EDITORIAL Em todo Editorial agradecemos os escritores/colaboradores e destacamos suas matérias. Neste, não será diferente, porém vamos também destacar os anunciantes e os assinantes. A Revista cresceu para 64 páginas, repletas de novidades e matérias inéditas, aliás este é um dos pontos importantes da revista, os assuntos são atuais, as novidades no mundo ornitológico é destaque aqui, e por que não dizer que é isso que é o sucesso da revista. A partir deste número, estaremos também no Facebook, com nossa página sendo alimentada semanalmente com notícias, frases, fotos, filmes, compartilhamento, etc. interagindo mais com este mundo ornitológico. Encadernamos os 10 primeiros números em uma bela capa dura e formamos o 1º volume de nossa obra, que esta a venda a quem se interessar. Para quem nos tem acompanhado sabe que é uma vitória. E é aí que gostaríamos de ressaltar os nossos colaboradores/escritores que, a partir deste número, aumentaram com a chegada do Sr. Otto Lutz que estará sempre conosco, o Sr. Thierry Duliére com a matéria da Calopsita
Face Pálida e o Sr. Anibal Rolim, com 2 matérias – Visita ao Criador Emil Debrier e Mutações da Rosela Pennang. Sem esta colaboração preciosa dos escritores, a revista não seria tão forte em termos de conteúdo. Mas, também, pensamos que uma revista precisa circular e os anunciantes precisam ser vistos; os assinantes e nossos leitores são “clientes” espontâneos, atraídos pela qualidade de nosso trabalho e têm uma função especial na nossa revista, pois colaboram e crescem respectivamente em importância, número e em divulgação. Os anunciantes são também parte de nossa história, não só pelo investimento que fazem, mas por acreditarem no nosso potencial, e precisamos destacar em nome de todos que aqui já anunciaram e também aqueles que estão começando a anunciar, aqueles que estão conosco desde o início, como a Alcon, Christino, Laboratório São Camilo, Crupa, Sr. Rolli Bruch, Criadouro São Cristovão (Sr. Paulino), Criadouro Caetés (Sr. Djaci Araújo), Sr. Felipe Zabeu, ZooFood, Kakatoo, Sr.Dionísio Damiani e Criadouro Araçoiaba da Serra ( Sr. Oduvaldo). Boa leitura
Paul Richard
Expediente Fase 4 Editora Ltda. CNPJ: 11.140.529/0001-27 Rua Roberto Teixeira dos Santos, 444 Pq. Taquaral - Campinas - São Paulo CEP: 13087 - 330 Diretor Geral: Giowander Baumgartner Paul Richard Wolfensberge Wolfensbergerr Cesar Ramon Del Rio Junior Diagramação: Cesar
Agradecimentos Renato Uchoa, Heinz Kuppers (Alemanha), Carsten Daume (Alemanha), Felipe Zabeu, Mauro Garcia, Anibal Rolim, Emil Debrier (Bélgica), Gerrit Wesseling (Holanda), Otto Lutz (Alemanha), Peter Frenger (Alemanha), Gunter Ballon (Alemanha), Thierry Duliere (França), Christina Wolfensberger, Jean Pierre Rotzetter (Suiça), Dr. Marcelo Lago, Dr. Valério Balani, Thomas Arndt (Alemanha), Dr. Fabio Penna Firme Curto, Jean Edmund Abboud (Johnny), Luiz Mauro S. de Oliveira, Dilson Aquino, Peter Lissberg (Suiça), e Andre Devroe (Bélgica).
SUMÁRIO 04 Pressão de Seleção
17 Visita ao criadouro de Emil Debrier, especialista em Manons
34 A mutação face-pálida nas calopsitas
52 Forpus Coelestis: A genética da mutação turquesa
06 Heinz Kuppers e o pequeno “ Jardim do Éden”
19 Gerrit, um holandês e suas aves raras
40 JP Rotzetter O Comandante Suiço
54 Peter Lissberg Criando Pássaros na Suíça
08 Carsten, Stefanie e a adorável Mia no País das Maravilhas
22 Rosella Pennant Platycercus Elegans
42 Distúrbios reprodutivos em Aves Postura Crônica
57 Andre Devroe - criador de psitacídeo
12 Exposição da BVP
27 Der Falbe - O FULVO Calopsita Mutação Fulvo
45 Desvendando a Pulorose
60 Exposição do Clube de Bocholt (Alemanha)
14 Homenagem à Ênio Cunha
30 Otto Lutz: Resultado de um trabalho genético
48 O que é a Spirulina?
15 Carduelis Capone
32 Poster
50 Johnny - Campeão Brasileiro de Canário Border Fancy
PRESSÃO DE SELEÇÃO
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ualquer criação com seleção genética exige o que se chama pressão de seleção, ou seja, que o criador deve ser rígido na seleção pois é a maneira que ele tem de melhorar a qualidade do plantel. Pressão de seleção envolve muita observação, esforço e rigidez. É frequente ouvirmos colocações como, apesar de não ser um bom pássaro este é filho de fulano de tal e por isto fica no plantel. Isto pode até dar certo, porém as chances diminuem quando usamos indivíduos que não estão dentro do padrão requerido. Assim sendo, devemos estar atentos aos fatores importantes que um determinado fenótipo nos apresenta, uma vez que, quando analisamos um pássaro, são vários os fatores a serem levados em conta, isto é o que diferencia um bom de um mal criador. Tipo, postura no puleiro puleiro,, posiçã posiçãoo de cauda e asas, linha de dorso, largura de ombros, implantação de cabeça (pescoço), posição de pernas e pés, formato da cabeça, largura da parte de trás da cabeça(backskull), profundidade da máscara, tamanho e posição das pintas, posição e tamanho do bico, tipo de penas (duras-pincel de barba ou maciasblush), comprimento e direcionamento de penas e balanço (vista global do animal). Lembre-se que não basta o periquito ser grande, ele tem que possuir harmonia. Além de termos de observar constantemente estes fatores, não devemos nos esquecer de perseguir um fator que também é de suma importância, a PREPOTÊNCIA, ou seja, a capacidade de um individuo de imprimir ou transmitir suas qualidades em seus descendentes, isto
também é muito importante na pressão de seleção. Claro que para conseguirmos esta prepotência, na minha maneira de ver, devemos utilizar a consangüinidade, e neste caso,osquemeconhecemsabemquedefendo e uso o line breeding (consangüinidade em segunda geração ou mais-avô com neto, primos etc...). Isto porque acredito que seja a maneira mais consistente de fixar qualidades. Entretanto também vamos fixar defeitos, aí entra a pressão de seleção. Portanto, o que deve ser buscado é a qualidade como um todo, e não em um ou outro aspecto. É claro e saudável que cada criador tenha a sua marca imprimida no plantel, afinal de contas em tudo o que foi colocado não podemos esquecer que o que determina o plantel é o olho do criador, e aí entra o aspecto individual de gosto. Pressão de seleção é fundamental para conseguirmos uma evolução constante e não momentânea. É claro que como já coloquei, exige esforço,observação e rigidez, mas vale a pena.
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PERIQUITOS!
HEINZ KUPPERS E O PEQUENO “ JARDIM DO ÉDEN” AUTOR: PAUL RICHARD WOLFENSBERGER
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oucos Criadores nos detiveram tanto tempo antes de mostrar seus pássaros. Heinz e sua esposa cuidam do seu pequeno “Jardim do Éden” com uma dedicação e carinho que é bonito de se ver. Além do cuidado e variedade com seus jardins, tivemos a sorte de estar numa época onde as flores estavam desabrochando e a variedade de cores deslumbravam nosso olhar. Além disso, ainda pertence a este cantinho, uma cadeira de balanço dupla para o casal, para “os pombinhos”, um presente dos amigos da Federação AZ, por seus préstimos como diretor de Periquitos da AZ por 25 anos contínuos, o qual terminou o seu mandato em 2009. Longe da administração técnica da AZ e aposentado, Heinz cuida agora com muito mais tempo de suas aves, e como diz: “agora tenho tempo de, às vezes, levá-las para competir, coisa que raramente acontecia”. Numa linhagem de Periquitos, praticamente vinda do criador Jo Mannes, aliás, diga-se de passagem, um dos grandes amigos que Heinz tem na ornitologia, Heinz conseguiu ter um padrão importante e uniforme em seu criadouro. Parabéns pela dedicação, simpatia, hospitalidade e principalmente pelo maravilhoso pequeno “Jardim do Éden, digo “Jardim do Heinz“.
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A Esq. Theo Vins e a dir. Heinz Kuppers (como diretor de periquitos) no Campeonato da AZ em 1999
Vista do Jardim do Éden
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CRIADOR EM DESTAQUE!
CARSTEN, STEFANIE E A ADORÁVEL MIA NO PAÍS DAS MARAVILHAS Autor: Felipe Zabeu
A
s vezes viajamos milhares de quilômetros para conhecermos periquitos e para saber como os criadores de outros países se dedicam a criá-los. Nessa busca, felizmente, conhecemos muitas pessoas, criadores dedicados, trabalhos fantásticos, visões de super-pássaros, lugares especiais, mas, uma coisa, que às vezes nem imaginávamos que encontraríamos pelo caminho acontece - conhecer pessoas especiais. Carsten Daume é ainda jovem e um ótimo criador de periquitos australianos padrão Exposição. Vive em uma linda e confortável casa em Langenhagen, próximo à cidade de Hannover na Alemanha, com a esposa Stefanie e sua linda e meiga filha Mia que se envolve também na criação de seus animais - periquitos australianos padrão exposição, canários, mandarins e mini-coelhos. No País das Maravilhas, pois o amor que eles tem pelos animais é tão grande que transluz para o amor que eles tem pelas pessoas. Não tenho melhor palavra para descrever este amigo, se não, como uma pessoa especial, e a dedicação da família pelos animais pude sentir como a alegria que vemos no filme da Alice.
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CRIADOR EM DESTAQUE!
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Loriket
Pyrrhura mutação
EXPOSIÇÃO DA BVP
bar, onde ficam reunidos os criadores conversando, fazendo negócios e tomando café, com uma bilheteria para acessar à exposição, pois a cobrança de ingresso é praxe na Europa (aproximadamente R$5,00). Pudemos apreciar excelentes aves expostas em arranjos de viveiros e plantas, ao longo de toda a exposição, sendo que muitas aves eram de origem brasileira, inclusive uma coleção com muitas variedades de Pyrrhurras, quase todas da espécie P. molinea, com diversas mutações, além de aves australianas principalmente
(DE BELGISCHE VERENIGING voor Parkieten - en
PAPEGAAIENLIEFHEBBERS) Traduzindo, BVP é Clube Belga de Psitacídeos.
N
a Bélgica existem várias Federações Ornitológicas, apesar de que, perante a C.O.M (Confederação Ornitológica Mundial), somente uma Federação é a que representa o país. Mas tanto Bélgica como Holanda, apesar de terem diferentes Federações, os criadores que tem como prioridadedisputaros Mundias,promovidos pela COM , se filiam nas Federações de sua preferência e também na Federação “oficial” perante a COM. Fora isso, os países criam diversos Clubes fortes especializados, como o BVP, que é um Clube de Criadores de Psitacídeos, como existe o BVA, Clube especializado em Agapornis, ou ainda o BPC (Clube Belga de Canário de Postura), que organizam grandes exposições específicas. O Clube de Canário de Postura se
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Pyrrhuras Mutação Canela
Jandaia Sol Campeã
Rosela eximius Rubina
R ud i V an ho re nb ee ck
com suas variações e também muitas mutações. Para nossa surpresa o campeão da exposição foi uma Jandaia Sol do Criador Kenny Willems.
A ni ba l Ro li m a o l ad o d as Pyr rh ur as Mut aç õe s
Cabeça de Ameixa Golden
Red Rumped Opalino
localiza em Antuérpia, e seu campeonato, de novembro de 2011, teve 2.000 canários de Porte (exposição de 1 dia). O BVP, no ano de 2011, fez a exposição em uma cidadezinha perto de Lewen, com 26 Expositores, com 75 viveiros pequenos e 40 viveiros grandes, além das gaiolas de exposição, sendo que o mais impressionante é que eram mais de 100 espécies diferentes de Psitacídeos. Tudo isso acontecendo em apenas 1,5 dia de exposição (abertura no Sábado e fechamento no Domingo ao meio dia) O que nos chama a atenção são sempre as instalações dos viveiros, quase sempre do próprio Clube, facilmente montáveis e desmontáveis, com decoração, placas de identificação, muita organização, sendo que as aves de concurso com as aves de
Pyrrhuras Molinae Canela e Turquesa
Pyrrhuras Molinae Turquesa e Canela
exposição (ou de apresentação ao público) se misturam. Num barracão anexo, há um café-
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CARDUELIS “Capone” POR PAUL RICHARD WOLFENSBERGER t i i . n o i z i d e o d e c l a . w w w | e l a t a N o m i s s a M o t o F
Homenagem à Ênio Cunha. Não podemos deixar de compartilhar com nossos leitores, nosso pesar e nossa homenagem ao amigo e criador Ênio Cunha, um grande parceiro ornitólogo, e amigo de sempre, que fará muita falta e já deixa saudades em nosso meio. Reproduzo aqui a Nota de Falecimento divulgada pelo Sr. Mauro Garcia, Vice Presidente da AMAE, último Clube ao qual Ênio Cunha fez parte. ‘‘Em 17/03/2012, faleceu aos 79 anos, nosso Vice Presidente Administrativo, Prof. Ênio Medeiros Cunha. Todos nós amigos e companheiros da ornitologia estamos de luto. Pessoa extraordinária e de integridade ímpar, dotado de grande coração, abdicado, dedicado, grande profissional de ensino, pai exemplar e amigo de todas as horas. Vítima de traumatismo craniano, no dia 04/03, foi hospitalizado e não resistiu às complicações pósoperatórias. Quis o destino que ele fosse sepultado no mesmo dia em que a AMAE completa três anos de vida e seu mandato se encerra: missão cumprida. Sua trajetória de vida e profissional nem ouso comentar tamanho o seu brilhantismo. Não menos brilhante foi sua vida ornitológica. Foi sócio fundador da SOM (Sociedade Ornitologica Mineira), do CMCP (Clube Mineiro de Criadores de Pássaros) e por último da AMAE (Associação Mineira de Aves exóticas). Juiz da Ordem Mundial de Ornitologia do Hemisfério Sul, Diretor de POAS da FOB (Federação Ornitológica do Brasil), Vice Presidente Administrativo da AMAE, criador de Periquitos e ultimamente ainda de columbídeos, já tendo criado canários, agapornis, Tarim da Venezuela e outros. Como Diretor da FOB tornou-se grande catalisador e referência ornitológica. Todos que o conheciam sabem de sua capacidade técnica e administrativa. Dominava, como poucos, a genética e era exímio escritor de artigos. Não tolerava erros gramaticais: era, porque não dizer, perfeccionista. Sua ausência representa grande perda para a ornitologia e todos os seus companheiros de jornada de vida. À sua esposa, Maria Auxiliadora e seus filhos Henrique e Renata, nossos mais profundos e sinceros pêsames, extensivos a todos os seus familiares. Que Deus o tenha em sua companhia.”
Selvagem
t i i . n o i z i d e o d e c l a . w w w | e l a t a N o m i s s a M o t o F
Branco de Olhos Pretos
t i i . n o i z i d e o d e c l a . w w w | e l a t a N o m i s s a M o t o F
Perolado
Fotos retiradas do livro de Alcedo: www.alcedoedizioni.com
O
Pintassilgo europeu (Carduelis carduelis), aqui popularmente conhecido por Pintassilgo Português, em ingles (Goldfinch), em francês( Chardonneret) em Italiano (Cardellino) e em alemão (Stieglitz) abrange seu território em toda a Europa, começando por Portugal e indo até a Rússia (alguns autores especialistas afirmam em seus livros que é uma ave encontrada em todo o mundo) e conforme vai avançando no território europeu vai aumentando de tamanho, ou seja, o menor deles habita Portugal e o maior deles habita a Rússia. Em 1999, numa vista a um criador
italiano, situado na fronteira com a Eslovênia e Áustria, de nome Paolo Gregorutti, afirmava que sua expectativa era muito grande, pois praticamente já possuía as Mutações básicas para em 10 ou 15 anos fazer com o Pintassilgo o que demoraram a fazer com os Canários, em 150 anos. A saber, que naquela época, já existiam no Pintassilgo Português, o Pastel, Canela, Isabel, Ágata, Albino, Satinet, Amarelo, Opalino e o Eumo. Coincidentemente, agora em 2012, em visita ao criador italiano Daniele Capone, residente na Alemanha, especialista em Mutações do Carduelis carduelis, relembro
de 13 anos atrás, pois encontro inúmeros exemplares de beleza indescritível, do Pintassilgo em suas Mutações. Podemos verificar no livro Atlante Del Cardellino (autores Massimo Natale e Leone Giuliano Pidaà, Editora Alcedo s.r.l. ), fotos de seus pássaros e seu grande número de Mutações e Combinações de Mutações. No livro acima citado, existem as seguintes Mutações e Combinações de Mutações: Opal, Canela, Ágata, Eumo, Lutino, Pastel, Isabel, Satinet, Albino, Cabeça Branca e suas cominações ( Cabeça Branca Canela, Cabeça Branca Ágata, Cabeça Branca Eumo, Cabeça Branca Isabel, Cabeça
Mauro de Queiroz Garcia Vice Presidente Técnico da AMAE.
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Branca Lutino, Cabeça Branca Satinet), Opal, Opal Canela, Opal Ágata, Opal Isabel, Opal Cabeça Branca, Pheo, Azul, Perolado, Amarelo, Amarelo Eumo, Amarelo Isabel, Amarelo Lutino, Amarelo Opal, Amarelo Opal Ágata, Arlequim e Branco. Daniele Capone fala entusiasmado de sua criação e dedicação. Morando ao lado de seu restaurante, num lindo lugar perto de Frankfurt, explica em conversa com seu amigo Raimund Daenner (juiz de Exóticos da Alemanha) (foto), sua preocupação sobre aalimentação,experiênciascom farinhadas, vitaminas etc. e na sua procura constante para o bem estar e aprimoramento de suas aves.
Paolo Gregorutti, afirmava que sua expectativa era muito grande, pois praticamente já possuía as Mutações básicas para em 10 ou 15 anos fazer com o Pintassilgo o que demoraram a fazer com os Canários, em 150 anos.
Vista Externa do Restaurante
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Raimund e Daniele
VISITA AO CRIADOURO DE EMIL DEBRIER, ESPECIALISTA EM MANONS. POR ANIBAL ROLIM
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m viajem a Europa no semestre passado,entre vários criadores destacados em diferentes tipos de aves, visitamos o belga Emil Debrier, especialista em Manons. Tínhamos acabado de visitar outro criador consagrado de manons, o holandês Fred Panjer, que junto com Debrier acumulam muitos títulos de campeões mundiais desta espécie. Em ambos, vimos manons simplesmente perfeitos. Esta pequena ave, menosprezada por muitos que a vêem apenas como ótima ama para outras aves exóticas, também tem sua beleza, pela riqueza dos detalhes de seu
desenho que podem ser vistos em várias diferentes nuances de cores. Mas, para isto, é necessário uma criação bem organizada, ter conhecimento dos padrões técnicos da espécie e, é claro, ter ótimas matrizes. E foi o que vimos na casa do Emil Debrier. Alé m da imensa gentileza ao nos receber, mostrar sua criação e ter a paciência de explicar na linguagem universal dos “sinais” e do “mim ser brasileiro e não entender” falado em inglês-tupiniquim, depois ainda nos levou até sua casa, onde estava com visitas, e participarmos da mesa que estava servida. Sua criação não é grande em números,
Vista Externa do Restaurante
é grande em qualidade. E como dispõe de pouco espaço se comparado com vários criadores brasileiros, cria manons de algumas cores, não todas. Especialmente negro-marrons, negros-cinzas, mokas, e as variedades de inos e inos-recessivos das quais o Panjer havia nos falado antes. E estes eram os que estávamos mais curiosos para ver, seriam mutações desconhecidas para nós? Já estávamos bem contentes em perceber que aqui no Brasil os manons negromarrons e negro-cinzas são também de ótima qualidade (eu gostaria de vê-los numa exposição na Europa para poder comparar, acho que não fazem feio, e também nas outras cores estamos no caminho). Mas, afinal, o que seriam os inos e inos recessivos? Existem diferentes nomes em diferentes paises, e neste caso os inos que vi na criação do Debrier são os que nós apresentamos como fulvos, e sabemos que esta é uma mutação sexo-ligada . Tenho que destacar que os fulvos que vi são magníficos, pelo porte e especialmente pela marcação, bem desenhados no babador e nas escamas, tanto na versão marrom como na cinza. Mas e os inos recessivos ? Ora , também os temos, são os albinos...estes também de bom porte e especialmente boa plumagem, bem farta.
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Estas visitas nos acrescentaram, em termos dos manons, além da qualidade das variedades que vimos, detalhes sobre as cores. Os canelas , bem avermelhados e escuros, mais ou menos da cor de tijolo, e os mokas num tom nem próximo aos negros nem aos canelas, a cor desejada fica mais para o chocolate ou café, bem homogênea em toda a ave. E vimos também vários exemplares de perolados, nas cores negromarron e negro cinza, que são as preferidas por mostrarem bastante contraste. Esta
mutação, que é sexo-ligada, tem bastante variação no seu desenho, e devem ser selecionados os exemplares com maior marcação clara- perolada especialmente na face, parte superior do peito e asas, o que acentua o contraste com as partes que continuam escuras. Quero aproveitar esta oportunidade para agradecer em meu nome e dos demais visitantes a estes dois criadores, que certamente receberão estas revistas, pela generosidade e simpatia como nos receberam.
CRIADOR EM DESTAQUE!
GERRIT UM HOLANDÊS E SUAS AVES RARAS. Por Paul Richard Wolfensberger
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ivendo perto de Rotterdam na Holanda, Gerrit ocupa seu pequeno, mas precioso espaço, com alguns viveiros de raridades, principalmente em 4 espécies: Ring Neck, Grande Alexandre, Cabeça de Ameixa e Mustache, além de ter um casal de Barraband Verde Cinza e Misty e mais alguns casais de Splendid, como os opalinos e violetas. É de se admirar aquantidade de raridades encontradas num espaço pequeno, contendo uns dez viveiros, com tamanha variedade, tendo-se ainda grande possibilidade de criar muitas novas cores a cada ano. Por exemplo, nos Cabeça de Ameixa (Blosson), as Mutações Fulvo, Opalino, Verde Cinza e Lutino são os destaques, mas além delas,
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Gerrit ainda possui o Amarelo de Olho Preto e o “Golden Cherry” um amarelo mostarda, de hereditariedade recessiva. Imaginem só se surgir um Azul, quantas cores se multiplicarão? Nos Grande Alexandre, a principal Mutação é o Lutino, mas com o Azul e o Verde Cinza, já planeja fazer o Albino e o Cinza. Nos Mustaches os destaques são o Azul, Azul Turquesa e o Fulvo Bronze, ou seja, sabemos que em breve ele obterá um Fulvo Azul e Fulvo Turquesa. Quanto aos Ring Neck, nos dá a impressão que devem ser “amas”, por estarem nos
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Mustache Selvagem e Fulvo (Falbe)
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viveiros sempre juntos com as outras aves de outras espécies e praticamente possuir um Ring Neck de cada cor. A se destacar, os cabeça Amarela e Branco (recessivo, portanto de cauda clara), os Pallids, Violeta, Violeta Turquesa, etc. Com isso percebemos e destacamos que “quantidade não faz verão”, ou seja, com poucos viveiros, algumas espécies, e muitas Mutações, Gerrit, se sobressai como um dos grandes criadores da Europa.
Mustache Turquesa
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ROSELA PENNANT PLATYCERCUS ELEGANS
VAMOS DESCREVER DE MANEIRA SIMPLES CADA UMA, NA SUA GENÉTICA, O QUE CAUSA NOS PIGMENTOS E QUAL AS CORES RESULTANTES.
AZUL Mutação recessiva, elimina a psitacina. Onde era azul-cobalto, continua. Onde era negro, continua. E onde era vermelho muda para cinza claro ou branco. Olhos escuros. O resultado é uma ave em azul, preto, cinza e branco.
Por Anibal Rolim A Pennant é uma das maiores rosellas, e é a mais altiva e elegante na postura e movimentos, tendo daí o seu próprio nome científico. Também se destaca das demais pelas suas cores, que tem desenho e composição distinta de todas as outras. Na sua forma original, tem 3 cores principais: - Azul-cobalto nas bochechas, ombros e bordos das penas das asas e cauda. Esta cor é produzida pela disposição e refração da melanina negra. - Negro desenhando o centro das penas nas costas, asas e cauda . É a cor da melanina negra. - E a sua cor mais chamativa, vermelho, cobrindo todo o corpo.
E é aí que sedá um fenômeno especial nesta espécie e que faz as suas mutações se manifestarem de forma diferente da maioria dos outros psitacídeos. Acontece que quando são jovens, na primeira plumagem, a área vermelha das adultas ainda não está desta cor, esta área no início é toda verde. A Pennant é em principio uma ave verde. E a cor VERDE nos psitacídeos é o resultado da composição de AZUL (melanina negra) + AMARELO (psitacina). Depois, no segundo ano quando ficam adultas, mudam de cor, a área verde perde melanina saindo o azul, e a psitacina amarela
Rosela Pennant Selvagem - Foto Paul
LARANJA Verde Mar (Laranja) – Foto Paul Wolfensberger
Rosela Pennang no seu habitat natural Foto Jef Van Esch
muda para psitacina vermelha. E então a Pennant se torna vermelha. E a partir deste principio, no jogo de cores das mutações fica tudo diferente.
Mutação na linha azul, por ser também perda da psitacina, porém uma perda apenas parcial de cerca de 20%. É recessiva em relação ao padrão original, e dominante em relação ao azul. Na maioria dos psitacídeos, que são verdes, o resultado desta mutação é a cor verde-mar, que é um verde “desbotado” tendendo ao azul. Na Pennant, é o vermelho que “desbota”, e a cor geral fica laranja ou vermelho-claro. Olhos escuros, desenhos em azul e preto.
Azul Pastel (Laranja Claro) – Foto Gunter Ballon
Fulvo Azul – Foto Peter Frenger
Diversos Arlequins – Foto Gunter Ballon
Temos várias mutações já estabelecidas, algumas mais comuns e outras ainda raras, que podem se somar criando outras cores e nuances. As principais mutações primárias são:
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AZUL
LUTINO
CANELA
OPALINO
LARANJA
PLATINUM
DILUÍDO
ARLEQUIM DOMINANTE
LARANJA-CLARO
FULVO
AMARELO
ARLEQUIM RECESSIVO 23
LARANJA-CLARO Mutação também da linha azul, com maior perda da psitcina, em cerca de 50% . Também é recessiva, em relação ao original e ao laranja, e dominante em relação ao azul. Nos psitacídeos verdes a cor resultante desta mutação é o azul-pastel. Na Pennant fica um laranja bem mais claro, desenhos em azul e preto. Olhos escuros.
Diversos Filhots Inos com Laranja Foto Gunter Ballon 24
LUTINO Esta mutação faz o contrário da azul, permanece a psitacina vermelha onde era desta cor, e retira toda a melanina. Onde era azul-cobalto muda para branco, e onde era negro fica...amarelo! Por onde se conclui que nas áreas originalmente negras havia psitacina amarela encoberta. O resultado
é que a Pennant lutina é uma ave de cor semelhante ao rubino de outras, com bochechas e ombros brancos, corpo vermelho, e co m desenhos amarelos nas costas, asas e cauda. Olhos caracteristicamente vermelhos. É descrito haver lutinas sexo-ligadas e lutinas recessivas.
Lutino (Rubino) – Foto Gunter Ballon
PLATINUM
FULVO
CANELA
Mutação recessiva parcial-lutino, sexo-ligada, da linha da redução intensa da melanina, mas não completa, em cerca de 90%. O resultado é que pode permanecer u m azul bem leve nas bochechas e ombros ou ficar branco, e fica com cor cinza-claro no desenho das costas, asas e cauda. Olhos vermelhos.
Mutação recessiva, com olhos vermelhos. Permanece a cor vermelha do corpo, e nos desenhos das costas e asas há uma redução importante da melanina. E como em outros psitacídeos, podemos ter fulvos mais escuros com desenhos cinza (dun-fallow), e mais claros com desenhos em canela claro ou escuro (bronze-fallow). Bochechas e ombros ficam em azul-claro.
Mutação recessiva sexo-ligada, em que as melaninas não se oxidam até a cor negra, ficando da cor marron-canela. As áreas azuis ficam um pouco mais claras, o corpo continua vermelho intenso, e os desenhos das asas, costas e cauda que eram pretos ficam marron-canela. Quando nascem os olhos são vermelhos e depois escurecem, ficando escuros avermelhados, como é costume nas aves canelas.
Platinum – Foto Gunter Ballon
Normal Fulvo – Foto Peter Frenger
Canela - Foto Anibal Rolim 25
ESPECIAL CALOPSITA!
DILUÍDO
Der Falbe - O FULVO Calopsita Mutação Fulvo
Mutação recessiva, em que a cor das melaninas continua negra, mas diminui em quantidade, tornando-se cinza. O corpo permanece vermelho, mas as áreas em azul e negro se diluem, ficando azul-claro e cinza. Olhos escuros, um pouco mais claros ao nascerem.
Por Otto Lutz (tradução Paul Richard Wolfensberger)
AMARELO Mutação também recessiva, e difícil de explicar e descrever. Em princípio ocorre a saída das melaninas dos desenhos das costas, asas e cauda, e juntamente existe uma sufusão, um espalhamento da cor amarela pelas costas. O resultado é uma ave, com as bochechas e ombros azuis-claro, com vermelho na cabeça, peito, ventre e uropígio; e amarelo no dorso. Por seleção se pode chegar a aves quase inteiramente amarelas com olhos escuros.
PARTE 2
BEISPIEL A: (EXEMPLO A) Ao descrever o Exemplo A gostaria de mostrar um acasalamento básico para criação de aves saudáveis e puras, para com isso formarmos ou desenharmos uma linha firme Albino – Foto Peter Frenger
de Fulvo. Neste acasalamento ou exemplo, não importa se o Macho for Normal ou a Fêmea for Fulvo, ou vice versa, os resultados serão os mesmos, independente do caminho escolhido. Será então acasalada uma cor Selvagem (Normal) com um Fulvo, obtendo-se como resultado do acasalamento somente filhotes
de cores Selvagens (Normal ou Cinza), sendo todos (100%) portadores de Fulvo. Como a Mutação Fulvo é recessiva, temos a necessidade de segurar, garantir, pelo menos 2 filhotes (M e F) que neste momento estarão formando a base de nossa geração de Fulvos na criação.
Amarelo – Foto Paul Wolfensberger
OPALINO Mutação recessiva sexo-ligada, em que ocorre uma redistribuição das melaninas, dando uma aparência perolada, de cor negra na extremidade das penas maiores. Olhos escuros.
Esq. Branco Canela (Amarelo+Azul), Dir. Amarelo Foto G. Ballon
Normal Fulvo – Foto Peter Frenger
ARLEQUIM-DOMINANTE Esta mutação, como é descrito no nome, é dominante. Causa a falta de melaninas apenas em algumas áreas pelo corpo, que ficam de cor amarela. Nas outras áreas a cor permanece vermelha com desenhos em negro. Albino com Canela (Lacewing) Foto Gunter Ballon
Fulvo Azul – Foto Peter Frenger
Esq. Diluído ou Pastel Azul, Dir. Platinum Foto Gunter Ballon Arlequim Azul – Foto Paul Wolfensberger
Um Macho, resultado do acasalamento A, de cor selvagem (Normal), portador de Fulvo, será agora, acasalado com uma Fêmea Fulva. A partir deste acasalamento, serão esperadas aves ou filhotes melhores do que os ancestrais iniciais, pois mostrarão as propriedades que trazem através das cores Selvagens. No entanto, isso somente será possível para quem tem um plantel ou uma
linhagem de Calopsitas dentro do Padrão ou Standard. O resultado das cores das aves oriundo desse acasalamento já é bem interessante. Assim, poderemos dizer que metade (50%) dos filhotes já serão na Mutação Fulvo e destes, metade será Macho e metade será Fêmea. Os outros 50% dos filhotes serão de cor Selvagem, Portadores de Fulvo, e também teremos metade Machos e metade Fêmeas. Faz sentido, e é necessário no início
deste ciclo de acasalamento, não usarmos 2 cores ou 2 aves, que tenham parentesco próximo ou que sejam da mesma família. Isto possibilita às outras gerações futuras nos darem muitas combinações e acasalamentos entre si, evitando também parentescos muito próximos (c onsanguinidade).
E nesta mutação também o nome usado é bem definido. Também causa a falta de melaninas, apenas em algumas áreas pelo corpo, com predileção pela cabeça, e por isto também chamadas de cabeça-amarela. Existem autores que as consideram como portadoras visuais de amarelo-de-olhospretos.
Platinum - Foto Anibam Rolim
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ARLEQUIM-RECESSIVO
BEISPIEL B: (EXEMPLO B)
Estas 12 mutações podem ser combinadas entre si, sendo criadas dezenas de novas cores e combinações. 27
BEISPIEL C: (EXEMPLO C) Conforme descrito no Exemplo B, teremos como resultado filhotes portadores de Fulvo (B3 e B4). Agora neste exemplo C faremos o acasalamento desses dois pássaros Portadores de Fulvo, criaremos agora (M) e (F) Selvagem portadores de Fulvo, mas em nenhuma das aves é visivel que são Portadoras (pelo fenótipo), somente pela genética (genótipo) saberemos que são portadores da Mutação Fulvo. Nas representações gráficas do exemplo C mostramos os filhotes que serão esperados. Em percentual podem sair deste acasalamento 25% de Fulvos, (a probabilidade é sempre calculada em 100 pássaros). Mas a experiência criando Calopsitas mostra que o percentual em relação ao esperado, é de 25% também, mesmo que não tenhamos criado 100 pássaros. As aves restantes ou esperadas, que vão compor os outros 75% de filhotes, todos terão a cor Selvagem ( Normal, Cinza). O resultado é que apenas metade dos Selvagens (Normal,Cinzas) também são portadores
de Fulvo, o restante ( a outra metade) são aves visuais (fenótipos e geneticamente também) Normais, da cor Selvagem. Existe neste momento o que chamamos de “pp” possível portadores, como uma desvantagem neste acasalamento. A vantagem indiscutível é que a cor das aves (por serem filhos de 2 Selvagens) será com segurança melhor que os exemplares da geração anterior e exemplos anteriores. Para alcançar esse resultado, devem ser acasalados os “Top de Linha” as Calopsitas, dentro do Padrão ou Standard. O resultado de se criar Fulvos bons, vem certamente de qualidade boa que trazem um tamanho aceitável, topetes longos e refletidas manchas grandes nas bochechas. Como você pode ver à partir dos exemplos, a reprodução de mutação rara é uma tarefa difícil de lidar e não se deve ter pressa. Um bom planejamento deve ser o alvo, e devemos ter a consciência de que durante 2 ou 3 anos são necessários para realmente criarmos um pássaro com qualidade.
BEISPIEL A:
Das unter A beschriebene Beispiel möchte ich als Basisverpaarung für die Zucht eines gesunden und gefestigten Stammes von Falben bezeichnen. Es spielt hierbei keine Rolle ob der Falbe das Männchen oder das Weibchen ist. Die zu erwarten Ergebnisse, sind bei beiden Möglichkeiten dasselbe. Wird also der Falbe mit einem wildfarbigen Nymphensittich verpaart so erhalten wir nur wildfarbige Vögel, die allerdings alle spalterbig in Falbe sind. Da der Falbe rezessiv vererbt, benötigen wir, um bereits in der ersten Generation Falben zu erhalten, immer zwei zumindest spalterbige Vögel. Wie schon erwähnt ist diese Verpaarung die Basis der Falbenzucht.
BEISPIEL B:
75% 25%
BEISPIEL D: (EXEMPLO D) O último exemplo aqui descrito é apenas concebido como um último recurso, se nenhum outro parceiro ou ave esteja disponível, e só teríamos como objetivo criar mais portadores, mesmo assim sem ser visual ( só geneticamente, não no fenótipamente) e só a metade das aves. Como você pode ver no exemplo, cruzamos uma Calopsita de cor Selvagem Macho Portador de Fulvo com uma Femea Normal Cinza. Como apenas um dos pássaros de nossa criação, contribui com o
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gene Fulvo, o resultado será o de que não obteremos nenhum Fulvo. Também aqui temos de novo o problema, como no exemplo B, porque apenas metade serão portadores e isso não poderá ser visto externamente ou pelo visual (fenótipo). Ao acasalarmos estas aves filhotes no ano seguinte, não haverá perspectiva para todos, pois são considerados “PP” Possíveis Portadores de Fulvo. Se destes, criarmos 01 na cor (Fulvo), teremos a certeza que os pais são com certeza Portadores de Fulvo. Logicamente para este resultado, precisamos ter um pouco de sorte.
Ein aus A gezogenes wildfarbiges Männchen, das spalterbig in Falbe ist, wird an ein Falbenweibchen verpaart. Aus dieser Verpaarung sind nun Jungvögel zu erwarten, die schon bessere Schaueigenschaften als unser Ausgangsfalbe mitbringen. Allerdings diese nur, wenn der wildfarbige Partner bereits ein gut durchgezüchteter Standard-Nymphensittich ist. Das Ergebnis der Farbvögel, die wir mit dieser Verpaarung erhalten, ist bereits interessant. So können wir auf die Hälfte aller Jungvögel in Falbe hoffen. Die andere Hälfte sind wildfarbige Männchen und Weibchen, alle spalterbig in Falbe. Sinnvoll für den Beginn dieser Zucht ist es, zwei Farbvögel an zwei nicht miteinander verwandte normale Nymphensittiche verpaart. Dies hat den Vorteil, das man im kommenden Jahr gute
Kombinationsmöglichkeiten hat und die Vögel an nicht zu enge Verwandte verpaaren muss.
BEISPIEL C:
Wie unter BeispielB beschrieben,haben wir nun zwei spalterbige Vögel von zwei Ausgangspaaren. Diese verpaaren wir nun miteinander. Keiner der beiden Partner zeigt die Farbe sichtbar, aber wie wir wissen, sind beide spalterbig in Falbe, trotzdem werden nicht viele Farbvögel zu erwarten sein. Auf den bildlichen Darstellungen des Beispiels C sehen wir was in der Nachzucht zu erwarten ist. Prozentual können hier 25% Falben fallen (die Wahrscheinlichkeit ist immer auf hundert Vögel gerechnet). Die Erfahrung in der Zuchtzeigtjedoch,dass dasprozentualeVerhältnis der zu erwartenten Möglichkeiten meist stimmt; dies auch wenn keine hundert Vögel vorhanden sind. Die restlich zu erwartenten Jungvögel, machen 75% aus, sie sind alle in Wildfarbe. Die Besonderheit hierbei ist, dass nur die Hälfte der Wildfarbigen auch wieder spalterbig in Falbe ist. Die restlichen Vögel, die optisch nicht von den Spaltern zu unterscheiden sind, sind reinerbige Wildfarbige. Diesen Nachteil, dass die vermeintlich Spalterbigen nur durch Kontrollverpaarungen bestimmtwerdenkönnengleichtder unbestrittene Vorteil der Zucht mit zwei Spalterbigen aus. Die Farbvögel aus zwei Spaltern werden mit Sicherheit qualitativ die Besseren sein als in den vorangegangenen Beispielen. Um dieses Ergebnis zuerreichen, müssen TopStandard-Nymphensittiche eingekreuzt werden. Die hieraus ge züchteten Fa lben werden sicherlich schon annähernd gute Standardqualitäten mitbringen, die sich in einer akzeptablen Größe, langen Hauben und großen
Wangenflecken wiederspiegeln. Wie Sieanhand der Beispiele sehen können ist die Zucht einer schwierigen Mutation nicht „auf die Schnelle“ zu bewältigen. Eine gezielte Planung und Konsequenz in den folgenden zwei bis drei Jahre sind nötig um die Vögel wirklich zu verbessern.
BEISPIEL D:
Das letze hier angeführte Beispiel ist nur als Notlösung gedacht, falls kein anderer Partner zur Verfügung steht und wir nur auf einen Spalterbigen in unserer gewünschten Farbe zurückgreifen können. Wie Sie es auch bildlich sehen können, haben wir einen wildfarbigen Nymphensittich, der spalterbig in Falbe ist mit einer wildfarbigen, reinerbigen Henneverpaart. Da nur einer unserer Zuchtvögel das Gen für Falbe trägt, werden keine Farbvögel in der Nachzucht zu erwarten sein. Auch hier haben wir wieder das Problem wie unter Beispiel B, weil nur die Hälfte spalterbig und dies äußerlich nicht zu erkennen ist. Die Verpaarungen mit diesen Jungvögeln im darauffolgenden Jahr sind alle Glücksverpaarungen. Wenn dann doch ein Falbe daraus fällt, ist das nurmöglichweil diebeiden Verdachts-Spalterbigen tatsächlich spalterbig in Falbe sind. Hierzu braucht man das Quäntchen Glück, ohne das es auch in der Nymphensittichzucht nicht geht. Abschließend sei zu der Zucht von Falben erwähnt, dass diese sehr interessant ist und eine echte züchterische Herausforderung darstellt. Wer den Platz, die Zeit und auch etwas Geduld hat, sollte sich dieser schönen Mutationsfarbe annehmen und versuchen sie zu einem wirklich guten Standard-Vogel zu züchten.
Finalmente devo dizer que criar Fulvo é um verdadeiro desafio, mas muito interessante na Criação de Calopsitas. Quem tem local (instalações), tempo e paciência, deveria planejar e criar belos exemplares sempre no Padrão (Standard) desta Mutação.
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CRIADOR EM DESTAQUE!
OTTO LUTZ: RESULTADO DE UM TRABALHO GENÉTICO
Diversos arlequins
Por Paul Richard Wolfensberger
Canela Ino
Vista Viveiro
Conversando com Otto, ele exibe as 2 Mutações mais raras em seu plantel, o Fulvo e o Bochecha Amarela, que foram adquiridas de outros criadores, e mostra os seus Portadores, que ele já tem, dizendo: “meu trabalho agora é colocar a Mutação dentro da minha linhagem, para produzir filhotes iguais aos outros, em forma e tamanho”. Otto se dedica à uma revista ornitológica alemã, só de Calopsitas, a Nymphen Sittich Special, e recentemente lançou um belo livro com mais de 600 fotos coloridas sobre Calopsitas. Sua criação premiadíssima é resultado de um trabalho árduo de seleção genética, e este deveria ser o objetivo de todo criador, pois apesar de demorar a aparecer, é um trabalho gratificante e muito reconhecido.
Pérola Cinza
Bochecha amarela arlequim Cinza
Arlequim Pérola Canela
Jardim, Lago e Criadouro Otto dentro de 1 dos viveiros
C
riar Calopsitas requer o mesmo cuidado e seleção que se tem ao criar qualquer outra ave, onde o objetivo é a busca do melhor, ou de algo que seja o mais perfeito possível... ou seja, definir ou seguir o Padrão da Espécie, criar sua família, linhagem, identificação e seguir em frente sempre obtendo resultados melhores. Quando se visita uma criação como a de Otto Lutz, criador alemão especialista em Calopsitas, com mais de 200 aves, e logo no primeiro momento, de observar o 1º viveiro (estavam em época de descanso) vê-se a imagem de uma Calopsita maravilhosa, com topete enorme, ou observa-se outra, praticamente igual, com as mesmas
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qualidades, em outra Mutação...o belo tamanho da marcação laranja na bochecha (excepcionalmente grande e redonda), e mais além, o porte e largura do peito etc. depara-se ali, com uma conclusão irrefutável: estamos diante de aves excepcionais. Depois de passar pelos viveiros citados acima, de filhotes fêmeas, filhotes machos, adultos/ matrizes, também separados por sexo, sigo vendo mais aves em outras instalações e percebo que não há praticamente nenhuma diferença de qualidade, não existem aves boas, médias ou regulares, mas sim, todas se nivelam “por cima”, por uma uniformidade e padrão incríveis, uma verdadeira l inhagem, ou seja, Otto é um criador renomado, pelo seu nível de excelência.
Viveiros Individuais e Ninhos
Arlequins
Ninhos externos
Fulvo
Detalhe das Bochechas
Canela Ino Arlequim Pérola Cinza
Cara Branca Arlequim Cinza
Cara Branca Arlequim Cinza
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CALOPSITAS
Natureza – Jef van Esch
Pérola Canela – Foto Aves&Criadouros
32 CB Pérola Canela - Foto Aves&Criadores
Arlequim Cinza – Foto Otto Lutz
CB Arlequim Perola Cinza Foto Aves&Criadouros
Femea (F) – Cinza – Foto Otto Lutz
(M) Canela – Foto da Aves&Criadouros
(F) Canela – Foto Otto Lutz
Pérola Cinza – Foto Aves&Criadouros
Arlequim Pérola Canela Foto Aves&Criadouros
Ino (Lutino) - Foto Aves&Criadouros
CB Ino (Albino) – Foto Aves&Criadouros
Canela Ino (Lacewing) Foto Aves&Criadouros
Cara Branca (CB) Cinza Foto Aves&Criadouros
(M) CB Canela – Foto Otto Lutz
(F) CB Canela – Foto Otto Lutz
CB Arlequim Cinza – Foto Aves&Criadouros
Face Pálida Pérola Cinza Foto Aves&Criadouros
Face Pálida Arlequim Cinza Foto Aves&Criadouros
(M) Prateado(Silver) Foto Aves&Criadouros
Macho (M) – Cinza – Foto Otto Lutz
Arlequim Canela – Foto Otto Lutz
(M) Fulvo – Foto Otto Lutz
Arlequim Pérola Cinza Foto Aves&Criadouros
(M) Bochecha Amarela Cinza
33 (M) CB Prateado – Foto Aves&Criadouros
A mutação face-pálida nas calopsitas
N
o fim dos anos 90, um criador francês, o saudoso Olivier GOUIN, criou e começou a fixar uma linhagem de calopsitas de bochechas amarelas. Ele achava que tinha bochechas-amarelas na sua criação, os primeiros a entrar na França na época, mas logo - assim que fotos foram publicadas na internet, com um amigo criador do norte da França, nós o informamos que o fenótipo dos pássaros parecia outro! Achei desde aquela época que era uma mutação desconhecida até então na Europa, chamada de “face pastel” nos EUA! Paralelamente, como estava na ocasião em contato direto com o doutor australiano Terry MARTIN, por causa da preparação do seu livro sobre a genética dos psitacídeos, também passei a adotar o termo FACEPÁLIDA. Em 2003, Olivier cedeu a mim e a um amigo, alguns pássaros puros e ‘portadores’. Acasalamos estas aves considerando que nossa hipótese era a correta, quer dizer, que estávamos diante de uma mutação de série azul incompleta, ou seja, com uma supressão parcial de psitacinas amarelas e vermelhas. Comparando, este pássaro é uma mutação do mesmo tipo que o turquesa do periquito de colar, da catarina ou dos azuis de mar e
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verde de mar na Neophema splendida. Do mesmo jeito a mutação FACE-BRANCA, que está bem estabelecida, é uma mutação de série azul puro, ou seja, com uma supressão total de psitacinas amarelas e vermelhas. Comparando, este pássaro é uma mutação do mesmo tipo que o azul no periquito de colar ou da Neophema splendida. Assim, dentro desta hipótese e tendo em conta a experiência dos criadores americanos que já criavam esta mutação, apesar da denominação incorreta, acasalamos os mutantes FACE-PÁLIDA com os FACEBRANCA e desde o primeiro ano criamos os FACE-PÁLIDA com os FACE-BRANCA com cada casal. Tomamos outro cuidado de diversificar os sangues e na mesma ocasião introduzir algumas mutações novas. Os pássaros do Olivier já eram de um tipo excelente e os machos eram portadores de outro gen INO ou PÉROLA. Portanto, em 2004, criei meus primeiros FACE-PÁLIDA. Naquele ano obtive os FACE-PÁLIDA CINZA e os FACE-PÁLIDA INOS (CREMINOS) com um balanço posterior para 2004 de 4 filhotes criados e vivos. A partir de 2005, nasceram os primeiros FACE-PÁLIDA PÉROLA CINZA e FACE-
Fêmea FACE-PÁLIDA PÉROLA CINZA portadora de FACE-BRANCA
Hora de fazer um balanço depois de 8 anos de trabalho! Por Thierry Duliere (traduçãoChristina Wolfensberger)
com um balanço posterior de 63 filhotes de FACE-PÁLIDA criados, vivos. A mutação era então sólida e podia ser considerada bem estável. Vale notar que naquele ano criamos e pusemos anel no macho FACE-PÁLIDA CINZA que ganhou medalha de ouro em PIACENZA (campeonato mundial de 2009), na fêmea da mesma cor, que ganhou medalha de prata e a fêmea FACE-PÁLIDA CANELA (que também é BOCHECHAS-AMARELAS, mas não visível pois mascarada pela facepálida e CODOMINANTE fator simples, que só é notado por um olho de especialista) que ganhou a medalha de bronze. Em 2008 só adicionei à lista a FACE-PÁLIDA PÉROLA INO, mas o ano consolidou a aquisições. O balanço posterior de 54 filhotes de FACE-PÁLIDA criados e vivos. No fim da estação, devido a uma mudança e redução de criação, diminui consideravelmente a quantidade dos bichos. Em 2009, nas novas instalações e com o número de casais de calopsitas diminuído para 65, criei - a título de novidade - um FACEPÁLIDA CODOMINANTE fator duplo (outras da qual uma homozigoto para um FACEPÁLIDA não vingou), mas também uns FACEPÁLIDA FULVO-CINGIDO PÉROLA CINZA espetaculares. Por outro lado, o número e a
diversidade de combinações para os FACEPÁLIDA homozigoto aumentaram com boas perspectivas para o futuro. O ano foi concluído com uma criação de 76 FACE-PÁLIDA vivos. E com um filhote do ano FACE-PÁLIDA INO, que ganhou medalha de prata em MATOSINHOS (campeonato do mundo de 2010) com um FACE-PÁLIDA homozigoto CINZA. Em 2010, assim como em 2011, continuei trabalhando para homogeneizar a qualidade dos mutantes, que resultou numa medalha de prata em TOURS (campeonato mundial de 2011) e uma outra em ALMERIA (Campeonato mundial de 2012) com um FACE-PÁLIDA FULVO-CINGIDO CINZA portador FACEBRANCA. Neste resumos anuais, contei a vocês a respeito dos FACE-PÁLIDA homozigotos; vale notar que entre as aves que foram criadas por Olivier GOUIN, um já apresentava uma máscara mais intensa e as faces tinham uma coloração amarela-alaranjada bem marcante. Ele foi gerado de um casal de uma filha mutante com seu pai. No que diz respeito aos ‘portadores’ que ele nos cedeu, desde o início acasalamos com os FACEBRANCA, mas partindo do princípio que não eram PORTADORES GARANTIDOS feitos de um mutante com um não mutante!
Macho FACE-PÁLIDA FULVO-CINGIDO portador de FACE-BRANCA – Medalha de prata no campeonato mundial de 2012
PORTANTO É PRECISO COMPREENDER A GENÉTICA DA MUTAÇÃO FACE PÁLIDA Fêmea FACE-PÁLIDA INO (CREMINO) portadora de FACE-BRANCA
PÁLIDA CODOMINANTE fator simples CINZA. No entanto, eu continuava a preparar outras combinações, desenvolvendo na França os CODOMINANTES, os FULVOS-CINGIDOS (fulvo pálido) e os BOCHECHAS-AMARELAS com um balanço posterior para 2005 de 13 filhotes FACE-PÁLIDA CINZA criados e vivos. Em 2006, eu não criei novas combinações com os FACE-PÁLIDA, mas nasceram os machos FACE-PÁLIDA CINZA de um tronco premiado com medalha de ouro em HASSELT (campeonato mundial de 2008) com um balanço posterior para 2006 de 16 filhotes FACE-PÁLIDA criados e vivos. Em 2007, pus anel nos meus primeiros FULVOS-CINGIDOS (fulvo pálido) FACEPÁLIDA CINZA, FACE-PÁLIDA PÉROLA INO CANELA, FACE-PÁLIDA ARLEQUIM, FACE-PÁLIDA CANELA E FACE-PÁLIDA homozigotos (CINZA e PÉROLA CINZA)
Na verdade o FACE-PÁLIDA é um FACE-BRANCA INCOMPLETO. E as duas mutações são “alelos”, ou seja, dois estados diferentes de uma mesma mutação. Uma ave pode ser portad or de: 1. Dois gens NÃO-MUTANTES ; 2. Um genmutante para amutação FACE-BRANCA completo e umgem NÃO-MUTANTE, portador FACE-BRANCA ; 3. Um gen mutante da mutação FACE-BRANCA incompleto portanto FACE-PÁLIDA e um gem NÃO-MUTANTE, sujeito portador FACE-PÁLIDA ; 4. Um gen mutantepara a mutação FACE-BRANCA completo eum gem mutante para a mutação FACE-BRANCA incompleto portanto sujeito FACE-PÁLIDA portador FACE-BRANCA ; 5. Dois gens mutantes para a mutação FACE-BRANCA completo, sujeito FACE-BRANCA ; 6. Dois gens mutantes para amutação FACE-BRANCA incompleto, portanto sujeito FACE-PÁLIDA HOMOZIGOTO, não portador de FACE-BRANCA ; Mas há somente DOIS GENS POR AVE para essa mutação, quer seja em estado completo FACEBRANCA ou estado incompleto FACE-PÁLIDA.
Macho FACE-PÁLIDA FULVO-CINGIDO homozigoto CINZA
E se há 6 genótipos enumerados acima, o número de fenótipos é mais limitado! Assim, os casos 1, 2 e 3, as aves tendo dois gens NÃO MUTANTES, ou um gen FACE-BRANCA e um gen NÃO MUTANTE ou um gen FACE-PÁLIDA e um gem NÃO MUTANTE serão todos de aspecto NÃO MUTANTE ... quer dizer em CINZA – serão tipos selvagens! O primeiro terá certamente uma máscara mais intensa e o segundo uma máscara mais clara, mas é impossível identificá-los
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de forma confiável porque pode ter grandes interações geradas pelas qualidades de cor da linhagem de origem da ave. E a questão que se impõe é se saberíamos reconhecer os pássaros dos casos 4 e 6, os FACE-PÁLIDA portadores FACE-BRANCA (ou heterozigotes) dos FACE-PÁLIDA homozigotos (não portadores de FACE-BRANCA). No fim de 2009, nenhuma publicação oficial tinha sido feita dentro das revistas especializadas e foi o trabalho feito na França que permitiu identificar o primeiro homozigoto e confirmá-lo. A informação para os criadores do mundo todo partiu do fórum: http://calopsitte.forumactif.com/ onde desde março de 2007, Michael LEFEBRE
escreveu suas observações referentes a identificação do primeiro FACE-PÁLIDA HOMOZIGOTO, nascido na casa de Olivier GOUIN portanto ave de 2003 e neste momento eu já tinha formado para a estação 2007 dois casais para tentar produzir aqueles pássaros, o que fiz em 2007, depois em 2008 e em 2009. Mencionei pela primeira vez com cautela durante uma jornada técnica no sul da França, estes avanços na identificação dos FACEPÁLIDA homozigotos. Em virtude dos meus primeiros resultados em 2007 e reafirmados por aqueles em 2008 e dos anos seguintes, fiz estas observações chegar ao conhecimento dos amadores de calopsitas do mundo todo. Agora que as hipóteses viraram certezas, é possível validá-las publicando nas revistas.
A – Algumas calopsitas FACE-PÁLIDA heterozigotes (portadoras de FACE-BRANCA)
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02.2010 |
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A nível genético é preciso compreender o resultado dos diferentes acasalamentos: A nível genético é preciso compreender o resultado dos diferentes acasalamentos:
A mutação FACE-PÁLIDA tem a mesma hereditariedade da FACE-BRANCA pois é na verdade uma variação, um alelo desta
Tipo selvagem x FACE-BRANCA: • 100% TIPO SELVAGEM portador de FACE-BRANCA Tipo selvagem x FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA: • 50% TIPO SELVAGEM portador de FACE-BRANCA • 50% TIPO SELVAGEM portador de FACE-PÁLIDA Atenção: não sabemos diferenciar o TIPO SELVAGEM portador de FACE-BRANCA do TIPO SELVAGEM portador de FACE-PÁLIDA Tipo selvagem x FACE-PÁLIDA homozigoto: • 100% TIPO SELVAGEM portador de FACE-PÁLIDA Atenção: se o FACE-PÁLIDA não for confirmado homozigoto, é impossível garantir seus descendentes, que não são FACEPÁLIDA como portadores !
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[email protected])
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mutação, e ela domina a FACE-BRANCA. Ela é no entanto RECESSIVA AUTOSÔMICA em relação ao tipo selvagem.
Tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA x FACE-BRANCA: • 50% FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA • 25% tipo selvagem portador de FACE-BRANCA • 25% tipo selvagem portador de FACE-BRANCA Atenção: não se sabe diferenciar os tipo selvagem portador de FACEBRANCA dos tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA Tipo selvagem portador de FACE-BRANCA x FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA: • 25% FACE-BRANCA • 25% FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA • 25% tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA • 25% tipo selvagem portador de FACE-BRANCA
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FACE-BRANCA x FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA: • 50% FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA • 50% FACE-BRANCA FACE-BRANCA x FACE-PÁLIDA homozigoto: • 100% FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA
Tipo selvagem portador de FACE-BRANCA x FACE-PÁLIDA homozigoto: • 50% FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA • 50% tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA
Tipo selvagem portador de FACE-BRANCA x FACE-BRANCA: • 50% FACE-BRANCA • 50% tipo selvagem portador de FACE-BRANCA
Tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA x FACE-PÁLIDA homozigoto: • 50% FACE-PÁLIDA homozigoto • 50% tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA
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Atenção: não se sabe diferenciar os tipos selvagem portador de FACEBRANCA dos tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA Tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA x FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA: • 25% FACE-PÁLIDA homozigoto • 25% FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA • 25% tipo selvagem portador de FACE-PÁLIDA • 25% tipo selvagem portador de FACE-BRANCA
FACE-BRANCA x FACE-BRANCA: • 100% FACE-BRANCA
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A C N A R B A E C C A N F A e R d A r C B - o N E C d a A A R F t r o B - e p E d A C r A o Z N F d I e a t C d r A r o o p L d A O R a t Z É r N o I P p C s e l A s e p L l E p i m N m s A i r C s r o t s o a e t f l a E p f m E T i N T s r N A N o A I t N M a I f M O E T O D O N D C O A C N A I D A I M I L D O L Á D P O Á C P - E E C A C D A A F I L F a Á a e P m - e ê E m C ê F A F 6 F 4 | a e | A m A C ê C N F N A - A R 2 R B | B E A E C C C A N F A A F e R e d B - d r o E r o d C d a A a t r F t o r p e o d p A r A Z o Z N d I a I N C t r o l o C A p p L A O u d Z R r N É o I t C P f a O O E D I D I T G G N N N I I A N C - C - I O O M V V O L L D U U O F F C A A A D I D I D I L L L Á Á Á P - P - P E E E C C C A A A F F F a a a e e e m m m ê ê ê F F F - - 1 3 5
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ESTABELECER UMA LINHAGEM DE FACE-PÁLIDA com alguns pássaros para começar A hereditariedade desta mutação e sua dominância sobre a FACE-BRANCA é a chance de se estabelecer uma linhagem e multiplicar aqueles que são mutantes. É recomendável começar selecionando um (ou mais) machos FACE-PÁLIDA portadores de FACE-BRANCA ou de FACEPÁLIDA homozigotos, pois de um lado nos machos se aprecia melhor a qualidade da másFACE e de outro isto permite de usar as fêmeas FACE-BRANCA da sua criação, habituadas à reprodução nas suas próprias instalações. Desde a primeira geração, se cria os FACE-PÁLIDA portadores de FACE-BRANCA e pode-se aproveitar da mutação que o macho carrega e se valer da qualidade de sua própria linhagem.
Nota: é preciso evitar de combinar o FACE-PÁLIDA com o BOCHECHAS-AMARELAS, pois o FACE-PÁLIDA BOCHECHASAMARELAS é difícil de reconhecer, mas apresenta dificuldades de criação do BOCHECHASAMARELAS (abandono da ninhada depois de semanas chocando os ovos). Thierry DULIERE
[email protected]
O gen FACE-PÁLIDA age diluindo parcialmente as psitacinas amarelas e vermelhas-alaranjadas na calopsita. Assim, a máscara, como as bochechas, apresenta uma diluição variante, dependendo se o pássaro em questão é portador ou não de FACE-BRANCA. As penas sob a cauda também são diluídas como a máscara. A cor amarela se transforma em amarelo pálido no pássaro portador de FACE-BRANCA, enquanto as bochechas clareiam são amarela alaranjado claro, enquanto que no pássaro homozigoto, a máscara é mais amarela e principalmente as bochechas são amareloalaranjadas com uma ponta de flúor. Nota: é impossível confundir estes
pássaros com os de bochechas amarelas, pois nesta mutação, a máscara permanece intensa e as bochechas ficam amarelas sem a nuância de laranja como no caso da FACE-PÁLIDA. Restaa fotografia, como melhor explicação, e por isso fiz algumas fotos comparativas de FACE-PÁLIDA portador de FACE-BRANCA em diferentes combinações, o CINZA, o PÉROLA, o INO e o CODOMINANTE fator simples. Na verdade até hoje os elementos homozigotos não se encontram ainda em todas as combinações, a mutação não tem mais de 10 anos de trabalho na Europa e a prioridade foi dada para aqueles que começaram com as primeiras linhagem a produzir pássaros selecionados para concurso.
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PERSPECTIVAS EM CONCURSO E CRIAÇÃO Na França conseguimos criar uma dinâmica entre os criadores de calopsitas standard e dentro dos campeonatos da FFO (Federation Française Ornithologic) = Campeonato Nacional Francês da Federação FFO: são 250 pássaros desta espécie apresentados regularmente em concurso. O FACE-BRANCA foi uma chance para o desenvolvimento do FACE-PÁLIDA, para a fixação e multiplicação dos mutantes evitando a consanguineidade. Espero que agora que a mutação está fixada, que os elementos homozigotos se desenvolvam, que cada um se empenhe em selecionar os pássaros por tipo e cor capazes de ir a concurso! Hoje em dia, a mutação está bem estabelecida nos Estados Unidos e no Canadá de um lado e na França do outro. Em nível de Europa as linhagens são igualmente estabelecidas na Bélgica e nos Países Baixos e de agora em diante há criação destes na Espanha, Alemanha, Áustria e Itália. Que cada um continue no bom caminho e que se encontrem cada vez menos nas fichas de julgamento denominações errôneas (cara amarela, bochechas amarelas) para pássaros FACE-PÁLIDA, como tive a ocasião de encontrar em altos níveis internacionais e como amigos encontraram em seus países
quase vizinhos ! Atualmente estou com aprox. 25 unidades homozigotos criadas e vivas, nem todas mantidas porque tenho regras para a escolha das unidades a conservar (aptidão para concorrer, interesse para acasalamentos, tipo, porte, cor, etc...) a raridade acaba sendo às vezes o último critério ! Não fui o único que consegui tê-los e o número de unidades homozigotos cresce a cada ano. Em toda formação de casal, temos que contar de 2 a 3 gerações, formando uma parte de casais para gerar filhotes de concurso, uma outra criar os pais de filhotes de concurso, e uma outra para obter os avós dos filhotes de concurso. Certos pares produzem os três, mas isso é muito raro! Como o FACE-PÁLIDA pode ser combinado com todas as cores MENOS O BOCHECHASAMARELAS*, tem um futuro promissor, cabendo a cada um fazer um trabalho sério com seus pássaros. Consegui finalmente criar um número grande de CODOMINANTE fator duplo FACE-PÁLIDA homozigoto, de FACEPÁLIDA FULVO-CINGIDO homozigoto, de ARLEQUIM FACE-PÁLIDA homozigoto... Agora me ocupo com a criação do FULVO-BRONZE FACE-PÁLIDA CINZA (incl. PÉROLA). Com uma paciência, sorte e um trabalho rigoroso dos apaixonados por calopsitas!
Participo com alguns amigos de um fórum na I nternet, consagrado às CALOPSITAS e muita espécies de bicos-aduncos. Este fórum, em língua francesa, tornou-se em poucos anos referência para os criadores de calopsitas, com visitadores de vários países e agora de vários continentes. As informações contidas neste artigo são na maior parte fruto de um trabalho de equipe e a soma de conhecimentos e observações partilhadas entre inúmeros criadores. Vocês podem visita o fórum no seguinte endereço: http://calopsitte.forumactif.com/ Vocês irão encontrar tudo que diz respeito à alimentação, cuidados, criação, instalações, standards, concursos, bolsas, jornadas técnicas. É um lugar de reencontro entre amadores... Mas no nosso espírito isso não substitui nem os clubs nem as revistas e nem os livros! 38
B – Algumas calopsitas FACE-PÁLIDA homoozigotes (NÃO portadoras de FACE-BRANCA)
RECONHECER OS FACE-PÁLIDA homozigotos
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8- Macho FACE-PÁLIDA CINZA homozigoto 9- Ao centro cabeça de macho BOCHECHAS-AMARELAS CINZA 10- Fêmea FACE-PÁLIDA CINZA portadora de FACE-BRANCA 11- Fêmea FACE-PÁLIDA CINZA homozigoto 12- Ao centro cabeça de fêmea BOCHECHAS-AMARELAS PÉROLA CINZA 13- Fêmea FACE-PÁLIDA INO (CREMINO) portadora de FACE-BRANCA normalmente chamada de CREMINO portadora de FACE-BRANCA 14- Fêmea FACE-PÁLIDA INO (CREMINO) homozigoto normalmente chamada de CREMINO homozigoto 15- Macho CODOMINANTE fator simples CINZA portador de FACE- BRANCA 16- Macho CODOMINANTE fator simples CINZA homozigoto
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Jean Pierre no Campeonato Mundial
Em frente ao restaurante Blumlisalp AG Baterias de gaiolas
Agapornis Personatas
Viveiro dos Red Rumped
Em frente as gaiolas dos Periquitos
JP ROTZETTER O COMANDANTE SUIÇO
A
chegadaàpequenacidadedeAlterswill na Suíça, já é deslumbrante, repleta de trechos de pequenas estradas e cidadezinhas, com a vista dos Alpes Suíços ao fundo; é como se estivéssemos indo sempre em direção deles. Esta paisagem faz parte da vida de Jean Pierre, hospitaleiro, proprietário de um belo restaurante,e que recebe muitos clientes; Rotzetter literalmente “põe a mão na massa” cozinhando as refeições, onde sua especialidade é a Lasagna. Diretor da OMJ (Ordem Mundial de Juízes de Ornitologia da COM- Confederação ornitológica Mundial) há mais de 10 anos,
Periquito Fulvo
Rosela Eximius Rubina
Calopsita Arlequim Cinza
Calopsita Cinza (F)
Vista do Paraíso
Jean Pierre está presente em todos os Campeonatos Mundiais e também em muitos Campeonatos regionais pela Europa. É também Juiz de Psitacídeos, inclusive já julgou aqui no Brasil no Torneio Internacional em Jaraguá do Sul (SC).
Criador de Psitacídeos, não qualifica o que mais gosta, mas mantém um grande Criadouro com Periquitos Ingleses, Periquitos australianos, Agapornis ( Roseicollis, Personatas, Nigrigenis e Liliane), Red Rumped, Calopsitas e Roselas (Eximius e Icterotis), vide fotos.
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Viveiro dos agapornis Liliane e Nigrigenis Rosela Eximius Rubina em cima do Ninho
Em frente a bateria de Viveiros
A prefeita de jaraguá do sul(SC) entregando uma Homenagem 41 ao Juíz Jean Pierre Rotzetter.
DISTÚRBIOS REPRODUTIVOS EM AVES POSTURA CRÔNICA
I
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niciamos nosso contato com uma série de matérias sobre algumas das principais doenças que acometem as aves. Resumidamente falamos nas últimas edições sobre afecções virais, bacterianas, fúngicas e parasitárias, suas manifestações e riscos para os animais. Espero que possa tê-los apresentado a elas de forma clara e objetiva. Começaremos a partir dessa edição a falar um pouco sobre alguns dos problemas reprodutivos encontrados nos plantéis daqueles que criam aves, seja comercialmente ou como hobby. Como alterações reprodutivas, englobaremos desde aquelas causadas por processos patológicos a erros de manejo e disfunções nutricionais. Darei início ao tema falando sobre um problema relativamente comum a criadores de aves, particularmente calopsitas, periquitos australianos, agapornis e passeriformes exóticos – a postura crônica. Tal distúrbio não é exclusivo de plantéis de criadores, e pode ocorrer em aves “pet”, inclusive aquelas criadas sem a presença de um macho. Pode parecer estranho e irônico falarmos sobre excesso de ovos em um criadouro, quando, em tese, espera-se que as matrizes possuam alta produtividade, de forma a se obter muitos filhotes. Porém, mais a frente, ficarão claros os motivos pelos quais não desejamos tal alteração em nossas aves. Na natureza, a maioria dos animais possui um período específico para se reproduzir. Durante alguns meses no ano, estimulados pela maior incidência solar, maior oferta e variedade de alimentos sazonais e elevação da temperatura - dentre outros fatores - os casais se unem e dá-se início ao período reprodutivo. A natureza, sábia como ela só, propicia que os filhotes nasçam no período mais adequado para aumentar suas chances de sobrevivência. E faz isso “enviando” uma série de sinais aos
pais, estimulando a liberação dos hormônios reprodutivos. Entretanto, boa parte dos criadores e donos, buscando cuidar de suas aves da melhor maneira possível, acaba por cometer alguns erros e excessos. Por conta disso, diversas aves cativas desenvolvem posturas repetidas e contínuas, sejam os ovos férteis ou não. O melhor exemplo, comercial e intencional, que podemos dar, são os ovos de galinha vendidos em mercados. Tais ovos não são férteis, ou seja, não foram fecundados por um macho. São resultado de manejo zootécnico. No caso das galinhas de granja, consideradas animais de produção, busca-se um aumento no número de posturas, uma vez que a lucratividade da atividade está diretamente ligada a um maior número de ovos produzidos. Tais animais recebem dieta específica, são submetidos a fotoperíodos diários artificiais (podendo chegar a 24 horas de luz por dia) e recebem suplementos vitamínicos e minerais com o único objetivo de produzir ovo s de melhor qualidade e em maior número. Por conta do desgaste que sofrem, vivem menos e são descartados ainda jovens, quando o número de ovos não mais corresponde ao desejado. Mas não é isso que queremos com nossas matrizes, correto? Devemos sempre lembrar que os animais possuem uma capacidade máxima produtiva e excessos podem levar a complicações sérias e até ao óbito do animal. De nada adianta termos dois anos de reprodução intensiva, se as fêmeas apresentarem em seguida uma severa redução no número de ovos, ou pior, morrerem em função disso. Na grande maioria das vezes, trabalhamos com aves de alto valor comercial e zootécnico e perder uma matriz em fase reprodutiva pode significar mais de 4 anos até se obter outra em igual situação. E o que levaria uma calopsita ou uma
Calopsita adulta com severa inflamação e edema celomático e aumento de radiopacidade medular, principalmente dos ossos longos, relacionado a hiperostose poliostótica. Tais achados são habituais em aves em postura crônica. Autor: Dr. Rômulo Braga
Calopsita adulta, com fratura patológica de rádio-ulna direita. Notar o posicionamento da asa em repouso e a fratura completa no exame radiográfico. Autor: Dr. Hélio José Santos Bagetti Filho
rosela, animais completamente diferentes de uma galinha de granja a colocarem ovos em excesso? Em alguns casos, inclusive na ausência de um macho? Conforme falamos no início do texto, alguns fatores são responsáveis pelo estímulo da reprodução nas aves selvagens. Uma ave cativa não sofre nenhum tipo de restrição alimentar dentro de uma gaiola. Pelo contrário. Os criadores, boa parte das vezes, buscam oferecer o que há de “bom e melhor” para seus animais. Adicionam à sua dieta legumes, raízes e farinhadas com altos teores de minerais e gordura, durante todo o ano. Suplementam vitaminas e proteínas de forma indiscriminada e contínua. Muitos, quando possuem o criatório próximo, ou dentro, de suas residências, não respeitam o fotoperíodo indicado para a espécie. São comuns aves que acordam com o nascer do sol e vão dormir apenas quando o último morador apaga as luzes. Tais animais dormem satisfatoriamente apenas 5 a 6 horas por dia, quando não menos. O hábito de se manter ninhos, tocas ou qualquer outra estrutura similar durante todo o ano também pode se tornar um problema. Para os casais adultos, a existência de um local apropriado para postura é um dos mais fortes estímulos à reprodução.
Dessa forma, ao se disponibilizar fontes alimentares altamente calóricas e proteicas e manter os animais com horas de luz por dia acima do indicado, acaba-se por criar, artificialmente, os mesmos estímulos que são responsáveis pela procriação dos animais na natureza. Nem todas as aves irão reagir da mesma forma a tais estímulos. O problema reside no Oviduto necrosado com ovo no interior, expelido por exemplar fêmea de fato de alguns animais ringneck, portadora de postura crônica. Autor: O próprio. não mais possuírem fidelidade a períodos e estações do ano para constante postura, chegando a colocar mais de reprodução, como seus parentes selvagens. 140 ovos por ano (!), como já atendi em minha A maioria dos psitacídeos brasileiros (araras, clínica. papagaios, anacãs, maritacas, etc), ainda retém A produção de um ovo pelo organismo comportamento mais natural e raramente são requer o uso de mineiras (principalmente o acometidas de postura crônica. Outras, mais cálcio) e proteínas em níveis altíssimos. Quando domesticadas, como as calopsitas, periquitos o animal produz uma quantidade de ovos e agapórnis, são mais suscetíveis. As fêmeas superior ao considerado limite para a espécie, podem manifestar o quadro por curtos períodos, pode ocorrer o esgotamento do organismo onde colocam muitos ovos e depois voltam dentro de algumas semanas. A maioria dos ao normal, ou podem passar o ano inteiro em animais acometidos tende a evoluir para
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Hérnia em periquito australiano. Em seu interior podia-se observar alças intestinais e oviduto. Autor: Wanda Mingo
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quadros de desnutrição e hipocalcemia (foto 1), o que, associado à fadiga muscular, tornaos mais suscetíveis a diversas patologias. São usuais fraturas espontâneas de ossos longos, principalmente das asas, como úmero e rádioulna (fotos 2 e 3). Prolapsos de cloaca e oviduto (quando uma estrutura interna é exteriorizada e não retorna para o interior do corpo), bem como lacerações e necrose dos mesmos órgãos também ocorrem com frequência (foto 4). Hérnias, embora mais raras, são eventualmente encontradas (foto 5). Distocias e distúrbios de calcificação dos ovos são muito comuns e possuem prognóstico variado. Quando o ovo encontra-se em tamanho normal e há passagem, um veterinário experiente pode ser capaz de manobrá-lo e removê-lo sem maiores danos ao animal. Tal procedimento deve ser realizado preferencialmente sob anestesia e com o uso de analgésicos, buscando controle da dor e relaxamento da musculatura cloacal, o que facilita a saída do ovo. Eventualmente, podemos encontrar ovos de tamanho maior do que o habitual ou com calcificação anômala (foto 6), os quais geralmente requerem intervenções cirúrgicas. Tentativas de remoção manual dos ovos, realizadas por pessoas sem experiência, podem levar à rupturas e colabamentos dos mesmos no interior do oviduto (foto 7). Uma vez que se identifique que a ave está desenvolvendo postura crônica e não havendo ainda as complicações descritas acima, devese, através de algumas mudanças no manejo do animal, tentar interromper o processo. Reduzir a oferta de alimentos excessivamente protéicos, como ovo cozido e farinhadas de ovos ou insetos é importante. Legumes e frutas mais calóricos, como o jiló, beterraba, cenoura e bertalha deverão ser dados com maior parcimônia. Sementes oleaginosas, como o girassol, devem ser reduzidas na dieta e utilizadas apenas como brindes ocasionais. O mesmo pode-se falar de
Exame radiográfico de calopsita com retenção de ovo (distocia). Notar espessura anormal da casca do ovo e tamanho maior do que o habitual. Autor: O próprio
grãos cozidos, como trigo, sorgo, milho, lentilha e ervilha. Se os animais são mantidos em local iluminado ou com constantes interrupções do sono durante a noite, deve-se buscar um local protegido e tranquilo, mantendo-os em total escuridão por 12-14 horas por dia. Se o recinto possui ninho, devemos removê-lo temporariamente da gaiola e retorná-lo apenas quando na próxima estação reprodutiva. Animais “pet” ou mansos não deverão receber carícias no dorso, sob as asas ou na região cloacal, ficando as mesmas restritas à região da cabeça. O animal deverá preferencialmente ser afastado do restante do plantel. Se possível sem contato visual ou auditivo. Adotando-se tais medidas, é possível que consigamos interromper a postura, sem haver necessidade de esterilizar o animal ou fazer uso de hormônios inibidores, caros e nem sempre efetivos. É importante citar também que, embora a maioria das causas de posturas crônicas seja relacionada a manejo inadequado, algumas doenças podem causar alterações similares, como tumores ovarianos e disfunções hormonais. Nessas situações, convém procurar a ajuda de um médico veterinário capacitado, para identificação do problema e sua correção.
DESVENDANDO A PULOROSE, UM MAL QUE NÃO PODEMOS DEIXAR ADENTRAR EM NOSSOS CRIADOUROS.
C
aros amigos leitores, como já conversamos na edição passada, nesta edição vamos continuar a conhecer sobre a importância das Salmoneloses na criação de nossas aves. Na edição anterior, fizemos um apanhado geral sobre as
Salmonelas: quem são as Salmonelas, suas características, como se disseminam e o diagnóstico. A partir deste número, vamos falar pontualmente dos três tipos de doenças que as Salmonelas podem causar: Pulorose, Tifo Aviário e o Paratifo Aviário. A bola da
vez é a Salmonella entérica Pullorum que causa uma doença chamada de Pulorose ou diarreia branca. Uma boa leitura a todos. A Pulorose é a infecção causada pela bactéria Salmonella Pullorum que acomete aves, especialmente as jovens, especialmente entre os 14 e 21 dias do nascimento, provocando elevada mortalidade das mesmas. Raramente pode causar a morte de aves adultas. Seu hospedeiro natural são as galinhas, mas também já foi encontrada infectando perus,
Notar estrutura radiopaca no canto direito inferior da imagem. Trata-se de ovo rompido e colapsado por tentativa errônea de manobra manual em periquito australiano. Autor: Dra. Marina Caldas
Fêmea de calopsita, portadora de postura crônica, levada à clínica após o óbito. Notar cavidade celomática aumentada. À necropsia, identificou-se que havia massa de grandes proporções, composta por gema, no interior do oviduto. A mesma causava compressão dos demais órgãos, deslocamento cranial de alças intestinais para cavidade cardiopulmonar e culminou provavelmente com parada cárdio-respiratória. Autor: O próprio.
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CURIOSIDADES: A Pulorose foi descrita pela primera vez em 1899 pelo pesquisador Leo F. Rettger. Na ocasião ela descreveu a doença como uma diarréia fatal de aves jovens, recebendo mais tarde o nome de diarreia branca. Durante o século XX, a doença se alastrou por diversos países resultando em mortalidade de até 100%. das aves infectadas.
faisões, aves silvestres, pardais, periquitos, pombos, canários, avestruzes e pavões. Em aves industriais (frangos de corte), devido aos rígidos controles de produção, quase não é encontrado mais a Pulorose nestes animais, porém a presença da Salmonella Pullorum em aves de estimação ainda é grande em todo o mundo. A forma de transmissão mais importante é a transovariana (transmissão vertical). Nesta modalidade, a bactéria infecta o oviduto da fêmea e se dissemina através do ovo durante meses. Também existem outras formas de transmissão, como pelas fezes, alimentos, água e ambientes contaminados, e também, de forma mecânica, através de pessoas, animais de estimação, roedores e insetos que adentram ao criadouro. Os sintomas mais evidentes incluem sonolência, apatia, encorujamento com penas
eriçadas, fraqueza e diarreia de coloração branca. Porém, dependendo da relação entre o estado imune das aves e a infecção pela Salmonela, pode ocorrer morte súbita no plantel sem o aparecimento de nenhum dos sintomas citados acima. As aves adultas que tem um sistema imune mais desenvolvido, quando infectadas, normalmente não apresentam os sinais clínicos, sendo que a manifestação da infecção por Pulorose pode incluir queda na produção de ovos, redução da fertilidadeediminuiçãodaproduçãodefilhotes de forma geral. Em certos casos, depressão, perda de apetite, diarreia e desidratação. O grande número de mortes acontece em filhotes entre a segunda e terceira semanas de vida, quase não ocorrendo antes do quinto ao décimo dias de vida. Quando a ave nasce contaminada, a morte pode ocorrer logo após a eclosão do ovo.
FAZENDO O DIAGNÓSTICO: Exames sorológicos, como a soroaglutinação (rápida e lenta) em tubos de ELISA são utilizados normalmente para identificar a Salmonella Pullorum. No entanto, a identificação por meio de sorologia tem sensibilidade relativamente baixa, além do transporte da amostra exigir cuidados especiais, o que acaba dificultando
o envio de amostras para os laboratórios que utilizam esta metodologia e que estejam em localidades distantes do plantel. A detecção molecular (através de DNA, utilizando o PCR) destas bactérias, por outro lado, é uma técnica altamente sensível e específica, além de ser mais tolerante ao manuseio e aos meios de transporte.
PREVENÇÃO E TRATAMENTO
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O tratamento pode diminuir a mortalidade das aves, mas estas continuarão a ser portadoras do agente. Dentre os medicamentos utilizados, estão: sulfonamidas, nitrofuranos, cloranfenicol, enrofloxacina, clortetraciclina e apramicina.
O controle e profilaxia da pulorose são as atitudes mais recomentadas. As Salmonelas são bactérias que podem durar bastante tempo no ambiente, mas por outro lado são bastante sensíveis a maioria dos desinfetantes, então uma boa limpeza, desinfecção periódica, controle
de insetos, roedores e monitoramento de pássaros que adentram ao plantel são ações que podem nos auxiliar grandemente a deixar a Salmonella Pullorum longe de nossas aves. Até a próxima edição, para conversamos um pouco mais sobre as Salmoneloses.
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aminoácidos, muitos dos quais essenciais); - betacaroteno (vitamina A) 110mg/Kg; cianocobalamina (vitamina B 12) 2mg/Kg; (esta concentração é considerada a mais elevada de todos os alimentos); tocoferol (vitamina E) 190 mg/Kg.
O QUE É A SPIRULINA? Na natureza, na Great Rift Valley (África), osflamingosvermelhosconseguemmanter viva e brilhante a cor da sua plumagem graças a ação dos fito pigmentos contidos na spirulina (absorvem com a peculiar filtragem da água mediante as lamelas do bico). Com destaque, aparecem os resultados das experiências conduzidas pelo prof. Ernest Rosa (Universidade do Havaí) em codornas, as quais expressaram um índice de fertilidade altíssimo (96,1%).
É
uma das primeiras formas de vida concebidas pela natureza há mais de 3.6 bilhões de anos atrás. A Spirulina contém bilhões de anos de sabedoria evolutiva no seu DNA e é o fruto da primeira forma de vida fotossintética da Terra.
Vista ao microscópio, a Spirulina tem uma côr azul esverdeada e tem o aspecto de um espiral de longos e finos filamentos. As espirulinas são um grupo de micro-algas (com diâmetro de 50 microns e com comprimento de cerca de 250 microns) que se caracteriza pela peculiar forma espiral, da qual originou o seu nome. Existem espécies que vivem em água marinha e outras típicas de água doce, mas o destaque é para aquelas de interesse alimentar (Spirulina máxima, S. platensis, S. fusiformis) que se encontram predominantemente nas quentes águas doces das zonas tropicais e subtropicais, caracterizadas por altas concentrações alcalinas (pH 11 e outros), habitat este que certamente não favorece o desenvolvimento de muitas formas de vida.
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CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO NA ALIMENTAÇÃO DAS AVES ORNAMENTAIS O uso alimentar da spirulina (ditas também algas azuis), por parte de algumas populações que vivem ao longo do lago Ciad, é conhecida desde os tempos dos antigos romanos e, atualmente, tais habitantes a utilizam junto com farinha e mel na preparação de biscoitos. Relativamente recente são, ao contrário, o conhecimento das suas propriedades nutricionais e extra nutricionais. Ao que se refere o primeiro aspecto, pode-se destacar que estas algas são caracterizadas por altas percentagens de vários princípios nutritivos. Para dar um exemplo, relato alguns dados obtidos das análises efetuadas na Spirulina máxima (originária do lago Texcoco, México): - proteínas brutas 71 % (constituídas por 18
Mas o aspecto mais interessante, e ainda pouco estudado, é o papel desta alga na estimulação das respostas imunitárias nas aves. Este assunto torna-se mais apaixonante quando se coloca em atenção o fato que, como é conhecido, aparecem condições como o estresse, doenças, má nutrição, administração de medicamentos (esteróides, aspirina, tetraciclina, tilosina etc.) que podem induzir imunodeficiência. Mas o abaixamento natural das defesas orgânicas se registra também nos sujeitos velhos e nos filhotes (quando ainda não
têm ativado completamente o seu sistema imunológico e, ao mesmo tempo, os anticorpos transmitidos pela mãe atenuam seu efeito).
Pelo exposto, a integração da spirulina na alimentação das aves deve ter grande interesse. Os únicos inconvenientes são constituídos particularmente pelo sabor e também pelo odor e cor, além do custo relevante.
Na administraç ão das dietas e nas farinhadas,suautilizaçãopode proporcionar um visual verde, mas os pássaros gostam e sua ingestão proporciona um melhor desenvolvimento dos filhotes. A Spirulina máxima é uma alga unicelular formada por células grandes que cresce em águas alcalinas ricas em minerais. Contém clorofila A, carotenóides e pigmentos azuis (ficocianinas) razão pela qual pertencem ao grupo das algas verde azuladas ou cianobactérias. Conf orme relatos do Frei Toribo de Bonavente, em 1524 a espirulina já era utlilizada pelos astecas que a preparavam como um caldo, adicionando a tudo o que comiam. Pesquisada por vários anos no Japão, França e EUA, é saudada como uma das maiores descobertas no campo da alimentação naturalista deste século. Ação: Complemento dietético, proteico e vitamínico. Propriedades Farmacológicas: Atua
como supressor do apetite devido a presença relativamente alta de fenilalanina, que atua sobre o centro do apetite. Quando ingerida com o estômago vazio reveste suas paredes, produzindo uma sensação de plenitude gástrica e saciedade. Desta forma, auxilia no tratamento da obesidade propiciando um suave emagrecimento sem perdas nutricionais. A presença da vitamina B12 evita transtornosnosistema nervoso e anemias provocadas por uma dieta vegetariana desbalanceada. A biotina e ferridoxina são substância que auxiliam na eliminação de CO2, impedindo a formação de ácido pirúvico e ácido lático originários da decomposição dos açucares em ausência de oxigênio; situação muito comum durante exercícios físicos prolongados. Possui alto índice de digestibilidade com uma absorção de 85%.
CONTRA INDICAÇÕES Não há referencias na literatura consultada.
FONTES: http://spirulina.org.uk/portugese/what_is_spirulina.htm C.Bartoli - II ritorno dellüomo ai maré -L’Erborista 1/1993 R. H. Henson - Wonder-food for birds -BirdWorld4/1993 R. H. Henson - Super foods for diseases prevention - Caged Birds Hobbist 2/1995 l. Mortaruolo - l/alga sipirulina nell’alimentazione degli uccelli ornamentali - Atti delia conferenza organanizzata dal Centro Studi Ornitologici a Papigno (TR) e m 16-12-95 M. Trincais - Insalate di maré (dados não fornecidos) http://www.criadourokakapo.com/index.php?secao=artigocor000300 http://www.spco.com.br/Artigos_tecnicos/espirulina.pdf
http://www.aope.org.br/artigos/Tratamentos/SPIRULINA.pdf 49
CANÁRIO BORDER FANCY
JOHNNY CAMPEÃO BRASILEIRO DE CANÁRIO BORDER FANCY Por Paul Richard Wolfensberger
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ohnny, como é conhecido em nosso meio, o Sr. Jean Edmond Abboud, cria Canários de Porte há apenas 4 tantos anos, especializou-se em Borderes e atualmente está aumentando seu plantel com Lancashire, Crested e também outras raças de Porte, já atingindo mais de 100 casais no total.
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inúmeros acasalamentos ou cruzamentos, bem como o resultado da formação de “famílias”, objetivando a busca por uma linhagem ; surgem desse trabalho vários filhotes, e entre os irmãos, alguns se destacam e são separados para o concurso. Criar é antes de tudo, como a arte da preservação, requer técnica e conhecimento genético, e por que não também, um pouco de sorte, pois dentro de todo aquele planejamento ao acasalar as matrizes, as aves precisam criar bem e suas proles carregarem a expectativa e a busca dos criadores. Falamos sempre que inúmeras vezes os defeitos são “dominantes” e as qualidades “recessivas”, por isso uma boa ninhada é sempre muito comemorada. Ficaremos na expectativa, conforme as fotos mostram, de que este ano possa ser mais um sucesso para este excelente criador, no próximo Campeonato.
Num país como o Brasil, onde ocorre o maior Campeonato Nacional de Canários de Porte do Mundo, ter o Título de Campeão Brasileiro, é importante e requer muita qualidade. Sabemos que um Campeão não surge por acaso, é resultado de grande trabalho,
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presentes no fenótipo de um coelestis , esse fenótipo não será verde mas um visual TurquesaAzul (ou fallow TurquesaAzul ou cremina Turquesa Azul etc.). Este genótipo é chamado bi alélico ( 2 alelos para o mesmo lócus ) Situação semelhante ocorre por exemplo nos agaponis roseicollis com as mutaçõesaqua(pastelazul)e turquesa(azul cara branca). Um roseicollis AquaTurquesa é conhecido como verde mar e possui um alelo aqua e um alelo turquesa ( bi alélico ).
3 Turquesas
Há 6 tipos possíveis de genótipos para lócus bl, a saber:
Vamos agora analisar os resultados de alguns acasalamentos com a mutação turquesa:
Verde (bl+/bl+), verde/turquesa (bl+/bltq), verde/azul (bl+/bl), turquesa (bltq/bltq), turquesa azul (bltq/bl) e azul (bl/bl)
1) Turquesa x Turquesa (bltq/bltq) (bltq/bltq) 100% dos filhotes turquesa (100% bltq/bltq)
Azul, Turquesa homozigoto, Verde e Dir. Turquesa
Autor: Dílson Aquino | Criador brasileiro radicado em Miami, USA | Traduzido e Comentado por Luiz Mauro Oliveira
FORPUS COELESTIS: A GENÉTICA DA MUTAÇÃO TURQUESA.
A
mutação turquesa nos forpus coelestis é a mais recente mutação da espécie. A nossa primeira informação sobre o aparecimento dessa mutação nos EUA, data do ano de 2001, através do conhecido criador americano Dr. Rainer Erhart. A mutação é do tipo autossomal recessiva, como a maioria das mutações nos forpus coelestis tais como azul, ino,
fallow etc. A mutação turquesa (fundo amarelo diluído) embora recessiva em relação ao verde normal e as demais mutações com fundo amarelo (linha verde), é parcialmente dominante em relação a mutação azul ( fundo branco ). Ambos os genes mutantes (bl+ e bltq) estão situados no mesmo lócus (bl) do cromossoma (z) e podemos, portanto, ter
um fenótipo com um alelo azul de um lado e um alelo turquesa do outro lado (bltb/ ltq) apresentando um fenótipo intermediário entre os fenótipos azul e turquesa. Geneticamente, é impossível um coelestis verde ser portador de azul e turquesa simultaneamente pois o seu fenótipo não seria verde ( fundo amarelo) mas Turquesa Azul ( fundo amarelo diluído ) Se os alelos azul e turquesa estiverem
Observar que não existe o genótipo correspondente a um possível verde/turquesa + azul (bl+/ bltq +bl ).
As combinações possíveis com alelos turquesa (bltq) e Azul (bl) são portanto: 1) Um alelo normal/um alelo turquesa: forpus verde/ turquesa (alelo turquesa recessivo em relação ao alelo normal) 2) Um alelo azul/um alelo turquesa: forpus turquesa azul (codominância ou dominância parcial entre alelos). 3) Dois alelos turquesa: forpus turquesa (fenótipo turquesa precisa de homozigoze do alelo bltq para se expressar). 4) Dois alelos azuis: forpus (homozigoze para o alelo azul)
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azul
2) Verde x Turquesa (bl+/bl+) (bltq x bltq) 100% dos filhotes verde/turquesa (100% bl+/bltq) 3) Verde x Turquesa Azul (bl+/bl+) (bltq / bl) 50% dos filhotes verde/azul 50% dos filhotes verde/turquesa 4) Verde x Verde Turquesa (bl+/ bl+) (bl+/ bltq) 50% dos filhotes verdes 50% dos filhotes verde/turquesa 5) Verde/Turquesax Verde/Turquesa (bl+/ bltq) (bl+/ bltq) 50% dos filhotes verde/turquesa 25% dos filhotes verdes 25% dos filhotes turquesa
Observar que nos cruzamentos nº 3,4,5 e 6 será impossível identificar se os filhotes verdes produzidos portadores de turquesa ou azul igual o real dos filhotes verdes). O fator turquesa pode ser introduzido em qualquer das mutações de coelectis existente por exemplo fallow turquesa, ino
turquesa (cremino), pastel turquesa, branco americano turquesa etc. Particularmente, sua combinação com as mutações ino e fator escuro seria aconselhável. Observar que em genética a combinação de mutações bi alelicas deve ser escrita em uma única palavra com letra maiúscula.
Cremino Turquesa
Verde, Azul e Dir, Turquesa
6) Verde/Turquesa x Turquesa Azul (bl+ /bltq) (bltq/ bl) 25% dos filhotes turquesa 25% dos filhotes turquesa azul 25% dos filhotes verde/azul 25% dos filhotes verde/turquesa 7) Verde/Turquesa x Blue (bl+/ bl+) (bltq /bl) 50% dos filhotes turquesa azul 50% dos filhotes verde/azul 8) Verde/Turquesa x Turquesa (bl+/ bltq) (bltq/ bltq) 50% dos filhotes verde/turquesa 50% dos filhotes turquesa 9) Turquesa x Azul (bltq /bltq) (bl/ bl) 100% dos filhotes turquesa azul 10) Turquesa Azul x Turquesa Azul (bltq/ bl) (bltq/ bl) 50% dos filhotes turquesa azul 25% dos filhotes turquesa 25% dos filhotes azuis 11) Turquesa x Turquesa Azul (bltq /bltq) (bltq /bl) 50% dos filhotes turquesa 50% dos filhotes turquesa azul Por exemplo: TurquesaAzul, Pastelino, Pallidino, AquaTurquesa, etc. Observar que a mutação turquesa não apresente uma coloração uniforme mas mesclada com área verdes e áreas azuis.
Esq Azul - dir. Turquesa
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PETER LISSBERG CRIANDO PÁSSAROS NA SUÍÇA Peter, um inspetor de alunos e jóquei de profissão, possui um criadouro perto da cidade de Zurich na Suiça e de tão dedicado às suas aves sempre obtém louváveis resultados em seu criadouro. Criando algumas espécies raras de Agapornis (como Nigrigenis, Cana e principalmente o Pullaria),de Lories (Dusky e as 2 espécies de Stella Lories), exibe em todos os seus viveiros filhotes recém criados. Uma criação enxuta, com grandes viveiros, sendo quase todos os detalhes feitos por ele, como comedouros, ninhos especiais, árvores cuidadosamente plantadas e cultivadas. É bonito de se ver suas aves e o “reconhecimento” que elas têm por sua dedicação; estão sempre acompanhando o andar e reação de Peter, ao ponto de quando ele entrou no viveiro de filhotes de Dusky ( 4 filhotes de 2 casais) com um comedouro na mão todos voam em sua direção, para comer em sua mão.
Filhotes de Lories Dusky
Detalhe do Viveiro Externo dos Lories Stella
Peter em frente ao Viveiro de Lories.
Peter ao lado do viveiro no Jardim de inverno.
Lories Stella vermelho
Lories Stella Preto
Os Lories Stella, tanto vermelho como preto, têm viveiros especiais para cada casal, que foram cuidadosamente elaborados e construídos: um deles fica na sacada da casa, e o outro no jardim de inverno, pois o frio perdura de 6 a 8 meses por ano. Peter ainda tem 1 casal de Papagaios Vasa, mas segundo ele, irá criar na casa de um
amigo pois fazem muito barulho, que chegaria até escola onde trabalha, ao lado de sua casa. Nos próximos números, podem aguardar, teremos matérias escritas por Peter. A criação do Agapornis Pullaria, acompanhadas de fotos do ninho com ovos, filhotes pequenos e os filhotes voando, e também a criação do Lories Duski.
Casais e filhotes de Agapornis Nigrigenis
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Ninho feito para os Lories
Casal de Agapornis Cana
Casal de Papagaio Java
Casal de Agapornis Pullaria
Lories Stella / Thomas Arnt
Lories Stella / Thomas Arnt
Detalhe do Ninho dos agapornis Pullaria 55
GRANDES CRIADORES!
ANDRE DEVROE CRIADOR DE PSITACÍDEO Por Paul Richard Wolfensberger
N
uma pequena cidade da Bélgica, perto de Leuven, vive o criador de Psitacídeos, o Sr. Andre Devroe. Sua área externa é dividida em 2 partes, sendo a primeira, um galpão de criação subdividido em diversos viveiros individuais, onde encontram-se os Psitacídeos médios, como diversas espécies de Roselas, King Parrots, Red Caped, Cornutos etc. e na segunda parte, uma bateria de viveiros externos maiores, onde ficam os Grandes Psitacídeos, como diversos casais de Cacatuas, Araras e Papagaios. Andre, como a maioria dos criadores europeus, trata e cuida de tudo sozinho, sem ajuda de empregados, e fala com alegria da quantidade de aves criada por ele, cerca de 200 filhotes/ano, o que podemos considerar ser um número bem importante. Vale lembrar aquela frase, “é o olho do dono e sua presença constante, que desenvolve uma criação”.
Cacatua sanguínea
Cacatua Alba
Rosela Amarela (Caledonica)
Casal de Vierfarbig (Red Caped)
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Casal de Cacatua Inka
Ninho com Rosela Venustus
Cacatua Citron
Amboinenses
Filhote de Cacatua alba
Vista Externa dos Viveiros
EXPOSIÇÃO DO CLUBE DE BOCHOLT (ALEMANHA) O capricho
A
Az - Federação Alemã, possui vários Clubes filiados à sua Federação. Esses clubes, como o de Bocholt, promovem as suas exposições anuais, que diferentemente do Brasil, não são classificatórias para o Campeonato Nacional Alemão, realizado todo ano, sempre com o mesmo calendário (3ª semana de Novembro) e é totalmente planejado e executado pela sua diretoria. Não só em Bocholt, mas o que é muito comum na Europa é fazer uma exposição didática, explicativa, com viveiros decorados, plaquetas indicativas com o nome popular e científico das aves, plantas, flores e até árvores, tudo muito organizado para o intercâmbio de admiradores e criadores, e consiste também num lazer para a família. As aves de concurso pouco se vê, são expostas, julgadas e logo retiradas, mas a exposição acontece com muito volume e organização. Normalmente é dividida em 3 partes: a primeira seria a exposição em si, com as aves, viveiros, gaiolas e bancos para apreciação das
Aves Expostas de Concurso
Vista da Exposição
02 SEM NOME
Ring Neck Cabeça Branca Violeta
Cabeça de Ameixa Lutino
Ring Neck de Cabeça Branca (Amarela) Recessivo
Símbolo do Clube
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Vista dos Viveiros
aves. A segunda, a parte comercial, onde tem a presença das empresas em seus stands e aves somente de venda; a terceira seria a área do bar e restaurante, que são explorados pelos membros do clube, onde os próprios criadores e suas esposas cozinham e servem, revertendo a renda para o próprio clube, (e por sinal é um local que está sempre cheio e concorrido). A renda do evento também vem de 4 fontes: a arrecadação dos Stands, o ingresso para a exposição, bar e restaurante e uma tômbola, repleta de prêmios adquiridos dos e pelos criadores e patrocinadores.
Viveiros Decorativos
Vista da Exposição
Ring Neck Turquesa Arlequim
Clube de mais de 40 anos
Aves Expostas de Concurso 61