Ritual Do Grau de Neofito Gd

October 22, 2017 | Author: André Luporini Dessimoni | Category: Religion And Belief, Nature, Philosophical Science, Science
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Ritual do Grau de Neófito Tradução da Soror da Fraternidade Ordo Magi Adriana Belotto. Este ritual contém a fórmula do neófito, podendo ser adaptado a construção de um ritual auto-iniciatório. Como o Ritual do Grau de Neófito é, à excessão talvez do Ritual do Grau de Adeptus Minor, o mais importante dos rituais da Golden Dawn, será necessário analisa-lo completamente aqui, de modo que o leitor possa iniciar-se de alguma forma. O caminho deve ser indicado, e indicado claramente, para que o peregrino não inicie sua jornada mística numa curva errada, uma dessas curvas que no início podem conduzir muitos às terras tristes e sombrias do medo e da dúvida. A seguinte descrição do Templo e dos Oficiantes no Grau 0 = 0 é extraida de um dos livros oficiais da Golden Dawn chamado Z 1 e é a seguinte: O Templo O Templo no Grau de Neófito da Ordem Externa da Golden Dawn é arranjado da seguinte maneira olhando-se de frente : He Yod ou He Vau He Yod (IHVH) em Malkuth de Assiah. Isto é, como Yod e He correspondem a Chocmah e Binah na Árvore (Yod está para Chocmah, He para Binah e Vau para o resto, exceto Malkuth cujo final é h)é através delas que o conhecimento de Kether pode ser adquirido, mesmo assim, os ritos sagrados do Templo ocorrem gradualmente e elevam o Neófito ao conhecimento de seu Eu Superior. ( O termo teosófico Eu Superior é chamado na Golden Dawn de Gênio. Abramelin se refere a ele como Sagrado Anjo Guardião) Como as outras sephiroth, Malkuth tem também suas sephiroth subsidiárias e caminhos. ( O esquema sephirótico deve ser lembrado. É dividido em quatro mundos: Atziluth, Briah, Yetzirah e Assiah. Cada mundo tem dez sephiroth, e cada sephira novamente dez, formando o número total de 400) Dessas dez sephiroth o arranjo do Templo para o Grau 0 = o de Neófito utilizará somente as quatro mais baixas da Árvore da Vida, a saber: Malkuth, Yesod, Hod e Netzach, além do lado externo de Paroketh, que forma o Leste do Templo. (Paroketh é o Véu que separa Hod e Netzach de Tiphareth, e como veremos adiante, no Portal Ritualístico, a Primeira Ordem da Segunda Ordem) O Templo é arranjado neste grau como é mostrado no diagrama em anexo, e se verá que ele contém dois pilares ou obeliscos. Esses dois pilares, que estão respectivamente em Netzach e Hod, precisam de cuidadosa explicação. Eles representam Misericórdia e Severidade, sendo o primeiro branco em Netzach e o segundo negro em Hod. Suas bases são cúbicas e o preto representa o elemento terreno de Malkuth. As colunas são respectivamente branca e preta para representar o eterno equilíbrio da balança da Justiça.

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Ú_____________________________________________________________________¿ ³ THE VEIL OF THE SANCTUARY ³ ³ ³ ³ Point of Rending ³ ³__________________________________³__________________________________³ ³ .³. ³ ³ . ³ . ³ ³ . ³ . ³ ³ . The Veil of Nephthys The Veil of Isis . ³ ³Ú___________¿ Ú___________¿ Ú___________¿ Ú___________¿ Ú___________¿³ ³³Imperator ³ ³Cancellar- ³ ³Hierophant ³ ³ Past ³ ³Premonstra-³³ ³³Nephthys ³ ³ius Thoth ³ ³Osiris ³ ³Hierophant ³ ³tor Isis ³³ ³³ ³ ³ ³ ³ ³ ³Aroueris ³ ³ ³³ ³À___________Ù À___________Ù À___________Ù À___________Ù À___________Ù³ ³ | / | \ | ³ ³ HB:Mem HB:Ayin HB:Samekh HB:Koph ³ ³ | / | \ | ³ ³Ú__¿ | / | \ | Ú__¿³ ³³S ³ . . / | \ . . ³ D³³ ³³t ³ .The Place. Thmaist .The Place. ³ a³³ ³³o&³ .of the feet. Ú_________¿ .of the feet. ³&d³³ ³³lC³ of NEPHTHYS ------³ Hegemon ³------ of ISIS ³Co³³ ³³iu³ . Scale of . À_________Ù . Scale of . ³eu³³ ³³sp³ . Bilanx. . Harpocrates .Bilanx. . ³nc³³ ³³t ³ . . \HB:Resh | HB:Tzaddi / . . ³sh³³ ³³e ³ \ \ . | . / / ³eo³³ ³³s ³ \ . Place of. / ³rs³³ ³À__Ù \ .Evil Triad . / À__Ù³ ³ Apophrasz ³ ³ \ .Satan Typh-. / ³ ³ HB:Shin .on Besz . HB:Qof ³ ³ \ . HB:Taw . / ³ Ú_¿ ³ ³ \ DoubleÀ_ÙAltar / ³ ³ . | . ³ ³ \ .\ /. / ³ ³ . \ / . ³ ³ x ³ ³ . / \ . ³ ³ . /Hiereus. ³ ³ Horus ³ ³ Kerux Anubis of E + W ³ À__________________________________&__________________________________Ù Sentinel

O Arranjo do Templo no Ritual 0=0

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Sobre os pilares devem estar representas em cores intercaladas qualquer desenho egípcio que sirva de símbolo para a alma. Os capitólios tetraédricos vermelhos representam o fogo da Prova e do Teste e em equilíbrio são o Portal para a Região Imensurável. As duas luzes que brilham no cume são as “Testemunhas da Verdade Eterna”. Os pilares são obeliscos com bases tetraédricas ligeiramente achatados no cume para acomodar as lâmpadas. Na parte oriental de Malkuth, em seu ponto de junção com o caminho de Tau, o altar é colocado na forma de um cubo duplo. Sua cor é preta para representar ao Neófito a cor de Malkuth, mas para o Adepto, estão escondidas na escuridão as quatro cores da Terra em suas posições apropriadas. Somente a base será totalmente negra, o topo será de uma brancura brilhante, embora invisível ao olho material. Os símbolos sobre o altar representam as forças e manifestações da Luz Divina concentradas no Triângulo Branco das Três Superiores. Por conseguinte, sobre este símbolo sublime e sagrado está a tarefa do Neófito, vista como um chamado e ser testemunha das operações da Luz Divina. A Cruz Vermelha de Tiphareth, representando o 5=6 é colocada sobre o Triângulo Branco, não o dominando, mas fazendo-o descer e manifestando-o na Ordem Externa, como se o Crucificado ao elevar o símbolo do Auto Sacrifício tivesse também tocado e trazido à ação na matéria a Divina Tríade de Luz.

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4 O Símbolo do Altar no Ritual 0=0 Envolta da cruz estão os símbolos das quatro letras do Tetragrammaton, sendo Shin de Yehoshua apenas sugerida e não expressa externamente. Elas são colocadas de acordo com os ventos. A porta deve estar situada atrás e a Oeste do Trono de Hiereus, e é chamada de “Portal dos Declarantes do Julgamento” e sua forma simbólica é a de um caminho reto e estreito para uma porta situada entre dois pilares poderosos. Os Três Chefes Ao Leste do Templo, antes de Paroketh ficam os três chefes que governam e regulam tudo, eles são os vice reis do Templo da Segunda Ordem que está atrás. Eles são os reflexos dos Graus 7=4, 6=5 e 5=6 e estão incluidos na Ordem Externa. Representam as “Divindades Veladas”, e seus lugares são antes do Véu (Paroketh), que é dividido em duas partes no ponto de ruptura, como se fosse um substituto aos Véus de Ísis e Néftis que só podem ser penetrados pelos Iniciados. O Imperator governa, por que em Netzach, que é o grau mais alto da Primeira Ordem, ele é o fogo refletido de Geburah. O Praemostrador é o segundo, por que em Hod está a água refletida de Chesed. Cancellarius é o terceiro, por que em Yesod está o ar refletido de Tiphareth. Em cada Templo esses três chefes são coeternos e iguais, figurando a Tríade em Unidade, embora tenham funções diferentes: Ao Imperator cabe comandar. Ao Praemostrador instruir Ao Cancellarius recordar. “Mesmo que desça o Fogo Flamejante e as águas silentes reflitam toda imagem e o ar errante receba todo som” A síntese dos três chefes está na forma de Thoth que está atrás do Véu. O Imperator também pode ser relacionado à deusa Néftis por causa de sua relação com Geburah. O Praemostrador com Ísis por causa de Chesed e o Cancellarius à Thoth por sua função de recordante. As Posições dos Invisíveis. Os Deuses dos Elementos Suas posições são nos quatro pontos cardeais da Câmara como guardiães invisíveis do Templo e estão colocados de acordo com os ventos, atrás das posições do Hierofante, Dadouchos, Hiereus e Stolistes. Entre eles estão as posições dos quatro vice gerentes dos Elementos, e eles estão situados nos quatro cantos do Templo marcados como os quatro rios do Éden no Warrant (Um documento pelo qual alguns membros da Golden Dawn foram considerados farsantes, ele deve ser assinado por S.D.A. e outros e autorizar a fundação do Templo), que mais tarde representam o Templo em si, do qual os guardiães são os Querubins e os vice gerentes nos palácios dos governantes Amenshet a NE, Touthmathph a SE, Ahephi ou Ahapsi a SO, Kabetznuph a NO.

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O Lugar da Tríade Maligna Este é o lugar de Yesod, é chamado de lugar do Maligno, o Assassino de Osíris. Ele é o Tentador, o Acusador e o Algoz dos Irmãos. Ele é frequentemente representado no Egito com a cabeça de um dragão aquático, o corpo de um leão ou leopardo e a traseira de uma cavalo marinho. Ele é quem administra o lugar da Tríade Maligna, da qual os membros são: Apophis. O Dragão Parado. Satan-Typhon. O Assasino de Osíris Besz. O poder brutal da força demoníaca. O Lugar de Harpócrates A próxima posição invisível será no caminho de sameck, entre o lugar de Thêmis e o da Tríade Maligna e este é lugar de Lótus, o Senhor do Silêncio e até mesmo de Harpócrates, o irmaõ mais novo de Hórus. Ísis e Néftis As posições são nos Pilares de Netzach e Hod respectivamente, mas essas duas grandes deusas não são mostradas dessa forma ainda neste grau, a não se em conexão com o Praemostrador e o Imperator. Arouerist Seu lugar secreto é a última das posições invisíveis e ele permanece com o Hierofante, embora o represente na Ordem Externa. Por enquanto o Hierofante é 5=6 e só é mostrado como o Senhor dos Caminhos no Portal. Então, quando ele sai de seu lugar no Trono do Leste, o assento de Aeshuri, ele não é mais Osíris e sim Arouerist. A posição invisível de Arouerist pode ser portanto a do passado imediato do Hierofante. Os Oficiantes e as posições dos Oficiantes O Hierofante O lugar do Hierofante é no Leste do Templo, na parte externa de Paroketh para organizar o Templo sob a presidência dos chefes. Ele completa o lugar do Senhor dos Caminhos agindo como um introdutor aos Mistérios Sagrados. Seus símbolos e insígnia são: O O O A

Trono do Leste no caminho de sameck sem o Véu manto vermelho brilhante cetro de cabeça coroada Bandeira do Leste

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6 O Grande Lamen “Expositor dos Mistérios Sagrados” é o nome do Hierofante e ele é Aeshurist, ou Osíris do Mundo Inferior Essa é a bandeira: O topo é de aproximadamente 2/3 de comprimento dos lados. Os lados convergem ligeiramente ao se aproximarem da ponta. A ponta inclina-se para baixo a mais ou menos dez graus horizontais. No centro da bandeira está a Cruz da Cavalaria. Sobreposto à junção central desta cruz está um hexagrama composto por dois triângulos de cores contrastantes (fontes independentes falam em azul e vermelho). As bordas que formam cada triângulo se entrelaçam com a do outro. O entrelace é arranjado de forma a deixar um grande pedaço descoberto em cada ponta. A ponta superior do hexagrama toca exatamente a ponta superior da Cruz da Cavalaria e as outras pontas são arranjadas de forma que o centro do hexagrama com a junção dos braços da cruz. (Há um defeito na ilustração, ela deveria conter um Tau branco em seu centro) O Lamen do Hierofante: Esse é um emblema circular. Os entrelaces (?) sugerem que as diferentes partes devem ter cores diferentes. Dentro da figura circular há um espaço e depois um círculo concêntrico. Neste círculo está a Cruz da Cavalaria com um anel circular concêntrico nas extremidades da cruz que intercepta os braços de modo a sugerir que o braço superior e os laterais se encontrariam se a interseção fosse visível ao invés de estar por baixo dos braços.

Hiereus A posição de Hiereus é no extremo Oeste do Templo, no ponto mais baixo de Malkuth e em sua parte negra, representando um deus terrível e vingativo nos limites da matéria, à beira das qlippoth. Seu Trono é sobre a matéria e vestido de Escuridão, sob seus pés estão o raio e o trovão, duas forças que simbolizam o impacto dos caminhos de Shin e Coph (Fogo,Peixes), terminando em Malkuth. Além disso, ele está ali colocado como um poderoso e vingativo guardião dos Mistérios Sagrados. Seus símbolos e insígnias são: O Trono do Oeste nos limites de Malkuth O Manto de Escuridão A Espada A Bandeira do Oeste Lamen “Vingança dos Deuses” é o nome de Hiereus, ele é Hórus na Cidade da Cegueira e a ignorância ao mais alto. Esta é a bandeira do oeste: É uma bandeira negra, o topo tem aproximadamente 7/8 de lados que são paralelos. A base tem um calço apontando para baixo que a inclina dez graus da linha

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7 vertical. No centro da bandeira está uma cruz de cavalaria sobreposta a outra cruz de cavalaria maior que ela , mas de cor diferente. Há um triângulo equilátero composto por bordas brancas junto à cruz. Esse triângulo é voltado para cima e quase chega a tocar os limites superiores e inferiores da bandeira. O Lamen de Hiereus: Esse é um anel circular branco que rodeia um espaço negro contendo um triângulo equilátero virado para cima. O triângulo é composto por bordas brancas e é negro em seu centro.

Hegemon A posição de Hegemon é entre os dois pilares, cujas bases estão em Netzach e Hod, na interseção dos caminhos de Pe e sameck no Portal simbólico da Ciência Oculta, como se fosse a viga do equilíbrio das Escalas da Justiça no ponto que une os caminhos menores com o de sameck e forma uma coluna mediana. Ela está lá colocada como guardiã dos limites de entrada e preparadora dos caminhos do Entrante daí para a frente. Além disso é quem reconcilia Luz e Escuridão e a mediadora entre as posições do Hierofante e de Hiereus. Seus símbolos e insígnias são: O Manto de puro branco O Cetro com cabeça encimado por Mitra Lamen “Perante a face dos deus no Limiar” é o nome de Hegemon e ela é a deus Thêmis em dupla forma, Thmais e Thmait. O Lamen de Hegemon: É um anel circular preto contendo um espaço em branco, onde está uma Cruz de Cavalaria preta.

O Kerux O Kerux é a forma principal de Anúbis. É o sentinela em forma auxiliar. Kerux é Anúbis do Leste, enquanto que o Sentinela é Anúbis do Oeste. O Kerux é o arauto, o guardião e vigilante dentro do Templo, como o Sentinela é o vigilante fora dele. Sua insígnia particular de trabalho é a lâmpada vermelha e a vara. “Vigilante dos Deuses” é seu nome, e ele é Anúbis perante eles. Stolistes

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8 A posição de Stolistes é em meio à parte norte da Câmara e a noroeste do Pilar Negro. Ela tem o manto e a insígnia do Templo. Sua insígnia particular é a Taça. “A Deusa dos Pratos da Balança no Pilar Negro” é seu nome, e ela é Auramooth, ou a Luz que brilha através das águas sobre a Terra. A Taça de Stolistes: São três figuras negras lineares sobrepostas numa Árvore da Vida ligeiramente modificada. Cada sephira é representada por um anel branco que circunscreve um disco branco e não são desenhados caminhos. A sephira é deslocada para se adequar às necessidades das figuras lineares: Kether flutua sobre um crescente que toca Chocmah e Binah. Um anel toca o fundo do crescente e traz Chesed, Geburah, Netzach, Hod e Yesod em sua borda. Tiphareth flutua no centro do anel. Um triângulo equilátero de bordas pretas toca Yesod com seu ápice e inclui Malkuth em sua base. O todo sugere uma taça sobreposta à Árvore da Vida. Dadouchos A posição de Dadouchos é na parte Sul da Câmara e a sudoeste do Pilar Branco. Ela é encarregada das luzes, do fogo e do incenso do Templo. Sua Insígnia é a Suástica. “Deusa dos Pratos da Balança no Pilar Branco” é o nome de Dadouchos e ela é Thoum-aesh-neith, ou a Perfeição através do Fogo que se manifesta na Terra.

O Grau de Neófito Abertura Os oficiantes e membros são convocados pelo Kerux a se dirigirem à direita do Hierofante, que olhando para o Oeste levanta sua vara, como um símbolo do Raio da Luz Divina que vem do Triângulo das Três Superiores e grita: “HEKAS, HEKAS, ESTE, BEBELOI” para que o mal e os não iniciados se retirem assim que o triângulo for formado sobre o Altar. O hierofante então pede a todos os presentes que o ajudem na abertura da Câmara dos Neófitos e ao Kerux que se certifique de que a Câmara está devidamente protegida. Os Frateres e Sorores dão o Sinal de Neófito, após o qual o Hiereus explica que os nomes dos três oficiantes chefes começam com a “letra do sôpro”, H, mas que no nome de Osíris o H é mudo e escondido, como se encoberto pelo O. No nome de Hórus ele é manifesto e violentamente aspirado, enquanto que no nome de Themis ele é em parte um, em parte outro.

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9 Tendo explicado o significado da letra H , o Hiereus recapitula os postos e deveres dos oficiantes, ocultamente estabelecendo o Templo para que a Luz Divina possa brilhar na Escuridão. Ao explicar a própria posição o Hierofante diz: “Meu lugar é no trono do Leste, que simboliza a ascensão do Sol da Luz e da Vida. Meu dever é regular e governar esta Câmara de acordo com as leis da Ordem. A cor vermelha de meu robe simboliza a Luz: minhas insígnias são o cetro e a Bandeira do Leste, que significam Poder e Luz, Misericórdia e Sabedoria, e minha função é de Explanador dos Mistérios” Segue-se então a purificação da Câmara e dos membros pela água e pelo fogo, após a qual o Hierofante ordena que se dê a Circambulação Mística pelo Caminho da Luz. A procissão de oficiantes e membros é então formada no Norte em prontidão para a Circambulação no Caminho de Luz. Começa pêlos Stolistas, o símbolo das águas da criação atraindo o Divino Espírito e aludindo portanto à criação do mundo, enquanto que a “Circambulação Reversa” começa pêlos Dadouchos, simbolizando o julgamento e o fim do mundo pelo fogo. A Circambulação começa pêlos caminhos de Shin e Resh, trazendo à ação o fogo solar, enquanto que a reversa começa em Koph e Tzaddi trazendo à ação o refluxo aquático. Esta é a ordem da Circambulação: Primeiro vem Anúbis, o Guardião dos Deuses, a seguir Themis, a Deusa da Câmara da Verdade, então Hórus, os membros restantes em ordem do precedência e finalmente as Deusas do Equilíbrio, e tudo se dá como uma grande roda que girasse, como foi dito: “Uma roda sobre a Terra, ao lado do querubim”. Veja também o Rashish haGilgalim. Nesta roda o lado ascendente começa abaixo do Pilar de Néftis e o lado descendente a partir do Pilar de Ísis, sendo o contrário na Circambulação Reversa. O eixo da roda é a estação invisível de Harpócrates, como se o deus lá estivesse parado com o Sinal de Silêncio, sendo ocultamente o centro da roda, que sozinha não se moveria. O objetivo da Circambulação Mística é atrair e fazer conexão entre a Luz Divina e o Templo, por isso o Hierofante sai de seu trono para fazer parte dela, mas volta a ele para atrair através de seu cetro a Luz que está por trás dos Véus. Cada membro quando passa pelo Trono do Leste dá o sinal do entrante, projetando à frente a luz que veio do Hierofante. Mas Hórus passa apenas uma vez, pois ele é o filho de Osíris e herdeiro da Luz, como direito de nascença, por isso ele vai até Hegemon, a Deusa da Verdade, passa duas vezes, pois seu domínio é o Equilíbrio das Duas Medidas e ela se retira para seu posto e fim de completar o refluxo do Pilar do Meio. Mas Anúbis do Leste e os outros circambulam. Tendo completado a Circambulação, os membros e os oficiantes permanecem em pé enquanto o Hierofante repete a Adoração:

remanescentes

“Sagrado és Tu, Senhor do Universo! Sagrado es Tu, cuja Natureza não tem Forma! Sagrado es Tu, Vasto e Poderoso! Senhor da Luz e das Trevas!”

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10 ( A cada uma dessas sentenças todos se curvam e fazem o sinal, os oficiantes levantando suas bandeiras, cetros, espadas e vara às alturas e então os afundam em saudação) O hierofante ordena que o Kerux declare a Câmara dos neófitos aberta, o que ele faz nas seguintes palavras: “Em nome do Senhos do Universo eu declaro que o Sol se levantou, e que a Luz brilhou sobre as Trevas” Após isso os oficiantes chefes repetem as palavras místicas: “KHABS AM PEKHT” “KOX OM PAX” “LUZ EM EXTENSÃO” A abertura então termina e começa a Admissão Admissão O candidato aguarda fora do Portal, sob os cuidados de um sentinela, que está sob cuidados de uma forma de Anúbis do Oeste. O hierofante informa aos membros que possui uma tarefa chefes da Segunda Ordem para que proceda a iniciação que candidato ao conhecimento de seu Eu Superior, mas que admitido ao Grau de Neófito, que não tem número, ocultando as coisas pelo simulacro do Nada.

dada pelos honrados irá levar por fim o ele é primeiramente o princípio de todas

Hegemon, representante dos Deuses da Verdade e da Justiça é destinada a supervisionar a preparação, também simbolizando que é o Presidente do Equilíbrio que deve administrar o processo de iniciação, equilibrando as forças no candidato através da retidão e do auto controle. Mas é o sentinela que prepara o candidato nesse momento. O corpo do candidato está rodeado por uma corda tripla, que simboliza a restrição dos poderes da natureza e que é tripla para mostrar o Triângulo Branco das Três Superiores. Seus olhos estão vendados, simbolizando que a luz do mundo natural é escuridão quando comparada à radiância da Luz Divina. O ritual prossegue: Hegemon: “Filho da Terra, levante-se e entre no Caminho da Escuridão” O hierofante dá sua permissão , ordenando que stolistas e dadouchos ajudem ao Kerux na recepção, mas o Kerux barra a passagem dizendo: “Filho da Terra! Impuro e não Consagrado! Você não pode entrar em nossa Câmara Sagrada!” Em conseqüência disso os stolistas purificam o candidato pela água e os dadouchos o consagram pelo fogo. E o Hierofante fala, não como diante de uma assembléia de mortais, mas como um Deus perante uma assembléia de Deuses. E sua voz deve ser dirigida de tal forma que atravesse o Universo e alcance os confins do Espaço, e o candidato deve representar perante ele um mundo, que ela começará a introduzir no conhecimento

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11 do Sagrado Anjo Guardião. Como foi escrito: ‘ E um clarão brilhou no Leste e alcançou o Oeste e assim deve ser a vinda do Filho do Homem!” O candidato é chamado durante a cerimônia de “Filho da Terra”, representando a natureza terrena e material do homem, que veio de Malkuth para se esforçar em adquirir o Conhecimento da Luz. Além do mais, esse é o caminho que os iniciados chamam de Caminho da Escuridão, pois é escuridão e loucura para o homem natural. O hierofante ao dar sua permissão para que o Kerux admita o candidato, o sela também com um mote, como um novo nome. Esse mote não é dado por outro homem, ele é um resumo da aspiração oculta da alma do candidato. Em afirmação a este mote Osíris manda que a Deusa dos Pratos da Balança batize o aspirante com água e com fogo. Como foi escrito: “Aquele que não nascer da água e do Espírito não entrará no Reino dos Céus.” Entretanto o Kerux ainda barra a passagem, o candidato ainda não está puro. Imediatamente a Deusa das Escalas o purifica e consagra. Essa é a primeira consagração. Mas da mesma forma como existem quatro pilares nas extremidades de uma esfera onde as sephiroth são projetadas, também existem quatro consagrações ao candidato. A recepção e consagração se dão na parte negra de Malkuth e quando é terminada o candidato é conduzido ao pé do Altar, a porção citrina de Malkuth e a parte que recebe a impacto do Pilar do Meio. O Hierofante então diz ao candidato: “Filho da Terra! Por que pedes admissão nesta Ordem?” Hegemon responde pelo candidato: “Minha alma vaga pela escuridão procurando pelo Conhecimento Oculto e eu acredito que nesta Ordem o Conhecimento da Luz pode ser obtido.” O Hierofante pergunta ao candidato: “Estás disposto, na presença desta assembléia, a assumir a solene obrigação de manter inviolados os segredos e mistérios de nossa Ordem?” O candidato responde: “Sim, estou”. O hierofante então caminha até os pilares, mostrando que o julgamento está concluído. Ele vem ao Leste do Altar, se interpondo entre o candidato e o lugar da Tríade Maligna. Ao mesmo tempo o Hiereus se coloca à esquerda do candidato e Hegemon à sua direita, formulando a ele o símbolo da Tríade antes que seja permitido que ele coloque sua mão direita no centro do Triângulo Branco das Três Superiores no Altar. Ele deve antes se ajoelhar em adoração a este símbolo, como se o homem natural renunciasse sua vontade perante a Consciência Divina. O hierofante ordena que o candidato se ajoelhe para colocar sua mão esquerda na do iniciador e a direita sobre o Triângulo Branco simbolizando sua aspiração de atingir a Alma Elevada. O candidato abaixa sua cabeça e o Hierofante dá uma batida com seu cetro, afirmando com isso que a submissão ao mais Alto está agora completa. Nesse momento a imagem de Thoth interrompe o sinal do entrante e passa ao sinal do silêncio, permitindo a primeira descida real do gênio sobre o candidato, que desce através da posição invisível de Harpócrates, como testemunha do compromisso.

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12 Todos se levantam e o candidato repete o compromisso para o hierofante. Nele promete manter o segredo da Ordem, seu nome, o nome dos membros , bem como o procedimento durante os encontros. Promete manter relações afáveis e benevolentes com todos os frateres e sorores da Ordem. Promete prosseguir com zelo e estudar as ciências ocultas. Jura manter tudo o que foi dito sob a penalidade de “submeter-me à hostil e mortal corrente de vontade colocada em ação pêlos chefes da Ordem, através da qual hei de cair morto ou paralisado, sem que hajam armas visíveis, como se tivesse sido fulminado por um raio. (O Hiereus aplica sua espada). Que o Senhor do Universo e a Alma Elevada me ajudem” Enquanto o candidato afirma sua punição caso venha a se tornar um traidor da Ordem, a Tríade Maligna se levanta em ameaça. Hórus coloca a lâmina de sua espada no ponto de junção de Daath (isto é, do cérebro com a espinha) mostrando o poder de Vida e Morte sobre o corpo natural. E a Forma do Eu Elevado avança e coloca sua mão na cabeça do candidato pela primeira vez com as palavras: “ Ajude-me Senhor do Universo e a minha própria Alma Elevada” Essa é a primeira asserção que faz ligação entre eles. Depois que esta conexão está estabelecida o hierofante levanta o candidato com as seguintes palavras: “Levante, novo Neófito juramentado sob o Grau 0 = 0 da Ordem da Golden Dawn. Coloquem o candidato na parte Norte da Câmara, o lugar da Escuridão simbólica”. O candidato é colocado no Norte, o lugar da estação invisível de Taaur, o Touro da Terra. libertador da matéria, Osíris na primavera. Como e aridez do inverno, o candidato pode também libertação da escuridão e da ignorância.

grande escuridão simbólica, a Mas lá está também Ahapsi, o a terra que emerge da escuridão estar certo do início de sua

Osíris então fala ao candidato: “A voz de minha Alma Elevada disse a mim: Que eu entre pelo caminho da Escuridão, através dele eu obterei a Luz. Eu sou o único ser no abismo. Da Escuridão eu nasci, vim do silêncio do sono primal! E a voz das eras respondeu à minha Alma: Eu sou aquele que se manifesta na Escuridão, mas não sou Trevas.” E isto é para confirmar a ligação estabelecida entre o Neschamah e o gênio através da concepção dele no Ruach. Além disso, Osíris fala posteriormente sobre o caráter da Alma Elevada, a forma simbólica que está agora parada perante ele , entre os pilares. Se dá então a Segunda Circambulação , no Caminho da Escuridão, tendo a simbólica Luz da Ciência Oculta a guiar o caminho. Essa luz do Kerux é para mostrar que a Alma Elevada não é somente a Luz Divina, mas antes disso uma centelha da Chama Divina. Após o Kerux vem Hegemon conduzindo o candidato e então stolistas e dadouchos. Eles passam uma vez ao redor do templo em solene procissão, e este é o estabelecimento na Escuridão do ângulo de Binah do Triângulo de Luz Inefável. O hierofante bate uma vez enquanto os passa e o Hiereus faz as afirmações de Misericórdia e Vingança respectivamente. Na segunda vez eles passam e o hierofante vai formulando o ângulo de Chokmah. O Kerux barra a passagem dizendo: “Filho da Terra! Impuro e Não Consagrado! Você não pode seguir pelo caminho do Oeste!” Isso quer dizer que o homem natural não pode obter sequer a compreensão do “filho” de Osíris, a não ser pela purificação e pelo equilíbrio. O candidato é

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13 então purificado com água e consagrado pelo fogo, após o que é permitido que ele se aproxime do lugar do Crepúsculo dos Deuses. Ele agora é enganado por um momento, para que obtenha um vislumbre do Além. O Hiereus faz um desafio: “Você não pode passar por mim , diz o Guardião do Oeste, a menos que possa dizer meu nome!” Esse desafio se refere ao conhecimento da Fórmula, e que sem que a fórmula de Hórus seja transmitida, a de Osíris jamais poderá ser compreendida. Para o candidato isso parece ser a fúria do Deus, pois ele ainda não é capaz de compreender que antes que a brandura possa ser exercida corretamente , as forças da Severidade e da Misericórdia devem ser conhecidas e manejadas. Por isso é que Hegemon responde por ele: “Escuridão é Teu Nome! Tu és o Grandioso do Caminho das Sombras” Hegemon levanta repentinamente o véu do candidato, que vê aos pés do trono o Hiereus com a espada apontada para seu peito, cravando lentamente a lâmina e dizendo: “Filho da Terra, o medo é tua queda! Antes de tudo, não tema pois a Virtude não pode habitar no coração do covarde, você me conheceu, agora pode seguir em frente.” Então o Kerux novamente barra a passagem dizendo: “Filho da Terra, Impuro e Não Consagrado! Você não pode seguir pelo caminho do Leste!” Esta barragem do caminho é uma extensão do significado da fórmula anterior e o início do estabelecimento do ângulo de Kether. Mais uma vez o candidato é purificado com água e consagrado com fogo e mais uma vez se forma um lôgro para dar um vislumbre da Luz que existe por trás da Escuridão. O Hierofante lentamente levanta seu cetro e diz: “Filho da Terra! Lembre-se de que a Força desequilibrada é o mal. A Misericórdia desequilibrada não passa de fraqueza e a Severidade desequilibrada é opressão. Deves conhecer e passar até o Altar Cúbico do Universo.” Assim é formulada a força do Pilar Central. O hierofante então deixa seu trono e passa entre os pilares detendo-se na posição de Harpócrates, no Lugar da Tríade Maligna ou ao Leste do Altar. O Hiereus permanece à esquerda do candidato e Hegemon à sua direita. Isso completa mais uma vez a formulação da Tríade das Três Superiores. O hierofante o e Hiereus podem segurar suas bandeiras, de qualquer forma isso será feito astralmente e o Eu Superior do candidato será formulado mais uma vez na estação invisível de Harpócrates. O hierofante diz: “Que o candidato se ajoelhe enquanto eu invoco o Senhor do Universo” Após a oração ser solenemente repetida diz: : “ Que o candidato se levante ! Filho da Terra! Por muito tempo você esteve na Escuridão! Deixe a Noite e procure pelo Dia!” Com as palavras : “ que o candidato se levante” o engano é desfeito. O hierofante, o Hiereus e Hegemon unem seus cetros e espada sobre a cabeça do candidato, formando assim a Tríade Suprema e dizendo que o aceitaram na Ordem com as seguintes palavras: “Frater XYZ, nós o recebemos na Ordem da Golden Dawn!” “Que a Luz surja sob o candidato!” Eles então recitam as palavras místicas “KHABS AM PEKHT” como que selando a corrente de Luz Flamejante.

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Mas a Alma Elevada permaneceu na posição invisível de Harpócrates e, para a visão do espírito, deve haver um resplandecente triângulo branco sobre a testa do candidato, o símbolo do Triângulo Branco das Três Superiores. O hierofante, agora adiante do Kerux, virando-se ao candidato diz: “ Enquanto você vagueava na escuridão, a lâmpada do Kerux esteve sempre à sua frente embora você não pudesse vê-la! Este é o símbolo da Luz escondida das Ciências Ocultas” Aqui é representada a ele uma vaga noção de seu ideal, que ele ainda não é capaz de compreender nem de analisar, pois esta Luz não simboliza seu próprio Eu Superior, mas sim um raio dos Deuses para conduzi-lo até lá. O hierofante então continua: “ Que o candidato seja conduzido ao Leste do Altar. Honrado Hiereus, Eu lhe delego o dever de transmitir ao candidato os sinais secretos, a grande palavra e a senha do Grau 0 = 0 da Ordem Externa da Golden Dawn, de coloca-lo entre os pilares místicos e de supervisionar sua Quarta e última consagração.” O Leste do Altar é o Lugar da Tríade Maligna e ele é levado até lá como uma afirmação de que ele irá calcar sob seus pés sua persona maligna, que se tronará então um apoio, mas deve primeiramente ser colocada em seu devido lugar. O Hiereus nesse momento confere-lhe os sinais secretos, etc e durante essa parte da cerimônia a posição dos oficiantes chefes é a seguinte: o hierofante no trono do Leste, o Hiereus no leste do Pilar Negro e Hegemon no leste do Pilar Branco. Os três novamente formando a Tríade e a fortalecendo. Sendo assim, a Alma Elevada será formada entre os pilares, no Lugar do Equilíbrio, estando o candidato colocado no lugar da Tríade Maligna. O Hiereus avança entre os pilares até a estação invisível de Harpócrates. Tendo explicado os sinais o Hiereus conduz o candidato à frente, entre os pilares, e pela segunda vez na cerimônia a Alma Elevada se aproxima e fica pronta a tocalo. O Hiereus volta ao Leste do Pilar Negro para que os três oficiantes chefes possam dirigir-lhe as forças da Tríade Superior O candidato agora está entre os pilares, atado com a corda como se fosse uma forma mumificada de Osíris, entre Ísis e Néftis. É nessa posição que se dá a Quarta e última consagração pela Deusa da Balança. O aspirante pela primeira vez está entre os pilares, no ponto onde se localizam as forças equilibradas das Balanças e enquanto isso o Kerux vai até o Norte, pronto para a Circambulação como também para a última consagração do candidato. Os stolistas então dizem: “Frater XYZ, eu finalmente te consagro pela água” E os dadouchos: “Frater XYZ, eu finalmente te consagro pelo fogo” E o efeito disso é selar na esfera de sensação do candidato os pilares de uma forma equilibrada. Pois no homem natural os símbolos estão desequilibrados em força, alguns mais fracos e outros mais fortes, o efeito da cerimonia é fortalecer os fracos e purificar os fortes, os equilibrando gradualmente e ao mesmo tempo fazendo a conexão entre eles e a força correspondente no macrocosmos. O Hierofante então diz: “Honrada Hegemon. Tendo realizada a consagração final do candidato, eu ordeno que você retire a corda, o último símbolo referente à Escuridão que permaneceu,

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15 e que o invista com a medalha de Grau. Ela simboliza a Luz descendo sobre as Trevas.” Tendo os quatro pilares assim estabelecidos o candidato pode ser investido com a medalha do Triângulo Branco das Três Superiores, formulada na Escuridão e somente agora a Alma Elevada está pronta a ligar-se a ele se a vontade humana do homem natural consentir com isso. Por que o livre arbítrio do candidato enquanto homem natural jamais é subjugado, nem pela Alma Elevada e nem pela cerimônia, mas se a vontade consentir, toda a cerimônia é dirigida ao fortalecimento de sua ação. E enquanto a medalha é colocada sobre ele, as duas grandes deusas, Ísis e Néftis nas colunas abrem suas asas sob a forma de Osíris para restabelecer-lhe a vida. A Circambulação Mística segue então o Caminho da Luz para simbolizar o surgimento da Luz no candidato através do auto sacrifício. Enquanto ele passa pelo trono do Leste, a cruz vermelha da cavalaria é formulada astralmente sobre o Triângulo Branco das Três em sua testa, então, enquanto ele pertencer à Ordem ele terá esse símbolo potente e sublime como uma conexão com seu Eu Superior e como um auxílio em sua busca pelas Forças da Luz Divina para sempre, basta que ele deseje. A Alma Elevada ou gênio retorna à estação invisível de Harpócrates, no centro oculto, ainda retendo sua ligação com o candidato. O Hierofante prossegue: “Frater XYZ, eu devo lhe parabenizar por ter passado com tanta coragem pela cerimônia de Grau 0 = 0 da Ordem Externa da Golden Dawn. Eu agora irei lhe explicar brevemente os símbolos principais de seu grau”. Quando estes tiverem sido explicados, o Kerux , enquanto Anúbis anuncia que o candidato foi admitido como Neófito nas seguintes palavras: “Em nome do Senhor do Universo e por ordem de nosso honrado Hierofante, que seja conhecido por todos que eu proclamo que AB, que a partir de agora será conhecido pelo mote XYZ foi admitido no Grau de Neófito da Ordem Externa da Golden Dawn” O Hiereus chama o Neófito e o parabeniza por ter sido admitido como membro da Odem “cujo objetivo e finalidade é o estudo prático da ciência oculta.” Depois disso o hierofante estabelece claramente os princípios que o neófito deve começar a estudar. Quando isso termina, o Kerux conduz o neófito à sua mesa e lha dá uma solução dizendo-lhe que coloque algumas gotas de um prato que está à frente dele. Quando o faz, a solução muda de cor e o Kerux diz: “Como este fluído puro, límpido e incolor mudou e se tornou semelhante ao sangue, que você mude e pereça se vier a trair o juramento de segredo desta Ordem por palavras ou ações.” O hierofante então diz: “Tome sua posição e lembre-se que sua admissão nesta Ordem não lhe dá o direito de iniciar qualquer outra pessoa sem a permissão dos honrados chefes da Segunda Ordem” Aqui termina a admissão e começa o fechamento. O Encerramento A cerimônia de encerramento é aberta pelo grito: “HEKAS, HEKAS, ESTE, BEBELOI !”

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e a maior parte de seu simbolismo é explicada na abertura. A Circambulação Reversa é destinada à retirada da Luz da Tríade Superior do Altar. Ocorre então a Adoração a após dela a comida mística, ou Comunhão do Corpo de Osíris. Seu nome místico é a “Fórmula do Justificado”. O Hierofante diz: “Não há mais nada a ser feito a não ser partilharmos em silêncio da comida mística composta dos símbolos dos quatro elementos e nos lembrarmos de nosso voto de segredo.” O Kerux vai ao altar e acende o incenso colocado no ângulo sul da cruz. O hierofante deixa seu trono, vai ao oeste do altar e encarando o leste, saúda e continua: “Eu lhes convido a inalar comigo o perfume desta rosa como um símbolo do Ar ( rosa perfumada), a sentir comigo o calor desse fogo sagrado (coloca a mão sobre ele), a comer comigo desse pão e desse sal que representam a terra (come) e finalmente a beber comigo deste vinho, símbolo do elemento água (bebe)” O hierofante vai então ao Leste do Altar e encara o Oeste. O Hiereus vem ao Oeste e saúda o Hierofante, recebendo dele os elementos. Todos então partilham nessa ordem: Hegemon e Hiereus, Stolistas para Hegemon, Dadouchos e Stolistas, membros mais antigos e dadouchos e Kerux e candidato. O Kerux diz: “Está terminado” virando a taça para mostrar que os símbolos do auto sacrifício e regeneração estão consumados. E essa proclamação é confirmada pelo Hierofante, os três oficiantes chefes dão três pancadas simbolizando a Tríade Mística e em três línguas diferentes repetem as palavras místicas: “KHABS AM PEKHT!” “KONX OM PAX!” “LUZ EM EXTENSÃO!” O Hierofante então fecha a cerimônia dando a Fórmula de Osíris: “Pois Osíris Onopphris disse: O que era perfeito antes dos Deuses disse: Esses são os elementos de meu corpo, aperfeiçoado pelo sofrimento, glorificado pela provação. O segredo da rosa que murcha é um símbolo de meu sofrimento. E o vermelho do fogo é como a energia da minha vontade inquebrantável E a taça de vinho é a efusão do sangue de meu coração sacrificado, até a Regeneração e a Vida Nova. E o pão e o sal são o sustentáculo de meu Corpo Que eu destruo para que possa ser renovado Pois Eu Sou Osíris Triunfante, o mesmo Osíris Onnopphris, o Justificado. Eu Sou aquele que recebeu corpo carnal mesmo sendo o Espírito dos Deuses Poderosos. Eu Sou O Senhor da Vida que triunfou sobre a Morte Aquele que partilha comigo se elevará comigo. Eu Sou a manifestação material daqueles cuja morada é o Invisível. Eu Sou puro, Eu estou sobre o Universo. Eu Sou quem faz a reconciliação com os Deuses Eternos Eu Sou a perfeição da matéria E sem mim o Universo não é!”

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17 “Que tudo o que nós partilhamos neste dia nos sustente em nossa busca pela Quintessência, a Pedra Filosofal, a Sabedoria Genuína, a Perfeita Felicidade, o Summun Bonum.” Todos então tiram as vestes e se dispersam.

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