da pluralidade, diversidade linguística. Mais recentemente, em um espaço dito globalizado, paralelamente ao reconhecimento da diferença pelo multilinguismo face à língua oficial, se coloca a ordem transnacional da língua, projeto linguístico para atuação externa. Língua brasileira  nos oferece um importante percurso

para compreendermos o processo sócio-histórico que resulta na constituição da língua nacional brasileira. Ao contrapor a materialidade da língua à materialidade da história, Orlandi apresenta, como o faz em outras de suas obras, um gesto teórico de interpretação que relaciona o simbólico ao político. Os acontecimentos discursivos da língua brasileira e da autoria brasileira na teorização da própria língua abrem importantes espaços para a reflexão sobre as consequências do pensar / dizer diferente.

à reflexão sobre o fazer poético, que se baseava no sofrimento do poeta ao compor uma obra.

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JQOF

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 ARAÚJO, A. A. Língua brasileira: consequências do pensar / dizer diferente. In: Revista Línguas e Instrumentos Linguísticos. Disponível em: .  Acesso em: 31 jul. 2017. [Fragmento] LCT – PROVA I – PÁGINA 23

Considerando o título da resenha anterior, infere-se que o principal ponto de vista defendido por Eni Orlandi para a existência de uma língua brasileira é  A

a consolidação de uma identidade nacional.

 B

a exigência de uma produção gramatical autônoma.

 C

a manutenção do processo histórico de colonização.

 D

o multilinguismo caracterizador da era da globalização.

 E

a identificação entre materialidade histórica e linguística.

Alternativa A Resolução: Há, na resenha, trechos que expõem o que a obra Língua brasileira, da pesquisadora Eni Orlandi, defende. Segunda ela, o português brasileiro, como língua, e não como variante do português falado em Portugal, precisa de uma afirmação de identidade para a nação. Isso é visto nos trechos: “a gramatização e a escolarização reivindicam o reconhecimento da distinção entre a ordem da língua portuguesa e a ordem da língua brasileira para a afirmação de uma identidade nacional”, “essa questão se materializará em diversos acontecimentos, como a criação de academias e regulamentos para educação como forma de legitimar a diferença” e “Língua brasileira nos oferece um importante percurso para compreendermos o processo sócio-histórico que resulta na constituição da língua nacional brasileira”. Portanto, está correta a alternativa A. QUESTÃO 39

LBLQ

Aniversário Sábado, dia dos teus anos, iremos ao cinema.  Antes, escreverei a carta que me pediste – informações sobre domínios onde é sempre possível conhecermos, senão o nosso rosto, pelo menos a ausência do medo e do vazio.

 A  B  C  D  E

os versos revelam pouco a pouco o reencontro entre duas pessoas queridas que querem se rever. o gênero carta é preservado no endereçamento a um destinatário possível e na contensão emotiva. a presença da carta no interior do poema indica o desejo do eu lírico de tornar público um sentimento. a referência ao rigor com que a carta será escrita é coerente com um sentimento revelado na conclusão do texto. a estrutura em versos contribui para o entendimento do que se passou entre o eu lírico e a pessoa a quem ele escreve.

Alternativa D Resolução: Na primeira estrofe de “Aniversário”, o eu lírico dirige-se à pessoa amada, expondo que irão ao cinema mais tarde no mesmo dia, e fala sobre uma carta que escreverá a ela. Nessa carta, ele tratará dos sentimentos que existem entre ambos, como exposto nos versos “informações sobre domínios onde é sempre possível / conhecermos, senão o nosso rosto, pelo menos / a ausência do medo e do vazio”. Na segunda e na terceira estrofes do poema, a voz poética volta a falar sobre o iminente encontro, sobre como deverão agir, sobre os assuntos que conversarão. Por fim, na terceira estrofe, por se sentir inseguro com o rumo que o encontro pode tomar, o eu lírico promete ser preciso na carta, para garantir que amada o compreenda: “Certo da indeterminada arte que há na fuga das coisas, / prometo, ao menos, acertar no rigor com que escreverei a carta.” Assim, está correta a alternativa D. QUESTÃO 40

Ficaremos sentados estreitando mágoas. Quando o escuro chegar, a atenção vai despertar-nos para a gravidade das imagens dos legendados diálogos silenciando fragmentos, os que sobraram das antigas vozes nossas. Mas queria-te alegre nesse sábado. Contar-te-ei, depois, a história dos esquilos que existem no jardim botânico de Coimbra, da ágil perseguição que lhes movi numa tarde de inverno  – com o olhar, evidentemente, e imaginando o resto. Certo da indeterminada arte que há na fuga das coisas, prometo, ao menos, acertar no rigor com que escreverei [a carta.  A ida ao cinema, os esquilos, será tudo o que recordarás. Eu contentar-me-ei com o rigor da carta, o solícito pudor da despedida.

21EY

Hoje sou funcionário público e este não é o meu desconsolo maior. Na verdade, eu não estava preparado para o sofrimento. Todo homem, ao atingir certa idade, pode perfeitamente enfrentar a avalanche do tédio e da amargura, pois desde a meninice acostumou-se às vicissitudes, através de um processo lento e gradativo de dissabores. Tal não aconteceu comigo. Fui atirado à vida sem pais, infância ou juventude. Um dia dei com os meus cabelos ligeiramente grisalhos, no espelho da Taberna Minhota. A descoberta não me espantou e tampouco me surpreendi ao retirar do bolso o dono do restaurante. Ele sim, perplexo, me perguntou como podia ter feito aquilo. O que poderia responder, nessa situação, uma pessoa que não encontrava a menor explicação para sua presença no mundo? Disse-lhe que estava cansado. Nascera cansado e entediado. Sem meditar na resposta, ou fazer outras perguntas, ofereceu-me emprego e passei daquele momento em diante a divertir a freguesia da casa com os meus passes mágicos.

QUINTAIS, L. Poesia revisitada . Rio de Janeiro: 7Letras, 2011. p. 134.

RUBIÃO, M. O ex-mágico da Taberna Minhota. In: Obra completa . São Paulo: Companhia de Bolso, 2010. p. 21.

O processo de construção do texto relaciona-se com os seus efeitos de sentido, cabendo ao leitor perceber as escolhas do autor que contribuem para a sua interpretação final. Nesse sentido, em “Aniversário”, de Luís Quintais, reconhece-se que

 A obra de Murilo Rubião escapa dos movimentos literários do século XX. Seu realismo fantástico, como convencionou-se intitular o gênero do qual fez parte, vale-se da fantasia para tratar os males do homem moderno. No texto, o estranhamento causado pela narrativa é

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 A  B  C  D  E

desencadeado por um acontecimento mundano, que é tomado como absurdo na história. resultado de uma ruptura cronológica da trama, que não explica racionalmente o ocorrido. confrontado pela banalidade do episódio descrito, que é universal a leitores os mais diversos. esclarecido em partes ao leitor, que deve buscar no mundo real as explicações para os eventos. compreendido com certa naturalidade pelas personagens, que estão vinculadas ao mundo criado.

Alternativa E Resolução: No conto “O ex-mágico da Taberna Minhota”, do escritor mineiro Murilo Rubião, percebem-se elementos fantásticos, como o fato de o narrador personagem ter sido “atirado à vida sem pais, infância ou juventude”, significando que ele surgiu já velho no mundo. Outra passagem no fragmento que pode causar estranhamento aos leitores é quando o narrador relata “retirar do bolso o dono do restaurante”. No entanto, mesmo que esses eventos contrariem a lógica e a realidade conhecidas, as personagens os recebem com alguma naturalidade, não os tomando por alheios ao mundo real. Isso é bastante evidente na reação do dono do restaurante: “Sem meditar na resposta, ou fazer outras perguntas, ofereceu-me emprego e passei daquele momento em diante a divertir a freguesia da casa com os meus passes mágicos.” Assim, está correta a alternativa E. QUESTÃO 41

EX4L

Em 2013, o CNPq solicitou que os pesquisadores brasileiros informassem raça e cor em seus Lattes. Um estudo feito em 2015 tendo como base essas informações mostra que entre 91 103 bolsistas da 5 instituição, cursando pós-graduação, seja em formato de Mestrado, Doutorado ou Iniciação Científica, as mulheres negras que realizam pesquisas voltadas para ciências exatas são pouco mais de 5 000. Em termos de porcentagem, é pouco mais de 0,5%. Essa pouca diversidade reflete diretamente na 10 forma em como a ciência é produzida no Brasil, como aponta Anna Maria Canavarro Benite. Ela é presidenta da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e lembra que o Brasil é um dos 15 maiores produtores de artigos científicos, ocupando o 13º lugar no ranking   elaborado pela empresa Thomson Reuters, porém essa produção é descolada da necessidade da população. “O Brasil produz muito. Mas, por exemplo, agora o país vive um surto de febre 20 amarela e essas pesquisas não ajudam a vi da prática da sociedade”, afirma.

 D  E

Alternativa A Resolução: No texto, são empregados diferentes recursos para conferir coesão às ideias expostas. Analisando as afirmações das alternativas, identifica-se como correta a alternativa A, já que “seja” denota as alternativas possíveis de pós-graduação das 91 103 bolsistas, segundo o texto: mestrado, doutorado ou iniciação científica. A alternativa B está incorreta porque o sujeito do verbo “é”, na verdade, é “pouco mais de 5 000”, identificado pelo contexto, já que se classifica como desinencial. A alternativa C está incorreta porque “como” tem sentido de conformidade, podendo ser substituído por “conforme” ou “segundo”. A alternativa C está incorreta porque “ela” retoma “Anna Maria Canavarro Benite”. Finalmente, a alternativa E está incorreta porque a conjunção “e” apresenta, na verdade, sentido de adversidade. QUESTÃO 42

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56T4

Cracolândia é símbolo fascinante e repugnante da possibilidade de fuga Os craqueiros, expulsos da cracolândia original, levaram seu fluxo para a Praça Princesa Isabel.  A reportagem de Roberto de Oliveira, na Folha de 29 de maio, nos diz como se sentem os moradores das ruas da nova cracolândia: “Não saio mais com bolsa”; “Costumava ir ao cinema à noite, mas vou agora [15h]”; “Eles abordam os moradores a todo momento.” Entrar no fluxo do crack  não significa ser livre, claro. Mas podemos observar o seguinte: os craqueiros da cracolândia são um assunto tão importante, na cidade, porque eles são o símbolo, fascinante e repugnante, da possibilidade de fugir de todas as obrigações que constrangem a nossa vida – e isso logo em troca de um prazer muito efêmero. Nosso horror diante da andança dos craqueiros talvez seja o efeito de uma questão que eles nos colocam: o que é ser livre? Para introduzir uma aula de Filosofia sobre liberdade, eu levaria meus alunos à Praça Princesa Isabel. CALLIGARIS, C. Disponível em: .  Acesso em: 10 jun. 2017. [Fragmento]

 A compreensão da conclusão do texto exige que o leitor pressuponha que a  A

realidade vista sem preconceitos é um mecanismo adequado para lidar com a complexidade da noção de liberdade.

 B

Filosofia é, segundo o autor, tão apta a tratar o problema dos usuários de drogas quanto as intervenções médicas.

 C

tese defendida é a de que a liberdade de escolhas é uma regra social que deve se submeter ao direito à vida.

 D

percepção acerca da miséria do outro desperta consciência sobre os prejuízos causados pelo uso de drogas.

 E

introdução ao pensamento deve partir da realidade para que não se perca em reflexões fúteis e abstratas.

SANZ, B. Disponível em: .  Acesso em: 28 fev. 2017 (Adaptação).

Para que um texto faça sentido, é preciso que suas informações se estruturem de forma a estabelecer relações claras e lógicas por meio dos chamados elos coesivos. Acerca dessa propriedade organizacional, percebe-se, no fragmento, a utilização  A da palavra “seja” (l. 5), transmitindo ideia de alternativa.  B da expressão “é pouco” (l. 9), referindo-se ao sujeito “mais de 5%”.  C do termo “como” (l. 11), introduzindo uma noção de exemplificação.

do pronome “ela” (l. 12), retomando “a ciência produzida no Brasil”. do vocábulo “e” (l. 20), significando adição de ideias.

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LCT – PROVA I – PÁGINA 25

Alternativa A

Alternativa A

Resolução: O articulista Contardo Calligaris comenta o fato de usuários de crack , após serem expulsos de uma das cracolândias de São Paulo, terem se mudado para a Praça Princesa Isabel. Ele levanta, ainda, o questionamento sobre o que é ser livre: entregar-se ao prazer efêmero das drogas ou lidar com “todas as obrigações que constrangem nossa vida”. Sua conclusão, por fim, é a de que é necessário analisar sem julgamentos esses usuários de crack   para buscar a compreensão de o que é ser livre. Assim, está correta a alternativa A.

Resolução: Vidas secas, de Graciliano Ramos, é classificado como obra pertencente à segunda fase do Modernismo brasileiro, também chamada de Neorrealismo ou Romance de 30. Muitas obras publicadas nesse período apresentavam críticas às questões sociais de então, como a vida degradante da população sertaneja. No fragmento do romance, as condições em que vivem Fabiano, Sinha Vitória e os filhos revelam o olhar condenatório do autor à negligência do poder público com os habitantes do Sertão. Ainda que se trate de uma obra ficcional, o realismo empregado por Graciliano Ramos aproxima a história narrada à de milhões de brasileiros que vivem em condições semelhantes. Portanto, está correta a alternativa A.

QUESTÃO 43

33J5

Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga rala.

QUESTÃO 44

KL1K

 Arrastaram-se para lá, devagar, Sinha Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aio a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás. Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.  – Anda, condenado do diabo, gritou-lhe o pai. Não obtendo resultado, fustigou-o com a bainha da faca de ponta. Mas o pequeno esperneou acuado, depois sossegou, deitou-se, fechou os olhos. Fabiano ainda lhe deu algumas pancadas e esperou que ele se levantasse. Como isto não acontecesse, espiou os quatro cantos, zangado, praguejando baixo. RAMOS, G. Vidas secas. 92. ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. [Fragmento]

 Ao lo ng o do Ne or re al is mo , ou Ro ma nc e de 30 , as questões sociais ganham força, como em Vidas secas, em que Graciliano Ramos retrata a opressão política e socioeconômica dos interesses privados sobre os cidadãos marginalizados. No fragmento, percebe-se uma crítica  A

à vida degradante da população sertaneja, privada de seus direitos básicos.

 B

ao patriarcalismo, reproduzido sintomaticamente mesmo em classes inferiores.

 C

ao tratamento entre pais e filhos, em que estes são explorados como mão de obra.

 D

à herança colonial legada ao Nordeste, oposta à beleza e à diversidade naturais do espaço.

 E

à distância geográfica e cultural dos povos no Brasil, chamada ironicamente de regionalismo.

LCT – PROVA I – PÁGINA 26

Disponível em: .  Acesso em: 27 jul. 2010 (Adaptação).

O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte mote: “Mude sua embalagem”. A estratégia que o autor utiliza para o convencimento do leitor baseia-se no emprego de recursos expressivos, verbais e não verbais, com vistas a  A

ridicularizar a forma física do possível cliente do produto anunciado, aconselhando-o a uma busca de mudanças estéticas.

 B

enfatizar a tendência da sociedade contemporânea de buscar hábitos alimentares saudáveis, reforçando tal postura.

 C

criticar o consumo excessivo de produtos industrializados por parte da população, propondo a redução desse consumo.

 D

associar o vocábulo “açúcar” à imagem do corpo fora de forma, sugerindo a substituição desse produto pelo adoçante.

 E

relacionar a imagem do saco de açúcar a um corpo humano que não desenvolve atividades físicas, incentivando a prática esportiva.

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Alternativa D Resolução: Como o texto é uma peça publicitária que anuncia um adoçante, associa-se à obesidade a ideia de que o açúcar é pouco saudável. Assim, de acordo com o texto, pessoas que consomem açúcar teriam mais chances de engordar, como indicado pelo formato que a embalagem do produto assume. Em oposição, o texto induz seu público-alvo a consumir adoçante relacionando a embalagem reduzida e afinada desse produto ao corpo de pessoas magras. Portanto, a estratégia de convencimento do texto está bem explicada na alternativa D. QUESTÃO 45

5STH

TEXTO I  A reportagem sobre a pobreza na África surpreendeu ao retratar o surgimento de novas faces da sociedade. Esse fato seria inimaginável se recordarmos o regime de segregação social que dividiu a África do Sul entre brancos e negros. É a história ironicamente dando “o troco”. “Brancos miseráveis” (IstoÉ  2272). Marcela Callizo. Salvador, BA.

TEXTO II  A história e a sociedade dão muitas volta s. Se antes a segregação social castigava os negros, que viviam na pobreza, hoje é uma parcela de africanos brancos que sofre com a miséria e as más condições criadas pela própria política social do país. Luis Carlos Dlugolenski Leite. Feira de Santana, BA. Disponível em: .  Acesso em: 03 ago. 2017.

Os textos anteriores, publicados na seção Carta do leitor de uma revista de grande circulação, expressam opiniões sobre significativo assunto de interesse social e político. Os autores dos dois textos apontam para  A a continuidade da grande discriminação de negros no continente africano.  B a importância de ainda existirem movimentos sociais contra o preconceito.  C a novidade de haver mais brancos pobres em regiões africanas do que negros.  D a ironia da história ao apresentar uma parcela social branca, pobre e segregada.  E a pobreza de grande parte dos países africanos, em oposição às nações “brancas”. Alternativa D Resolução: Em ambos os textos, os autores demonstram algum espanto ao saberem que parcelas de pessoas brancas vivem socialmente segregadas na África. O contraste ainda é maior, segundo o autor do texto I, quando considerado o regime de apartheid  sob o qual viveu a África do Sul, dividindo a sociedade entre brancos e negros. No primeiro texto, trechos que comprovam esse ponto de vista são “surpreendeu ao retratar o surgimento de novas faces da sociedade” e “É a história ironicamente dando ‘o troco’”. Já no texto II, “A história e a sociedade dão muitas voltas” e “hoje é uma parcela de africanos brancos que sofre”. Portanto está correta a alternativa D.

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LCT – PROVA I – PÁGINA 27

KPT5

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.  A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. • fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. • • apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos. • apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto. • • •

TEXTOS MOTIVADORES TEXTO I  A alarmante condição de crianças e adolescentes vivendo em situação de rua viola todo o ideal de dignidade humana e confronta as legislações vigentes não só em território brasileiro, mas também nas mais diversas convenções internacionais que lutam pela defesa dos direitos humanos. Disponível em: . Acesso em: 11 ago. 2017. [Fragmento]

TEXTO II  Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente . Disponível em: . Acesso em: 11 ago. 2017. [Fragmento]

TEXTO III  A utilização da rua como espaço por aquelas crianças e adolescentes excluídos ou que se excluem os transforma em “meninos de rua”, “infratores”, “drogados” e inúmeros adjetivos que os associam sempre à pobreza e à marginalidade. Crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social são seres plenos de potencialidades, e, nesse sentido, a prevenção e a redução de danos à saúde devem estar orientadas pelo desenvolvimento e fortalecimento dessas habilidades e competências. DE MARCHI, V. Disponível: . Acesso em: 11 ago. 2017. [Fragmento adaptado]

TEXTO IV VULNERABILIDADE O levantamento do Governo Federal mostra que 72% das crianças e adolescentes que vivem nas ruas são do sexo masculino: maioria tem entre 12 e 15 anos e estudou até a 4ª série.

SEXO

RAÇA E COR

IDADE

Masculino

Feminino

72%

28%

 Até 3 anos

6-11

352

5 178 12-15

10 145 4-5

340

 .

Outros

Negro

    a      j     e      V

4%

24%

Branco

  a    t   s    i   v   e    R   :   e    t   n   o    F

Pardo

24%

49%

16-17

6 461

ESCOLARIDADE (EM %)

MOTIVO DA IDA PARA A RUA (MÚLTIPLA ESCOLHA, EM %)

 Até 4ª série

39

Brigas verbais com família

32

Menos de 6 meses

20

 Apenas na casa da família

52

5ª a 7ª série

31

Violência doméstica

31

6 meses a 1 ano

22

 Apenas na rua

23

Ens. Fund. completo

7

 Alcoolismo / drogas

31

1 a 2 anos

24

4

Liberdade

23

2 a 5 anos

24

7

Ens. Médio incompleto

 Apenas na casa de parentes e amigos

Perda de moradia

13

NS / NR

11

Ens. Médio completo

0,5

Nunca estudou

9

NS / NR

10

Violência sexual

TEMPO (EM %)

9

LOCAL ONDE DORME (EM %)

Rua e casa da família

5

Outros

13

METODOLOGIA: a pesquisa foi realizada com um total 23 973 crianças e adolescentes de todos os estados brasileiros. CARRIEL, P. 21 mar. 2011. Disponível em: . Acesso em: 11 ago. 2017 (Adaptação).

PROPOSTA DE REDAÇÃO  A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da Língua Portuguesa sobre o tema “Crianças e adolescentes em situação de rua no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. LCT – PROVA I – PÁGINA 28

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 A proposta de redação orienta-se por uma temática geral: CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÃO DE RUA NO BRASIL Toda a coletânea apresenta informações referentes a esse tema e, de modo geral, também oferece elementos para que os alunos consigam problematizar seu enfoque. A proposição de um título não é obrigatória na redação do Enem. No entanto, caso os alunos optem por colocar um título, a correção deve penalizar apenas aqueles alunos que colocaram o tema como título (em contexto algum o TEMA deve ser usado como TÍTULO). Itens de correção de acordo com a grade Enem: I.

Item destinado à avaliação da composição linguística do texto (uso da norma-padrão). Para isso, são considerados os aspectos de domínio gramatical explorados na estruturação do raciocínio: uso de concordância verbo-nominal, acentuação gráfica, ortografia, variedade vocabular, pontuação, entre outros recursos que, caso sejam mal utilizados, devem ser penalizados. Vale ressaltar que o aspecto linguístico deve ser considerado em função do conteúdo do texto. Desse modo, se o texto for claro, mas apresentar algumas falhas gramaticais, estas devem ser penalizadas de forma moderada ou não devem ser penalizadas (caso não haja prejuízos para o conjunto textual).



Número máximo de erros linguísticos para a obtenção de nota total nessa competência: dois erros (acima disso, penalizar na correção). ATENÇÃO: este item é avaliado em consonância com o item IV.

II. Na compreensão do tema, os alunos devem discutir o fato de, atualmente, no Brasil, existirem muitas crianças e adolescentes que vivem na rua. Deve-se, então, problematizar a situação em que essa parcela da população vive, já que isso contraria legislações do país e de diversas convenções que defendem os direitos humanos. Portanto, além de expor esse fato como algo ruim à sociedade brasileira, os alunos devem comprová-lo, usando, para tal, as informações dos textos motivadores. No texto I, há a afirmação de que a condição de vida de crianças e adolescentes em situação de rua é preocupante, já que eles são privados de vários direitos. O texto II é um fragmento do Estatuto da Criança e do Adolescente  em que se atesta ser dever do estado e da sociedade assegurar os direitos a esse estrato da população brasileira. Já o texto III, um artigo de opinião, traz uma clara problematização da situação em que vivem essas crianças e adolescentes. Segundo a autora, a exclusão por qual passam esses jovens os impedem de exercer suas potencialidades, o que os marginaliza ainda mais. Portanto, os alunos podem extrair desses textos que os jovens são protegidos por lei e que não devem viver em situação de rua, uma vez que isso prejudica sua integridade física e mental, retirando-lhes o acesso ao que lhes é garantido pela legislação. Finalmente, o texto IV, um infográfico, traz dados numéricos sobre as crianças e adolescentes em situaç ão de rua, como sexo, idade, escolaridade, motivo da ida para a rua, entre outros. Esses dados podem ser usados para compreender melhor o perfil desses jovens, auxiliando os alunos em sua exposição e argumentação. Com relação ao cumprimento do objetivo, os alunos devem perceber a necessidade de criar um enfoque problematizado r do tema (desafios e perspectivas),  já que é solicitada a criação de uma proposta de intervenção. Desse modo, os alunos podem propor uma tese de raciocínio relacionada, por exemplo, à necessidade de se reverter esse quadro, já que todos os cidadãos devem ter seus direitos atendidos pelo Estado. Também pode-se voltar a argumentação para os muitos prejuízos decorrentes de tantos jovens viverem na rua, como aumento da violência urbana, do número de usuários de drogas e de cidadãos marginalizados, por exemplo. Este item é avaliado na introdução do processo argumentativo – item II da grade de correção. Sinalizar, na correção, • existência ou ausência da tese de raciocínio. Caso não haja TESE no texto dos alunos, este item deve ser penalizado com maior rigor (nota mínima ou ZERO). Penalizar também a presença de trechos mais longos que escapem às tipologias argumentativa e expositiva (como os de cunho narrativo). ATENÇÃO: este item é avaliado em consonância com o item III. III. Com relação à terceira habilidade avaliada, domínio da estrutura textual argumentativa, os alunos devem confirmar ou discutir sua tese por meio de estratégias argumentativas diversificadas, com certo grau de ineditismo e autoria, procurando fugir, ao menos parcialmente, de uma abordagem atrelada ao senso comum. No caso dessa proposta, os alunos podem trazer do próprio repertório causas e consequências de haver crianças e adolescentes em situação de rua no Brasil. Com base nos dados do texto IV, é possível perceber que os jovens que vivem na rua atendem a certo padrão da população, a qual já vive à margem da sociedade. Portanto, ao se combater as desigualdades sociais do país, também será combatida a marginalização dos jovens em situação de rua. Além disso, é esperado que os alunos apontem os benefícios a toda a sociedade brasileira de se retirar esses jovens da rua, bem como os prejuízos de eles continuarem a viver nessa condição. Isso torna o projeto argumentativo do texto mais sólido, uma vez que demonstra a urgência de se tomarem medidas a respeito desse grave problema social. Ainda, pode ser tratada no texto a negligência do Estado no assunto, que historicamente pouco tem feito para impedir que parte da população viva na rua, haja vista o alto número de  jovens que vivem nessa condição. Da mesma forma, deve-se ressaltar o dever do Estado na intervenção do problema. •

Este item é avaliado no processo global de argumentação – item III da grade de correção. A ausência de problematização do enfoque deve ser penalizada (nota igual ou inferior a 50%). ATENÇÃO: este item deve ser avaliado em conexão com o item II, para que não haja penalização dupla dos mesmos problemas.

IV. Na quarta habilidade, domínio da estrutura linguístico-semântica , os alunos devem demonstrar uso coerente de sequências discursivas, especialmente no que diz respeito às cadeias coesivas construídas no texto, com o auxílio de determinadas ferramentas da norma-padrão (pontuação, uso correto de conectores, etc.). As relações coesivas devem ser avaliadas entre as sentenças e entre os parágrafos. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

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LCT – PROVA I – PÁGINA 29



Este item é avaliado na estrutura coesiva global – item IV da grade de correção. ATENÇÃO: este item deve ser avaliado em conexão com o item I, para que não haja penalização dupla dos mesmos problemas.

V. Na quinta habilidade avaliada, proposta de intervenção, os alunos devem propor algumas estratégias para tentar solucionar as situações-problema apresentadas ao longo do texto. Este item é muito importante na prática de redação do Enem, portanto deve haver detalhamento e variedade nas propostas apresentadas. Em relação ao tema em questão, devem ser apontadas medidas que, antes de mais nada, reduzam o número de crianças e adolescentes em situação de rua no Brasil. Portanto, pode ser sugerido o aumento de profissionais que fariam o acompanhamento pedagógico de  jovens na escola, garantindo que cumpram todo o ciclo educacional. Esses mesmos profissionais poderiam fazer também o acompanhamento das famílias – certificando-se das condições em que vivem esses jovens –, por isso precisariam de suporte e infraestrutura por parte dos órgãos públicos responsáveis. Tais medidas poderiam evitar que muitos jovens fossem para as ruas, mas, para aqueles que lá já vivem, também são necessárias ações. Pode ser citada, portanto, a criação, por parte do governo, de mais centros que auxiliem esses jovens, dando-lhes não apenas o que comer ou onde dormir, mas também o suporte necessário para poderem voltar para a casa da família ou até mesmo conseguirem um novo lar. Essa intervenção reduziria a situação de margem em que tantos deles vivem, privando-os de um futuro sem que seus direitos sejam atendidos.

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CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS Questões de 46 a 90 QUESTÃO 46

KSI3

Não é uma greve que já tivesse bandeiras gerais. Ela começa com questões específicas dos setores que vão aderindo ao movimento grevista, alguns por solidariedade. Depois é que a pauta passou a incluir desde reivindicações relacionadas ao trabalho até reivindicações de cunho político. [...]. Uma destas questões específicas, menos comentada nos livros de história, era o assédio sexual [...] que [as funcionárias] sofriam dos chamados contramestres, funcionários que supervisionavam o chão de fábrica. Folha de São Paulo. 1ª greve geral do país, há 100 anos, foi iniciada por mulheres e durou 30 dias. Acesso em: 28 abr. 2017.

Em 1917, quando o Brasil era governado por uma oligarquia cafeicultora, ocorreu a primeira greve geral brasileira que, de acordo com o texto, se mostrou um movimento  A  B  C  D  E

preocupado com o desmanche da legislação trabalhista vigente no Brasil do período. pautado pelas causas feministas, devido à opressão sofrida pelas mulheres operárias. encorpado por conta da presença de anarcossindicalistas, sendo muitos deles imigrantes. limitado à cidade de São Paulo, que vivia um surto industrial durante a 1ª Guerra Mundial. complexo, reunindo diversos agentes sociais descontentes com o universo da classe operária.

 Apesar de as lutas do movimento operário brasileiro terem sido conduzidas, em grande parte, por imigrantes que chegavam ao país influenciados pelas ideias que contestavam a ordem capitalista, com destaque para o anarquismo, difundido por meio do fenômeno do anarcossindicalismo, o texto não aborda a participação dos imigrantes na Greve de 1917, o que invalida a alternativa C. Por fim, a alternativa D incorre em erro ao afirmar que o movimento grevista de 1917 limitou-se à cidade de São Paulo, uma vez que a greve alcançou a capital brasileira, o Rio de Janeiro e outros estados do país. QUESTÃO 47

 A morte do ator Domingos Montagner, na tarde dessa quinta-feira (15/09/2016), no município de Canindé de São Francisco (SE), após desaparecer nas águas do “Velho Chico”, próximo a Prainha de Canindé do São Francisco, levantou uma discussão sobre os perigos relacionados à força das correntezas. [...] Segundo o oceanógrafo Gabriel Le Campion, o local onde ocorreu o acidente é conhecido por formar redemoinhos. “É um rio que vem erodindo rochas há muito tempo, e isso faz com que buracos apareçam e provoquem correntes muito fortes na parte inferior das águas. Isso pode provocar muito refluxo e puxar uma pessoa”, explicou. Disponível em: . Acesso em: 01 jun. 2017. (Adaptação)

Os buracos descritos no texto, que se desenvolvem no leito rochoso de rios, formam-se pela abrasão provocada por  A

vento, que promove a formação de correntezas muito fortes.

 B

areia, seixos e blocos, que giram em águas turbilhonares.

 C

sedimentos erodidos ao longo da margem, que se acumulam à jusante.

 D

água da chuva, que provoca o desgaste e carrega partículas.

 E

geleiras, que escavaram vales glaciares e arrastaram sedimentos.

Alternativa E Resolução: O movimento operário no Brasil surge como uma consequência do desenvolvimento industrial na busca por melhores condições de trabalho e por uma reestruturação do modo de produção. O movimento operário foi responsável por organizar as manifestações grevistas que ocorreram no Brasil durante a primeira década do século XX. A Greve de 1917 teve grande destaque na trajetória do movimento na luta por melhores salários, redução do trabalho noturno, abolição das multas e regulamentação do trabalho feminino. Entretanto, de acordo com o texto, a Greve de 1917 mostrou-se um movimento complexo, sem bandeiras gerais, marcado por questões específicas dos diversos setores descontentes com as condições do universo vivenciado pelos operários, como o assédio sexual sofrido pelas operárias nas fábricas, citados no texto, o que torna válida, portanto, a alternativa E. Durante a década de 1910, não havia, no Brasil, uma legislação trabalhista imposta pelo Estado. As relações entre patrões e trabalhadores eram determinadas pelo regulamento das fábricas. Apenas a partir da década de 1930 é que a política trabalhista brasileira ganha forma, o que invalida a alternativa  A. Ainda que o texto aborde a questão do assédio sexual às mulheres nas fábricas como uma das questões levantadas pelo movimento operário, a Greve de 1917 não estava pautada nas causas do feminismo, o que contraria a alternativa B. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

E2EF

Alternativa B Resolução: Marmitas são cavidades no leito rochoso de rios que apresentam formas relativamente arredondadas com dimensões que variam de decímetros a metros escavadas por areia, grânulos, seixos ou até por blocos que giram em alta velocidade. As irregularidades dos leitos rochosos dos rios constituem pontos preferenciais onde se formam redemoinhos ou vórtices porque a superfície irregular detém alguns fragmentos rochosos que, acumulados, provocam o turbilhonamento da água e, consequentemente, o movimento de giro das partículas. Com o passar do tempo, o atrito desses fragmentos no leito rochoso cria depressões dentro das quais eles ficam presos.  A alternativa A está incorreta porque o vento não é o agente de formação das marmitas nem das correntezas dos rios.  A alternativa C está incorreta porque a simples erosão e deposição de sedimentos não forma as marmitas. Aalternativa D está incorreta, pois a erosão pluvial não cria buracos arredondados em leitos fluviais rochosos. A alternativa E está incorreta porque as marmitas do texto-base da questão, e sobre a qual o enunciado pergunta, são resultado da erosão fluvial.

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QUESTÃO 48

6SBC

O vulcão [Colima], localizado entre os estados de Colima e Jalisco, é um dos mais ativos do país [México]. Faz parte do chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma área situada no Oceano Pacífico onde ocorre a grande maioria dos tremores de terra e das erupções vulcânicas do mundo. Disponível em: . Acesso em: 31 maio 2017 (Adaptação).

Qual é o motivo de a maioria de todas as atividades sísmicas e vulcânicas do mundo ocorrerem na área citada no texto?  A Placas litosféricas oceânicas.  B Margens continentais passivas.  C Encontro de muitas placas tectônicas.  D Limites de falhas transformantes.

Com base nos textos, a diversão, mediada pela ação da indústria cultural, funciona por intermédio do  A

desenvolvimento de questionamentos ao status quo vigente.

 B

aumento dos momentos de felicidade na vida das pessoas.

 C

melhoramento da capacidade intelectual dos cidadãos.

 D

implemento de novas ideias críticas para o indivíduo.

 E

atrofiamento da capacidade crítica do indivíduo.

Resolução: Margens convergentes de placas tectônicas com subducções múltiplas de litosfera oceânica ocorrem principalmente nas bordas da bacia do Oceano Pacífico, o que configura o Círculo de Fogo caracterizado pelas intensas atividades sísmicas e vulcânicas. A alternativa A está incorreta porque justifica de modo incompleto o motivo dos numerosos terremotos e vulcões no Círculo de Fogo. A alternativa B está incorreta, pois a margem continental passiva não tem tectonismo significativo e não coincide com o limite de placa tectônica.  A alternativa D está incorreta porque falha transformante forma-se no limite de duas placas tectônicas que deslizam horizontalmente entre si. Nesse caso, a crosta não é destruída nem produzida.  A alternativa E está incorreta, pois esforços de tectônica extensional definem a divergência de placas.

Alternativa E Resolução: A indústria cultural, para Adorno e Horkheimer, designa o modo de produzir cultura mediante a lógica da produção industrial. Então, com a repetição de padrões, a indústria cultural tem como objetivo a formação de uma estética, ou percepção comum, voltada para o consumismo. O texto I demonstra a eficácia da indústria cultural de alijar a capacidade crítica da cultura. Já o texto II diz respeito à diversão oferecida aos indivíduos pela indústria cultural.  Assim, é perceptível, por intermédio da leitura dos textos, que a indústria cultural alia a diversão ao não pensar, ao não refletir criticamente. Assim, “a indústria cultural, que tem como guia a racionalidade técnica esclarecida, prepara as mentes para um esquematismo oferecido pela indústria da cultura. Assim funciona o clichê: seja no cinema, na tel evisão, na moda, no jornalismo, há esquemas prontos e disponíveis que podem ser usados sem qualquer comedimento”. (DELAZARI, F. A cultura e os meios de comunicação. In: Coleção Estudo 6V : Sociologia. Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2017. v. 1. p. 66.). Dito isso, podemos perceber que a alternativa correta é a E.

QUESTÃO 49

QUESTÃO 50

 E

Esforços de tectônica extensional.

Alternativa C

KX9H

O Brasil hoje que está Figurando uma panela

TEXTO I  A indústria cultural anula o potencial crítico da cultura ao realizar ilusoriamente aquele ideal de liberdade e felicidade por meio de sua mercantilização. A cultura, reduzida a simples valor de troca, deixa de prestar-se à reflexão crítica sobre as condições de existência em que vivem os homens para servir aos propósitos de perpetuação do status quo por meio da acomodação e do conformismo.

 A política, cozinheira Está tocando fogo nela Mas tem mil mortos a fome Por ali ao redor dela. [...] Foi mesmo como a política Desse governo atual O Brasil é a panela,

WEBER, W. L. O mosquito na vidraça: a formação dos cidadãos à luz da teoria crítica da Escola de Frankfurt. In: ZUIN, A.; PUCCI, B.; RAMOS-DE-OLIVEIRA, N. (orgs).  A educação danificada : contribuições à teoria crítica da educação. Petrópolis: Vozes; São Carlos: UFSCar, 1998.

TEXTO II Quanto mais firmes se tornam as posições da indústria cultural, mais sumariamente ela pode proceder com as necessidades dos consumidores, produzindo-as, dirigindo-as, disciplinando-as e, inclusive, suspendendo a diversão: nenhuma barreira se eleva contra o progresso cultural. [...] Divertir significa sempre: não ter que pensar nisso, esquecer o sofrimento até mesmo onde ele é mostrado.  A impotência é a sua própria base. É na verdade uma fuga, mas não, como afirma, uma fuga da realidade ruim, mas da última ideia de resistência que essa realidade ainda deixa subsistir. A liberação prometida pela diversão é a liberação do pensamento como negação.  ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. A dialética do esclarecimento . Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985. CH – PROVA I – PÁGINA 32

T6ØO

O Estado bota sal, O município tempera Quem come é o federal. [...] BARROS, L. G. Panellas que muitos mexem . In: CURRAN, M. História do Brasil em cordel. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2011.

Escrito em 1915, o cordel apresentado anteriormente ironiza a República Oligárquica brasileira, enfatizando  A

os efeitos da crise do encilhamento.

 B

o funcionamento do voto de cabresto.

 C

o arranjo da Política dos Governadores.

 D

a repressão contra os movimentos sociais.

 E

a ação da comissão verificadora de poderes.

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Alternativa C Resolução: A segunda estrofe do cordel, valendo-se de uma metáfora, demonstra uma relação de auxílio mútuo entre as diferentes esferas do poder político no Brasil. Esse sistema de troca de favores entre o Governo Federal, os governos estaduais e as oligarquias regionais (administração municipal), durante a República Oligárquica brasileira, permitindo que os mesmos grupos detentores do poder econômico mantivessem o controle político da nação, ficou conhecido como Política dos Governadores, o que torna válida a alternativa C. O encilhamento foi o nome pejorativo dado ao plano econômico adotado pelo ministro da Fazenda Rui Barbosa durante o governo do Marechal Deodoro da Fonseca, não estando relacionado à República Oligárquica brasileira e não sendo abordado pelo cordel, o que torna incorreta a alternativa A. No Brasil, durante a República Oligárquica, o voto era aberto, o que permitiu o controle político dos coronéis, que, pela influência local, direcionavam o voto de um corpo de eleitores por meio do abuso de autoridade e pela compra de votos. Apesar do voto de cabresto, por meio da atuação dos coronéis, ter desempenhado papel relevante no funcionamento da Política dos Governadores, o cordel não enfatiza esse aspecto, o que invalida a alternativa B. O cordel apresentado na questão não aborda a repressão aos movimentos sociais do período, o que vai de encontro à alternativa D. Por fim, assim como o voto de cabresto, a Comissão Verificadora de Poderes, que tinha o objetivo de contribuir para a eleição dos candidatos indicados pelos coronéis, foi um importante instrumento do governo brasileiro, no período da República Oligárquica, para garantir o bom funcionamento da Política dos Governadores, entretanto o cordel não enfatiza a atuação desse órgão, o que invalida a alternativa E. QUESTÃO 51

XO8I

Disponível em: . Acesso em: 28 ago. 2017.

 As práticas dos negros africanos trazidos como escravos para o Brasil, como a demonstrada na i magem, expressam uma forma de  A

liberdade religiosa.

 B

resistência cultural.

 C

mobilização política.

 D

alienação ideológica.

 E

assimilação do cativo.

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Alternativa B Resolução: Durante a colonização da América Portuguesa, milhões de negros africanos foram escravizados e trazidos para o Brasil para atuarem forçadamente nas mais variadas atividades econômicas da colônia, tanto no meio rural quanto no meio urbano. A violência foi uma marca da escravidão na América Portuguesa, infligindo aos negros africanos escravizados toda sorte de abuso e opressão. Diante desse cenário de intenso sofrimento, a população negra cativa promoveu variadas formas de resistência. Além das fugas e das ações que recorriam ao uso da violência, como o assassinato dos senhores e o suicídio, os negros cativos valeram-se também das manifestações culturais africanas como forma de resistência. Ao recorrerem às práticas culturais, como a apresentada na imagem, os escravos buscavam preservar alguns vínculos e costumes de origem africana, resistindo à marginalização a que eram relegados pelos costumes e pelas leis portuguesas, o que torna válida, portanto, a alternativa B e contraria as alternativas D e E. A cultura africana, trazida pelos negros escravizados, chocava-se com as constantes proibições da Igreja Católica, o que invalida a alternativa A. A alternativa C incorre em erro por destacar um elemento que não se relaciona à imagem. 97Y2 QUESTÃO 52 Gentrificação: Processo de recuperação do valor imobiliário e de revitalização de região central da cidade após período de degradação; enobrecimento de locais anteriormente populares [Processo criticado por especialistas em planejamento urbano e urbanismo.]  AULETE DIGITAL. Disponível em: .  Acesso em: 27 jul. 2017.

O fenômeno urbano da gentrificação, definido no dicionário, é caracterizado por  A adensamento demográfico resultante de um maior aproveitamento do espaço geográfico.  B inclusão social da fatia da população de baixa renda, que passou a ser atendida pelo Estado.  C expulsão dos antigos moradores e comerciantes em razão do aumento do custo de vida local.  D redução dos preços das mercadorias que seguiram a tendência de queda do valor dos imóveis.  E aumento do salário médio e do poder de compra dos moradores locais no espaço revitalizado. Alternativa C Resolução: A gentrificação ou o enobrecimento urbano corresponde à mudança no espaço urbano em que áreas desvalorizadas das cidades têm o custo de vida elevado, e os residentes são substituídos por grupos sociais de renda mais alta devido à revitalização e à valorização dessas áreas. Os antigos moradores são expulsos pela especulação imobiliária e pelo aumento dos custos. A alternativa A está incorreta porque o fenômeno urbano em questão não está relacionado necessariamente ao aumento da densidade demográfica. O local onde ocorre a gentrificação pode ser muito povoado no período anterior ao processo. A alternativa B está incorreta, pois a população de baixa renda é excluída no processo de gentrificação. A alternativa D está incorreta porque as mercadorias tendem a ficar mais caras em áreas que passam por melhoramentos e revitalização. A alternativa E está incorreta, pois, no processo de gentrificação, o poder de compra dos moradores antigos diminui com o aumento do custo de vida local.

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IAD3 QUESTÃO 53 O surgimento do polo tecnológico de São José dos Campos é decorrente de vários fatores. Inicialmente se destacam a implantação do ITA [Instituto Tecnológico de Aeronáutica] e do IPD [Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento], na década de 1950, e do Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais], na década de 1960. Esses institutos deram a base tecnológica necessária à formação da indústria aeroespacial na região.  A implantação do setor industrial na região não foi um processo planejado e coordenado. Contribuíram o Governo Federal como financiador e demandador dos produtos gerados, principalmente no início do desenvolvimento do polo industrial, a existência de uma estrutura de ensino que estava diretamente associada à pesquisa, a existência de projetos sendo desenvolvidos e repassados às indústrias, a existência de líderes de projetos, etc. MEDEIROS, J. A. Perfil dos polos tecnológicos brasileiros . IBCIT – CNI / Dampi – SEBRAE – CNPq. Brasília: 1991. p. 43 (Adaptação).

Um fator fundamental para a formação de polos como o descrito no texto anterior é a  A

disponibilidade local de determinados recursos, como silício e minério de ferro.

 B

existência de redes de transporte eficientes com densa malha ferroviária.

 C

mão de obra qualificada oriunda de centros universitários e de pesquisa.

 D

oferta numerosa de trabalhadores e mercado consumidor pouco capitalizado.

 E

proximidade com a indústria de base, produtora de ferro e aço, e com portos.

Alternativa C Resolução: Conforme está descrito no texto-base, tecnopolos, como São José dos Campos, situado no Vale do Paraíba, concentram indústrias, profissionais, estudantes, centros de pesquisa e universidades ligados ao desenvolvimento de tecnologia. Essa proximidade facilita a associação entre eles e contribui para a formação de mão de obra altamente qualificada.  A alternativa A está incorreta porque a disponibilidade local de minério não é uma condição indispensável e necessária para os tecnopolos se formarem. A alternativa B está incorreta, pois a existência de redes de transportes é um fator importante, o que inclui e não se restringe ao modal ferroviário. A alternativa D está incorreta porque a qualificação da mão de obra nos tecnopolos é mais significativa do que sua quantidade. A alternativa E está incorreta, pois a proximidade com a indústria de base e com portos não é um critério determinante da constituição de tecnopolos. 4J2K QUESTÃO 54 Para se entender o que ocorreu em 1929, o ponto de partida é o período que antecede o colapso da Bolsa de Nova Iorque. Ao longo dos anos compreendidos entre 1922 e 1929, os EUA foram beneficiados por pujante expansão. Nesse intervalo, as despesas de investimento giravam em torno de 20% do Produto Nacional Bruto (PNB), e o desemprego, estava na casa dos 2%. Entre 1923 e 1929, a produção de automóveis aumentou 33% ao ano. CH – PROVA I – PÁGINA 34

 A produção de petróleo, de aço, de borracha e a construção de estradas foi consequentemente incrementada. De 1925 a 1929, o número de indústrias subiu de 183 900 para 206 700; o valor da produção dessas empresas elevou-se de 60,8 para 68 bilhões de dólares. O faturamento do comércio americano havia disparado de 236 milhões, em 1923, para 1,25 bilhão de dólares seis anos mais tarde. Como os ganhos das empresas eram estáveis e crescentes, havia boas razões para as cotações das ações elevarem-se ao longo de parte dos anos 1920. O índice das cotações passou de 100, em 1926, para 216, em setembro de 1929. Disponível em: . Acesso em: 10 jul. 2017 (Adaptação).

 A leitura do texto denota que a Crise da Bolsa de Valores de Nova Iorque foi causada  A pelo crescimento abaixo do esperado da economia e das indústrias dos Estados Unidos da América.  B por uma crise de superprodução, haja visto que os Estados Unidos produziam mais do que vendiam.  C pelo pessimismo dos mercados mundiais em relação à capacidade de produção dos Estados Unidos.  D pela grande especulação financeira ocorrida na Bolsa de Valores, com ações fantasmas sendo vendidas.  E por uma euforia do mercado interno estadunidense, que absorvia o que era produzido nos Estados Unidos. Alternativa B Resolução: Com base na leitura do texto-base, infere-se que a Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque foi motivada por uma crise de superprodução, em que os Estados Unidos, após o término da Primeira Guerra Mundial, passam a abastecer o mercado europeu, porém, em 1929, a economia europeia já se mostrava recuperada, e o excesso de produtos estadunidenses começa a não encontrar compradores, o que leva à Crise de 1929; portanto, está correta apenas a alternativa B. A alternativa A mostra-se equivocada, pois a Crise de 1929 não foi causada por um crescimento abaixo do esperado da economia e das indústrias estadunidenses, mas sim pelo contrário, isto é, um crescimento exagerado da produção industrial estadunidense que não encontrava mais mercados consumidores para os seus produtos. A alternativa C está incorreta ao dizer que havia um pessimismo dos mercados mundiais em relação à capacidade produtiva dos Estados Unidos, quando, na realidade, o clima, em 1929, era de otimismo em relação à recuperação econômica do mundo pós-Primeira Guerra Mundial. A alterantiva D apresenta-se equivocada, pois, apesar de haver grande especulação financeira na bolsa de valores em 1929, esta não foi causada pela venda de ações fantasmas (inexistentes), mas sim pelo decréscimo do valor de ações reais. Por fim, a alternativa E incorre em erro ao afirmar que o mercado interno dos Estados Unidos absorvia os produtos estadunidenses, o que de fato não ocorreu. SØ8X QUESTÃO 55 Deve-se compreender que um príncipe [...] não pode praticar todas aquelas coisas pelas quais os homens são considerados bons, uma vez que, frequentemente, é obrigado, para manter o Estado, a agir contra a fé, contra a caridade, contra a humanidade, contra a religião. [...] nas ações de todos os homens, em especial dos príncipes, onde não existe tribunal a que recorrer, o que importa é o sucesso das mesmas. Procure, pois, um príncipe, vencer e manter o Estado: os meios serão sempre julgados honrosos e por todos louvados.

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MAQUIAVEL, N. O Príncipe . Tradução de Roberto Grassi. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1976. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

O conceito de “bom”, na filosofia de Maquiavel, relativiza-se, de modo que o governante “bom” é aquele que  A  B

governa de acordo com a vontade da maioria. é temente a Deus e livre da autoridade da Igreja.

 D

age contra a fé oficial e conforme a caridade cristã. segue preceitos cristãos de caridade e misericórdia.

 E

faz o necessário para manter a ordem e o poder.

 C

Alternativa E Resolução: O pensamento de Maquiavel é inédito porque o pensador florentino repensou a relação entre ética e política, dando um entendimento mais relativista à ética. Maquiavel, por viver numa época em que a Itália não havia sido formada enquanto Estado Nacional, dirige seus escritos na forma de conselhos para Lourenço II de Médici, governante de Florença, com o objetivo de fortalecer o Estado e, – há autores que especulam, comentando a obra do referido filósofo – unificar os Estados Italianos sob o governo de Florença. Nesse contexto, Maquiavel apresenta uma vasta série de conselhos e estratégias que o governante deveria adotar, sempre visando os fins do governo: a obtenção e a manutenção de territórios e povoados. A Maquiavel é atribuída, com coerência, a frase: “Os fins justificam os meios”, apesar de essa formulação não constar em seus escritos. Assim, no entendimento do pensador florentino, o governante bom é aquele que faz o que for necessário para manter a ordem e o poder. Portanto, está correta a alternativa E. F5DP QUESTÃO 56 Para tanto, o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), órgão criado por Getúlio para o controle e uso da censura na imprensa, além da produção de programas pró-Estado Novo, atuava em três frentes: o jornalismo, o rádio e o cinema. O DIP possuía setores de divulgação, radiodifusão, teatro, cinema, turismo, imprensa e literatura social e política. Cabia-lhe coordenar, orientar e centralizar a propaganda interna e externa, fazer a censura ao teatro, cinema, estimular a produção de filmes educativos nacionais e classificá-los para a concessão de prêmios e dirigir o programa de radiodifusão oficial do governo. Disponível em: . Acesso em: 07 jul. 2017.

 Ao se pensar no controle dos meios de comunicação pelo Estado Varguista e levando em consideração o texto-base, o governo de Getúlio Vargas (1930-1945) está relacionado a governos  A liberais.  B populistas.  C neoliberais.  D autoritários.  E democráticos. Alternativa D Resolução: O texto-base deixa evidente a relação entre o governo de Getúlio Vargas, que, ao controlar e censurar os meios de comunicação, assemelha-se aos governos autoritários da Alemanha e da Itália. Portanto, está correta a alternativa D.  A alternativaA não se relaciona ao texto-base, pois os governos liberais são contrários à censura e ao controle sobre os meios de comunicação. A alternativa B mostra-se equivocada, pois, apesar de o governo Varguista ter um caráter populista, o texto- base não se relaciona ao caráter populista do Governo Vargas. A alternativa C incorre em erro, pois os governos neoliberais só surgirão anos depois na década de 1970. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

Por fim, o texto-base não se relaciona a governos democráticos como afirma a alternativa E, mas sim, ao contrário, o texto-base tem ligação com governos autoritários nos quais a democracia era sufocada por meio do controle estatal dos meios de comunicação. R7VB QUESTÃO 57 Dentre os vários projetos, a opção política foi por aquele que garantia a maior estabilidade e manutenção da ordem, ou seja, a Monarquia. O preço a pagar por essa manutenção era a continuidade, a percepção de que no Brasil havia uma sociedade, afinal, portuguesa. Um preço alto demais a pagar para alguns, mas até mesmo desejado por outros, pois implicava na continuidade de uma hierarquia excludente no âmbito interno e garantia um limite claro para o potencial revolucionário embutido na desvinculação com Portugal. KHALED JUNIOR, S. H. Horizontes identitários : a construção da narrativa nacional brasileira pela historiografia do século XIX. Porto Alegre: EDIPUCS, 2010.

De acordo com o texto, o processo de Independência do Brasil, em 1822,  A viabilizou as transformações estruturais na economia e na sociedade brasileiras, atendendo às demandas populares.  B consolidou a nacionalidade brasileira, superando as identidades regionais e garantindo a estabilidade e a integridade do território.  C promoveu o rompimento político com Portugal e solucionou a questão da contradição entre as identidades brasileira e portuguesa.  D revelou o caráter conservador das elites brasileiras, preocupadas em criar um Estado Nacional sem a participação dos mais radicais.  E demonstrou o alinhamento do projeto emancipacionista brasileiro ao liberalismo francês adotado pelas elites criollas latino-americanas. Alternativa D Resolução: O processo de ruptura política entre Brasil e Portugal não foi construído por meio da participação popular e revelou o caráter conservador das elites brasileiras, que estiveram à frente do processo de Independência do Brasil. Temerosas com a possibilidade de se assistir, no Brasil, à mesma fragmentação ocorrida na América Espanhola, as elites brasileiras optaram por um projeto político que garantisse a estabilidade do Estado, mantendo os mais radicais e o povo afastados do processo, o que torna válida a alternativa D. Dessa forma, atendendo aos anseios da aristocracia, a ruptura política não foi acompanhada por transformações na estrutura econômica e na sociedade brasileiras, o que contraria a alternativa A. Durante o processo emancipatório brasileiro, havia um sentimento de nacionalidade, mas ainda incipiente, e as identidades regionais ainda superavam qualquer identidade nacional com o Brasil, o que invalida a alternativa B. O rompimento político com Portugal, contrariamente ao apontado na alternativa C, foi acompanhado por uma continuidade no campo identitário, de forma que muitos membros das elites estavam apegados à sua origem portuguesa, perpetuando a questão da contradição entre as identidades brasileira e portuguesa. Por fim, ainda que as lideranças da Independência do Brasil tenham, em alguns momentos, aproximado-se das tendências liberais europeias, eram avessas ao liberalismo radical francês adotado pelas elites criollas latino-americanas, optando pelo liberalismo lockiano e pré-democrático inglês, o que vai contra à alternativa E.

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CH – PROVA I – PÁGINA 35

QUESTÃO 58

JWBØ

TEXTO I  A denúncia do “universalismo abstrato” e sua concepção, segundo a qual, “lei é igual   para todos” constata, com razão, que ele iguala os desiguais e impõe uma pretensa uniformidade. Tal concepção remonta ao Iluminismo, que, concebendo os homens, genericamente, como seres racionais, não atentava para as diferenças individuais. Contra esse nivelamento, o romantismo se opôs, exaltando a singularidade e colocando-a em oposição ao universal. FREDERICO, C. O multiculturalismo e a dialética do universal e do particular. In: Estudos avançados . São Paulo. v. 30, n. 87, 2016.

TEXTO II Isso nos introduz à segunda afirmação sobre os direitos humanos, de que são uma formulação da cultura ocidental, eurocêntrica. [...] Com essas palavras iniciais, apresento o grande problema com que a humanidade tem se deparado nos últimos anos. Como superar tradições culturais, religiosas, morais, entre outras, e declarar que certos direitos são inerentes à condição humana e por isso são universais? São universais de que ponto de vista? Claro que do ponto de vista ocidental. Com isso, será possível universalizar os direitos humanos? REIS, M. Multiculturalismo e direitos humanos. Disponível em: . Acesso em: 14 jul. 2017.

O debate entre universalismo e multiculturalismo está presente na esfera pública. De acordo com os textos, o multiculturalismo leva em consideração a  A

 B

 C

 D

 E

viabilidade da proteção dos direitos humanos para as diversas culturas caso as diferenças culturais sejam extintas paulatinamente. impossibilidade do exercício efetivo dos direitos humanos sem se considerarem as particularidades de cada cultura. uniformidade entre as culturas para que as diferenças sejam sanadas e os direitos humanos efetivamente cumpridos. possibilidade de os valores presentes nos direitos humanos substituírem as tradições das diversas sociedades. legitimidade das diferentes culturas e a universalidade dos direitos humanos para as diversas sociedades.

Alternativa B Resolução: A questão pretende debater duas concepçõ es acerca dos direitos humanos: a universalista e a multiculturalista. A primeira entende a realidade social como única e absoluta, e sua existência não depende das representações dos seres humanos sobre os fenômenos sociais. Dessa maneira, um dos riscos com que tal perspectiva se depara é a adoção de uma postura etnocêntrica, ou seja, assumir como referência a visão de mundo de um determinado grupo e impô-la como universal perante as demais. Já o multiculturalismo, diferenciando-se do universalismo, considera os direitos universais como uma construção ocidental que não encontra parâmetros em todas as culturas. CH – PROVA I – PÁGINA 36

 Assim, para o multiculturalismo, “não é possível falar em proteção dos direitos humanos sem considerarmos as particularidades de cada contexto cultural”. (DELAZARI, F.  A diversidade cultural e os direitos humanos. In: Coleção Estudo 6V : Sociologia. Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2017. v. 2. p. 6.). Dessa maneira, a alternativa correta é a B. HØ7W QUESTÃO 59 Tirou-se a vara do tirano [Pedro I] para se subdividi-la infinitamente por déspotas pequenos, ambiciosos, turbulentos e sem o menor vislumbre de igualdade e do bem de seus semelhantes [...]. Não tardarão que não reduzam o miserando Brasil a um governo feudal, ou de pedaços de terra e distritos pertencentes a juízes de direito por ora, e logo donos ou senhores desses mesmos terrenos. SOUZA, P. C. A Sabinada – a revolta separatista da Bahia 1837. São Paulo: Brasiliense, 1987.

O trecho do documento atribuído a Francisco Sabino, um dos líderes do Movimento da Sabinada, revela uma crítica às medidas adotadas pelo governo regencial, na medida em que contesta a(o)  A redução das atribuições dos juízes de paz, que eram eleitos pelas localidades e exerciam o papel judiciário e policial.  B aumento do poder coercitivo exercido pelos mandatários locais por meio das implicações jurídicas da legislação do período.  C convocação para que a população se alistasse nas forças de combate ao movimento da Farroupilha, no Sul do país.  D centralização da administração política sob o governo do Imperador D. Pedro II, possibilitada pelo Golpe da Maioridade.  E esvaziamento do poder das Assembleias Provinciais sobre os assuntos locais em detrimento do fortalecimento do governo regencial. Alternativa B Resolução: O texto, atribuído a Francisco Sabino, um dos líderes da Sabinada, revela uma crítica à ampliação do poder dos juízes de paz, por meio do Código de Processo Criminal, contrariando a alternativa A. Os coronéis, mandatários locais, exerciam grande influência sobre os juízes de paz, de forma que, com as determinações do Código Criminal brasileiro, elaborado durante o governo regencial, que aumentava a esfera de atuação dos juízes de paz, os chefes locais tiveram seu poder de coerção ampliados, o que torna válida a alternativa B.  Ainda que a convocação da população para se alistar nas forças de combate tenha sido contestada pelos membros da Sabinada, da qual Francisco Sabino era um dos líderes, não é possível identificar, no texto, tal argumento, o que invalida a alternativa C.  A alternativa D incorre em erro, pois, além da questão de o Golpe da Maioridade não ser abordada no texto, os membros da Sabinada propunham uma ruptura com o governo regencial e a proclamação de uma república na Bahia até que D. Pedro II fosse aclamado imperador do Brasil. Por fim, durante o governo regencial, há um aumento do poder das Assembleias Provinciais, o que torna a alternativa E incorreta.

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QUESTÃO 60

S5IZ

 Àqueles que reclamam do presidente da República uma palavra tranquila para a nação, àque les que em todo o Brasil nos ouvem nesta oportunidade, o que eu posso dizer é que só conquistaremos a paz social através da justiça social. Perdem seu tempo aqueles que imaginam que o governo seria capaz de sufocar a voz do povo ou de abafar as suas reivindicações [...]. O povo quer que se amplie a democracia, quer que se ponha fim aos privilégios de uma minoria, que a propriedade da terra seja acessível a todos; que a todos seja facilitado participar da vida política do país por meio do voto, podendo votar e ser votado; que se impeça a intervenção do poder econômico nos pleitos eleitorais e que seja assegurada a representação de todas as correntes políticas, sem quaisquer discriminações ideológicas e religiosas. João Goulart, 13 de março de 1964.

O discurso em questão, proferido pelo presidente João Goulart em um contexto de crise política no Brasil, busca transmitir a intenção do governo de  A

adotar uma política de segurança que elimine a impunidade e as injustiças sociais.

 B

conter greves, passeatas e manifestações populares que promoviam instabilidade política.

 C

implantar o regime socialista no Brasil, defendido pelos movimentos sociais.

 D

perseguir partidos de oposição e fortalecer o Poder Executivo diante do Legislativo.

 E

promover reformas que ampliem o número de eleitores e que reduzam os conflitos pela posse de terra.

Alternativa E Resolução: O presidente João Goulart, que governou o Brasil entre 1961 e 1964, pressionado por setores populares e buscando o apoio desses grupos, pronunciou seu famoso discurso na Central do Brasil, no dia 13 de março de 1964, no qual defendia a aprovação das chamadas reformas de base, propostas pelo seu governo. O trecho do discurso apresentado expressa o objetivo de se ampliar a democracia, mediante reforma eleitoral, por meio da qual se estenderia o direito de voto aos analfabetos e aos militares de baixa patente, e de promover uma política de distribuição de terras no país, favorecendo o acesso à terra de milhões de trabalhadores rurais e reduzindo os conflitos pela posse de terra, o que torna válida, portanto, a alternativa E. As medidas defendidas por Jango, destacadas no texto, não se relacionam às questões de segurança, o que invalida a alternativa A.  A alternativa B está incorreta, pois o discurso de João Goulart buscava garantir o apoio popular às Reformas de Base, e não conter manifestações populares. Ainda que o governo de João Goulart tenha sido acusado de possuir um caráter socialista, não há indícios históricos de que Jango tivesse o objetivo de instalar um regime socialista no Brasil, o que contraria a alternativa C. Por fim, apesar da forte oposição empreendida por alguns partidos à sua administração, não era objetivo de Jango perseguir os oposicionistas, o que torna inválida a alternativa D. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

QUESTÃO 61

IHH2

 A cultura humana não é homogênea. É tremendamente variada, e essas variações têm também uma dimensão temporal, pois uma mesma cultura muda com o tempo [...]  A cultura também varia de lugar para lugar: a cultura do estado de Nova York não é a mesma que a da Tailândia. E a cultura varia com os povos: a cultura dos esquimós não é a mesma dos pigmeus de Luzon ou da península da Malásia. WHITE, L. O conceito de cultura . Rio de Janeiro: Contraponto, 2009. p. 32.

 A cultura, tal como se relata no texto de White, é complexa e multifacetada. Segundo esse autor, a cultura é caracterizada por apresentar   A

universalidade e regularidade histórica.

 B

brevidade histórica, por ser recente na humanidade.

 C

determinações biológicas inatas a cada sociedade.

 D

dinamismo histórico, social e geográfico.

 E

incompatibilidade com os primórdios da humanidade.

Alternativa D Resolução: O texto-base demonstra uma das características essenciais da cultura, isto é, seu dinamismo. Primeiramente, devemos considerar a cultura como um mecanismo adaptativo e, concomitantemente, cumulativo do ser humano, uma vez que ela permite que os aprendizados e invenções sejam transmitidos ao longo do tempo. Logo, as culturas não são estáticas e, consequentemente, estão sempre imersas em um contínuo processo de mudança e de adaptação, seja guiado por necessidades internas ou por contato com outras culturas. Assim sendo, a alternativa correta é a D. QUESTÃO 62

ENEM – VOL. 8 – 2018

ECW1

O fardo do Homem Branco Tomai o fardo do Homem Branco – Envia teus melhores filhos Vão, condenem seus filhos ao exílio Para servirem aos seus cativos; Para esperar, com arreios Com agitadores e selváticos Seus cativos, servos obstinados, Metade demônio, metade criança. Tomai o fardo do Homem Branco –  As guerras selvagens pela paz – Encha a boca dos famintos, E proclama, das doenças, o cessar; E quando seu objetivo estiver perto (O fim que todos procuram) Olha a indolência e loucura pagã Levando sua esperança ao chão. CH – PROVA I – PÁGINA 37

O trecho do poema representa um dos argumentos da política imperialista dos países europeus no século XIX, que se baseava no(a)  A missão de expandir a ideologia religiosa predominante na Europa do século XIX aos continentes africano e asiático.  B procura por novos territórios para escoamento do excedente populacional das potências europeias.  C projeto de levar o desenvolvimento e a civilização aos povos considerados inferiores pelos europeus.  D retomada dos princípios norteadores da colonização empreendida pelos europeus na América a partir do século XVI.  E busca por áreas fornecedoras de matéria-prima e mercado consumidor para os produtos industrializados europeus. Alternativa C Resolução: A dominação dos países europeus na Ásia e na África no século XIX não se baseou apenas em interesses econômicos. Apesar de os europeus buscarem no continente asiático e africano áreas fornecedoras de matéria-prima, mercado consumidor para os seus produtos industrializados e territórios para o escoamento do seu excedente populacional, o texto-base apresenta um fator não econômico que teria sido utilizado como argumento para a política neocolonialista europeia no século XIX, o que invalida as alternativas B e E. A política imperialista de dominação na  Ásia e na África utilizou como justificativa para suas ações a ideia de missão civilizadora, baseada no pressuposto da superioridade do homem branco europeu sobre os não europeus. Ao exercerem o domínio sobre essas regiões, as potências europeias estariam levando o desenvolvimento aos povos dominados, o que torna correta a alternativa C.  A alternativa A incorre em erro ao associar o imperialismo a um projeto de expansão religiosa, o que não é indicado no texto. Por fim, a alternativa D está incorreta, pois o neocolonialismo do século XIX, diferentemente do colonialismo desenvolvido entre os séculos XVI e XVIII, dominou regiões não só na América, como na África e na Ásia, em busca, como indicado anteriormente, além de matérias-primas, de mercados consumidores para seus produtos industrializados, de áreas para investir o capital e escoar o excedente populacional. Outra diferença entre os processos de colonização foi o tipo de mão de obra utilizada. Enquanto o colonialismo iniciado no século XVI valeu-se da mão de obra compulsória, negra e indígena, o neocolonialismo utilizou, predominantemente, o trabalho assalariado. QUESTÃO 63

 AWRA

 Aqueles que foram de Espanha para esses países (e se tem na conta de cristãos) usaram de duas maneiras gerais e principais para extirpar da face da Terra aquelas míseras nações. Uma foi a guerra injusta, cruel, tirânica e sangrenta. Outra foi matar todos aqueles que podiam ainda respirar ou suspirar e pensar em recobrar a liberdade ou subtrair-se aos tormentos que suportam, como fazem todos os senhores naturais e os homens valorosos e fortes; pois comumente na guerra não deixam viver senão as crianças e mulheres; e depois oprimem-nos com a mais horrível e áspera servidão a que jamais tenham submetido homens ou animais. LAS CASAS, F. B. O paraíso destruído : brevíssima relação da destruição das Índias (1552). Porto Alegre: L&PM, 2001. CH – PROVA I – PÁGINA 38

O relato do autor sobre a colonização do continente americano pelos espanhóis expressa sentimentos de  A medo e de vingança.  B reconhecimento e de poder.  C desconfiança e de repulsa.  D horror e de remorso.  E indignação e de denúncia. Alternativa E Resolução: A intensa violência do processo de conquista e de colonização da América pelos espanhóis provocou uma série de contestações. Destacou-se na defesa dos nativos o frei espanhol Bartolomé de Las Casas, conforme o texto explicita. O religioso chegou a solicitar em audiência ao monarca espanhol Carlos V o fim dos abusos dos europeus. Desse modo, conhecendo a atuação de Las Casas e com base no relato destacado, somente a alternativa E pode ser a correta. QUESTÃO 64

DHSJ

 A Divisão Internacional do Trabalho tende a expressar diferentes fases da evolução histórica do capitalismo, inicialmente como relação dicotômica entre manufatura e produtos primários, para, posteriormente, uma relação entre produtos industriais de maior e menor valor agregado e baixo coeficiente tecnológico e, mais recentemente, uma relação entre serviços de produção e manufatura. Essas relações que sustentam distintas divisões de trabalho podem ocorrer de maneira simultânea no tempo entre nações do centro, semiperiferia e periferia. Disponível em: . Acesso em: 10 abr. 2016.

Essa complexa Divisão Internacional do Trabalho, que mantém suas estruturas praticamente intactas desde o século XVI até os dias atuais, pode ser entendida como um processo que  A

propõe a intermediação da Organização Mundial do Comércio nas trocas de mercadorias internacionais, evitando deslealdade no comércio.

 B

 justifica a inserção dos países subdesenvolvidos e desenvolvidos em uma relação comercial justa para ambos os lados.

 C

representa as especializações produtivas, econômicas e comerciais de cada país ou região inseridos no comércio mundial.

 D

estimula o desenvolvimento tecnológico nos países subdesenvolvidos, visto que teriam uma melhor participação financeira no comércio mundial.

 E

estabelece a liderança econômica para os países desenvolvidos produtores de commodities, essenciais no mercado mundial.

Alternativa C Resolução: A Divisão Internacional do Trabalho (DIT) embora tenha se modificado com as fases do capitalismo, manteve a estrutura básica: no comércio internacional os países subdesenvolvidos são fornecedores de produtos de menor valor e os países desenvolvidos de produtos de maior valor.

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BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

Dessa forma, a atividade comercial funciona como um indicador do nível de desenvolvimento econômico dos países. A DIT é caracterizada pela especialização produtiva, financeira e comercial de cada país conforme a distribuição espacial dos recursos naturais, financeiros e do domínio tecnológico. A alternativa A está incorreta porque a DIT não propõe a intermediação da OMC (Organização Mundial do Comércio) no comércio mundial. A alternativa B está incorreta, pois a DIT expressa as relações comerciais nem sempre consideradas justas entre os países. A alternativa D está incorreta porque a DIT representa as especializações dos países, mas não é responsável por estimular o desenvolvimento tecnológico dos subdesenvolvidos. A alternativa E está incorreta, pois as commodities   são produzidas sobretudo por países subdesenvolvidos. QUESTÃO 65

Z36U

O primeiro princípio a ser destacado é que o homem deve ter paciência com sua situação; é impossível que, na sociedade civil, todos sejam elevados ao mesmo nível. [...] O erro capital na questão presente é crer que as duas classes são inimigas naturais uma da outra. [...] As duas classes estão destinadas pela natureza a se unirem harmoniosamente em perfeito equilíbrio. Elas precisam imperativamente uma da outra; não existe capital (patrão) sem trabalho (operário), como não existe trabalho sem capital. [...] Porém, de um modo geral, que os ricos e os patrões lembrem-se de que explorar a pobreza e a miséria, e abusar da indigência são coisas reprovadas pelas leis divinas e humanas. Eis que o salário que fraudastes aos vossos operários clama contra vós, e o clamor subiu até os ouvidos de Deus dos exércitos. [...]

O documento condenava a exploração desmedida dos trabalhadores pelo capital, ao mesmo tempo em que refutava o socialismo marxista por seu caráter materialista e ateísta, o que torna válida, portanto, a alternativa C. Contrariamente ao indicado na alternativa A, a Encíclica demonstrava a tentativa da Igreja de apaziguar as relações entre operariado e classe patronal. Como afirmado anteriormente, a Igreja condenava a superexploração da classe operária pelo capital, o que invalida a alternativa B.  Apesar de se opor à exploração desmedida dos trabalhadores pelos patrões, a Encíclica não defendia a igualdade das classes com base nas origens do cristianismo, mas reconhecia a “impossibilidade de, na sociedade civil, todos serem elevados ao mesmo nível”, o que vai contra à alternativa D. Por fim, a alternativa E está incorreta, pois, de acordo com o documento, a Igreja reconhecia haver uma relação de interdependência entre os operários e os patrões, entre trabalho e capital. QUESTÃO 66

[...] nos anos 1970, o alemão Arno Peters apresenta ao mundo um tipo de projeção aparentemente mais correta do globo terrestre, destacando os países do Hemisfério Sul; em contraposição à projeção de Mercator que, por distorcer as áreas nas latitudes mais altas, daria maior importância às potências mundiais. (SEEMANN, 2003)

Pereira, Santos e Carvalho (1993) defendem a Projeção de Peters usando os argumentos dele próprio, que diz que nenhum lugar em sua projeção aumenta ou diminui, apenas representa as dimensões corretas dos continentes e oceanos. OLIVEIRA, F. G. L. A cartografia e as visões de mundo. In: SANTOS, C. (Org.). Cartografia e Geografia : Temas e Debates, 2011. p. 22.

 A Encíclica Rerum Novarum . Papa Leão XIII.

 A Encíclica Rerum Novarum, escrita pelo Papa Leão XIII, em 1891, demonstra que a Igreja Católica, preocupada com o avanço dos movimentos que questionavam as estruturas vigentes, passou a

78U6

 A projeção citada no texto pode ser classificada como  A

azimutal.

 B

conforme.

apoiar a luta de classes como forma de conquistar a  justiça social.

 C

cônica.

 D

equivalente.

legitimar a superexploração da classe operária pela classe patronal.

 E

plana.

 C

refutar o marxismo ao defender uma relação harmônica entre trabalhadores e patrões.

 D

defender a igualdade das classes com base nas origens do Cristianismo.

 E

reconhecer a maior dependência dos trabalhadores em relação ao patrão.

Resolução: A principal propriedade da projeção cilíndrica de Peters é a equivalência. Na projeção equivalente, as áreas continentais equivalem às suas correspondentes na superfície terrestre. Acontece de a proporção entre as áreas ser alcançada, mas as formas dos continentes serem bastante distorcidas. As alternativas A e E estão incorretas porque a projeção azimutal ou plana utiliza um plano diretamente como superfície de projeção. A alternativa B está incorreta, pois a conformidade é uma propriedade de projeções em que as formas, isto é, o contorno dos continentes, são preservados, mas as áreas são distorcidas.  A alternativa C está incorreta porque a projeção cônica é o resultado da esfera terrestre projetada sobre um cone, que posteriormente é planificado.

 A  B

Alternativa C Resolução: Preocupada com o avanço das ideias socialistas na Europa e com as precárias condições de trabalho da classe operária, e, diante disso, temendo perder adeptos, a Igreja Católica, por meio da Encíclica Rerum Novarum, escrita pelo Papa Leão XIII, em 1891, passou a defender a conciliação entre trabalhadores e patrões. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

Alternativa D

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CH – PROVA I – PÁGINA 39

QUESTÃO 67

PGSW

 A internacionalização crescente da economia capitalista tem reforçado a necessidade de aplicação de um dos princípios do liberalismo econômico: o livre comércio. Essa doutrina pode ser definida como um conjunto de medidas destinadas à abertura dos mercados. Para se evitar os protecionismos e obter a liberalização comercial, são realizadas entre os países rodadas de negociação coordenadas pela OMC (Organização Mundial do Comércio). Para justificar suas práticas protecionistas, os argumentos utilizados por países desenvolvidos e subdesenvolvidos são, respectivamente, o(a)

E isso tanto se entende à luz das torturas, físicas ou psíquicas (destas ele fala, em belas páginas, sobre a educação das crianças), que Nietzsche havia identificado na origem da cultura, quanto à luz do que Freud diz, no fim da vida, sobre a própria civilização: quanto mais aumenta, mais cresce a infelicidade. RIBEIRO, R. J. Apresentação a Norbert Elias. In: ELIAS, N. O processo civilizador . Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. v. 1. p. 9-10.

De acordo com o texto, a “civilização dos costumes” corresponde a um(a)  A

atividade comercial moderada devido ao limite imposto pelos blocos econômicos e a competitividade comercial inferior. custo menor da matéria-prima nos países subdesenvolvidos e a competitividade baixa nas atividades industriais.

 B

 C

nível reduzido de concorrência no setor tecnológico e a busca por menor custo de produção de commodities.

 E

 D

preço elevado na produção de mercadorias industriais e o plano de desenvolver a indústria com investimentos em tecnologia própria.

 A

 B

 E

valor agregado alto dos produtos tecnológicos e a crise no setor agropecuário devido ao câmbio desfavorável.

Alternativa B Resolução: Medidas de proteção dos mercados internos são aplicadas de diferentes maneiras pelos países. Entre as  justificativas dos países desenvolvidos para o protecionismo está a alegação de que os países pobres têm um custo menor da matéria-prima. Já os países subdesenvolvidos defendem que devem se proteger por terem menor competitividade nas atividades industriais. A alternativa A está incorreta porque o comércio é estimulado em blocos econômicos, e os países subdesenvolvidos podem ter significativa competitividade comercial de certos produtos. A alternativa C está incorreta, pois as empresas do setor tecnológico têm alto nível de concorrência.  A alternativa D está incorreta porque nem todos os países subdesenvolvidos têm planos de desenvolver a indústria com investimentos em tecnologia própria. A alternativa E está incorreta, pois o alto valor agregado dos produtos tecnológicos pressupõe lucros com o preço alto de venda, e o setor agropecuário de países pobres pode ser afetado pelo câmbio desfavorável da moeda, mas nem sempre isso vira uma crise. DJB2 QUESTÃO 68 Mais que contar anedotas, porém, Elias está mostrando algo que sempre lhe foi muito caro, enquanto teoria: o desenvolvimento dos modos de conduta, a “civilização dos costumes” (como se chamou a tradução franc esa deste livro), prova que não existe atitude natural no homem. [...] É desta maneira que Norbert Elias pensa. Pode respeitar os costumes que se civilizaram (transparece até sua simpatia por eles), mas sempre tem em mente que o condicionamento foi e é caro. Uma responsabilidade enorme vai pesando sobre o homem à medida que ele se civiliza. CH – PROVA I – PÁGINA 40

 C  D

recurso utilizado para classificar a cultura e a sociedade como imutáveis. técnica aplicada para garantir a socialização e a felicidade dos indivíduos. procedimento social que demonstra o caráter natural das atitudes humanas. mecanismo social que civiliza os costumes à medida que a felicidade aumenta. processo que produz mudanças nas condutas e nos sentimentos dos indivíduos.

Alternativa E Resolução: O texto-base concede informações acerca do processo civilizador, conceito cunhado por Norbert Elias. Por intermédio de uma leitura atenta, percebe-se que a “civilização dos costumes” não é algo natural, mas social. Paralelamente, ela se manifesta por meio de um processo, cujo condicionamento, para Elias, foi e é caro. Para o autor, a vida civilizada não é consequência de ações conscientes, racionais e deliberadas feitas por indivíduos isolados.  Ao contrário, a “civilização não é planejada, mas sim fruto de um processo que produz mudanças, em longo prazo, na conduta e nos sentimentos, a partir de complexas teias de interpendência que incluem forças políticas, econômicas, culturais e também o monopólio da violência física por parte das instituições de poder”. (DELAZARI, F. A construção da modernidade. In: Coleção Estudo 6V : Sociologia. Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2017. v. 1. p. 40.). Então, considerando tais afirmações, juntamente com aquelas inseridas pelo texto-base, é perceptível que a alternativa correta é a E. QUESTÃO 69

23KC

Primeiro, porque, ao contrário do que proclamavam os seus autores, a Lei Saraiva (1881), longe de ampliar a participação política no país, reduziu-a drasticamente de mais de 1 milhão de votantes antes da reforma, o que equivalia a aproximadamente 13% da população livre adulta, para pouco mais de 100 mil eleitores após a reforma, algo como 0,8% da referida população. Só 75 anos mais tarde, em 1945, o país voltaria a atingir e superar levemente (13,4%) o percentual de comparecimento às urnas do final da década de 1870 (13%). Por isso tudo, talvez seja pouco dizer que a Lei Saraiva foi um “tropeço”. Parece mais apropriado dizer que ela foi um gigantesco retrocesso em termos de participação política e que, quanto à educação, certamente não representou avanço.

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CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil : o longo caminho. 5. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

Com base na leitura do texto e tendo em vista a Lei Saraiva (1881), a diminuição do número de eleitores após a aprovação dessa Lei se deve ao fato de que ela  A

instituiu o voto indireto para os cargos eletivos.

 B

instaurou o sufrágio censitário no Brasil Império.

 C

impediu as mulheres de participarem da política.

 D

excluiu os sujeitos analfabetos do direito de voto.

 E

proibiu a participação dos alforriados nas eleições.

Resolução: O tema central da questão diz respeito à Lei Saraiva de 1881, que, entre as suas determinações, proibia o voto de analfabetos, excluindo assim grande parte dos votantes como demostra o texto-base. Portanto, a alternativa D responde corretamente o problema proposto pelo enunciado, pois a diminuição no número de eleitores deu-se ao fato da exclusão do direito ao voto dos analfabetos. A alternativa A mostra-se incorreta, pois a Lei Saraiva não institui o voto indireto, mas sim o voto direto, porém esse não é o que leva à diminuição dos votantes. A alternativa B incorre em erro ao afirmar que tal lei institui, pela primeira vez, o voto censitário no Brasil, uma vez que o voto censitário foi instituído a partir da Constituição de 1824.  A alternativa C apresenta-se incorreta pelo fato de as mulheres já não terem direito ao voto antes da aprovação da Lei Saraiva; assim, a redução no número de votantes após essa lei não se deu devido à exclusão do voto feminino. Por fim, a alternativa E está incorreta porque, apesar de tal lei proibir o voto de alforriados (pelo fato do voto ser censitário), ou seja, dependia de uma renda mínima para que os homens pudessem votar, não é esse o fator que leva à diminuição do número de votantes após a promulgação da referida lei. ØGJ5

Nesta quarta-feira [24/08/2016], representantes dos dois lados anunciaram que chegaram a um acordo de paz “integral e definitivo”. O anúncio foi transmitido ao vivo de Cuba. Lá, o negociador Rodolfo Benítez, membro da equipe do governo colombiano, disse que a execução do acordo final porá “fim a um conflito armado de mais de 50 anos”. [...] “O conflito na Colômbia é diferente de outras guerras civis no mundo que geralmente têm razões étnicas, econômicas ou religiosas claras”, argumenta Stephen Ferry em seu livro Violentologia. É até difícil para os colombianos definir a natureza do conf lito, acrescenta Ferry, citando diferentes explicações: um negócio bélico lucrativo que se perpetua influenciado pelo tráfico de drogas; “um ciclo de retaliação pelas atrocidades cometidas no passado”; uma guerra de classes de camponeses revolucionários contra um sistema corrupto. Disponível em: . Acesso em: 27 set. 2016 (Adaptação). BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

elementos da origem do conflito armado de mais de 50 anos é  A

a renúncia do vínculo com o narcotráfico.

 B

o cronograma para a deposição das armas.

 C

a cooperação entre o governo e a guerrilha.

 D

a questão da propriedade da terra no campo.

 E

a qualidade das Farc como movimento político.

Alternativa D

Alternativa D

QUESTÃO 70

Considerando as explicações citadas no texto, um dos

Resolução: A questão fundiária é uma das raízes do conflito entre o governo colombiano e as Farc, tanto que o primeiro ponto do acordo de paz assinado em 2016 entre o governo e a guerrilha trata da reforma agrária. As alternativas restantes estão incorretas porque são tópicos daquele acordo. QUESTÃO 71

7M9G

Iceberg  do tamanho do DF finalmente

se desprende da Antártida Fenda vinha aumentando de tamanho rapidamente nos últimos meses. Novo bloco de gelo mede 5,8 mil km2 – mesma área de Brasília. Disponível em: . Acesso em: 13 jul. 2017 .

Uma hipótese para o fenômeno noticiado em julho de 2017 é que seja  A

inofensivo para a desconhecida biodiversidade.

 B

responsável pela regulação térmica do planeta.

 C

separado do continente por atividades sísmicas.

 D

estável o suficiente para permanecer na geleira.

 E

intensificado pelos efeitos do aquecimento global.

Alternativa E Resolução: Nas regiões polares, a separação de placas de gelo é um fenômeno natural. Acreditase que os efeitos do aquecimento global possam intensificar o processo, considerando que as temperaturas mais altas dos oceanos aumentariam o degelo na parte inferior em contato com a água, e o ar mais quente derreteria a porção superior. A alternativa A está incorreta porque o desprendimento do gelo pode afetar a biodiversidade da Antártida, que é pouco conhecida.  A alternativa B está incorreta porque o papel de regulad or térmico do planeta é dos oceanos, e não dos icebergs .  A alternativa C está incorreta, pois a hipótese é que a fragmentação do bloco de gelo tenha se acelerado pelos efeitos do aquecimento global, e a atividade sísmica é insignificativa neste caso. A alternativa D está incorreta porque icebergs  são massas de gelo que se desprendem de geleiras e flutuam nos mares polares.

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CH – PROVA I – PÁGINA 41

QUESTÃO 72

GZDR

QUESTÃO 73

NB23

TEXTO I [...] Se existe relação entre objetos que nos importe conhecer com perfeição, é por certo a de causa e efeito. Nela se baseiam todos os nossos raciocínios sobre questões de fato ou existência. Só por meio dela alcançamos qualquer certeza sobre os objetos afastados do testemunho presente de nossa memória e de nossos sentidos. HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano . Tradução de Leonel Vallandro. In: Os Pensadores . 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 166. [Fragmento]

TEXTO II [...] Não existe um só objeto que, por um mero exame e sem consultar a experiência, possamos determinar ser, com certeza, a causa de algum outro; e não há um só objeto que possamos determinar, desse mesmo modo, não ser a causa de outro. Qualquer coisa pode produzir qualquer coisa . Criação, aniquilação, movimento, razão, volição – todas essas coisas podem surgir umas das outras ou de qualquer outro objeto que possamos imaginar. HUME, D. Tratado da Natureza Humana . Tradução de Déborah Danowski. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado / Unesp, 2000. p. 206. [Fragmento]

O problema da causalidade tem lugar de destaque na f ilosofia de David Hume e é solucionado pelo filósofo com a  A  B

apresentação da ideia de hábito, que entende a causalidade como fruto da imaginação dos sujeitos. abolição das explicações sobre o que seriam efeitos, uma vez que a realidade era incognoscível.

 C

adoção da teoria newtoniana com suas demonstrações de relações de causa e efeito entre objetos físicos.

 D

compreensão de que a ideia cartesiana de Deus seria o elemento capaz de dar sentido à causalidade.

 E

promoção de uma investigação que tinha por objetivo sintetizar racionalismo e empirismo em uma nova teoria.

Alternativa A Resolução: David Hume é, sem dúvida, um dos pensadores mais brilhantes da Filosofia. Ao criticar a noção de causalidade, apontando as dificuldades em se dizer de maneira suficiente que um ente a no mundo causa um efeito y , Hume descreve o processo pelo qual chegamos à ideia de causalidade: “Desse modo, o filósofo afirma que são as experiências que nos levam às conclusões que temos acerca dos fatos. Por exemplo, chegamos à conclusão de que o remédio sempre curará a dor de cabeça, pois, até hoje, sempre que tomado, tal efeito foi comprovado. Mas será que sempre será assim? Será que esse efeito sempre ocorrerá? Se existir a relação de causa e efeito, toda vez que o remédio for tomado, a dor de cabeça será curada. Mas, se em alguma ocasião isso não ocorrer, significa então que não existem relações de causa e efeito.”. (AMORIM, R. G. Coleção Estudo 6V : Filosofia. Belo Horizonte: Bernoulli Sistema de Ensino, 2017. v. 1. p. 54.). Assim, a causalidade é apenas o ato do intelecto que, por hábito, acaba inferindo efeitos e causas. Portanto, está correta a alternativa A. CH – PROVA I – PÁGINA 42

Disponível em: .  Acesso em: 28 jul. 2017.

 A crítica apresentada na charge anterior é referente a um tipo de extrativismo vegetal, que é  A

ameaçado pelo desmatamento da Amazônia.

 B

derivado da biopirataria de espécies da Ásia.

 C

dominado por grandes corporações estrangeiras.

 D

agressivo, pois impede a regeneração das árvores.

 E

viabilizado pelo uso de maquinários e alta tecnologia.

Alternativa A Resolução: Conforme observa-se na charge da questão, o desmatamento da Amazônia constitui ameaça ao extrativismo do látex das seringueiras. A alternativa B está incorreta porque sementes da seringueira, árvore nativa do Brasil, foram contrabandeadas para a Ásia no fim do século XIX.  A alternativa C está incorreta, pois o extrativismo do látex não é dominado por grandes corporações estrangeiras e tem na base de sua organização as cooperativas. A alternativa D está incorreta porque a extração de látex nas reservas extrativistas é feita de modo sustentável. A alternativa E está incorreta porque a exploração dos seringais é feita por grande quantidade de trabalhadores com ferramentas tradicionais. QUESTÃO 74

YQ64

Hitler, quando jovem, em Viena, desencantou-se com a cidade que abrigava cidadãos de todo o mundo, os não alemães que tomavam os lugares dos alemães. Naquela época, sofrera algumas decepções pessoais, fazendo revoltar-se contra a sociedade vienense (que acabava por representar, ao menos para Hitler, toda a sociedade alemã da época). [...]

ENEM – VOL. 8 – 2018

BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

Hitler se apoiava em postulado hipotético, apesar de indemonstrável, fazendo por insurgir o orgulho dos germânicos que se criam parte de uma espécie naturalmente superior, depositária do desenvolvimento da civilização humana.

São suas principais atribuições: [...] II. Nomear bispos e prover os benefícios eclesiásticos. [...] XIV. Conceder ou negar o beneplácito aos decretos dos concílios e letras apostólicas e quaisquer outras Constituições eclesiásticas que se não opuserem à Constituição; e precedendo aprovação da Assembleia, se contiverem disposição geral.

Disponível em: .  Acesso em: 24 jul. 2017. [Fragmento adaptado]

 A leitura do texto evidencia uma das características da ideologia nazista, expressa pelo conceito de  A

espaço vital.

 B

raça ariana.

 C

totalitarismo.

 D

antissemitismo.

 E

darwinismo social.

 Art. 179. A inviolabilidade dos direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros, que têm por base a liberdade, a segurança individual e a propriedade, é garantida pela Constituição do Império, pela maneira seguinte. [...] V. Ninguém pode ser perseguido por motivo de Religião, uma vez que respeite a do Estado, e não ofenda a moral pública.

Alternativa B Resolução: A característica que fica evidente no texto-base é o da raça ariana, ou seja, os adeptos do nazismo, assim como seu líder, acreditavam que os germânicos não deveriam se misturar a outras raças a fim de criar uma raça superior (física e intelectualmente) denominada raça ariana. Portanto, está correta a alternativa B. A alternativa A mostra-se incorreta, pois a Teoria do Espaço Vital diz respeito à construção de um grande país onde os povos de origem germânica poderiam viver em harmonia, ou seja, essa teoria refere-se às conquistas territoriais.  A alternativa C incorre em erro porque, apesar de o governo nazista ser totalitário, esse tema não é tratado no texto-base.  A alternativa D também está incorreta, pois o antissemitismo, que era uma característica do governo nazista Alemão e que pregava a perseguição aos judeus, não é tratado no texto-base. Por fim, a Teoria do Darwinismo Social foi a desculpa usada pelos europeus para colonizarem a África e a Ásia em fins do século XIX, ou seja, bem anterior ao governo nazista alemão. QUESTÃO 75

5AR5

CONSTITUIÇÃO POLÍTICA DO IMPÉRIO DO BRASIL. EM NOME DA SANTÍSSIMA TRINDADE. [...]  Art. 5. A Religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de Templo. [...]  Art. 95. Todos os que podem ser eleitores são hábeis para serem nomeados deputados. Excetuam-se: [...] III. Os que não professarem a Religião do Estado. [...]  Art. 102. O Imperador é o Chefe do Poder Executivo, e o exercita pelos seus Ministros de Estado. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

Disponível em: . Acesso em: 20 jul. 2017. [Fragmento adaptado]

Do ponto de vista da relação entre Estado e religião, a Constituição do Império do Brasil de 1824  A

assegurava a ampla liberdade de culto às religiões não católicas.

 B

garantia a ampliação dos direitos e da liberdade da Igreja no Brasil.

 C

determinava o caráter laico do estado imperial brasileiro nascente.

 D

definia a cidadania ativa de forma desvinculada da prática religiosa.

 E

estabelecia a submissão da autoridade eclesiástica ao poder político.

Alternativa E Resolução: A Constituição de 1824 apresenta os fundamentos que moldaram a relação entre o Estado e a religião no Brasil ao longo do Período Imperial. A Constituição Imperial, no artigo 5, estabelecia o catolicismo como a religião oficial do Estado, o que contraria a alternativa C, que afirma que o Estado imperial brasileiro possuía um caráter laico.  Ao imperador, por meio do padroado, cabia o papel de chefe da Igreja Católica no Brasil, reiterando a submissão das autoridades eclesiásticas aos interesses do poder estatal imperial, indicada no artigo 102, incisos II e XIV da Constituição, o que torna válida a alternativa E e contraria a alternativa B. A alternativa A incorre em erro, pois, apesar de permitir, no artigo 5, todas as outras religiões, a Constituição restringia a prática dessas religiões ao culto doméstico. Por fim, a Constituição do Império brasileiro, em seu artigo 95, inciso III, restringe a cidadania ativa, isto é, o direito de participação política dos cidadãos àqueles que professavam a religião católica, o que torna inválida a alternativa D.

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CH – PROVA I – PÁGINA 43

QUESTÃO 76

J9HJ

O sistema parlamentarista implantado no Brasil, durante o governo pessoal de D. Pedro II, inspirou-se no modelo inglês. No entanto, o modelo brasileiro era a inversão do inglês, ficando por isso conhecido como Parlamentarismo às avessas [...].

Esse complexo sistema radicular retém água e alimenta as plantas na estação seca. Graças a ele, as árvores do Cerrado não perdem as folhas nem mesmo no auge da estiagem – diferentemente do que ocorre entre as espécies do Semiárido, por exemplo. [...] BBC BRASIL. Disponível em: .  Acesso em: 12 jul. 2017. [Fragmento adaptado]

Disponível em: .  Acesso em: 22 maio 2017. [Fragmento]

O sistema parlamentarista implantado no Brasil, citado no texto anterior, só foi possível graças a um mecanismo que

 Além do papel das raízes na absorção da água, a presença e a conservação das reservas subterrâneas do bioma citado dependem das características do solo, que  A é raso com rocha-mãe muito decomposta e é pouco utilizado na agricultura.

 A

acabou se tornando obsoleto no período do parlamentarismo brasileiro.

 B

foi criado para controlar o Poder Executivo, no caso o próprio D. Pedro II.

 B

 C

impossibilitava o monarca de interferir nas esferas legislativas do Império.

 C

 D

obteve bastante aceitação política por parte dos parlamentares brasileiros.

 D

 E

colocava o imperador D. Pedro II acima dos demais poderes constitucionais.

Alternativa E Resolução: De acordo com o texto-base e pensando no contexto político do Segundo Reinado, pode-se inferir como resposta correta a alternativa E, pois o parlamentarismo às avessas existente no Brasil só foi possível graças ao Poder Moderador, que colocava D. Pedro II acima dos demais poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário). A alternativa A está incorreta, pois o Poder Moderador não se tornou obsoleto no modelo parlamentarista brasileiro, mas sim foi essencial para a manutenção do parlamentarismo às avessas. A alternativa B mostra-se incorreta, pois o Poder Moderador era exercido pelo imperador, e não foi usado para controlá-lo. Contrariamente ao afirmado na alternativa C, o Poder Moderador permitia ao imperador interferir nas demais esferas do poder público no Brasil Império, o que conferia um caráter anômalo ao parlamentarismo brasileiro do período. Por fim, a alternativa D erra ao dizer que houve aceitação política por parte dos parlamentares quanto à instituição do Poder Moderador, dado que este foi imposto na Constituição de 1824, outorgada pelo imperador. QUESTÃO 77

YSH1

 A água que alimenta o São Francisco e as represas de São Paulo e Brasília vem de três grandes depósitos subterrâneos no Cerrado: os aquíferos Guarani, Urucuia e Bambuí. Os aquíferos são reabastecidos pela chuva, mas dependem da vegetação para que a água chegue lá embaixo. [...] “Se você arrancar uma dessas plantas, vai contar milhares ou até milhões de raízes, e quando cortar uma raiz e levá-la ao microscópio, verá inúmeras outras minirraízes que se entrelaçam com as de outras plantas, formando uma espécie de esponja.” CH – PROVA I – PÁGINA 44

 E

é rico em húmus, com liberação de nutrientes, devido à contínua ciclagem de folhas. é repleto de poros que servem como filtro natural da água e permitem sua percolação. é pouco lixiviado devido à declividade de seu relevo e aos longos períodos de estiagem. é caracterizado por sedimentos aluviais, pois o horizonte O é mais profundo que o horizonte B.

Alternativa C Resolução:  A alternativa C é a correta. A questão faz referência ao latossolo, que é típico do Cerrado brasileiro e muito utilizado na monocultura. É um solo maduro, bem drenado, profundo, com horizontes bem diferenciados.  A alternativa A está incorreta, pois esse tipo de solo é maduro e muito utilizado na agricultura. Apesar de ácido, a adição de calcário (calagem) permite que o solo seja corrigido e torne-se propenso à agricultura. A alternativa B está incorreta, pois caracteriza os solos típicos de florestas tropicais e equatoriais.  A alternativa D está incorreta, pois o Cerrado possui o clima tropical típico, ou semiúmido, com chuvas no verão e inverno seco, sendo seu solo lixiviado. Além disso, é encontrado predominantemente em relevos aplainados ou de declividade reduzida. Relevos muito escarpados não permitem um bom desenvolvimento dos horizontes do solo, pois a chuva tende a carregar sua camada pedológica superficial. A alternativa E está incorreta, pois os latossolos têm o horizonte B desenvolvido em detrimento do horizonte O. 9DC3 QUESTÃO 78  Até mesmo a bandeira nacional, a despeito das interpretações surgidas a posteriori (que explicavam o verde como uma referência às matas do país e o amarelo como uma alusão às riquezas minerais), seguia ostentando seus vínculos com a tradição imperial. O verde, cor heráldica da Casa Real Portuguesa de Bragança; o amarelo, cor da Casa Imperial  Austríaca de Habsburgo. Além disso, o desenho republicano reaproveitou o losango da bandeira imperial, apenas retirando o brasão monárquico com as armas imperiais aplicadas e introduzindo o lema positivista de “Ordem e Progresso”.  Assim, apesar dos esforços, continuava enraizado na nação um incômodo imaginário monárquico, presente até hoje não só em elementos da retórica patriótica, como numa concepção de sociedade ainda impregnada pela mística dos títulos de nobreza, das ordens honoríficas e dos rituais de consagração.

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STARLING, H. M.; SCHWARCZ, L. M. Brasil : uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. [Fragmento] BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

 A confecção da Bandeira do Brasil, após a Proclamação da República, em 1889, evidencia que a nova política brasileira não representou uma ruptura radical com o passado, pois o(a)  A governo republicano manteve as práticas políticas do sistema monárquico, buscando explicitar essa ligação por meio da confecção da nova bandeira.  B presença de elementos da ordem monárquica demonstra que estes estavam arraigados na sociedade brasileira e nas pessoas que participaram do golpe de 1889.  C simbologia do regime monárquico foi inalterada na confecção da bandeira, que permaneceu como a oficial até nossos dias.  D positivismo pouco influenciou a trajetória republicana brasileira, se comparado à ideologia e aos valores do regime imperial.  E radicalismo popular presente no momento da Proclamação da República foi contido pelas oligarquias que controlavam o poder. Alternativa B Resolução: Após a Proclamação da República, em 1889, o novo governo buscou alterar rapidamente os nomes e símbolos ligados ao Império. Nomes de praças e de lugares que remetiam ao antigo governo foram alterados, como o Largo do Paço, que passou a se chamar XV de novembro. No entanto, apesar desse esforço, muitos elementos monárquicos permaneceram de certa forma na sociedade brasileira. Exemplo disso é a Bandeira Nacional, conforme é abordado no textobase. Apesar de se buscarem argumentos desvinculados do Império para justificar as cores da bandeira (“verde como uma referência às matas e o amarelo como uma alusão às riquezas minerais”), a origem delas está relacionada à tradição imperial. Uma das explicações para a permanência desse vínculo está no fato de que muitos agentes envolvidos no processo que levou ao golpe de 1889 eram atrelados, em certa medida, ao regime monárquico, como o próprio marechal Deodoro da Fonseca, amigo pessoal de Dom Pedro II. Além disso, o regime monárquico marcara a sociedade brasileira ao perpetuar-se por mais de 60 anos no país, carregando ainda traços da tradição portuguesa, presentes desde o século XVI na nossa história, o que torna válida, portanto, a alternativa B. A alternativa A é incorreta, pois, apesar da permanência de elementos da ordem monárquica durante a Primeira República, não houve a manutenção de práticas políticas do regime monárquico. Além disso, não havia uma intenção deliberada de vincular o regime republicano ao Império brasileiro. Contrariamente ao apontado na alternativa C, a bandeira nacional sofreu algumas alterações desde a Proclamação da República em 1889. A alternativa D também está incorreta, visto que o positivismo teve forte influência na trajetória republicana brasileira. Por fim, o movimento de Proclamação da República não contou com a participação das camadas populares brasileiras, o que invalida a alternativa E. QUESTÃO 79

O grupo extremista descrito no texto tem como objetivo  A

declarar uma guerra santa aos Estados Unidos e aos seus aliados.

 B

unificar todos os muçulmanos para criar uma grande nação islâmica.

 C

expulsar as forças israelenses da Palestina e estabelecer um Estado.

 D

formar um Estado regido pelo califa e baseado na sharia, a lei islâmica.

 E

depor o governo nigeriano e criar outro fundamentado nas leis islâmicas.

Alternativa D Resolução: O objetivo do Estado Islâmico é a existência de um califado, em que o califa é o governante sucessor de Maomé com poder de aplicar a sharia – lei islâmica. O grupo fundamentalista constituiu um espaço autônomo, com autoridade e leis próprias, e domina territórios entre o Iraque e a Síria. A alternativa A está incorreta porque declarar uma guerra santa aos Estados Unidos é o que a Al-Qaeda considera como dever de todo muçulmano.  A alternativa B está incorreta, pois é objetivo do Estado Islâmico eliminar os que são considerados infiéis: muçulmanos que não aderem à sua ideologia e não muçulmanos.  A alternativa C está incorreta porque eliminar as forças israelenses da Palestina e estabelecer um Estado islâmico na região é objetivo do Hamas. A alternativa E está incorreta, pois depor o governo nigeriano e formar outro baseado nas leis islâmicas é objetivo do Boko Haram. QUESTÃO 80

ZBDX

Em muitas coisas se assemelhavam e em outras se opunham os partidos imperiais. Semelhantes eram [...] no fato de serem liberais. Ambos aceitavam a filosofia liberal e admitiam como perfeitamente válidos os pontos de vista correntes no século XIX. E se vemos constantes reformas liberais realizadas por ministérios conservadores, a razão deve ser procurada no espírito liberal subjacente a todas as posições partidárias. TORRES, J. C. O.  A democracia coroada . Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 1964. [Fragmento]

O texto expõe um aspecto comum aos Partidos Liberal e Conservador, atuantes no Brasil durante o Segundo Reinado (1840-1889). Esse consenso entre os partidos do Império

CNUD

 A

impulsionou a luta pela abolição da escravidão.

O Estado Islâmico (EI), também conhecido como Daesh ou ISIS, é um grupo radical sunita (um dos ramos do islamismo) criado a partir do braço iraquiano da Al-Qaeda, a conhecida rede responsável pelos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

 B

contribuiu com a consolidação do federalismo político.

 C

estimulou a formação de um grupo em prol da Proclamação da República.

 D

favoreceu a defesa dos interesses latifundiários.

Disponível em: . Acesso em: 09 ago. 2017.

 E

beneficiou a participação polític a popular.

BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

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Alternativa D Resolução: Apesar de algumas diferenças entre os Partidos Liberal e Conservador, atuantes no Brasil durante o Segundo Reinado, os dois partidos não apresentavam grandes distinções ideológicas, visto que, após as rebeliões regenciais, o setor político liberal adotou, paulatinamente, um discurso mais convergente aos princípios conservadores. Durante o Segundo Reinado, a participação política e o direito de voto estavam vinculados a critérios censitários, o que impedia que os representantes das classes populares participassem das discussões políticas do Império, ficando estas restritas aos membros da elite agrária imperial. Dessa forma, não havia nas propostas dos dois partidos uma proposta de discussão que pudesse democratizar o Brasil ou promover uma transformação social, favorecendo os interesses dos proprietários de terras, o que torna válida, portanto, a alternativa D e invalida as alternativas A e E. A alternativa B incorre em erro ao associar o consenso entre liberais e conservadores à consolidação do federalismo político no Brasil, o que só ocorrerá com a República. Por fim, a alternativa C também está incorreta, pois, ainda durante o Período Colonial, já havia se manifestado no Brasil o ideal republicano. Além disso, a questão republicana ganhou força a partir das décadas de 1870 e 1880, quando São Paulo passou a ocupar uma posição de progressiva relevância econômica no cenário nacional. A intensificação do poder econômico dos paulistas não foi acompanhada de uma maior representação política, o que provocou um profundo descontentamento com a excessiva centralização política do Segundo Reinado. WCIB QUESTÃO 81 [...] E, como a multiplicidade de leis frequentemente fornece desculpas aos vícios, de modo que um Estado é muito mais bem regrado quando, tendo pouquíssimas leis, elas são rigorosamente observadas; assim, em vez desse grande número de preceitos de que a lógica é composta, acreditei que me bastariam os quatro seguintes, contanto que tomasse a firme e constante resolução de não deixar uma única vez de observá-los. O primeiro era de nunca aceitar coisa alguma como verdadeira sem que conhecesse evidentemente como tal; ou seja, evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e não incluir em meus juízos nada além daquilo que se apresentasse tão clara e distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida. DESCARTES, R. Discurso do m étodo. Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1996. p. 22-23.

René Descartes, filósofo do racionalismo, ao enunciar os preceitos que o texto traz, tem por objetivo  A destruir o conhecimento escolástico e fundar o cartesianismo, tomando como base elementos políticos.  B fundamentar uma nova concepção de conhecimento embasada no uso da razão, do rigor e da lógica.  C reformular a teoria política propondo sistemas de governo pautados num número mínimo de leis.  D estabelecer a evidência como regra única do conhecimento, tornando as demais supérfluas.  E amparar suas conclusões em conhecimentos empíricos provenientes da sensação e da reflexão. CH – PROVA I – PÁGINA 46

Alternativa B Resolução: O Discurso do método é considerado por muitos a maior obra de René Descartes e uma das obras mais importantes da Filosofia Moderna. Nesse livro, Descartes apresenta quatro princípios básicos para a construção de um conhecimento sólido e seguro. Para que o conhecimento de algo seja possível, os princípios são: 1º princípio (evidência): deve estar clara e evidente essa teoria na mente da pessoa que a apresenta; 2º princípio (análise): deve-se demonstrar as partes que compõem a teoria, não omitindo nenhuma delas; 3º princípio (síntese): deve-se resolver individualmente cada uma das partes da teoria, demonstradas pela análise, partindo das mais simples às mais complexas; 4º princípio (enumeração): deve-se revisar constantemente o raciocínio, contando as partes que o compõem e verificando se os princípios anteriores foram observados e se a conclusão é verdadeira.  Assim, os preceitos – ou princípios – a que se faz referência no texto têm por objetivo fundamentar uma nova concepção de conhecimento, embasada no uso da razão, do rigor e da lógica. Portanto, está correta a alternativa B. QUESTÃO 82

ORA4

Na verdade, [...] a chamada contrarrevolução já está ativa e organizada, os príncipes e nobres que partiram para o exterior conspiravam contra o novo regime organizando complôs no interior do país, apoiados pelos reis da Europa monárquica, muitos deles, aliás, primos dos Bourbon. VOVELLE, M.  A Revolução explicada à minha neta . Trad. de Fernando Santos. São Paulo: Editora UNESP, 2007. p. 57.

Em 1789, a Revolução Francesa revogou os privilégios da nobreza e restringiu o poder do monarca Luís XVI, deslocando toda a força do Antigo Regime na ação de combate à Revolução. Para os líderes revolucionários  jacobinos, a solução efetiva desse problema foi o(a)  A

busca de apoio nas monarquias europeias e o apelo ao pacifismo da Igreja.

 B

desenvolvimento de estratégias de guerrilha e a entrega de armas ao povo.

 C

fundação da República e o regime do Terror contra os adversários da Revolução.

 D

incentivo à tomada da Bastilha e a instauração do voto universal.

 E

realização da reforma agrária e a ocupação militar de Versalhes.

Alternativa C Resolução: Em setembro de 1791, foi estabelecida na França uma Monarquia Constitucional, que limitava o poder do monarca Luís XVI. Em um cenário de divisão política, a economia francesa encontrava-se em grave crise, e perturbações sociais tomavam conta do país.

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 Aproveitando-se desse cenário, o rei buscou, com a nobreza francesa emigrada e com as demais nações absolutistas da Europa, como Áustria e Prússia, que assistiam assustadas ao desenrolar da Revolução, arquitetar uma reação contra os revolucionários. Entretanto, pressionado pela  Assembleia, Luís XVI foi obrigado a declarar guerra aos inimigos da revolução. A divisão da burguesia, as ameaças estrangeiras à revolução e as tentativas de conspiração do rei intensificaram as manifestações populares, o que levou à suspensão das funções do rei e à Proclamação da Primeira República francesa, que seria dirigida por uma convenção, uma assembleia de deputados eleita por sufrágio universal masculino. Contando com o apoio popular, os jacobinos, que se encontravam à frente da convenção, radicalizaram os princípios da revolução. Insatisfeitos com as ações dos jacobinos, os girondinos insuflaram movimentos de contestação por todo o país. Diante desse quadro de efervescência social e visando à manutenção da revolução e à centralização do poder, os jacobinos instituíram a chamada Política do Terror, responsável por prender e condenar os considerados inimigos da revolução, o que torna válida, portanto, a alternativa C. A alternativa A está incorreta, pois as monarquias europeias eram vistas como inimigas da revolução, uma vez que, assustadas, as nações absolutistas buscavam frear o avanço revolucionário. A alternativa B também está incorreta, pois não há indícios históricos de que os jacobinos tenham adotado estratégias de guerrilha, com distribuição de armas ao povo, para combater a reação.  A Política do Terror foi instaurada durante a convenção, em uma fase posterior à tomada da Bastilha, marco inicial da Revolução Francesa, o que invalida a alternativa D. Por fim, ainda que a radicalização dos princípios da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão previsse a realização da reforma agrária, tal aspecto não pode ser apontado como solução efetiva da contrarrevolução. Além disso, não houve uma ocupação militar de Versalhes, o que contraria a alternativa E. QUESTÃO 83

7SUG

 A

circulação das correntes marinhas naquele hemisfério, que tem maior extensão oceânica e distribuição do calor.

 B

extensão proporcionalmente menor das terras emersas daquele hemisfério, de modo que a regulação térmica dos oceanos é mais eficiente.

 C

homogeneidade das áreas oceânicas entre os hemisférios, determinando a ação dos fatores climáticos maritimidade e continentalidade.

 D

predominância da superfície coberta por água, que, por sua propriedade de aquecer rapidamente, faz dos climas daquele hemisfério mais quentes.

 E

uniformidade da distribuição dos continentes nos dois hemisférios, o que favorece a troca de calor entre oceano e atmosfera.

Alternativa B Resolução: A projeção de Goode, usada no mapa da questão, guarda equivalência com as áreas continentais e oceânicas na superfície terrestre. Nessa projeção, é notável que as terras emersas no Hemisfério Sul são menos representativas do que no Hemisfério Norte, embora a área coberta por água seja predominante em todo o planeta. Portanto, os oceanos são importantes reguladores dos climas em razão do alto calor específico da água, que demora para aquecer e para esfriar. Por causa dessa característica e por corresponderem comparativamente a uma maior área no sul, os oceanos amenizam as temperaturas dos climas do Hemisfério Sul, e, por isso, em geral, a amplitude térmica é menor nessa região. A alternativa A está incorreta porque o mapa da questão não representa a circulação das correntes marinhas. A alternativa C está incorreta porque as áreas oceânicas são diferentes entre os hemisférios. A alternativa D está incorreta, pois, como o calor específico da água é elevado e o volume ocupado pelos oceanos é muito grande, eles demoram mais para aquecer do que os continentes.  A alternativa E está incorreta, pois não há uniformidade na distribuição dos continentes nos dois hemisférios. 9BSS QUESTÃO 84 Consideremos também que, dentre os desejos, há os que são naturais e os que são inúteis; dentre os naturais, há uns que são necessários e outros, apenas naturais; dentre os necessários, há alguns que são fundamentais para a felicidade, outros, para o bem-estar corporal, outros, ainda, para a própria vida. E o conhecimento seguro dos desejos leva a direcionar toda escolha e toda recusa para a saúde do corpo e para a serenidade do espírito, visto que esta é a finalidade da vida feliz: em razão desse fim praticamos todas as nossas ações, para nos afastarmos da dor e do medo. EPICURO. Carta sobre a felicidade a Meneceu . Tradução de Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore. São Paulo: Editora Unesp, 1997.

Bernoulli Sistema de Ensino.

Uma característica do planeta Terra evidenciada na projeção de Goode que contribui para a menor amplitude térmica de certos climas do Hemisfério Sul é a BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

 A felicidade é a busca incessante das éticas helenísticas. Epicuro apresenta a essência de uma vida adequada, calcada na busca de prazer e na ausência de dor. Para esse fim, qual seria o papel dos desejos ou prazeres na vida humana?

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 A  B  C  D  E

Rejeitar a satisfação advinda dos bens materiais. Promover a satisfação irrefletida do corpo. Buscar a felicidade, a paz interior. Direcionar o corpo à saúde física.  Abolir o sofrimento e o medo.

Alternativa C Resolução: A questão aborda a função dos prazeres na vida humana. Epicuro alerta que há prazeres de três tipos: (i) naturais e necessários: alimentar-se, abrigar-se do frio; naturais e não necessários: comidas e bebidas sofisticadas; (iii) não naturais e não necessários: riqueza, poder e fama. Classificados os prazeres, Epicuro afirma que apenas os de tipo (i) devem ser buscados sempre, os de tipo (ii) podem ser buscados casualmente e os de tipo (iii) devem ser evitados sempre. Esses conselhos são dados visando a paz interior das pessoas, considerando que os prazeres de tipo (iii) trazem muita inquietação à alma – já que não conseguir se satisfazer desses prazeres traria muito sofrimento às pessoas, bem como traria sofrimento todo o processo de busca, obtenção e manutenção de coisas como riqueza, fama e poder, e que os prazeres de tipo (ii), se usufruídos em excesso, podem igualmente levar à inquietação da alma e à infelicidade. Posto isto, o papel correto dos desejos e prazeres na vida humana é buscar a felicidade, a paz interior. Portanto, está correta a alternativa C. QUESTÃO 85

GVG3

Alternativa B Resolução:  A alternativa B está correta, pois define o que são as folhas latifoliadas, características de climas quentes e úmidos. Assim, o mapa apresenta a localização das florestas úmidas e superúmidas, conhecidas como tropicais, equatorias e de monções. Apresentam grande diversidade e endemismo, sendo, por isso, matéria-prima para a indústria química e de transformação. A alternativa A está incorreta, pois as florestas tropicais e equatoriais possuem porte arbóreo denso, protegendo o solo da erosão.  A alternativa C está incorreta, pois o bioma em questão é constituído por florestas densas, heterogêneas e de grande porte, com alta umidade e temperatura. Galhos retorcidos são característicos de solos ácidos, com alto índice de alumínio como os do Cerrado. A alternativa D está incorreta. Os solos não são férteis, mas sim compostos de matéria orgânica, que fornece os nutrientes para a manutenção do ciclo da floresta. Além disso, o aproveitamento agrícola e o relevo são variáveis. A alternativa E está incorreta. As estações do ano nos biomas tropicais e equatoriais não são bem definidas devido ao formato e ao eixo de inclinação da Terra. De forma geral, as leis ambientais são flexíveis ou de cumprimento pouco fiscalizado. QUESTÃO 86

I2EJ

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas condenou duramente o “desafio flagrante e provocador” da Coreia do Norte às sanções já impostas pela ONU. As medidas anteriormente definidas preveem que o país não realizasse mais testes de mísseis balísticos. Com isso, o Conselho de Segurança pode impor mais sanções contra o regime de Pyongyang. Disponível em: . Acesso em: 22 maio 2017.

 A Península Coreana é historicamente marcada por forte tensão. Os atos classificados como “desafio flagrante e provocador” citados no texto anterior são consequência Considerando as semelhanças entre as formações vegetais presentes nas diferentes porções do globo em destaque, são características derivadas de sua localização e um uso que se faz desse recurso natural:  A Espécies arbustivas dispostas de forma esparsada, o que torna a ocupação do solo suscetível aos processos erosivos e aos deslizamentos de terra.  B Espécies latifoliadas, com folhas grandes e largas, predominantes em florestas com rica biodiversidade, que podem ser utilizadas na indústria de fármacos e cosméticos.  C  Árvores com galhos retorcidos e cascas grossas, com reduzido índice de ocupação devido à pouca disponibilidade de água superficial e subterrânea.  D Solos com alta fertilidade e elevado aproveitamento agrícola graças ao relevo aplainado e a nutrientes disponíveis pela decomposição rochosa.  E Clima marcado por duas estações bem definidas com geadas esporádicas e baixo grau de devastação por causa da severidade das leis ambientais vigentes. CH – PROVA I – PÁGINA 48

 A

da decisão de Pyongyang de diversificar os investimentos estatais nos setores de tecnologia de ponta.

 B

da geopolítica do regime coreano, que vem realizando sucessivos testes com mísseis intercontinentais.

 C

da China imprimir fortes sanções ao país, com redução das trocas comerciais e do fluxo de pessoas.

 D

dos desgastes gerados na Organização das Nações Unidas, com maioria a favor do governo coreano.

 E

da incapacidade de os mísseis alcançarem grandes distâncias, sendo uma tentativa de atrair atenção.

Alternativa B Resolução: A alternativa correta é a B. O governo da Coreia do Norte tem aprofundado sua pesquisa nuclear desde os anos 2000, quebrando o Tratado de Não Proliferação Nuclear do qual se retirou em 2003 com a justificativa de autoproteção. Isso depois das acusações do governo estadunidense de George Bush a respeito de um possível apoio norte-coreano a terroristas e da produção de armas de destruição em massa. A alternativa A está incorreta porque o programa nuclear norte-coreano tem objetivo militar,

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e não de diversificação de investimentos. A alternativa C está incorreta, pois a China é criticada pelo governo dos Estados Unidos por não imprimir sanções tão severas quanto às estadunidenses. A alternativa D está incorreta, pois a ONU (Organização das Nações Unidas) condena os testes nucleares realizados. A alternativa E está incorreta, pois as pesquisas nessa área já permitem a construção de mísseis intercontinentais. QUESTÃO 87

DZJN

Portanto, esta alternativa está incorreta. C) O empirismo não afirma a existência de ideias inatas; pelo contrário, diz que todas advêm da experiência. Portanto , esta alternativa está incorreta. D) O texto-base já deixa explícito o termo “papel em branco”, ou seja, objeto no qual não há nenhuma informação prévia e que será preenchido, assim como um quadro negro. Portanto, esta alternativa está correta.

Todas as ideias derivam da sensação ou da reflexão. Suponhamos que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias; como ela será suprida? [...] De onde apreende todos os materiais da razão e do con hecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento.

E) Tanto o racionalismo quanto o empirismo estão de acordo com o fato de que a mente formula, no caso do empirismo, ou acessa, no caso do racionalismo, as ideias sem as quais não seria possível falar em conhecimento. Portanto, esta alternativa está incorreta.

LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano . São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 165.

Imagine-se em uma feira de automóveis, desenhando o carro de seus sonhos na tela de um computador e, dias depois, recebendo em sua casa exatamente esse carro, construído conforme suas especificações. Talvez esse sonho possa se tornar realidade já no início desse século, por meio de um processo conhecido como fabricação automatizada  – automated fabrication ou “auto-fab”. [...]

O texto anterior versa sobre uma das teses mais importantes do empirismo moderno, denominada de “tábula rasa”. De acordo com tal tese, a mente humana se assemelha, metaforicamente, a um  A

livro que, quando aberto, fornece suas verdades ao leitor.

 B

quarto escuro, pois é inacessível ao conhecimento humano.

 C

cofre, pois é protegido pelas ideias inatas, não podendo ser violado.

 D

quadro negro, preenchido à medida que ocorrerem as sensações.

 E

depósito de entulhos, repleto de materiais que devem ser descartados.

Alternativa D Resolução: Esta questão trata da epistemologia de John Locke, um dos principais autores da escola conhecida como Empirismo Britânico. Segundo os empiristas, o conhecimento derivava das experiências. Essa escola opunha-se, sobretudo, ao racionalismo, que afirmava que era o acesso a ideias inatas e à razão que nos permitiriam conhecer. No texto-base, Locke afirma a tese central do Empirismo: todas as ideias derivam da sensação ou reflexão, ou seja, todo o conhecimento que temos advém das experiências. Assim, o autor supõe que a mente seja um papel em branco e se questiona c omo ela será “escrita”, isto é, preenchida. O enunciado da questão solicita que se apresente, mediante a tese discutida no texto-base, o objeto a que podemos comparar a mente humana. Com base nisso, analisaremos cada alternativa.  A) Se estivéssemos falando de racionalismo, esta alternativa seria plausível, uma vez que podemos dizer que, no e squema do racionalismo, a mente forneceria conhecimento por meio do acesso às ideias inatas. Já que estamos falando de empirismo, tal alternativa está incorreta. B) Tanto o empirismo quanto o racionalismo fazem descrições sobre a mente humana, de modo que ela não é inacessível. BERNOULLI SISTEMA DE ENSINO

QUESTÃO 88

JM9N

O impacto da fabricação automatizada sobre a sociedade e a economia pode ser ainda maior e mais signi ficativo do que o exercido pelos computadores quando de sua implantação. Evolução histórica da indústria brasileira: desafios, oportunidades e formas de gestão. Disponível em: . Acesso em: 31 jul. 2017. [Fragmento]

Uma característica da fabricação descrita no texto que exemplifica o modelo produtivo toyotista é a  A

determinação da oferta de um produto.

 B

desarticulação das redes de informação.

 C

ampliação da área de estoque de peças.

 D

produção que varia conforme a demanda.

 E

fixação do operário na linha de montagem.

Alternativa D Resolução: A alternativa D está correta. O toyotismo é caracterizado pela produção puxada pela demanda, ao contrário do taylorismo-fordismo, em que a produção é empurrada, e o estoques são grandes. A alternativa A está incorreta, pois a produção toyotista é flexível e puxada pela demanda. A alternativa B está incorreta, pois, no contexto do toyotismo, os fluxos de informação são articulados nas fábricas e nos mercados. A alternativa C está incorreta porque uma característica do modelo toyotista é a redução dos estoques. A alternativa E está incorreta porque a linha de montagem é utilizada no Fordismo de modo a evitar o deslocamento dos operários e diminuir o tempo de produção.

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