Resumo Malthus

July 3, 2019 | Author: Carla Andrade | Category: Capitalismo, Economia, Agricultura, Lucro (Economia), Capital (Economia)
Share Embed Donate


Short Description

Download Resumo Malthus...

Description

THOMAS ROBERT MALTHUS assumidamente defensor dos ricos, principalmente os proprietarios de terra 

Conflitos de Classes no Tempo de Malthus Nas primeiras décadas do século XIX, de intensos conflitos de classe, envolvendo a classe operária e as classes proprietárias e, entre essas, proprietários de terra e capitalistas industriais (com expressão no parlamento). Para a população pobre, houve imensos sacrifícios e grande sofrimento, opressão polític a e legislativa - a Revolução Industrial acelerou a geração e acumulação de lucros, canalizando a capacidade produtiva. Em 1750, a classe operária vivia perto da subsistência e sua situação piorou desde então: o Mulheres e crianças sem treinamento eram incorporados ao trabalho fabril com baixíssimos salários; crianças ligadas às fábricas por contratos de aprendizado desde os 7 anos; sob jornadas de 14 a 18 horas ou até caírem completamente exaustas. Mulheres também maltratadas( nas minas trabalhavam de 14 a 16 horas), despidas, vítimas de assédio, grávidas saiam para ter filho e depois voltavam dias depois. o As condições de vida nas cidades eram terriveis: sempre enfumaçadas e cheias de sujeiras e serviços públicos banais (sem água, sem saneamento, etc); 













Em 1787, numa época de abundancia de empregos os fabricantes procuraram baixar os salários e os operários resistiram coletivamente recusaram a trabalhar por menos de um salário mínimo; os operários formaram um sindicato forte. O resultado foi a Lei do Conluio, que tornava ilegal qualquer combinação entre operários, com a finalidade de conseguir salários mais altos, horários de trabalho mais reduzido ou introdução de regulamentações que restringisse a liberdade de ação de seus empregados. um dos problemas políticos mais críticos do Parlamento inglês relaciona-se com as leis do milho. A classe dos proprietarios de terras usava toda a sua influencia para conseguir novos preços para os produtos agrícolas. Os capitalistas queriam estabelecer tarifas tão altas, que os cereais estrangeiros, que podiam ser importados a preços mais baixos que os vigentes na Inglaterra, não conseguiriam entrar no mercado do país. Isto manteria altos os preços dos produtos ingleses e asseguraria a continuidade das altas rendas recebidas pelos proprietários de terras, durante todos os anos de guerra. a Lei dos Cereais proibiu as importações de cereais, até que os preços internos atingissem um certo patamar mínimo. Os capitalistas industriais inglês se opunham as leis dos milhos por duas razoes: Primeiro, porque os cereais e os produtos feitos a base de cereais constituíam a maior parte da necessária subsistência dos trabalhadores, e o alto preço dos cereais obrigava os capitalistas a pagar salários mais altos as operários. Em segundo lugar, a industria inglesa  já era muito mais eficiente do que suas s uas concorrentes c oncorrentes do continente europeu e, por isso, os preços dos produtos manufaturados ingleses eram muito mais baixos que os dos outros países da Europa. Isto significava que se todas as tarifas pudessem ser abolidas e







se se pudesse estabelecer a liberdade de comercio internacional, os produtores ingleses venceriam seus concorrentes europeus na disputa pelas vendas. Os proprietários de terras queriam que a Inglaterra continuasse com uma economia agrícola, a fim de perpetuar sua posição, sua renda e seu poder. Os capitalistas industriais queriam que a Inglaterra se especializasse na industria, a fim de aumentar sua renda e seu poder, além de diminuir a parcela da mais-valia que ia para os proprietários de terras. A mais-valia gerada pelos trabalhadores era dividida entre capitalistas e proprietários de terras, cada um destas classes lutando para tornar-se a facção dominante da classe dirigente do capitalismo. os proprietários de terras ganharam uma batalha. Foi aprovada uma lei dos cereais, que proibia todas as importações de cereais ate o preço interno ter atingido um nível relativamente elevado. A classe econômica dominante sempre acaba estendendo seu domínio econômico ao domínio político. Então, a luta continuou e, finalmente em 1846, o Parlamento votou favoravelmente a abolição total das leis dos c ereais. Este fato assinalou o domínio político final dos capitalistas industriais. TEORIA DA POPULAÇÃO Sua teoria da população foi criada para combater os intelectuais radicais, teoricos da reforma social Na década de 1790 e no inicio da década de 1800, sua principal preocupação era com a inquietação dos trabalhadores e com os esquemas que estavam sendo defendidos por intelectuais radicais, com relação a reestruturação da sociedade, a fim de promover o bem-estar e a felicidade dos trabalhadores Malthus era porta-voz declarado dos ricos, e sua teoria da população serviu de estrutura para defende-los. Em todo o seu primeiro Ensaio, havia dois temas dominantes, que sempre eram ventilados. O primeiro era o argumento de que, independente do êxito conseguido pelos reformadores, em suas tentativas de modificar o capitalismo, a atual estrutura de proprietários ricos e trabalhadores pobres reapareceria inevitavelmente. Esta divisão de classes era, segundo Malthus, uma conseqüência inevitável da lei natural. O segundo tema que estava sempre em sua teoria da população era que a pobreza e o sofrimento abjeto eram o destino inevitável da maioria das pessoas, em toda sociedade. E as tentativas de minorar a pobreza e o sofrimento, por mais bem intencionadas que pudessem ser, tornariam a situação pior e não melhor. A teoria da populacao era muito simples: - quase todas as pessoas eram impelidas por um desejo quase insaciável de prazer sexual, e que por isso, as taxas de reprodução quando incontidas levariam a aumentos em progressão geométrica da população, especificamente, a população duplicaria a cada geração. A questão central que ele procurou responder prendia-se as forças que tinham atuado para conter o crescimento da população no passado e quais as forças que, provavelmente, atuariam no futuro. A resposta mais imediata e obvia era que a população de qualquer território era limitada pela quantidade de alimentos. Achava que a produção de alimentos poderia aumentar em progressão aritmética, cada geração so poderia aumentar a 































produção em quantidade mais ou menos equivalente ao aumento conseguido pela geração anterior. Achava que a produção de alimentos poderia aumentar em progressão aritmética, cada geração so poderia aumentar a produção em quantidade mais ou menos equivalente ao aumento conseguido pela geração anterior. Então, se não houvesse qualquer outro controle, a fome acabaria limitando o crescimento populacional à taxa máx ima a qual pudesse ser aumentada a produção de alimentos. Havia, porém, muitos controles. Malthus classificava estes controles em duas categorias: preventivos e positivos. - preventivos, reduzem a natalidade: esterilidade, abstinencia, controle de nascimentos. - positivos, aumentam a mortalidade: guerra, pragas, miseria, fome (fenomenos naturais) Malthus obviamente condenava a prostituicao e era contrario ao controle da natalidade - A contenção moral era definida, de modo bastante simples, como evitar o casamento e não substituir por satisfações irregulares. -contencao moral ocorreria somente para as pessoas virtuosas; para os pobres, somente o vicio e a miseria: o bom cristao teria de renegar o vicio e aceitar a miséria inevitável. Pela teoria a diferença final entre ricos e o pobre era o alto nível moral daquele e o baixo nível moral deste. Achava o controle da natalidade um vicio, que nem seria mencionado por um bom cristão e, muito menos, defendido. A conclusão parecia obvia, quando ele observou que a falta de cuidado e de frugalidade (predomina) entre os pobres. Observou que, mesmo quando eles tem oportunidade de economizar, raramente o fazem, pelo contrario, tudo o que ganham além de suas necessidades do momento é gasto, de modo geral, nos bares. Malthus rejeitava, portanto, todos os esquemas que redistribuíssem renda ou riqueza. Estas aumentariam o numero de operários pobres e fariam com que eles voltassem ao nível de subsistência. Malthus se opunha a todas as tentativas de aprovação de leis que diminuíssem o sofrimento dos pobres. “ Tendem a piorar as condições gerais dos pobres de duas

maneiras. A primeira delas é a tendência obvia a aumentar a população, sem aumentar a quantidade de alimentos de que ela precisa... A segunda é que a quantidade de alimentos consumidos nos asilos para pobres, por uma parte da sociedade que não pode, em geral, ser considerada a parte mais útil, diminui o que de outra forma iria para os membros mais produtivos e mais úteis.





ECONOMIA DE TROCA E CONFLITO DE CLASSES Malthus, afirmava que a divisão da sociedade em classes, e os decorrentes sofrimentos e pobreza de uns, e felicidades e riqueza de outros, eram consequências inevitáveis da "Lei Natural". Não tinha a mesma visão que Smith. Em sua visão havia apenas dois estados da sociedade: o estado rude, não civilizado e o estado civilizado. Esta divisão de classes pressupunha não so uma sociedade de trocas monetárias e que produzisse

mercadorias, como também uma sociedade em que a força de trabalho se tivesse transformado em mercadoria. Quando Smith examinou o capitalismo do ponto de vista da produção, foi levado a adotar uma visão da economia baseada em conflitos de classes, quando a examinou do ponto de vista da troca, foi levado a adotar uma visão de harmonia social. Malthus, adotou apenas o ponto de vista da troca ou da oferta; para ele não havia conflito de classes; esta percepção era fruto da ignorância das pessoas que não enxergavam a troca como benéfica a todos. Quando se chegasse a um entendimento adequado, ele achava que todas as classes perceberiam seus interesses comuns e harmoniosos . Malthus teve que mostrar que os conflitos de classes aparentes em sua sociedade eram, de fato, passiveis de uma solução harmoniosa. Smith definira riqueza como um produto do trabalho, Malthus escreveu: Devo definir riqueza como sendo os objetos materiais, necessários, úteis ou agradeveis para o homem; para ele um objeto poderia ser considerado riqueza sem qualquer trabalho a ele incorporado. Definia trabalho produtivo como o trabalho que produzia riqueza material. Mas fazia objeção ao termo improdutivo, porque achava que tinha conotação de trabalho socialmente sem importância. Preferiu substituir trabalho improdutivo pela expressão serviços pessoais. O preço natural era a soma dos salários, alugueis e lucros Malthus, via a produção como uma troca de insumos produtivos; gostava de referirse a uma loteria, em que a alguns só cabia, por acaso, a propriedade de seu próprio trabalho, ao passo que a outros a propriedade do capital e da terra. 







 

A TEORIA DA SUPERPRODUÇÃO Os custos totais de produção que formavam o valor natural de todas as mercadorias teriam que ser iguais a renda das 3 classes. Dessa forma para que a AO=DA, era necessário que as 3 classes estivessem dispostos a gastar toda a sua renda nas mercadorias produzidas. Ao contrario de Smith que achava que toda a poupança automaticamente se transforma em investimento, o que elimina a possibilidade de desequilíbrios entre OA e DA. Para Malthus o capitalismo tendia a gerar superprodução causada pela insuficiência da demanda efetiva. Para Malthus parecia obvio que a causa de uma superprodução geral de mercadorias era a insuficiência periódica da procura efetiva. Para entender a fonte e o remédio desta falta de procura, ele analisou o padrão de gastos de cada uma das três classes. Os trabalhadores g astavam toda a sua renda em sua subsistência. Os proprietários de terra, gastam sempre toda a renda em bens de consumo ou serviços pessoais. Os capitalistas utilizavam quase totalmente seus lucros em consumo ou em serviços pessoais na compra de novo capital. a causa final da superprodução devia-se aos lucros excessivos, que levavam a uma taxa insustentável de acumulação de capital. A única resposta para este problema, na opinião de Malthus era adotar políticas que alterassem a 







distribuição da renda, deixando os capitalistas com menos lucros e alguma outra classe com mais renda para ser gasta em consumo.

3) Sobre a renda da terra Malthus define renda da terra como: A renda da terra pode ser definida como a parcela de valor do produto total que sobra para o proprietário da terra após o pagamento de to dos os custos do cultivo, de qualquer tipo que seja, incluindo os lucros do capital empregado, estimado de acordo com a taxa de lucros sobre o capital agrícola usual no período considerado" A definição acima indica que, para Malthus, a principal causa da renda da terra. É o "excesso do preço sobre o custo de produção" (Malthus, 1815a, p.180) dos bens agrícolas. A seguir, o autor questiona o que causa este alto preço dos produtos da terra. o preço alto dos produtos agrícolas - e, portanto, da renda da terra - pode ser exphcado por três elementos. Em primeiro lugar, a qualidade da terra em si. Em segundo lugar, o caráter peculiar de seu produto, que cria a sua própria demanda e força uma expansão desta última, e, em terceiro lugar, a escassez relativa das terras mais férteis (Malthus, 1815a, p.184-85).^ Destes três elementos, Malthus afirma que o primeiro é mais importante do que o fator de monopólio que foi reconhecido anteriormente. Ele diz que a qualidade da terra é um presente da natureza ao homem e é essencial na formação da renda. 





Malthus insistia que a renda é o resultado natural de uma qualidade inteiramente inestimável do solo que Deus concedeu ao Homem – a qualidade de poder manter mais pessoas do que as que são necessárias para nele trabalhar. Mas, nem todos os solos ofereciam a mesma dádiva. Tinha que haver uma diversidade de solos e de situações em todos os países... Nem toda terra argumentava ele podia ser mais fértil. A renda existia por causa das diferenças de fertilidade do solo. Quando a população de um país era pequena, sua necessidade de alimentos podia ser satisfeita pelo cultivo apenas das terras mais férteis. Com terras inferiores, o lucro e o s custos dos salários para a produção de determinada quantidade de produtos agrícolas aumentariam. Portanto, para tornar lucrativa a agricultura nas terras inferiores, os preços agrícolas teriam que subir o suficiente para cobrir estes custos mais elevados. Mas os custos de produção de uma dada quantidade de produtos agrícolas na terra mais fértil continuariam mais baixos. Seguia-se que o aumento dos preços dos produtos agrícolas daria um maior excedente de preços sobre os custos de produção para os produtos cultivados em terra mais fértil. Este excedente, criado pelas diferenças de fertilidade da terra é que era a base da renda. Assim, a renda não era o retorno de uma limitação artificial da oferta, era devida as diferenças das dádivas da natureza ao Homem. Malthus concluiu que os lucros elevados, a propriedade econômica e o crescimento populacional eram, de modo geral, as forças que levavam a maior produção agrícola. Esta teria, obrigatoriamente que exigir o cultivo de terras cada vez menos férteis, aumentando, com isso, as rendas. Portanto, as rendas elevadas eram tanto uma conseqüência, quanto o melhor indicador de prosperidade econômica e social geral.

View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF