Resumo Introdução ao Desenho Urbano

June 27, 2018 | Author: StéfaniRilli | Category: City, Natural Environment, Drawing, Perception, Physics
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Descrição: Resumo do livro Introdução ao Desenho Urbano. Vicente Del Rio...

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Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio – Campus Salto Disciplina: Desenho Desenho Urbano Profa. Ms. Denise D. O. Morelli Profa. Ms. Rosana Maciel Gonçalves Prof. Ms. Estevam Vanale Otero

Introdução Introd ução ao Desenho Desenho Urbano n o pro cesso de Planejamento Planejamento Autor: Vicente Del Rio Desenho Desenho Urbano Vicente Del Rio  o define como campo disciplinar que trata a dimensão físico-ambiental da cidade, enquanto conjunto de sistemas físico-espaciais e sistemas de atividades que interagem com a população através de suas vivências, percepções e ações cotidianas.

O Desenho Desenho Urbano aparece como uma dimensão que deve sempre permear o processo de planejamento, desde a elaboração dos objetos gerais até a consecução de suas estratégias e recomendações específicas. A preocupação pela qualidade física-espacial do meio ambiente deve nortear os esforços do setor público e, ao mesmo tempo, ser produto destes esforços. As cidades sempre lidam com o Desenho Urbano em seus processos de planejamento , mesmo que inconscientemente, pois todas as decisões terminarão por afetar a qualidade do meio ambiente. O Desenho Urbano como disciplina surgiu na década de 1960, a partir das críticas e protestos sobre a qualidade do ambiente urbano que vinha sendo produzido pelas iniciativas públicas e privadas. Essas críticas se davam em torno de 5 questões básicas: 1 – Intervenção Públicas e Renovação Urbana: Grandes projetos de renovação de áreas decadentes, degradadas ou bombardeadas (pós-guerra): cidades vistas como simples problemas de funcionamento, maximização de investimentos e viabilização da reprodução e acumulação do capital.

Ações muitas vezes revestidas de um caráter preconceituoso e elitista, ao promoverem grandes remoções populacionais.

Stuyvesant Town e Peter Cooper Village, Nova Iorqu e, EUA

2 – O Simbolismo e o Vernacular: Na década de 1960 o mundo despertou para a questão do patrimônio histórico, para os valores tradicionais e para a produção vernacular.

San Giminiano, Itália

Les Arcades du Lac, subúrbio de Paris  Ar q. Ri cardo Bo ff il

3 - A participação Comunitária: Ampliação da democracia na gestão urbana, com a participação das comunidades e usuários na definição dos projetos. 4 – O Movimento Moderno Criticado: Primeiras críticas aos projetos modernos por moradores e usuários, descontentes tanto em termos estéticos quanto ao conforto ambiental, assim como quanto aos seus aspectos econômicos e funcionais.

Plan Voisi n ,

Paris - Arq. Le Corbusier

5 – As dif icul dades do Planejamento Urbano:

“A realidade sismava em não se amoldar aos modelos rígidos idealizados pelos planejadores, nem era tão simplista quanto as suas visões profissionais idealistas faziam crer” (DEL RIO, 1990, pg.44) Por uma definição do Desenho Urbano

Desenho Urbano é a disciplina que lida com o processo de dar forma e função a conjuntos de estruturas, bairros inteiros ou à cidade em geral. O Desenho Urbano surgiu como o “preenchimento do vazio” entre a Arquitetura e o Planejamento. As duas principais características do Desenho Urbano são: •

A interdisciplinaridades nas categorias de análise;



Ser essencialmente físico-ambiental.

O geógrafo Goodey (1979) destaca seis características básicas que marcam o campo de atuação do Desenho Urbano, e não se limita a uma delas em particular: 1. Escala espacial : o espaço entre edifícios, o bairro, locais das atividades do cotidiano; 2. Escala temporal: transformações e evolução, meio ambiente como processo, programas e linhas de ação. 3. Interações homem/meio ambiente : campo onde usuários e grupos sociais são identificáveis, análise destas realizações e das transformações. 4. Cliente múltiplo : negociações e conciliação de interesses, o profissional como animador ou catalisador.

5. Multiprofissional : capaz de compreender as capacidades e os limites de outras profissões e de coordenar suas ações em relação à dimensão físico-espacial do urbano e suas funções. 6. Monitoração/ Orientação : capacidade de controle de desenvolvimento urbano dirigir o processo de transformação de uma área ou da cidade. Morfolog ia Urbana

A morfologia urbana deva ser vista como “o estudo analítico da produção e modificação da forma urbana no tempo”. Estuda, portanto, o tecido urbano e seus elementos construídos formadores através de sua evolução, transformações, inter-relações e dos processos sociais que os geraram. São eles: 1. Crescimento: os modos, as intensidades e direções; elementos geradores e reguladores, limites e superação de limites, modificação de estruturas, etc... 2. Traçado e parcelamento : ordenadores do espaço, estrutura fundiária, relações, distâncias, circulação e acessibilidade. 3. Tipologias dos elementos urbanos: inventário e categorização de tipologias edifícios (residências, comércio, etc), de lotes e sua ocupação, de quarteirões e sua ocupação, de praças, esquinas, etc. 4.  Ar ti cu lações : relações entre elementos, hierarquias, domínios do público e privado, densidades, relações entre cheios e vazios.  An áli se vis ual

O objetivo é a exploração do drama e dos efeitos emocionais, sentidos a partir de nossa experiência visual, dos conjuntos edificados. Utilizando-se da metodologia desenvolvida por Gordon Cullen, Vicente Del Rio apresenta três maneiras pelas quais o meio ambiente urbano pode gerar respostas emocionais: 1. ótica: considera as reações a partir de nossas experiências meramente visuais e estéticas dos percursos, conjuntos, espaços, detalhes, etc. 2. lugar : tem a haver com a nossa posição em relação a um conjunto de elementos que conformam o ambiente; ponto focal, recintos, vista, aqui/ali, interno/externo, espaço definidor. 3. conteúdo : define como temáticas a serem analisadas nesta categoria; intimidade, multiplicidade de usos, escala, confusão, complexidade,etc.. Percepção do meio ambiente

O homem se comunica através de um processo cognitivo, que é a construção do sentido em nossas mentes. Este processo possui fases distintas: percepção (campo sensorial), seleção (campo da memória) e atribuição de significados (campo do raciocínio), ou seja, ação e memorização .

O significado da cidade para o desenho urbano, possui qualidades como conceitos de referências: legibilidade, estrutura e identidade, imageabilidade. Estas categorias foram desenvolvidas por Kevin Lynch em seu livro “A Imagem da

Cidade”. Segundo Lynch, essas categorias poderiam ser definidas da seguinte forma: •





Legibilidade: uma boa imagem ambiental dá a seu possuidor um importante senso de segurança emocional. Estrutur a e Identidade: estrutura é a categoria que todas as imagens compostas devem ter, para coerência do todo e relações internas definidas e identidade é uma imagem ambiental de uma área, que possui diferenciação de outra, sua personalidade e individualidade. Imageabilidade: qualidade de um objeto físico que lhe dá uma alta probabilidade de evocar uma forte imagem em qualquer observador.Ex.: percursos, limites, setores, nós, marcos

Ainda valendo-se do método desenvolvido por Kevin Lynch, Vicente Del Rio apresenta os elementos que estruturam o espaço urbano, os quais tem uma grande aplicabilidade analítica para o Desenho Urbano: •









Percursos : canais ao longo dos quais o observador normalmente se movimenta; constituem-se, como elementos mais importantes e que compõem a estrutura da cidade. Limites: elementos lineares não utilizados como percursos e que demarcam o limite de uma área ou zona; são importantes pois quase sempre representam uma interrupção de continuidade da imagem urbana. Setores: Áreas da cidade de certa extensão e que o observador identifica “de dentro” um identidade própria, ou “de fora”, são interligados por percursos. Nós: Locais estratégicos da cidade e que possui forte função coma estrutura; locais de concentração de atividade ou convergência física do tecido urbano; podem ser locais centrais. Marcos : Referência que se destaca na paisagem; objeto físico; podem estar distantes e constituírem uma referência constante ao usuário, ou mais integrados à estrutura destacando-se do conjunto por sua forte imageabilidade.

Implementando o desenho urbano

Vicente Del Rio, após conceituar a história do Desenho Urbano, procura propor uma metodologia de ação para o arquiteto e planejador urbano. Para ele, o Comportamento  Ambi ent al , ou seja, a análise do comportamento dos usuários dos espaços urbanos é fundamental para compreender as carências, demandas, potenciais ou problemas do local. Segundo ele, “estudos de comportamento podem nos ajudar a compreender a cidade e a complementar nosso procedimento metodológico geral para o Desenho Urbano” (DEL RIO, 1990, pg.97). Ainda segundo Del Rio, “o ambiente influencia nosso comportamento e gera esquemas territoriais nos usuários (consciente e inconscientes); a intensidade e a forma de uso são proporcionais à qualidade do espaço e seus elementos”. (DEL RIO, 1990, pg.97).

Disso ele conclui que “estudar o comportamento ambiental conforma a investigação sistemática das interrelações entre o ambiente e o comportamento humano e suas implicações para o projeto” (DEL RIO, 1990, pg.99). Assim, “as questões básicas a serem respondidas são: como as pessoas se relacionam com o meio ambiente construído, quais são suas necessidades, e como aplicar tais respostas no processo de projeto?” (Moore, 1977, pg. 63 apud Del Rio, 1990, pg.97). Para Vicente Del Rio o projeto urbano correto deveria responder a três grupos básicos de satisfação do usuário: visual , funcional  e comportamental . O desenho urbano possui definições de critério de qualidade para sua implementação; para a elaboração de projetos com alta qualidade de desenho urbano, Vicente Del Rio propõe 7 CATEGORIAS DE ATUAÇÃO PARA O DESENHO URBANO : 1. uso do solo : trata basicamente de tipos de funções e intensidade de utilização do solo e das edificações; 2. configuração espacial : tradicionais “zoneamentos”, uso das edificações apenas consideram gabaritos,compreende também cones de visibilidade, volumes, topografia, compatibilidade tipológicas, continuidade e inserção na morfologia. 3. circu lação viária e estacionamento : a circulação viária é um dos elementos mais importante para a estruturação da imagem urbana, um dos fatores básicos na democratização da cidade, acessibilidade e estacionamento devem ser entendidos como vitais para a animação e a sobrevivência social e econômica de uma área, em soluções conciliadoras. 4. Espaços livres : função importante no urbano quanto aos aspectos social (encontros), cultural (eventos), funcional (circulação) ou higiênica (mental ou física); 5. percursos e pedestres : integram um forte sistema interdependente com as atividades sociais e econômicas no nível térreo das edificações; devem ser tratados em conjunto com o sistema de circulação viária e transportes públicos e reforçados pelo projeto dos espaços livres e atividades de apoio. 6. atividade de apoio : devem se organizar a partir da alocação de fortes nós de atividades ( como no conceito de lojas âncora em shopping-center) e integrar um sistema complementar e coerente com o de movimento de pedestres e veículos. 7. mobiliário urbano : elementos complementares ao funcionamento da cidade, entendidos como temporários ( banco, telefone público...etc, arborização, iluminação pública, integrados ao contexto urbano.

Como a percepção ambiental pode contribuir na intervenção urbanística? Percepção: processo mental – interação indivíduo x meio-ambiente. 1. Mecanismos perceptivos (estímulos externos-5 sentidos – principal: visão). 2. Mecanismos cognitivos (inteligência, motivações, conhecimentos prévios, valores, expectativas). Mecanismos definem conduta.

humor,

necessidades,

Desenho urbano interfere na cidade - reconstrução mental das imagens, atributos e qualidades que percebemos, buscando: 1. satisfação (Lynch,1960) – bem estar da população 2. marketing positivo (Lang,1994)– atrair investimentos Embora subjetiva, percepção dos habitantes tem imagens comuns, gerando condutas comuns. Políticas públicas devem levar em conta expectativas comuns (população, planejadores, políticos, investidores) para programas urbanísticos – gerando impactos positivos (econômicos, socioculturais) – local/ globalmente.

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