Revista Conexao 27 - Endomarketing

April 12, 2019 | Author: Gildete Góis Cunha | Category: Mediation, Video Games, Biography, Arbitration, Uruguay
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Endomarketing...

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Fundado em 18 de outubro de 1971 pelo educador Dr. Romeu Ritter dos Reis Reitor Flávio Romeu D’Almeida Reis Vice-Reitora Hélvia Lúcia Krüger dos Reis Pró-Reitora de Ensino Beatriz Tricerri Felippe Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão Sidnei Renato Silveira Diretora Administrativa Ivelone Nagel Reis Campus Porto Alegre Rua Orfanotrófio, 555 – Alto Teresópolis 90840-440 – Porto Alegre RS Fone: (51) 3230 3333 Campus Canoas Rua Santos Dumont, 888 – Niterói Caixa Postal 358 – 92120-110 – Canoas RS Fone: (51) 3464 2000 www.uniritter.edu.br

Órgão Informativo do Centro Universitário Ritter dos Reis Circulação Bimestral - Distribuição gratuita Tiragem: 8.000 exemplares - ISSN 1981-3503 Gerente de Comunicação e Marketing Cláudia Mallmann Editora Responsável Andréa Lopes - MTb 7858 Edição e Redação Andréa Lopes, Evelise Morais e Sabrina Ortácio Capa Ilustração de Fernando Bragança Editoração Everton Porto e Fernando Bragança Revisão Maria Araujo Reginatto Impressão Gráfica Odisséia Ltda. Av. França, 954 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 3303.5555

        L         A         I         R         O         T         I         D E           E

X   P   E    D   I      E    N   T   E   

Endomarketing na prática Imagine-se no lugar de uma empresa que, em meio à crise mundial, demite 400 dos mil funcionários – e precisa continuar com os 600 restantes a seu lado, a despeito da indignação destes em relação à demissão dos colegas e do medo de também perderem seus empregos a qualquer momento ... Mais do que nunca, o Endomarketing – ou Comunicação Interna, como queiram - surge como a tábua de salvação, a mão amiga na hora difícil. A matéria de capa desta edição da revista Conexão UniRitter esclarece, com quem entende do assunto, o que é Endomarketing, como fazê-lo e mostra quem tem feito de forma eficiente – incluindo uma entrevista com a papisa do assunto, a gaúcha  Analisa de Medeiros Medeiros Brum, diretora da HappyHou seBrasil, maior agência de Endomarketing do país. Outra entrevista de destaque nesta edição é a realizada com o escritor Ruy Castro, autor de algumas das biografias mais bem escritas lançadas no país – ele já dissecou Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda. Em tempo de bisbilhotices televisivas com o amado e odiado Big Brother Brasil ,  , a matéria à página 14 oferta as biografias como uma outra possibilidade de se poder espiar vidas alheias cheias de meandros, dramas e histórias divertidas. No âmbito do Direito, esclarecemos as diferenças entre Mediação, Conciliação e Arbitragem na matéria da página 6. Na 8, mostramos como foi a viagem da turma do Curso de Direito do UniRitter a Montevidéu, onde os alunos puderam constatar as semelhanças entre a Justiça brasileira e a uru guaia – e suas particularidades também. Não poderíamos esquecer a indefectível Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa, que pegou a todos de calças mais ou menos curtas nesse começo de 2009 – vá lá na página 18 que a professora da Licenciatura e do Mestrado em Letras do UniRitter, Ritter, Regina da Costa da Silveira, dá dicas precio sas para ninguém se perder entre letras e acentos que apareceram e sumiram. Boa leitura e bom começo de ano letivo!

É permitida a reprodução parcial ou total de matérias aqui publicadas, desde que conservada a forma e citados a fonte e o autor. As matérias assinadas são de responsabilidade responsabilidade de seus autores.

Fale Conosco: [email protected]

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Andréa Lopes Editora Responsável 

ÍNDICE

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Palavra da Reitoria

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Opinião

Jogos Digitais, por Michel Anderson Lutz Teixeira

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6 Mediação, Conciliação e Arbitragem: diferenças e vantagens

8 A viagem dos acadêmicos de Direito a Montevidéu 10

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Capa

Endomarketing: o que é, como fazer, quem faz bem feito

14 Biografias: vamos dar uma espiadinha? 16

Entrevista

Ruy Castro, escritor

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18 A Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa 20

Pelo UniRitter

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Perfil

Qualificação Docente, visita da secretária municipal de Educação ...

André Luís Polezelo, egresso da Arquitetura

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Traço Livre

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A rearmação da indissociabilidade entre

Ensino, Pesquisa e Extensão

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ssumir a ProPEx – Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão – é um novo desafio profissional, permeado de boas perspectivas e possibilidades de crescimento e qualificação das atividades desenvolvidas. Neste sentido, as diretrizes da ProPEx para 2009 estão voltadas à consolidação do trabalho desenvolvido até então, alicerçado pelas Câmaras de Extensão (CamEx) e de Pesquisa e PósGraduação (CamPesP). Em se tratando das atividades de Pesquisa, destaca-se a efetiva implantação do Quadro de Docentes Pesquisadores, permitindo a qualificação e aprofundamento dos projetos, linhas e grupos de pesquisa. Busca-se direcionar os esforços institucionais para a proposta de implantação de novos cursos de Pós-Graduação Stricto Sensu, nas áreas de Arquitetura e Urbanismo, Design e Direito, além do Mestrado em Letras, implantado em 2007. Na área de Pós-Graduação, destaca-se a organização dos cursos de Pós-Graduação Lato Sensu – Especialização, que passa a ser dirigida pela ProPEx. Pretende-se elaborar um projeto de credenciamento para ofertar cursos a distância, unindo os esforços da ProPEx e da ProEn, através do NEaD – Núcleo de Educação a Distância.

Com relação à Extensão, verifica-se um aumento no número de projetos extensionistas, destacando a inserção dos professores e alunos na comunidade do entorno dos campi do UniRitter. Entre as diretrizes da ProPEx para 2009 destacam-se, ainda, os esforços voltados ao estabelecimento de parcerias interinstitucionais, visando alavancar projetos de pesquisa, pós-graduação e extensão em conjunto com outras Instituições de Ensino Superior, nacionais e estrangeiras. Neste sentido, a formalização de convênios com empresas também será incentivada.

As atividades de Pesquisa, Extensão e Pós-Graduação contribuem, sobremaneira, para a formação dos alunos, qualificação do corpo docente e reconhecimento externo, dentro de um contexto de Educação Superior de excelência, preconizado por nossa Instituição. O ano de 2009 reveste-se de grandes horizontes para o fortalecimento das atividades de Pesquisa e Extensão, fortemente articuladas ao ensino de Graduação e de Pós-Graduação, mantendo o princípio basilar do UniRitter, que é a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

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Prof. Dr. Sidnei Renato Silveira Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão do UniRitter 

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Games: diversão para uns, excelente negócio para outros O

mercado de jogos eletrônicos tem crescido muito nos últimos anos no Brasil. Infelizmente, gamers que possuem vídeo games (consoles) da nova geração, como Xbox 360 (Microsoft), Playstation 3 (Sony) e Wii (Nintendo)  e não querem desbloquear seu videogame para não perder a garantia e desfrutar de outras vantagens, têm que desembolsar, em média, R$160 por  game. Caro, não? Principalmente com a pirataria, mesmo com tanta tecnologia de discos de Blu-Ray , criptografia de discos e outras possibilidades, as pessoas conseguem copiar um disco que custa R$160 e vender por R$30 na internet ou para vendedores ambulantes. Os jogos on-line ainda são os mais buscados devido à interação com outros jogadores ao redor do globo. Algumas pessoas ainda ficam curiosas em saber como funcionam os jogos on-line. Minha mãe, há um tempo atrás, entrou no meu quarto achando que eu

estava ficando louco falando sozinho, quando na verdade estava jogando com um headset   (fone de ouvido com microfone, tipo aquele das operadoras de telemarketing), interagindo com outros jogadores. Mas a pergunta é: como isso funciona? Poderia ficar explicando termos técnicos e todas as conexões e configurações, periféricos que são necessários para isso, mas prefiro deixar a coisa mais simples citando um exemplo. Uma empresa que desenvolveu um determinado jogo disponibiliza servidores com mapas de cenários, armamentos, veículos... Tendo o jogo instalado em minha máquina com acesso à internet e outra pessoa, lá no Japão, tendo o mesmo jogo instalado e com acesso à internet, ambos podemos nos conectar ao servidor do game, que está nos Estados Unidos, formando uma rede. Pronto, já podemos jogar, trocar informações, conversar... Existem eventos voltados ao entretenimento eletrônico, como a Campus Party ,

considerado o maior evento de internet do mundo, que ocorreu em São Paulo, em janeiro. Para os que gostam de jogos como eu e têm o sonho de poder um dia ver alguém jogar um jogo feito por você, corra atrás, pois existem ferramentas disponíveis e gratuitas para os que querem desbravar esta área de entretenimento, como PlayStation Network  e  Xbox Live  Arcade. Com o framework   gratuito da Microsoft , o  XNA, é possível desenvolver jogos tanto para PC quanto para  Xbox 360. E também existem empresas de desenvolvimento de jogos com portas abertas para você como, por exemplo, a francesa Ubisoft , desenvolvedora de alguns jogos como Rayman, Myst, Splinter Cell , Prince of Persia... No ano passado, eles abriram um estúdio em São Paulo e compraram a empresa de desenvolvimento de jogos Southlogic Studios, aqui de Porto Alegre. Recado: meu GamerTag na Xbox Live é BossOver. Grande abraço, bons jogos, e nos vemos on-line por ai.

Michel Anderson Lutz Teixeira  Acadêmico do 2º semestre do Curso de Sistemas de Informação do UniRitter 

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  r   e    t    t    i    R    i   n    U    /   a   ç   n   a   g   a   r    B   o    d   n   a   n   r   e    F   :   m   e   g   a    t   n   o    M     s    i   a   r   o    M   e   s    i    l   e   v    E   :   o    t   o    F

Mediação, Conciliação e Arbitragem

Texto: Sabrina Ortácio  Fotos: Evelise Morais

Diferenças e peculiaridades na facilitação das decisões da Justiça

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ora do almoço. Acirrada disputa dos irmãos pela batata frita. A mãe intervém facilitando o entendimento dos filhos de que é preciso respeito e educação à mesa. Esse eficaz método utilizado pela mãe é um bom exemplo de Mediação que, na Justiça brasileira, ainda é confundida com a Conciliação e a Arbitragem, outros dois conceitos que vêm auxiliando na resolução de questões, sobretudo as relacionadas ao Direito de Família. Vale destacar as peculiaridades de cada um – afinal, os três estão à disposição dos cidadãos para facilitar a vida de quem precisa da Justiça para solucionar problemas. Advogado graduado no UniRitter, Conrado Paulino da Rosa especializouse, ainda na faculdade, em Mediação Familiar, e também durante o curso começou a atuar como mediador. Hoje ele é mestrando em Direito e professor universitário com atuação nas áreas de Direito de Família, Sucessões e Direito Homoafetivo e membro da Diretoria Executiva do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM / Seção RS. Conrado destaca que a Mediação é uma forma alternativa de tratamento de con-

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flitos aplicada por um terceiro imparcial, denominado mediador. Esse profissional, que pode ser bacharel em Direito ou da área da psicologia ou serviço social, por meio de técnicas interdisciplinares de facilitação da comunicação, auxilia os mediados a construírem, de forma autônoma, o acordo. “A Mediação pode ser aplicada em litígios familiares, empresariais, comunitários, trabalhistas e internacionais, entre outros”, explica. A atuação da Mediação desenvolve-se em processos instaurados, preferencialmente, em separações que envolvam filhos menores, encaminhados pelos Juízes titulares das Varas, por solicitação das partes ou por indicação dos Assistentes Sociais no laudo da Perícia Social. “Os conflitos familiares são caracterizados pela grande carga emotiva. Assim, se o litígio entre o casal não é tratado de forma adequada, a separação pode acarretar em prejuízos que podem durar pelo resto da vida”, pontua Conrado. Segundo ele, os objetivos principais são identificar as reais necessidades do casal em separação, preservando os interesses dos filhos; responsabilizar o casal em separação em sua tomada de decisões; minimizar os conflitos vindos do processo de separação; restabelecer uma comunicação parental funcional, levando em consideração sempre o bem-estar

dos filhos e a manutenção dos vínculos; e propiciar um espaço à família que está vivendo a separação a reorganizar-se mais rápida e eficazmente, minimizando danos. O advogado observa que hoje, no Brasil, vivencia-se uma etapa de grande divulgação da Mediação, que cada vez mais tem sido discutida nas Faculdades de Direito e em Pós-Graduações pelo país. “Eu leciono essa disciplina em cursos de Pós-Graduação em Porto Alegre, Florianópolis, Cuiabá e Goiânia. Então, há uma tendência da mediação se desenvolver ainda mais nos próximos anos”, comenta Conrado, que também é administrador institucional de uma associação de mediadores intitulada Desatando Nós, que capacita pessoas para trabalharem na área. Em outra ponta, a Arbitragem é um meio não-estatal para a resolução de conflitos. “Significa que as partes envolvidas escolhem superar as divergências através da decisão de um terceiro sujeito, sem interesse ou relação com a disputa, que tenha a confiança de ambas as partes”, explica o professor Eduardo Silva da Silva, coordenador do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Mediação e Arbitragem do UniRitter. Para tanto, é eleito um árbitro ou um conjunto de árbitros, o Tribunal Arbitral, que mereça a confiança de ambos os contendores.

“ Os conflitos familiares são caracterizados pela grande carga emotiva” 

Conrado Paulino da Rosa Advogado graduado no UniRitter

“O MEC e a própria OAB exigem que o profissional do Direito  seja preparado para os meios complementares de acesso à  justiça”

Eduardo Silva da Silva Professor do UniRitter

“ Um dos objetivos do projeto é acelerar uma solução amigável  para o conflito familiar.” 

Cláudia Gay Barbedo Professora do UniRitter e Orientadora do Sajuir UniRitter

“A arbitragem é muito mais usada do que parece. Como seus procedimentos são sigilosos, muitas vezes ela tem início e fim e nem se toma conhecimento. As estatísticas não mentem”, conta o professor Eduardo, autor do livro Arbitragem e Direito da Empresa. Ele lembra que, em 2007, o Brasil ficou entre os cinco países com mais procedimentos arbitrais no mundo, perdendo apenas para gigantes como Estados Unidos e França, que detêm longa tradição na Câmara de Comércio Internacional de Paris. No Brasil, o professor destaca o funcionamento pleno de Câmaras como a da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do Conselho Arbitral do Estado de São Paulo (CAESP). No Rio Grande do Sul há uma estrutura preparada via Câmara de Arbitragem da Federasul, do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA RS) e do Conselho Regional de Administração (CRA), entre outras iniciativas. Eduardo Silva prevê como novidade para 2009 o surgimento da Câmara de Arbitragem da própria OAB, voltada à solução de conflitos entre advogados e sociedades advocatícias e que estará aberta a atender solicitações de toda a sociedade. “O MEC e a própria OAB exigem que o profissional do Direito seja preparado para os meios complementares de acesso à justiça”, lembra Silva, destacando que desde 2003 o Núcleo de Pesquisa e Extensão em Mediação e Arbitragem do UniRitter realiza eventos, pesquisas e seminários para mostrar aos acadêmicos uma nova mentalidade sobre as soluções das disputas. Já a Conciliação intervém com sugestões e alerta sobre as possibilidades de perdas recíprocas das partes. “Hoje as pessoas admitem perder menos num acordo do que, no futuro, numa sentença desfavorável”, exemplifica a professora Cláudia Gay Barbedo, que ministra a disciplina Direito de Família na Faculdade de Direito do UniRitter e é orientadora do Serviço de Assistência Judiciária Gratuita do UniRitter (Sajuir). Cláudia afirma que o conciliador, apoiado em técnicas adequadas, aproxima as partes em um

mesmo espaço, fazendo uma reorganização lógica nos direitos de cada um. “Eliminamos os pontos incontroversos para delimitarmos o conflito. O resultado é a celebração do acordo”, destaca Barbedo. A Conciliação é aplicada principalmente quando as partes negam o conflito e objetivam a celebração do acordo como uma forma de liberação daquela situação oriunda do litígio. Para isso, assumem compromisso mútuo, orientado pelo princípio da autonomia da vontade. “Entendo que a Conciliação, em determinadas situações, é um meio apropriado para a resolução de questões que envolvam o Direito das famílias, uma vez que objetiva a composição imediata das relações interpessoais e possibilita a redução de passagens traumáticas entre as partes na solução do conflito”, opina a professora. Cláudia Gay Barbedo lembra que a Conciliação é bastante utilizada no Direito brasileiro. No Rio Grande do Sul, por exemplo, há o Projeto Conciliação Família, nascido em 1994 com o objetivo de desafogar o trabalho das varas de família e sucessões, o qual atualmente abrange todos os juizados de família da Capital com exceção da 5ª vara. “Um dos objetivos do projeto é acelerar uma solução amigável para o conflito familiar que chega até o Judiciário, reduzindo o grau de beligerância que todo processo tende a acentuar, trazendo grandes vantagens para os envolvidos, inclusive na órbita financeira.” Atualmente, o Projeto de Conciliação Família é composto por um Juiz Substituto e da respectiva estrutura cartorária. Também atuam um Promotor de Justiça e um Defensor Público com atribuições específicas. Esta iniciativa vincula somente ações litigiosas novas. Não havendo sucesso na tentativa conciliatória, o processo é devolvido à vara de origem para regular tramitação, normalmente com a citação  já concretizada. Havendo acordo, este é homologado e remetido à vara de origem para as providências de encerramento do feito. O índice mensal de conciliações oscila entre 50% a 70% das ações remetidas ao projeto – a pauta de audiências normalmente não é superada em trinta dias.

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Texto: Evelise Morais  Fotos: acadêmicos e  professores participantes

Estudos foram promovidos pelo Núcleo de Relações Internacionais do UniRitter, coordenado pelo Prof. Felipe Reis, e contou com a organização e participação dos professores Renato Selayaram, Laura Frantz e Fernanda Barbosa.

Acadêmicos do Direito vivenciam as

Mont 8

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erca de 30 estudantes de Direito participaram da primeira Viagem Orientada de Estudos a Montevidéu realizada pelo Curso do UniRitter. Durante uma semana, os acadêmicos realizaram atividades na capital uruguaia, frequentaram aulas na Universidade Católica do Uruguai e visitaram importantes instituições, como a sede do Mercosul, da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) e a Suprema Corte uruguaia. A viagem foi promovida pelo Núcleo de Relações Internacionais do UniRitter, coordenada pelo Prof. Felipe Reis, e contou com a participação e organização dos professores Renato Selayaram, Laura Frantz e Fernanda Barbosa. Promover a convivência entre alunos do UniRitter e estudantes de um país diferente, gerando troca acadêmica e vivência com outra cultura foi a proposta da atividade. Renato Selayaram ressalta que, apesar da proximidade com o Brasil, há muitas diferenças com o Uruguai. “Há grandes diferenças culturais e socioeconômicas entre os dois países, as quais refletem-se, sem dúvida, nos ordenamentos jurídicos”, destaca o professor Selayaram. “Podemos dizer que no Brasil somos mais liberais e no Uruguai ainda persiste um conservadorismo. Tais diferenças devem ser aparadas para que possa avançar a integração no Mercosul. Em uma semana podemos

 já ter uma boa noção de tudo isso. A integração entre os países do Mercosul é mais econômica do que de qualquer outra natureza. Para ela se tornar efetiva também em aspectos sociais e culturais é necessária a troca mais efetiva e ntre os cidadãos, e ela pode começar no meio acadêmico”, atesta o professor. Montevidéu foi escolhida como destino da viagem justamente por sediar importantes organizações internacionais. Durante o período em que estiveram na capital uruguaia, os acadêmicos do UniRitter visitaram a Associação LatinoAmericana de Integração (ALADI), que congrega países da América do Sul, México e Cuba, a sede da Suprema Corte de Justiça, do Mercosul e a Embaixada do Brasil. A sede da Secretaria do Mercosul foi o local que mais chamou a atenção do formando Carlos Ribeiro Cruz: “lá tivemos a oportunidade de conhecer aspectos importantes do complicado funcionamento e dos objetivos desse acordo. Podemos verificar, em um país bem menor que o Brasil, o quanto o estudo do Direito é importante e quais as dificuldades e facilidades que esse país enfrenta comparado ao nosso”. Além das visitas, os alunos também participaram de aulas na Universidade Católica do Uruguai, assistindo às

 questões do Mercosul em viagem a

vidéu

disciplinas de Direito Penal, Direito Constitucional e do Consumidor e Direito Internacional Público. A formanda Karoline de Souza constatou o que já havia aprendido durante a faculdade: “a maior lição foi a de que o Direito sempre pode melhorar para abranger as parcelas mais necessitadas da população. Durante as aulas também pude conhecer o Direito Uruguaio e as diferenças com o Direito Brasileiro”. O professor Felipe Reis destacou a importância do intercâmbio para a formação acadêmica. “Trata-se de uma oportunidade única para os alunos se identificarem com seus pares de outros países, como o Uruguai, e ter a visão de como os alunos uruguaios se comportam, como é a instituição física deles, como são as aulas, os prós e contras de seu sistema. O retorno é um saldo muito positivo, porque são vivências que, principalmente no Curso de Direito, costuma ser algo inusitado”. A viagem a Montevidéu gerou mais do que integração e experiência para os acadêmicos e docentes. Os professores do UniRitter trataram de um programa de intercâmbio acadêmico com a Universidade Católica do Uruguai, que deve ser solidificado nos próximos meses, possibilitando a troca mais efetiva e constante de informações. A meta é viabilizar a possibilidade de os alunos do UniRitter estudarem na Universidade Católica do Uruguai pela manhã e, à tarde, estagiarem na Secretaria do Mercosul. De acordo com o professor Felipe Reis, atualmente só há uma instituição de ensino brasileira conveniada com o Mercosul nesses parâmetros. “Voltamos de lá com grandes possibilidades de sermos a segunda instituição brasileira a ter um convênio direto com o Mercosul. Falta apenas a formalização do contrato do convênio, que já está muito bem encaminhado”, garante ele.

Texto e Fotos: Evelise Morais

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Endomarketing O que é? Como se faz? Quem faz bem feito?

Gênero de primeira necessidade para empresas que desejam crescer, conquistar mercados, manter os índices que já possuem ou, simples mente, garantir a sua sobrevivência nos próximos anos. Texto: Paulo Meira, M.Sc. UniRitter  e Renato Oliveira, M.Sc. UCPel, autores do livro “Comportamento do Cliente”

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o ambiente interno, a comunicação destina-se a manter o quadro de pessoal sempre informado do que ocorre na empresa, como um fator de motivação e participação. Desde o momento em que se contrata um novo funcionário, ele deve se familiarizar com o ambiente de trabalho, a filosofia e os objetivos da empresa. O essencial é que o empreendedor transmita aos funcionários a ideia de que todos estão envolvidos no desenvolvimento dos negócios, criando um clima de parceria, de confiança.

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O Endomarketing pode ser definido como um conjunto de ações utilizadas por uma empresa para vender a sua própria imagem a funcionários e familiares. É nas ações mais simples que o público interno encontra aquilo que procura: a informação, o reconhecimento e o estímulo necessário para um bom trabalho. O conceito de marketing interno ou Endomarketing envolve temas como motivação dos funcionários, comunicação, comprometimento, valores, instrumentos de marketing e satisfação do consumidor. O Endomarketing tem como

principal objetivo fortalecer as relações internas da empresa com a função de integrar a noção de cliente e fornecedor interno, fazer com que todos os funcionários tenham uma visão compartilhada sobre o negócio da empresa, incluindo itens como gestão, metas, resultados, produtos, serviços e mercados nos quais atua. O que propicia melhorias tanto na qualidade dos produtos como na produtividade pessoal e na qualidade de vida no trabalho. Trata-se de uma necessidade imediata das empresas que desejam crescer, conquistar mercados, manter os índices que já possuem ou, simplesmente, garantir a sua sobrevivência nos próximos cinco anos.

Santo de Casa que faz milagre Imagine uma empresa como a Perdigão, com 58 mil empregados espalhados pelo Brasil e pelo mundo, tendo que falar para todos esses funcionários, integrando-os na cultura da empresa e unificando suas condutas. Aí entra o Endomarketing, que no Rio Grande do Sul é praticado com maestria pela Santo de Casa. A agência, especializada na matéria, foi criada em janeiro de 2007 por um trio familiar: Daniel Costa, 32 anos, Diretor Executivo, Camila Lustosa, 33 anos, Diretora de Jornalismo, e Parahim Neto, 32, Diretor de Criação. Hoje a Santo de Casa reúne 23 colaboradores. Na cartela de clientes, Perdigão, Transpetro, Zaffari, Grupo RBS e, mais recentemente, a AES Brasil – conquistada depois do trabalho exitoso com a AES Sul. “Marketing todo mundo conhece, mas Endomarketing ainda é um termo que está chegando às empresas”, conta Daniel. “No Endomarketing, tão importante quanto falar às pessoas é ouvi-las. Se você começa a falar é obrigado a ouvir. E nem toda a empresa está disposta a isso.” Ele cita o exemplo do tradicional café com o diretor. “Ao sugerirmos que o diretor vá ao refeitório falar com os

Quando os conceitos da qualidade passaram a ser trabalhados, houve uma dificuldade muito grande das organizações em perceber que todo e qualquer processo educativo e de mudança exige um processo acelerado de comunicação. O que aconteceu, na maior parte das empresas, foi um desabamento na pirâmide organizacional em relação ao grau de comprometimento das pessoas com os programas. Sabe-se que ainda hoje o envolvimento maior se dá na parte de cima da pirâmide (alta direção e gerências). A base da pirâmide (supervisores e funcio-

funcionários, nem todos topam. Enfrentamos diferentes culturas e nosso trabalho é, muitas vezes, invasivo.” Daniel resume Endomarketing como a importação dos atributos do Marketing para dentro de uma organização. “Trata-se de um processo gerencial que, como outros, requer controle, organização e coordenação, tudo isso utilizando ferramentas multidisciplinares de Comunicação, Psicologia, Administração, até da Arquitetura.” A Santo de Casa contou com arquitetos, por exemplo, na elaboração da Praça de Comunicação da Famastil. Foi criada uma área para onde todos os canais de comunicação convergem, junto com outros serviços como terminais bancários, televisão, rádio, espaço multimídia e o famoso cafezinho. “Temos as pesquisas que comprovam inclusive o aumento no consumo de café, porque as pessoas agora param nesse local e ficam mais um

nários comuns) continua tendo um envolvimento menor, a não ser que a empresa coloque a sua disposição as informações de que necessita para o engajamento total. As reações constatadas na base da pirâmide são, muitas vezes, resultado da inexistência de um processo de comunicação interna adequado, que se utilize de instrumentos sistêmicos e integrados, de forma a tornar as pessoas motivadas a trabalharem pelo mesmo fim. Vivemos um momento no qual o “homem” deve ser visto como elemento principal de todo e qualquer processo

tempinho”, atesta Camila. “Para a indústria é uma solução bacana, hoje não vejo formato melhor.” Em termos de mercado, a turma da Santo de Casa vê o Endomarketing sendo cada vez mais valorizado. A crise, por enquanto, não afetou o trabalho da agência. “Sentimos uma retração, alguns clientes diminuíram as verbas, mas não perdemos ninguém”, conta Parahim. “Nessas horas complicadas, com demissões, é que a comunicação interna é mais importante. Quem fica precisa vestir como nunca a camiseta da empresa. O Endomarketing vai se encarregar de ajudar a manter a calma dos funcionários e a excelência do que restou”, avalia.

de mudança e de modernização empresarial, pois as mudanças, quando implementadas, esbarram em formas de trabalho tradicionais e conservadoras, capazes de desencadear um estresse organizacional que dificulta e impede o desenvolvimento pleno de qualquer atividade. Um programa de Endomarketing bem feito é capaz de tornar o funcionário um ser comprometido com a nova postura da empresa e com a modernidade, cada um em sua área de atuação e por meio do seu trabalho.

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ANALISA DE MEDEIROS BRUM

Papisa do Endomarketing no Brasil

Falou em Endomarketing, lembrou de Analisa de Medeiros Brum, gaúcha de Quaraí que, em 2000, abriu a HappyHouse, hoje HappyHouseBrasil, em Porto Alegre. Em oito anos, Analisa transformou a empresa em uma referência na área de Comunicação Interna no país – e a si própria na maior autoridade no assunto. Conra a trajetória e as dicas de alguém que apostou no acaso, aproveitou as oportunidades e virou expert.

A FORÇA DO ACASO

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“Trabalhava há sete anos na ADVB/RS e resolvi mudar de ares. Em 1990, aos 27 anos, assumi a coordenação de Comunicação do Senai e foi lá que comecei a trabalhar com comunicação interna. Minha diretora saiu, resolvi fazer um compêndio com tudo que tínhamos feito de comunicação interna para dar de presente a ela. Ela gostou tanto que sugeriu que eu inscrevesse o case em prêmios. Ganhei todos, inclusive o Opinião Pública, em São Paulo, que era uma das maiores premiações na época. Percebi que pouca gente entendia do assunto, não havia cursos, nada. Vislumbrei uma oportunidade e comecei a ler, a estudar sobre o assunto. Em 1994  já lançava meu primeiro, Endomarketing, bem básico. Eu estava aprendendo sobre o assunto. Por isso, classifico-o como uma ousadia. A verdade é que, se eu não tivesse ido para o Senai, talvez o Endomarketing jamais teria cruzado o meu caminho. Por isso não posso dizer que a HappyHouseBrasil é a realização de um sonho. Eu jamais ousei sonhar com algo assim.”

ENDOMARKETING NÃO É CAMISETA, BRINDE, BOTTON

SUBINDO A ESCADA, DEGRAU POR DEGRAU

“As pessoas veem muito o Endomarketing como evento, festa, camiseta, bottom. Muitas vezes eu estou conversando com alguém e digo que trabalho com comunicação interna, muita gente rebate com ‘ah, tu fazes o jornalzinho da empresa’. Há uma imagem muito distorcida e ultrapassada da área. Endomarketing é um processo composto por uma série de esforços. O primeiro passo para se fazer Endomarketing numa empresa é a coerência entre discurso e prática. O segundo é estruturar um bom processo de informação, que possa trazer resultados também em nível de integração. Ninguém gosta daquilo que não conhece. As pessoas não resistem às mudanças, mas à falta de informação sobre o que está sendo mudado pela empresa.”

“Certa vez fui assistir a uma palestra do Daniel Godri. Ele disse que Deus dá a cada ser humano uma escada. É o ser humano quem decide se vai carregá-la debaixo do braço, se vai subi-la de costas, se vai se jogar pro último degrau de uma vez só, correndo o risco de se estabanar no chão... Casualmente, quando pedi para o designer Claudio Cardoso projetar um ícone para nossa agência ele criou uma escada, que virou nosso símbolo máximo. Uma escada são vários Hagás, um grudado no outro, né? Achei perfeito, tinha a ver com os Hagás da HappyHouse, com RH, com Humano. Com a escada a HappyHouse procura transpor o muro muitas vezes existente entre patrão e empregado.”

ENDOMARKETING COMO PROCESSO “O processo da Comunicação Interna e do Endomarketing é algo muito diferente da visão lúdica que algumas pessoas ainda possuem sobre esses temas. Na HappyHouseBrasil não ficamos o tempo todo criando ações motivacionais. Nosso trabalho é muito concreto. Temos o desafio de dar uma forma criativa para a informação, além de finalizar, produzir e entregar os materiais em todas as unidades de nossos clientes. Portanto, também cuidados de logística.”

DISCIPLINA, DISPONIBILIDADE, DELICADEZA “A comunicação interna é um universo de detalhes. Por isso, nossos três valores são disciplina, disponibilidade e delicadeza. Isso é o que nos tem permitido crescer. Na área de Atendimento, temos profissionais de relações públicas e publicidade. Na área de Criação, temos Diretores de Arte, Designers e Redatores cuja formação é publicidade e propaganda. E no Núcleo Editorial temos jornalistas. É o composto de Comunicação Social dedicado ao relacionamento das empresas com seus empregados. No nosso negócio, sustentabilidade é ter profissionais competentes.”

DE POA PARA O MUNDO “Em 2005 agregamos Brasil ao nosso nome e passamos a nos chamar HappyHouseBrasil. Nossa atuação foi nacional desde o início. Um dos nossos primeiros clientes foi a Eletronorte, empresa que distribui energia para toda a Amazônia Legal, cuja sede fica em Brasília. Hoje atendemos a todas as companhias de energia do Nordeste. A Vale é nossa cliente desde 2002. Manter a nossa estrutura e inteligência em Porto Alegre sempre foi um desafio. Mas a tecnologia da qual podemos usufruir, hoje, nos permite atender clientes em todo o País e entregar materiais em diversas partes do mundo sem prejuízo algum para o cliente. No começo nos sentíamos assim ‘sou feio, pobre e moro longe’, mas nosso crescimento mostrou o contrário. Trabalhar na HappyHouseBrasil significa viajar. Sempre que podemos, convidamos nossos clientes para realizarem reuniões na nossa sede. No fim, estar em Porto Alegre virou o nosso charme.”

OLHANDO PARA DENTRO “Hoje dirijo a Happy com outras duas pessoas, uma do financeiro outra da criação. Dois estão sempre viajando, um está sempre na agência. Temos um modelo de gestão diferente. Não temos gerentes. Temos os três diretores e o G10, um grupo de dez diretores de área, que são os mais capacitados, que estão há mais tempo trabalhando conosco. Essas pessoas gerenciam processos, tomam

decisões e representam a agência externamente sempre que necessário. Nunca tomamos uma decisão importante sem ouvi-los. Para crescermos tínhamos que evoluir na gestão, que não podia mais ficar concentrada nos sócios. O G10 foi a maneira que encontramos para manter conosco os nossos melhores profissionais, aumentando suas responsabilidades e, consequentemente, seus ganhos. não é um grupo fechado, pode mudar todo o ano, damos oportunidade para todos subirem seus degraus. Nosso maior mérito é que, quando começamos, em 2000, ninguém queria trabalhar aqui.”

ADMINISTRAÇÃO, CURSO DAS GENERALIDADES? “A questão do generalismo não depende do curso que escolhemos, nem do mercado. Depende da pessoa. Os cursos universitários deveriam ter uma disciplina chamada ‘posicionamento profissional’. Um profissional deve se posicionar como produto, escolhendo a forma como deseja ser percebido pelo mercado. Isso inclui a especialização. Dentro de um mundo de generalidades, é preciso tomar a decisão de ser especialista em alguma coisa, caso contrário o sucesso ficará fora do alcance. Foi o que fiz. Creio que o mercado de Endomarketing esteja só começando. A Faculdade de Administração, principalmente nessa época de crise, talvez seja a que dê mais subsídios, mais capacidade de movimentação ao profissional. Ela complementa outros cursos, inclusive.

A IMPORTÂNCIA DO FOCO “Depois que decidi que me dedicaria ao Endomarketing, não houve um único dia da minha vida que eu não trabalhasse para isso. Na HappyHouseBrasil, a orientação é a mesma. Quando decidimos que seríamos uma agência de Endomarketing, trabalhamos para sermos percebidos dessa forma pelo mercado nacional. Isso significa empreender um esforço contínuo. Não é possível descansar um só minuto, pois a imagem é construída a partir de uma série de fatores, valores e princípios. Isso vale para um profissional e para uma empresa. No caso da HappyHouseBrasil, por exemplo, não abrimos jamais mão do foco.”

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Quer dar uma

espiadinha?

Texto: Andréa Lopes

Em tempos de Big Brother , a revista Conexão UniRitter sugere: se você quer saber mais sobre a vida íntima de personagens interessantes, leia biograas!

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amos dar aquela espiadinha?”,

sugere o apresentador Pedro Bial a cada intervalo do Big Brother Brasil 9, um dos programas mais adorados e detestados dos últimos tempos da tevê brasileira. Gostando ou não, o fato é que a maioria das pessoas já teve seu momento de bisbilhoteiro, de querer saber o que se passa com um colega, um amigo, um conhecido. O advento das revistas sobre celebridades só fomentaram o clima ‘Janela Indiscreta’. Para quem gosta de saber um pouco mais sobre a vida de gente interessante (ou nem tanto ...), aí vai uma dica: que tal conferir uma boa biografia lançada no mercado editorial? Trata-se de uma maneira inteligente de bisbilhotar a vida alheia – geralmente se descobrem pé-

  o    ã   ç   u    d   o   r   p   e    R   :   s   o    t   o    F

rolas sobre a vida dos personagens perfilados que jamais imaginaríamos. Inclusive, muitos conhecidos e aparentados de biografados acabaram descobrindo características e situações desconhecidas – muitas vezes bem ‘cabeludas’ - a respeito de seus conhecidos famosos. “ Há quem seja contra as biografias justamente por isso”,  atesta Jeanne Calligari,

biógrafa do escritor gaúcho Caio Fernando Abreu (1948-1996). “ Outras acham que do artista basta conhecer a obra, que a vida pessoal não interessa. Contudo, para quem gosta de um cantor, um escritor, conhecer sua vida, as circunstâncias em que ele se tornou a pessoa que tantos admiram, é muito importante. Adiciona

dimensão à obra.”   Quando Caio faleceu, Jeanne tinha 15 anos. “ Reconstruí sua história por meio de cartas, de entrevistas com a família, amigos, colegas de trabalho.”

PARA LER Disponíveis na Biblioteca Dr. Romeu Ritter dos Reis

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A jornalista, repórter da revista Época SP, mergulhou no universo do escritor, leu todos os seus livros e os livros dos autores que ele admirava - Hilda Hilst e Clarice Lispector na lista. Ouviu Caetano Veloso e Keith Jarrett. Assistiu a filmes de Pedro Almodóvar. Também reuniu material sobre o período histórico em que Caio viveu. “ Eu respirava Caio, só falava nisso” , confessa. Sobre um outro personagem que despertaria nela a vontade de incursionar novamente pela seara das biografias, ela é categórica: “ Oscar Wilde. Além de escritor genial e de ter tido uma vida intensa, ele está morto há muitos anos. Portanto, não teria que lidar com os vivos ciumentos que sobraram!“ 

Estudioso do tema, o jornalista Sergio real não é bem assim. Para cada sujeito Vilas Boas, diretor do site Texto Vivo e de destaque há dezenas, centenas de carprofessor da Associação Brasileira de Jor- regadores de piano. E os supostos gênios nalismo Literário, fez mestrado e douto- extraordinários são criaturas laboriosíssirado na Escola de Comunicação e Artes mas, que se dedicam arduamente a um campo ou domínio e exatamente por da Universidade de São Paulo com isso deixam de experimentar pesquisas sobre narrativas outras instâncias da vida, e biográficas. O mestrado remuitas vezes se frustram sultou no livro Biografias com isso. É a história da & Biógrafos, lançado sorte no jogo e azar no pela editora Summus; amor.” Para ele, uma o doutorado, em Biobiografia reflete tão  grafismo  (2008), da somente o biografado editora Unesp. Sergio segundo seu biógrafo. questiona alguns pon“ Como na escrita da tos geralmente desenHistória, que é uma volvidos nas biografias resposta provisória sovistas nas prateleiras das livrarias. Por exem- “Conhecer a vida de uma pessoa bre o passado, a escrique tantos admiram adiciona ta biográfica também plo, a importância da dimensão à obra.”  transporta a carga de ancestralidade do perseu autor, suas impressonagem biografado.  Jeanne Calligari  sões pessoais, sua for“ Antes de recorrer às  Jornalista e Biógrafa mação, sua história de linhas de parentesco, vida, seus compromiso biógrafo deveria se perguntar se a descendência constitui o sos com a sociedade que o formou e concaráter de uma pessoa necessariamente. sigo – o mesmo amplo conjunto de valoQual o grau de influência que a família res, aliás, que constituem o biografado, realmente exerce sobre um indivíduo.”  O evidentemente. No entanto, as biografias  jornalista tenta desmistificar a ideia de ge- contemporâneas parecem condicionadas nialidade inata dos biografados. “ Parece ainda à ideia de que a verdade pode ser que os autores estão dizendo ‘meu per- atingida em sua totalidade apenas com sonagem tinha todas as qualidades para informação e volume”, pondera. Mais: vencer e, vejam só: ele venceu, claro, pois “ como autores que são, os biógrafos acaé tão extraordinário!’. No entanto, a vida bam se revelando em suas escolhas, seus estilos, sua visão de mundo, através das biografias e dos personagens sobre os quais escrevem”.

1 - Audrey (1996) , de Barry Paris, biografia da atriz Audrey Hepburn

2 - Maysa – Só numa multidão de amores (2007), de Lira Neto, sobre a cantora Maysa

3 - Caio Fernando Abreu - Inventário de um escritor irremediável (2008), de Jeanne Callegari, sobre o escritor gaúcho

4 - Mauá: Empresário do Império (2004), de Jorge Caldeira, sobre Visconde de Mauá

5 - Paulo Freire, uma História de Vida (2006), de Ana Maria Araújo Freire, sobre o mestre da Educação

6 - The Beatles – A Biografia (2007), de Bob Spitz, sobre os lendários garotos de Liverpool 

Dentre as biografias disponíveis no mercado, Sérgio Villas Boas destaca Maysa – Só Numa Multidão de Amores, de Lira Neto. O compêndio virou base de pesquisa da minissérie sobre a cantora exibida pela Globo, em janeiro. “ Dentro do possível, o livro é bastante honesto e responsável. Quanto à forma, ainda bastante convencional. Mas o autor é um biógrafo um pouco diferente dos biógrafos best-sellers que nadam de braçada sem que ninguém, exceto eu, os conteste. Lira é um sujeito aberto a ouvir, a dialogar, aprender. E isso se reflete no texto dele.” 

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“Não escolhi nenhum deles - eles é que me

escolheram.” Um dos maiores biógrafos do Brasil, Ruy Castro fala sobre seu processo de trabalho para escrever uma biografia. “Entrevistas bem feitas são o coração da matéria”, ensina. Texto: Andréa Lopes  Fotos: Bel Pedrosa, Divulgação Companhia das Letras

Como as biografias apareceram na sua vida? Foi um gênero que sempre lhe chamou atenção, pelo qual você sempre pensou em incursionar? Inconscientemente, talvez. Lembro-me de ter lido algumas biografias americanas e inglesas nos anos 70 e 80, e de ter ficado intrigado com a riqueza de detalhes levantados pelo biógrafo. Eu me perguntava: “Como ele pode ter descoberto isso?”. No final de cada livro, vinha uma extensa lista de pessoas a quem o biógrafo agradecia por lhe terem fornecido informações. Então eu concluí: “Ah, sim, é assim que se faz - conversando com centenas de pessoas...” Claro que não é só isso, como eu viria a descobrir, mas o segredo básico era esse: o acesso a um número muito grande de fontes.

Há entrevistas feitas por você publi cadas, por exemplo, na “Playboy”, que são clássicas. Uma boa biografia começa com entrevistas bem feitas? Pode não começar por aí, mas entrevistas bem feitas são o coração da matéria. Para

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que a conversa com uma fonte renda bem, o biógrafo precisa estar absolutamente preparado não apenas sobre o seu biografado, mas também sobre a fonte com quem ele vai conversar. Isso pode parecer maníaco, mas é verdade - ou, pelo menos, é a maneira com a qual eu trabalho: se vou entrevistar X a respeito de Y, procuro aprender tudo também sobre X antes de ir falar com ele.

les, por exemplo, era o Bueno, que já tinha, em 1967, mais de 50 anos de Correio (foi o primeiro fotógrafo contratado da imprensa brasileira). E sem esquecer a Seleções, de que também fui editor nos anos 70, em Lisboa, e onde aprendi a valorizar o conteúdo humano de uma história.

Seu trabalho em veículos como Manche te, Fairplay, Diners, Correio da Manhã foram a escola para seu trabalho de biógrafo?

Primeiro, reúno e leio todo o material impresso, sonoro, filmado etc, disponível sobre o biografado. Levo uns dois ou três meses lendo e decupando aquilo tudo, extraio uma lista de possíveis fontes a entrevistar - nunca menos de 150 ou 200 - e finalmente saio a campo. Essa última etapa consome 70% do trabalho. Dois, três ou quatro anos depois, convençome de que já posso começar a escrever.

Como você vê, houve uma grande variedade de veículos na minha vida profissional - e todos foram importantes. Na Manchete, aprendi como era importante escrever “bem” para uma publicação popular; na Fairplay, aprendi a editar - fui o último editor desta revista, em 1970, que foi a primeira “masculina” do Brasil; na Diners, conheci a liberdade dada pelo editor, que era Paulo Francis; no Correio da Manhã, o convívio com aqueles veteraníssimos repórteres, copys e fotógrafos foi inesquecível - um de-

Como se dá o processo da feitura de uma biografia? Qual o seu método?

Nelson Rodrigues, Garrincha, Carmen Miranda eram personagens pelos quais você já se interessava? Como eles surgi ram na sua cabeça como biografáveis? Não escolhi nenhum deles - eles é que “me

escolheram”. Todos já faziam parte do meu universo desde a infância. Enfim, há muito eu já estava escalado para biografá-los, apenas não sabia disso. Se, num futuro próximo ou remoto, surgir um novo nome, será pelo mesmo processo.

E depois de biografá-los, sua impressão sobre eles mudou? O que ficou mais marca do para você das personalidades dos três? Mudou, sempre para muito melhor. Em todos eles, o que me impressionou ao fim da investigação e da escrita foi o fato de serem grandes intuitivos - foram gênios à sua maneira e sem nenhum preparo para isso - e o sentimento de tragédia com que conviveram no fim da vida.

Em Ela é Carioca você traça vários perfis biográficos de personagens inte ressantíssimos do bairro de Ipanema, uns  já falecidos, outros ainda bem vivos. Os verbetes foram feitos a partir das suas impressões e pesquisas ou você chegou a entrevistar alguém da turma? Uma linda ipanemense famosa que ficou de fora do livro (uma cantora...) me acusou de não ter me lembrado dela no livro. Respondi-lhe que não fiz esse livro com a minha própria memória, mas com a memória dos outros. O que queria dizer (mas não disse) é que ninguém se lembrou dela como uma personagem importante no período básico em que se passa o livro - até 1970. Na verdade, apesar de talentosa etc, ela não aten-

dia às exigências que eu me pus para decidir que alguém seria verbete - deveria ser uma pessoa atrevida, experimentalista, meio maluca, meio suicida etc. Não bastava ser rica e famosa. Ou seja, a receita exigiu um pouco das minhas “impressões”. Mas teve também muita investigação e conversa com inúmeros vivos. O que talvez seja uma surpresa para você é que me excluí deliberadamente de vários verbetes de que poderia ter participado - não quis que as pessoas achassem que era um livro de “memórias” pessoais.

Algum biógrafo o inspirou, ou há algu ma biografia, seja nacional ou estrangei ra, que você tenha lido e tenha pensado ‘puxa, essa é uma excelente biografia’? Que biografias você curtiu ler? Gosto de muitas biografias, e uma das que mais admiro é Judy, de Gerold Frank, sobre Judy Garland, publicada nos anos 70 e nunca lançada no Brasil (em compensação, já lançaram várias bem fraquinhas sobre ela). Sou fã também de uma historiadora já falecida, Barbara Tuchman. Ela me foi de grande inspiração nos anos 70.

Depois de Carmen Miranda, você decla rou que não gostaria de voltar a biografar ninguém. Por acaso não mudou de opinião nesse tempo? Nenhum personagem o levaria a reconsiderar isso? Não há o ‘perso nagem dos sonhos’ ainda a ser biografado? Juro que não tenho ninguém em mente. Por enquanto, o personagem dos sonhos

continua a ser Carmen - onde vou achar outro com tanta coisa que me fascina como ela? Talvez por isso eu vá fazer mais um livro sobre ela este ano. Mas um livro de imagens, a se chamar O álbum de recortes de Carmen Miranda.

Como anda sua produção, o que pode mos esperar para 2009? Um deles é este de que acabei de falar. Outro será mais um livro de imagens, só que sobre o Flamengo, a ser feito no segundo semestre. E, no meio do ano, deve sair mais uma coletânea de artigos organizada pela Heloisa Seixas, desta vez de literatura, com o título de O leitor apaixonado. No fim do ano passado, saiu Ruy Castro - Álbum de retratos, uma minifotobiografia afetiva a meu respeito organizada pela Heloisa. Saiu pela pequena editora carioca Folha Seca, você viu? E, ah, sim, acaba de sair uma nova edição de Rio Bossa Nova, pela Casa da Palavra, com dezenas de verbetes novos, e, em março, sairá de novo pela Companhia das Letras o Livro de insultos de H. L. Mencken, traduzido e editado por mim em 1988 e que estava fora de catálogo há mais de quinze anos e que muita gente adora.

Você concorda que uma biografia pode ser uma boa maneira de se dar uma espiada na vida alheia, tipo um Big Bro ther com conteúdo? Querida, nunca vi nem dois minutos desse negócio chamado Big Brother.

ALGUMAS DE SUAS OBRAS: O Anjo Pornográfico* – A Vida de Nelson Rodrigues (1992) Estrela Solitária – Um Brasileiro Chamado Garrincha (1995) Ela é Carioca – Uma Enciclopédia de Ipanema (1999) Carmen, Uma Biografia (2005) *Disponível na Biblioteca Dr. Romeu Ritter dos Reis.

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Repaginada

na Língua

Falada por cerca de 230 milhões de pessoas no Brasil e no mundo - gente de Portugal, África e comunidades asiáticas e americanas - a Língua Portuguesa passou por uma recauchutagem nesse começo Portugal. Mas, drama! Vamos ter  sério. Fui ministrante e aprendiz de 2009. A Reforma tem como que reaprender a escrever? Mais o tempo todo” , reconhece. Aqui, principal objetivo unificar a ou menos... O mais interessante a professora Regina resume um ortografia da Língua Portuguesa seria reaprendermos juntos, pouco a história dessa Reforma nos oito países que falam o idioma como ocorreu no curso livre Ortográfica da Língua Portuguesa - Angola, Moçambique, Cabo sobre o assunto promovido pela – e nos damos conta de que ela vai Verde, Guiné-Bissau, São Tomé Escola de Verão do UniRitter, além da mera mudança de letras e Príncipe, Timor Leste, Brasil e em janeiro. A ministrante foi a ou abolição de acentos. Infiltra-se Portugal - para facilitar o processo professora da Licenciatura e do na cultura dos povos lusófonos e de intercâmbio cultural e científico Mestrado em Letras do Centro tenta provocar um diálogo mais e para uma divulgação mais Universitário Regina da Costa efetivo entre eles. Confira um ampla do idioma e da literatura da Silveira. “Aquela conhecida roteiro elaborado pela professora em Língua Portuguesa. O Acordo frase rosiana, de Grande Sertão: Regina com as mudanças na resolverá 98% das diferenças Veredas, ‘mestre não é aquele que ortografia clicando no www. ortográficas existentes entre  sempre ensina, mas o que também uniritter.edu.br/novaortografia. o português do Brasil e o de aprende’ foi mesmo levada a (Andréa Lopes) 

 A quem interessa a Reforma? “A Reforma Ortográfica tornase importante a todos os países lusófonos porque avalia e redimensiona a Língua Portuguesa não só como sistema. Tratase de uma excelente oportunidade para pensar sobre a ortografia, mas as discussões não podem se restringir apenas ao conjunto de regras e sinais que regem a norma culta. Imaginar que estamos todos - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste – falando a mesma língua significa anular peculiaridades regionais que cedo se manifestam na oralidade e só muito mais tarde passam para os registros escritos da norma culta. Interessante lembrar não apenas que essas nações distantes entre si, colônia e ex-colônias portuguesas, possuem em comum algumas normas que regem o Acordo Ortográfico, unificando-se assim o idioma de acordo com as propostas de cada país, mas saber que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai pensar a língua pela via comparatista. E se comparar é apontar diferenças, e é também, de modo especial nesse caso, pensar numa política identitária para que o bloco lusófono ganhe força e dê visibilidade ao idioma, fazendo com que o português se torne uma das línguas oficiais da ONU.

Portugal esperneou, não queria a reforma. Os portugueses estão sofrendo mais com ela, certo? A preocupação maior parece mesmo vir de Portugal, que deseja manter seus objectos intactos. A Reforma não chega a ser, na ver-

dade, tão difícil: para os brasileiros, segundo estimativas, só vai mudar 0,43% do nosso dicionário; para os portugueses, no entanto, as alterações ficarão em 1,42%.

contos e trechos de romances dos oito países de idioma português, enquanto se observava o que havia mudado nesses textos diante do Manual da Nova Ortografia.

Principais mudanças Para nós, caem a maioria dos acentos diferenciais, acentuação dos ditongos ei e oi, em paroxítonas, cai o trema, mas nada que nos perturbe tanto quanto o hífen que ora cai (infraestrutura), ora se mantém (pós-graduação). Ainda, há casos em que ele agora deve ser acrescentado (micro-ondas, tele-entrega). E, por acaso, tínhamos certeza de que aí antes hífen não havia? Também não há tanta pressa para assimilação dessas novidades: podemos nos acostumar com elas até dezembro de 2012. Enquanto isso, para valer a reforma nos concursos e processos seletivos, só se no Edital for expressa a exigê ncia do novo Acordo Ortográfico.

 E no curso ministrado no UniRitter, qual a sua impressão sobre os alunos? Tinha gente apavorada? Aquela conhecida frase rosiana, de Grande Sertão: Veredas, “mestre não é aquele que  sempre ensina, mas o que também aprende”   foi mesmo levada a sério: sob o calor

ameno de janeiro, fui ministrante e aprendiz o tempo todo em A língua e a literatura em cena para acordos e diferenças. Foi assim que lemos e apreciamos poemas,

E os problemas apareciam quando? Quando o Manual não dava conta dos exemplos. O jeito era recorrermos à internet, para “acordos e diferenças” de opiniões sempre em conjunto. O grupo foi interativo e inteligente. Na medida em que íamos examinando a ortografia, contextualizávamos no tempo e na geografia os diferentes textos literários lusófonos. Enquanto isso, viajávamos pelos “sítios” da Internet, conhecendo os lugares mencionados nos contos. Situamos nos mapas as ilhas com suas belas praias e cidades de além-mar; verificamos a situação socioeconômica dos países de língua portuguesa. De fato, chegamos a combinar uma viagem, extraoficialmente, para o próximo verão, seja de micro-ônibus pelas autoestradas brasileiras, seja em voos para além-fronteiras: para Luanda, na Angola de Luandino Vieira, cidade cheiinha de infraestrutura; para Maputo, em Moçambique, tantas vezes citada na literatura pós-colonialista de Mia Couto e de Paulina Chiziani. Tudo isso em atividade extraescolar, e, se a crise mundial não tornar anti-heroica nossa intenção, vamos ser, afinal, verdadeiros heróis em mais uma  jornada da lusofonia.

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Docentes e Reitoria reunem-se para qualicação

Foto: Evelise Morais / UniRitter

O XI Seminário de Pedagogia Universitária – O melhor Centro Universitário do Rio Grande do Sul: compromissos e desafios reuniu professores, coordenadores de curso e Reitoria para avaliar o trabalho que vem sendo desenvolvido na Instituição (foto). “Não trazemos esse tema para mostrar orgulho ou arrogância, mas para evidenciar o que fazemos como educadores e o que podemos melhorar ainda mais”, resumiu o Reitor, Flávio D’Almeida Reis. “A força dos bons deve ser usada em benefício de todos”, falou a Pró-Reitora de Ensino, Beatriz Felippe, citando um provérbio hindu.

O evento integra o Programa Institucional de Apoio à Formação e Qualificação Pedagógica Docente, promovido pela Pró-Reitoria de Ensino - ProEn do UniRitter. A proposta do encontro é propiciar a troca de experiências entre docentes e gerar uma sistemática que permita a inclusão de novas opiniões nos debates institucionais. Cada coordenador de curso atendeu ao pedido da Reitoria e preparou uma apresentação baseada no tema UniRitter em 3D: diferenciais, desafios e dese jos. O momento foi de troca de experiências entre os docentes e a direção da casa, tudo preparando o ensino no UniRitter para 2009.

Curso e prova de prociência em Língua Inglesa marcados para março O Curso de Letras do Centro Universitário Ritter dos Reis está com as inscrições abertas para o curso preparatório para a Prova de Proficiência em Língua Inglesa. As aulas serão ministradas de 16 a 19 de março, das 19h às 22h40min, no Prédio D do campus Porto Alegre do UniRitter. Já a prova de proficiência será aplicada no dia 27 de março, às 14h. As inscrições para a prova podem ser feitas até o dia 25 de março. Inscrições para o curso e para a prova podem ser feitas no site do UniRitter. Os resultados serão divulgados até o dia 17 de abril. Alunos que precisarem do resultado antes dessa data devem entrar em contato com a coordenação do Curso de Letras logo após sua inscrição, pelo e-mail [email protected] .

Em pauta, a Lei Maria da Penha O Núcleo de Relações Comunitárias promoveu, em janeiro, as palestras A Lei Maria da Penha e sua efetivação e Violência doméstica e o trabalho interdisciplinar e interinstitucional, proferidas pela juíza Osnilda Pisa (foto) e pela professora do UniRitter Bárbara Stock. As palestras trataram das dificuldades para a implementação da Lei Maria da Penha e a importância da construção de redes de trabalhos interdisciplinares e institucionais. Foram apresentadas as atividades resultantes da parceria realizada em 2008 entre o Juizado de Violência doméstica de Porto Alegre e os Núcleos de Direitos Humanos e Relações Comunitárias do Curso de Direito do UniRitter. Na ocasião foi também assinado o termo de renovação do convênio interinstitucional entre o UniRitter e o juizado.

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F   o  t    o :  E  v   e  l   i    s   e  M  o r   a  i    s   /    U  n i   R  i    t    t    e  r 

UniRitter recebe a secretária municipal de Educação

   D    E    M    S   o    ã   ç   a   g    l   u   v    i    D

O Reitor do UniRitter, Flavio D’Almeida Reis, e a Pró-Reitora de Ensino, Beatriz Tricerri Felippe, receberam a secretária municipal de Educação, Cleci Jurach, no final de janeiro, no campus Porto Alegre (foto). A secretária realizou uma série de visitas a instituições superiores de ensino com curso de formação em Pedagogia. A proposta é estabelecer uma parceria para a qualificação da aprendizagem dos alunos na Rede Municipal, através de ações voltadas aos estudantes e para a formação de professores e monitores. A secretária informou-se sobre os projetos desenvolvidos pelas Licenciaturas de Pedagogia e de Letras do UniRitter a partir de sua política de responsabilidade social, que tem, como uma de suas principais âncoras, a articulação da Educação Superior com a Educação Básica e a qualificação dos professores do magistério público estadual e municipal. Docentes das Licenciaturas do UniRitter participarão da aula inaugural para os professores da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre, marcada para o dia 3 de março “Nosso foco é qualificar a rede e para isso precisamos do apoio de todas as instituições que trabalham em prol do ensino”, destacou a Secretária Cleci Jurach.

UniRitter ca em segundo lugar no Jessup Alunos do 9º semestre do Curso de Direito do UniRitter participaram da disputa Philip C. Jessup International Law Moot Court Competition, realizada na Universidade Federal de Ouro Preto/MG, em fevereiro. No total, oito equipes participaram da disputa – além do UniRitter, USP, UFMG, UFRGS, Pitágoras-FADOM, UniSantos, UPF e FGV. Integraram a equipe do UniRitter o professor Felipe Reis, Coordenador do Núcleo de Relações Internacionais, e os acadêmicos João Roberto da Silva Tinen (orientador da equipe), Gabriel Freitas e Menon Machado (oradores). “Tivemos um desempenho muito bom. Na final, em uma disputa muito equi-

librada, fomos superados pela equipe da UFMG, terminando a competição em 2º lugar”, conta Gabriel. Como destaque, a equipe do UniRitter recebeu alguns prêmios: Melhor Memorial (trabalho escrito) – média dos memoriais de Applicant e Respondent; Melhor memorial de Respondent; Melhor orador da final (Gabriel Freitas); 5º Melhor Orador (Menon Machado) e 2º Lugar na Etapa Nacional. “Há a possibilidade de que os dois finalistas brasileiros representem o Brasil na etapa internacional, que ocorre no final de março, em Washington, devido ao excelente desempenho de ambos os grupos”, antecipa o acadêmico.

Turma da Arquitetura em estudos pela Europa Um grupo de 14 alunos da Faculdade de Arquitetura do UniRitter, acompanhados de quatro professores, estiveram na Europa participando da viagem de estudos Arquitetura, Cidade, Cultura: Barcelona e Paris, de 12 de janeiro a 2 de fevereiro.

D  i   v   u l    g  a   ç   ã   o  U  n i   R  i    t    t    e  r 

O curso abordou a relação entre Arquitetura, Cultura e Cidade tendo como estudo de caso as cidades europeias. Os professores Leonardo Hortencio, Tiago Holzmann, Margot Caruccio e Raquel Lima orientaram os acadêmicos na viagem. Foram duas semanas em Barcelona e uma em paris estudando a Arquitetura e o Urbanismo dessas cidades com base nos conteúdos aprendidos durante o curso. No grupo estão alunos de diversos semestres, além de dois ex-alunos formados recentemente.

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equilíbrio continuidade e a ruptura

Um arquiteto em busca do entre a

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ndré Luís Polezelo nasceu em contato com a Construção Civil. Filho de mestre de obras na pequena Nova Prata, cidade localizada na encosta superior nordeste do Estado, a 180 quilômetros da Capital, desde pequeno as casas imagináveis em croquis eram uma diversão para ele. André credita a essa brincadeira de infância e à aproximação com o pai a inspiração para seguir a carreira de arquiteto – formou-se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do UniRitter em agosto de 2008. Hoje, aos 29 anos, o profissional traz na bagagem um prêmio de reconhecimento nacional – no final do ano passado, André recebeu das mãos do Prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, a láurea Destaque Acadêmico, concedida pela Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul. A premiação deu-se em função de seu projeto de conclusão de curso sobre a nova sede da Secretaria de Turismo e o Largo Zumbi dos Palmares, localizado no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre (confira imagens do projeto na página ao lado, na seção Traço Livre). “Fiquei extremamente feliz com o reconhecimento e por tudo que vivenciei e aprendi na FAU/UniRitter, sobretudo com professores maravilhosos como Cláudio Araújo, Sérgio Marques e Helena Karpouzas”, afirmou o rapaz na ocasião. A escolha dos laureados obedeceu a critérios de mérito e de público reconhecimento, considerando seu alcance social e humano. “Pretendo percorrer uma linha de trabalho profissional entre a ruptura e a continuidade. Ruptura com a academia, continuidade dos conceitos e ideais, concebendo projetos que incorporem as dimensões sociais, culturais e econômicas dos lugares”, adianta.

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O conjunto arquitetônico projetado por André prevê a implantação de um objeto alicerçado em dois eixos fundamentais de intervenção - a cidade e o bairro. Essas interfaces são geradoras de um espaço aberto e um outro fechado, na área da Secretaria de Turismo e no centro para visitantes, proporcionando um mix de serviços institucionais, culturais, logísticos e de lazer. “A implantação, a linguagem e o caráter do projeto são embasados em conceitos da arquitetura moderna brasileira”, teoriza. “Minha intenção era melhorar um espaço relevante e recorrente das transformações culturais, históricas, políticas e sociais da cidade, reconhecendo seu caráter público e sua dinâmica, além de suas relações com os contextos micro e macro e com a morfologia da cidade.” O arquiteto não pensou na possibilidade de seu projeto ser realmente concretizado, mas entregou uma cópia para a equipe da Secretaria Municipal de Turismo em agradecimento à atenção com sua pesquisa. Para ele, a viabilidade de qualquer trabalho arquitetônico nasce de soluções construtivas recorrentes e do estudo criterioso do lugar. “Em Arquitetura em geral, a necessidade de soluções que incorporem as dimensões culturais, históricas, políticas e sociais dos lugares geralmente esbarra em interesses pessoais, da esfera pública e da privada. Para vencer essa barreira a capacitação profissional torna-se um diferencial”, ensina. Contudo, qualquer percalço vira desafio frente à paixão pela

Arquitetura. “Trata-se de uma atividade transdisciplinar, que reconhece as energias de cada lugar, assume a intrínseca relação com o ser humano e a perfeita harmonia da natureza na busca de uma sociedade mais justa”, resume. (Andréa Lopes)

Confira imagens do projeto para o Largo Zumbi dos Palmares, elaborado pelo egresso de Arquitetura e Urbanismo do UniRitter André Luís Polezelo (leia mais na página ao lado).

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