Resumo Historia do Pensamento Econômico

July 3, 2019 | Author: Marcelo Oliveira | Category: Economia, Mercantilismo, Estado, Capitalismo, Mercado (Economia)
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História do Pensamento Econômico P r of.: B r uno A i dar PROVA 1: AULA 1 ATÉ AULA 6



 Aul  A ula a 1 –  So  S oci cie edade, E co cono nom mi a e H P E  –  Nossa  N ossa obsoleta mentali mentalida dade de de mer ca cad do ( K ar l Po P olany lanyii )

Polanyi escreve após a crise de 29, desacreditando na capacidade do mercado de se autorregular, ou seja, se opõe ao liberalismo e acredita que só há mudança através da revolução (marxista)

Economias antigas e primitivas : A economia está submersa, incrustada nas relações sociais, mesmo nas sociedades primitivas a economia era apenas um u m meio de existência e reprodução da organização social. No passado a economia e conomia era um meio para se obter uma  posição social, um status, ela era acumulada, acumulada, mas não era usada com usura, diferentemente dos dias atuais. Polanyi se opõe Adam Smith ao indicar in dicar uma inexistência de uma propensão natural para o comercio e a troca e defende a ideia de Aristóteles no que diz respeito ao homem não ser econômico e sim um ser social. Para ele se havia ausência do risco de passar fome e do desejo de obter lucros pela p ela produção e pela troca nas economias primitivas os homens não buscavam o mercado.

Revolução industrial e liberalismo: E economia atual para chegar no sistema autorregulado passou por grandes transformações, algumas técnicas e outras na mentalidade e nos valores dos

homens, quando ocorre esse processo de transformações dessas economias  podemos dizer que existe existe uma economia de mercado. mercado.

A grande transformação da economia liberal: Começa a transformação de coisas que não eram economia em economia, uma delas e a natureza (terra) e outra o ser humano (trabalho) passam

a ser comercializados, não temos mais a opção da autossubsistência. Os salários como preço de mercado da oferta e procura do trabalho e a renda como preço de mercado da oferta e procura de terra. Esses Es ses dois elementos, trabalho e terra, passam a ser regidos pelas leis leis do mercado. A economia  passa a dominar a sociedade e é o principal principal motor das relações sociais sociais e  políticas. Com a economia economia de mercado criamos uma nova nova forma de sociedade agora voltada para o mercado, o medo da fome (pelos trabalhadores) e a atração pelo lucro (capitalistas) passam a manter esse sistema de mercados em funcionamento. Nessas sociedades todas as fontes de rendimentos depender das relações entre oferta e procura, nem sempre o mercado funciona, para Polanyi os mercados devem ser regulados para que a sociedade sobreviva, e necessário pontuar o grau de mercantilização de coisas que não eram mercadorias. A sociedade se torna refém do mercado (crítica ao liberalismo)

Pilares do liberalismo econômico: Polanyi critica o capitalismo e acredita que a economia de mercado dependeu de um alto grau de intervenção política. Existem três leis que marcam o capitalismo e que com o seu fim f im garante os pilares do liberalismo liberalismo:: 

Leis dos Pobres (1834): foram um sistema de ajuda social aos pobres em Inglaterra e Gales[3] que se desenvolveu a partir da Idade da Idade Média tardia e

das leis Tudor. O fim da assistência aos pobres com a extinção de asilos. Permite a existência de mercado autorregulado de trabalho. •

Lei dos Bancos (1844): (1844): essa lei garantia monopólio total ao Banco da Inglaterra imposto por lei. Uma vez criado criado este poder, parecia natural natural que ele seria usado e abusado. O fim dessa lei implica implica o fim do monopólio da cunhagem da moeda pelo Banco da Inglaterra. Permite Per mite a existência de mercado autorregulado de dinheiro e a instituição do padrão ouro.



Lei dos Cereais (1846): Foi uma lei que proibia a Inglaterra de negociar agricultura com outros países, foi concebida para proteger os produtores rurais ingleses ao promover a exportação e limitar a importação quando os  preços caíram abaixo do ponto fixado. fixado. O fim da proteção agricultura inglesa, ou seja, o fim da Lei dos Cerais permite per mite a existência de livre circulação internacional de mercadorias.

Essas três leis formam f ormam o mercado internacional de mercadorias, o mercado de dinheiro e o mercado de trabalho, todos são autorregulados. Acreditavam que o mercado se organizava de uma forma espontânea.

Economia de mercado: A proposta principal de Polanyi e criticar a ideia de buscar sempre o lucro e defende a ideia de que o ser humano e um ser social e que foi transformado em ser econômico e tem cada vez se tornado mais bidimensional, é preciso rearticular a economia as relações sociais, e necessário o controle da economia  para um melhor desenvolvimento desenvolvimento da vida social social , o mundo dominado pelas forças autorreguladas do mercado e um mundo de autodestruição. Citação de Polanyi : “Os mercados existem em todas as sociedades, e a figura do mercador é conhecida em muitos tipos de civilizações. Mas os mercados isolados não se interligam para formar uma economia. A motivação do ganho era específica dos mercadores, como o eram a coragem

do cavaleiro, a devoção do sacerdote e o orgulho do artesão. A ideia de universalizar a motivação do ganho nunca passou pela cabeça dos nossos antepassados. Em nenhuma época anterior ao segundo quartel do século XIX os mercados foram mais que um traço secundário na vida social” (POLANYI, 2012, p. 217; grifos Prof. Bruno). A citação acima mostra como as pessoas estão sendo dominadas pela economia, mas a busca pelo lucro e algo recente, não passava pela cabeça do cavaleiro e o mercado não era a forma dominante nas sociedades antigas. 

 Aul  A ula a 2 –  So  S oci cie edade, E co cono nom mi a e H P E  –  A  A história do pensamento eco conô nôm mi co co com mo te teo or i a re retó tórr i ca ( P ér ci cio o A r i da)

Questões Principais: •

A economia é uma ciência? Não, ciência?  Não, a economia pensada pensada como ciência sugere neutralidade e objetividade na análise econômica o que não acontece pois a economia tem suas subjetividade e recebe influencias políticas e sociais



Quais as consequências dessa visão para o estudo da HPE? Tendo a economia como ciência, a economia seria formada apenas de teorias vencedoras e as demais são descartadas, dessa forma a HPE seria apenas a história dos vencedores na qual a teoria atual sobrepõe as demais, estudantes deveriam aprender apenas a teoria atual e a HPE seria apenas curiosidades sobre o passado sem importância perto da teoria atual (superior). A teoria econômica seria separada completamente da HPE.



Qual é a relação entre teoria econômica (economia) e HPE? A teoria econômica e um progresso continuo e HPE é uma matriz que dá as diretrizes do pensamento econômico. Na visão Soft Science a teoria econômica está ligada diretamente a HPE pois as teorias atuais são

 baseadas no pensamento pensamento econômico anterior, ou seja, nos clássicos clássicos e estão em progresso. •

Por que ler os clássicos do pensamento econômico? Por que eles não se deveriam ser lidos? Os clássicos devem ser lidos pois as teorias atuais estão baseadas neles, os clássicos dão dã o as matrizes do pensamento pensa mento econômico. Eles não deveriam ser lidos pois quando nos baseamos apenas no passada ao mudar o contexto a teoria pode não funcionar e passa a ter inexistência de novas teorias e não há evolução do pensamento. As obras do passado devem ser usadas como co mo ponto de partida e instrumento de referências para a evolução da economia.



Evolução Cientifica:

A evolução do conhecimento ocorre de forma abrupta (de ( de revoluções) na forma que enxergamos a ciência, temos uma forma de pensar a natureza e isso se transforma completamente por um novo paradigma de acordo com Thomas Kuhn.  Nessa visão a teoria econômica atual atual seria melhor do que todas as que já foram  pensadas, a teoria vencedora. 

Economia como ciência (Forma ortodoxa)

 No final do século XIX a economia economia passou a ser estuda como ciência e não só como economia política, nessa visão a economia pode ser separada completamente completamen te a posição do sujeito observador como o objeto do estudo, ou seja, há uma neutralidade da parte do observador, analise objetiva baseada em fatos.  Nessa visão o papel do economista economista e apenas mostrar os fatos a relação econômica econômica entre eles. Nessa visão a economia só funciona de uma forma, relacionada as ciências exatas e naturais; são desprezadas as subjetividades e a teoria atual seria o ápice da economia, as teorias passadas teriam sido superadas e HPE seria a história dos vencedores. Essa ideia deu origem a teoria HARD SCIENCE



HARD SCIENCE: Visão da paisagem econômica onde os autores acreditam que as teorias clássicas são desatualizadas e não tem importâncias na atualidade. As teorias clássicas não são necessárias para as economias atuais, não se deve avaliar o presente por meio do passado,  portanto essas teorias são desatualizadas e não tem aplicações atualmente.  Nessa interpretação mostra-se a lógica evolutiva da ciência mostrando que a teoria usada atualmente seria a melhor e atua por ser a evolução das anteriores, portanto estamos sempre corrigindo os erros do passado. Nesse  ponto de vista o papel da HPE seria olhar o passado e contar a história das teorias vencedoras. Há uma separação total de HPE da teoria econômica.



SOFT SCIENCE: Nessa visão apesar da paisagem econômica (capitalismo) ser apenas uma, há diversas formas e visões diferentes para enxergar essa realidade. Não é possível uma visão geral de todas as  perspectivas pois depende de vários fatores individuais de cada região, nessa visão a HPE fornece diferentes formas de se olhar a realidade econômica, não existe uma única teoria economia, mas diversas correntes econômicas e diversas linhagens que não se misturam apesar de as vezes sofrerem influencias umas das outras, mas de maneira geral estão separas (ex. neoclássicos, marxistas e keenesianos), a forma de enxergar a realidade é diferente. Nessa interpretação o papel do HPE é fornecer diversas matrizes do pensamento econômico e dessa forma os clássicos passam a ser importantes pois as teorias atuais foram evoluções dos clássicos, o curso de HPE analisa a perspectiva de cada autor sobre o capitalismo. Nessa visão não existe ideia de incorporação de outras teorias, não há fronteira.



Problemas da perspectiva Hard Science De acordo com Persa Arrida essa perspectiva apresenta apenas um método valido de pesquisa, os economistas não seguem as regras que se prepõe.

 Não tem uma resolução de fato científica, há uma retorica nos argumentos e uma ruptura entre a teoria econômica e HPE. A Economia sofre interferência da política e sociedade que torna esse método cada vez menos cientifico e mais social. Não se fala em evolução teórica pois nessa  perspectiva uma teoria seria superada pela outra e não evoluída.



Problemas da perspectiva Soft Science Há uma fusão entre economia e HPE e, portanto, estamos apenas repetindo o passado, havendo a inexistência de novas teorias pois está tudo contido nas matrizes do passado e toda a teoria era dissolvida na HPE. Há o risco dessa teoria e de projetar sempre as mesmas teorias para o presente. Se o contexto muda, então o texto não pode servir e orientação para a teoria econômica. Enquanto o modelo Hard peca por falta o modelo Soft peca por excesso



Críticas ao texto de Arida o

Arida supõe uma impermeabilidade dos textos e dos contextos do  passado ao presente.

o

Implicitamente, Arida deixa como única alternativa a utilização da teoria econômica atual uma vez que o contexto completo do passado é impossível de ser alcançado (tanto pelas diferenças entre passado e  presente quanto pelo trabalho incansável de reconstituição do contexto intelectual do surgimento das ideias econômicas). Portanto, Arida acaba concordando com a hard science.

o

Capitalismo de Marx, Schumpeter e Keynes são tão diferentes do existente no mundo atual?

o

Textos do passado não estão destinados apenas à reconstrução meticulosa da HPE, mas também servem como referência e como  pontos de partida para análise do presente.

o

Arida nega o valor da soft science enquanto delimitadora das questões e teorias principais que estruturam o pensamento econômico em diferentes matrizes. Não são ideias conjunturais e vão à essência da realidade capitalista.



 Aula 3 –  Mercantilismo –  DE YON, Pierre. O mercantilismo. (“ P olíticas e  práticas mercantilistas”. p. 17 -55.) e HE CK SCHE R, E li. A época

mercantilista: o tema (1931).



Por que surge a economia política?

 Na antiguidade economia era considerada a ciência da administração de casa, a ideia passa a ser ampliada e a economia começa a ser importante também para o Estado gerando uma ciência de acumulação de poder e uma ciência da criação e acumulação de riqueza (econômica). Na política passa a ser criado uma ciência de criação e acumulação do poder político, essas duas ciências estão interligadas e assim surge a economia política. 

Mercantilismo

Os principais teóricos do mercantilismo utilizam formas especificas de tratalo, o

Schmoller (1884) define o mercantilismo como uma forma de transformar um mercado regional (política econômica local) em um mercado nacional (política econômica do Estado nacional)

o

Heckscher (1931) define o mercantilismo como fase da história da  política econômica entre a sociedade feudal e o liberalismo (sec. XVI - XVIII)

o

Deyon (1969): define mercantilismo como teorias e práticas de intervenções econômicas, o mercantilismo como forma de unificação territorial e administrativa, sistema de produção e de riqueza. Deyon enfatiza as partes praticas, para ele o mercantilismo foi desenvolvido na Europa moderna desde a metade do século XV até o começo da Revolução Industria.



Surgimento do mercantilismo foi profundamente dependente do aparecimento dos Estados modernos.

A principal característica do estado moderno é o exército , que  possibilita o monopólio da violência legitima. Apenas o estado possuía o  poder das armas. Porém Estado não possuía riqueza, sem riqueza que se

possa tributar não é possível realizar guerras , pois é necessário financiar os exércitos e frotas. O comercio passa a ser base para a riqueza e poder do Estado. O Estado para criar tributações precisa estimular a economia

incentivando o comercio para ter riqueza tributária. Exército, tributações e comércios estão interligados por isso o mercantilismo está tão ligado aos estados nacionais. Os estados passam a lutar contra as forças de dispersão (Ex. força universal da Igreja e do Império Romano –  Germânico), lutam contra as particularidades regionais, ou seja, províncias e corporações dentro dos estados e contra a depressão econômica (sec. XVII); o rei para possuir a soberania precisa lutar contra a igreja, a burguesia, a nobreza e outros. Essas políticas econômicas que

estão surgindo mantem algumas semelhanças com a política feudal, entre elas a política de abastecimento  (o estado procurava garantir o abastecimento da população ) e a limitação da concorrência  (necessidade de permissão real para comercializar dentro do Estado, o comercio é um  privilégio)



Características do mercantilismo o

1 –  Sistema unificador : necessidade de criar uma economia

nacional homogênea em um território heterogêneo e sob disputas com outros estados. O estado passa a assumir funções econômicas anteriormente feitas pelas corporações (ex. cunhagem de moeda). O estado moderno apresenta formas limitadas de administração pública, ainda existem inúmeros entraves a livre circulação. o

2 –  Sistema de Poder: o poder do estado é o alvo central do mercantilismo, a ideia principal do mercantilismo e que essas forças

econômicas deviam servir os interesses do estado primeiramente e depois aos interesses privados.  O estado limita a circulação de navios (Ex. atos de navegação e regime das tropas) o

3 - Sistema protecionista: a política devia evitar o excesso de mercadorias dentro do pais. Esse sistema fornece a acumulação do capital, a acumulação de riqueza no pais pois há uma diferença entre o que é importado e o que é exportado, possibilitando o acumulo. Além da questão tarifária, também se utiliza como armas de competição internacional o desenvolvimento da marinha, a multiplicação das manufaturas e das companhias de comércio.

Thomas Mun (1664): “O meio ordinário de aumentar nossa riqueza e nossas espécies é o comércio exterior, para o qual é preciso sempre observar esta regra, vender mais aos estrangeiros do que lhes compramos  para nosso consumo”. o

4 –  Sistema monetário: a balança comercial favorável cria superávits, ou seja, entrada de recursos líquidos. Para aumentar a quantidade de ouro de um pais era necessário que se retire a mesma dos países vizinhos (Colbert –  1670).



Mercantilismo x liberalismo o

Semelhanças: os dois tem uma visão amoral da econômica, não mais

vinculada a religião, e as duas correntes estão interessadas na questão da riqueza e acumulação do poder econômico , as duas correntes tem uma questão principal sobre quais as formas de se

atingir a prosperidade do pais e se evitar a decadência. o

Diferenças: No mercantilismo o objetivo e fortalecer o estado e no liberalismo o objetivo e fortalecer o indivíduo, o estado no liberalismo favorece o acumulo de riqueza individual.



 Aula 4 –  Fisiocracia –  COUTI NH O, Maurício. Lições de economia Cap. 2: “Fisiocracia: um ramo francês nos primórdios da economia política”.

 p. 49-96

Os fisiocratas procuram um modelo econômico para superar o atraso Francês, o estado estava endividado e o sistema tributário é desigual, cobrava muito dos camponeses e tinha um desenvolvimento urbano fraco, o desenvolvimento do comércio das manufaturas comparado com a Inglaterra também não era suficiente, para eles a agricultura é a base da economia francesa, a taxa de urbanização era pequena, a economia Francesa não era completamente capitalista. Os fisiocratas pensam o capitalismo como algo restrito a

agricultura, o papel do estado é respeitar a economia e viabilizar o comercio. A economia segue as leis naturais e o governo deve agir de acordo com as leis naturais. Com essa ideia de fortalecer o comercio eles defendiam: * livre comercio de grãos * redução da carga fiscal * obras de infraestrutura.

- Antes de 1750 apesar de existir reflexões sobre os problemas econômicos não havia caráter sistemático, a economia não era objeto autônomo de reflexão e tinha abordagem pouco especifica. - Entre 1750 –  1780 homens da ciência passam a se interessar pela economia de forma sistemática visando a reprodução material na sociedade mercantil. Constitui-se um sistema de pensamento econômico, como um conjunto de conceitos de campo delimitado de investigação e com metodologia própria. 

Raízes da econômica política clássica.

A sociedade passa a ser pensada onde o fundamento da ordem e circulação de moeda, surge a economia política como resposta para as questões da vida material e como parte da tradição de direito natural. Surge ideais de harmonia e de natureza humana universal. Para o liberalismo o mercado autocontrola os  preços e é visto (por Coutinho) como a face econômica do Iluminismo, mas ele desconsidera as políticas mercantilistas inspiradas no iluminismo. 

Contexto histórico

Antes de entender os fisiocratas e necessário entender a histórica da França, no final do estado XVII a França tem grande poder político militar enquanto a Inglaterra tinha passado por duas revoluções sendo a segunda a revolução gloriosa, ela começa a se tornar uma potência econômica isso favorece o capitalismo inglês. A França estava sofrendo o peso de uma sociedade absolutista, onde o estado gastava muito com a corte e não havia verba para o aparato militar, além de guerras. O Estado francês aumenta os gastos militares e administrativos criando dividas e desigualando o sistema tributário. O crescimento econômico beneficia apenas os grandes proprietários, nobreza e assalariados. o

Economia predominantemente agrícola

o

Administração da terra era capitalista



O grupo dos fisiocratas

Eles estavam preocupados em reduzir a diferença de poder entre a Inglaterra e a França, querem reformar a sociedade francesa em uma direção mais capitalista e ao fazer isso criam modelos de crescimento econômicos diferentes do modelo mercantilista, o modelo deles vai depender da agricultura. Eles atuam como um grupo unificado com método próprio e formam a primeira escola do pensamento econômico, ou seja, um conjunto de pensadores que defendiam princípios comuns. Eles aceitam a propriedade da terra como algo natural Marx: fisiocratas como os verdadeiros fundadores da economia moderna. Eram chamados de économistes na França.

François Quesnay (1694-1774), era médico da corte de Luís XV. Líder dos fisiocratas, associava fluxo de mercadorias a circulação sanguínea, mas essa metáfora utilizada não é o principal para pensar economia. Para os fisiocratas o governo deveria reagir a economia fazendo uso das leis naturais. Quesnay muda a forma de relação entre o estado e a economia, para ele ao invés da economia ser dominada pelo estado, ela deve ser respeitada pelo estado. Para ele a única

função do governo era facilitar as vias, e arrumar as pedras nas estradas e deixar as correntes se moverem livremente. 

Contribuições dos fisiocratas

Eles forneceram como principais contribuições a compreensão da ordem econômica como algo natural e racional, os fisiocratas fornecem o primeiro modelo de análise econômica e criam uma metodologia especifica para entendimento da economia utilizando dados e gráficos; eles criam uma formula articulada de pensar a economia criando a ideia de excedente econômico e  produtividade do trabalho compreendendo o capital e criando uma base para a concepção de acumulo de capital. 

Ideia de política econômica

Há desavenças entre o antigo regime e o mercantilismo contra as medidas liberalistas de política econômica propostas pelos fisiocratas (ambos centralizadoras e autoritárias). O governo deve liberar a economia (critica ao mercantilismo) e adotar condutas para o melhor desenvolvimento da riqueza, essa ideia possui caráter transformador, prescritivo e acelerador do liberalismo  proposto pelos fisiocratas. 

Medidas propostas pelos fisiocratas

Defendiam o livre comercio de cereais, a redução da carga tributária por meio do imposto único sobre a propriedade fundiária, a defesa da realização de obras de infraestrutura e o viés agrícola das políticas econômicas, poucas propostas para manufatura.  Aula 4.2 –  Fisiocracia –  COUTI NH O, Maurício. L ições de economia Cap. 2: “Fisiocracia: um ramo francês nos pri mórdios da economia  política”. p. 49-96 

Conceito de excedente e pressupostos.

Excedente = riqueza produzida acima de subsistência, o que sobrava depois da subsistência (valor de troca –  custo de procução); (riqueza produzida –  riqueza consumida) Para os fisiocratas só havia excedentes na agricultura, essa e a principal diferença entre os fisiocratas e as correntes posteriores. Como só estão considerando a agricultura, não é necessário transformar produtos diferentes em riqueza comum.  Não trabalham com a teoria do valor. Para Rubens os fisiocratas só veem excedentes na agricultura, é o lugar onde há  produção superior aos gastos. 

Divisão da economia em três classes

- Classe Produtiva: encontrada no campo, alugam as terras (arrendatários) empresários capitalistas e trabalhadores assalariados no campo. Fazem

investimentos em capital fixo (instrumentos, melhorias, patrimônios) e material variável (sementes e produtos). Não possuem terra, pagam a renda da terra

para o proprietário mas ganham o excedente de produção. Criam o excedente e os investimentos, gastam parte do excedente para comprara matérias primas e investir em melhorias do campo e pagam os salários. - Classe dos Proprietários: (não produz excedente) recebem renda da terra, vivem daquilo que e pago pelos produtores, e estão inclusos a coroa, o rei e funcionários  públicos e dizimeiros. Pertencem a nobreza ou agentes do estado, não realizam trabalho produtivo. - Classe Estéril: (não produz excedente) mas são produtores urbanos, vivem fora da agricultura, estão inclusos o comercio, manufaturas e cidade. Eles produzem, mas não o suficiente para o excedente, apenas subsistência.

* Conflitos distributivos: o Geral: cidade (indústria e comércio) x campo (agricultura) o

o

Dentro da agricultura: proprietários de terras x produtores agrícolas  No grupo dos produtores agrícolas ou dos produtores urbanos, Quesnay não distingue entre capitalistas x trabalhadores gerando confusão entre os grupos sociais e econômicos.

Os fisiocratas visam um limite para a tributação pois a partir do momento onde os recursos são reduzidos o crescimento econômico também se reduz,  passando a ter uma visão de um estado rico como um estado onde os súditos são ricos. Eles defendem a livre importação pois fica mais barato para comprar os produtos manufaturados.



Consequências:

- Conforme aumenta os gastos com consumo das classes mais ricas (modernizando os padrões de consumo) o investimento e reduzido.

- Os fisiocratas são uma visão de todo pensamento posterior, tanto os liberais quanto os marxistas. 

Para concluir

•primeira análise de equilíbrio global do sistema econômico •Relações recíprocas e interdependência total entre todos os fenômenos econômicos • Desenvolvimento através da acumulação de capital. Utilização do excedente para a formação de capital.



• Desdobramentos posteriores • Busca de teoria do valor • Análise geral do fenômeno do excedente e explicação da categoria do “lucro” 

 Aula 5 –  Adam Smith –  A sociedade civil entre o E stado e o mercado -

ROSANVALLON, Pierre. O liberalismo econômico: história da idéia de mercado. “A aritmética das paixões e a instituição do social”. p. 21 -26 e Cap. 2: “A economia como realização da política (o mercado

e o contrato)

”.

Contexto: A sociedade medieval está centrada em Deus e não no homem, não tem visão do indivíduo. Não havia a ideia da consciência própria e independente, essa ordem social baseada na religião entra em crise. Essa sociedade tem uma representação de como as coisas são realizadas ligadas a Deus e isso entra em crise, o indivíduo passa a ser o ponto de partida para organizar a sociedade, esse indivíduo agora não é mais controlado pela fé (tanto a reforma protestante quanto o catolicismo não controlam mais a sociedade) se faz necessário uma nova forma para controlar essa sociedade que não está mais ligado a religião. Os filósofos daquela época começaram a estudar como era de fato o ser humano (filosófico e racional) da mesma forma começa a preocupação com a

ideia de analisar o ser humano com base na moral cristã e relações bíblicas históricas. Isso influencia o direito e a filosofia política. Esse estudo revela que o ser humano é egoísta por natureza (tese principal para Maquiavel e

Hobbes) não existe mais uma fé para controlar esse egoísmo, a esfera religiosa se separa da esfera social. Essa preocupação com a ordenação social gera diferentes respostas dos filósofos do sec. XVII e XVIII. 

Sec. XVII - preocupação central com a passagem do estado de natureza  para a sociedade civil. (o estado é capaz de organizar o egoísmo do ser humano, mas é um processo de longo prazo. O principal defensor é Hobbes)



Século XVIII: teoria do pacto fundador deixa de ser a questão principal,  preocupações se voltam para a regulação da sociedade civil e para a busca da harmonia social. (Adam Smith diz que o mercado é capaz de regular a sociedade sem recorrer ao estado)



Diferentes respostas à crise da ordem tradicional: o

Estado como resposta política (Hobbes,  Leviatã, 1651)

o

Mercado como resposta econômica (Smith,  Riqueza das nações, 1776).

- HOBBES: O Estado como solução

Ele defende o absolutismo pois achava que o rei era legal, o absolutismo era a única forma de organizar a sociedade e tirar o estado da guerra e de um conflito generalizado. Faz análise do ser humano e vê que ele é dominado pelo egoísmo e este não pode ser controlado pela nação. Para ele a paz não pode ser garantida somente pelo desejo de conservação de cada um, depende de um poder superior e geral que garanta a paz. Por meio do pacto social, há uma associação e uma submissão que permite confiar todo o poder a um único homem ou a uma assembleia de homens. O ideal para a organização social é se alcançar um estado

de paz, para isso as pessoas tem que entrar em acordo e isso só acontece quando elas tem medo da morte, o medo da morte faz com que os homens entrem em acordo entre si. É necessária uma força que evite as pessoas de usar a

violência. Para construir a paz é necessário um pacto entre os homens e a submissão a um único poder que controla a violência. Para ele a assembleia era uma forma de estado, ela não impedia o começo da guerra, o rei por ser uma única pessoa detentora de poder seria capaz de controlar as tendências destrutivas da ordem social. O poder absoluto é a única forma de criar o poder, por isso ele defende o

absolutismo 

Críticas a Hobbes

A partir do final do sec. XVII Hobbes passa a ser criticado, inclusivo John Locke (pai do liberalismo político) Locke diz que não adianta fazer um pacto de submissão isso não garante a ordem social. O rei não estava submetido a

nenhum poder, portanto ele poderia fazer uso da violência , não há controle  para o rei pois ele está acima de todos, Locke defende que é necessária uma  barreira ao poder absoluto. O liberalismo se baseia nos contra poderes para  balancear o poder real. Hobbes diz que na Inglaterra o parlamento é o contra  poder do poder real. No sec. XVIII Montesquieu diz que é necessário dividir

os poderes em legislativo, executivo e judiciário, dessa forma um controla o outro. Locke contribui com o liberalismo também com a ideia de que a função do estado não é só a garantia a vida, na visão de Locke a função do estado passa a ser garantir a vida e a propriedade privada, outro pilar fundamental do liberalismo, a propriedade privada é criada no estado da natureza, o acumulo de  poder (trabalho) gera diferenças econômicas que devem ser sancionadas pela  propriedade privada. Cria uma teoria para legitimar o capitalismo moderno e o surgimento da propriedade privada. De acordo com Locke o estado ganha intervenção econômica, cria-se o conceito de propriedade privada como algo

que pertence ao indivíduo e pode ser recebido como herança ou levada ao mercado. O papel do soberano é garantir a paz e a propriedade privada (sociedade civil = estado) Rousseau: filosofo iluminista que muda a visão que se tinha sobre estado de

natureza, ideia do estado de natureza do homem ser bom, sinônimo de felicidade. Quando passa para a sociedade civil o homem passa a ser ruim, perde seu contato com a natureza e com a sua essência, o estado de natureza não é um estado de guerra, o ser humano em sua origem e bom mas ele é corrompido pela civilização. Primeiro critico a modernidade e o primeiro romântico. Na visão do Rousseau se o estado de natureza não era tão ruim, não e necessário a transição do estado de natureza para o estado de sociedade civil mas sim o aprimoramento do estado de natureza para controlar os interesses humanos, e controla-los. Não e  preciso fazer pacto de submissão e transferir a soberania para o rei. A soberania reside no povo e deve continuar no povo.

Filosofo Hobbes Locke Rousseau Smith 

Matriz do pensamento Absolutismo Liberalismo Democrático e revolucionário Liberalismo, livre mercado  Adam Smith (1723-1790)

- O mercado como solução: na visão de Smith o mercado resolve o dilema da articulação entre os interesses gerais e os interesses individuais, sintetizando e organizando o egoísmo humano. A economia surge como resultado de um raciocínio que vê no mercado o papel de vínculo com a ordem social, que não é baseado na religião nem no estado. Na interpretação de Smith o mercado alcança a paz tanto no plano interno quanto no externo, é possível que as  pessoas não entrem em guerra em si e nem os países, no plano interno com a

divisão de trabalho e externamente com o comercio internacional, isso permite a saída do estado de guerra generalizado. Ele cria uma solução para a questão do pacto social, o mercado da a associação entre os homens. Ele faz uso da metáfora da “mão invisível” não era exatamente o mercado mexendo na economia, mas que ao buscar o individual resulta em ordem social não esperada inicialmente, quando atuamos no mercado acontece um fenômeno semelhante. Ele consegue conciliar a busca individual pela liberdade com o  bem comum, ou seja, a ordem social e o bem-estar de todo, a condição essencial para o pregresso. Interesses sociais ≤---≥ Interesses individuais

A liberdade moderna e uma consequência de independência econômica. Para ele o mercado e uma promessa de liberdade. Se os seres humanos são tão egoístas, como e possível manter a sociedade? Como ela não se rompe? O que mantem a sociedade e a busca por interesses individuais e esta é canalizada no mercado. Os homens se unem por possuírem interesses privados. 

Originalidade de Smith

Ele dá uma resposta ao problema do século XVIII defendendo o liberalismo econômico e traz a ideia de que o mercado e um espaço onde se pode alcançar

a harmonia social , para ele os fundamentos da sociedade estão na econômica do mercado. Antes de surgir uma economia de mercado e necessário uma sociedade voltada para o mercado. A função do estado e garantir o funcionamento da economia do mercado e deixa de ser espaço de articulação dos interesses  privados. Percebe-se a ideologia fundida no Smith conserva o espaço econômico como o único espaço possível de realização do ser humano. Ao fazer isso esvazia-se os outros espaços de articulação, criando problemas para o poder  político. Cria ideologia de defesa de uma sociedade voltada para o mercado, para o liberalismo.

o

 Aula 5.2 –  Adam Smith –  COUTI NH O, Maurício. Lições de economia cap. 3 (itens 1, 2, 3 e 5)



Crítica ao sistema mercantil: Smith critica a visão metalista da riqueza, na concepção dos mercantilismos a riqueza vinha da acumulação de metais preciosos, quando tem mais metal na economia, temos mais ouro em circulação aumentando o poder de compra da população, dado esse raciocínio surge a teoria quantitativa da moeda. Quando temos mais dinheiro em circulação as pessoas gastam mais. A oferta permanece estática e a demanda cresce, teremos uma escassez de  produto ocasionando na alta dos preços dos produtos, criando assim uma diferença entre o nível de preços internos e externos. Existe uma

modificação do lado monetário enquanto o lado real permanece o mesmo, o acumulo de metais preciosos não leva a geração de riqueza, só altera o padrão monetário. o

Críticas internas (ao mercantilismo):  Smith critica os monopólios  pois não garantem o crescimento econômico para todos mas apenas  para alguns, defende a livre circulação e que a concorrência maximiza o crescimento econômico, a moeda é apenas um símbolo da riqueza e depende da extração dos metais preciosos, o pais não fica mais rico acumulando metais preciosos.

o

Críticas Externas (ao mercantilismo):  Ele critica o mercantilismo externamente pois as restrições ao comercio internacional impedem o aumento dos mercados e da divisão dos trabalhos; aumento da  produção e das riquezas.

o

Críticas aos Fisiocratas:  a principal crítica e a especificidade da teoria dos fisiocratas, ele nega que somente a agricultura gera

riqueza e excedente, para ele você consegue aumentar a produtividade nas cidades e no comercio e não somente na agricultura como sugeriram os fisiocratas . Smith defende o liberalismo e desvincula esse liberalismo em termos mais amplos defendendo a liberdade da circulação de capital.

RIQUEZA DAS NAÇÕES  Nessa obra ele Adam Smith vai investigas de onde vem e a riqueza das nações, não só o que se tem internamente, mas o que se obtém de outros países, ele usa a ideia de trabalho comandado para adquirir riquezas de outros países. Para ele a riqueza da sociedade mercantil e expressa pela capacidade de realizar trabalho, não se vive da autossubsistência. O trabalho é a medida mais invariável do valor, a que varia menos. Conceitua riqueza como não só o que é produzido no pais, mas em todas as mercadorias que possui acesso.

Riqueza: o que se obtém através do trabalho. Trabalho comandado: trabalho que se pode obter a partir das trocas. Acesso ao trabalho de outras pessoas.

- Trabalho e valor: Smith se preocupa com uma medida geral de valor na economia, ele inclui na noção de trabalho o que é feito pelo sujeito e o que ele  pode adquirir. O trabalho e uma força produtiva da riqueza, ele pode ser trocado  por trabalho. A única coisa que não muda através o tempo e o trabalho, o trabalho sempre vai ser esforço do ser humano. A teoria do valor do trabalho realça o caráter cooperativo da sociedade baseada na divisão. - Divisão do trabalho: a divisão do trabalho aumenta a produtividade e consequentemente a riqueza, Smith avalia a fábrica de alfinetes onde um trabalhador realizava todo processo produtivo, com a divisão de trabalho divide-

se essa tarefa por um número maior de trabalhadores e observa a melhora no desempenho. Para Smith é importante organizar a sociedade e os interesses e encontrar uma forma de direcionar o egoísmo humano (que busca o lucro) para algo fixo. “Todo homem vive pela troca” A. Smith  Na visão de Smith a sociedade e a economia estão baseadas no trabalho , o trabalho direciona a sociedade ao progresso e em como ele se realiza (iluminista defensor da razão e do progresso), ele vincula a formação do capitalismo com o

crescimento das cidades.   Isso serve como justificação para incorporar regiões atrasadas ao capitalismo e para a modernização do Antigo Regime. Além da análise do valor como trabalho ele cria uma outra análise do valor, analise do valor de troca. Alguns bens podem tem grande valor de troca e pouca

utilizada. Valor de uso e o que é útil individualmente, mas a riqueza da economia depende do valor de troca . Em cada produto e possível decompor em elementos de cada nível econômico. Smith cita que os trabalhadores recebem salário e os capitalistas recebem o lucro e os proprietários recebem a renda da terra, com isso temos a teoria da distribuição de renda para ver quanto cada um deles recebe. Preço Natural ≠ Preço de mercado

O que interessa não é o preço de mercado, este e definido pelas condições de oferta e demanda. Se o preço de mercado foi muito diferente do preço natural ninguém produz por não ter retribuição necessário. A tendência geral e que o  perco de mercado se iguale ao preço natural. Quando o sistema não e de concorrência perfeita o preço de mercado será muito maior do que o preço natural pelo impedimento da concorrência 

Problema:

Valor: Trabalho comandado x produto do trabalho x rendimentos do trabalho, capital e terra? Para críticos, Smith sai da teoria do valor trabalho, pois preços não se resumem mais ao trabalho produtivo. Assim, o trabalho comandado pelo trabalhador não corresponde ao esforço realizado pelo trabalhador. Ou seja, o valor é maior do que o salário ou  preço natural. Crítica de Ricardo:  preço do trabalho (salários pagos) x quantidade de trabalho necessária para produzir bem

 

flutuação entre trabalho

disponível (salário) e trabalho incorporado. Para Ricardo, trabalho incorporado era a verdadeira medida de valor.  No final a teoria do Smith chega a alguns problemas, como por exemplo: •





O que explica a renda da terra e do capital? Os rendimentos da terra e do capital correspondem a um trabalho? Por que o produto do trabalho não pertence integralmente ao trabalhador na economia moderna?



Todos (trabalhadores, capitalistas e proprietários de terras) seriam  beneficiados pelo crescimento econômico?



Quando esse crescimento econômico poderia chegar ao fim?  Aula 6.1 –  DAV I D R I CAR DO - Aula 1 –  Sociedade, E conomia e H PE  –  Nossa obsoleta mentalidade de mercado (Karl Polanyi)

Economista inglês, exerce a mesma função do pai como corretor de ações e fica rico especulando na bolsa de Londres.

Ricardo completa os fundamentos da economia, baseado nas teses de Adam Smith, clássica enquanto Smith da os principais temas do liberalismo. Ele coloca duas questões importantes, a primeira delas é se a economia deve ser vista como uma ciência e a segunda questão sobre como analisar o crescimento econômico. Ricardo marca uma época onde a economia passa a ser discutida publicamente, tanto no parlamento quanto na imprensa. Constrói uma economia até hoje usada, como por exemplo a teoria do comercio internacional. Ricardo junto com Adam Smith formam a base

da economia clássica. 

Contexto histórico. - Expansão napoleônica entre 1797 e 1815 o

Bloquei continental (limitando a expansão do mercado)

o

Falta de recursos para o estado inglês (desordem fiscal e financeira)

o

Emissão de papel moeda para suprir déficit do governo (desordens monetárias).

- Crise econômica pós-guerra 

Questões de Ricardo.

Ele procura criar uma teoria que aprofunda na economia e aprimora Adam Smith. Ele se coloca do lado da burguesia industrial. Ele diz que a economia não cresce por dois fatores, um interno e um externo

Interno: o mercado não cresce, pois, a agricultura não deixa, a agricultura tira recursos que iriam para a burguesia consumindo o lucro.

Externo: o mercado não vai crescer pois não há a abertura dos portos, impedindo o livre comercio. Ricardo analisa as ideias de Malthus para sua tese sobre acumulação de capital. Apesar de defenderem o liberalismo econômico, Smith é mais histórico e institucional do que Ricardo que usa um método dedutivo, a preocupação

 principal de Ricardo é tratar o capitalismo para todas as épocas. A teoria econômica tem diferenças históricas. Enquanto Smith tem uma visão filosófica Ricardo enxerga a economia como algo logico e sem moralidades. Ricardo abre espaço para o estudo da economia como ciência, isso reflete na forma como conceitua o objeto de estudo da economia.

Diferenças Smith x Ricardo























Smith Objeto da economia política é a investigação sobre a natureza e as causas da riqueza das nações. Escreve em contexto histórico de  persistência de formas econômicas não capitalistas (ex.  produtores independentes). Começo da Revolução Industrial inglesa, mais otimista. Teoria econômica possui  preocupação filosófica Certeza sobre identidade natural de interesses e harmonia social Acumulação depende de determinadas etapas e condições históricas de crescimento econômico. Fenômenos econômicos são descritos de forma mais concreta/particularista, histórica e indutiva. Ausência de uma teoria da distribuição Ausência de unidade conceitual (segundo Dobb) Teoria do valor era logicamente incompleta Leitura agradável!!



















Ricardo Objetivo principal da economia  política é determinar as leis que regulam a distribuição do produto entre as classes sociais (capitalistas, trabalhadores e  proprietários de terras). Escreve em contexto rigorosamente capitalista (sociedade dividida em três classes). Final da Revolução Industrial inglesa, mais pessimista. Teoria econômica não possui  preocupação filosófica e moral. Incerteza e pessimismo sobre a questão da harmonia de interesses individuais Acumulação depende do movimento a-histórico da taxa de lucro. Sistema econômico é subordinado aos movimentos do capital. Taxa de lucros determina o movimento e o destino histórico do processo capitalista. Fenômenos econômicos são descritos de forma abstrata, científica e dedutiva. Teoria integrada do valor, do lucro e da renda Unidade conceitual (sistemas,

• •

leis) e uso de hipóteses gerais Precisão e abstração matemática Leitura difícil!!

Ricardo abre espaço para enxergar a economia como em um ambiente de concorrência perfeita.  Aula 6.2 –  DAV I D R I CAR DO - Aula 2 –  TEORI A DO VALOR  –  COUTI NH O, Maurício. L ições de economia política clássica. Cap. 5: “Ricardo: um sistema dedutivo completo de Economia  Política”. p. 179-215.

RI CARDO, D avid. Princípios de economia política e tributação. Cap. 1: “Sobre o valor”. Seção 1, p. 43 -47.



Objetivo da economia política:  Ricardo traz para a economia o estudo da distribuição de renda, o objetivo de Ricardo é criar uma ciência que regula a distribuição de renda, ele analisa o aspecto contraditório entre taxa de  juros e renda da terra. Para ele nenhum autor antes dele teria analisando essa distribuição de rendimentos de forma satisfatória.



Objetivo da teoria de valor:  Ele conceitua a economia política com o estudo da distribuição de renda, de antemão para RICARDO as condições são separadas da distribuição de renda (o que difere de Adam Smith) a forma que a riqueza se distribui não e a mesma forma que ela se produz e uma não afeta a outra.

ADAM SMITH Cria duas teorias de valor, uma para analisar o trabalho comandado (capacidade de adquirir novas mercadorias) adam Smith vincula a  produção de valor com o consumo,

RICARDO Para ele por meio da análise de Smith nunca chegaria em uma determinação precisa da relação entre salários, lucros e renda. Ele abandona essa teoria pois a produção

elas estavam unidas. Smith desenvolve uma outra teoria do valor chamada “TEORIA DO SOMATÓRIO DOS RENDIMENTOS”, que diz que em uma mercadoria podemos separar o  preço natural do lucro, do salário e da renda da terra, decompondo o valor da mercadoria em três partes, mas não diz. exatamente como é feita essa divisão. As suas duas teorias se chocavam e com base nessa incoerência Ricardo constrói sua teoria. A nica solução para conciliar as duas teorias de Smith é periodizando as teorias apenas antes do capitalismo. Trabalho comandado •



do valor não pode ser vinculada ao consumo realizado pelos trabalhadores. Não existe igualdade entre valor e salário. Ricardo propõe uma teoria onde a produção de mercadorias está baseada na quantidade de trabalho necessário para produzir (não em quanto de rendimento vai obter pelo trabalho) sua teoria não depende das trocas e sim da produção. Ricardo volta a análise do valor para a produção isso contribui, pois, para estudar a natureza do capitalismo e necessário entender o que se passa na produção.

Trabalho contido ou incorporado

Valor depende do trabalho Valor depende do trabalho comandado dispendido na produção das Valor depende da distribuição mercadorias do produto Valor depende do trabalho Inter-relação valor x contido (mesmo com a existência dos lucros e salários) distribuição Independência entre valor e Variações nos salários, lucros e distribuição renda da terra afetam o valor de troca Variações nos salários, lucros e Leis distintas do valor de troca renda da terra não afetam o conforme o tipo de sociedade valor de troca. Uma única lei de valor, (primitiva ou mercantil). Acumulação de capital e independente da sociedade. Acumulação de capital e propriedade  propriedade fundiária afetam lei do valor. fundiária não afetam o funcionamento da lei de valor  •

















- Smith: na sociedade mercantil (capitalista), as mercadorias não são trocadas segundo a quantidade de trabalho contido nas mercadorias, pois trabalho comandado > trabalho contido.

- Ricardo: na sociedade mercantil (capitalista), as mercadorias são trocadas segundo o trabalho contido, mas apenas parte do produto retorna aos trabalhadores sob a forma de salários. O restante é transformado em lucro ou renda da terra



Teoria do valor por eliminação: consiste em remover tudo que considera secundário antes de produzir sua teoria - Valor de uso não contribui para a teoria do valor Ex: ouro –  água - Valor de troca depende de: escassez (oferta inelástica) –  PARTE ESPECIFICA DE ALGUMAS MERCADORIAS –  Ex. obras de arte O valor das mercadorias é determinado pela quantidade de trabalho necessária para produzi-la, isso compõe a maior parte das mercadorias no universo capitalista, se aumentamos a quantidade de trabalho aumentaremos o valor dessas mercadorias. Esse conjunto de mercadorias estão relacionadas a economia em concorrência perfeita, ou seja, sem poder de mercado. O trabalho empregado na produção é invariável. •

Aumento do trabalho contido  Aumento do valor de troca



Redução do trabalho contido  Redução do valor de troca

Ricardo separa o trabalho incorporado, ou contido, como medida invariável do valor e defende que o trabalho comandado não é uma medida invariável, ele se altera ao longo das épocas, não e possível criar uma teoria bem fundamentada em cima de algo que varia ao longo do tempo, o mesmo acontece com a moeda.

Ideia de teoria: para criar a teoria do valor tem que ser tirado tudo o que se altera (moeda e preço do trabalho –  afetado pelo mercado-), é necessário encontrar algo invariável. Ele busca criar uma teoria relacionada a distribuição de renda. 

Causas na alteração do valor :

1- Quantidade de trabalho aplicado na produção 2- Proporções diferentes do capital fixo, dependendo do setor será usado mais ou menos capital e trabalho. Ex: agricultura (Trabalho > Capital) e Industria (Capital > Trabalho) 

“Efeito curioso”:  quando há diferentes proporções de capital e de trabalho,

isso faz com o que a teoria do valor seja diferente de acordo com as  proporções de capital fixo e de capital variável, Ricardo percebe que ao aumentar a taxa de lucro e a renda da terra for constante é necessário reduzir salários, economicamente nos setores onde o capital fixo é muito e o variável é pouco, as mercadorias vão aumentar de valor e nos setores onde temos pouco capital fixo e muito variável as mercadorias vão reduzir de valor. Para solucionar é necessário a produção de uma mercadoria que serve de referência para todas as outras. o

Se duas mercadorias mudam de valor relativo, qual das duas efetivamente teve seu valor alterado?

o

 Necessidade de uma terceira mercadoria para saber se a variação das duas outras mercadorias.

o

Medida invariável permite referir as alterações do valor relativo entre duas mercadorias a uma única causa (o trabalho dispendido).



Restrições à teoria do valor de Ricardo. o

Para que variação do valor relativo das mercadorias seja igual ao trabalho dispendido exige condições de produção iguais entre diferentes mercadorias.

o

Se condições de produção variam, então não há medida invariável de valor.

o

Teoria Ricardiana do valor só é válida para proporções iguais de capital fixo/capital variável e para capitais com durabilidade idêntica.

o

Crítica de Malthus: análise de Ricardo abarca número limitado de mercadorias, logo teoria do valor como trabalho contido é uma teoria  parcial e não geral.

Capital fixo: não se altera em curto prazo (estrutura e tecnologia) Capital variável: se altera facilmente (mão de obra) 

 Aula 6.3 –  DAV I D R I CAR DO - Aula 3 –  Acumulação

COUTINHO, Maurício. Lições de economia política clássica. Cap. 5: “Ricardo: um sistema dedutivo completo de Economia Política”. De um ponto de vista especifico o debate da renda da terra de Ricardo está

relacionado a lei dos cereais , a legislação protecionista de importação de grãos na Inglaterra e a discussão sobre as relações entre agricultura e indústria, renda da terra e lucros se opondo à forma econômica e política entre proprietários de terras e capitalistas. 

Teoria da renda diferencial da terra

Teoria de Malthus: o

Crescimento populacional >> oferta de alimentos  crise de crescimento

Questão de Ricardo: quais são os efeitos dessa situação sobre a indústria e a taxa de lucros? Há uma maior demanda por alimentos o que gera necessidade de ocupar novas terras o que gera uma renda fundiária (renda da terra) que vai  produzir os lucros, ao reduzir a taxa de lucro da agricultura, reduz a taxa de lucro geral da economia, Ricardo generaliza o processo para toda a economia. •

renda fundiária [determina]  tx lucro da agricultura  tx lucro geral  distribuição de rendimentos

OBS: O lucro é o resultado da dinâmica entre a renda da terra, o que movimenta o sistema econômico é a renda da terra.



Fase inicial: o

Demanda por alimentos é suprida pelo cultivo das terras de maior fertilidade e melhor localização

o

Terras praticamente ilimitadas

o

Inexistência de renda da terra

o

Lucro é todo do capitalista

 Nessa etapa não existe renda da terra e todo lucro gerado por essa economia vai  para a mão dos capitalistas, Ricardo está pensando em um sistema onde há uma separação entre o proprietário de terra (recebe a renda da terra), que nesse momento inicial não recebem a renda da terra, e o agricultor que aluga a terra e investem na agricultura (recebem o lucro)



Fase posterior o

Cultivo das terras menos férteis e mais longínquas

o

Exige maior quantidade de capital para a mesma produção agrícola

o

Redução da taxa de lucro

o

Tx lucro inicial –  Tx lucro atual = origem da renda da terra

o

Cultivo da terra na 2ª fase origina renda diferencial sobre a terra na 1ª fase (ocupação inicial)

o

Ocupação de terras menos férteis  ↓ progressiva da tx lucro e ↑ renda da terra

Como as terras são menos férteis é necessários mais investimentos, isso faz com que a taxa de lucro obtida seja menor, por se investe mais. Para Ricardo é criado

um sistema de diferentes taxas de lucros (terras mais férteis > lucro e terras menos férteis < lucro) , na primeira fase todo lucro é absorvido pelo produtor, enquanto na segunda fase uma parte de lucro vai para o proprietário de terra (a renda da terra)

Resumo: no início tem-se um impulso dado pelos alimentos que leva a ocupação de terras mais férteis, quando acabam as terras férteis passam a ocupar as terras menos férteis, com isso temos a diminuição de rendimentos físicos, com a diminuição da taxa de lucro na agricultura temos a diminuição geral da taxa de lucro econômica, e aumentando a renda da terra. •

↑ Demanda alimentos  ↓ Terras férteis e próximas  ↑ Ocupação lotes menos férteis  ↓ Rendimentos físicos 







↓ Tx lucro na agricultura  ↓ Tx geral de lucros





↑ Renda da terra

Consequências: Ricardo mostra como a renda da terra e os lucros são completamente opostos (antagônicos) no modelo de desenvolvimento econômico, conforme se aumenta a renda da terra os lucros são reduzidos na economia, a ideia de renda da terra é aplicada como sendo uma aplicação surgida entre as diferenças entre a produtividade, e possível generalizar o modelo e citar que os lucros seriam regulados pela  produtividade da pior máquina.

Detalhe: Ricardo sempre parte do mais especifico para o mais geral, isso acontece também com a taxa de lucro, para ele pelo processo de concorrência,  para que realize todos os investimentos é necessária uma rentabilidade mínima no setor menos produtivo.





Tx lucro pior terra  tx lucro agricultura  tx lucro geral

Solução para redução de taxas de lucro:

o

Defesa do livre-comércio (importação e exportação) de cereais

o

Redução dos salários e aumento da produtividade não são considerados por Ricardo.

o

Ricardo é contra a Lei dos Cereais e a favor do livre comercio,

pois assim estaria em um modelo para mudar a produtividade agrícola. Além disso temos 3 condições (renda da terra, lucro e salários) com a redução dos salários as taxas de lucros voltar a crescer, mas a redução passa a ser inviável pois esses salários são apenas para subsistências. 

Salários: o

Salários permanecem no nível de subsistência

o

Variam em função das oportunidades de emprego e da oferta  populacional

o

Ajuste final depende do nível de subsistência

o

Se preço dos alimentos aumenta  exige aumento dos salários  reduz proporção dos lucros

o

Mais uma vez determinação fica a cargo das condições agrícolas

Para o Ricardo a renda da terra é o motor principal, na sua visão se a população crescesse muito e o salário não acompanha as pessoas vão morrer e isso reduz a oferta de mão de obra, por outro lado se o salário cresce mais do que a população a população vai aumentar e isso reduz o salário. Na interpretação de Ricardo o

salário fica uma constante, o que varia é a renda da terra e o lucro. Para Marx os três estão variando mesmo a renda da terra variando menos.



Legado de Ricardo

Cria uma análise de longo prazo o que é muito importante, mas ao mesmo tempo ele deixa de lado as flutuações de curto prazo que também afetam a economia. Ricardo cria para a economia esse modelo abstrato e dedutivo, criando uma nova forma de pensar na economia, a economia vira uma lógica. Ricardo ao fazer a análise da renda da terra dá início ao que chamamos de analise marginalista,  pensando em acréscimos adicionais (a margem), ele está na origem do desenvolvimento posterior de Marx e da teoria da classe. Ele cria a teoria dos rendimentos decrescentes, e traz a questão da análise da concorrência como  ponto central de estudo na economia, ele aplica a questão da concorrência para diferenciar os preços de mercado dos preços normais, e os seus respectivos lucros. Smith enfatiza a importância da concorrência, mas como analise Ricardo mostra de forma mais clara. PROVA 2: AULA 7 ATÉ AULA 10.



 Aula 7.1 –  KAR L MAR X - Aula 1

DOBB, Maurice. Teorias do valor e distribuição desde Adam Smith. MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. Marx vive em um sistema político novo onde objetiva-se a igualdade (1818  –  1883) vive em época de revolução burguesa, onde há a divisão dos grupos (trabalhadores e burguesia) fim do antigo regime e em  pensamento influenciado por vários ideais. Coloca em questão a liberdade e a igualdade e se seria possível a existência de liberdade e igualdade em sistemas capitalistas, procura desmontar a ilusão da burguesia. 

1ª fase: formação inicial.

Período onde ele está na Alemanha e está completamente absorvido pelo pensamento alemão, Marx começa seus estudos sobre o direito, mas estuda filosofia e história para complementar seus estudos, faz a crítica a filosofia dos direitos do rei. De forma geral a ideia de Hegel (mais avançado em economia política) é que a sociedade se evolui em direção a uma sociedade mais racionalizada. Marx se aproxima da economia pois enxerga a economia como núcleo da sociedade civil, para entender a sociedade civil é necessário entender a sociedade econômica. Essa primeira fase está muito carregada com filosofia e é inicialmente deixada de lado no estudo do autor. 

2ª fase: preparação para a escrita d’O Capital

Marx é expulso de vários países pois é extremamente radical, primeiramente vai para França, vai  para Bélgica e para Londres, em 1848 acontecem revoluções por volta de toda Europa, nessa época Marx e Engels escrevem o  Manifesto Comunista. Observa as transformações na economia de Londres e tem boa

parte de sua obra sobre o capital financeiro  e mantem contato com essa realidade que não tinha na Alemanha. Marx estuda história e economia e passa a possuir um amplo conhecimento econômico.

Teorias sobre a mais valia: conjunto de escritos de Marx , 

3 fase:

1867 –  1 volume: O Capital (Marx Vivo) 1885 –  2 volume: 1894 –  3 Volume: organizado por Engels.

Objetivos: critica a liberdade e igualdade no capitalismo, até onde a liberdade afeta a igualdade e onde a igualdade limita a liberdade, por meio de análise histórica, o objetivo principal de sua obra “ O capital” e mostrar as tendências centrais da economia capitalista e verificar as contradições e conflitos existentes no capitalismo. Para Schumpeter, Marx é o último dos economistas clássicos e o fundador da nova economia  política. Marx estuda a economia e procura saber os limites dessa forma economia, faz isso por meio da inserção da economia política clássica na economia política nova, critica a ideia de Ricardo de se criar uma economia para todas as épocas pois isso só é valido na economia capitalista moderna. * critica da igualdade e da liberdade no capitalismo * mostra a especificidade histórica do modo de produção capitalista (MPK) e apontar as tendências do funcionamento desse modo de produção. * Refundar criticamente a economia política. •



Sentido mais comum: crítica ao pensamento econômico burguês Sentido mais específico: apontar os limites desse pensamento, propondo uma linguagem ciente da especificidade e historicidade do MPK (ex.: crítica da Razão Pura de Kant).

Apropriação crítica: Marx se apropria do pensamento criado pela burguesia que é simultaneamente revolucionário (em método) e conservadores (em sua visão de mundo).  

Economia política inglesa (Ricardo) Método dialético hegeliano. o Transição das instituições humanas frente as contradições, para Hegel a transformação da sociedade está sempre ocorrendo para ele nada é definitivo.

Sobre esse método Marx define a sociedade como transitória e a economia está sempre em transformação e critica a teoria de Ricardo apenas como uma parte histórica da economia. Para Marx o que move a história são os interesses materiais, Marx e Hegel criticam o idealismo.

Dialética Materialista:









Recusa do Idealismo: realidade material como base para análise (por oposição ao Espírito e a Ideia de Hegel). Realidade concreta não é a realização do Espírito, do pensamento (Hegel), mas a consciência é a percepção do mundo concreto (Marx/Engels).  Não é a consciência que determina o ser, mas o contrário, o ser determina a consciência. Recusa ao materialismo restrito: homens são produtos de circunstancias, mas é possível modificar através da consciência, para Marx ao apoiar as práticas revolucionarias ele acredita que é necessário interpretar e pensar para mudar o mundo. Recusa a postura contemplativa da filosofia:  busca do mundo concreto e prática para alcançar a verdade objetiva das coisas Recusa da ideia naturalizada de indivíduo humano: o indivíduo isolado e atemporal não existe, mas apenas o conjunto de relações sociais e históricas. Indivíduo isolado é uma invenção moderna O trabalho de Marx é situar historicamente o que a economia clássica liberal acredita ser eterna. Desnaturalizando as categorias de análise econômica.

Conceito de modo de produção:  Na opinião de Marx a ideia de modo de produção permite articular a economia com as outras esferas de existências e a economia e o núcleo central dos modos de produção. A ideia de modo de produção articula as conexões econômicas com a relações de superestrutura, relações políticas culturais e ideológicas. Na visão de Marx essa ideia de modo de produção depende do técnico e das relações essenciais entre capital e trabalho.

Método dialético no Capital (Kosik): O capital não é uma obra meramente econômica pois para Marx a economia está entrelaçada com a sociologia, h istória e a filosofia. Na totalidade “O Capital” não deseja conhecer todos os aspectos da realidade e nem oferecer um quadro total da realidade em seus aspectos, Marx retira os elementos idealistas da ideia de totalidade e transforma em uma dialética materialista, pois está  preocupado unicamente com a realidade. A teoria materialista o “todo social é formado pela estrutura economia, e é ela que cria as conexões da vida social. “ O Capital é descrição da economia moderna, mas também representa a totalidade que ordena todos os

fatores econômicos, sociais, políticos, jurídicos e culturais do modo de produção capitalista. No mundo moderno, economia é o núcleo estruturante da realidade humana Marx parte do abstrato para o concreto não deve ser o ponto de partida, mas o resultado das determinações abstratas.



 Aula 7.2 –  KAR L MAR X - Aula 2

DOBB, Maurice. Teorias do valor e distribuição desde Adam Smith. 

Ricardo na visão de Marx. o

Contribui para uma abordagem científica da análise econômica.

o

Consegue elaborar uma visão teórica uniforme e completa dos fundamentos gerais do sistema capitalista.

o

Descobre as contradições econômicas entre as classes, expondo as origens dos conflitos em sua análise.

Para Marx, Ricardo e os outros economistas clássicos consideram o modo de produção capitalista (MPK) como algo eterno e natural, não aprofunda a questão da especificidade do capitalismo. Logo, tarefa da crítica da economia política é delimitar a especificidade histórico do MPK.

1. Mercadoria como ponto de partida •

Antes do MPK (economia antiga, feudalismo, escravismo) •

Apropriação do excedente é realizada de forma coercitiva e/ou via mecanismos que não são de mercado.





Uso de formas políticas, jurídicas, legais e/ou militares de extração do excedente.

MPK •



Liberdade: apropriação do excedente é realizada de forma livre (sem coerção). Igualdade: trocas entre equivalentes, ou seja, trocas são realizadas por seus valores naturais.

Economia vulgar transforma toda economia de troca em economia capitalista, marxismo deve apontar a especificidade do MPK. Quais são os pressupostos para a criação do MPK? •



Difusão da economia mercantil Difusão de uma economia monetária

Predomínio do trabalho assalariado: venda livre da força de trabalho. Era o aspecto principal para Marx. •

MPK depende inicialmente de uma economia voltada exclusivamente para a produção de valor de troca, ou seja, de uma economia mercantil.



Mercadoria como forma concreta do produto do trabalho, concreto econômico mais simples, forma celular das relações fundamentais do MPK (Kosik).

É o ponto de partida abstrato para o conhecimento da totalidade desenvolvida do MPK (Kosik) Mercadoria como forma concreta do produto do trabalho, concreto econômico mais simples, forma celular das relações fundamentais do MPK (Kosik). É o ponto de partida abstrato para o conhecimento da totalidade desenvolvida do MPK (Kosik).

2. Economia monetária •





Moeda como facilitador das trocas, meio de pagamento, padrão de valor e forma equivalente geral. Moeda permite completar o circuito de intercâmbio das mercadorias: M –  D –  M. Assim como Ricardo, Marx vê a moeda metálica como uma mercadoria qualquer que pode ser relacionada ao valor gerado na produção dos metais preciosos.

3. Trabalho assalariado •

Economia mercantil e monetária não é suficiente para caracterizar o MPK. Não há, por ex., MPK na antiguidade ou na Idade Média pois as relações de trabalho não são de trabalho livre.



Para existir trabalho assalariado, deve haver: •

Força de trabalho despojada de terras e de outros meios de produção (processo do cercamentos na Inglaterra).







Subsistência do proletariado depende da venda da força de trabalho em troca de um salário. Relações contratuais de trabalho são livres.

Força de trabalho deve ser uma mercadoria vendida em um mercado segundo as leis de concorrência.

Distinções de Marx. •

1ª Distinção •



Atividade de produção: contribui para a produção do excedente Atividade de apropriação (ou exploração): não contribui para a atividade produtiva e não  participa do processo produtivo em si.





Obs.: lembra distinção de Ricardo entre produção e distribuição.

2ª Distinção •





Esfera de produção : onde o trabalho produz as mercadorias. (Mais valia) Esfera de circulação: onde as trocas são realizadas. (Não produz mais valia) Assim como Ricardo separa produção e distribuição, Marx separa produção e circulação em sua análise.



3ª Distinção •

Trabalho: •





Produz o produto total Gera o tempo de trabalho total gasto na produção.

Força de trabalho •

Definição de Marx: “agregado das capacidades físicas e mentais de um ser humano, que este põe em ação sempre que produz um valor de uso de qualquer espécie” (Marx apud  Dobb, Teorias, p. 192).









Produz o produto total, mas é pago parcialmente. Exige o tempo de trabalho necessário para pagar a força de trabalho.

MPK depende da existência de dois circuitos  Na esfera de circulação: ...M-D-M-D... •





Representa a economia monetária e mercantil de forma geral Apenas gera a troca de mercadorias por dinheiro  No capitalismo puro (concorrencial), não há ganhos nessa esfera



 Na esfera da produção: D-M-D’ •



Representa a especificidade do MPK Ganho da mais-valia é realizado na esfera da produção

Mais valia: O trabalhador produz valores maior do que o seu salário, esse excedente vai pra mão do capitalista. ( D’ = D + $D) onde o D é o custo com meios de produção e força de trabalho e $D é a mais valia, quanto mais o capitalista investe maior é a sua mais valia. De acordo com Marx é a mais valia que  produz o desenvolvimento do modo de produção capitalista. Para Marx o valor é produzido pelo trabalhador.



Crítica da igualdade e liberdade o

O que é aparência e o que é a essência no capitalismo? Crítica para ser radical precisa ir na essência das coisas e das relações sociais.

o

o

Esfera de troca/circulação: 

Igualdade entre capital e trabalho



Liberdade absoluta para vender força de trabalho.



Relação contratual  justa.



Superfície/aparência das relações econômicas.

Esfera da produção: 

Desigualdade entre capital e trabalho.



Exploração e obtenção da mais-valia.



Essência das relações econômicas.



Sociedade e economia burguesas oferecem apenas uma aparência de liberdade e igualdade, ocultando a desigualdade e o autoritarismo das relações sociais sob o modo de produção capitalista.

Evolução da taxa de mais-valia depende da relação entre o produto gerado pela força de trabalho total x força de trabalho necessária para a produção de subsistência da própria força de trabalho. Taxa de mais-valia é resultado de determinadas condições históricas e institucionais, expressando a estrutura de repartição dos rendimentos. Logo, salário de subsistência não é determinado em um sentido físico, mas histórico e social.

Elevação da taxa de mais-valia

o

Aumento da mais-valia absoluta: elevação do tempo de trabalho excedente com relação ao tempo de trabalho necessário para o pagamento da força de trabalho. Importante no século XIX. Aumento da jornada de trabalho, para o trabalhador produzir uma mais valia maior

o

Aumento da mais-valia relativa: redução do tempo de trabalho total pela elevação da  produtividade no setor de produção dos bens de subsistência (= reduz tempo de trabalho necessário para o pagamento da força de trabalho). Intensificação do trabalho: impor metas de trabalho para o trabalhados cobrir o seu salário em um menor período de tempo produzindo uma maior mais valia. Ex:. Cumprimento de metas.



 Aula 7.3 –  KAR L MAR X - Aula 3

DOBB, Maurice. Teorias do valor e distribuição desde Adam Smith. MARX, Karl. O Capital: crítica da economia política. São Paulo: Ed.  Nova Cultural, 1996.





Marx se preocupa em explicar o que leva o capitalismo a crescer, o capitalismo não e feito para ser um sistema continuo, mas para buscar cada vez mais acumulação de riqueza (transformação da mais valia em capital), quando se cria esse sistema a moeda deixa de servir como meio de troca e se torna meio de valorização do capital e meio de gerar mais riqueza, nessa visão e errado guarda dinheiro e não investir (tio Patinhas anti-capitalista por não cria a mais valia apenas tem riqueza acumulada)  para Marx esse processo de crescimento contínuo da mais valia e da acumulação de capital gera duas tendências Concentração de capital: relação capital  –  trabalho o Decorrente da busca da mais valia relativa temos o aumento da produtividade, esse processo cria uma concentração crescente dos meios de produção nas mãos do capitalista aumentando a capacidade de explorar os trabalhadores.

o

Resultado: a acumulação e impulsionada pela competição entre os próprios capitalistas, mudanças na composição técnica do capital, ou seja, uma porção da economia cada vez mais voltada ao capital fixo e aumenta também a proporção do capital empregado nas maquinas em relação ao empregado nos salários. Conforme o capitalismo aumenta seu poder sobre o trabalhador, cria-se as bases de destruição do capitalismo pois a economia cada vez depende menos do trabalho vivo, o trabalho da máquina não cria valor na visão de Marx. A máquina  para Marx ajuda a criar a mais valia relativa, mas quem cria a mais valia é o trabalhador.

o

Consequência: maior poder do capital sobre o trabalho: ``concentração crescente dos meios de produção e do comando sobre o trabalho``.



Centralização do capital: relação entre os capitalistas Centralização do capital São as relações entre os capitalistas, essas disputas passam pelo aumento da produtividade e  pelas questões tecnológicas para aumentar sua mais valia e eliminar as concorrências, para investir em tecnologia e necessário ter mais capital, isso cria uma diferenciação entre os capitalistas. Cria-se um processo de centralização do capital favorecendo as grandes empresas  pois elas conseguem realizar esses grandes investimentos. Marx diz que esse sistema favorece as  bases da civilização e fortalece as relações capitalistas. A contradição do capitalismo consiste no  processo de concorrência e o seu oposto: o monopólio.

LIMITES A ACUMULAÇÃO DE CAPITAL: 1.Contraria Ricardo e Maltos, para ele o problema do capitalismo não tem origem na população, o crescimento do capitalismo gera massa de pessoas desempregadas pois a troca do homem pela máquina. 2. Lei da queda tendencial da taxa de lucro:  para Marx conforme aumenta o capital constante ele será maior do que o capital variável, essa redução da taxa de lucro na mais valia pode-se evitar por algumas medidas: reduzir valor das mercadorias que compõe o salário; diminuir o custo das maquinas

3. Miséria crescente da classe operária: Os trabalhadores ficam cada vez mais pobres, a massa de desempregados sujeita os trabalhadores a degradação social e a insegurança. Fase inicial da industrialização.  Nessa visão tem se um empobrecimento e desemprego crescente.



 Aula 8.1 –  Neoclássicos - Aula 1

DEANE, Phyllis. A evolução das ideias econômicas. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. 

Contexto: o

o

Década de 1850/60: consenso no pensamento econômico britânico, predomínio das ideias de Smith e Ricardo, defesa do comércio internacional e orientação do livre mercado.  Na economia política clássica temos algumas rachaduras 

Teoria do valor baseada no valor de uso, Nassau Senior começa a trabalhar a noção de utilidade



Uso da explicação matemática (Jevons 1862)



Começa a utilização da matemática para tentar explicar o comportamento econômico de maximização da satisfação, tentar calcular a subjetividade do homem.

Surge paralelamente e de forma independente em diversos países os paradigmas da teoria econômica o Propõe uma nova forma de encarar a economia, a escola neoclássica é uma outra abordagem que mantem de continuidade do pensamento clássico o ideal liberal, mas a escola neoclássica lida com isso de uma outra forma. o Com essa transformação passa a ter outros objetos na economia e coisas que antes era considerada importantes são deixadas de lado, o neoliberalismo busca o liberalismo econômico. PRINCIPAIS TEÓRICOS o Inglaterra: Stanley Jevons  (1871): teoria da matemática na econômica , desenvolve a análise da utilidade marginal no sistema ricardiano. Ele traz para economia a ideia de que é  possível mensurar aspectos psicológicos e subjetivos. o Áustria: Karl Menger (1871) : cria uma nova teoria do valor que não está mais baseada na teoria do valor do trabalho mas em uma ideia subjetiva, valor é o que se considera útil, ao realizar essa atividade de avaliação cada um considera a utilidade de uma forma diferente. “Teoria subjetiva do valor dependente da utilidade marginal para a determinação da o



troca de bens. ”

Suíça –  Léon Walras (1874): análise da utilidade marginal em termos matemáticos. ECONOMIA PURA E ABSTRATA. o Economia como ciência e não como política, inspirados na física de Newton e o termo economia política é substituído pelo termo Economics, os neoclássicos tinham o ideal de que a economia poderia ser neutra e sem juízo de valor, era apenas instrumental e com valor para desenvolvimento técnico da economia. o Se torna uma faculdade importante nos países centrais, passa a ser profissionalizada e varia de acordo com capital, o Ideal de economia neutra e sem influencia ideológica, mas claramente sofre-se influencias em analises de obras. o De forma geral eles propõe a economia neoclássica, uma economia abstrata e livre de qualquer mecanismo ideológico. NOVO MÉTODO o





Baseados na física e trazem para a economia a ideia de equilíbrio  como ideia central, a ideia que está por traz da economia neoclássica e que se tirar os obstáculos do governo e que impedem a economia a economia acontecera o autocontrole do mercado Inspiraçao em Marshall: não se inspira na física de newton e sim na de Darwin, pois se o inspira na seleção natural para ele a economia ocorre por meio de uma evolução continua. o Inspiraçao em Jevons: emprega técnicas analíticas e mecânicas, com isso se consegue aumentar a precisão que não era atingida pela escola clássica em um método simples. Os neoclássicos levam o método do Ricardo ao extremo, não tem o papel da história pois não há ideia de transformação da economia, a partir de do final de 70 que se tem a importância das instituições na teoria neoclássicas Teoria geral e atemporal, aplicável a todos os mercados, sem considerar o papel da história e o das instituições. o Modelos dedutivos predominam sobre realismo do mundo concreto. o Maior generalidade, eficiência e simplicidade da teoria neoclássica sobre o método da economia política clássica. o Generaliza o uso da matemática o Ignora a questão da moralidade, abandono das preocupações da economia clássica o Demonstração matemática das condições de equilíbrio do mercado: sistema de equações mutuamente dependentes, relacionando preços e quantidades, e necessário determinar todos os preços para montar um conjunto de equações por meio da álgebra linear. NOVO OBJETO Economia como estudo da alocação mais eficiente de recursos concorrentes de meios o escassos com fins alternativos. o A economia neoclássica tem um novo método e um novo objeto para o estudo da economia, tendo economia como “alocação eficiente de recursos escassos” preocupação não com as finalidades, mas sim com os meios de utilização, o problema dessa definição e que se deixa a questão de por que os recursos são escassos fora de análise. o Mercado em sentido restrito torna-se o foco principal da análise econômica, restringindo escopo da economia política clássica. o  Nova orientação dos problemas da teoria econômica. o Questões relacionadas ao valor (trabalho) e à distribuição deixam de ser a problemática central da teoria econômica. o Problemas de alocação de recursos escassos tornam-se as questões fundamentais da teoria econômica em detrimento de outras questões (bem-estar, distribuição de renda, crescimento e desenvolvimento econômico etc.). o O objeto de estudo da economia é o Mercado que age de acordo com a oferta e a demanda e todo o resto é derivado das relações entre oferta, demanda e mercado, como consequência outras questões são deixadas de lado, como por exemplo questão de distribuição de renda e de crescimento econômico o A teoria do valor do trabalho é dispensada Tradição clássica e marxista Escola neoclássica o o o o Análise dos grupos econômicos. Análise individualista (Capitalistas, produtores, proprietários de (consumidores e firmas). o terra) Primazia da teoria do preço. o o Distribuição de renda entre as Abordagem de curto prazo. o classes sociais. Longo prazo fica em segundo o Primazia da teoria do valor.  plano. o o Dinâmica de longo prazo. Maior rigor lógico. o o Maior realismo. Teoria atemporal e universal o o Teoria situada historicamente O que importa é o preço, o valor (marxismo). esta relacionado aos preços estabelecidos o



NOVOS PRESSUPOSTOS 

 

Muda-se completamente a forma de pensar a economia, para isso temos novos pressupostos, são eles: o Concorrência Perfeita o Comportamento atomístico dos agentes (presivível) o Racionalidade dos agentes (racional) Conclusão: concorrência perfeita leva á alocação ótima de recursos. A concorrência é onde se vende e todos utilizam os recursos da melhor forma possível, a teoria neoclássica cria um novo objeto, novo método, e novos pressupostos e integra essa teoria de forma cientifica e articulada, por meio da análise de mercado e das curvas de oferta e de demanda.

NOVA INTEGRAÇÃO: 

 







Integração de todo o sistema econômico sob a ideia de oferta e demanda. Mercado como instrumento de integração. Questões antes separadas foram unificadas e tratadas com apenas um único método. Essa interdependência total era obtida pela utilização intensiva do método matemático, revelando novas regularidades e interconexões. Sistema de forças opostas baseado nas variações dos preços e quantidades na demanda e na oferta. Teoria integrada do valor de uso e do valor de troca. Preço de mercado era determinado matematicamente pela intersecção das curvas de oferta e demanda (invenção de Marshall). Análise diversa à visão fragmentada, vaga e filosófica da economia política clássica. Resultado: precisão quantitativa superior à teoria econômica clássica.



 Aula 8.2 –  Neoclássicos - Aula 2

DEANE, Phyllis. A evolução das ideias econômicas. Rio de Janeiro: Zahar, 1980. 



Problemas da teoria clássica: a teoria clássica não explicava as variações do valor, na teoria clássica inexistia mercadoria que não dependesse de seus custos de produção; como solução os neoclássicos criaram uma nova análise econômica baseadas em um novo método (baseado na física e na ideia de equilíbrio generalizando o uso da matemática com eficiência e simplicidade), analisando um novo objeto (economia como estudo da alocação mais eficiente de recursos concorrentes de meios escassos com fins alternativos) por meio de novos pressupostos (Concorrência Perfeita; Comportamento atomístico dos agentes; Racionalidade dos agentes)  permitindo uma nova integração (Integração de todo o sistema econômico sob a ideia de oferta e demanda. Mercado como instrumento de integração). Os teóricos neoclássicos abandonam a busca  por um padrão absoluto ou focado em valor, o importante para os neoclássicos é como os preços seriam determinados no processo competitivo de mercado. Solução de Jevons: o

Explica valor como uma relação e não como uma coisa.

o

Deslocamento da preocupação com o valor para a preocupação com a troca.

o

Mudança da preocupação com o preço natural para o preço de mercado.

o

Valor depende inteiramente da utilidade marginal.

o

Custo de produção determina oferta que determina o grau final de utilidade. Esta, por sua vez, determina o valor.



Solução de Walras: o

Define sistema de equilíbrio geral para toda a economia.

o

Conjunto global de equações simultâneas que permitia calcular todos os preços e quantidades desconhecidos dos bens.



o

Modelo matemático rigoroso e formal.

o

Defeitos: 

Excesso de formalismo e abstração



Irrealismo



Modelo abstrai o tempo

Solução de Marshall o

Marshall propõe meio termo entre a economia política clássica e a teoria clássica. 

Teoria clássica: ênfase na oferta (custos de produção).



Teoria neoclássica: ênfase na demanda (utilidade marginal).

o

Total interdependência entre oferta (custo de produção) e demanda (utilidade, valor de uso).

o

Teoria da oferta baseada na produtividade marginal.

o

Teoria da demanda baseada na utilidade marginal.

o

Método do equilíbrio parcial (diferente de Walras, que é equilíbrio geral).

o

Grande preocupação com o tempo (distinção entre curto prazo e longo prazo ).



Demanda: CLÁSSICOS * Preferencias Rígidas * Demanda por bens de subsistências

NEOCLÁSSICOS * Preferencias diferentes * Análise das variações de preços e quantidades demandadas (elasticidade) *Curvas de oferta e demanda por meio das

curvas individuais dos consumidores 

Oferta: •





CLÁSSICOS Preocupação com a produção de mercadorias. Ideia de rendimentos decrescentes aplicável apenas à dinâmica dos lucros x renda da terra. Primazia do trabalho na explicação dos custos.













NEOCLÁSSICOS Preocupação maior com a satisfação dos agentes. Abandono da distinção entre trabalho produtivo e improdutivo. Produtores sofriam desutilidades crescentes com a oferta dos seus serviços (generalização da lei dos rendimentos decrescentes). Explicação geral dos sacrifícios na oferta dos serviços produtivos. Curva de oferta obtida pela agregação das ofertas individuais das firmas.

Teoria da distribuição o

Classificação dos fatores produtivos: terra, capital e trabalho.

o

Ressalta a contribuição produtiva de vários fatores.

o

Trabalho é a remuneração pelo esforço humano. Visão subjetiva do trabalho humano.

o

Capital é a remuneração pela espera (sacrifício do consumo presente em favor de ganhos futuros).

o

Desaparecimento da ideia de lucro como apresentada pela teoria clássica e marxista.

o

Salários para atividade de gerência e juros compõem os lucros na teoria neoclássica. Neoclássicos consideram o “trabalho” do capitalista.

o

Ataque à ideia marxista de exploração, pois capital passa a ser visto de forma  produtiva, como capaz de criar valor.



Ganhos com a teoria neoclássica: o

Desviou atenção do problema insolúvel e metafísico da teoria do valor trabalho .

o

Maior precisão e consistência com a utilização das técnicas marginalistas .

o

Simplicidade:

o

Utilidade marginal para explicar comportamento do consumidor.

o

Produtividade marginal para explicar produção e distribuição dos rendimentos de cada agente econômico.



Perdas com a teoria neoclássica: o

Falsa ideia da neutralidade política da teoria econômica.

o

Restrição dos problemas econômicos que eram considerados válidos.

o

Distribuição de renda era considerada como algo dado e natural.

o

Pressuposto de que com funcionamento competitivo dos mercados, seria possível obter: 

Distribuição ótima dos recursos e da renda.



Pleno emprego dos recursos (= ausência de desemprego).



 Aula 9 –  Shumpeter - Aula 1

COSTA, Achyles Barcelos da. O desenvolvimento econômico na visão de Joseph Schumpeter. Cadernos IHU Idéias, São Leopoldo, v. 5, n. 47, p. 116, 2006. Shumpeter: o desenvolvimento econômico e promovido pela inovação, preocupa em descobrir o motor do capitalismo. •

Obras principais: •









Teoria do desenvolvimento econômico (1911) Ciclos econômicos (1939) Capitalismo, socialismo e democracia (1942) História da análise econômica (1954)

Fluxo circular –  Situação inicial  Nesse primeiro momento Shumpeter parte de um modelo capitalista com propriedades privadas, concorrência perfeita e pressupõe que não existe incertezas com relação ao futuro, os agentes econômicos atuam de forma de que sempre tem conhecimento do que vai acontecer, a vida econômica é sempre a mesma, nessa economia a preocupação principal e analisar oferta e demanda e conseguir o equilíbrio da quantidade e preço, pode-se ter pequenas modificações mas essas modificações não alteram o sistema econômicos, são modificações muito lentas, são elas (pequena alteração da produtividade, melhora dos processos de trabalho, tecnologias, adaptação)

o

o o

o o o o o o

Pressupostos do modelo inicial: propriedade privada, livre empresa, concorrência pura e livre, ausência de incerteza quanto ao futuro. Vida econômica lenta e monótona. Sistema produtivo rotineiro e auto reprodutivo. Preocupação principal do “fluxo circular” é igualar oferta e demanda dos preços e quantidades dos bens. Equilíbrio estático ou lentamente mutável: Incrementos na produtividade. Aperfeiçoamentos do processo de trabalho. Mudanças tecnológicas contínuas e graduais. Agentes econômicos adaptam-se ao ambiente. Sucessão adaptativa dos agentes às ocorrências de ordem econômica que agem sobre eles.

 Nessa economia tem se duas características importantes, como não tem mudanças significativas tudo ocorre de maneira previsível e pode dizer que o que aconteceu antes são as mesmas do futuro, um processo econômico de rotina e sem transformações; Para Shumpeter as alterações na economia são pequenas como  por exemplo o aumento do nível de consumo, a forma de produção tecnológica, mas todas modificações são marginais e pequenas de forma que não afetam o sistema econômico. Dessa forma dinheiro e credito tem apenas a função de meio circulante, facilitando as trocas, dinheiro é só meio de pagamento. As alterações n são quantitativas e previsíveis e isso tem como resultado a falta de desenvolvimento, tem-se crescimento econômico mas não um crescimento e evolução do capitalismo. Como a teoria neoclássica está baseada na análise dos equilíbrios, a teoria de Shumpeter faz a análise dos desequilíbrios. Shumpeter explica o que caracterizaria o pensamento econômico, o termo desenvolvimento econômico é utilizado pela primeira vez  por ele.



Modelo inspirado na interpretação do equilíbrio geral de Walras e do equilíbrio parcial de Marshall ( Natura non facit saltum: a natureza não se desenvolve pulando etapas).



Aproximação com a física e a estática.



Tempo previsível. Negócios anteriores determinam negócios posteriores.









 Não há modificações dos parâmetros do modelo. Mudanças na população, nível de consumo, preferências dos consumidores, poupança e investimento são contínuas ou friccionais. Suas alterações não afetam o sistema. Dinheiro e crédito apenas facilitam as trocas, atuando como numerário. Dinheiro é apenas um “véu monetário” e crédito apenas substitui o dinheiro como meio de pagamento. Não há entesouramento. Alterações são quantitativas, contínuas e previsíveis.

Resultado: equilíbrio ou situação estacionária, sem desenvolvimento econômico

Desenvolvimento econômico  Necessita-se de uma teoria economia que levanta uma economia em movimento e não a teoria estática, Shumpeter diz que o capitalismo tem uma capacidade de se transformar, se o desenvolvimento e baseado nas rupturas, a ideia de que a economia é previsível é jogada fora, não tem mais a ideia de que os negócios anteriores vao ser fundamentais para a determinação dos negócios futuros, quebra-se essa relação de continuidade gerando um elemento fundamental para a historia do capitalismo que é a INCERTEZA. Quando isso ocorre não existe mais a possibilidade de transformações quantitativas, mas se transforma toda a forma de produção das mercadorias (qualitativa). Shumpeter pensa uma teoria economia muito complexa que viabiliza a construção de modelos matemáticos. Com a falta dessa adaptação dos agentes econômicos surge os momentos de INOVAÇÃO, alterando os parâmetros do sistema. Shumpeter faz uma análise mais  biológica da economia (seleção das espécies), no desenvolvimento econômico não é possível prever quando vai haver rupturas. Para Shumpeter a teoria neoclássica e insuficiente para explicar a economia moderna, ele  procura criar um instrumental mais adequando para explicar o capitalismo,

Shumpeter: defensor do capitalismo, mas não vai pela análise do equilíbrio nem pela analise liberal. •





















Ruptura e descontinuidades caracterizam o desenvolvimento econômico. Fluxo circular é sistematicamente rompido pela capacidade de transformação própria da máquina capitalista, impulsionando a expansão econômica.  Negócios anteriores não determinam os negócios posteriores. Transformações deixam de ser quantitativas para serem qualitativas. Adaptações dão lugar às inovações, alteram os parâmetros do sistema.  Não conhece equilíbrio e situação estacionária. Alterações são qualitativas, descontínuas e imprevisíveis. Aproximação com a biologia e a história: evolução histórica, variedade e seleção das firmas (“espécies”). Tempo é imprevisível: não é possível saber ex-ante (de antemão) quando o telefone ou o chip seriam inventados. “Adicione sucessivamente quantas carruagens quiser, com isso nunca terá uma estrada de ferro” (Schumpeter). Teoria neoclássica de equilíbrio é incapaz de descrever de forma realista o capitalismo.

Origem das inovações A inovação é o que faz o capitalismo girar e se manter vivo, e essa e uma característica do capitalismo que vai alterações qualitativas, essas inovações são geradas de acordo com o marketing como resposta as demandas dos consumidores, para Shumpeter os consumidores na verdade são controlados pelas empresa, as inovações surgem no lado da oferta, a origem das inovações está nas grandes empresas quem tem capacidade e capital para realizar grandes investimento e realizar inovações. •









Inovação é uma nova combinação dos recursos econômicos ou uma mudança das funções de  produção. “Impulso fundamental que aciona e mantém em movimento a máquina capitalista”. A origem das inovações não está nos consumidores que se adaptam aos movimentos econômicos. Consumidores são educados pelos produtores, são ensinados a querer coisas novas. Produtor é quem inicia a mudança econômica.

Ideia de destruição criadora Para Shumpeter o capitalismo e dinâmico e gera inovação de forma auto construtivo, o capitalismo tem uma capacidade de criação de inovação, esse processo leva a uma transformação incessante do capitalismo sempre inova e descarta o anterior. Isso gera um processo de destruição criadora. As previsões de Marx não deram certo, a vida dos trabalhadores melhorou (para Shumpeter o trabalhador melhorou de vida e isso foi  possível por meio das inovações das grandes empresas que começaram a produzir em grande escala), O capitalismo destrói as empresas menos produtivas e seleciona as melhores que vão elevar o nível de vida da  população por meio da inovação. O problema do capitalismo para Shumpeter não é o conflito entre capital e

trabalho, mas sim quando as grandes empresas deixam de realizar as inovações necessárias para o

desenvolvimento do capitalismo, o processo de burocratização ameaça a grande empresa e se ela não produz inovação o capitalismo não desenvolve. Shumpeter defende a GRANDE EMPRESA pois são as únicas capazes de transformar a economia por meio de inovação. Problema de Shumpeter: não ve inovação no sistema financeiro e nas formas de geração de riqueza fictícias. •



O desenvolvimento econômico por meio de inovações é um fenômeno interno/endógeno ao sistema capitalista. Segundo Schumpeter, o processo de inovação é um “processo de mutação industrial (...) que incessantemente revoluciona a estrutura econômica desde o seu interior, destruindo incessantemente a antiga, criando incessantemente uma nova. Esse processo de destruição criadora é o fato essencial a respeito do capitalismo”.

Tipos de inovações •

Introdução de um novo bem ou produto. •



Introdução de um novo método de produção •



Ex-colônias, China

 Nova fonte de matérias-primas ou de produtos semi-manufaturados •



Fordismo, taylorismo, toyotismo

Abertura de um novo mercado •



Energia elétrica, automóvel, computador, celular

Aço, petróleo, biocombustível

 Nova forma de organização da indústria (ex.: torna ou deixa de ser monopólio)

Condições da inovação O empresário inovador não necessariamente possui capital, mas aquele que organiza os fatores de produção (terra capital e trabalho) de uma nova forma. O empresário inovador tem uma capacidade de liderar, organizar a empresa de uma nova forma. Esse empreendedor inovador não precisa ter capital mas sim a GRANDE IDEIA, vende-se a ideia. Esses inovadores estão em busca de um prêmio (R$) os lucros na economia capitalista e o prêmio que a sociedade paga pelas inovações, diferente da teoria neoclássica onde o lucro estava relacionado em não gastar agora para tem no futuro. A ideia de lucro de Shumpeter diz que conforme as inovações são incorporadas pelas empresas os lucros vão se reduzindo. Outras empresas copiam as inovações ou inovam mais, não basta o agente inovador. Shumpeter difere da teoria neoclássica (para se ter investimento precisa ter  poupança , reserva –  TEORIA EX-ANTE) para Shumpeter o capitalismo cria credito (poder de financiamento) não é necessário acumular riqueza para gerar riqueza,  pode-se criar o credito, gerar riqueza, e depois pagar o financiamento.









Empresário inovador é aquele capaz de criar coisas novas, é o criador de novas combinações de recursos. É o “herói” da análise schumpeteriana sobre o capitalismo. O empresário não precisa necessariamente ter a propriedade do capital, mas deve ter a capacidade de liderança, previsão e iniciativa para realizar a ação inovadora. Lucros são o prêmio que a sociedade paga aos inovadores pelo acesso a novos bens e serviços. Desaparecem à medida que surgem concorrentes imitando essas inovações.  Necessidade de crédito para financiar os investimentos a serem realizados pelo empresário. •



Teoria tradicional (ex-ante): poupança prévia cria capacidade de investimento. Teoria schumpeteriana ( ex-post ): bancos criam novo poder de compra a partir do nada. Lucros provenientes das inovações permitem pagar o financiamento criado pelos bancos.

Movimentos cíclicos •







Inovações causam desequilíbrios, gerando ondas de desenvolvimento econômico. Ao gerar inovações prejudica as empresas de produtos similares, Ex: surgimento do computador acaba com as empresas de maquinas de escrever. Investimentos são descontínuos gerando fases de prosperidade e depressão, com aumento e queda na  produção e no emprego. Processo de concorrência possui ganhadores e perdedores, não é jogo de “ganha-ganha”. Gerando um processo de seleção dos melhores concorrentes. Expansão: período de difusão das inovações. Período onde cria-se as inovações, nessa fase tem-se o aumento no nível de emprego, as empresas recebem lucros cada vez maiores e quanto maior o poder de monopólio maior o lucro que ela possui. •







Inovação de produto ou processo gera lucros extraordinários. Imitadores entram no mercado, para aproveitar as oportunidades.  Novos investimentos, crescimento das empresas e aumento do emprego.

Crise: quando as inovações geram um sucateamento das empresas anteriores, destrói as empresas do mesmo mercado, perdem o espaço. Ex: produção de automóveis. •







Inovações levam à obsolescência os produtos e processos antigos. Antigas empresas perdem espaço no mercado, perdem também a capacidade instalada e reduzem o nível de emprego. Aumento da incerteza nos negócios piora ainda mais a situação. Possibilidade de depressão econômica. •

 Aula 10 –  K eynes –  Aula 1 e 2

DILLARD, Dudley. A teoria econômica de John Maynard Keynes: teoria de uma economia monetária. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1976.

Keynes preocupava em regulamentar o capitalismo, ele é um defensor do capitalismo, mas contrário ao liberalismo econômico (que acreditava que o mercado deveria ser livre de qualquer intervenção estatal). Keynes responde a crise do liberalismo clássico, e instabilidade do capitalismo. Estuda a tradição neoclássica, discípulo de Marshall. Keynes absorve a ideia neoclássica mas acredita que ela difere da realidade do capitalismo de sua época. •

Participou da conferência de Breton Woods, em 1944 (arquiteto do Banco Mundial e do FMI)

Keynes assim como Shumpeter monta dois modelos, um que sintetiza a escola neoclássica e outro que mostra as contribuições da economia de cada um deles para pensar a economia de uma forma alternativa, o  problema de Keynes é que ele inclui na economia clássica alguns neoclássicos, para ele clássicos são todos aqueles que segue Ricardo, quando se trata de teoria clássica Keynes inclui também os neoclássicos. TEORIA CLASSICA: princípio de Ricardo, onde harmonia e eficiência são decorrentes naturais do funcionamento dos mercados autorregulados, com isso é possível uma melhor alocação de recursos, garantindo a melhor redistribuição de renda. Na teoria clássica tem uma ligação entra a teoria do valor (mercado) e a teoria da distribuição de renda. Keynes faz uma crítica implícita, ou seja, critica os seguidores de Ricardo. CUIDADO: analise do Keynes sobre o que constitui a teoria clássica.

Teoria clássica •











O que é “clássico” para Keynes ? Seguidores e continuadores das ideias de Ricardo. Teoria econômica clássica como os princípios tradicionais ou ortodoxos da teoria econômica, aceitos e transmitidos desde Ricardo. Defesa irrestrita do laissez-faire (ausência de intervenção estatal na empresa privada e no funcionamento dos mercados). Harmonia e eficiência são decorrências naturais do funcionamento dos mercados autorregulados. Crítica implícita de Keynes a Marshall, professor e mestre de Keynes em Cambridge. Preocupação principal: Como alocar recursos na produção de forma eficiente? •















Como agentes da produção serão remunerados? Deixando as forças de mercado atuarem.

Pressuposto do pleno emprego do trabalho e demais fatores de produção (recursos naturais e capital). Tendência natural ao pleno emprego. Equilíbrio estável de pleno emprego como situação natural, quedas no emprego como anomalia. Perturbações no equilíbrio (= desemprego) ocorrem devido à interferência do governo ou de monopólios privados nas livres forças de mercado (por ex., a atuação de sindicatos ou a formação de cartéis e trustes). Preocupação é com uso alternativo de recursos, inclusive força de trabalho, e não com oposição entre emprego x desemprego.





Quantidade de recursos em funcionamento na economia está dada, não é variável na teoria econômica clássica.

O problema principal está em como distribuir os fatores de produção na economia, para a economia clássica o nível de produção está sempre dado sem variação. Não existe tendência natural de alocar recursos

Lei de Say: toda oferta cria sua demanda, sempre se produz o que é demandado o que não deixa ocorrer excesso de produção. •

















Lei criada pelo economista francês Jean- Baptiste Say [se diz “Sé”] ao início do século XIX. Pessoas trabalham e produzem bens e mercadorias para consumir outros bens e mercadorias. O rendimento de cada trabalhador criará demanda suficiente para comprar outros produtos no valor das mercadorias criadas pelo trabalhador. Logo, oferta cria sua própria demanda e não poderão ocorrer crises de superprodução. Ideia de que os mercados são ajustáveis e auto-reguláveis, utilizando sempre todos os recursos disponíveis (bom uso de recursos). Dinheiro apenas acelera as trocas, quando comparado ao escambo (troca direta das mercadorias sem o uso de dinheiro). Superprodução será sempre temporária e isolada: se empresários produzirem mais do que o demandado pelo mercado, então eles abandonarão esse ramo e passarão a investir em coisas que sejam lucrativas. Utilização dos fatores de produção será sempre lucrativa para o empresário, conduzindo-o ao pleno emprego dos recursos. Logo, na lei de Say, não pode haver desemprego se os trabalhadores aceitarem o salário que merecem segundo a sua produtividade.

 Na interpretação de Say o dinheiro é apenas um meio de pagamento, ninguém guarda dinheiro por guardar dinheiro. A explicação do salário para a teoria neoclássica e a produtividade do trabalho. •



E as pessoas não consumirem toda a sua renda? E se pouparem, haverá crise de superprodução? Para teoria clássica, poupar é outra forma de gastar, pois: •





(1) poupança é um consumo futuro que será realizado; (2) poupar é gastar em bens de produção, é realizar investimentos.

 Não há ruptura do fluxo de rendimentos, logo a oferta continua criando sua própria demanda.

Quando se realiza a poupança só se deixa consumir no presente para consumir no futuro, ao realizar essa troca faz uma demanda presente seja voltada para o futuro, Say pensa o sistema de compensações entre os  produtores e os momentos da economia, isso evita que a economia tenha desequilíbrio. Não tem rompimento dos rendimentos que impeça os agentes de consumirem os produtos.

Taxa de juros na teoria clássica









Taxa de juros como mecanismo que mantém o equilíbrio de mercado dos recursos poupados e investidos. Juros é visto como recompensa pela poupança. Logo, não é um fenômeno monetário. Se poupança > investimento  reduz taxa de juros  menor incentivo a poupar e maior incentivo a investir.  reduz poupança e aumenta investimento até que poupança = investimento Se poupança < investimento  aumenta taxa de juros  maior incentivo a poupar e menor incentivo a investir  aumenta poupança e reduz investimento até que poupança = investimento.

A taxa de juros é o equilíbrio entre a poupança e o investimento, os juros não têm relação com a moeda, mas é o efeito de um mercado com fundos específicos.

Desemprego na teoria clássica Os neoclássicos relacionavam o desemprego com a interferência do estado na economia. •



Inexistência de desemprego involuntário na teoria clássica. Há apenas dois tipos de desemprego: •



Desemprego voluntário: existe quando os trabalhadores não querem aceitar o salário corrente. São voluntários porque poderiam estar empregados caso aceitassem salários inferiores aos que pedem. Ex.: trabalhadores em greve, pessoas ociosas etc. Desemprego ficcional: existe quando os trabalhadores foram temporariamente afastados do mercado de trabalho devido a imperfeições nesse mercado. Ex.: trabalhos sazonais, imobilidade da mão-de-obra etc.

A teoria clássica baseia no mercado autorregulado, mercado de dinheiro e de trabalho está sempre em equilíbrio e não se tem uma propensão ao desemprego.



Teoria Keynesiana o

Redução dos salários como solução imoral para Keynes.

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Keynes foi o primeiro grande economista, depois de Malthus, a combater a ideia de que as forças econômicas do capitalismo liberal permitiriam que todos os trabalhadores tivessem emprego.

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Para Keynes, teoria clássica era incapaz de explicar as condições do mundo capitalista de sua época.

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Crítica à ideia de desemprego involuntário. Para Keynes, não importa quão baixo fossem os salários isso não faria com que o nível de emprego se elevasse.

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Questão principal: emprego x desemprego. O que determina o volume de emprego? O que determina o volume de desemprego?

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Preocupação com variações no volume de produção e no emprego.

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Volume de emprego para Keynes não é determinado pelos salários, mas pela demanda (ou  procura) efetiva.

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 Nível de emprego flutuante é a situação normal do capitalismo laissez-faire.

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Para Keynes, desemprego existe porque capitalismo é uma economia monetária desenvolvida.





Teoria clássica: o

Limitada apenas ao caso especial de pleno emprego.

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É mais restrita: caso do pleno emprego e abordagem micro (empresa individual).

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Pleno emprego como situação normal

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Teoria irrealista, não corresponde à situação normal do capitalismo.

 teoria

de equilíbrio estacionário.

Teoria keynesiana: o

Tenta explicar todos os níveis de emprego (desemprego amplo, pleno emprego e níveis intermediários).

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É mais ampla: teoria mais geral e abordagem macro (sistema econômico em seu conjunto, nível agregado de emprego, consumo, renda, investimento etc.).

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Abaixo do pleno emprego como situação normal

 teoria

de equilíbrio cambiante.

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Flutuação do produto e do emprego é a situação normal do capitalismo liberal, indo do pleno emprego até o desemprego amplo.



Logo, se investimento é o principal componente da demanda, então nível de emprego depende do nível de investimento.



Desemprego ocorre pela falta de investimentos e não pela existência de salários elevados demais como dizia teoria clássica.





Se for possível controlar o investimento, será possível chegar na situação de pleno emprego. Investimentos flutuam porque os capitalistas não possuem um conhecimento exato do futuro e dependem de previsões e juízos convencionais que são guias precários.



Para Keynes, presente não é guia para o futuro pois as expectativas do mercado podem mudar completamente de uma hora para outra. Keynes desejava uma teoria do investimento mais próxima da realidade.

CLASSICOS: Para Keynes os clássicos são tanto os seguidores de Ricardo como os neoclássicos, todos que acreditam no livre mercado. Para os clássicos a taxa de juros é apenas um preço de equilíbrio mas não tem nenhuma relação com a moeda; não há desemprego involuntário. A atuação dos sindicatos impedia o normal funcionamento do mercado de emprego, a tendência natural da economia capitalista é não haver

desemprego.

*CRISE DE 29: Para os clássicos o problema que ocasionou a crise de 29 foi o excesso de regulamentação no mercado de trabalho e de sindicatos. A solução era a redução dos salários (o problema está no lado da oferta).

KEYNES: Considera a resposta dos clássicos como insatisfatória. Keynes defende o capitalismo mas critica o liberalismo, Keynes vai além da politica fiscal e busca criar uma teoria mais realista. Keynes parte do princípio de que o capitalismo é flutuante e abandona a ideia da “Lei de Say” –  LADO DA OFERTA- pois nem sempre se usa 100% dos recursos. Keynes volta as ideias de Malthus, combatendo a ideia de Ricardo de que todos os trabalhadores tem emprego, Keynes considera absurda a ideia dos clássicos, a redução dos salários não aumenta o numero de empregos. Reduzir o salário não resolve o desemprego.  Nível de emprego depende da demanda, estar ou não empregado depende do empregador. Keynes associa o desemprego com a ideia de uma economia cuja moeda não é só um meio de troca, mas afete diretamente as decisões econômicas.  Na visão de Keynes só se deve investir na certeza com relação ao futuro para garantir o rendimento. O capitalismo é uma economia monetária, as decisões sobre o investimento vai depender da decisão sobre a liquidez. 



Etapas até o investimento o 1ª decisão: qual é o grau de incerteza com relação ao futuro? o 2ª decisão: escolher entre riqueza líquida (moeda)  X  empréstimos a juros. o 3ª decisão: escolher entre empréstimos a juros  X  investimentos em bens de produção. o Escala de decisões: moeda x juros x investimentos (emprego) o Por isso, capitalismo é uma economia monetária. Pois nível de emprego e produto depende da relação dos capitalistas com a moeda. Economia monetária Teoria clássica: o  Moeda é neutra, não influencia o nível de emprego e produção.  Moeda funciona apenas como meio de troca e unidade de conta.   Não há sentido para se entesourar dinheiro, pois não há incerteza. Teoria keynesiana: o  Moeda influencia o nível de emprego e produto.  Keynes propõe teoria de uma economia monetária.  Moeda funciona principalmente como reserva de valor, é a forma mais segura de acumular riqueza. Por sua vez, empréstimos (juros) e investimentos são incertos e não são a forma mais segura.  Por que acumular dinheiro? Porque o futuro é incerto. Quanto mais desconfiança temos do futuro, mais acumulamos riqueza na forma líquida de dinheiro. Quanto mais incertezas em relação ao futuro maior é o desejo pela riqueza de forma liquida (moeda), o estado deve tentar fazer de tudo para melhorar o nível de investimento tendo como instrumento a política monetária ordenando as preferencias dos capitalistas, quanto a política monetária valoriza os juros altos, não se deve investir e sim aplicar em títulos financeiros. Se a  politica monetária perde a eficácia resta para reanimar a economia, por meio da política fiscal.

Se não é possível manter a demanda agregada nem pelo consumo nem pelo investimento aumenta o nível de desemprego, sendo necessário a intervenção do governo por meio das políticas fiscais como regulador para manter o nível de empregos. De forma geral na teoria Keynesiana se houver aumento da incerteza os agentes capitalistas vao preferir mais liquidez, diminuindo o nível de emprego e aumentando a taxa de juros (premio  para abandonar a liquidez). Relacionando economia monetária com o nível de emprego. Outro elemento fundamental é a balança comercial e serve como sustento para a demanda agregada.



Juros como prêmio pela liquidez. o

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Dilema: emprestar dinheiro e receber juros ou acumular dinheiro na forma líquida?  Na teoria clássica, taxa de juros depende da oferta (poupança) e demanda de fundos acumulados. Juros como recompensa pela poupança, ou seja, por adiar o consumo.  Na teoria keynesiana, taxa de juros não depende da poupança anterior, mas da relação com a liquidez. Quanto maior a preferência pela liquidez, maior deverá ser a taxa de juros. Com aumento da taxa de juros, há a redução de novos negócios, diminuição da demanda efetiva e aumento do desemprego.

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Moeda como elo protetor entre presente e o futuro incerto.

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Se há incerteza:

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Investimento na produção é uma aventura, pois os capitalistas não sabem o quando vão vender. Dinheiro é uma excelente reserva de valor. “A natureza incerta do conhecimento do futuro explica tanto a existência do dinheiro como reserva de valor, como a incerteza da inversão [investimentos] em capitais reais” (DILLARD, 1976, p. 12).

O Juros não e o preço de equilíbrio da oferta e da demanda, mas o premio que se paga para as  pessoas abrirem mão da liquidez, se quiserem manter a liquidez de forma muito liquida deve aumentar a taxa de juros para as pessoas abrirem mão dessa liquidez. Para Keynes a taxa de juros é um fenômeno monetário com relação direta com a moeda. A taxa de juros não tem relação com a poupança. Quando o governo aumenta a taxa de juros aumenta a demanda por uma riqueza mais liquida. A noção de investimento para Keynes está relacionada diretamente a aumentar a questão produtiva.



Obs: É preciso explicar todos os níveis de emprego, não somente a situação atípica de pleno emprego.  Nível de produto e emprego depende da demanda agregada que, por sua vez, depende do nível de investimento.

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