Rimas de Luís de Camões

April 13, 2018 | Author: Paulo | Category: Humanism, Love, Poetry
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10º Ano - Português...

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UNIDADE 4 - RESUMO Luís de Camões, Rimas

Rosto da primeira edição de Rhythmas (1595).

1. Vida e obra de Luís de Camões

José Malhoa, Camões (1907).









Nasceu em 1524 ou 1525. Família srcinária da Galiza. Pequena nobreza. Universidade de Coimbra (?).

Colégio de Santa Cruz, Bento Camões (?) Camões Domina vasta cultura

Virgílio Ovídio

Horácio Homero

Conhece as crónicas, enciclopédias e gramáticas Miniatura de Goa,

anónimo (1581).

























Vivência na corte Inicia carreira militar. Expedição a Ceuta. Vida boémia e despreocupada. Fere Gonçalo Borges, moço de arreios de D. João III. Preso na Cadeia do Tronco. 24 de março de 1553: embarque para a Índia. Novembro de 1553: expedição ao Malabar. 1556: Provedor dos defuntos em Macau. 1567: regresso a Portugal. 1572: publicação d’Os Lusíadas. 1579-1580: morte de Camões.

Camões na prisão de Goa,

anónimo (1556).

Peças de teatro — comédias •

Filodemo, 1587



Auto dos Anfitriões, 1587



Auto del Rei Seleuco, 1645

Lírica •

Rhythmas, 1595 (primeira coletânea

de cantigas, redondilhas, sonetos e odes, entre outras composições)

Lírica •

Os Lusíadas, 1572

Fernão Gomes, Retrato de Camões (c. 1577).

2. O tempo de Camões

Pormenor de vista em perspetiva de Lisboa, gravura em cobre, de Braun, meados do século XVI.

Lisboa no século XVI. Gravura de Braun e Hogenberg, 1572.

Renascimento •















Movimento cultural que surge, em Itália, na segunda metade do século XIV. Petrarca (1304-1374) terá sido um dos primeiros entusiastas. Recupera o conhecimento e os modelos da Antiguidade greco-latina (Classicismo). Recupera a visão do mundo das antigas civilizações. Aposta na renovação das artes e do saber académico. Foca-se no papel do indivíduo (Individualismo) e constitui o Homem como centro de interesse, em torno do qual tudo acontece (Humanismo). O Humanismo tem um importante papel intelectual e crítico. Erasmo (1466-1536) foi um importante humanista. Galileu Galilei (1564-1642) terá sido um dos últimos. Culmina na segunda metade do século XVI.

GravuradePetrarca.

JustusSustermans, Galileu (c. 1637).

Humanismo •









Movimento intelectual que valoriza o Homem. Antropocentrismo (o Homem no centro do conhecimento). Orgulho nas capacidades e realizações do ser humano. Valorização dos studia humanitatis (gramática, retórica, poesia, história e filosofia). Valorização das línguas nacionais (surgimento das primeiras gramáticas). Leonardo Da Vinci, O Homem de Vitrúvio (c. 1509).

Classicismo •





Encarar a matriz greco-latina como fonte de inspiração. Esforço filológico por recuperar textos antigos. Imitação dos modelos greco-latinos.

Botticelli, A Primavera (c. 1477-1482).

Mudanças Política

Economia

Arte

Divisão entre

Economia centrada no comércio e nas cidades

Inspiração nos modelos

Religão •

Novas ideias

sobre o Homem e Deus •

Tradução da



os reis e príncipes europeus e o poder papal

Bíblia para as







línguas nacionais Reforma Luterana Interpretação livre da Bíblia •

Contra-Reforma



Aparecimento

da burguesia mercantil •

Queda do



artísticos da Antiguidade

Maior circulação



Naturalismo

na arte

monetária •

Aumento

do consumismo

Império Bizantino •



Novos mercados

Um sistema de mudanças interligadas entre si…





Perspetiva

Ordem e simetria

Desenvolvimento do espírito crítico

Invenção da imprensa

Gravura de Gutenberg (século XVI).

Desenvolvimento do espírito crítico

Invenção da imprensa

Desenvolvimento da tipografia

Gravura de tipografia de 1568.

Maior divulgação de obras

Maior circulação de obras

Viagens de Descobrimentos Armada portuguesa da Índia do século XVI, Livro de Lisuarte de Abreu (1565).

Experimentalismo

Desenvolvimento da Ciência

A mais antiga rosa dos ventos com flor-de-lis da carta de marear de Pedro Reinel (1504).

Avanços na geografia, na astronomia, na matemática e na biologia

Estudos de plantas da Índia de Garcia de Orta.

Literatura de viagens

Desenvolvimento da cartografia

Mudanças de pensamento Planisfério de Cantino, anónimo (c. 1502).

Surgimento de novas teorias

Heliocentrismo de Galileu

Renovação da espiritualidade cristã Ilustração do sistema heliocêntrico de Copérnico por Andreas Cellarius, Harmonia Macrocosmica (1708).

Obras de Erasmo de Roterdão

Reforma Protestante Lutero e Calvino

Hans Holbein, o Jovem, Erasmo de Roterdão (1523).

Os reis de Portugal no tempo de Camões D. João III (1521-1557) •

Publicação de obras de Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, João de Barros, Fernão de Oliveira e Pedro Nunes.







Saque de Roma pelo imperador Carlos V. Estabelecimento da Inquisição em Portugal. Colonização do Brasil.

D. Sebastião (1557-1578) Cardeal D. Henrique (1578-1580)





Consolidação da Inquisição.



Ações militares no norte de África.

Dinamização da Universidade de Évora pela Companhia de Jesus. •

Expropriação dos bens dos cristãos-novos.

3. A poesia portuguesa durante o Renascimento O C anci oneir o G eral de Garcia de Resende (1516) Garcia de Resende

C. 1470-1536 Moço de escrivaninha de D. João II Reúne uma coletânea de poesia lírica

Cancioneiro Geral de Garcia de Resende (1516), Biblioteca Nacional, Lisboa.

Cancioneiro G eral

Produzidas nos reinados de D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I

Composições líricas

Trovadores bilingues:

Poesia palaciana,

português e castelhano

aristocrática Temática amorosa, jocosa, religiosa, moralizante, histórica, dramática

Redondilha maior (7 sílabas métricas)



Redondilha menor (5 sílabas métricas)



Vilancete Cantiga Esparsa Trova

Cancioneiro Geral de Garcia de Resende (1516), Biblioteca Nacional, Lisboa.

Cancioneiro G eral

Viagem a Itália

Composições de Francisco Sá de Miranda (1481-1558)

Introdutor do verso decassílabo e do soneto Colaborador do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende Poesia amorosa de traços petrarquistas: contradição entre a razão e a inclinação amorosa

Culto das letras sobre as armas

Elogio da vida campestre

(crítica social) Sá de Miranda, gravura de 1885 feita a partir de retrato contemporâneo, anónimo.

Cancioneiro G eral Desarrezoado amor, dentro em meu peito Tem guerra com a razão. Amor que jaz

I já de muitos dias, manda e faz Tudo o que quer, a torto e a direito. Não espera razões, tudo é despeito, Tudo soberba e força; faz, desfaz, Sem respeito nenhum; e quando em paz Cuidais que sois, então tudo é desfeito. Doutra parte, a Razão em tempos espia, Espia ocasiões de tarde em tarde, Que ajunta o tempo, enfim vem o seu dia: Então não tem lugar certo onde aguarde Amor; trata treições, que não confia Nem dos seus. Que farei quando tudo arde? Sá de Miranda

Sá de Miranda, gravura de 1885 feita a partir de retrato contemporâneo, anónimo.

Cancioneiro G eral

Terá frequentado a corte

Composições de Bernardim Ribeiro (1482-c. 1552)

Terá frequentado a Universidade de Coimbra

Cultivou a écloga em redondilha maior Poemas Bernardim Ribeiro,

De pendor melancólico

De pendor bucólico

escultura de António Alberto Nunes (1891), Museu de Évora.

Outro poeta contemporâneo de Camões António Ferreira

(1528-1569) Estudou Direito na Universidade de Coimbra

Cultivou novos géneros renascentistas

Produziu a tragédia clássica A C astro

Abandonou as formas tradicionais Manteve correspondência com Sá de Miranda e outros humanistas

António Ferreira.

4. Lírica camoniana

As influências

Os temas

As formas poéticas tradicionais e renascentistas

A partir de Maria Vitalina Leal de Matos e António José Saraiva.

Influências

Literatura clássica •





Virgílio Horácio Ovídio

Literatura italiana



do Renascimento •





Petrarca Dante



Natureza contraditória do amor Morte de amor Amor platónico

O amor Literatura portuguesa tradicional •

Lírica provençal



Cancioneiro Geral

de Garcia de Resende

A mulher •









A mulher como ser superior Atitude de reverência do sujeito poético Distância entre o eu e a amada A Natureza como extensão da beleza feminina A donzela / a pastora / a fonte

Formas poéticas

Medida velha

Formas da poesia palaciana portuguesa: •

Métrica: redondilha maior ou redondilha menor



Vilancete

mote de 2 ou 3 versos; glosas de 7 versos



Cantiga

mote de 4 ou 5 versos; glosas de 8 a 10 versos

Esparsa Endecha

sem mote; 1 estrofe de 8 a 10 versos 5 oitavas; redondilha menor; esquema rimático abbacbbc





Medida nova

Influência italiana (dolce stil nuovo): •

Métrica: decassílabo



Canção



Elegia



Ode



Écloga

Temas

O amor •

A representação da amada / a Natureza



A experiência amorosa



A reflexão sobre o amor

A mudança

O desconcerto do mundo

O amor

A representação da mulher amada

Ideal de mulher petrarquista

Ideal de Vénus

Botticelli, Retrato de Uma Jovem (c. 1476-1480).

Botticelli, Nascimento de Vénus (pormenor) (1486).

O amor

A representação da mulher amada

Ideal de mulher petrarquista A mulher como ser superior A mulher como ser divino Modelo de Laura (poemas de Petrarca) Existência celestial da mulher Imagem de perfeição moral Ser inacessível ao amado















Botticelli, Retrato de Uma Jovem (c. 1476-1480).

Amor de dimensão espiritual

A representação da mulher amada

O amor

Ideal de Vénus •

A mulher descrita como ser sensual

Modelo de Vénus Existência corpórea da mulher Imagem de perfeição física •







Exaltação da dimensão terrena do amor

Botticelli, Nascimento de Vénus (pormenor) (1486).

O amor

A experiência amorosa

Amor platónico alimentado pela saudade Origina



Saudade: insuportável





Distância: intolerável

Insatisfação: irreprimível •

Desejo: incontrolável

Sofrimento Sentimento de culpa Derrota Desilusão

A reflexão sobre o amor

O amor

O amor puro, espiritual •

O amor sensual

A experiência Amor platónico

A saudade como meio de aperfeiçoamento amoroso •



Sentimento de reverência



em relação à amada Valorização da distância da mulher idealizada



O amor enquanto forma de elevação espiritual

O amor como forma de aperfeiçoamento do eu •



O olhar como meio deamorosa adoração



Sensualidade associada

à beleza da amada



A mulher é descrita com delicadeza

O desejo enquanto forma de perpetuar o sentimento amoroso •

A representação da Natureza

O amor





Natureza:

Amor Mulher

Reflexo da mudança

Influência de Virgílio

É associada ao topos

Locus amoenus :

Tempus fug it:

Paisagem ideal, fértil

Espaço propício ao amor

Espelho da amada

Confidente do eu

Fluir inexorável do tempo

A mudança Tempus fugit

Associado à

Questão

Questão

do desconcerto

do destino





A natureza e o mundo mudam

A existência humana muda mas é imprevisível •



A mudança tem consequências negativas

A vida humana é marcada pela adversidade

O desconcerto do mundo

Desconcerto moral, social e existencial



Desordem

Falta de harmonia

No mundo exterior

No mundo interior

entre os homens

no coração de cada homem

O mundo «às avessas»

Conflito interior







A virtude não é recompensada •



A injustiça •

A mediocridade tem sucesso

Poemas autorreferenciais

O sujeito poético como vítima •

A desonestidade é compensada •

A desilusão amorosa

O mundo em tumulto = eu em tumulto •

Destino cruel

Bibliografia CONCEIÇÃO, Daniela Barbosa (2010) – Pregnância da(s) crise(s) na obra de Camões [dissertação de mestrado]. Coimbra: FLUC. MATOS, Maria Vitalina Leal de (1992) – Introdução à Poesia de Luís de Camões. Maia: ICALP. MATOS, Maria Vitalina Leal de [apresentação crítica, seleção, notas e glossário] (2012) – Lírica de Luís de Camões. Lisboa: Editorial Caminho. NUNES, Patrícia et alii (2008) – Enciclopédia do Estudante, vol. 10. Carnaxide: Santillana-Constância, pp. 62-65; 74-77; 83-85. PAIS, Amélia Pinto (2004) – História da Literatura em Portugal — Uma perspetiva didáctica. Porto: Areal. PIMPÃO, Álvaro J. da Costa (1994) – Rimas de Luís de Camões [texto estabelecido, revisto e prefaciado]. Coimbra: Livraria Almedina. SARAIVA, António José (1979) – História da Literatura Portuguesa — das srcens a 1970 . Amadora: Livraria Bertrand. SARAIVA, António José; LOPES, Óscar (s. d.) – História da Literatura Portuguesa, 16.ª ed. Porto: Porto Editora. SERÔDIO, Cristina (1999) – «Práticas de tratamento escolar de Camões lírico» in Ensino da Literatura: Reflexões e Propostas a Contracorrente. Lisboa: Edições Cosmos, pp. 141-150. SILVA, Vítor Manuel de Aguiar (1994) – Camões: Labirintos e Fascínios. Lisboa: Cotovia.

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