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Princípios Gerais da Homeostasia Para darmos início ao estudo dos Princípios Gerais da Homeostase é fundamental conhecermos sobre os dois tópicos a seguir: • Nível de Organização Celular A biodiversidade dos seres vivos em nosso planeta é dividida em níveis, para melhor entendimento de sua complexidade. Esses níveis incluem desde características moleculares, até o funcionamento do organismo vivo. São eles: Átomos, molécula, célula, tecidos, órgãos, sistemas, população, comunidade, ecossistema, biosfera.
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• Líquidos Corporais No organismo humano, a água constitui proporção elevada do peso corporal. A quantidade total de água é chamada água corporal total, que corresponde a 50% - 70% do peso corporal. Ela é distribuída em dois compartimentos orgânicos: o líquido intracelular (LIC) e o líquido extracelular (LEC). O LIC está contido dentro das células, correspondendo a dois terços da água corporal total; e o LEC fica por fora das células e corresponde ao terço restante da água corporal total. No LEC estão íons e nutrientes necessários para manter a vida celular; por esse motivo, o líquido extracelular é também chamado de meio interno do corpo. O LIC e o LEC são separados pelas membranas celulares. O LEC se divide ainda em dois compartimentos: o plasma e o líquido intersticial. O plasma, é o líquido circulante nos vasos sanguíneos, é o menor dos dois subcompartimentos do LEC. O líquido intersticial é o que verdadeiramente banha as células e é o maior dos dois subcompartimentos. O plasma e o líquido intersticial estão separados pelas paredes capilares.
As composições do LIC e LEC são acentuadamente diferentes. O principal cátion do LEC é o Na , e os ânions que o contrabalançam são o Cl- e o HCO-3. Os principais cátions do LIC são o K+ e o Mg+2, e os íons que os contrabalançam são as proteínas e os fosfatos orgânicos. +
Embora, existam diferenças de concentração para os solutos isoladamente, a concentração total de solutos (osmolaridade) é a mesma no LIC e no LEC. Essa igualdade é obtida devido ao fato de a água fluir livremente através das membranas celulares.
Princípios da Homeostasia Homeostasia é a propriedade hereditária do ser vivo, onde este se mantém em equilíbrio morfológico e funcional das suas próprias células e tecidos. Essa característica é mantida, sobretudo pela autorregulação. Supondo que estamos escalando a cordilheira dos Andes: levando em consideração a exposição a uma temperatura ambiente muito baixa, o nosso organismo lança mão de mecanismos autorregulatórios, como vasoconstrição dos capilares sanguíneos, piloereção (pelos arrepiados), abalos musculares, com o objetivo de evitar perda de calor. Esta ação favorecerá a manutenção das propriedades de fluidos extracelulares, como: pressão, pH, temperatura corporal basal .
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Embora, os seres humanos possuam uma rede complexa de interação com o ambiente, o organismo se mantém vivo em função de sua capacidade de estabilizar sua organização interna, evitando, dessa forma, a desintegração em um estado cada vez mais desorganizado. É importante destacar a diferença entre homeostasia e reostasia, já que ambas as alterações são relevantes para manter os sistemas vivos em um estado de equilíbrio. Homeostasia, como discutido anteriormente, busca manter os parâmetros orgânicos do ser vivo em um nível estável. A reostasia, por outro lado, busca alterar o nível de referência de algum parâmetro orgânico para possibilitar a adaptação do organismo diante de alterações de seu ambiente interno e/ou externo. Podendo ser subdividida em: Reostasia reativa e Reostasia programada. • Reostasia reativa: são alterações do nível de referência ocorridas na dependência da presença do estímulo. Exemplo: Febre. O nível de referência de temperatura do corpo pode ser alterado pela presença de agentes pirogênicos na circulação. • Reostasia programada: são alterações determinadas em certas fases do ciclo de vida. Exemplo: Elevação da temperatura do corpo da mulher durante a fase lútea do ciclo menstrual.
De acordo com a sua posição na escala evolutiva, os seres vivos poderão apresentar uma maior ou menor capacidade de adaptação ao meio ambiente. Os organismos mais evoluídos farão uso principalmente de dois recursos básicos: O Sistema Nervoso, atuando basicamente no controle; e o Sistema Endócrino, atuando principalmente na sinalização. Ao observarmos a ilustração ao lado, podemos mostrar como ocorre o Feedback Negativo no controle da produção de hormônios tireoidianos. De um modo natural o hipotálamo produz o TRH (Hormônio liberador de tireotropina) que estimula a hipófise a liberar TSH (Hormônio tireoestimulante ou Tireotropina). O hormônio TSH, por sua vez, estimula a liberação dos hormônios T3 (triiodotiroxina) e T4 (tiroxina) pela tireoide. Quando as concentrações de T3 e T4 aumentam na circulação sistêmica, os receptores hipotalâmicos irão detectar este aumento e diminuirão a produção de TRH e consequentemente de TSH e finalmente de T3 e T4. Este tipo de controle onde o aumento da produção de T3 e T4 está acima dos limites próprios do organismo determinando a diminuição dos estímulos que levaram ao aumento de sua produção é chamado de feedback negativo ou retroalimentação negativa, meio pelo qual a homeostasia é mantida.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010317592007000300003&script=sci_arttext
Outro exemplo de Feedback negativo é o dióxido de carbono (CO2), principal produto final das reações oxidativas nas células. Se todo o dióxido de carbono, formado nas células, se acumulassem continuamente nos líquidos teciduais, todas as reações que fornecem energia às células cessariam. Porém, concentração mais alta que o normal de CO2 no sangue estimula o centro respiratório, fazendo com que a pessoa respire de forma rápida e profundamente. Isso aumenta a expiração do gás do sangue e dos líquidos teciduais. Esse processo continua até que a concentração de CO2 volte ao normal. Em outras palavras, a alta concentração de CO2 desencadeia eventos que diminuem sua concentração até a normalidade → Feedback negativo.
http://www.saudevitalidade.com.br/noticia/ 408/entenda-a-importancia-da-respiracaoadequada-durante-a-atividade-fisica/
Na figura abaixo, mostraremos a ação do feedback positivo que ocorre na ovulação. O hipotálamo produz GnRH (Hormônio liberador de gonadotrofina) que vai estimular a hipófise a produzir FSH (Hormônio folículo-estimulante) e LH (Hormônio luteinizante) que irá agir no ovário estimulando a secreção de Estradiol. A alta concentração de estradiol estimula ainda mais a produção de GnRH pelo hipotálamo. É um sistema de retroalimentação positiva.
O parto é outro caso em que o feedback positivo desempenha papel valioso. Quando as contrações uterinas ficam suficientemente fortes para que a cabeça do bebê comece a empurrar o colo uterino, o estiramento do colo envia sinais através do músculo uterino para o corpo do útero, causando contrações ainda mais fortes. Assim, as contrações uterinas estiram o colo, e esse estiramento causa contrações mais intensas. Quando este processo fica suficientemente poderoso, o bebê nasce.
http://grupocienciascriminais.blogspot.com.br/2014/11/medicinalegal-parto.html
Referências bibliográficas • GUYTON, Arthur C; HALL, John E. Tratado de fisiologia Médica. 12ª edição. Elsevier, 2011. Capítulo 1 – Organização Funcional do Corpo Humano e Controle do “Meio Interno”. Capitulo 76 – Hormônios Metabólicos da Tireoide. • COSTANZO, Linda C. Fisiologia. 3ª edição. Elsevier, 2007. Capitulo 1 – Fisiologia Celular. • SILVA, Valdir Luna. Homeostasia e Reostasia. CCB/UFPE – Departamento de Fisiologia e Farmacologia. 2003.
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