Rito Escoces Retificado Caracteristicas PDF
April 12, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
Short Description
Download Rito Escoces Retificado Caracteristicas PDF...
Description
As Características do Rito Escocês Retificado
Reflexões sobre seus quatro graus simbólicos
Guy VERV L
Tradução do Francês de ntonio Rocha Fadista ÍNDICE Introdução.
I.
Disposição da Loja.
1) Rito Moderno Francês. 2) O fundador do Rito Escocês Retificado, J.B. Willermoz (1730-1824) 3) Rito Escocês Retificado a) As Colunas do Templo, b) As Grandes Luzes, c) As luzes da Ordem, d) Jóias, paramentos e ornamentos, ornamentos, e) A Espada, f) Conseqüências. II.
As circunstâncias da Recepção.
1) Primeiro e Segundo graus do Rito Moderno Francês. 2) Rio Escocês Retificado. a) Primeiro Grau, b) Segundo Grau. 3) O problema do Terceiro Grau. a) A organização em três graus, b) A lenda de Hiram – Versão moderna, c) A lenda de Hiram – Adaptação retificada ret ificada 4) A solução do Quarto Grau Retificado.
a) A Palavra Reencontrada b) A simbólica do Templo c) A doutrina de Martinez de Pasqually, d) A Jóia do Mestre Escocês de Santo André 5) Conclusões. IV.
O Cristianismo do Rito Escocês Retificado.
1) O cristianismo das Constituições de Anderson. 2) É cristão o Rito Escocês Retificado? V.
Epílogo.
I.
Introdução
O objetivo deste Trabalho é fazer uma apresentação sumária do Rito Escocês Retificado, bem como de sua mensagem específica, ao longo de seus quatro graus simbólicos. Lembramos, se é que isso é necessário, que os termos “rito em quatro graus” não implicam em uma única organização administrativa. Efetivamente, atualmente, os três primeiros graus, “azuis”, são administrados exclusivamente pelas Grandes Lojas/Grandes Orientes, enquanto que o quarto grau, “verde”, depende dos Grandes Priorados nacionais e independentes, da Ordem dos Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa. Entretanto, esta divisão administrativa não impede que haja uma continuidade de conteúdo do primeiro ao quarto grau, pela simples razão de que seus rituais foram escritos por uma só pessoa, J.B. Willermoz, de 1778 a 1809, e que estes rituais são a soma de seus conhecimentos e de suas convicções. A este fato se deve o caráter específico, ou retificado, pelo qual cada grau completa o grau precedente e anuncia o grau seguinte. Por isso mesmo, o Rito Escocês Retificado merece a denominação de Rito, mais do que nenhum outro sistema maçônico. Ressaltar a particularidade específica do Rito Escocês Retificado implica em comparar os sistemas praticados na época em este Rito foi criado. O Rito Escocês Retificado nasceu em Lyon no final do séc. XVIII. Seus fundadores, e entre eles, é claro, Willermoz, conheciam a Maçonaria francesa de seu tempo, praticada desde então até hoje sob o nome de Rito Moderno Francês, e também conheciam os graus Escoceses que constituiriam bem mais tarde o Rito Escocês Antigo e Aceito (graus de Vingança, Escoceses, Rosa-Cruz...) É em relação ao Rito Francês, particularmente em relação a certos graus escoceses deste Rito, que o Rito Escocês Retificado será comparado. Sem dúvida que toda a tentativa de introduzir na comparação dados pertencentes ao rito britânico “Antigo”, desconhecidos de nossos fundadores, só poderia levar a um impasse. Com efeito, os graus azuis (filosóficos) do REAA, que só foram criados entre 1805 e 1810, 1810, não podem servir de referência para o nosso nosso trabalho. Aliás, este assu assunto nto já foi tratado por P. Noel (1984), e nós recomendamos a leitura de seu trabalho. 2. As comparações que faremos têm por base os rituais do R.’.E.’.R.’. atualmente em uso na França e na Bélgica. A forma final destes rituais foi estabelecida com base nos manuscritos arquivados, arquivados, em sua maior parte, na biblioteca de Lyon e datam
de 1785-1787 para os graus azuis e de 1809 para o quarto grau. O Rito Francês é estudado a partir da documentação publicada em 1801 pelo Grande Oriente de França sem, entretanto, perder de vista que este Rito é muito mais antigo. Daí o grande interesse pela documentação e pelas gravuras publicadas no séc. XVIII. XVIII. (P.Noel, 1983).
Algumas pessoas poderão se surpreender de não encontrar aqui alusões ao conteúdo dos rituais da Ordem Interior dos Cavaleiros Benfeitores da Cidade Santa. Este silêncio silêncio tem várias explicações. explicações. Em primeiro lu lugar, gar, este trabalho é de interesse específico da Maçonaria Retificada simbólica, isto é, dos seus quatro graus básicos. Em primeiro lugar, a mensagem metafísica específica do R.’.E.’.R.’. está toda ela inserida nos rituais dos graus simbólicos. Por isso mesmo, de nada adiantaria buscar referências nos rituais da Ordem dos C.B.C.S. (graus filosóficos). Em segundo lugar, a Ordem dos C.B.C.S. é uma ordem cavaleiresca, baseada na Milícia do Templo, ou antes, sobre suas lembranças. Os seus princípios e os seus ensinamentos são admiravelmente analisados nas obras de J. Tourniac, às quais seria de muita presunção querer adicionar qualquer comentário. Por isso mesmo, recomendamos outras obras sobre o assunto, sobretudo a de Tourniac, de 1969. Enfim, numerosos são os ritos maçônicos nos quais a jóia da coroa é representada por graus de inspiração templária (é o caso do Rito Escocês Antigo e Aceito e do Rito de York americano). Assim, não parece indispen indispensável sável tratar aqui de um elemento do R.’.E.’.R.’. que não lhe é próprio.
3. III.
Disposição do Templo
Rito Moderno Francês A descrição do Templo do Rito Moderno Francês já foi objeto de vários trabalhos (René G., 1961; P. Noel, 1983). Para uma exposição completa sobre o assunto, recomendamos aos leitores as obras destes autores. Lembramos que o Templo do Rito Moderno Francês conservou o Átrio do Templo de Salomão, que o mesmo possui uma abóbada celeste estrelada, se apóia nas três grandes Colunas, Sabedoria – Força – Beleza, e é iluminada por três Grandes Luzes, o Sol, a Lua e o Venerável Mestre (também representado pela Estrela Flamejante). O V.’.M.’. (Sabedoria), que representa estas três colunas, forma com as duas Colunas colocadas uma de cada lado da porta do Templo, a oeste da Loja, um triângulo isósc isósceles eles (dois lados igua iguais) is) cuja base fica no ocidente. ocidente. Estas colunas (J (J – Beleza e B – Força) são associadas ao segundo e ao primeiro Vigilantes. O Templo propriamente dito é orientado do Oriente (o Santo) para o Ocidente (Santo dos Santos). O caráter salomônico das colunas é sublinhado por sua associação com os três Grandes Mestres míticos da primeira Loja de Mestre, Salomão (V.’.M.’.), Hiram de Tiro (1ºVig.’.) e Hiram Abif (2ºVigilante).
As três Grandes Luzes são representadas pelas três velas (tochas no original) colocadas em voltado Painel, mais precisamente a nordeste, a sudeste e a sudoeste, formando um triângulo retângulo de base voltada para o oriente. Estas três Grandes Luzes têm significado solsticial, joanin joaninaa e trinitária. Os dois ternários têm assim um termo comum: o V.’.M.’., que no Oriente é uma coluna e no Ocidente é uma luz (a sua, é a luz colocada a sudeste). A Loja se utiliza dos instrumentos de trabalho do Maçom: as jóias móveis (esquadro – nível – prumo) e as imóveis (pedra bruta – pedra cúbica piramidal – prancheta da Loja). O Templo é ornado pelo Pavimento Mosaico, pela Orla Dentada e pela Estrela Flamejante. Flamejante. Esta última tem significad significado o também trinitário porque ela equivale ao V.’.M.’. da Loja, terceiro termo do ternário novotestamentário. A Estrela Flamejante é, inclusive, bordada no colar do Venerável Mestre.
4.
Sistema de Posicionamento do Rito Moderno Francês
5. Os “Paramentos” da Loja são a Bíblia aberta no início do Evangelho de São João, o compasso e o maço. O ritual é explícito a respeito: “A Bíblia confere caráter sagrado às obrigações assumidas (juramentos ou promessas), o compasso mede a justeza de nossas ações e o maço serve para desbastar a pedra (bruta)” (Instrução de 2º grau). Este esquema simples (fig. 1) cria entre os símbolos da Loja laços sutis que levam a reconhecer neles “estruturas” das quais não é possível separar nenhum elemento. Estas estruturas “horizontais” intangíveis se articulam sobre “funções” verticais intercambiáveis. É possível reconhecer nos lugares-chave da Loja uma superposição de sentidos, que aprofundam o seu significado. Por exemplo, no ângulo noroeste da Loja vemos a coluna J, o 2º Vig.’., a Beleza, a Nova Aliança, Hiram Abif, e a perpendicular; ou ainda, no ângulo sudeste do Painel, o Mestre da Loja, o Cristo, o Sol do Meio-dia e a pedra cúbica piramidal. Estas “funções” verticais se organizam então em “estruturas horizontais” que são todas elas ternárias. Assim são as duas estruturas fundamentais, representadas pelos dois triângulos já descritos. Estas duas duas estruturas são ao mesmo tempo vétero-testamentárias (o átrio do Templo de Salomão) e neo-testamentárias (as três pessoas da Trindade). Ampliando ou não este significado, o que importa compreender é que uma é espacial e geográfica (as Colunas da Loja), por isso mesmo sincrônica, e a outra é temporal (os candelabros que, por sua disposição solsticial, acompanham o curso do Sol) e por isso mesmo é diacrônica. As duas dimensões que fazem parte da vida humana, o Espaço e o Tempo, são assim apreendidas em sua totalidade, o
que comprova e justifica as frases do ritual que definem as dimensões da Loja (do Oriente ao Ocidente, do Norte ao Sul, do Zênite ao Nadir) e o período de trabalho do Maçom (do Meio-dia à Meia-noite). A Loja é a imagem do cosmos em suas dimensões espaço-temporais. Ela resume e demonstra a lei da analogia que é a própria base da linguagem simbólica: “O que está em baixo é como o que está no alto”. Mas estas duas dimensões, inseparáveis e complementares, têm um significado especial vétero e neo-testamentário. Daí nasce a mensagem fundamental de que as duas Alianças também são inseparáveis e complementares. Sua justaposição e sua articulação pelo termo comum que representa o Mestre da Loja criam a Loja e, como conseqüência, o Universo. A abertura dos trabalhos deve ser assim um
6. ato espiritual de criação, que “representa” o gesto primordial do Grande Arquiteto do Universo (P. De Laey, 1987).
Vemos assim que a complexidade da Loja é muito maior do que parece à primeira vista. Isto tem como conseqüência imediata que toda a tentativa de análise de um símbolo, isolado de seu contexto, só pode terminar num beco sem saída. Daí o caráter falível das inúmeras exegeses deste tipo.
O fundador do R.’.E.’.R.’. – J. B. Willermoz (1730-1824 (1730-1824)) O Rito Escocês Retificado não existiria, em sua forma atual, sem a ação deste negociante de Lyon que foi um dos Maçons de maior destaque em seu século. Iniciado em 1750 , Venerável Mestre em 1752, ele criou em 1760 a “Grande Loja dos Mestres Regulares” de Lyon, da qual foi seu Grão-Mestre e depois Arquivista até à
Revolução.
Ávido de conhecimentos ele coleciona os altos graus, torna-se Rosa-Cruz (1765) e rejeita com horror os graus de vingança do Cavaleiro Kadosch. Em 1767, ele é recebido na Ordem dos Eleitos Cohen, criada por Martinez de Pasqually, e cujos ensinamentos terão sobre o nosso Lyonês influência capital. Em 1773, ele toma contato com a “Estrita Observância Templária” alemã, sistema de alt altos os gra graus us criad criado o pel pelo o bar barão ão de Hun Hund, d, e que tinh tinhaa por objet objetivo ivo relan relançar çar a Ordem do Templo, extinta no séc. XIV. Esta Obediência exercia também sua autoridade sobre as Lojas azuis que saíam da órbita inglesa, pela “retificação”, o que era entendido como uma simples mudança de obediência. Willermoz adotou as form formas as da Maçon Maçonaria aria templária alemã na qual introdu introduzz muda mudanças nças radica radicais. is. O seu seu ob obje jeti tivo vo era si simp mple les: s: su subs bsti titu tuir ir a Or Orde dem m da Estr Estrit itaa Ob Obse serv rvân ânci cia, a, um umaa Maçonaria reformada cuja doutrina tinha por base os temas Martinistas cujos fins reais rea is não não eram eram rev revela elados dos sen senão ão aos cor corpos pos su super perior iores es dos Gra Grand ndes es Pro Profet fetas as (reforma de Lyon, 1778). Assi As sim, m, a Companheiro, or orga gani niza zaçã ção o do ri rito to eco comp mpre reen endi diaa qu quat atro ro grau grgraus auss simb si mból ólic icos os,, abrirão os de Aprendiz, Mestre Mestre Escocês. Estes simbólicos a porta da Ordem Interior: cavaleiro, então chamado de Cavaleiro Benfeitor da Cidadee Santa Cidad Santa,, termo que substi substituiu tuiu o de cavaleiro templá templário rio para evitar a reaçã reação o da Igreja. Enfim, entre os C.B.C.S., seriam escolhidos os Profetas e os Grandes Profetas.Os Profe tas.Os esforços de Will Willermoz ermoz foram recom recompens pensados ados pela conv convocaç ocação ão da Conven Con venção ção de Wil Wilhel helmsb msbad ad (178 (1782) 2) que reu reuniu niu del delega egados dos fra franc ncese eses, s, su suíço íços, s, alemães e italianos. 7. Entre as decisões finais desta Convenção, três nos interessam especialmente: rejeitar a filiação histórica com a Ordem do Templo, o óbvio afastamento dos graus gra us operat operativo ivoss e, sob sobret retudo udo,, a mis missão são,, con confia fiada da a Wil Willer lermoz moz,, de red redigi igirr os cadernos de recepção dos graus simbólicos retificados. Em uma carta de 1810 enviada ao príncipe Charles de Hesse, Willermoz escreveu: Vossa Voss a Alteza se recorda recorda sem dúvida que o tempo os deputa deputados dos da Convenção Convenção Geral (de Wilhelmsbad) poderiam ter prolongado a duração daquela assembléia.. assembléia.... .. pois só houve a preocupação preocupação de esboçar a Reforma dos graus simbó simbólicos licos e dos dois doi s da Ordem Ordem Interi Interior. or. A versã versão o inicia iniciall dos três primei primeiros ros .... foi impres impressa sa e di dist stri ribu buíd ída a
aos aos depu deputa tado dos. s. Uma Uma
comi comiss ssão ão es espe peci cial al form formad ada a
por por Irmã Irmãos os
d’Auvergne (Lyon) e da Borgonha (Strasburgo), conhecidos conhecidos por seu grande saber,
foi encarregada encarregada de fazer .... a redaç redação ão definitiva definitiva .... As bases do 4º grau foram também tam bém retardada retardadas s e Vossa Vossa Alteza Alteza me confia confia pessoa pessoalme lmente nte as Instru Instruçõe ções s e o esboço do Painel mostrando a Nova Jerusalém e a Montanha de Sion, tendo em cima o Cordeiro Triunfante.
As circunstâncias geográficas e políticas levaram Willermoz, sozinho, a redigir os graus simbólicos, cujas versões sucessivas nós conhecemos (J. Granger, 1978,1981): Os rituais “azuis” 1778 Apresentação, na Convenção dos Gauleses, de um ritual com várias dezenas de páginas. 1782 Elaboração, para a Convenção de Wilhelmsbad de uma nova versão – um volume com o dobro de folhas do apresentado em 1778. É feita a apresentação dos elementos do primeiro grau, cuja palavra de passe era “Tubalcain”. “ Tubalcain”. 1785 O último ritual no qual, por razões diversas, a palavra “Phaleg” “ Phaleg” substitui Tubalcain. O segundo grau termina pela “rejeição dos metais”. É o texto final, praticado até hoje nas Lojas da Suíça, da França e da Bélgica. Os rituais “verdes” 1776 Primeira versão do “Escocês Verde”. Este ritual, assaz pequeno, não continha nenhuma alusão a Santo André nem ao último Painel.
8. 1778 Nova versão, sempre mencionar ainda Santo André nem o último Painel. A jóia não continha a representação de Santo André. Atualmente esta representação existe no verso da jóia. 1809 Elaboração final do grau. Introdução de “Santo André”, sem dúvida sob influência da obra do barão de Tschoudy, fund fundador ador do Grau de “Grande Escocês de Santo André d’Escócia”, atualmente o 29º grau do REAA. O reverso da jóia representa Santo André crucificado. Como já indicado na introdução, nós nos baseamos nos rituais de 1785 e de 1809, expressão definitiva do pensamento de Willermoz.
Rito Escocês Retificado Ao contrário do rito francês, o rito retificado situa a Loja no Templo propriamente dito, e não mais no átrio.
Pergunta: O que representa a Loja ?
Resposta: O Templo de Salomão reedificado misticamente pelos Maçons (Instrução do Primeiro Grau). Qual é o novo conceito que troca tudo ? a) As Colunas do Templo. No R.’.E.’.R.’. os três grandes candelabros, colocados à volta do Painel (pintado no Tapete), formam um cujacom base está nomaior) ocidente o vértice (ângulo formado pelatriângulo junção daretângulo hipotenusa o cateto estáe no sudoeste.
E os candelabros não são mais só luzes, como no Rito Moderno Francês, mas sobretudo as três colunas (Sabedoria – Força – Beleza), fundamentos da Loja. Esta nova interpretação é confirmada pelas frases pronunciadas na abertura dos trabalhos. O V.’.M.’. acende a vela (tocha no original) do sudoeste, dizendo: “Que a Sabedoria presida nossos trabalhos”. Os dois Vig.’. acendem suas velas do Ocidente, dizendo:
“1º Vig.’. : Que a Beleza os adorne,
2º Vig.’. : Que a Força os complete”
No Rito Moderno Francês, as duas colunas Beleza e Força eram representadas pelas colunas J e B colocadas de um lado e de outro da porta do Templo e a coluna da Sabedoria era representada pelo V.’.Mestre. No R.’.E.’.R.’. as três colunas são representadas pelos candelabros colocados nos ângulos do Tapete. 9. As três colunas conservam a sua orientação original (base ocidental e vértice – ápice, no original – oriental) mas elas são deslocadas de 90º à volta do Tapete. Uma vez que têm em cima as velas, convertem-se também em luzes. O R.’.E.’.R.’. materializa assim uma característica de todos os ritos escoceses : a fusão das colunas com as luzes (René G., 1961).
Deslocamento das Colunas no R.’.E.’.R.’. e fusão das Colunas com as Luzes
10. Deste deslocamento resulta resulta que a Loja ( = o templo ) é representado pelo Tapete circundado pelas colunas. De outro lado, ressaltam ressaltamos os que os atributos BBeleza eleza e Força são invertidos em relação ao Rito Francês, sem que seja evidente a razão para esta inversão. Consta que já em 1730 os “Modernos” ingleses tinham invertido a posição das colunas J e B sem modificar a disposição dos atributos Força e Beleza, nem os dos Grandes Vigilantes lendários. Os franceses adotaram esta solução. O R.’. R.’.E.’. E.’.R.’. R.’. comple completa ta a inve inversão rsão de 173 1730, 0, invertend invertendo o també também m os atributo atributoss das colunas (dupla inversão retificada).
11. O deslocamento das colunas nos ângulos do Tapete acentua o caráter véterotestamentário da Loja retificada retificada,, uma vez que enfatiza enfatiza a importância do T Templo emplo de Salomão, aqui representado pelo Painel (no Tapete), ponto de convergência dos olhares dos Maçons. Esta modificação da topografia do Templo é, verdade seja dita, imprópria do rito retificado. Reencontramos esta modificação no Rito Escocês Filosófico criado em Avignon por volta de 1774 e no Rito Escocês Antigo e Aceito, cujos graus azuis foram elaborados mais tarde (por volta de 1805-1810) (Ver E. Mazet, 1980; R. Désaguliers, 1983). Esta é de fato uma característica essencial dos ritos escoceses e aparecia já nas gravuras da divulgação : “Os franco-Maçons revelado revelados” s” (1747) texto que con continha tinha uma das mais antigas alusões ao grau de “Escocês” (P. Noel, 1984).
Mas estas inovações têm uma outra cons conseqüên eqüência cia ! Elas consag consagram ram a dico dicotomia tomia das Colunas – Tochas S – B – F e as Colunas J e B, que conservam a sua disposição original.
Sabemos que no Rito Moderno Francês a Coluna J é associada à Beleza, a Coluna B, à Força. No R.’.E.’.R.’. e nos ritos escoceses, em geral, isto não acontece. A instrução do 1ºgrau nos confirma esta dicotomia : P : Em quantas partes se divide o Templo ? R : Três, a saber: o Pórtic Pórtico o ( Átrio ou Vestíbulo), Vestíbulo), o Templo e o Santuário. P : Em que parte trabalhastes como aprendi aprendizz ? R : No Átrio ((Pórtico, Pórtico, no original). P : O que encontrastes no Át Átrio rio ? R : Uma escada de sete deg degraus raus ... P : O que mais en encontrastes contrastes ? R : Duas grandes Colu Colunas nas na entrada do T Templo, emplo, sobre uma delas delas a letra J Os Aprendizes não podiam entrar no Templo, representado pelo Painel (Tapete – Fig. 4, pág. seguinte), o que confirma a cerimônia de recepção do primeiro grau. Eles trabalharam no Átrio (Pórtico, no original) onde viram as duas Colunas J e B. O ritual distingue distingue então 3 Colun Colunas, as, que estão no interior interior do Templ Templo o e 2 Colu Colunas nas que estão do lado de fora do Templo. Esta dicotomia das colunas (3 + 2) introduz na Maçonaria um símbolo binário, considerando que até então só havia símbolos ternários ( colunas, jóias, .... etc.). Esta inovação terá conseqüências importantes para o desenvolvimento das
12.
Painel do Segundo Grau do R.’.E.’.R.’.
13. exegeses exeges es pos posteri teriores ores que res ressal saltar tarão ão os pri princ ncípi ípios os opo oposto stoss (at (ativ ivo-p o-pass assivo ivo,, masculino-feminino, masculino-femi nino, preto-branco ... etc.). Observ Obse rvem emos os,, pa para ra te term rmin inar ar o as assu sunt nto, o, qu quee o Rito Rito Esco Escocê cêss An Anti tigo go e Ac Acei eito to consa con sagro grou u def defini initiv tivame amente nte est estaa dic dicoto otomia mia ao uti utili lizar zar o term termo o “pi “pilar lares” es” par paraa designar as colunas colunas S – F – B, reservando a pal palavra avra “Coluna” para as ccolunas olunas J e B. s Grandes Luzes No Rito Moderno Francês a Loja é iluminada por três luzes fixas de menor interesse : as janelas dispostas no Oriente, no Meio-dia e no Ocidente e, sobretudo,
por três Grandes Luzes (Sol, Lua V.’.Mestre Estrela Flamejante), representadas pelos p elos grandes candelabros dispostos emeesquadro ao ou redor do Tapete (SE – SO – NO) e também pelo candelabro de três ramos colocado sobre o altar do Oriente. Estas luzes têm significado solsticial, joanino e trinitário (P. Noel, 1983). Willermoz mantém, em certa medida, a heran Willermoz herança ça fran francesa, cesa, mas o deslo deslocame camento nto dass colu da coluna nass e a su suaa fusã fusão o co com m as lu luze zess mo modi difi fica ca a me mens nsag agem em orig origin inal al (e, (e, sobretudo, a obscurece!). P : O que vistes logo que rec recebestes ebestes a luz ?
R : Três G Grandes randes LLuzes. uzes. P : O qu quee si significam gnificam estas três Gran Grandes des Lu Luzes zes ? R : O Sol, a Lua e o Venerável Mestre. Estas três Gra Estas Grande ndess Luzes Luzes sã são o sem sempre pre rep repres resent entada adass pel pelas as ch chama amass das vel velas as colocadas nas colunas à volta do Tapete. Como sabemos, estas colunas são também colunas do Templo. Por outro lado, o candelabro do altar do Oriente adquire significado próprio: P : O que mais vis vistes tes ainda ? R : Um candelabro de três ramos sobre sobre o altar do Oriente. P : A que faz alusão este candelabro ? R : À Trípli Tríplice ce Potênc Potência ia que ordena e gover governa na o mundo e que é represen representada tada na Loja pelo V.’. M.’. e pelos Vvig.’.
14. O candelabro do Oriente mantém, por isso mesmo, um valor trinitário mas, por outro lado, as respostas acima atribuem uma função trinitária aos Vigilantes Vigilantes ! É uma inovação em relação ao Rito Moderno Francês, que garantia aos Vigilantes um significado exclusivamente vétero-testamentário. Mas, se os três grandes candelabros representam o Sol, a Lua e o Venerável Mestre, como então divi dividi-los di-los ? Para o Vener Venerável ável Mestre, oA problema é simp simples les eoreso resolvido lvido na abertu abertura ra :: ele está colocado no SE (sudeste). instrução nos mostra lugar do Sol e da Lua
P : Explicai-me o sign significado ificado do Sol. R : Ele representa o Venerável Mestre, qu quee ilumina todos os irmãos da Loja Loja como o Sol ilumina o mundo. P : Explicai-me o sign significado ificado da Lua. R : Ela representa representa os Irmão Irmãoss Vigila Vigilantes ntes que que,, assim com a Lua recebe e reflete a luz do Sol para nos iluminar durante a noite, também eles recebem e refletem a luz do Venerável Mestre sobre os irmãos da Loja. O So Soll está está no Or Orie ient ntee e se conf confun unde de com com o V. V.’. ’.M. M.’. ’. e com com o ca cast stiç içal al (ou (ou candelabro) do SE (sudeste). A Lua, que se confunde com os dois Vigilantes, é colocada no Ocidente e é representada coletivamente pelos dois castiçais do Ocidente. A ruptura com o Rito Moderno Francês, deste modo, é radical :
15.
16. Enfim, se o R.’.E.’.R.’. confere aos Vigilantes um significado trinitário - que eles não possuem no no Rito Moderno Franc Francês ês - eles conservam o sseu eu simbolismo vétero-testamentário inicial ( dos Grandes Vigilantes da Primeira Loja de Mestre ). A partir deste ponto, misturam-se e enredam-se os ternários vétero e neotestamentários ! O Rito Moderno Francês sublinha de Rito dois atribuía sistemasaodistintos colunas da Lei Antiga e as luzes daa articulação Nova Lei. Este primeiro: as ternário um significado topográfico e estático, e ao segundo ternário um significado temporal e dinâmico . Os dois sistemas eram unidos por um elemento comum : o Venerável Mestre, ponto de convergência de todo o simbolismo. No Rito Escocês Retificado, tudo se mistura, o Venerável Mestre e os Vigilantes têm uma função por sua vez vétero e neotestamentária. Os três grandes candelabros são, ao mesmo tempo, colunas e luzes. Este “imbróglio” privilegia a mensagem vétero-testamentária pela ênfase posta no Templo de Salomão, centro e lugar da Loja, ênfase que será ainda acentuada pelos discursos das recepções. O esquema da página seguinte pode resumir nossas constatações (Fig. 6).
Esta nova disposição tem várias conseqüências problemáticas. A inversão dos atributos Força e Beleza tem a vantagem de restabelecer as concordâncias J – Força e B – Beleza, perdidas no Rito Moderno Francês. Mas esta correspondência é imediatamente rompida pela dicotomia das colunas-lu colunas-luzes zes e das colunas J e B, situadas fora do Templo. Templo. Por outro lado, esta in inversão versão também tem o grande inconveniente de quebrar sua correspondência com as jóias dos Vigilantes. O nível do primeiro Vigilante está unido à Beleza e à Perpendicular, enquanto que o segundo Vigilante está relacionado com a Força. Ora, a Beleza sempre tem sido o símbolo de Hiram Abif, segundo Vigilante da lendária Loja de Mestre, e a Força simbolizava Hiram de Tiro, o primeiro Vigilante dessa Loja. Parece inconcebível a lógica pela qual Hiram Abif se converte em primeiro Vigilante e Hiram de Tiro se torna segundo Vigilante. A instrução do grau de Mestre confirma esta interpretação ao reiterar as associações tradicionais tradicionais:: P : Quais são o modelos do Mest Mestre re ? R : Salomão, que recebeu de Deus o dom da Sabedoria; Hiram, Hiram, rei de Tiro, símbolo da Força, que forneceu a Salomão as madeiras e os materiais necessários para a construção do Templo e Hiram Abif, símbolo da Beleza, que projeta e executa os ornamentos que deviam embelezá-lo. Por outro lado, e isso 17. talvez seja o mais condenável, convém ressaltar as conseqüências que resultam da assimilação da Loja ao Templo.
18.
O deslocamento das colunas J e B para fora do Templo força a localização do Átrio no Ocidente da Loja e não mais no Oriente. A partir deste momento o Santo dos Santos fica situado situado no Oriente, onde ffica ica o Venerável Mestre! A orientação do Templo, tradicional e historicamente correta, ficou assim invertida e adotou a disposição habitual habitual das Igrejas ccristãs: ristãs: o Coro no Oriente e o Átrio n no o Ocidente. Esta mudança tem uma cons conseqüência eqüência ines inesperada... perada... e involuntária! Ela restabelece a situação correta das colunas J e B. Com efeito, o livro de Reis I (7,21 e 39) nos ensina que a coluna J é a coluna da direita (para um observador situado no interior do Templo). Esta disposição, respeitada no Rito Moderno original, tinha sido quebrada pela inversão de 1730. A assimilação da Loja ao Templo (dupla inversão retificada) as recoloca em seu lugar, senão pela orientação real, ao menos para o observador (com efeito, J estava colocada ao Sul e B ao Norte, segundo o texto bíblico).
19.
20. s luzes de Ordem Uma das particularidades do R.’.E.’.R.’., desconhecida dos outros ritos, é a discrição minuciosa das “luzes de Ordem” em cada grau. Estas luzes são as mesmas que temos vindo a descrever mas, consideradas em seu conjunto, elas adquirem também um outro significado, significado, impregnado de uma “numerologia” muito particular. A instrução do 4ºgrau simbólico sublinha a importância destas luzes: P : Por quê eem m cada g grau rau exi existe ste um nú número mero fi fixo xo e deter determina minado do de luz luzes es para a iluminação de Ordem ? R : Porque os n números úmeros empregados nestes graus têm um valor iintelectual ntelectual indicativo das coisas que ainda estão veladas. No primeiro primeiro e no segu segundo ndo grau graus, s, exis existem tem nove luz luzes es de Ord Ordem em : três sobre o altar do Venerável, três outras à volta do Tapete da Loja e as três últimas so sobr bree os al altar tares es do doss do dois is Vigi Vigila lant ntes es e do Secr Secret etár ário io.. Esta Estass luze luzess são, são, be bem m entendido, aquelas sobre as quais já falamos antes. Mas no R. ’.E.’.R.’. os números 3, 6 e 9 têm um significado bem particular sobre o qual falaremos ao tratar do grau de Mestre Maçom (nesta abordagem falaremos também das baterias). No grau de Mestre existem 15 luzes de Ordem, ou seja: as luzes ao redor do Tapete são tríplices, como no Rito Francês. O ritual explica isto da seguinte maneira: -
O que significam elas?
Os nove mestres que foram enviados por Salomão em busca do corpo de nosso Respeitável Mestre Hiram.
-
No 4ºgrau, existem 25 luzes de Ordem e mais particularmente vários conjuntos de 4 luz luzes, es, das qua quais is 4 em tor torno no do Tap Tapete ete.. Na nu numer merolo ologia gia de Wil Willer lermoz moz,, inspir ins pirada ada em De Pas Pasqua qually lly,, o nú númer mero o 4 é o nú númer mero o par partic ticul ular ar do hom homem: em: “O hom omem em,, a última tima em eman anaç ação ão de toda todass as clas classe sess de seres eres espi espiri ritu tuai aiss,
conseqüentemente não tendo cometido crime algum, foi o único a ser revestido de seu poder e de seu número, o quaternário divino, pelo qual ele exercia sua autoridade” (Willermoz, 1774-1776). Este poder quaternário do homem permitia que ele pudesse exercer livremente as quatro faculdades espirituais: pensamento, vontade, ação e operação das quais ele se serve, aliás, para precipitar a sua queda e criar o seu corpo material atual. Devi De vido do a is isso so,, el elee pe perd rdeu eu o se seu u po pode derr qu quat ater erná nári rio o e de pensante , tornou-se pensativo.
21. Jóias, Paramentos e Ornamentos No Retificado, as únicas únicas jóias são o Esquadro, o Nível e o Prumo, qu quee decoram o Venerável Mestre e os dois Vigilantes. Já vimos os inconvenientes que resultam da inversão dos atributos Força e Beleza em um rito que respeita a disposição tradicional do primeiro Vigilante – Nível ao Sul e do segundo Vigilante – Prumo ao Norte. Por outro lado, existem existem duas séri séries es de três “Parament “Paramentos”: os”: os móveis e os fixos. Os móveis são o compasso, a trolha e o maço; os fixos são a pedra bruta, a pedra cúbic cúb icaa e pra pranc nchet hetaa da Loj Loja. a. Os últ último imoss são atri atribuí buídos dos res respec pectiv tivame amente nte aos Apre Ap rend ndiz izes es, , ao aoss Co Comp anhe heir iros os ao aoss Me Mest res, s, co como mo as jó jóia s fixa fixas s do Rito Rito Moderno Francês. Nampan relação dosemóveis, astre trolha substitui a ias Bíblia, que “não é um emblema e nos ensina a Lei que era conservada no Santuário do Templo”. Esta frase confirma, ressaltamos, a “dupla inversão retificada” ao situar o Santuário no Orie Or ient ntee da Loja Loja,, co colo loca cado do on onde de,, no al alta tarr do Ve Vene nerá ráve vell Me Mest stre re,, está está o Livr Livro o Sagrado. Os ornamentos ornamentos da Loja são os mesmos do Rito Moderno Francês: Francês: o Pavimen Pavimento to Mosaico, a Orla Dentada e a Estrela Flamejante, Mas, inovação surpreendente, o Pavimento Mosaico “cobre a entrada do subterrâneo do Templo entre as duas Colunas”. Este subterrâneo, sobre o qual não entraremos em detalhes, mostra que as instruções foram redigidas por pessoa que conhecia os graus “crípticos” que
tratam da descoberta do Nome Sagrado em uma câmara arqueada, situada sob o Santo dos Santos (lenda do Real Arco, base dos graus ingleses e continentais do mesmo nome).
Espada Característica essencial, a Bíblia é recoberta pela Espada. Esta espada signific significaa o Poder que é confiado ao Venerável Mestre, fundado na própria Lei que constitui a Loja. Notemos que a lâmina desta espada é reta e não a “espada flamígera”. A espada tem, na Maçonaria “Escocesa”, uma importância fundamental. Ela é usada em Loja por todos e o seu manuseio, no R.’.E.’.R.’. é codificado de modo bastante preciso. Pode-se talvez afirmar, sem medo, que com a disposição das três colunas, sua presença caracteriza os ritos escoceses.
22. A bem da verdade, a introdução da Espada na Loja era já costume antigo na França. Ela tem um significado sociológico. Os primeiros Maçons (especulativos) franceses eram nobres e, como era costume na época, usavam a espada, símbolo de sua alta posição social; e era inconcebível privá-los dela, de modo semelhante ao qu quee acon aconte teci ciaa na Ingl Inglat ater erra ra.. Por Por ou outr tro o lado lado,, os id idea eais is de fr frat ater erni nida dade de implicavam em que todos, nobres ou plebeus, portavam em Loja a espada, que perdia assim o seu significado de dignidade social profana. Esta é a razão da generalização de seu emprego, bem representada pelo círculo de espadas que recebem o neófito desde 1745 (A ordem dos Maçons traídos). Daí também o desenvolvimento do ideal cavalheiresco bem distanciado das tradições artesanais, que tinha permeado o discurso do cavaleiro Ramsay em 1737. De fato, o objetivo princ pri ncipa ipall destas destas ino inovaç vações ões era ocu oculta ltarr o car caráte áterr arte artesan sanal, al, sen senão ão obr obreir eiro, o, da Maçonaria operativa e, ao mesmo tempo, atribuir-lhe origens mais reluzentes e
socialmente socialmen te aceitáve aceitáveis! is! O desenvo desenvolvime lvimento nto dos altos grau grauss de todos os ritos e sistemas contribuiu, neste sentido, para o sucesso que todos conhecemos. Conseqüências Os fundadores do Rito Retificado quebraram a coerência da Maçonaria francesa. Eles não respeitaram estruturas sutis mas essenciais, que subentendiam a sua disposição centralizadora. Daí resultou a impressão de suavidade que exala da Loja retificada e que impede a sua imediata apreensão. É cla claro ro que o R.’ R.’.E. .E.’. ’.R.’ R.’.. con conser serva va tod todos os os sím símbol bolos os maç maçôni ônicos cos trad tradici iciona onais is,, colun col unas, as, lu luzes zes,, jói jóias as ... mas a sua art artic icula ulação ção em est estrut rutura urass ter ternár nárias ias com com significados definidos, definidos, em boa medida, vira fumaça, e assim é perdida. Longe de alcançar o equil Longe equilíbrio íbrio entre duas dimen dimensões sões,, salo salomoni monica ca e espac espacial ial de um lado, e trini trinitária tária e tempo temporal ral do outro outro,, o R.’.E. R.’.E.’.R. ’.R.’. ’. as conf confunde unde de manei maneira ra complicada compl icada de tal modo que, perdido neste “imbrógl “imbróglio”, io”, o Maço Maçom m não conseg consegue ue mais separar uma dimensão da outra. Assim proced Assim procedendo endo,, o R.’.E R.’.E.’.R .’.R.’. .’. privi privilegi legiaa a mensa mensagem gem vétero vétero-testa -testamentá mentária ria em detrimento da mensagem trinitária. Daí a descristianização da Maçonaria azul (o que é, no mínimo, paradoxal, para um rito expressamente cristão) e justifica a frase do quarto grau: “Tudo o que vistes em nossas Lojas se baseia unicamente no Velho Tes tamento”.Esta interpretação n não ãoos é arbitrária. O próprio Wil Willermoz lermoz explica emTestamento”.Esta uma carta:“ Não podeis negar que três primeiros graus não podem a 23. apresentar mais do que emblemas e símbolos ... além disso, eles se baseiam no Templo de Jerusalém”.
ou no Antigo Testamento, que é baseado na lei escrita da religião revelada, que sucedeu à lei ou religião naturais, as quais são simbolizadas em nossas Lojas pelas duas colunas do Átrio. Era tudo o que os filósofos maçons de então podiam “conhecer”. (carta enviada a B. de Turkheim a 08 de junho de 1784).
Daí se conc conclui lui que, para Will Willermoz ermoz,, a desc descristi ristianiz anização ação da Loja azul acontece aconteceu u naturalme natur almente. nte. Na verdade, ele não se tinha aperce apercebido bido do profun profundo do sentido da Maçonaria francesa que ele tinha recebido! O R.’. R.’.EE.’ .’..R.’ R.’. é uma tes testemu temun nha pri rivvil ileg egia iad da do de dessen envo vollvime vimen nto da dass características “Escocesas”, que propiciaram o afastamento da tradição operativa, preservada no Rito Moderno Francês.
Lembramos:
1) a fusão das Colunas e das Luzes 2) a dicotomia das Colunas-Luzes e das colunas J e B. 3) a assimilação da Loja ao próprio Templo (a partir da disposição “escocesa” das colunas-luzes à volta do Tapete) e o seu corolário: 4) a “dupla inversão” do Templo. 5) A importância dada à Espada, em detrimento dos instrumentos de trabalho do Maçom. 6) E, finalm finalment ente, e, a des descri cristi stiani anizaç zação ão de fat fato o da men mensa sagem gem maç maçôni ônica ca pel pelaa ocultação de seu sentido. Estamos também conscientes de que o afastamento da tradição operativa, bem como a exaltação dos valores cavalheirescos (a Espada) e sacerdotais (o Templo) conduziram naturalmente à Ordem Interior (graus filosóficos). A recepção no grau de Ca Cavval alei eiro ro Benf Benfei eito torr da Cida Cidade de San anta ta,, 6ºgr 6ºgrau au do rit rito, nã não o po pode de ser compre com preend endida ida sen senão ão com como o uma dup dupla la inici iniciaçã ação, o, cav caval alhei heires resca ca e sac sacerd erdota otal, l, característica que este grau partilha com os graus 32 e 33 do R.’.E.’.A.’.A.’. R. ’.E.’.A.’.A.’.
IV.
Circunstâncias da Recepção
Primeiro e Segundo Graus do Rito Moderno Francês Neste rito, próximo das origens, a recepção no primeiro grau é simples. A mensagem se reduz aos movimentos realizados.
24. O recipiendário, preparado em uma sala anexa ao Templo, é apresentado nem nu nem vestido, e com os olhos vendados. Esta preparação serve para confirmar seu sexo (o seio esquerdo) e para prepará-lo para o Juramento (o joelho direito). Ele faz três viagens em volta do Tapete da Loja, viagens simbólicas dos perigos perigos da vida profana, que são também uma promessa de um futuro melhor. Ele presta o Juramento com a mão sobre o Evangelho entre o Esquadro (joelho direito) e o Compasso (seio esquerdo), após o que recebe a luz dentro do círculo de Espadas (introdução cavalheiresca ligada às condições sociológicas de antigamente). De agora em diante ele pode ir ao Oriente pelos três passos em esquadro efetuados sobre o Tapete (indicando assim que ele entrou na Loja). Após a sua consagração pelo Venerável Mestre, ele recebe os segredos do grau: sinais, palavras e toques. Finalmente, ele ouve a leitura da Instrução do seu grau, a qual, antigamente, era feita em torno da mesa do ágape que fechava a reunião. Esta cerimônia, simples, não era nada mais do que a admissão de um novo obreir obr eiro o na fra fratern ternida idade. de. Ela nã não o tin tinha ha nen nenhum hum car caráte áterr met metafí afísic sico o ou mes mesmo mo intelectual. Tudo se explica facilmente: o candidato estava vendado ... porque não ti tinh nhaa ai aind ndaa pr pres esta tado do o juram juramen ento to de di disc scri riçã ção; o; ele ele tinh tinhaa o seio seio esqu esquerd erdo o desnudado desnu dado ... porque porque ele devia de demons monstrar trar que nã não o era uma mu mulher lher e porq porque ue neste lugar se deve aplicar o compasso; os segredos lhe são comunicados ... que lhe permitem fazer-se reconhecer ... Esta simplicidade caracteriza ainda a recepção ao segundo grau, que é dividida em du duas as pa part rtes es.. Na pr prim imei eira ra,, o re reci cipi pien endá dári rio o real realiz izaa cinc cinco o viag viagen enss qu quee representam os cinco anos de aprendizado, durante os quais o obreiro aprende a se servir dos utensílios de sua arte. Mas estas viagens são também ligadas a
valores morais, que mostram que a mão é o prolongamento do espírito e do coraçã cor ação. o. Est Estaa pri primei meira ra par parte te da cer cerimô imônia nia pod poderi eriaa tal talvez vez ser pre presen sencia ciada da por todos os aprendizes porque, se o conhecimento teórico dos utensílios é uma coisa, o seu uso adequado é outra, e exige tempo e paciência, vontade e compreensão interior. A segunda parte, ao contrário, é, por sua vez, serena e solene. Ao completar o tempo de apren aprendizag dizagem, em, finalme finalmente nte concluí concluída, da, o recip recipiendá iendário rio sobe a escad escadaa à procura de quem o conduza à porta da câmara do meio, que não é o Templo, menos ainda o subterrâneo, mas sim um lugar próximo. E lá, ele contempla a letra G que o ilumina e cujo sentido lhe é finalmente revelado: inicial da palavra Geometria, a quinta das ciências, mas também o símbolo do Grande Arquiteto do 25. Universo. Esta letra brilha no centro da Estrela Flamejante, que também é o símbolo do Filho, como a chamam as três Grandes Luzes da Maçonaria. O Rito Moderno Francês conserva assim um caráter operativo muito marcante! Sua mensagem pode ser resumida em termos simples: o homem é um artesão da obra que se realiza no Universo (a Loja) construído pelo Criador do qual as estruturas simbólicas ilustram a passagem da Antiga para a nova Lei. Assim, a inic Assim, iniciaçã iação o artes artesanal anal termina no 2ºgrau. O Compa Companhei nheiro ro é mestr mestree de sua arte, por isso mesmo apto, assim o demonstra este “Mestrado”, a dirigir uma Loja de Maçons operativos. Mas esta simplicidade contém nela o fermento o fermento de sua decadência. A mensagem, é preciso dizer, era e será sempre muito si simp mple les! s! Daí Daí ve vem m a ne nece cess ssid idad adee de cont contin inua uarr a cr cria iarr grau grauss ad adic icio iona nais is ao aoss primeiros, e que se tornaram habituais, senão obrigatórios. Que nos seja permitido lembrar que tudo o que compõe o grau de Companheiro, em todos os ritos, constitui um afastamento da tradição operativa (salvo, talvez, o grau de Mestre Instalado). Rito Escocês Retificado
À primeira vista, o esquema da recepção é o já descrito para o Rito Moderno Francês. Passamos pelas mesmas etapas: Preparação, Introdução, Viagens, Juramento .... Mas a análise análise das fal falas as e conceitos pron pronunciados unciados durante a cerimônia demonstram a vontade de comunicar ao recipiendário uma mensagem espiritual e metafísica de maneira ainda mais alusiva. Esta men Esta mensag sagem em é des desenv envolv olvida ida seg segun undo do doi doiss eix eixos os in insep separá arávei veis: s: o des destin tino o humano e a história do Templo de Jerusalém.
1) O estado atual do homem é descrito em termos muito sombrios:
“É absolutamente necessário que estejais persuadidos de vossa fraqueza e da impossibilidade, de onde estais, de progredir na direção do Templo da Verdade” (Preparação do Instrutor). “O homem é a imagem imortal de Deus, mas quem poderá reconhecê-lo?” (1ª viagem). “Este fraco raio de luz deve ser para vós o testemunho da impossibilidade, em vosso estado atual, de fixá-lo em todo o seu esplendor”. (pequena luz). Tudo sublinha a decadência, a imperfeição, a “pequenez espiritual” do homem em seu estado atual. Mas, explícita é também a promessa que o homem de Desejo pode, por suas obras, recuperar tudo e alcançar um “Estado glorioso” no
26. qual, libertado de suas fraquezas atuais, ele chegará a contemplar a Verdade e, por isso mesmo, a Presença Divina.
Coluna quebrada com a inscrição “ “ dhuc Stat” do Primeiro Grau 27.
Esta promessa já estava contida nas palavras “Pesquisa, Perseverança, Sofrimento” e este é o sentido profundo da expressão enigmática “Adhuc Stat”, inscrito na coluna quebrada (Fig. 8, acima). 2)Esta promessa repousa, 2)Esta repousa, sobretudo, sobretudo, na figura do Templ Templo o de Jerusalé Jerusalém, m, que é o centro das instruções dos quatro graus retificados. No 1ºgrau, o ritual anuncia o objetivo da Iniciação: a entrada, simbólica, no Templo e, por isso mesmo, a fusão do Maçom com o próprio Templo. Este objetivo pode ser resumido assim: construir em seu coração o templo espiritual, do qu qual al o ho home mem m é, ao me mesm smo o temp tempo, o, o ar arte tesã são o e a ma maté téri riaa pr prim ima. a. As dificuldades a vencer na construção do templo interior são ilustradas pelo que aconteceu ao próprio Templo de Jerusalém. “O Tapete que vedes representa o famoso templo que construído em Jerusalém pelo pe lo re reii Sa Salo lomã mão: o: el elee é a re refe ferên rênci ciaa fund fundam amen enta tall da Ma Maço çona nari ria, a, e ob obje jeto to permanente de profundas meditações dos Maçons” (Instrução do 1ºgrau). “Destinad “Desti nado o a ent entrar rar nes neste te tem templo plo,, nós vos fizem fizemos os sub subir ir os doi doiss pri primei meiros ros degr de grau aus, s, ma mass como como ai aind ndaa nã não o er eraa o mo mome ment nto o cert certo, o, a po port rtaa pe perm rman anec eceu eu fechada!” A analogia Homem-Templo é ainda afirmada nestas frases, onde é lembrado o duplo caráter de construtor e de matéria prima da construção. “Dignai-te conceder ao nosso zelo um final feliz, para que terminemos o Templo quee no qu noss pr prop opus usem emos os co cons nstru truir ir pa para ra a Tu Tuaa glór glória ia”” (Ora (Oraçã ção o de ab aber ertu tura ra do doss trabalhos). E ainda: “E “Est sta a pedr pedra a brut bruta, a, na qual qual vind vindes es trab trabal alha har, r, si simb mbol oliz iza a as vo voss ssas as próp própria rias s imperfeições. Trabalhai nela sem descansar descansar para desbastar as su suas as arestas e para a polir, porque este é o único único meio que tendes para descobrir descobrir as belas formas que nela existem, existem, e sem o quê ela seria rejeitada rejeitada na construção construção do Templo que elevamos ao Grande Arquiteto do Universo”.
A ch chave ave do R.’.E. R.’.E.’.R ’.R.’. .’. é ess essa: a: com compre preend ender er que que a ass assimi imilaç lação ão do Maç Maçom om ao Templo Temp lo de Je Jeru rusa salé lém m é o ob obje jeti tivo vo da inic inicia iaçã ção o ma maçô çôni nica ca,, assi assimi mila laçã ção o esta esta repre rep rese sent ntad adaa pe pela la entrada no Te Temp mplo lo do Ma Maço çom, m, qu quee é ao me mesm smo o temp tempo o
construtor e matéria prima da sua própria construção. De outra maneira, não existe em nós o dito Templo simbólico. A nós compete edificá-lo. Esta assimilação é sincrônica. A divisão ternária do homem “Corpo – Alma – Espírito” encontra sua ccorrespondência orrespondência na di divisão visão ternária do templ templo, o, inspirada pelo próprio Deus “Átrio – Templo – Santuário (ou Santo dos Santos)”. O Maçom retificado é convidado pelas estruturas de seu rito a se debruçar sobre os
28. mistérios do Templo de Salomão, a penetrá-los e a compará-los com o que a Ordem espera dele: a construção de um Templo espiritual de mesma estrutura. Esta divisão ternária ternária do homem e do Templo é tam também bém a da matéria: Terra, Água e Fogo, Fogo, elemen elementos tos que o rec recipi ipiend endári ário o enc encont ontra ra ao lon longo go das suas viage viagens ns.. didá dátic tico o e visa o Devemo Dev emoss res ressal saltar tar que o si simbo mbolis lismo mo des destas tas viage viagens ns é aqu aquii di reconhecimento dos elementos de que o universo e o homem são constituídos. Não se trata aqui de purificação como é o caso das viagens do Rito Francês tardio ou do Rito Escocês Antigo e Aceito. O Segundo Grau O segundo grau retificado é de longe o que mais se afasta da Tradição maçônica francesa. As viagens, reduzidas a três, não representam mais os anos de aprendizagem e perderam todo o simbolismo operativo. São, ao contrário, centrados na renúncia aos metais, prata, bronze e ferro. Este gesto tem t em um simbolismo moral, e também um aspecto esotérico.
El Elee mo most stra ra qu quee o ho home mem m de deve ve se li livr vrar ar da dass im impe perf rfei eiçõ ções es gros grosse seir iras as qu quee o amarram à matéria, se ele quiser ascender na vida Espiritual. Esta renúncia deve ser conseguida em paralelo com o trabalho na Pedra: “A pedra sobre a qual deveis trabalhar era bruta e informe. Os próprios Mestres não podiam reconhecer nela nem os defeitos nem a beleza. Sob a orientação dos chefes, foste encarregado de limpá-la e de desbastá-la, a fim de que eles pudessem estimar os verdadeiro valor e determinar a sua utilização” (2ºgrau).
O novo Companheiro Companheiro pod podee agora trabal trabalhar har na pedra poli polida. da. É o momento de relembrar que o trabalho sobre si mesmo, usando os instrumentos de trabalho maçônicos, é indispensável para a admissão final no Templo, admissão esta da qual conhecemos agora o sentido: Usaii com freqüên freqüência cia o esquad esquadro, ro, o nível nível e o prumo prumo para para fazer fazer desapa desaparec recer er “Usa inteiramente inteira mente a pedra bruta e vossos Irmãos Irmãos não vejam mais em vós outra coisa que não seja uma pedra polida, digna digna de entrar na construçã construção o do Templo para o qual trabalhais ”
Mais tarde, o Maçom aprenderá que estes instrumentos de trabalho são símbolos das virtudes cardeais, revelados progressivamente em cada grau. 29. Esta recepção comporta, enfim, uma inovação interessante, a introdução do espelho no qual o candidato é convidado a se conhecer, espelho este adotado mais tarde pelas Maçonarias holandesa e belga. Mas o seu sentido é aqui mais esotérico que moral, como explica o Venerável Mestre. “Retira “Ret iraii então então o véu, véu, meu Irmão, Irmão, a fim de vos verdes verdes tal como sois. sois. Mas que vossas deformidades não não vos assustem demais e que não percais de vista que, de um bloco informe e sem sem beleza, o artista pode fazer u uma ma imagem exata do s ser, er, o mais perfeito que exista na natureza. natureza. Por outro lado, ele não pode executar executar o que o mestre-de-obras deseja, se ele não tiver primeiro uma idéia real das perfeições de seu modelo ...”
Isto lembra a decadência do homem, por suas faltas mergulhado em uma escória disforme, e é uma exortação ao trabalho de redescoberta da Faísca divina mas
também uma advertência de que sem o Conhecimento, nenhuma realização é possível.
O Problema do Terceiro Grau
organização em três graus A Maçonaria original só tinha dois graus, os de Aprendiz e de Companheiro ou Mestre Maçom. O segundo grau era o resultado do sistema e coroava o acesso do operativo ao mestrado, no sentido próprio de seu ofício. Ainda em nossos dias a palavra “fellow”, em inglês, indica a plena posse de sua arte, como mostram os termos “fellow” da Real Sociedade” ou “fellow da Real Sociedade de Físicos”, por exemplo. O “fellow of the craft” não tinha nada mais a aprender, como também o “Companheiro acabado” da Compagnonage francesa. Era entre os Companheiros que eram escolhidos os mestres da Loja, habilitados para dirigir uma Loja de Maçons operativos, como lembra a atual cerimônia de adiantamento ao grau de “Mestre de Marca”. O mestrado era originalmente uma função e não um grau. Os pr prim imei eiro ross te text xtos os ri ritu tuai aiss conh conhec ecid idos os re rela lata tam m du duas as ceri cerimô môni nias as di dife fere rent ntes es,, comportando comunicação de segredos dos quais os mais importantes são as palavras, palav ras, Boaz e Jach Jachin, in, e os cinco pontos da Compa Compagnon gnonage, age, comuni comunicados cados no segundo grau. Naquela época, é provável que um não operativo recebesse os dois graus no mesmo dia, enquanto que um operativo devia esperar vários anos antes de ascender ao 2ºgrau. Não obstante, desde 1711 30. aparecia em certos documentos que os segredos comunicados aos Maçons eram tríplices. O Trinity College Ms. (1711) divide em 3 os conhecimentos esotéricos dos Maçons.
“The Masters sign is backbone, backbone, the Word Matchpin. The fellow craftsman’s sign is knuckes, knuc kes, and sinues, sinues, the word Jachquin. Jachquin. The entre apprentice’s apprentice’s signes is sinues, sinues, the word Boaz or its hollow”.
Encontramos nesta época três palavras B. J. e M que eram muito provavelmente comunicadas ao candidato não operativo no mesmo dia. Esta divisão não significa que ele tivesse passado por três cerimônias diferentes naquela época. Não obstante, o texto sugere que o “Mestre” da Loja possuía já certos segredos característicos. A função função (dirigir a Loja) era, então, também um g grau rau (uma vez que um grau se caracteriza por seus sinais, palavras e toques particulares). Um texto, impresso em Dublin em 1723, “The whole Instit Institutions utions of Free-Masons Opened” descreve tamém 3 séries de segredos: “Your first word is Jachin and Boaz is answer to it, and grip at the forefinger point. Your second word is Magboe and bae is the answer to it, and grip at the wrist. Your third word is Gibboram, Esimberel is the answer, and grip at the elbow, an grip at the rein of the back”.
Encontramos aqui três séries de palavras: J e B para o primeiro, M e B para o segundo e Gi para o terceiro. Estas palavras são acompanhadas de toques no dedo, no pulso e no cotovelo. Na edição da Constituição de 1723, Anderson reconhecia também três categorias de Maçons, cada um tendo o seu próprio ensino esotérico: o Aprendiz e o Companheiro de um lado e o Mestre da Loja de outro (no postcriptum da Constituição que contém a “maneira de constituir uma nova Loja”). Conhecendo os costumes atuais atuais da Maçonaria ingles inglesaa não é difícil conclui concluirr quais os segredos atribuídos a estas três categorias de Maçons, que deviam ser muito próximos dos dados no texto irlandês: -
Palavras com J e B, com toque no dedo, para os Aprendizes. Aprendizes.
-
Palavras com M e B, com toque no punho, para os Companheiros.
-
Palavras com Gi com toque no cotovelo, para o Mestre da Loja.
Mas, nos sete anos seguintes, vai se produzir uma revolução espetacular, com a organização final em três graus distintos: Aprendiz, Companheiro e Mestre, o
último sendo agora um grau e não mais uma função. Se o grau de Companheiro perdeu o seu status de coroamento iniciático, o novo grau de Mestre Maçom não está mais ligado à direção de uma Loja. Esta nova divisão é definitivamente consolidada em ‘730, data da publicação de “A Maçonaria Dissecada” de 31. S. Pritchard, que descreveu o conteúdo das três cerimônias básicas. Como foi feita esta divisão? Pode-se imagi imaginar nar o seguinte esq esquema: uema: 1) Redistribuir entre Aprendizes e Companheiros os conhecimentos esotéricos comunicados anteriormente ao Aprendiz Operativo, em relação a B no 1ºgrau, e a J no 2ºgrau (antes da inversão de 1730). 2) Atribuir ao novo Mestre Maçom segredos anteriormente reservados ao Companheiro: as palavras com M e B assim como os cinco pontos de perfeição. 3) Manter os segredos referentes à função de Mestre da Loja (Venerável Mestre). O motivo desta revolução foi, provavelmente, o aparecimento das três séries de segredos descritos anteriormente, cuja comunicação parecia incoerente em um sistema de dois graus. Lenda de Hiram – Versão Moderna Talvez alguém se surpreenda de que, até aqui, não tenha sido feita nenhuma menção à lenda hiramítica. A razão é clara! Este mito era er a desconhecido antes da “Masonry Dissected” de Pritchard (1730), texto este que contém a primeira versão desta lenda, muito próxima da conhecida atualmente. Tudo se passa, de fato, como se a lenda, desconhecid desconhecidaa dos operativos e do próprio Anderson (em 1723), tivesse sido preparada para a cerimônia do 3ºgrau, na qual ela se tornou o veículo que permitia a comunicação dos cinco cinco pontos de perfeição. A origem desta lenda, apócrifa, é de totalmente tot almente desconhecida. O primeiro esboço do drama hiramítico contém a descrição da morte do arquiteto, assassinado por três Companheiros, decididos a lhe arrancar a palavra do Mestre, sua inumação temporária, a descoberta de seu cadáver, por quinze “queridos
irmãos” (Pritchard, 1730), que marcaram o local da tumba com um ramo de acácia e, finalmente, a exumação e os funerais adequados do Mestre, no Santo dos Santos do Templo, por ordem do Rei Salomão. Ponto importante da descrição: pouco antes da descoberta, os “queridos irmãos”, cujo grau não era mencionado, decidiram que, caso eles não descobrissem a Palavra nas proximidades do cadáver, a primeira pronunciassem tornar-se-ia a Palavra do Mestre. Esta decisãopalavra sugereque queeles estes irmãos, que ignoravam a verdadeira palavra, só podiam ser Companheiros! A lenda seria adotada pelos Maçons franceses não sem antes a modificar e enriquecer. Publicações francesas dos anos 1745-1755 nos mostram, com efeito, que se os Aprendizes e os Companheiros recebiam, respectivamente, as 32. palavras Jakin e Boaz, os Mestres (bem entendido, os Mestres Maçons) se reconheciam pela palavra “Jehovah”, a verdadeira e primitiva palavra do Mestre. Era esta palavra que os maus Companheiros queriam e que causou a funesta sorte de Hiram. Nos mesmos textos, Salomão ordena a nove Mestres, e não mais a quinze Companheiros, como afirma Pritchard, que partissem à procura do arquiteto. Por um feliz acaso, eles descobrem a tumba camuflada sob um ramo de acácia e decidem, por sua própria iniciativa, trocar a palavra do Mestre, que com toda a certeza eles conheciam, acreditando que Hiram a tivesse revelado sob ameaça de tortura. Nesta versão, a Palavra não estava perdida. Ela foi somente substituída, e compreende-se daí que a antiga palavra seja comunicada ao recipiendário do 3ºgrau, comunicação essa que permanece até hoje uma característica fundamental do Rito Moderno Francês. Nesta versão, a ênfase é colocada na resistência de Hiram à violência cega, lição ética, mais do que metafísica. Isto não diminui em nada o valor iniciático da cerimônia, toda ela centrada na experiência vivida pelo recipiendário, a morte e o renascimento sendo a própria essência de toda a experiência iniciática. Por isso mesmo, o ensino verbal do grau torna-se quase acessório. A lenda não é, assim, o invólucro fortuito do drama pessoal vivido pelo personagem, cujos detalhes poderiam ter sido tomados de outros personagens míticos. Aliás, existiu a tentação de adotar a lenda de Noé, ressuscitado após a sua morte pelos seus três filhos, como mostra um documento inglês anterior a Pritchard (Graham Ms.,
1726). A lógica do linguajar simbólico se justifica, a partir do momento que o ciclo hiramítico é fechado no terceiro grau. A primitiva palavra do Mestre será sempre conhecida. Não há nenhuma necessidade de procurá-la em graus superiores, e Salomão pode mandar gravá-la, para conhecimento de todo o Mestre, no triângulo de ouro que ornamenta a tumba do arquiteto. O Rito Moderno Francês mostra-se, assim, como um sistema completo em três graus, sem necessidade de nenhum desenvolvimento posterior. Já vimos que os dois dois primeiros graus contêm a totalidade da mensagem mensagem operativa: a ligação da antiga à nova Lei e a entrada na câmara do meio, iluminada pela Estrela Flamejante, coroamento do mestrado (em seu sentido próprio) operativo. O terceiro grau fecha o ciclo pela experiência fundamental, morte e renascimento, e a comunicação tanto da Antiga Palavra do Mestre quanto da nova, que a substituiu.O Rito Moderno Francês pode justamente ser qualificado de Rito 2 + 1, ritmo que se encontra (por acaso) na bateria de
33. Aprendiz deste rito! Faz-se necessário ressaltar, finalmente, que na sua simplicidade, este rito é o mais fiel à tradição operativa original, até mais do que o atual rito inglês (dito de Emulação) que se afastou, pelo seu desenvolvimento mais recente, do rito Antigo (P. Noël, 1984). 1984 ). daptação Retificada da Lenda de Hiram Os Irmãos que criaram o Rito Escocês Retificado tinham sido iniciados e elevados segundo a tradição maçônica francesa. Assim, não surpreende que tenham adotado a versão “Moderna” da lenda hiramítica, adaptando-a a seu projeto mais vasto. Efetivamente, o discurso retificado é comunicado por etapas, ao longo de quatro cerimônias sucessivas. sucessivas. O terceiro grau não é mais do que um ponto de passagem e não o eápice do sistema. Deste modo, faz-se necessário ressaltar As o caráter transitório incompleto das coisas, conservando o fundo tradicional.
mudanças no desenrolar da cerimônia, a adaptação da lenda hiramítica e, finalmente, a apresentação do símbolo chave do grau: o mausoléu (Fig. 9).
34.
Mausoléu do Terceiro Grau do R.’.E.’.R.’.
35. A diferença essencial para o Rito Francês é a perda da antiga palavra de Mestre, que jamais foi pronunciada. No triângulo de ouro representado sobre a urna mortuária de Hiram são gravadas somente as letras “J... A ...”. Os nove Mestres decidem, durante a sua busca, não mais usar a palavra antiga e também decidem substituí-la pela primeira palavra que pronunciassem durante a exumação do cadáver de Hiram. A palavra que eles pronunciaram foi completamente perdida e foi substituída pela expressão “M...B...” que, coincidentemente, é a mesma do Rito Moderno. Esta nova mudança, introduzida na França, amputa uma parte do 3ºgrau e, por si só, justifica o aparecimento de graus superiores, que serão consagrados à busca e à desc descoberta oberta da Palavra Perdida. De fato, o Vener Venerável ável Mestre se dirige dirige assim aos novos Mestres: “Meus Irmãos, conservemos preciosamente a lembrança destas duas letras (J e A ), pois talvez vos ajudem um dia a encontrar a Palavra Perdida”. A expressão é uma exortação à busca da senda iniciática, que está longe de ser concluída. O estado atual do homem é comparado ao cadáver de Hiram, no qual a carne se desprende dos ossos, vítima da podridão mortal e do afastamento do Princípio Divino. A promessa da reintegração ao estado adâmico, representado pelo retorno do Arquiteto à vida, está implícita nas frases do ritual:
Quando do vos apresentas apresentastes tes pela primeira primeira vez à Ordem, (como Aprendiz) “Quan
nós nó s vos vos admi admiti timo mos s para para In Inve vest stig igar ar (a verd verdad ade) e).. No segu segund ndo o gr grau au,, fost fostes es reconhecid recon hecido o como Perseverante Perseverante na investigaçã investigação o da Verdade. Quereis agora vos transformar em Sofredor na esperança de a descobrir (a verdade)?”
O sentido que é necessário dar ao Hiram em putrefação está claramente definido na instrução do 4ºgrau: “Estendido no caixão como se não mais existisses, mas conservando todos figura uraste ste o homem homem viciado viciado e corrup corrupto to ... Entreta Entretanto nto,, os prin princí cípi pios os da vi vida da,, fig mant ma ntiv ives este te se semp mpre re a ca capa paci cida dade de de sa sair ir dess desse e esta estado do fu fune nest sto, o, a parti partirr do
momento momen to em que não se extinguiu, extinguiu, no fundo fundo de tua alma, o germe que ainda te liga ao teu Princípio”.
Pode-se dizer com mais propriedade que o homem, em seu estado atual, não passa de um morto-vivo que, apesar disso, mantém no seu âmago a faísca divina, lembrança de seu Primeiro Estado ? Compreende-se melhor agora as alusões do 1ºgrau em relação ao estado de decadência e de fraqueza que caracterizam o homem atual. 36. Debrucemo-nos, finalmente, sobre o símbolo que é talvez o mais importante no 3ºgrau, o mausoléu. Ele tem forma triangular e é colocado numa plataforma com três degraus degraus.. Em cad cadaa um dos seus âng ângul ulos os apa aparec recem em trê trêss peq pequen uenas as bol bolas as amarelas ou ouro, no total de nove bolas. Em cima dele está uma urna funerária, do alto da qual se eleva uma chama. Ele tem as seguin seguintes tes inscrições: “Depon “Deponens ens alien aliena, a, asce ascendit ndit unu unus” s” (O aband abandono ono da matéri matériaa aperf aperfeiçoa eiçoa o espíri esp írito) to) e “Te “Terná rnário rio for format matus, us, non nonena enario rio dis dissol solvit vitur” ur” (O tern ternári ário o coa coagul gulaa e a enéade, ou tríplice ternário, dissolve). A primeira inscrição dispensa explicação. Ela resume de modo admirável o que temos tem os dito sob sobre re o hom homem, em, mor mortoto-viv vivo, o, e de Hir Hiram am dei deitad tado o sob a acá acáci cia. a. A segunda inscrição pode ser compreendida se examinarmos com cuidado a forma como são descritas as baterias e as luzes da Ordem. P : Qual é o simbolismo geral das baterias dos Aprendizes, dos Companheiros e dos Mestres? R : O começo, o meio e o fim das coisas criadas. P : O que significa a bateria de Aprendiz por três batidas? R : O começo, ou a união dos princípios. P : O que significa a dos Companheiros, por duas vezes três golpes?
R : A duração, ou os princípios postos em ação. P : O que significa a dos Mestres por três vezes três? R : O fim ou a decomposição do corpo. Três é o número do começo, momento especial da união dos três princípios, aqueles que formam o “Triplo Poder que comanda o mundo” e o ternário Espírito – Alma – Corpo, simbolizado pelo fogo, pela água e pela terra, entrevistos no 1ºgrau. Nove é o número da morte (há nove luzes à volta do Tapete do 3ºgrau, que apresenta 81 lágrimas). “O mausoléu, colocado no Ocidente, oferece um espetáculo mais consolador, ensinando a distinguir o que deve morrer daquilo que é indestrutível”. A chama escapa da matéria corruptível – é a morte (nove bolas)! “Mas a chama acima deste monumento vos ensina que sua natureza essencial é imperecível e que ela é destinada a retornar à sua fonte primitiva, desde que haja o devido merecimento”.
37. Solução do Quarto Grau Retificado A mensagem retificada torna-se agora mais clara. O primeiro grau insistia sobre o estado de fraqueza e de decadência do homem, mas também numa promessa de redenção ou de reintegração, para empregar uma terminologia mais adequada. O segundo grau nos nos mostra que esta integração nã não o pode ser alcançada a não ser
pelo trabalho sobre si próprio, pelo constante dos utensílios maçônicos, imagens das virtudes cardeais. O terceiro t erceiro grau, articulação incontornável do sistema, nos mostra que o processo redentor passa pela experiência iniciática primordial: a morte e o renascimento para a vida espiritual. Mas este terceiro grau retificado deixa a mensagem incompleta porque a Palavra está perdida. A obra não ainda terminada, como o sublinha a instrução dos Mestres:
P : Qual é o objetivo do vosso trabalho ?
R : O de chegar a encontrar, com a ajuda do Grande Arquiteto do Universo e com a assistência da Ordem, a verdadeira Palavra dos Mestres que está perdida, e usá-la de modo digno.
P : Não a conheceis então ?
R : Eu conheço somente duas letras indicativas: “J ... A ...” que estão gravadas
no túmulo”. O quarto grau, o do Mestre Escocês de Santo André, nos faz viver a descoberta da Palavra Perdida e nos dá a chave da doutrina do Rito. Este quarto grau é, sem dúvida, a forma mais elaborada das versões do grau de “Mestre Escocês”, cuja primeira menção oficial data de 1743 (Regulamentos Gerais da Grande Loja de França, P. Noël, 1984). De maneira esquemática, pode-se resumir o desenvolvimento anárquico dos altos graus escoceses, na França, nos quais reconhecemos a existência de vários temas. O primeiro deles é o dos graus de vingança (graus dos Eleitos) nos quais se descreve, com tintas fortes os detalhes macabros da punição dos assassinos de Hiram. O segundo é o tema da descoberta de um livro ou uma palavra em uma câmara subterrânea e arqueada. Este tema é a base dos graus do Real Arco e de Grande Escocês do Arco Sagrado (14ºgrau do atual REAA). O terceiro tema está centrado na figura de Zorobabel e a construção do segundo Templo.
À cabeça dos Israelitas, Israelitas, vindos do ex exílio, ílio, este “príncipe do povo” se incumbe da reconstrução do Templo destruído, malgrado a hostilidade dos habitantes da 38. planície de Canaã. Esta oposição os obriga a conduzir sua obra em meio a uma população hostil, daí a imagem impressionante do construtor que trabalha com a trolha , tendo ao lado a espada. Estes temas fundamentais (Zorobabel, a reconstrução do templo e o uso conjunto da espada e da trolha) estão já presentes na primeira versão impressa do grau de Escocês (O Perfeito Maçom, 1744). Vários graus em vigor atualmente no REAA derivam desta fonte: o grau XV (Cavaleiro do Oriente ou da Espada), o grau XVI (Príncipe de Jerusalém) e o XXIX (Grande Escocês de Santo André de Escócia). Acrescentamos que, a cada um destes temas, é atribuída uma cor característica: o preto para os graus dos Eleitos, o vermelho para os graus crípticos (graus Escoceses propriamente ditos), e o verde para os graus de reconstrução. Willermoz, grande colecionador de graus maçônicos, conhecia estes temas. E ele os usou para elaborar o 4ºgrau de seu rito, exceptuando-se os graus gr aus de vingança, dos quais ele tinha horror, e realiza assim uma síntese das aspirações dos Maçons de sua época. A mesma fonte levou, mais tarde, o Grande Oriente de França a elaborar o Rito Francês, que superpôs mais quatros Ordens superiores aos graus azuis: Eleitos, Escocês, Cavaleiro do Oriente e Príncipe Rosa-Cruz. Palavra Reencontrada A palavra, perdida pela morte de Hiram, arquétipo do erro (a morte de Hiram) , é reencontrada no 4ºgrau do R.’.E.’.R.’. em condições que limitam a sua importância. Ela é, com efeito, reencontrada após a reconstrução do Templo por Zorobabel . Ora, este segundo templo estava longe de apresentar as perfeições do primeiro! “Os anciãos que tinham visto a glória, as riquezas e a magnificênc magnificência ia do passado, derramavam lágrimas amargas nele” O segundo templo representa, simbolicamente, o que se podia conseguir de melhor neste mundo, o homem de Desejo, realização que mantém aberto o
caminho da Reintegração ao Estado primeiro. A associação da palavra reencontrada com este estado imperfeito mostra que sua descoberta não pode ser o fim último da Busca. Resta ainda uma etapa na via da realização r ealização espiritual, etapa essa não menos rica de promessas: “A palavra e oefogo sagrado, reencontrados, foram os símbolos visíveis de sua reconciliação do cumprimento das promessas assumidas”. O que não é, aliás, nada surpreendente. Sabemos que a palavra reencontrada r eencontrada é a antiga palavra do Mestre, Jehovah. Ora, esta palavra não era outra senão a 39. simples leitura do tetragrama hebraico, gravado no triângulo de ouro, verdadeiro nome do Grande Arquiteto do Universo, e cuja pronúncia estava efetivamente perdida.
O Simbolismo do Templo No grau de Mestre, no qual o Templo, evidentemente, tem lugar preponderante no drama que se desenrola, o recipiendário r ecipiendário descobre que as provas por que passou não tinham outro objetivo senão o de “tornar-se digno de entrar no Templo”. Na verdade, até então ele estava cconfinado onfinado ao átrio, e a entrada no templo, representada pelo espaço delimitado pelas três grandes colunas Sabedoria – Beleza – Força, lhe era vedada. Mas a entrada no templo, longe de ser uma apoteose, é seguida, sem demora, pela morte iniciática, rica de promessas para o futuro, apesar da dissolução do ser. Aqui também, a solução real só será oferecida no 4ºgrau porque devemos considerar a reabilitação de Hiram um ato de menor importância, por se apoiar somente na comunicação de segredos substituídos. A verdadeira ressurreição de Hiram é anunciada pelo 3º painel do 4º grau, que o apresenta “saindo de sua tumba e ressuscitando gloriosamente rodeado (das) virtudes (cardeais) por ele heroicamente praticadas e que o conduzem à feliz imortalidade. Eis aqui o cumprimento das promessas feitas ao homem de bem que consegue a vitória
sobre si mesmo. “É o último estágio de seu glorioso destino”. Hiram, arquétipo do destino da Humanidade, mostra a via da Reintegração ao Estado Primeiro, a união com o Princípio de Todas as Coisas. Por outro lado, também conhecemos a importância da assimilação do homem ao templo. Este ensinamento fundamental é ainda lembrado no 3ºgrau: “O Templo de Salomão é a base imutável de toda a Maçonaria... Meditai no seu destino, nos planos de acordo com os quais ele foi construído ... suas dimensões, divisões, ornamentos, enfim as grandes mudanças por que passou. Talvez encontreis semelhanças convosco. Talvez encontreis também grandes semelhanças com a natureza e com o seu criador!!” Pode-se afirmar que a assimilação Homem-Templo deve ser, por sua vez, sincrônica (já desenvolvemos este ponto) e diacrônica. Esta concordância diacrônica é um dos ensinamentos essenciais do 4ºgrau. Com efeito, durante a cerimônia, são apresentados vários painéis que retratam o futuro do Templo de Jerusalém. O primeiro Templo construído por Salomão “que 40. havia recebido os planos do próprio Deus” é, em seu resplendor, a imagem do “homem que (foi) criado livre, o que significa que tinha a faculdade de agir segundo sua pura e santa vontade, que o unia a seu criador. O abuso que ele fez de sua liberdade fez com ele a perdesse”. Esta perda, esta decadência d ecadência do Estado primeiro, adâmico, é repres representada entada no 4ºgrau pelo Templo destruído (1º Painel). “Esta degradação do homem, é o resultado do abuso de sua liberdade, a punição que ele recebeu, a escravidão na qual ele caiu, e o resultado funesto de seu orgulho, que já vos foi representado hoje no primeiro painel pelo saque e pela destruição do primeiro templo de Jerusalém: imagem sensível da humilhante metamorfose sofrida pela primeira forma corporal do homem”. O segundo Templo, reconstruído com muitas imperfeições por Zorobabel (2º painel) representa a humanidade no estado em que se encontra atualmente, no que ele tem de melhor porque, pelo o uso das quatro virtudes cardeais, Justiça, Temperança, Prudência e Força, ela trabalha sem descanso pelo seu aperfeiçoamento espiritual.
A Reintegração final do homem de Desejo é, finalmente, representada pela visão do templo celeste, não construído pelas mãos do homem, a Jerusalém celeste, entrevista por São João – o Evangelista (4º painel). Este projeto grandioso, evidentemente fora do alcance dos homens comuns, só pode ser realizado porevolução seres excepcionais, para os(enfim, quais opoderíamos paradigma édizer) Hiram. Mas esta apoteose de espiritual também éa mesma que ensinava a Loja do Rito Moderno Francês: a passagem da Antiga para a Nova Lei! Ela já está implícita no título do 4ºgrau: Mestre Escocês E scocês de Santo André. “Nosso 4ºgrau figura figura .... a passagem maçôn maçônica ica do Antigo para o Novo Testamento, quer seja pelos símbolos relativos aos dois, quer seja pela passagem de Santo André, que abandona João Batista, o mestre da antiga lei, para seguir Jesus Cristo, o mestre mestre da nova lei” (Willermoz a B. de Turckhei Turckheim, m, carta já citada). “André” vem do grego “aner” “ aner” (genitivo de andros) que significa “HOMEM”. O sentido está claro! Doutrina de Martinez de Pasqually O Rito Escocês Retificado repete sem descansar a sucessão de quatro estados: -
A perfeição original.
-
A degradação.
-
A destruição corporal 41.
-
A ressurreição futura
Este arquétipo se aplica a Hiram (o Arquiteto vivo, assassinado, assassinado, em decomposição no túmulo e, finalmente, a sua ressurreição gloriosa) e ao Templo de Jerusalém (o Templo de Salomão, o Templo destruído e reconstruído e, finalmente, o Templo apocalíptico). Mas este sistema se aplica, sobretudo, ao futuro humano e, por conseguinte, ao Cristo. O 4º grau apresenta ao Maçom estes quatro estados, pela revelação sucessiva de quatro painéis.
Esta visão do destino é inspirada no sistema teosófico de Martinez de Pasqually de quem J.B. Willermoz, redator dos rituais retificados, estava impregnado. Em seu “Tratado da Reintegração” (1767), Martinez relata a criação por Deus de Adão, emanado para governar o universo criado, prisão dos anjos decaídos. Como o próprio Deus, Adão era revestido de um corpo “glorioso” e possuía as três faculdades espirituais fundamentais: pensamento, vontade, ação , susceptíveis do poder ao ato como intenção, vontade e palavra, e produzir, por sua união ao verbo uma ação eficaz. “Adão possuía então um verbo poderoso que fazia nascer, ao comando de sua palavra, segundo sua boa intenção e sua boa vontade espiritual, formas gloriosas e semelhantes àquelas que apareciam na imaginação do criador”.
Martinez continuava: “Esta forma gloriosa (do Adão primordial) não é outra coisa senão uma forma de figura aparente que o espírito concebe e cria segundo o seu desejo e segundo as ordens que recebe do criador ... Esta forma gloriosa teria sido perpetuada por Adão pela reprodução de sua posteridade espiritual, mas, entretanto, sem nenhum princípio de operação material, como como nos tem mostrado a natureza, com o advento e a ressurreição ressurreição do Cristo e a descida do espírito divino n no o Templo de Salomão” (Tratado, pág.44).
Mas esta forma gloriosa foi retirada de Adão devido ao abuso que ele fez de seu verbo, depois de ter a sua intenção pervertida pelo Maligno. E ele foi punido precisamente no produto da operação de seu verbo, isto é: “que em lugar de uma forma gloriosa, ele só obtém de sua operação uma forma tenebrosa, em tudo oposta à sua”.
Eis aí como, de um glorioso estado corpóreo primeiro, Adão cai num estado corpóreo material, do qual se torna escravo. Estes dois estados apresentam, entretanto, uma estreita analogia, porque o segundo não passa da imagem condensada e figurada do primeiro: “Este segundo corpo, de matéria terrestre, tinha a mesma figura aparente do corpo glorioso do qual Adão tinh tinha a sido emanado. Ele sofreu somente somente uma 42.
mudança nas nas leis pelas quais ele se governaria se tivesse tivesse permanecido no princípio de justiça primeiro”.
Deste modo é colocada a dupla natureza do homem, indissociável, feito espírito e matéria (analisaremos em maior profundidade a questão da alma). E a tomada de consciência desta dualidade é a finalidade real da prova do espelho, no 2ºgrau. A reintegração no Estado Primeiro, glorioso, que Martinez promete, pelas práticas teúrgicas que ensinava na Ordem dos Eleitos-Cohens, é objeto de numerosas alusões no Rito Retificado, alusivas no começo, explícitas no 4ºgrau.
P : Qual tem sido o resultado de vosso trabalho ?
R : Tenho buscado os símbolos do antigo resplendor do Templo.
O antigo resplendor do Templo deve ser entendido como o estado primordial do homem. Nós o sabemos, o templo do homem é seu corpo, e o antigo resplendor do templo é o estado corpóreo glorioso, figurado por Hiram, que ressuscita gloriosamente (3º painel do grau). Ora, esta reintegração é o resultado de um trabalho, aquele ao qual nos convida a instrução do 2ºgrau. “O guia que a Loja vos deu para vos conduzir da pedra bruta à pedra polida, e na qual haveis aprendido a trabalhar, figura esta força ativa e benfeitora que preside à
vossa educação e favorece os vossos esforços. Não torneis os seus sonhos inúteis, usando com freqüência o Esquadro, o Nível e o Prumo, para fazer desaparecer inteiramente a pedra bruta, e que vossos Irmãos não vejam mais em vós outra coisa senão uma pedra polida, digna de participar na construção do Templo em que trabalhais junto com eles”.
A reintegração é possível ( ? ) pela conjunção de dois fatores indispensáveis: uma “força ativa e benfeitora” vinda do alto, e o trabalho do homem, isto é, suas obras.
Os instrumentos de trabalho do Maçom são o esquadro, o nível e o prumo, aos quais a instrução do 2ºgrau junta o compasso. Estes instrumentos devem ser entendidos como virtudes. No 4ºgrau, estes quatro instrumentos são associados à obra de reconstrução do templo. No 2º painel, eles são representados nos quatro ângulos e substituídos, no 3º painel, pelas quatro virtudes cardeais, que não são
outras senão aquelas reveladas sucessivamente ao longo dos quatro graus: justiça, temperança, prudência prudência e força. Mas esta reintegração está presente de duas maneiras. O segundo painel faz alusão à fase vétero-testamentária (do Antigo Testamento), à fase da Antiga Lei. O terceiro painel alude à sua fase neotestamentária (do Novo Testamento) 43. porque a ressurreição de Hiram se relaciona também com a ressurreição do Cristo, e anuncia assim a visão da Jerusalém celeste, finalidade última da busca. Jóia do Mestre Escocês de Santo ndré A jóia do grau é constituída por dois triângulos entrelaçados, tendo em seu centro a letra H cercada por quatro instrumentos maçônicos (Fig. 10, abaixo).
Face da jóia de Mestre Escocês de Santo André
44.
O seu sentido geral é dado pela instrução:
P : O que representa o duplo triângulo luminoso ?
R : Ele expri exprime me a dupla natureza daque daquele le que é a verdadeir verdadeiraa luz do mund mundo oe do homem, criado à sua imagem. O triângulo “voltado para cima” (triângulo superior) deve ser identificado com a lâmina de ouro onde está gravado o tetragrama.
P : De onde vem esta grande luz ?
R : De uma lâmi lâmina na de ouro trian triangula gularr q que ue enco encontrei ntrei onde estav estavaa g gravad ravado o o Santo Nome de Deus, que irradiava luz intensa, e de um duplo triângulo luminoso que forma uma estrela flamejante de seis pontas, e que me foi mostrado no Oriente. O triâng triângul ulo o sup superi erior or é tal talvez vez um emb emblem lemaa trini trinitár tário, io, mas que, sob sobret retudo udo,, é o símbolo das três faculdades espirituais: Pensamento, Vontade, Ação.
P : Como é iluminado o altar do Oriente ?
R : Por três luzes, que são sempre as mesmas em todos os graus.
P : Por quê o número não varia ?
R : Porque o Respeitabilíssim Respeitabilíssimo o Mestre está para a Loja assim como o Grande Arquiteto para o Universo, que governa por seu pens pensament amento, o, sua vontade e sua ação, faculdades estas que são associadas na Loja ao Respeitabilíssimo Mestre e aos seus Vigilantes. O triângulo que aponta para cima é assim a representação do aspecto corpóreo glorioso glori oso do Homem primord primordial ial (o Adão ou o Cristo), Cristo), enqu enquanto anto que o triângulo triângulo que aponta para baixo é o símbolo do corpo material. A jóia faria então aparecer uma estrutura binária do homem: matéria/espírito (lembremos as viagens do 1ºgrau). Mas a sede da alma é o sangue, segundo ensina Martinez de Pasqually Pasqually ! Ora, a parte central, comu comum m aos dois triâng triângulos ulos é vermelha. e espírito. É esta cor que os une, assim como a alma une as duas naturezas, corpo
Finalmente, a letra H (inicial de Hiram ou de Homem) e os quatro instrumentos maçônicos que ornam o centro da jóia ressaltam o seu significado antropológico e lembram os meios da reintegração. Adicionalmente lembremos: o que acaba de ser dito pode ser aplicado tanto ao Cristo ao homem comumdo(dupla corpo glorioso o que porque sugere que, nocomo espírito dos criadores Rito, onatureza, Cristo converte-se num ...) exemplo assumiu a condição humana até ao fim, sem ser, portanto, qualitativamente
45. diferente de Hiram, ou do homem comum. Concepção esta bem diferente daquela do dogma católico.
Reverso da Jóia do Grau 4 – Mestre Escocês de Santo André 46. O reverso da jóia lhe confere um caráter cristão explícito, desempenhando o mesmo mesm o papel do últi último mo painel. Ela repres representa enta Santo André cru crucifi cificado cado sobre a cruz em X (Fig. 11 – acima). A mensagem é clara e atestada pela passagem do discurso disc urso final já citad citado. o. Subl Sublinha inhamos mos entre entretanto tanto que X é a inicial grega de XPISOOS (Cristo, em grego. O primeiro O deve ser cortado ao meio, na horizontal, pois po is fi figu gura ra um thé théta ta – T greg grego) o).. e que And André ré é o Homem. Esta crucifixão demonstra a analogia do Cristo e do Homem, que se fundem num futuro comum,
como o Maçom e o Templo nos graus anteriores. Aqui, estamos mais próximos do “Evangelho de Tomás”, herético, que dos Evangelhos canônicos! canônicos! Conclusões O quarto grau do rito termina a série de graus simbólicos e conclui o ensino específico do R.’.E.’.R.’. : um programa espiritual que abarca, na sua totalidade, o futuro humano. Em seu discurso este grau explicita, de modo bastante alusivo, o ensinamento dos três primeiros graus. Finalmente descobrimos a admirável coerência da da linguagem simbólica.. Com efeito, já ressaltamos em Martinez a teoria dos quatro estados: o simbólica co corp rpo o gl glor orio iosso,nos o três cor orpo po de degr adad ado o oe esboço pu putr tref efat ato, o, o corp orpo arei re integr tegrad ado. o. Reencontramos graus simbólicos sigrad mbólicos deste esquema: degradação ressaltada no primeiro, a promessa de reintegração pelo trabalho espiritual no segundo, a reintegração virtual no terceiro grau (virtual porque parcial e fraca). O quar qu arto to gr grau au expl explic icit itaa es esta ta me mens nsag agem em,, ma mass de ma mane neir iraa tra trans nsce cend nden ente: te: a degradação no 1º painel, a redenção parcial pelo trabalho no 2ºgrau e finalmente a reintegração real do 3º e, sobretudo do 4º painel. Não se pode deixar de ficar chocado pela analogia analogia do conteúdo iniciático iniciático que permite, desta vez ju justamente, stamente, afirmar afirm ar que o grau sup superior erior e último expl explicita icita o conteú conteúdo do dos três primeiros graus, sem que haja qualquer ruptura qualitativa em seu discurso. De agora em dian diante te podemos distin distinguir guir no R.’.E.’. R.’.E.’.R.’. R.’. dois eixos prin principai cipais. s. De um lado, o rito adota estruturas de base da Maçonaria, de origem operativa, mas cuja lógica interna é quebrada. Esta metamorfose deliberada resulta, sem dúvida, mais ma is da in inco comp mpree reens nsão ão do doss cr cria iado dores res do qu quee de su suaa de dece cepç pção ão di dian ante te da simplicidade da mensagem original. De outro lado, ele transfere em sua versão revisada, uma mensagem com teor metafísico e espiritual que pretende responder às questões fundamentais do 47. homem e também conduzi-lo à iluminação final. Esta mensagem é a mesma, sob novaa rou nov roupag pagem, em, de um ava avatar tar da pes pesqui quisa sa gn gnóst óstica ica à pro procu cura ra do Nir Nirvan vana, a, da
Identificação Suprema de outras tradições. O R.’.E.’.R.’. R. ’.E.’.R.’. dá assim à Maçonaria uma dimensão realmente iniciática, no sentido que René Guénon atribuiu a este termo. Mas, por iss isso o também, também, o R.’.E. R.’.E.’.R. ’.R.’. ’. força a trans transforma formação ção de uma organiz organização ação operativa em uma organização especulativa. Este movimento caminha junto com aaliás, exaltação dos valores valores sacerdotais cavalh cavalheirescos, eirescos, sem levar muito em conta, as potencialidades reais de cadae Maçom. Pode-se assi Pode-se assim m conc concluir luir que a Maçon Maçonaria aria do R.’.E.’ R.’.E.’.R.’ .R.’.. não tem muita coisa em comum com um com pré Ande Anderso rsoni niana ana.. Os materi materiais ais de bas basee são mant mantido idos, s, mas o acabamento do edifício é radicalmente r adicalmente diferente. Mas, não nos enganemos, o edifício não é a Revelação Divina. É obra de homens que conhecemos bem ! E a personalidade destes homens, Willermoz principalmente, deixa supor o que será o terceiro eixo de deslocamento deslocamento do R.’.E.’. R.’.E.’.R.’. R.’. : o seu cristian cristianismo ismo.. Estes homens, com efeito, sinceramente cristãos, quiseram introduzir na Maçonaria o discu dis curso rso gnó gnósti stico co de um ave aventu nturei reiro ro do esp espíri írito, to, Mar Martin tinez ez de Pas Pasqua qually lly,, cuja cuja ortodoxia ortodo xia crist cristãã é, no mínim mínimo, o, olhada com cuidad cuidado o ! A visão martin martinista ista estav estava, a, sob muitos aspectos, em contradição com a fidelidade à “Santa Igreja Cristã” e nossos fundadores tiveram de assumir compromissos, por vezes bem notórios, para conciliar estas contradições. Este é o problema do cristianismo retificado, que tentaremos esclarecer.
O Cristianismo do Rito Escocês Retificado O Rito Retificado é algumas vezes apresentado, na Maçonaria contemporânea, como a ponta-de-lança de um certo fundamentalismo cristão, para não dizer católico, contrário aos princípios universais da Maçonaria regular. Esta é uma questão capital que não pode ser negligenciada e que merece uma análise precisa.
Mas é necessário ressaltar de imediato o fato de que este problema se insere, em outro bem mais vasto, que é o do cristianismo da Maçonaria em geral, assunto que freqüentemente tem sido tratado de maneira inadequada, senão tendenciosa. 48. A tese mais difundida é simples: a Maçonaria operativa era cristã, por razões sociológicas evidentes, mas sua transformação em uma organização apontada como especulativa, veio acompanhada de uma descristianiza descristianização ção radical, abrindo a porta das Lojas a todos, até aos ateus, desde que não fossem estúpidos (tese sobre as Maçonarias Latinas, insustentável sob todos os aspectos) ou para todos os cre crente ntes, s, sem dis distin tinção ção de con confis fissão são rel religi igiosa osa (po (posiç sição ão das Obe Obediê diênc ncias ias regul reg ular ares es co cont ntem empo porâ râne neas as,, en entr tree el elas as as qu quee tr trab abal alha ham m no R.’. R.’.E. E.’. ’.R. R.’. ’.). ). As co cons nsti titu tuiç içõe õess de An Ande ders rson on de 17 1723 23 se seri riam am o po pont nto o de pa pass ssag agem em en entr tree a Maçonaria operativa “cristã” e a Maçonaria especulativa “não-confessional”. “não-confessional”. Esta tese se apóia na análise do primeiro artigo das constituições de 1723, “Sobre Deus e a Religião”. Estas constituições são, como se sabe, uma compilação das “Old Charges” (“Antigos Deveres”), Deveres”), documentos usados na Maçonaria operativa inglesa, que começam por uma invocação à Santa Trindade. Anderson omite esta invocação e estipula, neste primeiro artigo, que “se considera mais adequado obrigá-los (os maçons) somente àquela religião com a qual todos os homens concordam, quer dizer, serem pessoas de bem e leais ...”. Isto é suficiente para afir afirma marr qu quee os fund fundad ador ores es de 17 1717 17 ro romp mpia iam m co com m um umaa tra tradi diçã ção o cr cris istã tã da Maçonaria Maçon aria operativ operativaa ? Não pensam pensamos os assim, porque a leitu leitura ra atenta de todo o texto contradiz esta interpretação. Além disso, a omissão da fórmula trinitária por nosso pastor não é suficiente para afirmar a adesão à “Religião natural”. Se na Idade Média, todos os textos, inclusive os profanos, começaram por uma fórmula deste tipo, o mesmo não aconteceu no século XVIII. O espírito da época tin tinha ha mudado! A manutenção da iinvocação nvocação nos textos maçônicos do século XVII e mesmo no século XVIII (Ver as Constituições de Roberts de 1722, em P. Noël, 1983) só comprova o conservadorismo inglês. Mais absurdo ainda é a tese extrema daqueles que pensam que Anderson e seus amigos a tradição católica Maçons inglesesNão do século XVII. É o mesmo romperam que ignorarcom o lado fundamental dados reforma anglicana. esqueçamos
que os ingleses sempre permaneceram católicos, mesmo e sobretudo, após haverem rompido com Roma. Como esc Como escrev reveu eu G. Dra Draffe ffen, n, bib biblio liotec tecári ário o da Gra Grande nde Loja Loja da Esc Escóci óciaa (ca (carta rta de 28.9.1955 citada citada por M. Lepage: “A Ordem e as Obediências”, pág. 88): “. “... ..A A Ig Igre reja ja (a (ang nglic lican ana) a) é tão roma romana na quan quanto to Roma Roma,, sa salv lvo o que que 1) ela re reje jeit ita a inteiramente inteira mente o Papa como chefe da Igreja; Igreja; 2) ele rejeita inteiramente inteiramente os dogmas ou doutrinas pelo ou após o Concílio de Trento ... Os serviços religiosos da Igreja da Inglaterra têm por base a missa, e permaneceram inalterados. Por estas 49. razões, os Maçons ingleses aceitaram aceitaram as “Old Charges” (que parecem, aos Maçons continentais, católicos romanos) romanos) porque eles representam a Igreja, tal e qual eles sempre sempr e a conhecera conheceram. m. A lei canônica canônica da Igreja inglesa é a mesma lei canônica, canônica, inalterada, que vigorava em Roma em 1570 ...” Por aí se vê a incompreen incompreensão são dos autores franceses franceses (Naudon, por exemplo) que estudaram o caso Anderson com seus olhos continentais. Esta atitude britânica, britânica, embora particular, particular, permite assim a Ander Anderson son qualificar qualificar de “católica” a religião que ele descrevia no artigo primeiro: “ ... we being being only, only, as Masons, of the Catholic Catholic Religion above mention’d; we are also of all nations, tongues, kindreds and languages, and are resolv’d against all politicks, politic ks, as what never yet conduc’d conduc’d to the welfare of the Lodge, nor ever will. This charge has always been strictly enjoin’d and observ’d; observ’d; but especially ever since sinc e the Reformation Reformation in Britain, Britain, or the dissent and secession secession of these nations nations from the communion communion of Rome” (Artigo VI, parágrafo parágrafo 2)
Não podemos dizer melhor! Nosso pastor (Anderson) não hesita em qualificar de católicos os Maçons ingleses reformados. Anderson escrevia para os cristãos no contexto inglês de sua época, a do “Ato de Tolerância” promulgado por Guilherme III em 1689, que consagrava a coexistência, na Inglaterra e na Escócia, de todas as variantes da lei reformada.
O Cristianismo das Constituições de nderson A tese de uma Maçonaria pré-andersoniana cristã, quer dizer, católica, e de uma Maçonaria pós-andersoniana sem confissão religiosa, religiosa, não resiste à leitura atenta do Livro das Constituições de 1723. Desde o primeiro artigo, que concerne a “Deus e à religião”, é dito que o Maçom “ (mus must) t) be good man and true, true, or man of honour honour and honesty honesty,, by whate whatever ver deno de nomi mina nati tion on or pers persua uasi sion ons s they they may may be di dist stin ingu guis ishe hed” d”.. Or Ora, a, a pa pala lavr vraa denomination, em Inglês, designa, até hoje, as diferentes seitas ou variantes das religiões relig iões reform reformadas adas (Ang (Anglica licanos, nos, Presbi Presbiterian terianos, os, Quak Quakers ers Metodi Metodistas stas ...) Todas tendo em comum o fato de serem cristãs! E as “Constituições” de Anderson reservam outras surpresas! Sciences ... Na história lendária da Ordem (pág. 20), podemos ler : “The Arts and Sciences came to Rome: which thus became became the centre of learning ... under Augus Augustt Caesar (in whose reign was born born God’s God’s Messiah, Messiah, the Great Great Arquit Arquitect ect of the Church) Church)”. ”.
Frase cristã, sem nenhum equívoco! 50. Continuan Conti nuando do (pág. 28) 28):: “Wh “Whem em the Goths Goths and Vandals Vandals ... overra overran n the Roman Empire ... they utterly destroyed destroyed many of the finest edifices as the Asiatic and African Nations fell under the same calamity by the conquest of the Mahometans, whose wh ose grand grand design design is only only to conver convertt the world world by fire and sword sword,, instea instead d o cultivating the Arts and Sciences”.
Tal como escreveu N. Cryer (1984), não se trata de uma linguagem impregnada de um deísmo tolerante, mas sim da expressão sincera de um cristão. Willermoz, em suas instruções, nunca se referiu deste modo aos muçulmanos! Não vejamos nestes textos declarações simples e sem importância. Lembremonos, ao contrário, que eram textos para serem lidos na recepção do Aprendiz, como especifica o título completo das Constituições:
“The Constitution Constitutions, s, History, Laws, Charges ... of the Fraternity Fraternity of Accepted Accepted Free Masons ... to be read at the admission of a new brother ... “.
Anderson não visava os cristãos do seu tempo, desunidos pelas guerras civis que ensangüentaram a Inglaterra do século XVII. Ele não tinha por objetivo outra coisa senão a reunião dos cristãosou emDissidentes. Loja, qualquer que fosse a sua Anglicanos, Presbiterianos, E sabemos que não“denominação”: eram raros os Judeus nas Lojas inglesas no século XVIII. Além disso, na edição de 1738 das mesmas Constituições, Anderson confirma suas posições: "In his 20th year after Augustus, Augustus, or the vulgar A.D. 34, the Lord Jesus Crhist, aged 36 years, was crucified without the walls of Jerusalém ... and rose again from the
dead on the 3rd day, for the justification of all that believe him". (pag. ( pag. 42). Ou ainda (pag. 41), falando do 26º ano ( ? ) do reinado de Augusto: " The word was made flesh, flesh, or the Lord Jesus Christ Christ IMMANU IMMANUEL EL (sic) was born, born, the Great Great Architect or Grand Maste of the t he Christian Church".
Estes extratos parecem ser claros. A carta constitutiva da Maçonaria especulativa é cristã em sua expressão, e sem equívocos. Estas constituições foram reformadas na época pelas Grandes Lojas da Irlanda e da França. E as adaptações francesas acentuaram ainda mais o caráter cristão:
“Ningu “Ni nguém ém será será recebi recebido do na Ordem sem ter prometido prometido ou ju jurad rado o a sua
fidelidade fidelid ade inviolável inviolável à Religião, Religião, ao Rei e aos usos e costumes. costumes. Todo o maldizente maldizente que qu e quei queira ra fala falarr ou es escr crev ever er co cont ntra ra os sa sagr grad ados os dogm dogmas as da anti antiga ga fé dos dos Cruzados será excluído para sempre da Ordem”. (Os estatutos usados nas Lojas
da França, 1742, citado por P. Naudon, 1964, pág. 282). Não é possível ser mais explícito!
51. A conclusão se impõe. A Maçonaria era cristã antes e após Anderson. E assim permaneceu durante o século XVIII, na Inglaterra e na França, ainda que isso significasse uma adesão maquinal e relutante para muitos Maçons. Mas, e isso é
muito importante, não impediu, ao menos na Inglaterra, a iniciação de profanos não cristãos, isto é, Judeus, o que é uma honra para a Maçonaria inglesa. Onde se pode encontrar uma primeira etapa do processo de abertura das Lojas aos não cristãos, é na segunda edição das Constituições (1738). O primeiro artigo aqui é diferente: “ A Mason is obliged by his tenure to observe the moral law, as a true Noachit Noachita”. a”. Esta pequena palavra, palavra, “Noach “Noachita” ita” (descen (descendente dente de Noé) abria o caminho à tolerância recíproca entre Judeus e Cristãos, pois todos respeitam as Leis de Noé. A “tolerância “tolerância maçô maçônica nica”” é o resultado de uma long longaa evoluç evolução, ão, que não ousaríamos afirmar que já ter terminado. Se se pode aceitar as Constitu Constituições ições de Anderson como a primeira etapa desta evolução, deve-se ainda esperar o século XIX para vê-la concretizada em seus rituais. Na Inglaterra , a jovem “Grande Loja Unida”, criada em 1813, procedeu à reforma de seus rituais, retirando deles (quase) todas as alusões cristãs, sob influê inf luênc ncia ia do Duq Duque ue de Sus Sussex sex,, Grã Grão o Mes Mestre, tre, que que queria ria a un unive iversa rsalid lidade ade da Ordem. Na Bélgica e na França, este processo foi mais radical permitindo até a admissão de ateus. A este radicalismo não foram estranhos, nós o sabemos, os ataque ata quess in injus justos tos,, mal maldos dosos os e des desone onesto stoss da Igr Igreja eja rom romana ana.. Ao con contrá trário rio,, na Escandinávia a Maçonaria manteve o seu caráter cristão original. O R.’.E.’.R.’. foi criado no século XVIII, antes que este lento processo fosse bem sucedido. Ele é assim, naturalmente, impregnado deste cristianismo, mais alusivo que explícito, explícito, sempr sempree limi limitado tado pelo desej desejo o de afirm afirmar ar a comp complemen lementarida taridade de dos dois testamentos (bíblicos). Variante tardia do Rito Francês, o R.’.E.’.R.’. não se afasta das linhas de força de seu tempo e a “regra maçônica em uso nas Lojas retificadas” não passa por cima das con convic vicçõe çõess and anders ersoni oniana anass ou das exp expres ressõe sõess dos pri primei meiros ros est estatu atutos tos da Maçonaria francesa. Mas o R.’.E.’.R.’. enxerta em suas bases cristãs um discurso metafísico que lhe é estranho. E pode-se perguntar se isto não é algo mais do que um simples veículo, que conduz à exposição de uma linguagem universal, a do esoterismo. Mas então, o R.’.E.’.R.’. é ainda cristão ? Esta questão é menos simples do que parece. Vejamos então os fatos, de que dispomos, de forma nua e crua.
1) O Ri Rito to Mo Mode dern rno o Fr Fran ancê cês, s, é a font fontee ma maçô çôni nica ca do R.’. R.’.E. E.’. ’.R. R.’. ’. atu atual al,, pe pela la disposição da Loja, uma ilustração da passagem, ou da articulação da 52. Antiga Anti ga pa para ra a No Nova va Le Lei. i. Este Este Ri Rito to es está tá en entã tão o tota totalm lmen ente te de acord acordo o com com a Maçonaria Operativa e com as Constituições de Anderson (acabamos de ver isso). Mas esta mensagem é mais alusiva que explícita, uma vez que ela deve ser apreendida pelos olhos do espírito! O Rito Rito Es Esco coccês Re Reti tiffic icad ado o de dessloca oca o co con njunto simb mból óliico fra ranc ncês ês (por in inco comp mpre reen ensã são o ?) ?),, re rele lega ga a se segu gund ndo o pl plan ano o (n (nos os grau grauss azui azuis) s) a me mens nsag agem em trinitária trini tária e privileg privilegia ia a estrutura salo salomônic mônica, a, ou seja vétero-tes vétero-testamen tamentária tária (do Antigo Testamento) da Loja.
2) O discurso retificado, bastante explícito, anuncia ao Maçom a possibilidade
da reintegração ao estado primordial do homem. Isto é representado pela visão apocalípti apoca líptica ca da Jerus Jerusalém além celest celestee e pela doutr doutrina ina que nos most mostra ra que Hiram Hiram,, a exemplo do Cristo, pôde atingir o último estágio do destino humano. Esta ilu Esta ilumin minaçã ação o fin final al é vaz vazada ada em ter termos mos e for formas mas cris cristãs tãs,, cor corret retas, as, mas desprovidas que toda e qualquer orientação eclesiástica e sem intervenção de nenhum mediador autorizado, ou seja, de um padre. Além disso, a cristologia do R.’.E. R.’ .E.’. ’.R.’ R.’.. é mu muito ito parti particul cular ar e vê em Cri Cristo sto mais um paradi paradigma gma do que um redentor. Dito de outra maneira, o Cristo dá o exemplo, mas por si só isto não salva ninguém. 3) Nos pri primei meiros ros gra graus, us, o R.’ R.’.E. .E.’.R ’.R.’. .’. é des descri cristi stiani anizad zado o até ao seu limit limitee extremo, e a instrução do 4ºgrau o diz explicitamente: “Tudo o que vistes até ao momento em nossa Loja tem por base única o Antigo Testamento ... “. No 4ºgrau, unicamente, aparece o anúncio cristão com a visão do último painel, mas a sua exeges exe gesee é in incom compat patíve ívell co com m os ens ensina inamen mentos tos de tod todaa a igrej igrejaa org organi anizad zada, a, católica ou reformada. Não esqueçamos, o fato é importante, que a pessoa do Cristo é apresentado e glorificado em um plano doutrinário que é o de Martinez de Pasqually, que não é mais do que o ressurgimento das heresias gnósticas dos primeiros séculos, que co comb mbat atia iam m vi vigo goro rosa same ment ntee os Pais Pais da Igre Igreja ja.. A cr cris isto tolo logi giaa de Ma Mart rtin inez ez de
Pasqually e sua visão da criação e do destino do homem são incompatíveis com os ensinamentos do Magistério romano. De tudo isso, resulta que se o R.’.E.’ R.’.E.’.R.’ .R.’.. se refere refere,, como toda a Maçonari Maçonariaa do século XVIII, à mensagem evangélica, ele dá ao Cristo uma interpretação em total contradição com o ensinamento da Igreja romana (e talvez, o que é mais grave, com o Credo do Concílio de Nicéia). De outro lado, não engana ninguém o fato de que a nova edição do novo Código de Direito Canônico (1983) não mais faz menção aos Maçons, tendo o Vaticano reiterado sua posição de uma maneira
53. quase ofic quase oficial ial no Osse Osservatore rvatore Roman Romano o de 22 de fevereiro de 198 1985, 5, sob o título: “Nada de conciliável entre a Fé e a Maçonaria”. Este Este do docu cume ment nto o afir afirma ma “que “que um es estu tudo do ap apro rofu fund ndad ado o cond conduz uziu iu a Sa Sant ntaa Cong Co ngre rega gaçã ção o pa para ra a Do Dout utri rina na da Fé (a an anti tiga ga In Inqu quis isiç ição ão)) a conf confir irma marr a sua sua convicção de que os princípios da Maçonaria e os da fé cris ristã são fundamentalmente inconciliáveis” inconciliáveis” (citado por R. Dachez, 1985). Mas, e está aí o ponto essencial, a razão da condenação não é mais a velha lengalenga (conspiração con contra tra a Igreja, culto culto do demônio – bafomet – pontos d dee vista políticos diferentes ... ), desta vez são (diríamos, finalmente) fundamentais: “Para um cristão católico não é possível viver sua relação com Deus de uma mane ma neiira dupla, pla, ist sto o é, div ivid idiida em duas mo mod dalid alidad ades es:: uma qu quee seri seriaa supraconfessional, e outra que seria cristã”. A oposição é, desta vez, doutrinária e não mais política. A Igreja reconhece na maçonaria o projeto de uma educação espiritual para o homem. Ela admite que no fundamento desta educação se encontra uma certa fé ou confiança em Deus. Mas ela constata também que a passagem para a meditação eclesiástica, fundamento da religião católica romana, é posta em dúvida. De agora em diante diante a ques questão tão que se coloca é: “O que se faz em Loja que não se encontra encontra na Igr Igreja eja ?” O que faz lem lembra brarr a concl conclusã usão o dos bispos alemães de 1981: “Que podem de novo realizar a comunhão sacramental da salvação pelo batismo, a penitência e a eucaristia também, e pelos três graus fundamentais alcançam a iluminação e vencem a morte, expressos nos rituais maçônicos” (citado por R. Dachez, 1985).
Esta Estass cond conden enaç açõe õess ap apli lica camm-se se,, ce cert rtam amen ente te,, a todo todoss os rito ritoss e toda todass as Obediênci Obedi ências. as. Mas elas não se aplicari aplicariam am melhor ainda ao R.’.E. R.’.E.’.R. ’.R.’. ’. que tem um di disc scur urso so pr próp ópri rio o sobr sobree a pe pess ssoa oa de Cr Cris isto to,, disc discur urso so este este qu que, e, já vimo vimos, s, é definitivamente herético ? De agora em diante, a posição do Rito Escocês Retificado torna-se clara. Ele tem referências cristãs e se refere aos valores cristãos, mas eles estão colocados fora de toda a ortodoxia eclesiástica e constituem de fato uma heresia que, em outros tempos, teria levado à fogueira. Vê-se clara Vê-se claramen mente te o par parado adoxo xo do R.’. R.’.E.’ E.’.R .R.’. .’... Ele ofer oferece ece do ho homem mem e do seu destino uma visão que não pode ser senão condenada pelas Igrejas, e mais particularmente pela Igreja romana, apegada a seu papel pastoral. E, todavia, este este Ri Rito to afir afirma ma a sua sua li liga gaçã ção o form formal al ao cr cris isti tian anis ismo mo tr trad adic icio iona nal, l, po porr su suas as referência referê nciass ao Evangelh Evangelho o de São João, sua submis submissão são à “San “Santa ta Reli Religião gião Cristã Cristã”, ”, e sua profissão de fé no “Código para uso das Lojas retificadas” . 54. Es Esta tass co cont ntra radi diçõ ções es de deve vem m pr prim imei eiro ro se serr re reco colo loca cada dass no co cont ntex exto to da ép époc oca. a. Willermoz e seus amigos eram sinceramente ligados à Igreja católica ou luterana de sua infância. Mas como todos os homens instruídos do seu tempo, eles atribuíam um valor por demais relativo às injunções de um clero corrompido no seu comando, ou ignorante na sua base. As respostas dos clérigos não podiam satisf sat isfaze azerr a sua sed sedee (de con conhec hecime imento nto)) do Abs Absolu oluto. to. Enfim Enfim,, imp impreg regnad nados os também pelo espírito de seu tempo, o tempo das luzes, eles quiseram dar as suas próprias respostas à inquietude metafísica eterna da humanidade. Mas esta dupla posição, a submissão formal aos valores antigos, e o desejo de abertura e de realização pessoal, deviam conduzi-los a uma atitude mais que ambígua. ambíg ua. No conc concerto erto dos ritos maçôni maçônicos cos do sécu século lo XVII XVIII, I, todos cris cristãos tãos desde Anderson, o R.’.E.’.R.’. ocupa um lugar de combate, porque só ele ousa colocar a questão religiosa do lugar do homem no mundo cristão. E, o pior, ele ousa trazer uma resposta para esta questão, resposta essa que, longe de esvaziar a pessoa do Cristo, o integra nos termos inaceitáveis para toda a Igreja constituída.
Por um surpreendente retorno da história, esta resposta, por sua referência ao Cristo, torna-se, atualmente, a própria razão da desconfiança que o R.’.E.’.R.’. suscita no seio das Maçonarias regulares (e irregulares também). Com efeito, a evolução da Maçonaria no século XIX e XX conduziu à sua efetiva descristianização na Inglaterra, pela vontade de abri-la às religiões não cristãs (Cryer, 1984), e também no Continente Europeu, pelo anticlericalismo de origem polí po líti tica ca.. O R. R.’. ’.E. E.’. ’.R. R.’. ’. pe perm rman anec ecee fiel fiel à sua sua me mens nsag agem em orig origin inal al po porr ra razõ zões es históri his tóricas cas:: a sua uti utiliz lizaçã ação o no “re “redut duto o alp alpino ino”” hel helvét vético ico (suíç (suíço) o) apó apóss o seu desapareci desap arecimento mento na França e na Alemanh Alemanha. a. Daí vem a situação paradox paradoxal al que conhec con hecemo emoss atu atualm alment ente: e: em 19 1987, 87, o úni único co abe abertam rtament entee her heréti ético, co, des desde de sua sua or orig igem em,, se vê na si situ tuaç ação ão de se serr acus acusad ado, o, po porr todo todoss os lado lados, s, en entr tree as Obediências Continentais, de entreguista católico ( ?! ) Esta situação difícil pode parecer injusta sob muitos aspectos. O que não impede que (esta situação) não possa ser analisada com a serenidade de uma reflexão realmente maçônica. Situação atual do R.’.E.’.R.’. A Maçonaria retificada é cristã em sua forma e suas referências. O caráter se acentua com os graus. Que este cristianismo parece suspeito de heresia é uma evidência que não exige grande demonstração, mas que também não é mais 55. importante numa época em que nenhum católico segue ao pé da letra os ensinamentos da Igreja, quando padres guerrilheiros latino-americanos atendem aos fiéis que comungam, dando-lhes a hóstia com uma mão e a pílula (ou a camisinha) com a outra! Permanece o fato de que as referências cristãs são indispensáveis à sobrevivência do R.’.E.’.R.’. ccomo omo rito maçônic maçônico. o. E isto é sufic suficiente iente para que os Maçon Maçonss retificados sejam taxados de entreguistas disfarçados!
O problema é sério e os Maçons retificados não podem enfrentá-lo a não ser gritando alto e claro que suas Lojas estão abertas a todo o profano, desde que ele acredite em Deus. Mas que fique claro para todos que esta abertura não pode, de maneira alguma, colocar em risco a organização e a essência do rito. De fato, as Lojas retificadas belgas estão abertas aos não cristãos, de acordo com a Constituição da Grande Loja Regular da Bélgica. Mas esta abertura deve ser bem compreendida. Ela não pode significar a eliminação das referências cristãs do ritual, sob o pretexto de que poderiam ferir a consciência da alguns. Este processo é o mesmo seguido pelos Maçons ingleses do século XIX quando decidiram “desconfessionalizar” a Maçonaria. Isto levou a Maçonaria azul inglesa a deixar de fazer referências aos valores vétero-testamentários (do Antigo Testamento) e, por isso isso me mesm smo, o, quer quer se qu quei eira ra quer quer nã não, o, leva levand ndoo-aa a pr priv ivil ileg egia iarr um mu mund ndo o intelectual que continha maior inspiração cristã do que judia! Esta rejeição de todo o valor cristão levaria, para dar um exemplo no campo da Arte, à rejeição da Misssa em Si de J.S. Mi J.S.Ba Bacch e à de desstr tru uiçã ção o da bas basílica lica de Vé Véze zellay ay.. É di difí fíci cill compre com preend ender er que uma men mensag sagem em esp espiri iritua tuall ou est estéti ética ca pos possa sa ser rea realme lmente nte (tal (talve vezz prin princi cipa palm lmen ente te)) ap apre reci ciad adaa e am amad ada, a, se ne nela la nã não o vemo vemoss ne nenh nhum um constrangimento doutrinário ? Entretanto, a atitude britânica, por mais legítima que ela seja, assinaria a sentença de morte do R.’.E.’.R.’., R.’.E.’.R.’., o que é ssuficiente uficiente para isolá-lo. A “abertura” do R.’.E.’.R.’. pode também significar a manutenção das referências cristãs, esvaziando-as de seu sentido real. Pode-se conservar o Evangelho de João e a visão apocalíptica, assegurando ao candidato que não se trata senão de fórmulas vagas e sem importância. Esta atitude seria certamente a mais tolerante (embora, praticamente, não se trate de tolerância, mas de indiferença), mas ela levaria a esta situação mais paradoxal ainda de que os únicos constrangidos seriam os cristãos autênticos, que não poderiam ver, assim, profanado (no verdadeiro sentido) o Livro da sua Fé. A abertura a todos de um rito cristão, em sua forma, não pode levar à rejeição dos cristãos autênticos. 56. A solução passa pela afirmação incontornável de que não existe nenhum obstáculo mas, ao contrário, enriquecimento, ao se admitir, no seio do R.’.E.’.R.’.,
de algum modo intangível, todo o homem de Deus, cristão ou não. Mas esta “abertura” não pode ser feita a qualquer preço. É indispensável que todo o candidato reconheça, sem reticências (sem qualquer restrição mental), que os valores do cristianismo têm um caráter sagrado, sem que isso implique numa superioridade essencial, qualquer que seja ela, sobre as outras tradições. É necessário que os candidatos estejam dispostos a realizar, segundo a forma intangível do ritual retificado, o programa de realização espiritual que este rito propõe, simbolizado pela construção do templo ideal. Finalmente, é necessário que o juramento feito sobre o Evangelho de São João (e ele próprio como o afirma o ritual) seja para todos, tanto para os que o fazem, como para os que o ouvem, como um ato sagrado que compromete o recipiendário, e não como uma formalidade, ou pior, uma profanação (afirmação que também se aplica ao Rito Moderno Francês). Se estas condições forem mantidas, o Rito Escocês Retificado poderá se pretender fiel à tradição maçônica universal e à exigência de sua expressão cristã. Esta aposta, facilmente entendida por qualquer um, passa pela informação precisa aos candidatos à Iniciação. Um profano, que tenha sido julgado digno de ser iniciado, deve ser colocado a par do clima do do R.’.E.’.R.’.. Ele deve também saber o que o rito tem de intangível e aceitá-lo como ele é. Dito de outra maneira, se os Maçons devem se reservar o direito de aceitar ou de recusar um profano, segundo os critérios universais da Maçonaria regular, também o candidato tem o direito de aceitar ou de recusar ser Maçom retificado. Mas nesta informação, que eles devem prestar, os Maçons retificados deverão sempre se colocar no plano esotérico o esoterismo é só Um, que aproxima da Verdade e que transcende todos osporque exoterismos particulares. Limitar-se ao domínio esotérico permite deixar de se preocupar com as confissões de fé exotéricas . Mas permanecerá sempre imperioso descartar os que limitam a busca do conhecimento baseado em um particularismo religioso (afirmação (afirmação que, aliás, se aplica a todos os ritos). O futuro do Rito Escocês Retificado depende, no fim das contas, da profunda compreensão que os seus membros possam ter dele.
57. Epílogo A análise do Rito Escocês Retificado revela três eixos principais: 1) A manutenção, ou a sobrevivência, da tradição maçônica francesa, operativa no passado, não sem alterações notáveis no táveis que obscureceram o seu sen sentido tido primeiro (operativo). 2) A introdução em seu aspecto ritual de uma mensagem que leva em conta a totalidade do futuro humano. Esta mensagem, de forma cristã, transcende toda a religião organizada
porque visa ao essencial, ao principal, sem se m nenhum tipo de direção (ou controle) eclesiástica. 3) A ligação a uma idéia cristã que, por ser a da Maçonaria original, não pode ser condenada pelas Igrejas, sobretudo pela Igreja romana, porque se fundamenta no esoterismo cristão, esoterismo esse cuja existência é negada precisamente pela Igreja.! E este esoterismo cristão, desde que esotérico, é aceitável por todo o homem de boa fé, tenha ele, ou não, qualquer vínculo exotérico. Tudo isto não é isento de falhas ((o o R.’.E.’.R.’. é obra humana) n nem em de grandezas. Estas qualidades são suficientes para que o R.’.E.’.R.’. mantenha um lugar singular, mas não privilegiado , no concerto dos ritos maçônicos. Esperamos que estas poucas reflexões ajudem os Maçons retificados a conhecer melhor o seu rito. Esperamos, sobretudo que os outros Maçons, os que não desejam pertencer a este rito, compreendam que ele é uma expressão legítima da tradição maçônica universal e não um perigo que é necessário combater. 24 de janeiro de 1987
View more...
Comments