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September 13, 2017 | Author: José Alfredo Viana | Category: Brazil, Economics, Entrepreneurship, Economic Development, State (Polity)
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A casa do conhecimento

Sebrae-SP 40 anos A casa do conhecimento

Sebrae-SP 40 anos

Sebrae-SP 40 anos

A casa do conhecimento

Presidência do CDE e Diretoria Executiva do Sebrae-SP

Alencar Burti

Bruno Caetano

Ivan Hussni

Pedro Jeha

Apresentação sebrae-sp

Há 40 anos o Sebrae-SP iniciava sua trajetória em prol das micro e pequenas empresas. Nessas quatro décadas, como não poderia deixar de ser, o País e o empreendedorismo brasileiro passaram por grandes mudanças. O Sebrae-SP também: cresceu, aperfeiçoou-se, ficou mais completo. Nosso trabalho sempre teve o cuidado de apresentar soluções de gestão alinhadas com as transformações da economia, da sociedade e das demandas dos empresários. A rede de atendimento foi ampliada e diversificada, novos produtos lançados e há uma mobilização permanente para melhorar o ambiente empreendedor. O Sebrae-SP sabe que quem o procura traz consigo anseios que vão além de montar um negócio bem-sucedido e ganhar dinheiro. Essas pessoas chegam até nós com sonhos. A cada consultoria, assumimos a responsabilidade de abrir caminho para que a iniciativa dê certo. Nossa equipe, empenhada em concretizar os planos de tanta gente, tem consciência do quão importante é sua missão. São essas pessoas, junto com os clientes, que nas suas experiências do dia a dia constroem a trajetória do Sebrae-SP. E em 40 anos, o que não falta é história para contar; parte delas você encontra nas próximas páginas. Aproveite a leitura.

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A atenção do Estado Nasce uma instituição Anos espinhosos

O SEBRAE autônomo 33 43 46 56

Crescimento com inovação A construção do sonho A nova institucionalidade Olhar para o campo

A serviço da excelência 68 74 76 78

O novo século Quantidade e qualidade Arranjos Produtivos Locais Proximidade com o cliente

40 anos fazendo história 85 92 95 101 105

Mais mudanças Volta por cima Novos tempos Legado de valor Sebrae 40 anos

114 Minibiografias 124 Bibliografia 124 Créditos das imagens 125 Ficha técnica

Sumário

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A vez dos pequenos

A vez dos pequenos

No começo nada parecia grande, embora fosse.

A primeira impressão dos navegadores portugueses que aportaram no litoral da Bahia, em 1500, foi a de que teriam chegado a uma ilha. “E assim seguimos nosso caminho, por este mar de longo, até que terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, topamos alguns sinais de terra, estando da dita Ilha – segundo os pilotos diziam, obra de 660 ou 670 léguas – os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, e assim mesmo outras a que dão o nome de rabo-de-asno”, escreveu Pero Vaz de Caminha em carta ao rei D. Manuel, no documento fundador da nacionalidade brasileira, datado “deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500”. Uma avaliação mais acurada das novas terras, porém, indicou que aquilo tudo era bem maior do que apenas uma ilha, e daí os portugueses passaram a denominá-la Terra de Santa Cruz. Até que a efetiva ocupação da colônia revelou um território imenso, rico e diversificado, depois batizado de Brasil. No correr dos primeiros séculos de história do grande país, a dimensão, as dificuldades e a escala dos desafios enfrentados pela sociedade em formação pareciam sugerir só haver lugar para o grandioso, o gigantesco, o monumental, mas não foi bem assim. Calcula-se que Portugal tinha à época em torno de 2 milhões de habitantes – contingente que, na prática, não teria condição de ocupar e explorar território tão vasto. De outra parte, a administração da potência colonial avaliava que a melhor forma de garantir a posse e a defesa das terras recém-conquistadas seria por meio de uma exploração econômica suficientemente rentável para financiar os investimentos necessários à empreitada e, de quebra, gerar um excedente de riquezas para a Coroa portuguesa. As atenções se voltaram, então, para a cultura da cana-de-açúcar – matéria-prima de um produto muito valorizado no mercado europeu. Os portugueses já produziam açúcar na Ilha da Madeira e logo vislumbraram a possibilidade de aumentar o volume de produção utilizando-se de plantações extensivas de cana e da instalação de engenhos de açúcar na área próxima ao litoral conhecida como Zona da Mata, compreendida entre os atuais Estados da Bahia e Paraíba. Em 1570 havia pelos menos 50 engenhos em funcionamento na região, a maioria em Pernambuco e na Bahia.

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Na esteira das grandes plantações e engenhos começam então a florescer, ainda de forma incipiente, os pequenos negócios de apoio que, aos poucos, se inseriam na cadeia produtiva da exportação do açúcar. Durante décadas, o modelo agroexportador da monocultura manteve-se rentável, mas começou a entrar em crise quando expedições de conquistadores holandeses tentaram, sem êxito, apoderar-se de Salvador, a capital da colônia, entre 1624 e 1625; e sofreu forte solavanco com a invasão bem-sucedida levada a cabo a partir de 1630, quando os holandeses finalmente se instalaram em Pernambuco e dali só foram expulsos 24 anos depois. Sobre esse período, anotou o historiador e geógrafo Caio Prado Jr. em seu clássico História Econômica do Brasil (1945):

“O açúcar se encontra numa fase de prosperidade ascendente; os preços são vantajosos, e os esforços se canalizam no máximo para sua produção. Não sobra assim grande margem para atender às necessidades alimentares dos centros urbanos. Por este motivo constituem-se lavouras especializadas, isto é, dedicadas unicamente à produção de gêneros de manutenção. Forma-se assim um tipo de exploração rural diferente, separado da grande lavoura, e cujo sistema de organização é muito diverso. Trata-se de pequenas unidades que se aproximam do tipo camponês europeu em que é o proprietário que trabalha ele próprio, ajudado quando muito por pequeno número de auxiliares, sua própria família em regra, e mais raramente algum escravo. A população indígena contribuiu em grande parte para esta classe de pequenos produtores autônomos.”

Apesar de estruturar-se como atividade marginal, também em razão dos obstáculos interpostos pela meticulosa burocracia exercida pelo poder colonial, é fato que o pequeno negócio sempre esteve presente na história do desenvolvimento econômico do Brasil. Ali pontificava o pequeno agricultor que fornecia gêneros alimentícios para os habitantes dos nascentes núcleos urbanos, ou para as grandes cidades como Recife, Salvador, Sabará, Mariana e Rio de Janeiro, ou ainda para a alimentação dos trabalhadores escravos das minas de ouro; ali estava o dono do pouso de tropeiros, para dar suporte aos viajantes que circulavam entre os sertões e o litoral; havia lugar no processo econômico para os que se ocupavam em abastecer as frotas de navios em trânsito pelos portos brasileiros; trabalhavam e ganhavam seu dinheiro os artífices e os pequenos comerciantes, os artesãos, os mestres de ofício etc. Essa intensa atividade, aliás, está registrada nos relatos dos mais importantes viajantes, artistas e cientistas que percorreram o Brasil durante os séculos 18 e 19 – como o jesuíta italiano Giovanni Antonil (1711), o engenheiro português Luís D’Alincourt (1825), o pintor francês Jean-Baptiste Debret (1834) e o alemão Johann Moritz Rugendas (1835), além do geólogo suíço Louis Agassiz (1869) e do botânico francês Auguste de Saint-Hilaire (1887). Todos fazem referência à labuta dos pequenos empreendedores, no campo e nas cidades brasileiras. A propósito, o médico e antropólogo alemão Carl Friedrich Philipp von Martius, de passagem pelo interior de São Paulo, anotou em seu livro Viagem ao Brasil (em três volumes, 1823-1831), escrito em colaboração com o zoólogo J.B. Spix, que...

Na página ao lado: William John Burchell. Cubatão: pouso de tropeiros. Grafite e aquarela sobre papel (c. 1825-1826) Joaquim Lopes de Barros Cabral Teive (atribuído a). Quitandeiras. Litografia, aquarela, lápis de cor e goma arábica sobre papel (c. 1840)

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“... a vila de Jundiaí é um lugar importante para o comércio do sertão. Todas as tropas que partem da capitania de São Paulo para Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás são aqui organizadas. Os habitantes possuem grandes manadas de mulas, que fazem essas viagens algumas vezes por ano. O fabrico de cangalhas, selas, ferraduras e tudo o que é necessário para o equipamento das tropas, assim como o maçante vaivém das grandes caravanas, dá ao lugar feição de atividade e riqueza e, com razão, dá-lhe foros de porto seco.” A vida econômica, como se vê, não prescindia dos negócios acessórios de menor porte. E em que pesem as medidas econômicas centralizadoras determinadas pela metrópole portuguesa, em seguida pelos dois governos imperiais do país independente, e finalmente pelas sucessivas administrações republicanas a partir de 1889; por mais complexos e grandiosos que tenham sido os seus projetos, programas e políticas públicas, ali estava, sempre presente, primeiro à margem e depois como protagonista, o pequeno, o miúdo, o empreendedor por excelência – o homem e a mulher dotados de sonhos, de talento e, principalmente, da imprescindível vontade de prosperar. Foram eles e elas, com sua atuação abrangente e capilarizada, os principais artífices – quase sempre anônimos – do país que adentrou a segunda década do século 21 como uma das economias mais promissoras do mundo. Olhando para trás, é fácil constatar: nada teria sido tão grande se não fossem os pequenos.

A atenção do Estado A relevância do papel dos pequenos empreendedores na economia é um tema relativamente recente na pauta dos investigadores acadêmicos. E demorou muito para que as administrações públicas, nos três níveis de governo, reconhecessem a necessidade de construir um tratamento jurídico especial para as microempresas e para os empreendedores individuais, de forma a estimular suas atividades e acompanhar seu dinamismo. De todo modo, hoje é unânime o entendimento de que o segmento dos pequenos negócios converteu-se em um dos pilares da economia, tanto pelo número – agora sim, grandioso – de estabelecimentos espalhados pelo país como pela sua insubstituível vocação de gerar emprego e renda. Não por outra

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Os pequenos negócios levaram tempo para ser reconhecidos no Brasil, mas, com muito trabalho, encontraram o seu lugar ao sol

razão, a Constituição Federal promulgada em 1988, no capítulo “Dos princípios gerais da atividade econômica”, abriga, no inciso IX do artigo 170, a recomendação de “tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País”. Mais adiante, no artigo 179, o texto constitucional prevê que “a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei”. É clara a determinação constitucional. Mas foi longo o caminho até que os empreendedores das micro e pequenas empresas se orgulhassem de sua importância socioeconômica, vencessem os obstáculos impostos ao seu crescimento, à sua sustentabilidade e competitividade e, enfim, encontrassem o seu lugar ao sol. Chegar até lá exigiu muito esforço e sacrifícios, inclusive ao custo da morte prematura de negócios promissores e injustiças fiscais de toda ordem. Mas o sonho sobreviveu e a roda da história não parou de girar. Os primeiros movimentos articulados, no plano federal, para uma política pública consistente em favor das pequenas empresas deram-se no início do governo Juscelino Kubitscheck (1956-1961). Toda a campanha eleitoral do então presidente fora fundamentada em um programa de governo batizado de Plano de Metas, que previa um crescimento de “50 anos em 5” para o país, com ênfase em ambiciosos projetos de melhoria da infraestrutura de transportes e energia, sem contar o estímulo à indústria automobilística e a construção e transferência da capital da República para Brasília, no coração do Planalto Central. Na administração JK, o organismo responsável pelo planejamento, coordenação e execução do Plano de Metas era o Conselho de Desenvolvimento da Presidência da República. Nas pesquisas e avaliações que promovia, o conselho preocupava-se com a desigualdade de condições de competição entre empresas nacionais e estrangeiras na disputa de mercados e, pela primeira vez, lançou um olhar, desde o poder central, sobre a atuação da pequena empresa brasileira. Foi essa instância de assessoramento que produziu um diagnóstico econômico conhecido como Documento 33, do qual era parte integrante o estudo intitulado “Problemas da Pequena e Média Empresa”, que em 122 páginas datilografadas propunha, entre outras

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recomendações, a criação do Grupo Executivo de Assistência à Média e Pequena Empresa (Geampe) – enfim instalado com a promulgação do Decreto n°48.738, de 4 de agosto de 1960. Esse foi o primeiro reconhecimento oficial da necessidade de fortalecer as pequenas empresas brasileiras – o que se daria, na prática, pela via de garantias fiscais e de crédito para a sua multiplicação e crescimento. Mas ainda era pouco. A fase que se seguiu aos ditos “anos dourados” do governo Juscelino Kubitschek foi marcada por sucessivas crises institucionais. Com menos de um ano de governo, o presidente Jânio Quadros, eleito em 3 de outubro de 1960, renunciou ao seu mandato, em 25 de agosto de 1961; seguiu-se a posse tumultuada do vice João Goulart, em 7 de setembro de 1961, com a mudança de regime de governo de presidencialismo para parlamentarismo; em seguida um plebiscito que decidiu pela volta ao presidencialismo, em janeiro de 1963 e, finalmente, o golpe de Estado de 31 de março de 1964, quando o país resvalou para um período de governos militares que duraria 21 anos. Com as diretrizes de política macroeconômica e os critérios de regulação dos mercados centralizados no governo federal, o país optou por um modelo de desenvolvimento baseado em forte presença estatal em todas as etapas da atividade econômica, em especial nos setores industriais estratégicos. Ainda assim, os governos autoritários tentaram não negligenciar da busca de políticas que de algum modo apoiassem o desempenho e a sobrevivência das pequenas e médias empresas brasileiras.

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Quando Brasília ainda era um projeto, o Plano de Metas do governo JK foi a primeira iniciativa oficial a tratar seriamente das pequenas empresas

Tendo como marco inspirador o Documento 33, herdado do governo JK, o então Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico (ainda sem o “S”, de “social”, que só veio a adotar em 1982) aprofundou aquele estudo e formulou, em 1965, o Programa de Financiamento à Pequena e Média Empresa (Fipeme), cujo objetivo era apoiar a reorganização, modernização e crescimento desse já então importante segmento da economia nacional. Como ação complementar, foi criado o Fundo de Desenvolvimento Técnico-Científico (Funtec), que mais à frente deu origem à atual Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Ambos foram iniciativas nascidas no Departamento de Operações Especiais do BNDE, que mobilizou seus técnicos para montar um instrumento de apoio gerencial dedicado às micro e pequenas empresas. As pesquisas então produzidas pelos profissionais do banco indicavam que a má organização administrativa e as deficiências de gestão dos pequenos negócios eram os maiores responsáveis pelos índices de inadimplência nos contratos de financiamento celebrados com a instituição. Por outro lado, o fato novo embutido na análise dos projetos acolhidos pelo Fipeme era a evidência de que o problema maior dos mecanismos de apoio não estava apenas no volume de crédito disponível para os pequenos negócios, mas também na sua qualidade – o que implicava, neste caso, trabalhar com taxas de juros mais baixas e períodos de carência e de amortização distintos dos comumente praticados no mercado. De acordo com José Clemente, economista e diretor do BNDES entre 1981 e 1984, em depoimento concedido para o livro BNDES – 50 Anos de Desenvolvimento (2002), “até então o único órgão que apoiava a empresa industrial brasileira de médio porte era a Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil”. E ele prossegue:

“O BNDES, ao apoiar as pequenas e médias empresas industriais, acreditava que elas iriam se expandir em número e em tamanho, constituindo a semente de grandes empresas do futuro. O Fipeme trouxe ainda uma novidade: [a constituição de] agentes financeiros para agilizar o programa.” Outro passo institucional importante para estimular a presença e o crescimento da pequena empresa deu-se no âmbito da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Criada sob inspiração do economista Celso Furtado, em 1959, a Sudene operava como autarquia especial autônoma destinada a promover o crescimento econômico da Região

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Nordeste, fosse por meio de grandes projetos de infraestrutura como, também, pela atenção dedicada ao desenvolvimento dos pequenos negócios. Em 1967, com apoio do Ministério do Interior e retaguarda do Banco do Nordeste, a Sudene iniciou o seu Programa de Assistência às Pequenas e Médias Indústrias do Nordeste, por meio do qual instalou, nos Estados sob sua jurisdição, Núcleos de Assistência Industrial (NAI) com o objetivo de prestar consultoria gerencial às pequenas empresas industriais da região. Tratou-se de uma parceria profícua, que envolveu universidades federais, entidades profissionais, empresas públicas e privadas. Os NAI foram replicados nos demais Estados da Federação com a denominação de Centros de Assistência Gerencial (CEAG), os quais se converteram em sementeira fértil para a formação de quadros técnicos aptos a aplicar as metodologias que frutificaram no trabalho de assessoria e capacitação que futuramente seria realizado pelo SEBRAE.

de Assistência Gerencial à Pequena Empresa e Média (CEBRAE), com sede no Rio de Janeiro. A iniciativa tinha o apoio do Ministério do Planejamento e do BNDE, e foi montada com a administração submetida a um Conselho Deliberativo integrado por representantes da Finep, da Associação dos Bancos de Desenvolvimento (ABDE) e do próprio BNDE. Em outubro do mesmo ano, em São Paulo, foi realizado o seminário “Experiência Internacional Relativa à Pequena e Média Empresa”, evento pioneiro promovido pela Associação Comercial do Estado que concorreu para reforçar a importância da nova proposta. Os primeiros movimentos do nascente CEBRAE (ainda com a inicial “C”) foram no sentido de credenciar instituições estaduais de apoio a pequenos negócios para, por meio de convênios, dar a partida nas operações utilizando recursos originários do orçamento do Ministério do Planejamento, ao qual era vinculado. A intenção manifesta da nova entidade era produzir e disponibilizar conhecimento para pequenos empreendedores decididos a entrar no mundo dos negócios. O CEBRAE chegava ao mercado para prover apoio técnico e gerencial às pequenas empresas mutuárias do BNDE, para as quais deveria criar programas de treinamento de pessoal, prestar assessoria nos processos de captação de recursos junto a organismos de crédito, acompanhar a aplicação desses recursos e produzir pesquisas econômicas capazes de nortear a atuação dos empresários.

Nasce uma instituição Nos primeiros anos do governo militar, o ambiente de economia centralizada, o investimento em grandes obras de infraestrutura e a fartura de capitais externos para financiá-las geraram, de 1968 em diante, o ciclo econômico que se convencionou chamar de “milagre brasileiro” – quando o país assistiu ao seu Produto Interno Bruto crescer a uma taxa média anual de 11%. Em 1971, técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) foram estudar a experiência regional dos NAI para, a partir dali, construir a proposta de um programa semelhante, agora em escala nacional. No primeiro semestre de 1972, durante o 2º Congresso das Classes Produtoras, foi proposto o estabelecimento formal de um órgão federal de apoio técnico à pequena empresa. A recomendação do congresso e os estudos do Ipea deram base para a constituição, em 17 de julho de 1972, do Centro Brasileiro

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Sede do BNDES, em Brasília: nos anos de 1970, o banco já se destacava como a mais importante instituição financeira dedicada ao fomento de negócios

Desde o início de suas atividades, o então CEBRAE direcionou sua atenção aos setores da indústria, agronegócio, comércio e serviços

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A pauta era extensa e grandes os desafios. Primeiramente focado nas empresas industriais, o CEBRAE logo ampliou seu escopo para os setores rural, comercial e de serviços. Foi também buscar subsídios para suas ações em convênios com universidades, associações empresariais, bancos de fomento e organismos como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um ano depois de criado, o CEBRAE estava presente, por intermédio dos Centros de Assistência Gerencial, em 16 Estados brasileiros. Em São Paulo, a presidência do CEAG-SP passou a ser exercida em sistema de rodízio pelos presidentes do Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo (Badesp), Federação das Indústrias (Fiesp) e Associação Comercial (ACSP). Em 1974, o Sistema CEBRAE contava com 230 colaboradores e marcava presença em 19 Estados; no ano seguinte, cobria todos os Estados brasileiros e neles aplicava, com apoio dos CEAGs, programas voltados para a exportação e a agricultura, projetos para a indústria e o comércio, além de cursos específicos para a gestão de pequenas e médias empresas. Na capital paulista, o primeiro escritório da nova entidade foi instalado em 1973, na Alameda Itu, no bairro dos Jardins, onde profissionais especializados em gestão empresarial ficavam à disposição dos pequenos empresários que precisavam de informações abalizadas sobre como abrir e tocar os seus negócios. Os consultores trabalhavam juntos, em torno de uma grande mesa, naquilo que foi o protótipo do que mais adiante seria conhecido como Balcão Sebrae.

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Inserção no Sistema “S”

José Carmo Vieira de Oliveira, Consultor/ Escritório Regional Bauru

“O SEBRAE, naquela época, era pequeno, não era conhecido, estava se estruturando – era o antigo CEAG. O governo Collor acabou com o CEAG e entregou o SEBRAE para ser incorporado ao sistema ‘S’: Senai, Senac, Sesi, Sesc – e o SEBRAE virou o quinto ‘S’. Aí veio um trabalho grande nos anos 1990 e começaram a montar os escritórios em todas as grandes cidades do Estado. Em 1997, o SEBRAE montou uma equipe de consultores em sete áreas, cinco consultores por área, dividiu o Estado em seis regiões e colocou um gerente regional em cada uma delas.”

Romaria mensal

Pamela Yolanda Pastene Pizarro, Consultora/ Unidade Atendimento Setorial “Quando entrei, éramos 23 funcionários, uma estrutura muito pequena. Tínhamos uma diretora técnica, uma senhora muito distinta, que viajava todo dia 28 para Brasília, para procurar o dinheiro do pagamento, pois não havia dinheiro para a folha de pagamento do CEAG. Todos os meses ela ia brigar por recursos no CEBRAE Nacional, e os trazia. Nos meus 23 anos de trabalho, não me lembro de ter atrasado um dia de salário, seja no CEAG, seja no atual SEBRAE.”

Mudança de ângulo

Gustavo Carrér Ignacio Azevedo, Consultor/ Unidade Interior

“[Quando] conheci o SEBRAE, eu estava no Senac. Respondi a um processo seletivo e vim. Minha data de admissão no SEBRAE é 30 de novembro de 1997. O primeiro dia foi de treinamento e integração; a primeira consultoria que dei foi uns 40 ou 50 dias depois. Na hora em que sentei de frente ao primeiro cliente, pensei: ‘Agora somos eu e ele. Sou consultor, preciso ajudar esse indivíduo que tem uma loja de salgadinhos. Como vou ajudar essa pessoa?’ A minha experiência era muito teórica; a parte prática sempre foi em grandes empresas, e aquela pessoa tinha uma lojinha pequena. Como calibrar o tipo de ferramenta que eu ia passar, ou uma orientação que fosse de fato proveitosa para as questões que ele estava expondo? Ele queria transformar [sua loja] em uma franquia, ele era ambicioso, uma pessoa de visão.”

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Informações valiosas

Fátima de Oliveira, Analista/ Unidade Inteligência de Mercado

“Entrei em abril de 1996. O SEBRAE-SP era muito pequeno, eu não entendia direito o que ele fazia. Os meses em que fiquei como terceirizada fui sempre ligada à informática, então nunca parei para pensar. Quando me tornei funcionária é que fui entender o que era. O que mais me chamou a atenção era o jeito como trabalhavam, porque o que faziam era orientar as pessoas em abrir um negócio. A estrutura era pequena, trabalhávamos com poucos recursos, atendia-se no balcão, não havia esse número de escritórios que temos hoje. Quando entendi o que cada área fazia, começamos a montar um banco de informação para esses empresários. O que eles estão precisando? O que o pessoal da ponta está precisando para atender? Começamos a visitar feiras e, quando não havia catálogos, recolhíamos papelzinho por papelzinho para depois inserir [o conteúdo] no banco de dados de fornecedores. Depois as informações começaram a vir em disquetes, em que eram colocadas em formato de tabela para, em seguida, puxar para o banco de dados. Era um trabalho enorme, mas valia a pena. A atualização não era on-line. Telefonávamos para cada fornecedor, conseguíamos o novo catálogo, depois salvávamos em um CD e enviávamos para todos os escritórios com a instrução sobre como atualizar o banco de dados. Era assim em 1997, 1998. O SEBRAE é puro conhecimento, e nós tínhamos que tratar isso de alguma forma.”

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Espírito do novo

Alencar Burti, Presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do SEBRAE-SP

Atenção ao empreendedor mirim: o Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos coloca o aluno como protagonista do processo educacional

“Como presidente da Associação Comercial, eu tinha um posto aqui. Depois, me convidaram para ser presidente do SEBRAE-SP durante dois anos. Este é um lugar encantador. O SEBRAE é como uma creche, você lida com o pequeno empreendedor que está nascendo. Tem que ter amor e competência para poder tratar. O SEBRAE é uma instituição que está em permanente evolução. E hoje só tem direito ao presente quem antecipa o futuro; o passado se usa como projeção para o futuro e para diminuir a possibilidade de erro. As transformações, que no meu tempo levavam cinco anos, hoje se dão em cinco horas. O SEBRAE é empreender, e empreender vale para tudo. A inovação, de que falamos tanto, é uma arte, é uma antevisão, uma questão de sensibilidade. Você tem que estar ligado de corpo e alma naquilo que faz.”

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Naqueles primeiros anos, a demanda por serviços de consultoria só fazia crescer. Em 1977, o governo federal anunciou a criação do Programa Nacional de Apoio à Microempresa (Promicro), cujos recursos seriam geridos pelo CEBRAE e seus agentes. Essa ação revestiu-se de importância histórica porque, pela primeira vez, era utilizado oficialmente o termo “microempresa”. Em 1979, a entidade contabilizava a formação de 1.200 consultores especializados em micro, pequenas e médias empresas, treinados e capacitados em programas focados em tecnologia, crédito e mercado. Em pouco tempo, as instalações do então CEAG-SP, na Alameda Itu, ficaram pequenas para atender a tanta procura. A solução foi transferir-se, em 1979, para um andar alugado na Rua Bernardino de Campos, no bairro paulistano da Liberdade. É desse mesmo ano a realização, na capital paulista, do 1º Congresso Brasileiro da Pequena e Média Empresa, promovido pelas Federações da Indústria, do Comércio e da Agricultura em conjunto com a Associação Comercial de São Paulo. Em paralelo, o CEAG-SP fechava parcerias com prefeituras e representações locais de entidades de classe como forma de ampliar seus serviços para o maior número possível de novos clientes, conforme

Na página ao lado: No fim da década de 1970 e início da seguinte o então CEAG-SP trabalhou forte no sentido de aproveitar o potencial exportador dos pequenos negócios

Na esteira do Programa Nacional de Apoio à Exportação (Pronaex), o antigo CEBRAE incentivou a formação de escritórios de comércio exterior em São Paulo

A excelência do atendimento prestado pelos consultores do SEBRAE-SP é resultado do permanente investimento em treinamentos e capacitação

orientação emanada do CEBRAE Nacional. Entre essas diretrizes estava o estímulo à participação das pequenas empresas no esforço exportador levado a cabo pelo governo federal – quando então se promoveu a formação dos primeiros consultores em comércio exterior e a articulação de projetos e programas de apoio às empresas com potencial exportador. A representação paulista do CEBRAE foi pioneira na contratação de consultores com experiência em comércio exterior, oriundos da iniciativa privada. Esses técnicos foram decisivos na formulação de projetos feitos sob medida para os pequenos empresários do Estado – como os dirigidos à formação de consórcios de exportação, por exemplo. A experiência foi bem-sucedida e chamou a atenção do CEBRAE Nacional, que decidiu replicá-la nas unidades do CEAG espalhadas pelo país. Esse movimento resultou na criação do Programa Nacional de Apoio à Exportação (Pronaex), que, à semelhança do que ocorrera em São Paulo, desenvolveu-se a partir de uma metodologia indutora da formação de consórcios exportadores e com o suporte de linhas de crédito obtidas junto ao Banco do Brasil.

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Anos espinhosos Na década de 1980, a economia brasileira já havia experimentado dois choques do petróleo e o modelo de centralização da economia sob a tutela do Estado dava sinais de esgotamento. Naquele ambiente econômico difícil, à crise da dívida externa e ao déficit da balança de pagamentos juntou-se a vertiginosa subida das taxas internacionais de juros – e a economia do país mergulhou em grave recessão. As grandes indústrias obrigaram-se a reestruturar seus processos de produção e, para tanto, não hesitaram em dispensar grandes contingentes de mão de obra. Afora o desemprego e o aumento da desigualdade, um reflexo social visível desse estado de coisas eram os milhões de pequenos empreendedores, a maioria na informalidade, trabalhando sem acesso a instrumentos básicos de gestão e carentes de todo tipo de apoio técnico e de crédito. Por outro lado, os pequenos negócios mostraram-se como alternativa viável para ajudar no enfrentamento da crise, desde que garantidos por políticas públicas coerentes. A crise econômica indicava tempos difíceis para a entidade que recém completara uma década de atividade. Embora o cenário não fosse animador, no início da década de 1980 o governo federal havia lançado dois importantes programas de incentivo aos micro e pequenos empreendimentos do campo. O primeiro foi o Programa Nacional de Apoio à Empresa Rural (Pronagro), iniciado em 1980 e consolidado em 1982, para promover o desenvolvimento de pequenos negócios agroindustriais. O CEBRAE Nacional operava como agente executor do Pronagro – destinado, em uma primeira fase, à implantação e expansão de unidades agroindustriais no interior de 18 Estados, incluindo seis microrregiões. Em seguida veio o Programa de Apoio e Desenvolvimento da Pecuária (Propec), que, como o Pronagro, visava à melhoria da produtividade

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Os negócios de pequeno porte estão presentes em todos os momentos da história econômica brasileira

e à criação de mecanismos de racionalização dos custos do pequeno agronegócio, ao mesmo tempo em que estimulava o associativismo e o fortalecimento das entidades de classe. Enquanto isso, os CEAGs mantiveram a sigla que já se tornara marca, mas atualizaram seu significado para Centro de Assistência Gerencial à Micro e à Pequena Empresa – como forma de deixar claro seu compromisso com a nova categoria de clientes, os empresários controladores de microempresas. Os CEAGs operavam, então, como executores do Programa Nacional de Serviços à Pequena e Média Empresa (Pronac) e do Programa Nacional de Conservação e Substituição de Energia (Proene). Vem dessa mesma época o surgimento da Bolsa de Negócios, um projeto bem-sucedido na tarefa de cadastrar produtos e serviços de micro e pequenas empresas de modo a facilitar a interligação de negócios entre elas – e delas com empresas de maior porte. A iniciativa conquistou o Prêmio Mérito de Mar­ keting, concedido pela Associação Brasileira de Marketing em 1981. No plano nacional, o CEBRAE também manteve uma atuação de cunho político, ao assumir o papel de interlocutor qualificado no momento em que as micro e pequenas empresas passaram a exigir mais atenção do Estado para as especificidades do setor. De sua parte, o CEAG-SP trabalhava na produção de pesquisas e diagnósticos com vistas à articulação de programas de desenvolvimento regional, sempre em nome dos interesses dos empreendedores de empresas de micro e pequeno porte. Em 1982, por meio de convênio celebrado com a Finep e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),

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Equipe dedicada a prestar consultoria tecnológica às micro e pequenas empresas, em 1994

meio da prestação de serviços de assessoria e de apoio gerencial ao segmento das microempresas. O CEAG-SP, por exemplo, até então tinha o foco preferencial de seu trabalho voltado para pequenas empresas. E, naquele momento, para todo o universo do Sistema CEBRAE, o conceito de microempresa era uma autêntica novidade, até porque ainda não se tinha formulado uma ideia rigorosa sobre o que representavam esses empreendimentos na oferta global de emprego e nos volumes de produção da economia. Muito menos sobre a decisiva importância social que os pequenos negócios passariam a ter nos anos vindouros. Não obstante todas as dificuldades potencializadas pela recessão econômica da década de 1980, o ambiente dos negócios de pequeno porte experimentou avanços importantes do plano institucional. A Lei nº 7.256, promulgada em 27 de novembro de 1984, instituiu o Estatuto da Microempresa, enquanto o Decreto nº 90.414 criou

O Programa Nacional de Apoio à Empresa Rural (Pronagro) foi o primeiro a dedicar atenção exclusiva ao setor de agronegócios. O Sistema CEBRAE começa a investir no microempreendedorismo na década de 1980

o CEBRAE dá início ao Programa de Apoio Tecnológico às Micro e Pequenas Empresas (Patme), inaugurando uma etapa em que o apoio tecnológico às empresas de pequeno porte torna-se um programa permanente da instituição. Em 1984, no bojo de uma reforma na administração federal, o CEBRAE saiu da alçada do Ministério do Planejamento e passou à do Ministério da Indústria e Comércio, ao mesmo tempo em que sua sede era transferida do Rio para Brasília. As mudanças não teriam impacto maior se não viessem acompanhadas de uma substancial redução na dotação orçamentária, o que significou, nos Estados, queda na qualidade do atendimento prestado pelos GEAGs às pequenas empresas. Ademais, em função do advento do Promicro, os desafios do CEBRAE – que já eram grandes – assumiram maior amplitude quando, malgrado as dificuldades, o sistema decidiu que era seu dever aceitar a tarefa de atender a clientela de novos empreendedores por

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o Conselho de Desenvolvimento da Micro, Pequena e Média Empresa (Copeme). Em março de 1985, o CEAG-SP – embrião do futuro SEBRAE-SP – transferiu seus escritórios para um edifício da Rua José Getúlio, no bairro da Aclimação. Nisso, já sopravam no país os ventos da redemocratização que desembocaram na campanha das Diretas Já (1983-1984), na eleição indireta e posse de um presidente civil (1985), na promulgação de uma Constituição democrática (1988) e no restabelecimento pleno de eleições diretas em todos os níveis de governo. No cenário internacional, a queda do Muro de Berlim (1989) e o desmantelamento da antiga União Soviética (1990-91) sinalizavam o início de uma nova etapa econômica mundial, caracterizada pela globalização dos mercados e dos sistemas produtivos.

Escola de vida

Sandra Regina Batista, Analista/ Escritório Regional Araçatuba

“Eu fui meio receosa ao escritório de Araçatuba, não sabia o que era o SEBRAE. Era para fazer café, tinha que entrar bem cedo, recolher o lixo, lavar o banheiro – ninguém quer esse tipo de serviço, só quem precisa mesmo. E resolvi aceitar: ‘Vou pegar esse emprego. Vou ter oportunidade de crescer’. Eu entrava às 6 e meia da manhã, limpava o escritório, passava o aspirador e fazia o café para que às 8 horas, quando o pessoal chegasse, o balcão de atendimento já estivesse limpo e o café pronto. Eu tinha 21 anos, não tinha experiência em nada e, com o tempo, fui aprendendo o serviço do escritório. Tinha certificado para fazer, apostila para montar – antigamente as apostilas eram feitas no próprio escritório –, e eu fui pegando essas tarefas. Foi assim que comecei a pegar o jeitinho de trabalhar no escritório. Às vezes eu tinha que ficar até tarde, então aproveitava para fazer cursos. Fui aprendendo e me aperfeiçoando. Entrei em Ciências Econômicas, fiz cinco anos de curso até me formar, fiz agora uma pós-graduação e um MBA em gestão de projetos e consultoria. O SEBRAE me ensinou muita coisa.”

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Trabalho pioneiro

Eliane Auxiliadora dos Santos, Assessoria de Comunicação da Presidência do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do SEBRAE-SP

“O nosso prédio era na Rua José Getúlio. Éramos cerca de 80 pessoas, todas trabalhando no mesmo lugar. Conhecíamos todos pelo nome. Em fins de 1991, o SEBRAE tinha sido instituído como entidade privada – até então era denominado CEAG, um órgão do governo federal – e começa a se estruturar para melhor atender às micro e pequenas empresas. Era uma época em que estávamos construindo aquilo que a Diretoria e o Conselho tinha traçado como diretriz estratégica do SEBRAE, e até por isso tive a oportunidade de crescer bastante, porque estava todo mundo aprendendo. As pessoas e o mercado também não sabiam o que era pequena empresa, qual a sua importância. [Alguns jornalistas diziam]: ‘Eu estou aqui cobrindo as grandes indústrias e você vem me falar que aumentou o faturamento da pequena empresa?’ As pessoas não tinham ideia do que isso significava. Nos últimos 20 anos, o empreendedorismo está na pauta de tudo quanto é lugar, qualquer veículo de comunicação abre espaço e dá valor para a pequena empresa. O SEBRAE cumpriu muito bem o papel de disseminador, de cutucador, de articulador, de colocar a boca no trombone para falar sobre esse tema.”

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Pé na estrada

Miguel Carlos da Silva, Coordenador/ Unidade Finanças

“No dia 1º de novembro de 1991, eu já estava trabalhando no SEBRAE, na contabilidade, no prédio da Rua José Getúlio. Eu trabalhava em uma mesa ao lado do contador, que fumava à beça – ainda não era proibido. Era uma fase boa, porque o SEBRAE estava crescendo, mas não havia sistemas. Nesse tempo tínhamos 17 Escritórios Regionais e, na época de fazer orçamento, um funcionário da contabilidade pegava um carro e ia para sete, outro ia para oito escritórios. Passávamos duas semanas fazendo acompanhamento orçamentário dos Escritórios Regionais. Foi assim até 1996, quando houve um processo de reestruturação.”

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Apoio dos livros

Paulo Melchor, Consultor/ Unidade Políticas Públicas e Relações Institucionais

“Em fevereiro de 1994, éramos três advogados terceirizados para fazer consultoria jurídica e atendimento ao público. Nessa época não existiam computadores disponíveis para ninguém, e nós fazíamos um atendimento a cada meia hora. Tínhamos alguns vade-mécuns, que são livros grandes, com várias leis, para fazer consultas rápidas no Código Civil, Código Comercial e CLT. Eu atendia a questões trabalhistas, societárias, tributárias, previdência da empresa, isto é, matérias voltadas ao Direito Empresarial. No prédio da Rua José Getúlio havia uma salinha onde fazíamos os atendimentos. Quando chegava um caso mais complexo, que necessitava de uma consulta à legislação, íamos à biblioteca, dois andares acima, onde havia as legislações existentes do âmbito municipal, estadual e federal. Era um arquivo enorme de livros pretos, pesados. Primeiro íamos ao livrinho de índice, identificávamos a matéria, o ano, o código do livro, buscávamos o livro e o levávamos dois andares abaixo. E isso tudo correndo, porque o atendimento era de meia em meia hora.”

Vocação rural

José Carlos Gomes dos Reis Filho, ex-colaborador SEBRAE-SP

“Entre 1997 e 1998, o SEBRAE tinha um programa chamado Proder – Programa de Emprego e Renda. Fazíamos um diagnóstico de vários municípios, com o levantamento das potencialidades de cada um, e em seguida [era formulado] um plano de ação que propunha ações para o desenvolvimento daquele município. Isso era terceirizado. A USP, a Unicamp e a Unesp eram contratadas, e eu vim em uma equipe da USP. Então apareceu a oportunidade de eu ser contratado e, em janeiro de 1999, entrei para o SEBRAE. Aí tudo começou. Era na Rua José Getúlio, um predinho pequeno, de poucos andares. Foi uma escola. Aprendi tudo o que eu sei graças a esse trabalho. Entrei para trabalhar com projetos de desenvolvimento, sempre com um pé no agronegócio – desde o Proder, meu olhar sempre foi o agro. Com recursos do SEBRAE Nacional, trabalhamos em dez regiões do Estado, com pequenos produtores de leite, para ajudá-los a melhorar o desempenho e a competitividade. Fizemos parceria com a Embrapa e com a USP. Depois, produzimos um livrinho com os resultados. Aquilo me marcou muito.”

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O SEBRAE autônomo

A primeira eleição direta para a Presidência da Repú-

As empreendedoras Lígia (esq.) e Heloísa Gennari reconhecem a diferença que o Empretec fez em suas vidas e na gestão da empresa que montaram

blica depois de 30 anos elegeu Fernando Collor de Mello, que assumiu em 15 de março de 1990 para aplicar um programa de governo fundado, sobretudo, no combate à inflação, na abertura de mercado e na desestatização da economia. Em 12 de abril é promulgada a Lei nº 8.029, que autorizava o CEBRAE a desvincular-se da administração pública e a transformar-se em serviço social autônomo de utilidade pública, sem fins lucrativos, sustentado por contribuições de empresas comerciais e industriais. Em 9 de outubro, o Decreto n° 99.570 regulamenta a Lei n° 8.029 e muda a denominação do antigo CEBRAE para Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa – SEBRAE. Para completar a transição, a Lei nº 8.154, de 28 de dezembro de 1990, altera pontualmente a redação da legislação que criou o SEBRAE. Daí em diante um novo horizonte se abriu para a entidade, que após 18 anos como organismo estatal converteu-se no primeiro ente a enquadrar-se no Programa Nacional de Desestatização, aplicado pelo governo federal como condição indispensável para a modernização do Estado brasileiro. Em sua nova configuração, o SEBRAE estrutura-se em torno de uma unidade central, coordenadora do sistema, com sede em Brasília, e na atuação de unidades estaduais em cada Estado da Federação. As representações estaduais do SEBRAE passam a ocupar o espaço dos antigos CEAGs. Os recursos para o financiamento do sistema advêm de uma contribuição de 0,3% incidente sobre a folha de pagamento e recolhida pelas empresas ao INSS, que repassa o montante ao SEBRAE na forma da Lei nº 8.029, divididos em 55% para o SEBRAE Nacional e 45% para os SEBRAEs estaduais. A mesma receita de governança adotada pelo SEBRAE Nacional foi replicada no SEBRAE-SP, que abraçou a missão de “promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas e fomentar o empreendedorismo” e passou a funcionar subordinado a um Conselho Deliberativo composto por representantes de 13 entidades: Associação Comercial de São Paulo, Anpei, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Faesp, Fecomercio, Fundação ParqTec, IPT, Nossa Caixa Desenvolvimento, Sebrae Nacional, Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Sindibancos.

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Crescimento com inovação

Recursos parcos

Shigueo Oda, aposentado, ex-colaborador SEBRAE-SP

“Naquela época do CEAG era muito difícil, não havia dinheiro e os programas aos poucos iam minguando. Praticamente sobraram as pessoas que cuidavam da parte administrativa, enquanto a operacional estava à míngua. Com a vinda desses novos recursos, atrelados à folha de pagamento, aí é que começou a movimentar mesmo.”

Ações estruturantes

Pamela Yolanda Pastene Pizarro, Consultora/ Unidade Atendimento Setorial

“Com a criação do SEBRAE, a alteração de maior impacto foi a entrada de projetos estruturantes. Um deles foi o Programa Integrado de Desenvolvimento Setorial (PID), iniciado no Rio Grande do Sul e que o SEBRAE Nacional trouxe para São Paulo. Era um trabalho de levantamento de dados primários nos municípios. Esse foi um dos projetos em que a casa começou a criar dados – sem serem dados frios, mas dados próprios – para estruturar os programas que vieram depois. Em seguida veio outro, também impactante na época, que foi a Bolsa de Negócios. Os cadastros eram feitos à mão. O empresário ofertava o seu produto e isso ia para um jornalzinho – na época não havia internet –, o que gerava uma informação de oferta e de demanda que alimentava esse jornal. A Bolsa de Negócios foi um produto que o SEBRAE-SP encabeçou e o Brasil inteiro reproduziu.”

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Depois de quase fechar as portas em decorrência da falta de investimentos, e sofrendo os reflexos da maneira muitas vezes atabalhoada com que era gerido o Programa Nacional de Desestatização, o SEBRAE sobreviveu e começou a ganhar a musculatura necessária para exercer o seu papel histórico de prover apoio, assessoria e capacitação aos responsáveis por empreendimentos de pequeno porte em todo o país. Nesse novo contexto, o SEBRAE-SP naturalmente despontou entre os seus congêneres por desenvolver ações e programas pioneiros, muitos deles em seguida adotados por outras unidades do SEBRAE. Isso porque, embora atrelado às diretrizes do SEBRAE Nacional, o SEBRAE-SP sempre gozou de autonomia para desenvolver e executar projetos voltados à realidade do Estado. Um marco do SEBRAE-SP na primeira metade da década de 1990 foi o Balcão de Atendimento, também conhecido como Balcão SEBRAE, um serviço de atendimento personalizado ao empresário que buscava consultoria empresarial nos segmentos financeiro, de marketing e vendas, recursos humanos e administração geral. Essa forma de atender o cliente, na base do olho no olho, rapidamente ganharia o reconhecimento público e se tornaria um símbolo vivo do serviço que o SEBRAE se dispunha a prestar. Os empreendedores paulistas de pequeno porte agora podiam contar com um time de consultores preparados para tirar suas dúvidas e ajudá-los a fazer o empreendimento prosperar.

Balcão SEBRAE: o serviço que marcou época e se transformou em um ícone da instituição

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Contato inicial

O primeiro atendimento

Marcela Dotta Marcondes, Analista/ Escritório Regional São João da Boa Vista

Tira-dúvidas

Isa Maria Francischini Tebaldi, Consultora/ Escritório Regional Bauru

“Usávamos o termo ‘balcão’, mas era um espaço aberto: os clientes chegavam e eram atendidos. Havia uma recepção que fazia a triagem prévia e encaminhava o cliente para o atendimento. Chegamos a fazer alguns atendimentos a que chamávamos de Balcão Avançado: íamos até uma determinada cidade e fazíamos lá o atendimento – o cliente não precisava vir até o escritório. Sempre havia um parceiro na cidade, que nos fornecia a sala para fazer o atendimento. Quando a demanda era possível de resolver naquele momento, o cliente já tinha a resposta de imediato. Quando a questão demandava mais pesquisa, nós voltávamos ao escritório, aprofundávamos a busca pela solução e depois retornávamos à cidade, com a orientação para o cliente. A demanda maior era sobre formação de preço, controles, muitas dúvidas ligadas à parte financeira e também de marketing: como divulgar o produto, como atrair mais clientes. E havia aqueles que queriam abrir o seu próprio negócio.”

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Cláudia de Oliveira Turri, Analista/ Escritório Regional Presidente Prudente

“Eu ficava na recepção, fazia o primeiro atendimento. O cliente chegava e daí eu fazia uma triagem. Depois de um tempo, eu já conseguia passar muitas informações e também atendia ao telefone. Dava apoio operacional para todo mundo, porque não tínhamos estagiários. Em menos de dois anos, acumulei a função de recepção e atendimento com o administrativo-financeiro.”

Primeiros tempos

Paulo Tebaldi, Gerente/ Unidade Metropolitana

“Ganhou o nome de Balcão SEBRAE, mas era uma mesinha. Depois o SEBRAE adotou um padrão, com a cara do SEBRAE, com a cadeira azul e o móvel específico. No SEBRAE atendemos a todos os segmentos, não se fecha a porta para ninguém. Naquele momento éramos focados no primeiro atendimento: a orientação e o treinamento eram suficientes. Ninguém sabia direito o que era microempresa, até hoje ainda tem gente que faz confusão: ‘Eu sou microempresário’. ‘Não, você é empresário da microempresa. A empresa que é micro, você é empresário.’”

“Comecei em uma sexta-feira. Deram-me o telefone da sede, caso eu precisasse ligar ou acontecesse alguma coisa que eu não soubesse responder. Deram um monte de manuais para eu ler e a chave da casa. Comecei a abrir os armários e achei uns livros sobre como formar preço de venda na indústria, no comércio, como montar uma empresa, como participar de feiras. Aí entrou um cliente, o primeiro cliente que eu atendi. Ele queria criar jacaré-do-papo-amarelo, no Mato Grosso. Pensei: ‘Jesus, Maria, José... onde eu vim parar?’Lembrei do telefone para emergências. ‘Aguarde um minutinho que eu vou ver para o senhor.’ Liguei para a sede e quem me atendeu me deu um norte – ‘A pessoa tem que ter licença no Ibama’– e algumas dicas. Eu nunca esqueci o primeiro atendimento: o empresário queria exportar pele de jacaré.”

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tro programa que muito contribuiu para disseminar a noção e a prática do empreendedorismo pelo Estado de São Paulo foi o Balcão Avançado, uma parceria do SEBRAE-SP com entidades da sociedade civil. Estas ajudavam na divulgação e cediam o espaço físico para que o SEBRAE organizasse cursos e prestasse consultorias aos empresários de pequeno porte. Com isso estava aberta uma importante vertente para a atuação do SEBRAE-SP, que logo passou a ser reconhecido como o maior e mais bem equipado capacitador de empresários do Brasil. O SEBRAE-SP sempre acreditou que a participação das micro e pequenas empresas em feiras e eventos de negócios, no Brasil e no exterior, é uma maneira eficaz de superar as dificuldades naturais que têm esses empreendimentos na promoção dos seus produtos e serviços. Em 1992, por exemplo, a entidade apoiou os pequenos empreendedores em 65 feiras e 83 eventos, que mobilizaram 10.772 empresas do Estado. Equipes de atendimento de Escritórios Regionais do SEBRAE-SP: informações de qualidade

As ações prioritárias do SEBRAE-SP nesse período dedicaram-se ao enfrentamento da alta taxa de mortalidade então verificada entre as micro e pequenas empresas ainda no primeiro ano de funcionamento. As energias foram canalizadas para o oferecimento de programas de modernização da gestão empresarial, difusão de informações, desenvolvimento tecnológico e incremento da competividade. Outra providência foi ampliar o leque de atendimento. A presença física da entidade foi valorizada com a abertura de agências do SEBRAE no interior do Estado: a primeira em São José dos Campos, em 1991, depois em Santos, em São José do Rio Preto e, após três anos, eram oito os Escritórios Regionais funcionando a todo vapor. A partir de 1993, a busca incessante por mais qualidade no atendimento prestado às pequenas empresas produziu duas iniciativas marcantes no SEBRAE-SP. Para ir ao encontro do empresário onde ele estivesse, foi criado o Balcão Itinerante – um trailer dotado de todo o equipamento necessário para que os consultores pudessem atender os empreendedores de empresas de micro e pequeno porte que demandassem os serviços do SEBRAE. No primeiro ano de atividade, o Balcão Itinerante operou com uma frota de sete veículos e prestou atendimento em 70 cidades paulistas. Ou-

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A partir de 1993, o SEBRAE-SP tomou a iniciativa de ir ao encontro do empreendedor do micro e pequeno negócio por meio do Balcão Itinerante, atualmente denominado SEBRAE Móvel

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Marca indelével Mais gente

Maria Aparecida de Medeiros, Analista/ Escritório Regional São José dos Campos

Ritmo frenético

Margarida Mitsuko Yamaki Takiuti, Analista/ Unidade Controladoria

“Eu corria muito, dava entrada em toda a documentação para abrir os Escritórios Regionais. Shigueo Oda controlava tudo, ele era o braço direito da Diretoria, tudo tinha que passar por ele. Cheque também tinha que passar para ele assinar, ele controlava tudo. Eu vim trabalhar com ele porque ele estava sozinho. Comecei como se fosse secretária, mas eu não era secretária, porque ele não tinha tempo de conversar comigo. Fui aprendendo as coisas sozinha. E perguntando. Eu fazia os pagamentos e mandava [os formulários] para o financeiro. Tudo na máquina de escrever.”

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“Quando comecei a trabalhar no SEBRAE, a minha vida mudou radicalmente. E, em 19 de janeiro de 1993, fui efetivada com Assistente Técnico II. Nessa época o SEBRAE tinha apenas 183 funcionários. O quadro aumentou consideravelmente em 1993, foi um boom. Logo em seguida vieram os Escritórios Regionais, que se multiplicaram. Lembro que o setor em que eu trabalhava, quando comecei na Rua José Getúlio, devia ter umas oito pessoas; no final de 1993, eram 14.”

Cláudia de Oliveira Turri, Analista/ Escritório Regional Presidente Prudente

“Nós fazíamos muitos cursos para o agronegócio – como fazer presunto, embutidos, curso de defumados –, tínhamos uma cozinha industrial e eram muitos os cursos ligados à área rural. Ensinávamos, fazíamos dias de degustação, era bem animada a coisa. E também havia os cursos da área empresarial. Nosso pessoal era bem engajado. E todas as vezes em que o SEBRAE levava alguma proposta de trabalho para um parceiro, esse parceiro abraçava a causa. Sempre propusemos atividades diferentes, não ficávamos na mesmice. Acho que se não tivesse existido o SEBRAE na história, muita coisa ainda estaria funcionando no tempo do onça. As informações não chegariam [aos pequenos empreendedores]. Sempre fomos de cutucar, de mexer, de fazer. Nossa região [Presidente Prudente] é muito extensa, são 54 municípios. Começamos trabalhando nos que tinham base maior, para desenvolvermos mais empresas, e a fazer o contato com a Associação Comercial, a Prefeitura, o Sindicato do Comércio Varejista. Em toda e qualquer ação que fazemos, sempre envolvemos a governança. Até hoje é assim.”

Missões internacionais

Maria Aparecida Lemes da Silva, Consultora/ Unidade Atendimento Setorial

“Fiz faculdade de Comércio Exterior e me candidatei a um estágio nessa área, no SEBRAE, que na época ficava na Rua José Getúlio. Tentei, vim e fiz. Isso foi em março de 1995; em setembro, fui efetivada. Lembro que dávamos workshops de comércio exterior para empresários que queriam iniciar nessa área e não conheciam nada. Houve um projeto de formação de traders, que fizemos em parceria com outras entidades – muita gente estava interessada em trabalhar como micro e pequena empresa nessa área. No final de curso, além de toda a bagagem que eles recebiam de informação, participavam de rodadas de negócios e viajavam para sentir, na prática, como é que aquilo acontecia. O SEBRAE subsidiava uma parte da viagem e esses empresários eram levados para conhecer feiras, institutos tecnológicos ou um polo de empresas que estivesse atuando muito bem em determinado segmento. Nessa hora, o empresário fala: ‘Puxa, eu preciso melhorar. Eu posso fazer melhor do que já faço’.”

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Ligação direta O ovo de Colombo

Antonio Carlos Larubia, Consultor/ Unidade Desenvolvimento e Inovação

“Eu achava que as pequenas empresas precisavam de um mecanismo de resposta rápida. Começamos a conversar com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), e eu tinha um colega que à época cuidava do Projeto Bolsa de Negócio e estava interessado no banco de catálogos do IPT. [Ele dizia]: ‘O IPT tem um banco de catálogos enorme; ter acesso a ele vai facilitar a minha vida’. Fiquei imaginando: ‘Se conseguíssemos acessar o pessoal do IPT para eles darem respostas rápidas, seria muito bom’. Fizemos um acordo para o corpo técnico do IPT responder às dúvidas dos nossos clientes, e franquear o acesso ao banco de catálogos. Esse foi o embrião do SEBRAEtec. Esse projeto foi nacionalizado em 1994. A dinâmica é simples: o cliente procura o escritório do SEBRAE e esse escritório faz algumas perguntas para identificar qual o problema que o cliente tem. Com base nisso, o Escritório Regional consulta uma base de entidades cadastradas, classificadas pela área de competência e pela proximidade geográfica do cliente. O parceiro mais próximo tem preferência para atender o cliente. Por que o mais próximo? Porque esperamos que haja uma interação entre os dois. Quanto mais próximo geograficamente, mais facilita o atendimento. Encaminhamos isso para o parceiro tecnológico, ele entra em contato com o cliente, faz a proposta de trabalho e, se o cliente aceitar, o projeto é desenvolvido e o SEBRAE paga 80% do custo combinado. Há uma série de regras, um limite de horas, o tipo de atendimento que pode ser feito, isso tudo está descrito no edital. Funcionou muito bem.”

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Silvia Alzira Abeid Furio, Gerente/ Escritório Regional Botucatu

“O SEBRAEtec foi criado para fazer com que a pequena empresa tivesse acesso à inovação e criasse essa cultura. Lembro de um cliente que atendi. Ele estava com problema com os morangos que plantava, que mofavam no pé. Eu não entendia nada de morango... Tínhamos uns cadernos com os nomes dos especialistas – hoje está tudo nos sistemas. Abre o caderno, olha lá e encontra uma professora doutora da Unesp, especialista em morango. Liguei para ela: ‘Doutora, estou com um produtor rural com esse problema’. ‘Mande-o aqui que eu atendo.’ Simples assim. Depois, ela retorna: ‘Eu dei a primeira orientação, mas preciso ir a campo. E ele vai precisar de um projeto para reorientar a forma de plantio do morango, que está equivocada. Vou precisar de 60 horas para isso’.‘Ok. A gente contrata.’ Esse tipo de acesso seria possível se não houvesse essa interlocução com o SEBRAE? E quanto custou para o cliente? Vinte por cento do valor total do projeto. O nosso papel não é vender SEBRAEtec, o nosso papel é levar a inovação à pequena empresa.”

Também em 1992, dois programas importantes e de conteúdos distintos foram lançados na área de atuação do SEBRAE-SP. O primeiro deles, criado na própria unidade estadual, foi o Programa de Aproximação das Micro e Pequenas Empresas dos Centros Geradores de Conhecimento como Universidades e Institutos de Pesquisa, que ficou conhecido como SEBRAEtec. Por meio do estabelecimento de parcerias com universidades e centros de pesquisa, os clientes do SEBRAE-SP passaram a ter acesso facilitado aos melhores especialistas e a informações de qualidade superior. O sucesso do programa induziu o SEBRAE Nacional a transferir o mesmo modelo para as demais unidades estaduais. O segundo programa que marcou o SEBRAE-SP nesse momento foi o Volta ao Campo, uma iniciativa estimulada pelo SEBRAE Nacional que traduzia a preocupação da instituição em levar o espírito empreendedor para o interior do país. O SEBRAE-SP encampou a ideia. O objetivo do programa era auxiliar o pequeno empreendedor rural a enfrentar as variadíssimas dificuldades com que se depara em seu trabalho, sendo a principal delas o fato de ele próprio não se reconhecer como um empresário. Sem balizar sua atividade econômica em padrões empresariais de atuação, o produtor tende a perder a noção de que seu trabalho tem riscos, despesas, receitas e lucro, e deve ser gerido a partir de métodos e critérios de aplicabilidade comprovada. E isso o SEBRAE-SP tinha como suprir. O projeto-piloto foi desenvolvido no município de Espírito Santo do Pinhal, com 150 produtores rurais, e em seguida se espalhou pelo Estado. Suas ações foram tão bem-sucedidas que se desdobraram pelos anos seguintes, promovendo as boas práticas de gestão no campo e, em especial, a ideia e a prática do associativismo.

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A construção do sonho Pioneirismo em agronegócios

Eduardo Flud, Analista/ Escritório Regional Sorocaba

Marca registrada

Benedito Roberto Zurita, Consultor/ Unidade Atendimento Setorial

“Eu tive a felicidade de sempre trabalhar na área de associativismo e de cooperativas. É um negócio sensacional, porque uma hora você está em contato com uma pessoa bem simples, outra hora com cabeças coroadas. Às vezes estamos trabalhando com catador de material reciclável, outras com jornalistas, médicos, dentistas, com associações de produtores rurais das variadas categorias; ou pescadores, produtores de leite, produtores de frutas, de flores. É maravilhoso estar com essa variedade de pessoas, você aprende muito. Quando vim para o SEBRAE, foi justamente para desenvolver essa atividade, que na época – fim da década de 1990 – era ainda incipiente. Tínhamos um projeto, o Volta ao Campo, para desenvolver a cultura da organização de associações e de cooperativas.”

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“Trabalhei no Volta ao Campo, que foi o projeto pioneiro do SEBRAE-SP no setor do agronegócio. Hoje esse projeto foi aprimorado para o Sistema Agroindustrial Integrado (SAI). Antes, ele não se preocupava muito como produtor da porteira para fora: não adianta um produtor produzir uma alface maravilhosa e não ter para quem vender. Pensando nisso, mudou-se para o SAI. Tudo foi uma evolução, um processo.”

Entre ações de capacitação destinadas ao pequeno empreendedor, uma delas constituiu um verdadeiro divisor de águas na história do SEBRAE-SP. Sob inspiração do SEBRAE Nacional, em 1993 começou a ser aplicado, em São Paulo, o Programa de Capacitação de Empreendedores (Empretec). Trata-se de um curso de imersão, com 60 horas de duração, que articula a análise e o debate sobre aspectos da conduta empresarial a exercícios práticos que buscam aperfeiçoar as habilidades do empreendedor. O programa foi originalmente desenvolvido pela Organização das Nações Unidas e ainda hoje é aplicado com sucesso pelo SEBRAE-SP. Os participantes, por seu turno, têm do Empretec a melhor das avaliações e a consciência de que, depois do programa, algo mudou em suas vidas – para melhor.

“Empretecos” da turma pioneira de Botucatu (SP): capacitação para a excelência

Imersão total

Eduardo Flud, Analista/ Escritório Regional Sorocaba

“O Empretec é um seminário comportamental desenvolvido pela ONU, voltado para o dono da empresa ou para quem quer abrir uma empresa. Durante seis dias, você trabalha as características do comportamento empreendedor. É um seminário muito intenso. Vários clientes nossos já disseram que esses seis dias valem por cinco anos de faculdade. É muito bom, eu o recomendo para qualquer empresário.”

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Técnica e comportamento

A vontade e a atitude

“Eu estava ansiosa, porque via que a empresa estava crescendo, e não tínhamos as coisas formalizadas. Apesar de saber a receita, o modo de preparo, mesmo assim precisávamos refinar. Se você derrete o chocolate e mistura com o creme de leite, durante quanto tempo e em que temperatura isso deve ocorrer para um novo funcionário saber o que tem que ser feito? Veio a Páscoa de 2012 e foi um verdadeiro caos. Em 30 metros quadrados, onde antes eu tinha três funcionárias, estavam 20. Eu e a minha irmã nos desgastamos muito; trabalhar daquele modo estava impossível. Nisso, começou o curso de Gestão da Qualidade no Escritório Regional do ABC. O bom desse curso é que ele tem um módulo que você aplica na empresa, e o SEBRAE vem e faz uma consultoria. Questiona se você aplicou ou não o conhecimento, se está funcionando ou não – eles querem saber se as coisas melhoraram. Tivemos sorte, porque logo a minha irmã Heloísa entrou no Empretec. Este é um curso muito bom, porque dá outra visão, deixa você mais arrojado, deixa claro o tamanho da sua responsabilidade e a certeza de que, se tiver que acontecer, só depende de você. Ele indica ferramentas de uma maneira muito pessoal, não apenas técnica. O Empretec proporciona um crescimento muito forte, tanto no sentido pessoal quanto no profissional. Começamos a acreditar mais no nosso potencial.”

“Eu precisava de uma retaguarda porque sou sistemático, gosto de analisar todos os caminhos que o negócio pode tomar para depois agir. O carrinho de cachorro-quente foi a ideia que surgiu e eu fui atrás do SEBRAE-SP, onde conheci o curso Aprender e Empreender. Depois do curso, saí com a ideia pronta de abrir o negócio, em 2009. O carrinho de cachorro-quente acabou não acontecendo e virou outra coisa. O SEBRAE me ensinou a ser exigente. Fiz outros cursos sobre liderança, sobre fluxo de caixa, e o último que fiz – o Empretec – me ajudou muito. O Empretec trabalha não no sentido teórico da empresa, ele trabalha muito na pessoa, no seu interior, nas características do empreendedor. Leva à reflexão sobre o que é preciso trabalhar no seu perfil para chegar aonde você quer chegar. Isso me ajudou muito, tanto que estou norteando a minha vida por esse programa. Foco e atitude são os dois pilares que me sustentam. O que era para ser um negócio de cachorro-quente virou uma casa de frios, que foi o nosso fracasso e uma escola para nós, porque ali começamos a lidar direto com o público, a ver vários erros de que, na teoria, você ouve falar, mas na prática é outra coisa. Um belo domingo de manhã me apareceu um senhor, comprou um frango, olhou a loja e disse: ‘Vocês fornecem café da manhã?’ ‘Nunca fornecemos, mas se for preciso correremos atrás e fazemos, sim.’ ‘É que eu sou engenheiro de obra e preciso de alguém que me forneça os cafés.’ E ele passou o pedido, os locais de entrega. Na segunda-feira fomos entregar café e pães nas obras. ‘E por que vocês não fazem almoço?’ Começamos a vender almoços. ‘Por que também não o jantar?’ Começamos com jantar e partimos para fornecer refeições. Agora estamos no terceiro ano nessa atividade e estipulamos a meta de chegar ao faturamento de 1 milhão de reais entre cinco e dez anos de empresa. Provavelmente será em cinco anos. O SEBRAE ajuda a estruturar o seu sonho, pauta os nossos passos, me ensinou a tomar decisões, a analisar friamente os números, a ver se é viável ou não. Fui pesquisar o mercado e tem muita gente interessada no produto – e preciso me alicerçar para atender a esse público, ir atrás de certificações, montar minha sede própria, contratar funcionários para atingir esse faturamento sem estresse. Meu empreendimento não está mais só com refeições para as empresas; agora ele está indo servir o segmento de eventos corporativos de grande porte.”

Lígia Maria de Barros Gennari, empresária/ Suklaá Chocolates

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Dalmacio Luiz Januário de Lima, empresário/ D&K Refeições Terceirizadas

Trabalho intenso

Maria Beatriz Ximenes Zanata, Analista/ Escritório Regional Ourinhos

“Soluções Empresariais é uma área-meio que oferece ferramentas para que os projetos possam se desenvolver. Levo em média dois meses para fechar uma turma do Empretec, que é um seminário de imersão com uma semana de duração. O participante tem ali oito ou dez horas por dia em sala de aula, vai trabalhar uma semana inteira – manhã, tarde e noite – e, às vezes, avançar um pouco na madrugada trabalhando o conteúdo do seminário. Trabalho também com o Prêmio MPE Brasil, Prêmio Mulher Negócios, Prêmio Desafio SEBRAE, com Programa do Comércio Varejista – enfim, a área de Soluções dá suporte a tudo o que acontece para atender à nossa demanda de clientes. É uma área realmente estratégica.”

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A nova institucionalidade Liberto do engessamento estatal, agora operando com a autonomia de um serviço social identificado com o interesse público, o SEBRAE ampliou progressivamente a sua atuação e passou a ser reconhecido na sociedade como um interlocutor privilegiado sobre os temas relativos ao empreendedorismo e aos pequenos negócios. Para tanto, foi também importante a estratégia que adotou para administrar sua exposição na mídia. A primeira incursão do SEBRAE nessa seara deu-se em dezembro de 1988, quando, ainda como CEBRAE, teve início a veiculação do programa Pequenas Empresas, Grandes Negócios, pela Rede Globo de Televisão; pouco tempo depois, começou a circular uma revista mensal com o mesmo título. A presença na mídia se acentuou a partir do momento em que a entidade buscou mobilizar a opinião pública quanto à necessidade de regulamentação dos artigos 170 e 179 da Constituição, que estabelecem tratamento jurídico diferenciado para as micro e pequenas empresas. Mas foi apenas em 1993, já consolidado o novo modelo institucional do SEBRAE, que a entidade mostrou-se massivamente à sociedade por intermédio da campanha “Pequena Empresa – Valorize essa Ideia”, estrelada na televisão pelo ator Lima Duarte. O objetivo era valorizar o segmento das pequenas e médias empresas e legitimar a ação de seu principal defensor – o SEBRAE Nacional e suas representações estaduais – na luta pela implementação de políticas públicas que considerassem a importância econômica dos micro e pequenos empreendimentos. Os desdobramentos da repercussão junto à sociedade civil e à classe política foram determinantes para o fortalecimento da marca SEBRAE no decorrer dos anos seguintes; e culminaram, mais tarde, com as mobilizações que levaram à aprovação, pelo Congresso Nacional, da Lei das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (nº 9.317/96), que trata do regime diferenciado para os impostos e contribuições dessas empresas, e do Estatuto da Micro e Pequena Empresa (Lei nº 9.841), promulgado em 5 de outubro de 1999. A intensidade crescente de sua presença na mídia serviu para aumentar sobremaneira a demanda por serviços e cursos do SEBRAE, sobretudo em São Paulo. É dessa mesma época, aliás, a implantação do Programa de Qualidade Total na entidade, o que implicou uma mudança organizacional mais condizente com a visão estratégica adotada pelo SEBRAE: gerenciamento por processos, valorização das pessoas, melhoria do ambiente

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de trabalho e medição sistemática dos resultados por meio da definição de indicadores de desempenho. A nova configuração institucional do SEBRAE permitiu preparar a entidade para o inevitável crescimento de suas atividades. O país passou a respirar melhor quando a inflação sem controle que havia caracterizado os 15 anos anteriores foi finalmente debelada. A edição do Plano Real, em 1994, afora a estabilização da moeda, trouxe mais confiança ao ambiente de negócios. Os pequenos empreendedores souberam aproveitar a boa maré econômica e o SEBRAE manteve-se pronto para melhor atendê-los, dessa vez como uma entidade forte e capaz de complementar, com informação e conhecimento, o trabalho de instituições nacionais de financiamento de empresas como o Banco do Brasil e o BNDES.

Pequenas Empresas, Grandes Negócios, Editora Globo, janeiro de 1994

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Crescimento acentuado Impacto abrangente

Núbia Brandão de Britto, Gerente/ Unidade Administração

“Entrei como Assistente Técnico II, na área de crédito, no momento em que o SEBRAE começou a despontar em função da propaganda estrelada pelo Lima Duarte. Aquilo deu uma visibilidade enorme ao SEBRAE, mas o conceito passado foi um pouco deturpado, porque até hoje há pessoas que acham que o SEBRAE é um banco, que empresta dinheiro – ainda consequência daquela propaganda, que foi muito forte. O SEBRAE fez convênios com alguns bancos e dizia o seguinte: ‘Empresário, eu ajudo fazendo um plano de negócios, dando as orientações, entrando com o pedido de financiamento junto ao banco, mas a garantia é você que tem que dar. E a decisão a respeito do crédito é do banco, é ele que vai decidir’. Ouvíamos a história de cada um, fazíamos o atendimento, eu construía o projeto, encaminhava para o banco e fazia todo o controle. Mas foi aumentando o movimento de uma forma que não dava mais para atender um a um. Então, inventamos: ‘Vamos juntar e fazer um atendimento coletivo’. Quando chegou em 1995, o SEBRAE estava em uma onda de que não era mais planejamento estratégico – a palavra era reengenharia. Foi a primeira grande mudança que a entidade iria sofrer desde que tinha se tornado SEBRAE, em 1990.”

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Vera Lucia Isaias, Analista/ Escritório Regional Capital Oeste

“Toda empresa em crescimento tem os seus momentos difíceis. Nós apanhamos bastante, porque foi uma fase em que o SEBRAE estava crescendo muito rápido. Quando houve o Plano Real, a coisa ficou bem feia. Foi alugado outro prédio, na Avenida Liberdade, para a parte de treinamento, e nós ficávamos nos escritórios da Rua José Getúlio. Não vou dizer que não era complicado, porque era complicado. O SEBRAE ficou conhecido muito rápido, porque na época o ator Lima Duarte estrelava uma propaganda que o SEBRAE Nacional colocou na mídia. O Rolando Boldrin fez também propaganda sobre o SEBRAE, o crescimento foi muito rápido e a procura foi bem grande. Até hoje estamos crescendo, mas muito mais estruturados do que naquela época.”

O objetivo dos Arranjos Produtivos Locais é que os empresários troquem experiências e implementem ações conjuntas que contribuam para o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva local

Nessa etapa, o SEBRAE Nacional lançou um novo programa que também marcou a história da instituição. Em outubro de 1994 foi anunciado o Programa de Emprego e Renda (Proder), o qual, depois de um período de pesquisa, capacitação e treinamento de campo, é finalmente assumido pelas representações estaduais – o SEBRAE-SP à frente. Em São Paulo, a aplicação do programa começou em 1996, em quatro municípios (Buri, Capão Bonito, Itapeva e Itararé) nos quais foi identificada forte carência socioeconômica – tanto que à época estavam incluídos no Programa Comunidade Solidária, do governo federal. Nos dois anos seguintes, o SEBRAE-SP ampliou o programa para 27 municípios, onde os diagnósticos foram produzidos por meio de convênios entre prefeitura e associação comercial, uma parceria técnica local e o apoio científico de uma universidade ou instituto de pesquisa. Até que, em 1998, o SEBRAE-SP passou a trabalhar o programa em quatro regiões do Estado (ABC, Baixada Santista, Presidente Prudente e Entre Serras e Águas) com uma estratégia diferenciada, agora com ênfase não apenas no município, mas no conjunto de atividades econômicas identificadas em uma dada base territorial. Estavam ali os embriões dos futuros projetos de desenvolvimento local sustentável e dos programas de Arranjos Produtivos Locais (APLs), que tanta importância assumiriam no trabalho desenvolvido pelo SEBRAE-SP nas primeiras décadas do século 21.

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O primeiro site Tão logo começaram as operações comerciais da internet no Brasil, o SEBRAE-SP soube apropriar-se da nova tecnologia e logo marcou presença na web.

Presença na internet

Eliane Auxiliadora dos Santos, Assessoria de Comunicação da Presidência do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do SEBRAE-SP

Tateando na web

Lilian de Fátima Medeiros Pedro, Analista/ Unidade Controladoria

“Eu entrei como temporária, por três meses, para cobrir férias no Jornal de Negócios. Nesse tempo surgiu um projeto novo no SEBRAE-SP, que era o Atendimento Eletrônico, com o objetivo de aproximar o comprador do fornecedor. Comecei a ajudar esse projeto e, depois de três meses, virei funcionária. Foi quando, em 1996, o SEBRAE-SP fez o seu primeiro site. Foi bem difícil para implementar, era uma coisa nova. Como fazer? Como reunir as informações relevantes? Como falar sobre os produtos SEBRAE? Mais tarde o site virou um portal, uma coisa imensa, à disposição da sociedade.”

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“O SEBRAE-SP me apresentou o mundo virtual. Tive oportunidade de participar da produção do primeiro site, aquela coisa dura, rígida, e fazer parte da equipe que transformou aquilo em um portal de informações e de prestação de serviços. Hoje, a equipe da Inteligência de Mercado trabalha em uma reformulação para transformá-lo em um portal fantástico, no qual os interessados – não só empresários, mas os futuros empreendedores também – poderão fazer cursos a distância e ter orientação e consultoria remotas, com acesso ao nosso material de uma forma bem mais prática e rápida do que temos hoje. O SEBRAE-SP entende a comunicação de uma maneira vital, importante para o crescimento da entidade.”

Acima: com informações sobre agronegócio, indústria, comércio e serviços, o portal do SEBRAE-SP na internet é ferramenta útil aos consultores e empreendedores de pequenos negócios

A estabilidade da economia e os crescentes desafios colocados no horizonte do SEBRAE-SP obrigaram-no, a partir de 1995, a encarar a nova fase com base em uma significativa reestruturação interna. Um dos elementos notáveis desse esforço foi a expansão da rede de atendimento e a implantação de uma política de recursos humanos capaz de atrair, manter e treinar pessoas qualificadas para sustentar esse crescimento. Naquele ano, duas ações de impacto foram a criação do Núcleo de Pesquisa Econômica do SEBRAE-SP, aparelhado para produzir dados e indicadores sobre as micro e pequenas empresas de São Paulo, e o início do serviço de Teleatendimento, montado com o objetivo de facilitar, ao público interessado, informações sobre procedimentos para abertura de empresas e agenda de programas e cursos, entre outras funcionalidades. Na montagem do Teleatendimento ficou evidenciado como o SEBRAE-SP estava à frente do seu tempo, pois adotava práticas de responsabilidade social mesmo antes de esse conceito entrar em voga no meio empresarial. Além de optar por não terceirizar o serviço, investindo na melhor capacitação dos atendentes, o SEBRAE-SP inovou ao reservar a metade das vagas da nova equipe para pessoas com deficiência.

Ao implantar o Teleatendimento, em 1995, o SEBRAE-SP reservou metade das vagas da equipe para pessoas com deficiência

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Na ponta da linha

João Carlos Oliveira, Analista/ Unidade Finanças

Números confiáveis

Pedro João Gonçalves, Consultor/ Unidade Inteligência de Mercado

“Duas pesquisas são significativas para a história do SEBRAE. Uma é o estudo sobre a sobrevivência e a mortalidade das empresas nos seus primeiros anos do mercado. Essa foi a que teve maior impacto em termos de divulgação, o SEBRAE é reconhecido por causa desse trabalho. A pesquisa tem o objetivo de identificar o que acontece com as empresas nos dois primeiros anos de mercado, se elas fecham ou se se mantêm em atividade, e tentar entender o porquê disso. Já tivemos seis edições desse trabalho, vamos fazer a sétima: é a série histórica mais longa do perfil de empresas e empreendedores jovens do Brasil. Nasceu em São Paulo, mas se espalhou pelo país. A outra pesquisa são os indicadores de conjuntura. Mensalmente o SEBRAE-SP avalia a evolução do faturamento e do pessoal ocupado nas micro e pequenas empresas. É uma série histórica muito longa, desde 1998, com estudos que ajudaram no planejamento da instituição e na regionalização da empresa, isto é, na forma como ela é dividida, em que cidade e região estará cada escritório: hoje são 33 os Escritórios Regionais do SEBRAE-SP.”

Dados e informações

Mauro Quereza Janeiro Filho, Gerente/ Escritório Regional Osasco

O Teleatendimento cresceu, aprimorou-se, ampliou a prestação de serviços e hoje opera como Central de Atendimento 0800

“Convidaram-me para coordenar o Teleatendimento. Era uma proposta ambiciosa: contratar 46 funcionários, dos quais 23 pessoas com deficiência, por recomendação da Diretoria. Fomos atrás da Avape – Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência, que dava assistência para esse pessoal e tinha um banco de dados. Precisávamos de pessoas capacitadas. Eu não sabia nada de computador, e imagine comprar toda a estrutura para um 0800: que software seria? Quantas máquinas? Uma empresa terceirizada fez tudo isso, e para mim foi um grande aprendizado. E o que vamos colocar no 0800? Trabalhei muito para colocar o material no sistema e ‘linkar’, por palavra-chave, para que o operador soubesse o que era. Por exemplo: abertura de empresa de confecção. Quando o operador jogava confecção no sistema, ‘ABER CONFEC’, já saía a tela com as informações de que ele precisava. E sempre atualizávamos as informações, porque mudava muita coisa – impostos, por exemplo. Vinha a mudança, eu jogava no sistema e passava avisando: ‘Atenção, mudou tal procedimento. Não faça nada de cabeça, entre no sistema’. E deu certo.”

“A Avape foi fundada por funcionários da Volkswagen que tinham filhos com algum tipo de deficiência. Um dia, chegou um convite: ‘O SEBRAE está fazendo um trabalho e quer contratar pessoas com deficiência’. Eu não pensei duas vezes. A pessoa com deficiência, de uma forma geral, tem muito medo de enfrentar as coisas. Hoje mudou isso, mas naquela época havia muito medo de encarar as novidades. Eu lembro que foram 14 para fazer a dinâmica e passaram quatro, eu e mais três. Logo deu para perceber que era outra estrutura, para mim era uma mudança de vida incrível. Em 8 de agosto de 1995 nós começamos a trabalhar na Avenida Liberdade. Fiquei encantado. [Depois de um tempo] passei para um setor chamado Resposta Técnica: o cliente ligava e o operador não tinha a resposta, então essa Resposta Técnica ia buscar a solução e depois a entregava para o cliente. Fiquei uns dois anos até que formaram uma unidade chamada Gestão do Conhecimento, e o Fale Conosco começaria a atuar em 2008.”

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Igualdade de oportunidades Em ações de inclusão como as empreendidas na Central de Teleatendimento, e que impregnaram o DNA do SEBRAE-SP, está boa parte da explicação sobre os padrões de respeito interpessoal e de mobilidade funcional existentes na entidade, onde toda pessoa é valorizada pelo seu talento e desfruta das mesmas oportunidades. O que faz, por exemplo, uma copeira ascender ao posto de secretária da Presidência.

Relação franca

Léa de Sousa, Analista/ Unidade Atendimento Individual

Progressão de carreira

Ana Luiza Santos Santana, Analista/ Escritório Regional Capital Centro

“Na Central de Atendimento, eu trabalhava das 7 às 13 horas. Para mim, foi uma benção: pelo salário, pelos benefícios, o seguro-saúde, tudo o que eu precisava naquele momento. Comecei lá e estou até hoje. O SEBRAE é um lugar pelo qual você se apaixona. Não é um lugar fácil de trabalhar, mas todo mundo gosta. De 1996, quando entrei, até 2001 trabalhei na Central. Depois, passei a trabalhar com projetos muito bacanas – por exemplo, com o pessoal de agronegócio, que era um mundo que eu não conhecia. Os cursos da área rural, todos eles passaram por mim.”

“Eu fui aprendendo outro jeito de olhar para as pessoas com deficiência, de olhar para mim, de olhar para vida e para o que essas pessoas significam para as outras. Elas foram uma lição incrível para o restante da equipe. O mais impressionante foi aprender a trabalhar com elas com respeito, não com piedade. Entender que você está lidando com uma pessoa e não com uma doença. É a única forma de a relação ser honesta e produtiva no espaço de trabalho.”

Vestindo a camisa

Nadir de Lima Floriano, Analista/ Unidade Administração

“Eu estava havia seis meses desempregada. Comprei um jornal para procurar uma vaga como copeira e o SEBRAE estava precisando de uma. Fizeram uma entrevista comigo e depois de duas semanas, me chamaram. Isso foi em 1992. Quando eu entrei, a lista de ramais cabia numa folha de papel sulfite. Eram 78 funcionários, não existiam os Escritórios Regionais, era tudo centralizado na Rua José Getúlio. Vi o SEBRAE nascer e engatinhar. Eu era uma copeira que servia um café diferente, nunca fazia apenas o meu serviço – eu não chegava ali como um robô. E o SEBRAE sempre teve essa característica: ‘Faça, e faça diferente’. E eu fiz. Já entrei vestindo essa camisa e tenho certeza de que isso motivou outras pessoas. Na Diretoria havia uma secretária provisória, mas o contrato dela já estava acabando. E eu para lá e para cá, passando um fax, arrumando uma coisa, arrumando outra. Era uma sexta-feira, todos conversando, estava o superintendente, o diretor, todos. Eu servindo o café, e nem me tocava de que o assunto, na verdade, era eu. Eles estavam tratando da minha promoção. A moça do RH entrava e saía da sala, e eu não entendia nada: eram 7 horas da noite, todos já tinham ido embora, e nós ali. Eles estavam fazendo a minha avaliação, porque para tirar uma copeira da copa para atender a um presidente, no mínimo eles tinham que ter o cuidado para ver se eu tinha mesmo condições. Quando terminou, o Doutor Fabio [de Salles Meirelles] pediu para eu servir um café na sala. Eu não entendi porque estava todo mundo em pé. Pensei: ‘Nossa, será que eu fiz alguma coisa errada?’ Doutor Fabio disse: ‘Pode colocar a bandeja ali, porque agora a senhora vai nos ouvir’. Pensei: ‘O caso deve ser muito sério, devo ter aprontado uma coisa muito grande’. Ele me mandou sentar e começou a falar que me admirava, que estava me dando uma oportunidade de crescer e que me queria como secretária dele. ‘Doutor Fabio, o senhor está brincando?’ Ele: ‘Não, é a pura verdade’. Foi um momento emocionante, porque estava todo mundo na sala. Eu me senti lisonjeada.” Acima: O SEBRAE-SP sabe reconhecer os seus talentos – Nadir Floriano (esq.) começou como copeira e hoje atua na área administrativa da entidade

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Olhar para o campo A reestruturação pela qual passou o SEBRAE-SP de 1995 em diante tornou mais ágil a gestão da entidade e atiçou a capacidade criativa de seus profissionais. Em 1996 foi lançado o Programa Incubadora de Empresas com a meta de implantar 50 incubadoras no Estado até 2006; e no ano seguinte o SEBRAE-SP reforçou suas atividades na área do agronegócio para, em 1998, lançar o Sistema Agroindustrial Integrado (SAI) – uma metodologia para fornecer assessoria gerencial, tecnológica e administrativa à construção de projetos de implantação e desenvolvimento do agronegócio paulista por meio da estruturação e fortalecimento de grupos de produtores rurais, respeitando as características e vocações de cada região. Seu foco era o atendimento coletivo, o que serviu também para estimular o associativismo no Estado. O módulo pioneiro do SAI ocorreu na região de Votuporanga. Esse movimento teve reflexos anos mais tarde, quando, em 2011, foi lançado o AgroSEBRAE, programa que visa melhorar a competitividade dos produtores nas principais cadeias produtivas do agronegócio paulista, além de estimular a formalização dos empreendedores e ampliar seu acesso a novos mercados.

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A atuação do SEBRAE-SP no agronegócio tem o objetivo declarado de agregar valor à produção do micro e pequeno empreendedor rural por meio de práticas agrícolas sustentáveis e da gestão empresarial – buscando novos canais de comercialização, respeitando a cultura e as vocações econômicas da região. Essa iniciativa tem proporcionado o incremento da organização social e do desenvolvimento econômico local, com evidentes vantagens para o empreendedor e para a sociedade.

Primeiros cuidados

Eduardo Flud, Analista/ Escritório Regional Sorocaba

O AgroSEBRAE, lançado em 2011, visa melhorar a competitividade dos produtores nas principais cadeias produtivas do agronegócio paulista

“Por que o neném precisa ficar em uma incubadora na maternidade? Para poder sobreviver com alguma ajuda. No caso da incubadora de empresas, o intuito do SEBRAE-SP é fazer com que a empresa fique um período na incubadora e saia de lá mais forte, consiga sobreviver, ter lucro, gerar empregos e prosperar. É muito importante o empresário se preparar para sair da incubadora, porque nela ele tem o espaço dele, não paga aluguel, é paparicado, conta com um gerente que toma conta tanto do espaço físico como das empresas. As empresas costumavam ficar incubadas por dois anos, prorrogáveis por mais um. A grande função da incubadora é preparar a empresa para que, quando saia, ela deslanche.”

Criadouro de empresas

Cláudio Quandt Alves Barrios, Consultor/ Unidade Atendimento Individual

“Se eu pudesse dizer quais dos projetos profissionais de minha vida eu poderia chamar de filho, este seria a incubadora de empresas que existe até hoje em Mauá (SP). Tínhamos espaço para abrigar 20 empresas. Colocávamos um anúncio como se fosse um edital, as empresas interessadas tinham que apresentar um projeto. O conselho das entidades que formavam aquela incubadora – na época eram o SEBRAE, a Prefeitura, uma agência de desenvolvimento local, algumas empresas parceiras e faculdades da região – nos ajudava a analisar e avaliar os projetos. Para eles, a incubadora é como se fosse um laboratório; para nós, foi um aprendizado fantástico.”

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Investimentos no agronegócio

Isley Gianetti Napolitano, Consultora/ Escritório Regional Araraquara

“Os produtores precisam querer, não adianta chegar lá e impor. ‘Queremos trabalhar com o SEBRAE porque queremos melhorar a qualidade, melhorar a produtividade e ter mais dinheiro no bolso.’ Então, vamos começar. Começa assinando um termo de adesão e um contrato de três anos, durante os quais trabalhamos gestão, tecnologia e mercado. E funciona em grupo; não dá para ser individual, porque não há como aplicar um curso individualmente. A cultura também tem que ser única, não pode ser variada – o grupo tem que ter um único objetivo. Começamos a trabalhar esses produtores e essa tecnologia vai para dentro da porteira deles. Depois tem a parte de gestão: temos no programa o que chamamos de ‘caderno de campo’, e ensinamos como marcar quanto eles produzem por mês, quanto custa o pé de alface, por quanto eles podem vender, e assim por diante. No programa temos o projeto de Qualidade Total Rural, que é um curso de oito meses com o qual trabalhamos comportamentos de todas as áreas dentro da propriedade. O último módulo do programa é o de mercado, quando ensinamos a vender o produto. Eles sabem produzir muito bem, mas vender, não. Ensinamos a fazer compra em conjunto, porque assim eles têm um desconto maior, então dá para abater no preço final do produto. E assim vai. Até que surgem os eventos para eles venderem o produto. Mostramos ao produtor que o problema não é vender, o problema não é o mercado; o problema é ele melhorar o produto e adequá-lo para o mercado. O SEBRAE acompanha tudo. E também os estimulamos a nunca ficarem na mão de um único cliente. Hoje, a bola da vez é vender para as prefeituras, por meio da merenda escolar. ‘Amanhã, se a prefeitura não comprar mais, o que vocês vão fazer?’ Nosso papel é estimulá-los a sempre diversificar e se atualizar.”

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Os projetos voltados ao agronegócio visam agregar valor à produção do micro e pequeno empreendimento, incentivando a gestão empresarial de excelência e as práticas agrícolas sustentáveis

Trabalho de campo

José Carlos Gomes dos Reis Filho, ex-colaborador SEBRAE-SP

“O Sistema Agroindustrial Integrado (SAI) começou em 1998, na região de Votuporanga, em parceira com o CAT, que é o órgão de assistência da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. O SEBRAESP repassava recursos para o CAT e contratávamos agrônomos terceirizados. Fomentou-se, então, a constituição de cooperativas de mão de obra de agrônomos, que faziam o trabalho no campo. Tínhamos como 30 agrônomos, veterinários e zootécnicos trabalhando. Com a ação civil pública que o SEBRAE sofreu em 2009, tivemos que parar o trabalho com terceiros. Interrompeu do dia para noite, o trabalho ficou no meio. Foi muito desgastante e precisamos repensar completamente a maneira de atuar. Daí construímos o que hoje é o Programa AgroSEBRAE. Basicamente, temos um profissional de agronegócio em cada Escritório Regional e parcerias com a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), Federação da Agricultura e a Secretaria de Agricultura, porque são entidades que têm contato com o produtor rural. O resultado foi muito bom, graças às parcerias.”

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A união e a força Antigos concorrentes se associam quando descobrem que melhor do que competir é contribuir para que os respectivos mercados se expandam.

Vantagens do associativismo

Benedito Roberto Zurita, Consultor/ Unidade Atendimento Setorial

Nesta página e na seguinte: o conceito de associativismo está relacionado à adoção de métodos de trabalho que estimulem a confiança mútua, o fortalecimento do capital humano e a competitividade

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“O SEBRAE-SP está constantemente preocupado com a capacitação dos seus técnicos. O que existe de treinamento nas diversas áreas para os funcionários é um negócio inusitado, não se vê isso lá fora. A importância e o reconhecimento do SEBRAE são justamente função dessa formação, da informação que nos fornece, do intercâmbio entre os servidores. Isso é importantíssimo para manter a imagem do SEBRAE. Nós temos projetos, temos missões a cumprir, temos uma série de coisas estabelecidas pela nossa direção, e o associativismo está incluído. Associações de micro e pequenas empresas até há pouco tempo eram concorrentes, e hoje esse povo está unido. As pizzarias unidas em São Paulo, lojas de material de construção, salões de beleza – o povo está verificando que esse processo associativo traz benefícios, e o SEBRAE tem explorado essa ideia. Hoje as associações contratam profissionais de alto nível, estão preocupadas em trazer informações mais atualizadas para os seus associados. Houve uma mudança muito grande – na maioria das vezes influenciada pelo SEBRAE.”

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A serviço da excelência

O dinamismo que as lideranças

do SEBRAE-SP imprimiam às atividades da instituição servia tanto para encantar os empresários atendidos em suas consultorias, programas e cursos como para abrir novas frentes de atuação, direcionadas a que os pequenos empreendimentos tivessem chances reais de gerar valor, emprego e renda. Esse foi o sentido da decisão, tomada em 1998, de criar o Núcleo de Turismo do SEBRAE-SP como forma de atuar de modo sistemático na promoção de pequenos empreendimentos na indústria do turismo. O primeiro programa disponibilizado aos municípios paulistas foi uma consultoria de 240 horas oferecida aos interessados em desenvolver a atividade turística em sua cidade ou região. Em uma primeira etapa, entre 1999 e 2000, o Núcleo de Turismo trabalhou em 17 municípios do Estado. Em paralelo a essas ações práticas, no plano institucional, os empreendedores de pequeno porte do Estado comemoraram, em 1998, a promulgação do Simples Paulista (Lei Estadual nº 10.086/98) e a criação do Banco do Povo Paulista, um programa de microcrédito produtivo popular implantado por meio de parceria entre o governo estadual e os municípios paulistas. Suas linhas de crédito são destinadas a empresas, cooperativas e associações com faturamento bruto anual inferior a R$ 360 mil, a Microempreendedores Individuais (MEI) e a pessoas físicas que trabalhem por conta própria. Os programas lançados nesse período são importantes para a compreensão do papel do Sistema SEBRAE como agente transformador da realidade social. Mais do que fornecer capacitação ao micro e pequeno empreendedor, o SEBRAE partia – e parte – do pressuposto de que os empreendimentos tenderão ao sucesso quanto mais estiverem atrelados a um ambiente propício ao seu desenvolvimento. Essa postura sugeria que a atuação do Sistema deveria ser ampliada, para chegar a um número maior de empreendedores. Não foi por outro motivo que, em 1999, o SEBRAE Nacional lançou a campanha “Milhares para Milhões”, com a intenção de aumentar radicalmente o público atingido por seus produtos e serviços. No SEBRAE-SP não foi diferente, com mudanças profundas no seu modo de pensar e atuar. Entre as novas metas, destaque especial para o estímulo à cooperação entre empreendedores. Esse processo foi reflexo da adoção de um programa do SEBRAE Nacional denominado Reinvenção do SEBRAE, iniciado em 2000, no qual se sublinhava, como propósito da entidade, “trabalhar de forma estratégica, inovadora e pragmática para fazer com que o universo das micro e pequenas empresas no Brasil tenha as melhores condições possíveis para uma evolução sustentável, contribuindo para o desenvolvimento do país como um todo”.

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Crédito popular

Rita Vucinic Teles, Consultora/ Unidade Atendimento Individual

“O SEBRAE faz a diferença nas cidades porque seus projetos têm capacidade de mudar a realidade levando emprego e renda, junto com a capacitação para gestão de um negócio. Aquela pessoa que vai fazer um curso para ser costureira, quer comprar uma máquina, vai ao Banco do Povo e tem acesso a um empréstimo. Ela compra a máquina, produz e vende o produto dela. É nesse sentido que o SEBRAE muda uma realidade. E ele muda há 40 anos.”

Lição do trabalho

Eduardo Flud, Analista/ Escritório Regional Sorocaba

“O maior dos aprendizados [proporcionados pelo SEBRAE-SP] é estar preparado para as mudanças. Quem não está aberto a mudanças não consegue ficar aqui – é simples. No SEBRAE não há espaço para a imobilidade.”

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Conhecimento coletivo

Silvia Alzira Abeid Furio, Gerente/ Escritório Regional Botucatu

“Em Bauru, atendi uma senhora no balcão. Ela tinha uma fazenda, queria fazer com que a fazenda produzisse alimento e ter um restaurante rural na propriedade. Ela queria saber como fazer para trazer gente. Quando comecei a atendê-la, percebi que havia elementos de conteúdo que nós não conhecíamos bem, e que tinham a ver com turismo, com a estrutura de recepção. A primeira coisa que fazemos até hoje no SEBRAE é buscar informação. Quem faz? E descobrimos um consultor que trabalhava com turismo rural em Santa Catarina. Pensei: ‘Chegará uma hora em que vamos precisar desse consultor aqui’. Então, a mulher me disse: ‘Tenho três ou quatro amigos que querem a mesma coisa, cada um de uma região. Posso trazê-los?’ ‘Sim, pode trazê-los.’ O que aconteceu? Os problemas que ela tinha, eles também tinham. Fomos obrigados a produzir conhecimento de forma coletiva para um projeto setorial. E começou simples assim.”

No caso do SEBRAE-SP, a estratégia de reinvenção tencionava, sobretudo, articular a atuação da entidade com as políticas públicas dos governos federal e estadual – o que de fato foi feito. Também aprimorou as práticas já existentes e apostou no efeito multiplicador das palestras e dos workshops (ante as 32 palestras realizadas em 1998, no ano seguinte esse número pulou para 828). E embarcou conscientemente no desenvolvimento de ferramentas de capacitação de empreendedores por meio da internet – já então popularizada entre nós, embora ainda sem acesso universal à banda larga. Outra característica marcante dessa etapa foi o investimento maciço do SEBRAE-SP no conceito do associativismo em sua área de atuação. No tocante aos empreendimentos rurais, por exemplo, ao mesmo tempo em que ensinava os produtores a valorizarem seu produto, deu atenção especial às regiões mais carentes do Estado, onde estimulou a união dos pequenos agricultores de uma mesma cadeia produtiva como forma de relegar ao segundo plano a figura muitas vezes nefasta do intermediário.

O cooperativismo tem por fundamento o progresso social e o auxílio mútuo entre empreendedores. O SEBRAE-SP aposta nessa ferramenta para promover o crescimento dos pequenos negócios

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Em razão dessas mudanças estruturais, que implicaram o aumento no número de atendimentos, o SEBRAE-SP precisou convocar mais braços para sua tarefa cotidiana. Com a ampliação do quadro funcional veio a necessidade de mais espaço físico – e a sede do SEBRAE-SP foi transferida, em 1999, para o Edifício Casa do Empreendedor Paulista, na Rua Vergueiro, em um prédio de 21 andares no bairro paulistano do Paraíso. Este foi o ano em que entrou em vigor o novo Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, para normatizar os princípios inscritos na Constituição de 1988 e dar às micro e pequenas empresas tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favorecido. No ato de promulgação do Estatuto, foi lançado nacionalmente o Programa Brasil Empreendedor (PBE), uma parceria do SEBRAE com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, BNDES, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste.

A gênese do Estatuto

Júlio Cesar Durante, Consultor/ Unidade Políticas Públicas e Relações Institucionais

“A Constituição foi aprovada em 1988. No artigo 179, está escrito que a micro e a pequena empresa terão tratamento diferenciado no campo tributário e trabalhista. Mas como é esse tratamento diferenciado? É preciso uma legislação que transforme isso em realidade – precisávamos desses instrumentos porque senão tudo ficaria só na intenção. Surgiu a oportunidade, primeiro em 1996, com o Simples Federal, um regime tributário diferenciado no campo dos tributos federais. Nessa mesma época, um empreendedor importante que tivemos no Estado de São Paulo, o então governador Mário Covas, aprovou uma lei de incentivo à micro e pequena empresa, o Simples Paulista. Mas ainda não tínhamos um instrumento único que permitisse a consolidação do tratamento diferenciado previsto na Constituição. Então o SEBRAE-SP foi convidado, junto com a Fiesp, para fazer um estudo sobre o que poderia e deveria ser feito [nesse campo]. O trabalho do SEBRAE Nacional foi excelente na articulação dos parceiros e da governança em nível federal para que o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte pudesse acontecer. Mas a contribuição técnica efetiva foi do SEBRAE-SP.”

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Brasil Empreendedor

Mauricio Mezalira, Consultor/ Unidade Centro

“O Programa Brasil Empreendedor demandou muitos esforços do SEBRAE como um todo – quem estava naquela época não vai esquecer disso. Era um programa de crédito, mas o empresário interessado passava por uma capacitação, fazia um projeto e esse projeto, caso aprovado, era apresentado ao banco para obter financiamento a juros subsidiados. Fiquei encarregado de fazer uma análise prévia dos projetos. Eu tinha que ler todos eles, um por um, e ver se estavam consistentes. Era o que eu já fazia, mas naquele período foi algo

muito intenso.”

Clientes especiais

Maisa Blumenfeld Deorato, Consultora/ Unidade Atendimento Setorial

“Entre 2003 e 2004 tivemos o Programa Brasil Empreendedor, para o qual tínhamos metas ambiciosas de capacitação e de parcerias. Fazíamos parcerias com comunidades carentes, íamos a uns lugares bem simples. Nesses locais existe um público para o SEBRAE atender e capacitar, uma série de empreendimentos que não podemos desprezar, uma vida econômica que independe das outras regiões. [Ao mesmo tempo], é um público muito carente de soluções. Fazíamos parcerias com igrejas e centros comunitários e, assim, conseguíamos levar os cursos para esses clientes que estão em áreas mais distantes. O Brasil Empreendedor realmente fez a diferença para algumas pessoas. Tinha de tudo: o pipoqueiro, o dono da mercearia, o pessoal que vende cosmético, os que fazem salgadinhos, o cabeleireiro, a oficina de costura. Em comunidades carentes, a liderança comunitária é 90% feminina. Elas são as presidentes das associações, são mulheres articuladas, têm poder de negociação na comunidade. Por meio dessas parcerias, elas divulgavam [nosso trabalho] nas missas, nas festas e nos eventos. Começamos a atender um público novo. Eles ficaram muito felizes de participar dos cursos de artesanato, cursos de pintura e panificação. Lembro da parceria com o Senai para alguns cursos: entramos com a parte de gestão e o Senai montou cursos rápidos de hidráulica e eletrônica.”

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O novo século O SEBRAE-SP entrou no século 21 decidido a interiorizar e colocar em prática os princípios estabelecidos pelo Programa Reinvenção SEBRAE, que influenciou toda a estrutura da organização, vertical e horizontalmente. A entidade assumiu a gestão do conhecimento como um processo corporativo estruturado, o que suscitou impacto direto e visível na interação entre o SEBRAE-SP e seu universo de clientes. Simultaneamente, deu ênfase aos processos que privilegiassem o autoatendimento e o autoaprendizado como forma de chegar a um número maior de empreendedores. Em 2001, o Edifício Casa do Empreendedor Paulista passou a denominar-se Edifício Mário Covas – uma justa homenagem ao governador que em dois mandatos (1995-2001, o segundo incompleto em razão de seu falecimento) destacou-se como defensor das causas das micro e pequenas empresas e incentivador dos projetos de geração de emprego e renda. Nesse momento, diante da necessidade de ampliação de seus serviços, o SEBRAE-SP criara o Núcleo de Cultura e mantinha em funcionamento o Programa Empreendedor Cultural, com o intento de fomentar novas oportunidades de negócios no mercado cultural paulista. Em 2005 esse programa foi descontinuado e suas competências absorvidas pelo Núcleo de Economia Criativa, ligado à atual Unidade de Desenvolvimento e Inovação do SEBRAE-SP. De sua parte, o Núcleo de Turismo formulou e aplicou o novo Programa de Desenvolvimento do Turismo Receptivo (PDTR), mais flexível e com carga horária de 120 horas, o que permitiu a ampliação do número de atendimentos aos municípios.

O Edifício Mário Covas é o coração do SEBRAE-SP, onde são formuladas as diretrizes a serem seguidas pelas unidades distribuídas pelo Estado de São Paulo

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Identificando vocações

Isa Maria Francischini Tebaldi, Consultora/ Escritório Regional Bauru

“O Programa de Desenvolvimento de Turismo Receptivo (PDTR) foi sendo aprimorado ao longo do tempo. Hoje já temos uma metodologia para atuar nos circuitos turísticos no Estado de São Paulo. Com exceção de alguns municípios como Barretos, pela vocação e a tradição que a cidade já tem, os projetos de turismo estão estruturados em circuitos que envolvem mais de uma cidade. A regionalização é uma tendência no turismo, e contribui para aumentar a oferta de determinada região. No caso dos Caminhos do Centro-Oeste Paulista, por exemplo, são dez cidades e nós atuamos com vários segmentos, todos integrados em um sistema produtivo. Temos lá os meios de hospedagem, os meios de alimentação, os artesãos e demais atrativos turísticos – em alguns locais, grupos culturais também são trabalhados. Para cada segmento de público existe um método de atendimento.”

Turismo com método

José Bento Desie, Consultor/ Unidade Capital

“O PDTR foi a primeira metodologia que desenvolvemos e até hoje se fala nele, ficou como um ícone. Mas chegou o momento em que ele precisava evoluir e começamos a trabalhar para o desenvolvimento de regiões turísticas organizadas, denominadas circuitos. O SEBRAE-SP entrou como uma das instituições para o desenvolvimento desses circuitos: Caminhos do Centro-Oeste, Circuito da Mantiqueira, Circuitos do Vale Histórico, do Litoral Norte, Circuito dos Lagos (na região de Franca), Circuito Costa da Mata Atlântica, Circuito das Águas, das Frutas e por aí vai. O resultado é que hoje o Estado de São Paulo tem oferta turística, temos método para isso, e o SEBRAE tem um conhecimento armazenado e consolidado. Temos um conjunto de produtos e serviços que não havia alguns anos atrás.”

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Promoção social

Paulo Tebaldi, Gerente/ Unidade Metropolitana

À esquerda: Programa de Desenvolvimento do Turismo Receptivo (PDTR) desenvolveu uma metodologia própria e dividiu o Estado de São Paulo em circuitos turísticos. A participação em eventos é uma das ferramentas de divulgação das atrações turísticas dos municípios. À direita: A parceria entre municípios e o apoio da metodologia do SEBRAE-SP foram peças-chave para a consolidação do projeto Caminhos do Centro-Oeste Paulista

Em 2001 iniciou-se a implantação da metodologia Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS) em 48 municípios integrantes do Programa Comunidade Ativa, expandido em 2002 e 2003 para outros 52 municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ao envolver – por meio de parcerias – a sociedade civil na definição de prioridades, fiscalização e controle dos recursos, o DLIS representou uma concepção inovadora na aplicação de políticas públicas destinadas ao enfrentamento da pobreza e da exclusão social. Outra ação de destaque foi o Programa Empreender, cujo objetivo é aumentar a competitividade das micro e pequenas empresas e divulgar a cultura da cooperação por intermédio da sua organização em núcleos setoriais. Na região de São João da Boa Vista, por exemplo, o SEBRAE-SP trabalhou esse programa de 2004 a 2008, em 11 municípios, atendemos mais de 50 grupos – com 10 a 15 empresários por grupo – em segmentos como artesanato, autopeças, oficina mecânica, estética e beleza, construção civil, confecção, farmácias e drogarias, padarias e restaurantes. Outra vez presente a ideia do associativismo como motor da transformação social.

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“Fizemos um projeto chamado Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável (DLIS), na época do primeiro mandato do governo Fernando Henrique Cardoso. O objetivo era trabalhar em regiões carentes do Estado de São Paulo para ajudar as comunidades a gerarem renda e emprego e a tornarem-se autossustentáveis. No Estado foram mapeadas as regiões da pobreza, que são principalmente três: a região de Presidente Prudente, o Vale do Ribeira e a região de Votuporanga. É um projeto inteligente: nós tínhamos que fazer ações para que aquela comunidade se tornasse autossuficiente. E um projeto desafiador, porque começamos do zero: ‘Vamos pôr o pé no barro, vamos fazer’.”

Projeto Empreender: o setor de restaurantes foi um dos beneficiados por mais essa ação desenvolvida pelo SEBRAE-SP

Afinar a gestão

Marcela Dotta Marcondes, Analista/ Escritório Regional São João da Boa Vista

“O primeiro projeto em que atuei foi o Empreender, uma parceira entre o SEBRAE e a Federação das Associações Comerciais de São Paulo (Facesp). Nesse trabalho, desenvolvíamos trabalho de grupos, com empresários de um mesmo segmento. Vamos trabalhar com restaurante, por exemplo, então reunia todos os restaurantes e criava um plano de ação: identificavam-se quais as principais dificuldades do setor e trabalhávamos para que eles pudessem melhorar a gestão e aumentar a competitividade.”

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Com tantas e tão diversificadas áreas de atuação, e atendendo a um número cada vez mais expressivo de empreendedores, o SEBRAE-SP inovou mais uma vez ao criar uma instância propícia para ouvir as queixas e reclamações de seus clientes. Em 2001, colocou em funcionamento a sua Ouvidoria, para cumprir o papel de representante do público do SEBRAE-SP junto à instituição. Outra iniciativa inovadora foi o lançamento, em âmbito nacional, do Prêmio Prefeito Empreendedor, um certame destinado a identificar – e divulgar – experiências bem-sucedidas de gestores municipais na valorização das micro e pequenas empresas e na melhoria do ambiente de negócios em seus municípios. A ação desses prefeitos acabava por estimular o desenvolvimento local sustentável e contribuía para valorizar o cidadão de seu município.

Prefeito Empreendedor – para o SEBRAE-SP é importante reconhecer o gestor público que transforma para melhor a realidade de seu município

Na página ao lado: Solenidade da 5ª Edição do Prêmio SEBRAE Prefeito Empreendedor (2007-2008), no Palácio dos Bandeirantes, com a presença de autoridades e um público de 3 mil pessoas

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Aliado local

Muito além do voto

“Prefeito Empreendedor é um prêmio conferido pelo SEBRAE Nacional com apoio dos SEBRAEs estaduais. Todos os Estados participam e os campeões de cada modalidade estadual são escolhidos para concorrer ao julgamento nacional. De dois em dois anos se conhece o que os prefeitos fizeram para beneficiar o pequeno empresário, em prol do empreendedorismo.”

“O projeto do Prêmio Prefeito Empreendedor é importante pensando da porta para fora. Existem localidades que se destacam por terem prefeitos extremamente empreendedores, que transformaram a realidade de seus municípios. Como isso pode ser multiplicado e valorizado? Como motivar um prefeito ou uma prefeita a trabalhar constantemente nessa direção? É aí que entra o prêmio. Ele identifica, reconhece e premia esse prefeito ou prefeita – é uma valorização, com o selo e o troféu. Por exemplo, São Sebastião da Grama (SP): o município tem 12 mil habitantes e tem práticas que podem ser copiadas em qualquer município maior. Às vezes o prefeito está perdido no dia a dia, nos incêndios que ele tem que apagar, e não sabe onde buscar o subsídio para fazer um bom trabalho no seu município. Nesse momento entra o trabalho do SEBRAE, principalmente ao divulgar as boas práticas e colocar [os governantes] em contato. O prefeito de uma cidade é levado a conhecer outro município, e essas missões permitem que eles percebam se estão indo no caminho certo. Um gestor público não está lá só porque ganhou votos, ele está representando desejos, esperanças e sonhos de que você vai ter trabalho, de que seu filho terá uma educação de qualidade, que a saúde será bem atendida, que o país vai crescer, que vai haver mais qualidade de vida. O prefeito tem que representar e realizar esses anseios, só que às vezes ele desconhece as ferramentas para fazer isso. O Prêmio Prefeito Empreendedor valoriza quem faz e multiplica as boas práticas.”

Mauro Quereza Janeiro Filho, Gerente/ Escritório Regional Osasco

Canal democrático

Isa Maria Francischini Tebaldi, Consultora/ Escritório Regional Bauru

“A Ouvidoria era algo extremamente novo no SEBRAE-SP e em termos de mercado como um todo. Esse foi outro desafio gigante, porque tivemos que estruturar o modelo de operação e buscar referenciais para criar a dinâmica da Ouvidoria. Ela atendia todo o Estado, havia canais de acesso pela internet, por telefone, mantinha sempre contato com os escritórios, mas a sede era em Bauru.”

Júlio Cesar Durante, Consultor/ Unidade Políticas Públicas e Relações Institucionais

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Quantidade e qualidade Ao completar 30 anos de fundação, 12 dos quais como serviço social autônomo, o SEBRAE-SP revitalizou o Programa de Apoio Tecnológico a Micro e Pequenas Empresas (Patme) incorporando-o ao Programa de Consultoria Tecnológica do SEBRAEtec, como forma de ampliar as possibilidades de as micro e pequenas empresas terem acesso às inovações tecnológicas. O valor das consultorias é subsidiado em até 70% pelo SEBRAE-SP, com foco em cinco eixos principais: diagnóstico empresarial, suporte tecnológico, suporte empresarial, aperfeiçoamento tecnológico e inovação tecnológica. Na mesma época, o SEBRAE-SP implantou o Módulo SAI-Metropolitano, em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura e a Federação da Agricultura do Estado, para dar apoio técnico e modernizar a estrutura de comercialização dos produtos agropecuários originados do pequeno agronegócio e colocados no grande mercado consumidor da região metropolitana de São Paulo. Adicionalmente, foram desenvolvidas metodologias para aplicar o Programa Cadeias Produtivas Agroindustriais em conjunto com o Sistema Agroindustrial Integrado (SAI), interligando a produção de mais de 500 municípios paulistas aos centros de comércio varejista de alimentos das regiões metropolitanas de São Paulo e também da Baixada Santista. Apesar da importância das ações empreendidas, a iniciativa mais emblemática do período foi o lançamento do Programa de Educação Empreendedora, dirigido a crianças e jovens do ensino formal com o objetivo de fomentar a cultura empreendedora já nos bancos escolares. As soluções educacionais foram divididas em Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP), formatado para alunos de 7 a 14 anos, com recursos de jogos e atividades lúdicas sobre empreendedorismo; Formação de Jovens Empreendedores, voltado para alunos do ensino médio e técnico, que no programa desenvolvem comportamentos empreendedores e aprofundam os conhecimentos sobre o plano de negócios; e um trabalho dedicado ao ensino superior, na constituição de uma disciplina regular de Empreendedorismo. É uma típica ação do presente com olhos postos no futuro. De olho no futuro do Brasil: o programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos do SEBRAE-SP promove a disseminação da cultura empreendedora junto a alunos do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental

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Brilho nos olhos

Sandra Regina Batista, Analista/ Escritório Regional Araçatuba

As primeiras noções

Cláudio Quandt Alves Barrios, Consultor/ Unidade Atendimento Individual

“Nós trabalhamos para ajudar as pessoas. O SEBRAE tem uma missão social muito importante no Brasil, muito nobre, tanto que é reconhecido internacionalmente por países que olham o SEBRAE como uma experiência positiva. O SEBRAE tem a missão de estar cada vez mais próximo das pessoas que pretendem destinar seu conhecimento e seu recurso financeiro a uma atividade empresarial. E isso não vai se esgotar nunca. Não é à toa que temos programas direcionados a crianças em escolas, como o Jovens Empreendedores Primeiros Passos, que começa a colocar um pouquinho do que é a realidade de organizar uma tarefa para vender um produto, e receber um recurso financeiro em troca daquele tempo e daquele produto que você desenvolveu.”

“É um programa maravilhoso, ajudei a implantá-lo em 18 dos 35 municípios em que existe o projeto na região. Recentemente implantamos em uma das escolas do município de Araçatuba, uma escola carente em um bairro distante, e eles fizeram uma feirinha que foi maravilhosa. Você vê o brilho nos olhos das crianças. É um projeto que envolve a escola, as crianças, os pais e a comunidade. Funciona da seguinte maneira: capacitamos os professores e, durante um ano, eles ministram a disciplina de Empreendedorismo aos alunos do primeiro ao nono ano do Ensino Fundamental. É uma oportunidade de preparar essas crianças para um futuro melhor, e preparar também novos empreendedores. São nove oficinas no decorrer do ano letivo. O professor recebe 11 apostilas – cinco apostilas do aluno, cinco do professor e uma da metodologia. A prefeitura de Valparaíso, por exemplo, capacitou todos os professores do ensino municipal, não deixou ninguém de fora. A meninada já vem com a noção de empreendedorismo desde o prezinho. E isso é muito bom. Eles estão adorando o projeto.”

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Arranjos Produtivos Locais

A experiência do ABC

As atividades do SEBRAE-SP, múltiplas e variadas, haviam assumido velocidade de cruzeiro. Os programas se sucediam, cursos e palestras se multiplicavam, um universo a cada dia mais abrangente de empreendedores era atendido com presteza e qualidade. Por inspiração do SEBRAE Nacional, as unidades federativas extrapolaram a experiência do suporte direcionado a empresas individuais para buscar formas mais eficazes de apoio coletivo, com atenção redobrada na dimensão territorial das cadeias produtivas. Essa acertada percepção transformou-se em realidade com o desenvolvimento do projeto de Arranjos Produtivos Locais (APLs), cuja atuação se dá em proveito do desenvolvimento de municípios e regiões que apresentem concentração de empreendimentos focados em atividades similares ou relacionadas. O objetivo é fazer com que os empresários troquem experiências entre si, adotem uma estrutura comum de governança e, em cooperação com entidades públicas e privadas, implementem ações conjuntas que contribuam para o desenvolvimento da cadeia produtiva local. Antes que o conceito de APL fosse transformado em política pública pelo governo do Estado de São Paulo, em 2004, o SEBRAE-SP e a Fiesp já trabalhavam, em parceria, com essa ideia. Começaram com os APLs de bijuterias de Limeira, móveis de Mirassol, confecções de Ibitinga e cerâmica de Vargem Grande do Sul. Quando o governo estadual entrou no processo, teve início a segunda etapa do projeto, abrangendo oito APLs: joias de São José do Rio Preto, móveis de Mirassol, confecções de Ibitinga, cerâmica de Vargem Grande do Sul, cerâmica de Tambaú, cerâmica de Itu, cerâmica de Tatuí e plástico do Grande ABC. No fim de 2004, o SEBRAE-SP já atuava em 20 APLs.

“Em 2006, no ABC, começamos a entender o conceito de arranjos produtivos locais, envolvendo todos os elos da cadeia. Havia o metalmecânico, que interagia com o plástico, que interagia com a ferramentaria. Foi uma experiência interessante, porque demandou muita negociação, articulação, muito envolvimento e aprofundamento, entendimento do setor e conhecimento da governança local. Uma experiência positiva de articulação direta com o poder local, com os parceiros e com empresários de segmentos diferentes. O ABC é uma região fantástica no que diz respeito à governança. Nos sete municípios há diversos segmentos bem representativos, como o setor moveleiro, setor gráfico, o setor plástico; as seis montadoras de veículos que demandam serviços de terceirizados; e os sistemistas, que são os terceiros ou quartos na cadeia produtiva – que é o nosso público, porque são os pequenininhos. No setor moveleiro, integramos duas grandes regiões – são 39 municípios. Além dos programas que fizemos diretamente para os empresários, os próprios empresários criaram a Movelaria Solidária. Hoje eles têm uma meta anual: escolhem uma instituição, geralmente que cuida de crianças carentes, e os empresários fazem a reestruturação dessa instituição, com móveis decorados e tudo o mais. O SEBRAE foi o grande articulador. Os arranjos produtivos têm como base a confiança das empresas participantes. A ideia é integrar em um território – não necessariamente em uma cidade – toda a força produtiva daquele setor. O papel do SEBRAE é unir esses atores, levantar o que seriam os pontos fortes e os pontos de melhoria – e para isso utilizamos ferramentas como Oficina de Planejamento Participativo (OPP) e outras para provocar o ambiente em que os atores possam discutir. E por grupos de especificações – por exemplo, a indústria – nós aprofundamos o assunto. Como outro exemplo, tivemos uma ação em que, por meio de uma frente parlamentar, levamos a solicitação de diminuição da carga do ICMS para o setor do plástico em São Paulo, com base em estudos e pesquisas que tínhamos de outras regiões no país onde o ICMS não impactava tanto o setor. Isso estava dificultando a competitividade das indústrias do Estado de São Paulo e foi levado de forma conjunta – não era um empresário ou outro, ou uma instituição, era um grupo de empresários e mais a governança levando, com dados e estudos, uma solicitação ao governo do Estado para torná-los mais competitivos em todas as instâncias.”

Josephina Irene Cardelli, Gerente/ Escritório Regional Grande ABC

O objetivo dos APLs é integrar territórios e proporcionar vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre atores locais

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Parceria afinada

Paulo Eduardo Stabile de Arruda, Assessor/ Diretoria Técnica

Proximidade com o cliente A abrangência das ações do SEBRAE-SP trazia, como reflexo natural, o aumento da procura de seus serviços pelos empreendedores do Estado. De outra parte, era mesmo intenção da entidade criar formas eficientes para atender uma massa cada vez maior de clientes, com a meta perene de entregar mais qualidade nesse atendimento. A palavra de ordem era descentralização, cuja melhor tradução foi o Programa SEBRAE na Rua, concebido para mostrar aos funcionários a nova filosofia de trabalho que a direção da entidade pretendia implantar. Para estar mais próximo dos empreendedores, uma das soluções foi a criação dos Pontos de Atendimento (PAs) na cidade de São Paulo, em locais de fácil acesso de áreas onde houvesse um grande número de empresas. Outra providência foi o lançamento dos Postos de Atendimento ao Empreendedor (PAEs), espalhados pelo Estado em parceria com organizações locais, para oferecer serviços e produtos do SEBRAE-SP ao empresário iniciante e ao já estabelecido. A essa estrutura somou-se o SEBRAE Móvel, que são veículos equipados e adaptados para atender o empreendedor nas localidades em que o SEBRAE-SP não tem presença fixa. Esse padrão de atendimento foi sendo aprimorado com o passar dos anos. Em 2012, o SEBRAE-SP mantinha contato presencial com seus clientes por meio de 33 Escritórios Regionais (ERs), nove PAs e 88 PAEs, além de 15 unidades do SEBRAE Móvel em circulação pelo Estado.

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O SEBRAE na Rua contribuiu para ampliar os serviços prestados, aproximando ainda mais a entidade dos empreendedores e atraindo novos clientes para os seus programas. Os Pontos de Atendimento na cidade de São Paulo facilitam a vida dos empreendedores que não podem ir aos Escritórios Regionais do SEBRAE-SP. Eles representam o SEBRAESP em todas as regiões do Estado, trabalhando em conjunto com os municípios em prol do desenvolvimento de São Paulo

Autonomia criativa

Maria Beatriz Ximenes Zanata, Analista/ Escritório Regional Ourinhos

“Saímos do zero para montar o escritório de Araraquara. Percebi ali uma integração muito forte de toda a comunidade empresarial – Associação Comercial, Ciesp, Prefeitura. Eles se somam. Tudo que precisávamos era apoiado, ajudado, integrado por alguém, seja em uma divulgação, seja em uma parceria. Foi uma cidade em que eu me identifiquei demais, em razão dessa proximidade com os parceiros.”

“O nosso diferencial está em nunca aceitar um ‘não’ como resposta. Só aceitaremos o ‘não’ se alguma normativa nos impedir, caso contrário vamos procurar um caminho para atender o nosso cliente. No Escritório Regional de Ourinhos nunca gostamos muito de barreiras nem de obstáculos, e esse espírito foi se criando ao longo dos anos. Essa liberdade de trabalhar fortalece o gestor, que sabe até onde pode ir, quais são as diretrizes que tem de seguir, qual é o posicionamento do seu gerente, da sua diretoria. Trabalhamos muito bem nesse ambiente.”

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Atendimento móvel

Luiz Carlos dos Santos, Analista/ Unidade Atendimento Individual

“Estou em uma área, a Central de Atendimento, que é responsável, entre outras atribuições, pelo SEBRAE Móvel. Temos 15 carros próprios e com eles podemos distribuir melhor nosso atendimento. Naquelas localidades onde o SEBRAE não consegue ter escritórios físicos, nós chegamos por intermédio do SEBRAE Móvel. Levamos o escritório até o cliente, para que ele seja atendido da melhor forma. Os carros são customizados – têm mesa, televisão, data show e tudo o que precisamos para trabalhar. O diferencial do SEBRAE é o acompanhamento que faz do cliente, o cuidado em oferecer todo tipo de informação de que ele precisa. O SEBRAE ajuda e o cliente se sente satisfeito em ser atendido pelos consultores com tanta dedicação. Essa é a nossa missão: estar sempre próximo do cliente, atendendo com qualidade e com eficiência.”

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Receita saudável para um Brasil mais próspero: quem trabalha no SEBRAE-SP faz o Brasil crescer

Uma das responsabilidades do SEBRAE-SP é disseminar o conhecimento produzido por suas ações em favor do desenvolvimento de São Paulo e do Brasil

Para mobilizar os funcionários e neles consolidar o espírito de serviço de interesse público desenvolvido pela entidade, e para mostrar esses atributos para a sociedade, em 2004 o SEBRAE-SP lançou a campanha “Para quem é pequeno, mas sonha grande”, veiculada durante três meses na mídia impressa e eletrônica. Os principais motes da campanha foram: 1) “Eu sou um realizador de sonhos”; 2) “Ninguém faz nada sozinho”; e 3) “Quem trabalha no SEBRAE-SP faz o Brasil crescer”. No plano interno, à consciência da importância do trabalho do SEBRAE-SP e de cada um dos seus colaboradores agregou-se a necessidade de definir estratégias para um modelo inovador de gestão do conhecimento. Como os geradores do conhecimento aplicado pela entidade estavam espalhados por áreas distintas e entre os parceiros diversos, estabeleceu-se uma dinâmica de sensibilização e mobilização com vistas ao compartilhamento de informações geradas tanto interna como externamente. A preocupação com os valores intangíveis produzidos na atuação do SEBRAE-SP, a atenção com a sua organização, disponibilização e com os critérios para a utilização criativa desses conteúdos por parte das equipes, mostrava, já naquele momento, o direcionamento estratégico acertado da entidade em compreender-se como um protagonista relevante, em sua área, da sociedade do conhecimento que então vivia sua fase de consolidação. O SEBRAE-SP assumiu desde logo a responsabilidade de criar e implantar processos capazes de gerar, gerenciar e disseminar o conhecimento produzido por sua atividade. E fez isso com a certeza de que a gestão do conhecimento não é exclusividade dos grandes negócios, mas também um desafio posto na agenda dos pequenos empreendedores.

40 anos fazendo história

São múltiplas as maneiras de difundir um conheci-

mento tão rico como o produzido no ambiente do Sistema SEBRAE. Na forma de eventos, tomem-se os exemplos da Feira do Empreendedor, cuja primeira edição em São Paulo foi realizada em 2004, e do lançamento do Prêmio Mulher Empreendedora, que a partir de 2007 adotou a denominação de Prêmio SEBRAE Mulher de Negócios. No plano da mídia, além da manutenção e aperfeiçoamento dos veículos internos e das relações proativas com os meios de comunicação em geral, em abril de 2004 começaram as emissões semanais do programa Negócios e Soluções, transmitido pela TV Cultura de São Paulo, abordando a gestão de pequenas empresas; e em 2005 deu-se o lançamento da revista Conexão, cuja pauta privilegia as ações de desenvolvimento territorial, as pesquisas sobre a realidade das pequenas empresas e reportagens sobre projetos desenvolvidos pelo SEBRAE-SP.

O melhor ativo do SEBRAE-SP são as pessoas que ali trabalham e contribuem com seu talento para o desenvolvimento do Brasil

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Comunicação de resultados

Eliane Auxiliadora dos Santos, Assessoria de Comunicação da Presidência do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do SEBRAE-SP

O Jornal de Negócios foi o primeiro jornal que tivemos. Nasceu entre 1992 e 1993, com a função de ser um jornal de classificados para aproximar a oferta da pequena empresa com quem está procurando um material da pequena empresa. Como o SEBRAE-SP estava crescendo muito, tínhamos ali um instrumento importante para mostrar o que estávamos fazendo. De dez anos para cá, o jornal assumiu a linha editorial de ser um caderno de serviços, não falar só de SEBRAE, mas falar também do mundo dos negócios, da gestão empresarial, do empreendedorismo. Já a revista Conexão nasceu como um jornal, em 2000. Enquanto o Jornal de Negócios ia falar de serviços e de negócios para o pequeno empresário, o Jornal Conexão trataria da instituição SEBRAE. E, para garantir que esse veículo tivesse uma vida mais longa, ele passou para o formato revista. Hoje, a revista Conexão é o canal para o SEBRAE-SP falar com o empresário que já está consolidado no mercado. Os assuntos são ali tratados com mais profundidade; mostra o que o SEBRAE faz, mas também aponta tendências em gestão, em empreendedorismo; traz a experiência de empresários que começaram pequenos e hoje são grandes. Quando comecei, éramos uma assessoria de imprensa que apoiava eventos; hoje,temos uma assessoria profissionalizada e estratégica. Antes, produzia-se um release e essa peça ia para todo mundo – jornal, rádio, revista e TV. Hoje, há uma equipe muito maior, porque customizamos o material para cada tipo de mídia. É um avanço sensacional. Há muito mais chance de emplacar uma matéria porque você está falando na linguagem que o jornalista entende. É mais do que marketing de comunicação, é um plus o que a gente vive hoje. É quase um observatório: capta, transforma, espalha em diversos canais.”

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Canais de comunicação do SEBRAE-SP: o registro e a divulgação de informações de qualidade são partes da estratégia de incrementar o debate sobre questões de interesse das micro e pequenas empresas. Outra forma de difundir conhecimentos é a Feira do Empreendedor

O Prêmio SEBRAE Mulher de Negócios tem o objetivo de identificar mulheres empreendedoras de todo o país que transformaram seus sonhos em realidade – e cuja história de vida é um exemplo a ser seguido

Mais mudanças Em 2005, a entidade passou por uma nova reorganização estrutural com a finalidade de ampliar ainda mais sua capacidade de atendimento. A empreitada foi montada com base em cinco focos principais: ampliar e melhorar o atendimento oferecido pelo SEBRAE-SP aos empreendedores paulistas; alinhar a organização com as demandas atuais e futuras dos empreendedores; reforçar o monitoramento e controle de resultados e a qualidade dos gastos; definir com clareza as responsabilidades de cada um; e fortalecer os mecanismos internos de articulação e integração. No ano seguinte, o SEBRAE-SP lançou o programa “Abri minha empresa. E agora?”, em parceria com a Junta Comercial paulista. Com essa ação, passou a oferecer seus serviços para 150 mil empresas que nasciam por ano no Estado de São Paulo. Esse movimento empreendedor, aliás, ganhou novo fôlego com a promulgação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, em vigor a partir de 1º de julho de 2007, que trouxe benefícios significativos para o universo das micro e pequenas empresas. A nova legislação ampliou a definição do conceito de microempresa e empresa de pequeno porte, simplificou os processos de abertura e extinção de empresas e instituiu o regime tributário do Super Simples, estabelecendo a possibilidade de pagamento unificado de oito tributos – seis federais, um estadual e um municipal. Além disso, a Lei

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Geral criou mecanismos de estímulo à contratação de serviços e aquisição de produtos de micro e pequenas empresas por parte das administrações públicas. Foi um avanço considerável para o empreendedorismo brasileiro. Em entrevista concedida à Revista SEBRAE (edição de janeiro/fevereiro de 2007), publicação do SEBRAE Nacional, disse o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva: “O Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, também conhecido como Lei Geral, representa um marco na história do país. É um divisor de águas para os micro e pequenos empresários, tamanha a importância dos avanços que dela decorrerão. Sem dúvida alguma, a desoneração da atividade e a simplificação de procedimentos para a abertura dessas empresas vão estimular – e muito – a geração de emprego e renda no Brasil.”

O ambiente favorável que se criou para os pequenos empreendimentos no Brasil é descendente direto de uma economia estabilizada, madura, capaz até mesmo de enfrentar crises agudas como a que se abateu sobre o sistema financeiro mundial em setembro de 2008. Naquele ano, em lugar de lamentos, o Sistema SEBRAE lançava a primeira edição nacional do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas, enquanto o SEBRAE-SP fechava acordo com a Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com apoio da Fiesp, para lançar o programa Melhoria da Competitividade das Empresas Localizadas nos APLs, que obteve resultados excelentes. Outro motivo de alegria foi a comemoração dos dez anos de funcionamento do Sistema Agroindustrial Integrado, um instrumento precioso de valorização do homem do campo e dos frutos do seu trabalho. A conjuntura benéfica para os pequenos negócios ganhou novo impulso com a promulgação da Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008, que criou condições especiais para que o trabalhador informal pudesse se tornar um Microempreendedor Individual (MEI) legalizado, com todos os benefícios fiscais e previdenciários advindos dessa condição. Pressentindo o aumento contínuo da sua clientela efetiva e potencial, o SEBRAE-SP implantou, em 2009, um sistema de Ensino a Distância (EAD), para oferecer aos empreendedores cursos gratuitos de capacitação em gestão de negócios. Até o fim de 2012, 90 mil clientes tinham sido atendidos pelo EAD.

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Tudo parecia bem. As demandas aumentavam e os planos eram mais ambiciosos, mas firmemente aferrados à realidade concreta. Embora exibindo um consistente patrimônio de bons serviços prestados à causa do empreendedorismo e ao país, a trajetória da instituição sofreu um sério revés em 2009. Provocado por uma reclamação trabalhista, o Ministério Público entendeu que o SEBRAE-SP não poderia contar com funcionários terceirizados em suas atividades-fim e promoveu uma ação civil pública que obrigou a entidade a mudar radicalmente o seu rumo. Os prestadores de serviços foram dispensados e bloqueados todos os serviços terceirizados. Com uma série de programas e projetos em andamento, a investida do Ministério Público criou um clima de incerteza em toda a estrutura operacional. Para muitos funcionários, esse foi o pior momento enfrentado pelo SEBRAE-SP.

Da esq. para dir.: Solenidade no Palácio do Planalto, em Brasília, marca a promulgação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, em 2006. São vários os benefícios gerados pela instituição do Microempreendedor Individual (MEI), entre eles a obtenção do CNPJ – o que facilita a abertura de contas bancárias, acesso a empréstimos e emissão de notas fiscais

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Notícia seca

Maisa Blumenfeld Deorato, Consultora/ Unidade Atendimento Setorial

“Chegou um e-mail informando que tínhamos de parar com todas as nossas ações com terceiros, porque o SEBRAE-SP estava sofrendo essa ação civil pública. Todo mundo levou um susto. Liguei para um consultor que estava em um bufê e disse: ‘Termina essa consultoria, mas já avisa que não sabemos quando vamos voltar’. Tínhamos ali um trabalho de manipulação de alimentos, e eles tiveram que parar tudo. Foi muito traumático, tanto para o SEBRAE quanto para o cliente.”

Do limão, uma limonada Marcelo Dini Oliveira, ex-colaborador SEBRAE-SP

Breque geral

Maria Aparecida Lemes da Silva, Consultora/ Unidade Atendimento Setorial

“Lembro que na época eu tinha saído da área de Promoção de Negócios e estava com o projeto de Acesso a Mercados. Já estava tudo estruturado, tínhamos consultores terceirizados que trabalhavam com aquilo e havíamos montado o esquema de visitas às empresas, por segmento. Estava tudo preparadinho, com vários grupos sendo trabalhados – de calçados, de bijuterias, de bufês infantis, vários. Aí, um dia, veio a determinação: ‘Para tudo, não pode mais’. Teve que parar, porque os consultores eram terceirizados, não havia como continuar.”

A ação civil pública foi um momento crítico da história do SEBRAE-SP, que soube usar todos os recursos disponíveis para retomar seus programas sem prejudicar a qualidade dos serviços oferecidos

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“Do ponto de vista da gestão do SEBRAE, faltava uma sinergia maior de foco no cliente. O objetivo da mudança para um modelo de gestão por processo era canalizar essa questão para que o cliente pudesse enxergar o SEBRAE-SP de uma forma uníssona, e o SEBRAE também pudesse atuar de maneira mais concentrada. Estávamos estruturando novos processos e novos desenhos, em 2010, quando houve a ação civil pública. Em 2009 houve uma primeira sentença, que paralisou tudo durante um período. Foi um susto, mas cassaram essa liminar e continuamos a trabalhar. Em 2010 tivemos outra sentença, que determinou que tudo aquilo que o SEBRAE utilizava como mão de obra terceirizada – como credenciado ou como facilitador – deveria ser uma atividade própria do SEBRAE. Na verdade, o SEBRAE ficou impedido de fazer qualquer tipo de contratação de consultorias externas que complementassem o seu trabalho. Isso foi em abril de 2010, e foi complicado, porque havia um ajuste de processo em curso, um novo desenho. Com esse tipo de situação, realmente virou uma crise. Perdemos os braços e as pernas, ou seja, só ficou o tronco. Mas tivemos um processo de aprendizado em cima disso, que foi o SEBRAE assumir que ele tinha de criar um nível de conhecimento maior dentro da empresa e abdicar de algumas parcerias que não agregavam. Essa situação, apesar de ter sido muito crítica, foi um divisor de águas para o SEBRAE do futuro.”

Mobilização geral

Priscila Mônica Lentino, Gerente/ Unidade Controladoria

“Tivemos que parar de contratar empresas e passar a ter funcionários próprios para fazer as capacitações e os atendimentos. Foi estranho, porque havia ações já planejadas, contratadas por um certo período. Foi desgastante. Os advogados tiveram que se distribuir em regiões para falar com as entidades, explicar o que estava acontecendo, justificar por que o SEBRAE ia parar o projeto no meio. Eram mais de 80 convênios no Estado inteiro, então deu muito trabalho.”

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Atenção prejudicada

Gustavo Carrér Ignacio Azevedo, Consultor/ Unidade Interior

“Como o [consultor] terceirizado ganhava por hora, ele forçava para ter muitas horas e nós tínhamos um desafio inverso: tentar resolver [a consultoria] de uma maneira mais objetiva para poder atender mais clientes. O terceirizado queria ficar dez meses com o cliente, enquanto nós precisávamos solucionar o problema dele, porque a fila era grande. Por mais que me dedicasse, eu tinha cerca de 40 a 50 clientes na fila, somando todos os escritórios. Isso foi uma ruptura, até porque o cliente queria ter mais atenção, ele não queria conversar apenas uma vez: ele queria ir várias vezes. Outra coisa: os consultores externos iam ao cliente e nós, não: nós fazíamos o cliente vir até nós.”

Expertise internalizada

Marcela Dotta Marcondes, Analista/ Escritório Regional São João da Boa Vista

“No agronegócio, para ganhar a confiança do produtor você tem que estar presente, tentar colaborar de alguma forma, mostrar conhecimento técnico. Quando paralisou, havia alguns grupos que estavam bem avançados em um processo de certificação e eles ficaram abandonados. Eles entendiam o motivo, sabiam que não era culpa do SEBRAE, mas mesmo assim... e agora? Por outro lado, teve um ponto que foi bom, porque houve uma valorização: ficou bem nítido quanto o SEBRAE era importante no processo. Conseguíamos atender em alguns setores por conta de afinidade que cada analista tinha, em outros não deu mesmo e tivemos que deixá-los – e o SEBRAE passou por uma reestruturação. Tivemos, então, que atender os clientes e internalizar esse conhecimento, o que na minha visão foi muito positivo, porque, quando se trabalhava com terceirizado, o conhecimento do nosso público interno ficava muito na mão deles. Tínhamos a visão estratégica, mas quem estava ali presente, com o cliente, eram muito mais eles do que nós.”

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O conhecimento técnico é fundamental para os projetos do agronegócio: especificidades regionais e de cada produto exigem saberes especializados por parte dos consultores do SEBRAE-SP

Atendimento constante

Jane de Lira Muniz Ramos, empresária/ Ice Auto Center

“Todo mês eu chegava ao SEBRAE-SP com um problema diferente. Comecei a me reerguer assim, com esses controles. Graças ao pessoal do SEBRAE, que me deu muita coragem, eu mudei o modelo de meu negócio e a minha vida está recomeçando. Eles me auxiliam nas planilhas, na parte de marketing de serviços, ajudam a fidelizar clientes. E como funciona! Hoje, eu consigo enxergar. Por exemplo: em um determinado mês tive um movimento grande e o meu faturamento foi 30% superior por conta dos combos que eles me ajudaram a montar. Eu trabalhava de domingo a domingo e hoje trabalho só de segunda a sábado, porque eles me ajudaram a enxergar que o domingo não era produtivo. O SEBRAE me fez parar de perder dinheiro, mudou a minha vida completamente. Hoje eu tenho forças para saber o que é um bom negócio, o que é um mau negócio, como eu devo trabalhar com os funcionários, o que eu devo fazer. Hoje eu tenho um norte.”

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Volta por cima O direcionamento estratégico formulado pelo SEBRAE Nacional para o período 2009-2015 seguiu uma diretriz a um só tempo singela e desafiadora: “Um SEBRAE inovador para um mundo em mudanças”, era o lema. Ainda sob efeito das consequências da ação civil pública, mas decidido a superá-las, o SEBRAE-SP tratou de reavaliar suas ações e reorganizar a casa. Sem poder terceirizar seus serviços, e para manter o nível de atendimento que vinha praticando, a instituição precisou contratar novos funcionários e capacitá-los adequadamente. Este foi um processo lento, mas cumprido com segurança e com foco nos resultados. Aos poucos a entidade foi retomando seus projetos e programas, esforçando-se por garantir qualidade para os clientes e convencida da relevância do conhecimento produzido no cotidiano de sua atividade. O SEBRAE-SP, em definitivo, vivia uma nova e promissora fase. Alguns exemplos ilustram bem esse momento. Em agosto de 2010, inaugurou o serviço de consultoria on-line, com atendimentos especializados, via chat, agora com base em um portal na internet (www.sebraesp.com.br) calçado na melhor tecnologia e com conteúdo de excelente qualidade à disposição dos empreendedores. Foi um sucesso que, traduzido em números, obteve 2,5 milhões de visitas em 2011. Em maio de 2011 foi apresentado o AgroSEBRAE, um avanço na metodologia do SEBRAE-SP aplicada ao agronegócio para a melhoria de produto, com apoio das consultorias tecnológicas; melhoria dos processos, com ênfase na gestão e com a adoção do Programa Qualidade Total Rural (QTR); e melhoria de mercado, com base na formação de Centrais de Negócios. Seu público-alvo são produtores rurais das cadeias produtivas do leite, cafeicultura, olericultura e fruticultura. Na frente educacional, em 2012, o SEBRAE-SP fechou parceria com a Secretaria da Educação paulista para capacitar 91 turmas de professores do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental, no contexto do Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP). No ano anterior, 4,5 mil professores, de 500 escolas, foram preparados como multiplicadores do JEPP, que beneficiou 62,5 mil alunos. Em maio de 2012, o Conselho Deliberativo do SEBRAE-SP aprovou a criação de uma escola de negócios para jovens paulistas, em nível profissionalizante, cuja constituição está em andamento.

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De olho nos negócios que virão na esteira dos megaeventos esportivos programados para o Brasil, a começar pela Copa do Mundo Fifa 2014, o SEBRAE-SP filiou-se ao Programa SEBRAE 2014 – uma estratégia ditada pelo SEBRAE Nacional com a intenção de animar as micro e pequenas empresas, além dos empreendedores individuais, a afinarem sua competitividade para aproveitar as oportunidades de negócio que estão no horizonte. Já em 2011, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o SEBRAE havia mapeado cerca de 930 possibilidades nas 12 cidades-sede da Copa, além de listar os requisitos exigidos das empresas que quiserem participar desse jogo. Se existe um denominador comum a todas essas ações – a bem dizer, a toda a história do SEBRAE, sobretudo a de sua unidade paulista –, ele pode ser resumido em uma única palavra: conhecimento. Este é o principal impulsionador de toda essa história.

O Programa AgroSEBRAE nasceu com o propósito de fomentar o empreendedorismo rural e melhorar a competitividade dos produtores nas diferentes cadeias do agronegócio

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Novos tempos

Dom da perseverança

Rafael Smorigo Faro, empresário/ Logueria

“O principal é continuar, não se abater; e procurar ajuda. O SEBRAE pode ser um grande parceiro no momento em que você pensa em desistir. Vá lá, marque um horário, converse, mostre a sua dificuldade e você vai ver que é a mesma de vários outros. Portanto, a receita para quem está querendo empreender é perseverar, é não parar, não pensar em desistir. O SEBRAE consegue pegar aquela pessoa que tem uma ideia simples e lapidar a ideia para transformála em um negócio. Para uma pessoa sozinha é difícil, mas com a ajuda do SEBRAE ela consegue criar a base para a ideia virar negócio, ou para o negócio que já está caminhando melhorar.”

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O conhecimento é fundamental para os negócios. Esta é uma percepção cada vez mais presente no universo dos dirigentes de empresas de pequeno porte – e em grande medida o SEBRAE é o maior responsável por isso. Na primeira metade dos anos 1990, ao procurar o SEBRAE, o empresário só queria saber como abrir um negócio. Quarenta anos depois, ele procura o SEBRAE mais bem formado e informado. Agora a sua dúvida é mais complexa, mais elaborada. Os conceitos básicos de fluxo de caixa, demonstrativo de resultado e formação de preços não mudaram, grande parte do marketing também não mudou. Mas fenômenos recentes, como a internet, alteraram radicalmente o jogo e incluíram na agenda empresarial o comércio eletrônico, as mídias sociais e a mobilidade proporcionada pelos aplicativos utilizados pelo cidadão-cliente-internauta. O novo empreendedor está ligado nisso. Do mesmo modo, ele agora se preocupa com questões críticas da contemporaneidade, como a defesa do consumidor, a responsabilidade social, as boas práticas de sustentabilidade e a cidadania empresarial. A disputa de mercado tende a acirrar-se e os diferenciais competitivos serão cada vez mais determinantes para o sucesso e a sobrevivência de um negócio. Antes, era possível errar mais; hoje, isso já não é mais possível. Esta nova e fascinante realidade, em suma, vem repercutir diretamente no trabalho do SEBRAE-SP. Em sua atuação diária, a entidade será muito mais exigida tanto por clientes como pelos seus stakeholders. Os desafios serão maiores e a margem de erro, menor. Só uma empresa do conhecimento terá sucesso nessa travessia.

As consultorias do SEBRAE-SP ajudaram Joyce a elaborar o plano de negócios da sua loja de bonecas Preta Pretinha. A loja cresceu e hoje ela é uma empreendedora confiante

Lição de empreendedorismo

Antonia Joyce Venancio, empresária/ Preta Pretinha Bonecas e Presentes

“O microempreendedor tem que estar sempre antenado e ter um planejamento – isso é fundamental. Se tem dúvidas, procure um consultor. Às vezes você pensa que sabe, ou está muito ansioso em construir algo novo, e pode dar um passo em falso e de certa forma desestabilizar o que você já tem, e que está sólido. O plano de negócios é muito importante, fica muito mais fácil para direcionar as coisas. E, quanto ao SEBRAE, acho que todos nós, empreendedores, temos mais é que utilizar essa oportunidade que temos nas mãos. Pensar pequeno, jamais. É ter coragem, audácia, determinação, equilíbrio e acreditar no que está fazendo.”

Conteúdo e experiência são diferenciais notáveis do SEBRAE-SP: a gestão do conhecimento é fundamental para o sucesso de suas atividades

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Produzida em 2010 pelo SEBRAE-SP, a publicação 99 Soluções Inovadoras foi uma maneira de olhar para trás e aprender com a própria experiência

Ideia recorrente

Antonio Carlos Larubia, Consultor/ Unidade Desenvolvimento e Inovação

“O projeto de Gestão do Conhecimento foi criado em 1996-97, quando o SEBRAE lançou o primeiro portal. A ideia era que organizássemos o conhecimento dos funcionários do SEBRAE e o disponibilizássemos no portal, para que as pessoas pudessem ser mais bem atendidas. Mas as pessoas resistiam a isso. Quando houve a reestruturação, a Gestão do Conhecimento deixou de ser uma área e passou a ser um processo dentro da unidade de Planejamento. Na época o SEBRAE-SP tinha poucos funcionários e começamos a construir redes de conhecimento. Mapeamos essas redes e começamos a chamar as pessoas para conversar. Nossa expectativa era identificar as pessoas que conheciam determinados assuntos e promover encontros e discussões para que, na troca de ideias, o conhecimento fluísse entre elas. De repente, não mais que de repente, veio a segunda paulada da ação civil pública. E parou tudo.”

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Administração de sonhos

Núbia Brandão de Britto, Gerente/ Unidade Administração

“O SEBRAE cresceu muito. Com a ação civil pública, em 2010, foi uma coisa: tínhamos uns 500 e poucos funcionários e, do dia para a noite, acordamos com mil. Como fazer para lidar com tanta gente que não conhece e ainda não sabe fazer as coisas? Depois da ação civil pública, com o baque que tomamos, as pessoas começaram a ver a necessidade de dar prioridade à gestão do conhecimento, porque, até então, o conhecimento estava somente na cabeça das pessoas. O que vamos focar? O que é importante para o SEBRAE passar para os seus clientes? Foi um ano de treinamento, entre 2010 e 2011, preparando o pessoal para ir a campo. O que foi possível fazer foi feito. Eram 500 pessoas novas que conheciam do seu negócio – de comércio exterior, da área financeira, por exemplo – mas não sabiam como aplicar aquilo para os pequenos negócios. Aí, foi juntar o conhecimento que estava aqui com o dessas pessoas que chegavam para formar o que temos hoje. E o SEBRAE tem uma coisa que nos contamina: não importa se você tem um ano de casa, se tem 20, mas é um brilho nos olhos o tempo inteiro, porque estamos mexendo com o sonho das pessoas. Sabemos o que pode mudar, temos as ferramentas, os recursos e o conhecimento. Temos um nível de informações que, se bem utilizado, faz toda a diferença.”

Tempos modernos

Cláudia de Oliveira Turri, Analista/ Escritório Regional Presidente Prudente

“Houve evolução em tudo. Estou no SEBRAE-SP há 20 anos e a forma de se comunicar mudou muito. Hoje a informação tem outra velocidade, o mercado está mais rápido, ficou mais técnico, agora há necessidade de divulgar conhecimentos maiores para o empresário. O SEBRAE teve que evoluir com isso, principalmente na forma de se comunicar com os empresários, de mostrar a nova dinâmica do mercado. Hoje o SEBRAE busca preparar as empresas até para o mercado internacional. Temos que mostrar que o mundo está indo para a frente, que ele tem uma velocidade e uma dinâmica. Se você não acompanhar, fica fora. É preciso ter muita agilidade, vontade e comportamento empreendedor, senão é difícil sobreviver. E nós temos que passar esse entusiasmo para o empresário.”

Rede forte

Josephina Irene Cardelli, Gerente/ Escritório Regional Grande ABC

“Não conheço outra instituição que nos dê tantas condições de obter conhecimento. Ao longo desses anos, foram diversos cursos, diversas capacitações e contatos com instituições que agregaram muito. Em uma empresa que pode atuar com públicos tão diferentes, e trabalhar o sonho das pessoas, o aprendizado no SEBRAE é constante, é diário. É uma empresa de vanguarda, que tem atuação diferenciada porque não fazemos nada sozinhos: nós integramos parceiros. Existe uma rede muito forte e isso vem crescendo a cada ano. Essa união faz com que o Estado de São Paulo e o país tenham a esperança de ter empreendedores realmente mais competitivos.”

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Saberes acumulados

Luiz Carlos dos Santos, Analista/ Unidade Atendimento Individual

Produzir e disseminar

Júlio Cesar Durante, Consultor/ Unidade Políticas Públicas e Relações Institucionais

“O SEBRAE é uma entidade de conhecimento, ele tem que divulgar e ampliar esse conhecimento. Temos um projeto da Universidade do Empreendedorismo que é maravilhoso – é a melhor forma de colocar em prática aquilo que o SEBRAE vende e apresentar para as pessoas o empreendedorismo como instrumento de desenvolvimento. Mostrar que não é só abrir empresa – tem que ter atitude. Mostrar um comportamento que pode transformar a nossa sociedade. O conhecimento é base para tudo. Você tem um dado que transforma em informação, e essa informação só vai servir para alguma coisa se você transformá-la em conhecimento acessível a todas as pessoas.”

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“Conforme passam os anos, o SEBRAE cresce cada vez mais e nós aprendemos muito, a cada dia. Nossa intenção é levar o conhecimento para fora, para o mundo todo. O SEBRAE é uma empresa rica em conhecimento, e por isso sempre digo aos clientes para explorarem o que puderem, porque isso é único.”

Mão dupla

Nadir de Lima Floriano, Analista/ Unidade Administração

“Todo o conhecimento é transmitido no dia a dia, na rotina. Tentamos passar como as coisas são feitas, mas também procuramos aprender com a experiência que os outros trazem. Nós que estamos aqui há 20 anos pensamos que conhecemos tudo, e não é bem assim. As pessoas que vêm de fora trazem coisas novas, e nós nos preocupamos em absorver esse conteúdo.”

Dom próprio

Fátima de Oliveira, Analista/ Unidade Inteligência de Mercado

“O conhecimento está em cada pessoa, cada um vai gerir o seu conhecimento. O que a gestão do conhecimento tem que proporcionar é justamente esse cruzamento de informações, que as pessoas se conheçam e troquem informações. Vai-se buscar uma ferramenta prática para que alguém consiga discutir um determinado tema de interesse e, dali, formatase um produto e muito mais gente passa a conhecer o assunto. A gestão do conhecimento proporciona a aproximação de áreas e de pessoas.”

O mecânico e o biológico

Paulo Eduardo Stabile de Arruda, Assessor/ Diretoria Técnica

“A gestão do conhecimento vai desde uma coisa mais mecanizada a uma coisa mais biológica. A gestão mecanizada é importante, mas não é a essência. É você ter escrito o passado, o presente e o futuro, como funcionam os processos. Por isso, mecanizada: as regras como têm que ser, o que pode, o que não pode; os cases de sucesso, os talentos. Tudo isso está agregado e sistematizado de uma forma mecânica, por escrito. São processos descritos. Já o lado biológico é aquele que funciona naturalmente, a gestão do conhecimento passa sem você precisar escrever. Por isso o chamamos biológico – como é o corpo humano, que faz as coisas acontecerem de forma natural e genuína. O mecânico não é o ideal, mas o biológico é praticamente impossível, em função de todas as variáveis que existem no ambiente, que não permitem que as coisas sejam tão naturais.”

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Planejamento na unha

O conhecimento do passado auxilia as projeções do futuro. Renato Fonseca de Andrade, Gerente/ Unidade Desenvolvimento e Inovação

“Antes do Plano Plurianual (PPA), em 1995-96, o processo de planejamento era só um orçamento feito em uma folha de papel. Depois, isso veio evoluindo até adotarmos sistemas de planejamento, de orçamento e de gestão de políticas que não eram integrados. Mas a empresa estava se modernizando, aprendendo, estava fazendo experiências de evolução. Lembro do dia em que tentamos fazer um planejamento do SEBRAE-SP em planilhas. Enviamos as planilhas e os Escritórios Regionais nos responderam: uma para cada projeto. E vieram 900 planilhas. Espalhamos todas em uma mesona para tentar organizar aquela informação e dar um sentido a ela. Foi muito interessante, e complicado de fazer. Isso era uma empresa em aprendizado. Hoje temos um processo bem mais sofisticado, e com certeza daqui a dez anos alguém dirá que esta foi também uma ‘etapa do aprendizado’. Nos últimos cinco anos, tivemos um aprendizado enorme, como a implantação do Painel de Monitoramento on-line. Somos uma das únicas empresas em que os mil e tantos funcionários têm acesso on-line a todas as informações que controlam a instituição. Evoluímos bastante no processo de planejamento e o grande desafio para os próximos anos será o SEBRAE-SP desenvolver indicadores de gestão por processos, desenvolver o relacionamento com o cliente em CRM, conseguir medir o valor que está levando para o cliente e, cada vez mais, comercializar e vender produtos. O desafio é ter isso de uma forma integrada, construindo produtos que venham da necessidade do cliente, captada pela área de Inteligência de Mercado, e depois lançados em uma rede de distribuição forte. O sonho dos próximos anos é fazer isso funcionar. É um processo complexo e temos evoluído com um monte de dificuldades, de falhas e de erros, mas erros inteligentes: se você vê que não é por ali, acha logo outro caminho.”

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Legado de valor O SEBRAE-SP é uma instituição que preza a produção e a disseminação do conhecimento – e faz dessa escolha estratégica a pedra de toque de sua atividade. Os clientes são os primeiros a perceber essa opção, pois sua relação com a instituição se dá por intermédio de produtos e serviços de qualidade comprovada, além de consultorias eficientes e eficazes, sempre mirando os melhores resultados para os empreendedores. Nesse processo, o conhecimento produzido pelo SEBRAE-SP e as boas práticas de sua atuação são naturalmente apropriados pelos seus profissionais.

Sempre mirando o futuro, o SEBRAE-SP aposta nos empreendedores de micro e pequenas empresas de hoje e de amanhã

Sangue novo

José Carlos Gomes dos Reis Filho, ex-colaborador SEBRAE-SP

“Eu entrei aqui e não sabia nada da área de desenvolvimento de projetos. Hoje aprendi muito. Isso o SEBRAE me deu. Em minha área temos três pessoas novas, que entraram há um ano, e eu aprendi muito com elas. É uma troca; gente nova é muito importante porque dá uma arejada na cabeça. O SEBRAE-SP é uma referência e, quando você trabalha no SEBRAE, passa a ser uma referência também.”

Roda-viva

Shigueo Oda, aposentado, ex-colaborador SEBRAE-SP

“Uma deficiência da maioria das empresas é que elas não têm memória. É importante ter a memória das coisas boas e das fases difíceis.Todo dia aprendemos alguma coisa e aplicamos um pouco da experiência que tivemos.”

Melhorar, sempre

Dedicação ao cliente

Isa Maria Francischini Tebaldi, Consultora/ Escritório Regional Bauru

“Um aprendizado do dia a dia é a humildade. É um valor importante saber que sempre há algo a aprender, algo com que o outro pode contribuir para mim, e nessa troca nós dois juntos também vamos aprender. O compromisso com o cliente, no SEBRAE, tem um valor fundamental. Compromisso no sentido de entender a necessidade dele, de buscar alternativas que vão ao encontro daquilo que ele realmente precisa. Não dá para ficar parado no SEBRAE.”

Cliente satisfeito

Lígia Maria de Barros Gennari, empresária/ Suklaá Chocolates

“Eu vejo o SEBRAE-SP como um amigo, como um lugar confiável, um órgão idôneo. O SEBRAE não tem outro interesse a não ser me ajudar. Em qualquer outra empresa de consultoria que eu procure, as pessoas têm seus próprios interesses. O SEBRAE é uma instituição que existe apenas para ajudar e ponto final. Nós sentimos na pele o comprometimento deles.”

Fátima de Oliveira, Analista/ Unidade Inteligência de Mercado

Indução benigna

Cláudia de Oliveira Turri, Analista/ Escritório Regional Presidente Prudente

“O SEBRAE foi o agente mobilizador, o agregador, a entidade que comprou a briga para que as micro e as pequenas empresas se alavancassem e gerassem empregos. Os estrategistas do SEBRAE entenderam bem que, sem a micro e a pequena empresa, a economia não consegue deslanchar. Hoje se fala da participação de jovens como empresários. Na época em que eu comecei isso era um discurso que não existia. Por esses exemplos, percebe-se que o SEBRAE se atualizou em muita coisa e ainda é o agente catalisador que produz mudanças.”

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“A persistência vale muito a pena, trabalhar naquilo que você gosta é um grande ganho. E pensar que o meu trabalho, somado ao trabalho de uma equipe como a do SEBRAE, pode proporcionar a realização do sonho de um empresário e de sua família, e que eles possam ver que estão contribuindo para o bem maior que é o crescimento do país, que possam proporcionar emprego a outra pessoa... Isso nos move a aperfeiçoar cada vez mais, a buscar, a insistir. O SEBRAE é uma escola, é um aprendizado trabalhar aqui.”

Mapa da mina

Jane de Lira Muniz Ramos, empresária/ Ice Auto Center

“Se as pessoas, quando começassem um negócio, procurassem o SEBRAE, toda empresa iria para a frente. O Brasil não pode ficar sem o SEBRAE.”

Muito além de um certificado, os cursos do SEBRAE-SP dão base para a mudança de postura dos empresários em relação ao seu negócio, em busca de eficiência, qualidade e valor

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Sintonia fina

Vera Lucia Isaias, Analista/ Escritório Regional Capital Oeste

“O SEBRAE muda o tempo todo, evolui e acompanha o crescimento do Brasil. Aqui aprendi a ser uma pessoa melhor: aprendi a trabalhar em equipe, a ter motivação e a motivar as pessoas. Por meio do SEBRAE, eu conheci o mundo, porque ele nos dá liberdade para aprender coisas novas.”

Em 40 anos, muita coisa mudou na realidade dos mercados. O que não se alterou foi a essência do trabalho do SEBRAE-SP: ajudar a realizar os sonhos dos empreendedores de negócios de pequeno porte

Preto no branco Desafios diários

Maria Aparecida de Medeiros, Analista/ Escritório Regional São José dos Campos

“Temos que estar o tempo todo nos aperfeiçoando. Não se pode viver na zona de conforto. Tem que aprender todo dia, sempre, em tudo.”

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Margarida Mitsuko Yamaki Takiuti, Analista/ Unidade Controladoria

“No SEBRAE eu aprendi muita coisa, porque tudo tem prestação de conta. O dinheiro não é nosso, temos que fazer acontecer; então, tem que saber o que se está fazendo – se está certo ou errado. Tem que trabalhar direito.”

Sebrae 40 anos O SEBRAE-SP tem atuado de maneira efetiva nos processos de desenvolvimento econômico e social do Estado de São Paulo e do Brasil. Um dos marcos distintivos da instituição é compreender que integração, capacitação e aperfeiçoamento são necessários tanto para o empreendedor – suprido por consultorias de qualidade e políticas públicas inteligentes – como para os seus próprios funcionários. Se houve um tempo, não muito distante, em que a importância dos pequenos negócios não era bem compreendida, hoje esse quadro é outro. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, no período de janeiro a novembro de 2012 as micro e pequenas empresas foram responsáveis pela criação de 1,13 milhão de novos empregos formais no Brasil – enquanto as médias e grandes empresas abriram 286 mil postos de trabalho no mesmo período. E um levantamento feito pelo SEBRAE Nacional em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado em fevereiro de 2013, mostrou que, entre dezembro de 2000 e dezembro de 2011, os micro e pequenos empreendimentos geraram 15,6 milhões de postos de trabalho, ou 52% da mão de obra contratada no período. Os pequenos negócios disseram a que vieram. E foi a relevância econômica da atividade desses empreendedores que levou o governo da presidente Dilma Rousseff a constituir, em 2013, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, uma instância do executivo federal com status de ministério. O Sistema SEBRAE está convencido de que, para o país se desenvolver como sua história exige, é necessário olhar a sociedade como um todo e entender que, sem a melhoria das condições de vida dos cidadãos e cidadãs, não haverá crescimento econômico permanente e sustentável. As ações do SEBRAE-SP, ao lado das instituições parceiras e aliadas, são a prova concreta de um esforço bem-vindo em busca de um Brasil melhor e mais justo. São 40 anos que merecem ser celebrados.

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Lição da vida

Corpo e alma

“Eu aprendo com aquilo que vivo e as coisas vão me ensinado. E aprendi, olhando o mundo, que burocracia é um vírus perigosíssimo. Quando se combate um vírus, você pensa que ele morreu, mas ele está gerando outro mais forte, mais resistente. É uma eterna evolução. E aí entra a inovação. Quando você adquire conhecimento, ao aplicá-lo haverá coisas a adicionar – e você vai aprender com quem o estiver recebendo. Minha existência só vale pelo que ela mostra – e mostrou – sobre o que tenho de aprender.”

“Quem trabalha em áreas administrativas, que não tem muito contato com as pessoas, nem com os projetos que chegam a essas pessoas, talvez tenha a impressão de que nada acontece. Quem trabalha diretamente com clientes consegue ver claramente a modificação de ambiente [que o SEBRAE proporciona]. O próprio fato de recebermos mais pessoas querendo conhecer como se abre uma empresa já é um ganho. Antes, era aquele cliente que fazia cursos e ia seguindo; hoje, estamos recebendo muita gente nova. O trabalho principal é a conscientização da necessidade de se preparar. E o que faz acontecer tudo isso no SEBRAE são as pessoas que estão lá.”

Trabalho reconhecido

Primeira infância

Exemplo único

“O SEBRAE vem aprendendo e crescendo muito rápido, mas ainda estamos no começo. A sensação que tenho é de que a instituição ainda é uma criança que tem um monte de coisas pela frente para aprender e colocar à disposição dos empreendedores e dos futuros empreendedores.”

“O SEBRAE é muito significativo. Acho que o Brasil é um dos únicos países do mundo que têm uma instituição forte com essa capilaridade, que atende quem mais gera empregos. Além do que, 99% das empresas são micro e pequenas, e mais de 60% da mão de obra é gerada por elas. Tenho muito orgulho de fazer parte disso.”

Alencar Burti, Presidente do Conselho Deliberativo Estadual (CDE) do SEBRAE-SP

Aposta nos sonhos

Antonio Carlos Larubia, Consultor/ Unidade Desenvolvimento e Inovação

“Comemorar 40 anos é a mesma coisa que comemorar 20, 10 ou 50. Significa que estamos desempenhando algum papel para a sociedade – [caso contrário] não estaríamos aqui. Comemorar 40 anos significa que estamos entregando alguma coisa para a sociedade. É papel do SEBRAE viabilizar o sonho das pessoas.”

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Satisfação garantida

Ana Luiza Santos Santana, Analista/ Escritório Regional Capital Centro

Léa de Sousa, Analista/ Unidade Atendimento Individual

Eduardo Flud, Analista/ Escritório Regional Sorocaba Benedito Roberto Zurita, Consultor/ Unidade Atendimento Setorial

“Daqui a 40 anos estará muito mais arraigada a informação do trabalho que o SEBRAE vem realizando. [Quando cheguei aqui], o atendimento era, de certa forma, para uma elite – era um grupo muito pequeno que demandava o SEBRAE. Nos últimos meses, tenho atendido os escritórios da capital e em todos eles há filas, tem gente esperando para ser atendida; está todo mundo nas mesas, todo mundo ocupado. O reconhecimento do trabalho do SEBRAE tem relação direta com esse atendimento.”

Maisa Blumenfeld Deorato, Consultora/ Unidade Atendimento Setorial

“Metade da minha vida eu passei no SEBRAE. Para mim é um motivo de muito orgulho fazer parte dessa equipe – e pensar que nós somos remunerados para ajudar os outros.”

Informação para sobreviver

Isley Gianetti Napolitano, Consultora/ Escritório Regional Araraquara

“Antigamente os empresários viam o SEBRAE como um banco financiador. Hoje, o empresário procura o SEBRAE para melhorar a sua empresa, ou para abrir o seu negócio, para obter informações, para ficar mais seguro e diminuir a porcentagem de mortalidade de empresas. Aqui não tem dinheiro, aqui tem informação, tem consultoria para você se aperfeiçoar e melhorar a gestão do seu negócio.”

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Causa nobre

Marcelo Dini Oliveira, ex-colaborador SEBRAE-SP

“O SEBRAE-SP tem uma característica diferente das outras entidades que trabalham com apoio – como Senai, Senac ou Sesc. O SEBRAE não é setorial, ele trabalha com indústria, comércio, serviço e agronegócio; e o SEBRAE trabalha diretamente com o cliente. Atrás de um CNPJ sempre há um cliente, que é uma pessoa, e o nosso trabalho é ajudar pessoas jurídicas, melhorando a vida delas por meio de um aumento de renda, da melhoria de um negócio, a partir da geração de empregos. O SEBRAE é isso: é o médico para salvar as finanças da empresa, para orientar uma melhor performance. É o professor que educa. A comunidade técnica do SEBRAE é o grande alicerce que temos para manter esse propósito. O SEBRAE é uma política pública, ele não é um negócio apenas. Se olharmos um dos últimos projetos que desenvolvemos, sobre o empreendedor individual, são milhões de pessoas que estavam à margem de uma formalização e que, agora, estão dizendo com orgulho: ‘Eu tenho uma razão social, eu tenho um CNPJ’. Qual outra empresa você vê com esse grau de massificação e de relevância? Isso tem um significado e é um privilégio fazer parte desse tipo de trabalho. Para chegarmos até aqui muitas pessoas colaboraram, muitas dedicaram saúde, tempo e conhecimento. Durante os meus 20 anos no SEBRAE, a maior parte daquilo com que eu poderia contribuir eu já fiz, mas confio muito que essas novas pessoas, tanto equipes técnicas como dirigentes, possam compreender quão grande é essa empresa, quão grande é a nossa missão e as contribuições que demos.”

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Lado a lado

Mauricio Mezalira, Consultor/ Unidade Centro

“O SEBRAE precisa ter ferramentas para conhecer melhor o cliente, ter instrumentos para se aproximar mais dele. Criar, junto com esses clientes, uma fidelização – ou seja, o cliente não usar o SEBRAE pontualmente, mas usar constantemente. Essa é a linha lógica: ‘Eu sou um vendedor ambulante’. Eu espero que esse ambulante vire uma empresa micro, e depois uma pequena empresa. O SEBRAE precisa compreender quem é o cliente dele, e o que esse cliente demanda.”

Melhoria contínua

Maria Aparecida Lemes da Silva, Consultora/ Unidade Atendimento Setorial

“Precisamos mostrar efetivamente o que fazemos, que é ajudar as micro e pequenas empresas a se fortalecerem e fazer o seu negócio acontecer de uma forma tranquila, com planejamento para que a coisa vá em frente. O SEBRAE ajuda, incentiva, orienta o empresário sobre como ele pode melhorar a sua empresa e o seu negócio.”

Objetivo comum

Mauro Quereza Janeiro Filho, Gerente/ Escritório Regional Osasco

“Está provado: a maioria das empresas no país que geram renda e empregos são as micro e as pequenas. Só que, ao mesmo tempo em que produzem, é muito pequena a sua participação no PIB. Isso tem que mudar. O que é preciso, então? Facilitar a vida desses empresários para que eles cresçam mais. O país só tem a crescer se os governos federal, estaduais e municipais se dedicarem a olhar para os empreendedores das micro e pequenas empresas. Estamos fazendo a nossa parte, e o país tem melhorado com a participação do SEBRAE.”

Acima e na página ao lado: Os projetos do SEBRAE-SP desenvolvidos para as micro e pequenas indústrias têm compromisso firme com a tecnologia e com a inovação. Tornar-se um empresário capacitado em gestão e na atração de novos clientes é a garantia que impedirá a falência prematura do empreendimento

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Carne, osso e alma

Parte integrante

“Uma entidade não é feita de prédios, de móveis, de tecnologia, mas de pessoas. O ponto forte é sempre o lado humano.”

“Eu tenho que fazer parte dessa história porque o SEBRAE-SP faz parte da minha. É muito bom crescer dentro da empresa ao lado de outras pessoas que também estão crescendo. Para mim isso é uma vitória. Se o SEBRAE não tivesse me dado a oportunidade, eu não estaria aqui, hoje, contando a minha história.”

Miguel Carlos da Silva, Coordenador/ Unidade Finanças

Sandra Regina Batista, Analista/ Escritório Regional Araçatuba

Receita para o futuro

Núbia Brandão de Britto, Gerente/ Unidade Administração

As ações do SEBRAE-SP para aumentar a competitividade dos pequenos negócios têm impacto visível em toda a cadeia produtiva

“As nossas metas aumentam a cada ano e não temos mais como aumentar o pessoal. Precisamos, então, pensar em soluções para que o conteúdo chegue aos clientes e que estes consigam realmente fazer uso dele, para que aquela informação faça a diferença. Temos que pensar em como atender massivamente esse público. A cada ano aumenta a quantidade de pessoas que querem montar seus negócios e precisamos ter um portfólio criativo, aprimorar os processos, ver o que o cliente precisa, ouvi-lo e achar formas criativas de fazer esse atendimento no que ele quer, e não no que queremos que ele queira.”

A melhor recompensa

Pedro João Gonçalves, Consultor/ Unidade Inteligência de Mercado

“O SEBRAE é uma referência sobre micro e pequena empresa, a marca SEBRAE é muito forte. Quem é empreendedor, em algum momento da sua jornada, acaba lembrando do SEBRAE. Ele tem uma missão social muito forte; as pessoas gostam do SEBRAE.”

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Placa comemorativa dos 40 anos do SEBRAE reitera a importância de seus funcionários para a ampliação e permanência do trabalho que desenvolve

Alencar Burti, Presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-SP, discursa sobre os benefícios que a desburocratização pode trazer aos empreendedores de pequenos negócios

A formalização dos pequenos

Paulo Melchor, Consultor/ Unidade Políticas Públicas e Relações Institucionais

“No Brasil são quase 4 milhões de empresas no Simples Nacional. É um número expressivo: 99% das empresas são micro e pequenas, a maioria absoluta está no Simples, mas ainda é preciso quebrar alguns entraves que impedem empresas de cunho intelectual a também ingressarem no regime – como escritórios de advocacia, engenharia ou arquitetura, por exemplo. Foi criada a figura do Microempreendedor Individual, que começou com um faturamento de até 3 mil reais por mês, 36 mil por ano, e hoje passou para 5 mil por mês, 60 mil reais por ano. É um grande contingente de pessoas que trabalhava na informalidade e hoje são 2,6 milhões de microempreendedores. Logo vamos chegar a 3 milhões que se transformaram em empresários, o que lhes traz dignidade. É um direito à cidadania, e o Estado tem como propor políticas públicas direcionadas a esse público, que paga 5% do salário mínimo para ter os benefícios previdenciários, paga 1 real de ICMS e 5 reais de ISS. É uma relação de ganha-ganha com os municípios, uma transformação social que dá oportunidade à pessoa de exercer uma atividade econômica dentro da lei, de ser respeitada e reconhecida. O Estado não deixava essas pessoas se formalizarem, mas agora a livre-iniciativa está funcionando, permitindo que as pessoas exerçam uma atividade econômica – o que é muito importante para a sociedade. Na área de Políticas Públicas do SEBRAE, estamos fazendo esse trabalho de formiguinha nos Estados e municípios. Mas ainda existem quase 11 milhões de informais. Temos muito trabalho pela frente.”

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Para que contar uma história Maria Aparecida de Medeiros, Analista/ Escritório Regional São José dos Campos

“Um funcionário do SEBRAE-SP que tem 20 anos de idade nasceu no ano em que eu entrei. E não sabe como era no começo, quando você fazia tudo à mão. Havia um computador para 14 pessoas e 8 ramais telefônicos que eu compartilhava com outros funcionários. O telefone tocava e eu nunca sabia se era para mim ou para outra pessoa. É importante que as pessoas que ingressem agora no SEBRAE possam ver essa história para dar valor àquilo que têm. O SEBRAE começou com poucos recursos. Tínhamos uma única máquina de escrever e um fax no setor. O e-mail viemos a conhecer em 1997. E trabalhávamos e éramos felizes.”

Recado a um novato

Renato Fonseca de Andrade, Gerente/ Unidade Desenvolvimento e Inovação

“O que dizer a ele? Primeiro: ele não está vindo para um emprego com horário para sair às 6 horas da tarde; ele está vindo para um projeto que muda a vida de pessoas, que dá sentido a ela. Por mais simples que seja a tarefa que faça, ele tem que ver a catedral, e não o tijolinho. Este é um negócio de intensa responsabilidade e de doação. E nós ainda recebemos por isso. O SEBRAE-SP é uma usina de ideias e de experiências, onde cada dia é diferente do outro, onde se aprende a cada segundo e se tem a chance de ajudar os outros, aprendendo. É um serviço social autônomo, que lida com conhecimentos e ajuda as pessoas a se desenvolverem, a se encontrarem na vida, a se apropriarem de autoestima, alimentarem os filhos e construírem coisas interessantíssimas – e até mudar o mundo. A governança do SEBRAE é construída para ser multidisciplinar, e por isso ele é forte.”

Nesses 40 anos, o SEBRAE-SP construiu sua história e a do pequeno empreendedor no Estado

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Alencar Burti Ana Luiza Santos Santana Antonia Joyce Venancio Minibiografias Antonio Carlos Larubia Benedito Roberto Zurita Cláudia de Oliveira Turri Cláudio Quandt Alves Barrios Dalmacio Luiz Januário de Lima Eduardo Flud Eliane Auxiliadora dos Santos Fátima de Oliveira Gustavo Carrér Ignacio Azevedo Isa Maria Francischini Tebaldi Isley Gianetti Napolitano Jane de Lira Muniz Ramos José Bento Desie João Carlos Oliveira José Carlos Gomes dos Reis Filho José Carmo Vieira de Oliveira Josephina Irene Cardelli Júlio Cesar Durante Léa de Sousa Lígia Maria de Barros Gennari Lilian de Fátima Medeiros Pedro Luiz Carlos dos Santos Maisa Blumenfeld Deorato Marcela Dotta Marcondes Marcelo Dini Oliveira Margarida Mitsuko Yamaki Takiuti Maria Aparecida de Medeiros Maria Aparecida Lemes da Silva Maria Beatriz Ximenes Zanata Mauricio Mezalira Mauro Quereza Janeiro Filho Miguel Carlos da Silva Nadir de Lima Floriano Núbia Brandão de Britto Pamela Yolanda Pastene Pizarro Paulo Eduardo Stabile de Arruda Paulo Melchor Paulo Tebaldi Pedro João Gonçalves Priscila Mônica Lentino Rafael Smorigo Faro Renato Fonseca de Andrade Rita Vucinic Teles Sandra Regina Batista Shigueo Oda Silvia Alzira Abeid Furio Vera Lucia Isaias

Alencar Burti

Dalmacio Luiz Januário de Lima

Ana Luiza Santos Santana

Eduardo Flud

Nasceu em São Paulo (SP), em 12 de agosto de 1930. Trabalhou em joalherias antes de se tornar comerciante de veículos. É fundador da Fenabrave. Foi presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-SP, de 2003-2004, e novamente foi eleito presidente, em 2010, para um mandato de quatro anos. Nasceu em Ilhéus (BA), em 26 de setembro de 1968. Iniciou sua trajetória no SEBRAE-SP na Central de Atendimento, trabalhou na área de Educação e em projetos ligados ao agronegócio. Atuou na organização dos prêmios “Desafio SEBRAE” e “Mulher de Negócios”, do qual foi coordenadora estadual em São Paulo. Atualmente, é Analista no Escritório Regional Capital Centro.

Antonia Joyce Venancio

Nasceu em São Paulo (SP). É a Diretora Comercial da Preta Pretinha, empresa que fabrica bonecas com foco na inclusão social, um empreendimento nascido da criatividade das irmãs Joyce, Lúcia e Cristina, com o auxílio e consultoria do SEBRAE-SP.

Antonio Carlos Larubia

Nasceu em São Paulo (SP), em 16 de dezembro de 1962. Graduou-se em Engenharia Eletrônica e, atuando no SEBRAE-SP, trabalhou na formulação do SEBRAEtec. Participou da estruturação da área de Tecnologia de Informação e hoje trabalha como consultor na Unidade Desenvolvimento e Inovação.

Benedito Roberto Zurita

Nasceu em 10 de abril de 1939, em Araras (SP). Trabalhou no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde se aposentou. Dirigiu o Instituto de Cooperativismo e Associativismo (ICA). Em seguida, foi convidado a atuar na área de Associativismo do SEBRAE-SP. É consultor na Unidade Atendimento Setorial.

Cláudia de Oliveira Turri

Nasceu em São Paulo (SP), em 2 de abril de 1971. É formado em Administração de Empresas pela PUC-SP. Começou no SEBRAE-SP em 1992. Participou de diversos projetos importantes ao longo de sua trajetória e hoje atua como analista no Escritório Regional Sorocaba.

Eliane Auxiliadora dos Santos

Nasceu em 23 de maio de 1966, em Lorena (SP). Formou-se em Jornalismo e construiu sua carreira profissional no SEBRAE-SP. Dedicou-se à área de Comunicação e Marketing e hoje atua na Assessoria de Comunicação da Presidência do Conselho do SEBRAE-SP.

Fátima de Oliveira

Nasceu em Flórida Paulista (SP), em 24 de abril de 1969. Formou-se em Administração de Empresas e fez carreira no SEBRAE-SP, na área de Gestão de Conhecimento. Contribuiu na construção do Portal SEBRAE-SP e atualmente trabalha na Unidade Inteligência de Mercado.

Gustavo Carrér Ignacio Azevedo

Nasceu em Ituverava (SP), em 1º de outubro de 1969. Formado em Engenharia Eletrônica pela Universidade de São Paulo, possui Mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de São Carlos. Foi contratado pelo SEBRAE-SP em 30 de novembro de 1997, onde hoje ocupa o cargo de consultor da Unidade Interior.

Isa Maria Francischini Tebaldi

Nasceu em 2 de fevereiro de 1967, em São Paulo (SP). Graduou-se em Economia e ingressou no SEBRAE-SP em 1993 como analista no Escritório Regional Presidente Prudente.

Nascida em 21 de março de 1972, em Ibitinga (SP), formou-se em Ciências Contábeis e Administração de Empresas. No SEBRAE-SP começou em 1993 como terceirizada e, no ano seguinte, foi contratada. Hoje atua em projetos, no Escritório Regional Bauru.

Cláudio Quandt Alves Barrios

Isley Gianetti Napolitano

Nasceu em São Paulo (SP), em 7 de dezembro de 1963, formou-se em Administração de Empresas e, em 1994, começou no SEBRAE-SP. Participou de vários projetos, gerenciou os Escritórios Regionais de Santo André e de Santo Amaro e atualmente trabalha na Unidade de Atendimento Individual.

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Nasceu em São Paulo (SP), em 5 de janeiro de 1972. Na juventude teve que lidar com as dificuldades de não conseguir um emprego duradouro e, após 11 demissões, resolveu iniciar o próprio negócio. Assim surgiu a D&K, administrada por ele e sua mulher, hoje uma empresa consolidada.

Nascida em São Paulo (SP), em 11 de dezembro de 1969, começou no SEBRAE-SP como assistente técnica. Atuou na produção e promoção de feiras e eventos. Atualmente trabalha como consultora de Agronegócio e coordena projetos nesse setor.

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Jane de Lira Muniz Ramos

Nascida em 6 de novembro de 1977, em São Bernardo do Campo (SP), é formada em Administração de Empresas. Hoje atua à frente da Ice Auto Center, uma empresa de serviços automotivos. Sempre contou com o apoio do SEBRAE-SP para consolidar e expandir seu negócio.

José Bento Desie

Nasceu em São Paulo (SP), em 27 de julho de 1955. É formado em Turismo, e possui especialização em Hotelaria e Planejamento Estratégico. No SEBRAE-SP colaborou para a estruturação das ações voltadas para o turismo, participando da criação do Programa de Turismo Receptivo. Hoje atua como consultor na Unidade Capital.

João Carlos Oliveira

Nasceu no dia 31 de março de 1966, em Miguel Calmon (BA). Em 1995, foi contratado como terceirizado no Teleatendimento do SEBRAE-SP. Depois passou a compor o quadro de funcionários da empresa. Hoje é analista da Unidade de Finanças.

José Carlos Gomes dos Reis Filho

Nasceu em 14 de outubro de 1964, em São Paulo (SP). Ingressou no SEBRAE-SP para implantar o serviço 0800. Desenvolveu ações de capacitação e treinamento de colaboradores da Central e outras unidades, utilizando técnicas de andragogia e de clown. Hoje atua na Unidade de Atendimento Individual, como gestora do projeto Sebrae Móvel.

Lígia Maria de Barros Gennari

Nasceu em Santo André (SP), em 20 de dezembro de 1981. É formada em Arquitetura, mas resolveu se dedicar integralmente à empresa que abriu com a irmã, Heloisa. A Suklaá Chocolates está em franca expansão, com o apoio técnico do SEBRAE-SP.

Lilian de Fátima Medeiros Pedro

Nasceu em São Paulo (SP), em 1964. Ingressou no SEBRAE como temporária e depois efetivada. Graduou-se em Administração em Marketing e fez MBA em Auditoria. Hoje é analista na Unidade Controladoria.

Nascido em São Paulo (SP), em 23 de novembro de 1955. Formou-se em Economia na Universidade Mackenzie e iniciou sua trajetória no SEBRAE-SP em 1997-98, no Programa Emprego e Renda. Sua atuação foi marcada pela elaboração de projetos voltados para o agronegócio.

Luiz Carlos dos Santos

José Carmo Vieira de Oliveira

Maisa Blumenfeld Deorato

Josephina Irene Cardelli

Marcela Dotta Marcondes

Júlio Cesar Durante

Marcelo Dini Oliveira

Nasceu em Mirante do Paranapanema (SP), em 16 de julho de 1955. Graduou-se em Jornalismo e cursou Administração com ênfase em Marketing. É um dos criadores do Programa Comércio Varejista. Atua no Escritório Regional Bauru como consultor, na área de Marketing. Nasceu na capital de São Paulo, em 8 de fevereiro de 1962. Cursou Economia na Faculdade Católica de Santos. Em 1993 ingressou no SEBRAE-SP e foi gerente dos escritórios de Santana (Capital Norte), Santos e Vale do Ribeira. Hoje gerencia o Escritório Regional Grande ABC. Nasceu em São Paulo, em 3 de julho de 1961. Foi contratado pelo SEBRAE-SP em 1997 e desde então se dedica às ações em prol da legislação que favoreça as micro e pequenas empresas. Atualmente é consultor da Unidade Políticas Públicas e Relações Institucionais.

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Léa de Sousa

Nasceu em Rio do Pires (BA), em 24 de dezembro de 1977. Começou a trabalhar no SEBRAE-SP aos 17 anos, como office boy. Hoje é analista na Unidade Atendimento Individual e gestor da parte logística de material para cursos do SEBRAE-SP. Nasceu em 7 de novembro de 1970, em São Paulo (SP). Aos 23 anos, ingressou no SEBRAE-SP. É formada em Administração de Empresas e durante sua trajetória atuou na Sede, Escritórios Capital Norte e Oeste. Hoje trabalha como consultora na Unidade Atendimento Setorial. Nasceu no dia 20 de julho de 1979, em São João da Boa Vista (SP). Começou no SEBRAE-SP em 1998, como recepcionista, no atendimento a clientes. Depois passou a colaborar no administrativo-financeiro e coordenação de cursos. Hoje atua como analista de projetos no Escritório Regional instalado em sua cidade natal. Nasceu em Sorocaba (SP), em 10 de maio de 1968. Graduou-se em Direito e ingressou no SEBRAE-SP em 1993. Foi gestor do Escritório Regional Botucatu, em seguida assumiu a Unidade Inovação e Tecnologia e posteriormente a Unidade Desenvolvimento e Inovação. Atuou como Consultor Jurídico do Escritório Regional Sorocaba.

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Margarida Mitsuko Yamaki Takiuti

Nadir de Lima Floriano

Maria Aparecida de Medeiros

Núbia Brandão de Britto

Nasceu em Garça (SP), em 28 de janeiro de 1959. Graduou-se em Educação Física e seu primeiro emprego foi em um banco. Em 1989 foi contratada pelo SEBRAE-SP, onde sempre atuou na área Administrativa e Jurídica. Hoje é analista na Unidade Controladoria. Nasceu em Várzea (PB), em 11 de julho de 1960. Chegou a São Paulo em 1984 e oito anos depois ingressou no SEBRAE-SP, primeiro como temporária e, depois, como efetiva. Hoje é analista no Escritório Regional São José dos Campos.

Maria Aparecida Lemes da Silva

Nasceu em Marabá Paulista (SP), em 12 de março de 1969. Graduou-se em Administração, com foco em Comércio Exterior, e tem pós-graduação em Relações Internacionais. Ingressou no SEBRAE em 1995, viajou a diversos países dando apoio a empresários. Hoje atua como consultora na Unidade Atendimento Setorial.

Maria Beatriz Ximenes Zanata

Nasceu em Bernardino de Campos (SP), em 18 de janeiro de 1962. Em 1998, participou da abertura do Escritório Regional Ourinhos. Atua na área de Soluções Empresariais, na apresentação de oficinas, workshops e palestras. Desde 2010 trabalha também como analista do setor de Comércio Varejista.

Mauricio Mezalira

Nasceu em São Paulo (SP), em 30 de junho de 1972, e é graduado em Administração de Empresas. Começou no SEBRAE-SP como estagiário e em 2004 ingressou na Unidade Auditoria, atualmente atua como consultor na Unidade Centro.

Mauro Quereza Janeiro Filho

Nasceu em Getulina (SP), em 17 de maio de 1961. Começou no SEBRAE-SP em 1993, como atendente no Balcão de Atendimento. Foi coordenador do Teleatendimento, foi gerente e ajudou a montar o Escritório de São Miguel Paulista, foi gerente do Escritório da Lapa e atualmente gerencia o Escritório Regional Osasco.

Miguel Carlos da Silva

Nasceu em 22 de abril de 1963, em São Paulo (SP). Graduou-se em Ciências Contábeis e é pós-graduado em Controladoria de Empresas. Foi admitido em novembro de 1991 e, em agosto de 1996, foi trabalhar no SEBRAE-AL. Voltou ao SEBRAE-SP em outubro de 1996. Hoje é coordenador da Unidade de Finanças.

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Nasceu em São Paulo (SP), em 26 de novembro de 1961. Ingressou no SEBRAE-SP como copeira, em 1992. Foi presidente do Grêmio dos Funcionários e chegou a secretária da Presidência da instituição, cargo que ocupou por dois anos. Hoje atua como analista na Unidade Administração. Nasceu em Maceió (AL), em 11 de abril de 1961. Formada em Economia, ingressou no SEBRAE-SP em 1992. A partir de 1995, passou a gerenciar a Central de Atendimento ao Cliente do SEBRAE-SP, onde ficou até 2005. Atualmente é gerente da Unidade Administração.

Pamela Yolanda Pastene Pizarro

Nasceu em La Calera, próximo a Santiago do Chile, em 15 de fevereiro de 1966. Mudou-se para São Paulo ainda adolescente, graduou-se em Economia e seu primeiro trabalho foi no SEBRAE-SP. Hoje atua como consultora na Unidade Atendimento Setorial.

Paulo Eduardo Stabile de Arruda

Nasceu em São Carlos (SP), em 29 de março de 1963. Graduou-se e possui mestrado em Engenharia de Produção pela Escola de Engenharia de São Carlos (USP). Depois da universidade, ingressou no SEBRAE-SP. Foi gerente dos Escritórios Regionais São Carlos, Araraquara e Ribeirão Preto. Foi Diretor Técnico do SEBRAE-SP por quatro anos e hoje é assessor da Diretoria Técnica da instituição.

Paulo Melchor

Nasceu em São Paulo (SP), em 12 de março de 1964. Formou-se em Direito pela FMU e entrou no SEBRAE-SP em 1994, como terceirizado; em 1996, foi contratado. Possui especialização em Processo Civil e Mestrado em Direito. Trabalha na área de Direito Empresarial e hoje atua como consultor da Unidade Políticas Públicas e Relações Institucionais.

Paulo Tebaldi

Nasceu em Jaú (SP), em 6 de abril de 1966. Formou-se em Economia e começou no SEBRAE-SP como técnico de atendimento. Foi gerente dos Escritórios Regionais Sorocaba e Bauru e depois transferido para São Paulo, para gerenciar a Unidade de Desenvolvimento Local, posteriormente a Unidade Territorial. Atuou também como gerente da Unidade Expansão da Rede e depois gerenciou a Unidade Contratos e Convênios. Hoje é gerente da Unidade Metropolitana.

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Pedro João Gonçalves

Nasceu em São Paulo, em 29 de dezembro de 1964. Graduou-se em Economia. Em seu trabalho no SEBRAE-SP, desenvolve estudos e pesquisas. Entre estas estão as pesquisas quanto à sobrevivência e mortalidade de empresas, pesquisas sobre a conjuntura econômica (avaliação mensal do faturamento) e elaboração de estatísticas básicas sobre as micro e pequenas empresas. Atualmente trabalha em Pesquisas Econômicas, na Unidade Inteligência de Mercado.

Priscila Mônica Lentino

Nascida em 19 de abril de 1967, em São Paulo (SP), graduou-se em Administração de Empresas, com pós-graduação em Auditoria. Em 1994, ingressou no SEBRAE-SP. Passou pelas Unidades Financeiro, Jurídica, Auditoria, Contratos e Convênios e atualmente é gerente na Unidade Controladoria.

Rafael Smorigo Faro

Nasceu em Taubaté (SP), em 20 de maio de 1983. Seu sonho sempre foi abrir uma empresa. Procurou o SEBRAE-SP, onde teve apoio de consultorias para construir a startup Logueria, que trabalha no ramo da criação gráfica on-line.

Shigueo Oda

Natural de Piquerobi (SP), nasceu em 10 de fevereiro de 1938. Fez curso técnico de Contabilidade e estudou Economia na USP. Iniciou sua trajetória ainda nos tempos do CEBRAE, participando ativamente do processo de transformação que redundou no SEBRAE, sempre atuando na área Administrativa.

Silvia Alzira Abeid Furio

Nasceu em Lins (SP), em 9 de julho de 1967. É formada em Tecnologia de Processamento de Dados e tem quatro pós-graduações voltadas para seu trabalho com pequenas empresas. Hoje é consultora e atua como gerente do Escritório Regional Botucatu.

Vera Lucia Isaias

Nasceu em São Paulo (SP). Em 1993 ingressou no SEBRAE-SP, onde passou a atuar na área Financeira. Participou da criação e organização do Escritório Regional Capital Oeste, no bairro da Lapa, atuando na gestão Administrativo-Financeira e na comercialização de produtos como Empretec, Empresas Avançadas e Jornal de Negócios.

Renato Fonseca de Andrade

Nascido em Belo Horizonte (MG), em 17 de outubro de 1967, graduou-se em Engenharia Mecânica e construiu sua carreira profissional no SEBRAE-SP, a partir de 1994. Passou por diferentes áreas na instituição, concluiu programas de mestrado e doutorado e hoje gerencia a Unidade Desenvolvimento e Inovação.

Rita Vucinic Teles

Nasceu em São Paulo (SP), em 16 de janeiro de 1966. Cursou Letras e Pedagogia, pós-graduou-se em Marketing, Gestão Empresarial e Educação a Distância, e é mestranda em Engenharia da Informação. Começou no SEBRAE-SP em 1991 e hoje é responsável pelos projetos de Educação a Distância na Unidade Atendimento Individual.

Sandra Regina Batista

Nasceu em 12 de março de 1971, em Gabriel Monteiro (SP). Começou no SEBRAE-SP fazendo a limpeza e o café, e com o tempo foi sendo promovida. Graduou-se em Ciências Econômicas e tem pós-graduação em Gestão de Projetos e Consultoria. Hoje atua como analista no Escritório Regional Araçatuba.

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ELLYAN, Juniar. “A gestão do conhecimento como fator de desenvolvimento das empresas”. Blog Visão do Empreendedor. SEBRAE Rio de Janeiro, 2008. Disponível em http://www2.rj.sebrae.com.br/boletim/a-gestao-do-conhecimento-como-fator-de-desenvolvimento-das-empresas/ [Acesso em 06/02/2013] LIMA, Adriana Rosado Maia de. Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável – DLIS: um olhar sob a perspectiva dos agentes implementadores. João Pessoa: Programa de Pós-Graduação em Serviço Social/CCHLA da Universidade Federal da Paraíba, 2006, 147 p. Disponível em http://bdtd.biblioteca.ufpb.br/tde_busca/arquivo. php?codArquivo=2077 [Acesso em 21/02/2013]

Créditos das imagens

MARTIUS, Carl Friedrich Philipp von; SPIX, J.B.. Viagem ao Brasil. Apud MOTA, Carlos Guilherme. “São Paulo: exercício de memória” in Estudos Avançados vol. 17, nº 48. São Paulo: Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, 2003. Disponível em http:// www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0103-40142003000200020 [Acesso em 15/01/2013]

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Acervo SEBRAE-SP: imagem da apresentação SEBRAE; imagem da apresentação Museu da Pessoa; p. 8; p. 17; p. 19 (acima à dir.), p. 20 (à dir.); p. 21 (abaixo); p. 22, p. 23; p. 27; p. 51; p. 52 (acima); p. 54 (abaixo); p. 58; p. 61; p. 62; p. 63; p. 64; p. 67; p. 70; p. 72; p. 73; p. 74; p. 75; p. 76; p. 78; p. 80; p. 81 (acima); p. 82 (acima); p. 83; p. 82 p. 82 (abaixo, à dir.); p. 84; p. 85; p. 86; p. 87; p. 89; p. 90; p. 92; p. 95; p. 96 (acima à dir.); p. 97; p. 98; p. 103; p. 110; p. 111; p. 112; p. 113; p. 114 Acervo Márcia Zoet – Illumina: p. 18, p. 19; p. 20; p. 21 (acima); p. 28; p. 29; p. 30; p. 31; p. 34; p. 36; p. 37; p. 40; p. 41; p. 42; p. 43; p. 44; p. 46; p. 47; p. 50; p. 52 (abaixo); p. 54 (acima); p. 55; p. 56; p. 57 (abaixo); p. 59; p. 60; p. 66; p. 68; p. 69; p. 71; p. 79; p. 81 (abaixo); p. 82 (abaixo, à esq.); p. 91; p. 93; p. 96 (acima à esq. e abaixo); p. 102; p. 118; p. 119; p. 120; p. 121; p. 122; p. 123; p. 124; p. 125 Acervo Instituto Moreira Salles/ Joaquim Lopes Cabral de Barros Teive / Coleção Martha e Erico Stickel: p. 11

MOTA, Carlos Guilherme; AZEVEDO, Elizabeth. SEBRAE 10 Anos. São Paulo: DBA Artes Gráficas, 2001, 157 p. PRADO JR, Caio. História Econômica do Brasil. São Paulo: Editora Brasiliense, 26ª ed., 280 p. Disponível em http:// www.memoriasdaresistencia.org.br/cpjr_historiaeconomicadobrasil.pdf [Acesso em 15/01/2013] SANTIAGO, Carlos Eduardo Pinto. Metodologias de Capacitação de Agentes Promotores do Desenvolvimento Local. SEBRAE, Biblioteca On Line, 28 p. Disponível em http:// www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/B7D9A60 8B56A6EAC832576BA006F2E94/$File/NT00043A06.pdf [Acesso em 01/03/2013] SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. SEBRAE 30 Anos: parceiro dos brasileiros. Brasília: SEBRAE Nacional, 2002. 172 p. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. SEBRAE 40 Anos: uma história do desenvolvimento brasileiro. São Paulo, 2012, 191 p. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Revista SEBRAE nº 20 (janeiro/fevereiro 2007). Brasília. SEBRAE Nacional, 2007, 80 p. Disponível em http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/ CC919003DA5FD73B8325733A0050DA3B/$File/revista_ sebrae_20.pdf [Acesso em 20/02/2013] Acervo Instituto Moreira Salles/ William John Burchell / Highcliffe Album: p. 10 Acervo Museu da Pessoa/ Projeto Memórias do Comércio: p. 12; p. 13; p. 24; p. 25; p. 106 Acervo BNDES: p. 16 Acervo pessoal Isla Nakano: p.14 Acervo pessoal Sylvio Roth: p. 26 Acervo pessoal Lígia Maria de Barros Gennari: p. 32; p. 105 Acervo pessoal Isley Gianetti Napolitano: p. 35 Acervo pessoal Josephina Irene Cardelli: p. 38 (à esq.) Acervo pessoal Vera Lucia Isaias: p. 38 (à dir.) Acervo pessoal Marcelo Dini Oliveira: p. 45 Acervo Editora Globo: p. 49 Acervo pessoal João Carlos Oliveira: p. 53 Acervo pessoal Nadir de Lima Floriano: p. 57 (acima)

Ficha técnica

Bibliografia

BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL – 50 Anos de Desenvolvimento. BNDES, 2002. Disponível em http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/ bndes/bndes_pt/Institucional/Publicacoes/Paginas/livro_bndes50anos.html [Acesso em 21/02/2013]

SEBRAE-SP Conselho Deliberativo

SEBRAE-SP 40 anos A Casa do Conhecimento

Alencar Burti (ACSP) Presidente

Bruno Caetano Diretor-Superintendente

Idealização SEBRAE-SP

ACSP – Associação Comercial de São Paulo ANPEI – Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras Banco Nossa Caixa S.A. FAESP – Federação da Agricultura do Estado de São Paulo FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FECOMERCIO – Federação do Comércio do Estado de São Paulo ParqTec – Fundação Parque Alta Tecnologia de São Carlos IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas Secretaria de Estado de Desenvolvimento SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SINDIBANCOS – Sindicato dos Bancos do Estado de São Paulo CEF – Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal BB – Superintendência Estadual do Banco do Brasil

Pedro Jehá Diretor Administrativo-Financeiro

Equipe Responsável Eduardo Pugnali Marcos Gerente de Inteligência de Mercado

Ivan Hussni Diretor Técnico

Patricia de Mattos Marcelino Coordenadora Dayene Cristina Rosa Fátima de Oliveira Marcelo Costa Barros Patricia Pedrosa Gonzalez Analistas de Inteligência de Mercado Concepção e Execução Museu da Pessoa Comitê Executivo Karen Worcman Diretora-Presidente Márcia Ruiz Memória Institucional Sônia London Disseminação de Conceito Supervisão Geral Márcia Ruiz Pesquisa Camila Koenigstein Mariana Rodriguez Monique Lordelo Pesquisa Iconográfica Mariana Rodriguez Monique Lordelo

Entrevistas Camila Koenigstein Denyse Emerich Luiz Egypto de Cerqueira Mariana Rodriguez Monique Lordelo Edição de Texto Luiz Egypto de Cerqueira Pré-Edição Camila Koenigstein Mariana Rodriguez Monique Lordelo Revisão de Texto Sílvia Balderama Projeto Gráfico Fonte Design Gravação de Entrevistas Adilson Moreira de Lima Transcrição Mariana Wolff MW Transcrições Produção Taís Silveira Motta Apoio Operacional Bruce Gonçalves da Silva Jefferson Santos Keli Cristina Garrafa Marcela Fogare Meira Impressão Nywgraf

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) SEBRAE-SP, 40 anos: a casa do conhecimento. -São Paulo: Museu da Pessoa, 2013. ISBN 978-85-60505-41-8 1. SEBRAE - São Paulo - História. 13-05652



Índice para catálogo sistemático: 1. SEBRAE : São Paulo : Cidade : História 338.642098161

Museu da Pessoa As histórias de vida são a matéria-prima com a qual trabalha o Museu da Pessoa. É sua missão recolher e sistematizar depoimentos obtidos a partir de metodologias da história oral e, por meio de suportes culturais, disseminá-los como forma de preservar e dar destinação socialmente útil à memória de indivíduos e de instituições. Com esse procedimento, aliado à pesquisa documental e iconográfica, é possível contar uma história única, porque organizada a partir do registro das narrativas de pessoas que dela fazem ou fizeram parte. No caso do SEBRAE-SP, uma história de inovação, confiança e trabalho.

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CDD-338.642098161

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