Resumo 1 - Plataforma Spar de Perdido.pdf

May 2, 2019 | Author: cinikyo | Category: Sea, Petroleum, Oil Well, Engineering, Mexico
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Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Programa de Pos-G o´ s -Gra radu duac ac¸ ˜  ao em Engenharia Civil - COPPE

Plataforma  Spar  de Perdido - Golfo do M exico e´ xico Resumo do Document ario a´ rio

CARLO YUKIO NUNES

Matr´ Matr´ıcula: ıcula:  118070866

Engenharia Civil Estruturas e Sistemas Offshore

Professor:  Gilberto Bruno Ellwanger COC 797 - Analise a´ lise e Projeto de Estruturas Offshore I

Rio de Janeiro May 24, 2018

CONTENTS

1

Contents 1

Introduc¸ ˜  ao

1

2

Precedentes da Explorac¸ ˜  ao Offshore.

2

2.1

Plataforma de Grand Lake. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

2

2.2

Platatforma de Grand Isle. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3

2.3

Plataforma de Beryl Alpha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3

2.4

Plataforma de Cognac. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4

2.5

Plataforma de Auger . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5

2.6

Explos˜ao da Plataforma  Pipe Alpha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

5

3

Construc¸ ˜  ao, Montagem e Operac¸ ˜  ao da Plataforma de Perdido.

6

4

Conclus ˜  ao.

9

5

Refer ˆencias

9

COC 797 - An´alise e Projeto de Estruturas Offshore I Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 24 de Maio de 2018

1 Introduc¸ ˜  ao

1

1. Introduc¸ ˜  ao O petr´oleo serviu como um motor para a economia por mais de um s e´ culo, apesar do seu impacto no meio ambiente, que nos prim o´ rdios da explorac¸ a˜ o n˜ao era algo considerado cr´ıtico que preocupava a sociedade, pelo fato de desconhecerem o impacto que poderia causar ao meio ambiente. A Plataforma de Perdido foi projetado para extrair 3  campos petr o´ leo com mais de 35 poc¸ os, constru´ıda no Texas pesando mais de  8  mil toneladas, instalados a mais de  300 km afastado da costa da cidade de  Corpus Christi, no Golfo do M´exico. Perdido ´e a plataforma  Spar   mais profunda do mundo e o segundo centro de produc¸ a˜ o de petr´oleo e g´as apo´ s o desenvolvimento da Shell Stones, ver Figura 1. Ancorada em cerca de

2.450 m  ( 8.000 f t) de  ´agua no Golfo do M e´ xico, Perdido iniciou a produc¸ a˜ o em 2010, abrindo uma nova fronteira na recuperac¸ a˜ o de petr´oleo e g a´ s em a´ guas profundas.

´ Figure 1: Vis ˜  ao geral da evoluc¸ ˜  ao das Plataformas em Aguas Profundas (Fonte: www.shell.com).

A barra de Perdido foi constru´ıda pela Technip em Pori, na Finl aˆ ndia. Sendo transportada em uma jornada de 13, 200km at´e o Texas, E.U.A., em maio de 2008, chegando ao Golfo do M´exico em agosto de 2008. O  topside da plataforma foi constru´ıda pela Shell, a qual contempla tanto a perfurac¸ a˜ o quanto a produc¸ a˜ o. A plataforma de Perdido e´ respons´avel pela explorac¸ a˜ o em 4 campos, a saber: Host platform, Great White, Sivertip e Tobago. Nas quais cada um dos campos est´a sendo operada mediando a contratos por outras empresas, tendo a Shell como operadora, as demais s a˜ o: Chevron, BP, Nexen e Unocal.

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2 Precedentes da Explorac¸ ˜  ao Offshore.

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2. Precedentes da Explorac¸ ˜  ao  Offshore. Antes de chegar ao n´ıvel de explorac¸ a˜ o atingido por Perdido no Golfo do M e´ xico, a ind´ustria do petr o´ leo passou por uma longa caminhada n a˜ o em alto mar, mas no continente, especificamente em  Grand Lake  com uma profundidade de  3 m. No qual, os engenheiros da e´ poca se deparavam com o desafio de perfurar atrav´es da a´ gua. A tecnologia  Spar   continua a evoluir com inovac¸o˜ es voltadas aos ambientes profun´ dos, estruturas resistentes ao gelo e ancoragens para regi a˜ o do Artico, e armazenamento de g a´ s condensado [2] . Sendo a Plataforma de perdido a de explorac¸ a˜ o em maior profundidade na categoria Spar  j´a constru´ıda pela Technip, na Figura 2 est˜ao listadas as plataformas produzidas pela empresa.

Figure 2: Evoluc¸ ˜  ao das Plataformas Spars  (Fonte: subseaworldnews.com).

2.1. Plataforma de  Grand Lake. Em 1884 em   Saint Mary, em Ohio, surge uma consider a´ vel quantidade de pessoas movidas pela atrac¸a˜ o do enriquecimento r a´ pido produzida pelo petr o´ leo, transformando a paisagem natural com dezenas de plataformas, que possibilitavam a extrac¸ a˜ o a mais de 300 m abaixo da superf´ıcie. No entanto, a medida que a explorac¸ ˜ao avanc¸ava, dificuldades apareciam e desafiavam os engenheiros da ´epoca, um deles foi a explorac¸a˜ o do sobre a ´agua no  Grand   Lake, que tinha como desafio a perfurac¸ a˜o de poc¸os a  3 m  de profundidade de l aˆ mina d’´agua.

Em 1891, a dificuldade estava em vencer a resistˆencia causada pela ´agua nos equipamentos usados na ´epoca. A forma de perfurac¸ a˜ o em terra era baseada na percuss˜ao, consistindo no uso de um peso, o qual era levantado a uma certa altura e apenas com a forc¸a da gravidade agia de maneira a perfurar a rocha em um processo repetitivo e muito lento considerando as t´ecnicas atuais. Na situac¸ a˜ o em que a a´ gua estava presente, a velocidade em que o peso COC 797 - An´alise e Projeto de Estruturas Offshore I Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 24 de Maio de 2018

2 Precedentes da Explorac¸ ˜  ao Offshore.

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chega no fundo e´ bem mais reduzida, e a resist eˆ ncia `a queda devido a a´ gua provoca desvios no peso utilizado. A soluc¸ a˜ o para isto foi a utilizac¸ a˜ o de um tubo, com a retirada da a´ gua de sua parte interna, permitindo a queda livre do peso sem o fator complicador ´agua, al´em de alinhar a percuss˜ao. Dessa forma, a explorac¸ a˜ o do petr´oleo avanc¸a em direc¸ a˜ o aos campos em ´aguas rasas.

2.2. Platatforma de Grand Isle . Mais tarde nos anos de 1930, a explorac¸ ˜a o de petr´oleo avanc¸a para o mar, ap´os a descoberta de grandes reservas de petr o´ leo no Golfo do M e´ xico, por´em com o desafio est a´ na fundac¸a˜ o que iria fixar as plataformas no leito marinho. Localizado a uma profundidade de

14 m , no local que seria posteriormente fixada a plataforma de  Grand Isle, localizada a mais de  10  km  afastado da costa em a´ guas consideradas profundas naquela e´ poca. Sua construc¸ a˜ o levou os m´etodos da e´ poca a um novo patamar tecnol´ogico. Neste caso, o processo de cravac¸ ˜ao de estacas n a˜ o era nada f a´ cil comparado a situac¸ a˜ o de a´ guas rasas, devido a ondulac¸ a˜ o a qual a embarcac¸ a˜ o estava sujeita, o que de certa forma influenciava na exatid a˜o da cravac¸a˜ o das estacas no local correto. Estas era at e´ ent˜ao de madeira, por e´ m dada as condic¸ o˜ es de carregamento e durabilidade exigidas foi necess a´ rio substituir por um material mais resistente e solucionar o problema da cravac¸ a˜ o de estacas. Com o uso de perfis tubulares de sec¸ a˜ o vazada, a cravac¸ a˜ o das estacas podia ser realizada atrav´es das tubulac¸ o ˜ es, servindo como guias tamb´em. Desta forma, todas as estruturas poderiam ficar bem posicionadas na vertical, permitindo que o  deck  ficasse na horizontal. Em 1948, o aprendizado e a tecnologia empregada na construc¸ ˜ao da plataforma  Grand   Isle  serviu como base para as posteriores. O modo de trabalho tamb e´ m sofreu uma adaptac¸ a˜ o

para as peculiaridades do servic¸o, dada a dist aˆ ncia relativamente alta regi a˜ o costeira, os pro jetistas viram a necessidade de implantar um alojamento para os funcion a´ rios no  deck . Isso permitiu que a produtividade fosse maior e os trabalhadores n a˜ o precisariam realizar o trajeto  `a plataforma todos os dias. No entanto, eles trabalhariam 7 dias e folgariam outros 7 dias.

2.3. Plataforma de  Beryl Alpha. Com o passar dos anos, a demanda por fontes de energias f  o´ sseis e a pesquisa de reservat´orios em a´ guas cada vez mais profundas. No entanto, usar a mesma estrutura implicava a estar sujeito um novo problema. Em ´aguas rasas, os sistemas em ac¸o resistem adequadamente a` s cargas ambientas das ondas, corrente e vento, por e´ m em ´aguas profundas as pernas das estruturas se tornam demasiadamente flex´ıveis. Essa flexibilidade permite uma maior suscetibilidade ao desenvolvimento de pontos fracos nas pernas da estrutura, ocasionando problemas de fadiga levando-a para o fundo do mar. COC 797 - An´alise e Projeto de Estruturas Offshore I Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 24 de Maio de 2018

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A soluc¸a˜ o tecnol o´ gica para esse problema foi o desenvolvimento de uma estrutura muito mais r´ıgida usando o concreto, sendo capaz de resistir ao poder das cargas ambientais. Entretanto, construir uma estrutura de grandes proporc¸ o ˜ es como uma plataforma n˜ao foi uma tarefa f´acil. Muito dos problemas relacionados ao concreto reside no fato de ser moldado em tempos diferentes, isto implica na formac¸ a˜ o de juntas frias, acarretando em problemas estruturais s´erios quando em condic¸ a˜ o de servic¸ o, no caso devido  `a altas presso˜ es e cargas ambientais no mar. A soluc¸ a˜ o t e´ cnica encontrada pelos engenheiros foi a construc¸ a˜ o das pec¸ as da estrutura em um molde auxiliado por um macaco hidr a´ ulico com a concretagem praticamente cont´ınua, formando assim um bloco sem nenhuma emenda. Em 1973, engenheiros noruegueses usaram essa t e´ cnica para construir a plataforma  Beryl Alpha, que iria explorar poc¸os de petr o´ leo a uma profundidade de  120 m no mar do Norte.

A plataforma consistia em 19 moldes de cˆamaras ocas em concreto que serviriam de base para a plataforma. Basicamente a construc¸ a˜ o da base era realizada primeiro em um dique seco at´e a altura desejada para as c aˆ maras, apo´ s isto o dique era preenchido e as c aˆ maras levadas para o mar e ent a˜o a construc¸ a˜ o das pernas da plataforma eram constru´ıdas sobre a base flutuante at e´ a sua altura necess a´ ria estabelecida em projeto. Posteriormente, e´ instalado o  deck   quando os topos das pernas estiverem ao n´ıvel do mar, para ent a˜ o bombearem ar para dentro das c aˆ maras ocas at´e que apenas a base fique submersa e possa ser transportada at´e o local.

2.4. Plataforma de  Cognac. Em 1975, ap o´ s a descoberta de um campo de petr o´ leo a 200 km  de Nova Orleans, batizado de  Cognac, exigindo mais uma vez um desafio de construir uma plataforma para uma profundidade de 300 m, entrando em operac¸ a˜ o por volta de 1981. A dificuldade dessa vez residia na construc¸ a˜ o de uma u´ nica estrutura, que devido as suas proporc¸ o˜ es n˜ao era vi´avel tecnicamente. A soluc¸ a˜ o foi divide em quatro partes perfeitamente ajustadas e faz eˆ -las conectarem no fundo do mar, exigindo dos engenheiros o uso de tecnologia utilizada no programa  Apollo da NASA. Durante a montagem, na medida que as partes eram instaladas no local sonares eram utilizados para que a posic¸ a˜ o de uma parte estrutura fosse corretamente instalada, de maneira complementar cˆameras eram utilizadas para monitor o devido encaixe entre as partes. Entretanto, algumas tarefas deveriam ser realizadas pelo homem, que neste caso iria passar muito tempo sob altas press o˜ es mergulhando em a´ guas profundas. Para contornar os problemas causados por essa condic¸ a˜ o devido a` compress˜ao e descompress a˜ o do ar no sangue, os mergulhadores ficavam em uma cˆamara pressurizada durante o tempo de instalac¸ ˜ao em torno de 1 mˆes e ap´os o t e´ rmino, precisavam esperar 9 dias em descompress a˜ o controlada para que o oxig eˆ nio dissolvido no sangue voltasse  `a press˜ao atmosf e´ rica normal.

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2 Precedentes da Explorac¸ ˜  ao Offshore.

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2.5. Plataforma de  Auger. Na d´ecada 80, a produc¸ a˜ o de petr´oleo no Golfo do M´exico se torna cada vez menor, passados mais de 40 anos de explorac¸ a˜ o ele foi considerado improdutivo, forc¸ando a busca por campos petrol´ıferos em a´ guas cada vez mais profundas, o que representava um desafio para os engenheiros da ´epoca. A  Shell foi a primeira empresa a se arriscar na explorac¸ a˜ o de petr o´ leo em a´ guas ainda mais profundas, considerada com maior potencial para a empresa. A empresa ent a˜ o comprou o direito de prospecc¸ a˜ o de poc¸os de petr o ´ leo nas regi˜oes mais profundas, investindo cerca de 1 bilh˜ao de d´olares antes mesmo de saber se realmente haveria petr´oleo na regi˜ao. N˜ao demorou muito para que os ge o´ logos descobrissem o campo petrol´ıfero de  Auger , com  872 m  de profundidade. A explorac¸ a˜ o neste situac¸ a˜ o era imposs´ıvel usando os modelos tradicionais de plataforma do tipo Jaqueta, levando os engenheiros da ´epoca a desenvolverem um novo conceito de plataforma   Offshore. A ideia dos engenheiros dessa vez foi abandonar o uso das pernas, visto que a esbeltez da estrutura iria ser muito elevada podendo acarretar problemas em caso de tempestade, al e´ m da quantidade de ac¸o. Nas condic¸ o˜ es impostas, a soluc¸a˜ o encontrada foi o uso de um casco met a´ lico oco, que permitisse uma boa flutuabilidade, ancorada no leito marinho por tend˜oes tracionados de maneira a permitir o m´ınimo de movimentac¸ a˜ o vertical. Esse sistema foi denominado  Tension Leg Platform (TLP) e provou ser uma das maiores fac¸anhas da engenharia   Offshore  para explorac¸ a˜ o de petro´ leo. No entanto, no decorrer da produc¸ a˜ o os engenheiros notaram um ritmo bem menor do que eles esperavam para o campo de  Auger , fazendo com que a Shell duvidasse se o investimento de 1 bilh a˜ o de d´olares foi um bom neg o´ cio ou n˜ao. Apesar da d u´ vida, um dos engenheiros sugere que o l´ıquido utilizado na lubrificac¸ a˜ o e limpeza da perfurac¸ a˜ o esteja reagindo com os gases liberados pelo poc¸o de petro´ leo, tendo isso em mente, a equipe soluciona o problema usando  ´acido clor´ıdrico e desobstruindo assim o poc¸o. Ap o´ s esta ac¸ a˜ o bem sucedida, os interesses dos investidos e da ind´ustria se voltam para  Auger   novamente e para a perspectiva do potencial de explorac¸ a˜ o em a´ guas profundas no Golfo do M e´ xico.

2.6. Explos ˜  ao da Plataforma  Pipe Alpha. ´ not´avel que no decorrer dos anos em busca do petr o´ leo movida por desafios na E explorac¸ a˜ o em a´ guas cada vez mais profunda contribuiu para o desenvolvimento tecnol´ogica, ou seja, o estado da arte da engenharia  Offshore no mundo. Por e´ m, n˜ao ´e s o´ o desenvolvimento de tecnologia para explorac¸ a˜o e soluc¸ o˜ es inovadoras de projetos de plataformas que devem estar na linha de frente, a seguranc¸a tamb e´ m faz parte e quando esta falha gera consequ eˆ ncias devastadoras tanto para o meio ambiente quanto para os trabalhadores embarcados nas plataformas. Em 6 de Julho de 1988, um acidente na plataforma conhecida como  Pipe Alpha, a maior at´e aquela data no mar do Norte, deixou evidente a fraqueza das plataformas diante de COC 797 - An´alise e Projeto de Estruturas Offshore I Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 24 de Maio de 2018

3 Construc¸ ˜  ao, Montagem e Operac¸ ˜  ao da Plataforma de Perdido.

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uma explos˜ao que foi capaz de destru´ı-la e causar um desastre ambiental devido ao derramamento de toneladas de petr o´ leo em alto mar. Ao todo das 226 pessoas embarcadas na plataforma apenas 59 sobreviveram ao desastre. Esse epis´odio na hist´oria da engenharia  Offshore serviu de aprendizado para os futuros projetos de plataformas, que passaram a implementar sistemas de seguranc¸a em toda a estrutura de forma a preservar a vida dos trabalhadores. Uma das ac¸ o˜ es tomadas pela ind u´ stria foi a adoc¸ a˜ o de tintas especiais, como as do tipo intumescente que reage sob ac¸a˜ o do calor, evitando que o ac¸o escoe rapidamente. Isso fornece tempo suficiente para que os trabalhadores saiam das instalac¸ o˜ es sem que as estruturas desabem sobre suas cabec¸as. Al e´ m disso, os projetistas passaram a adotar pain´eis para suportar poss´ıveis explos o ˜ es colocadas entre a parte de produc¸ a˜ o e o alojamento com demais  ´areas usadas pelos trabalhadores. Dessa forma, caso ocorresse uma poss´ıvel explos˜ao as pessoas estariam seguras.

3. Construc¸ ˜  ao, Montagem e Operac¸ ˜  ao da Plataforma de Perdido. A Plataforma de Perdido, consiste em um cilindro vertical flutuante de estrutura de ac¸o, com sua parte cil´ındrica medindo  170 m  de comprimento vertical. O equil´ıbrio de todo a plataforma e´ garantido pelo sistema de ancoragem  taut leg, que consiste em cabos tracionados e ancorados no fundo do mar (Fig. 3a), e tanques de flutuac¸ a˜ o, a Fig. 3b apresenta um modelo 3D da plataforma. Esse sistema permite que a movimentac¸ a˜ o vertical provocada pelas ondas seja pequena, o que permite usar  risers r´ıgidos em completac¸a˜ o seca, ou seja, quando a a´ rvore de natal de um poc¸o submarino est ´a num dos conveses da plataforma. No topo do cilindro est´a o  deck   (conv´es), no qual est˜ao dispostos com as instalac¸o ˜ es para processamento de petr´oleo, gerac¸a˜ o de energia para uso di a´rio e acomodac¸ a˜o da tripulac¸ a˜ o. Inicialmente, uma plataforma de perfurac¸a˜ o prepara os poc¸os dos campos para que a produc¸ a˜ o de petr´o leo e g´as seja iniciada assim que a plataforma de explorac¸˜ao comece suas atividades. Nesta etapa, v a´rios poc¸os s˜ao perfurados em uma  ´area extensa ao redor do local em que a plataforma de petr o´ leo de Perdido ir a´ ser ancorada. Para a extrac¸ a˜ o em poc¸os relativamente distantes, e´ comum realizar uma perfurac¸ a˜ o direcional, na qual a medida que o poc¸o e´ perfurado, havendo a necessidade de mudar o curso da perfuratriz, os operadores podem ativar um motor auxiliar na tubulac¸a˜ o que desvia o furo horizontalmente, possibilitando a criac¸ ˜ao de uma teia de poc¸ os destinados a extrac¸ a˜ o a v´arios quiloˆ metros de distˆancia da plataforma. Ap o´ s a finalizac¸ a˜o da construc¸ a˜ o da estrutura em que o  deck   dever´a se suportar, denominada pelos engenheiros de barra, que consiste em um cilindro oco com extremidades seladas, a equipe de instalac¸a˜ o posiciona no local. A estrutura e´ transportada pelo mar na posic¸ a˜ o horizontal e para posicion´a-la verticalmente (Fig. 4a), a barra e´ gradativamente preenchida com a´ gua at´e que mantenha uma posic¸ a˜ o de equil´ıbrio (Fig. 4b). Em seguida, a barra ´e ancorada com cordas e correntes no fundo do mar, fixadas com aux ´ılio de aˆ ncoras de succ¸ a˜o. A operac¸ a˜o de ativac¸a˜ o das ˆancoras de succ¸ a˜ o em profundidades elevadas se torna imposs´ıvel para mergulhadores com COC 797 - An´alise e Projeto de Estruturas Offshore I Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 24 de Maio de 2018

3 Construc¸ ˜  ao, Montagem e Operac¸ ˜  ao da Plataforma de Perdido.

(a) Equil´ıbrio do Sistema Spar (Fonte: www.Shell.com)

(b) Representac¸a˜ o www.popsci.com)

7

3D

(Fonte:

Figure 3: Plataforma Spar de Perdido.

a atual tecnologia, sendo necess a´ rio o uso de rob oˆ s denominados  Remotely Operated Vehicles (ROV). O uso desses rob oˆ s auxilia a instalac¸ a˜ o de cabos a` s aˆ ncoras de succ¸ a˜ o, que removem a a´ gua de dentro e permite criar uma v a´ cuo fazendo com que a aˆ ncora seja fixada ao leito da fundac¸ a˜ o.

(a) Truss Spar de Perdido (Fonte: www.technip.com)

(b) Elevac¸a˜ o da Barra (Fonte: http://www.drillingcontractor.org)

Figure 4: Transporte da Plataforma.

A instalac¸ a˜ o do deck  e´ feita sob um planejamento rigoroso, dada a importˆa ncia e o valor agregado da estrutura, ver Fig. 5, nada poder a´ dar errado, sendo assim todos os movimentos e ac¸o˜ es s˜ao cuidadosamente avaliados para que tudo corra bem na hora. Outro ponto importante reside na estabilidade ap o´ s a instalac¸ a˜ o do  deck , devido a massa elevada seu centro de gravidade da estrutura global tende a torn a´ -la inst´avel. A soluc¸ a˜ o para isto e´ o armazenamento de 13 mil toneladas de min´erio de ferro pulverizado na base da barra, de forma a baixar o centro de gravidade e permitir uma maior estabilidade em relac¸a˜ o ao tombamento.

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4 Conclus ˜  ao.

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Figure 5: Instalac¸ ˜  ao do  deck  (Fonte: texaspelagics.com).

Uma caracter´ıstica do mar no Golfo do M´exico e´ a ocorrˆencia de corrente de  looping, ver Fig. 6, que representa um problema s e´ rio se n˜ao for devidamente considerado em estruturas em formas cil´ındricas como a barra flutuante da plataforma de Perdido. Essa corrente provoca o desprendimento de vo´ rtices que s˜ao capazes de fazer a estrutura oscilar na direc¸ a˜ o perpendicular da corrente como uma amplitude de at e´  100 m  no caso de Perdido. Isto poderia causar danos s´erios ao cano de perfurac¸ a˜o dos poc¸os. A soluc¸ a˜ o para esse problema gerado pela corrente foi o uso de cintas em espiral acopladas na lateral da barra. Esse fenoˆ meno ocorre devido a corrente mar´ıtima que entra no Golfo do M e´ xico pelo estreito de Yucat´an, circula como uma corrente de  Loop  e sai atrav e´ s do estreito da Fl o´ rida, como mostra a Fig. 6. Parte desta corrente formam eventuais redemoinhos, afetando os fluxo padr˜ao de correntes regionais. Outras correntes devido aos ventos e mar e´ s s a˜ o criadas pr o´ ximo a` costa[7] . No Golfo do M´exico, as a´ reas mais profundas de ´aguas quentes est˜ao associadas a` corrente de  Loop  e os an´eis de corrente que se separam da corrente de  Loop  s a˜ o chamados de redemoinhos de corrente de  Loop, formando-se aleatoriamente a cada 3 a 7 meses na direc¸ a˜ o Oeste de  2  a  5 km/dia  com uma vida u´ til de at´e um ano antes de chegarem na costa do Texas ou do M´exico, podendo atingir velocidades m a´ ximas de fluxo radial de  1.5 a 1.8 m/s. As ´aguas quentes da corrente e seus turbilh o˜ es associados fornecem mais energia aos furac o˜ es e permitem que eles se intensifiquem [7] .

4. Conclus ˜  ao. Sem d´uvida, a plataforma de Perdido e´ resultado de uma longa jornada com desafios que tiraram os engenheiros de suas zonas de conforto para desenvolverem as mais engenhosas concepc¸o˜ es e t´ecnicas na engenharia   Offshore. O aprendizado com as falhas, que de forma tr´agica custaram a vida de trabalhadores e causaram desastres ambientais, levaram a engenharia COC 797 - An´alise e Projeto de Estruturas Offshore I Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 24 de Maio de 2018

5 Refer ˆencias

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Figure 6: Corrente de  Looping  no Golfo do M´exico (Fonte: texaspelagics.com).

Offshore  ao estado da arte das plataformas petrol´ıferas, com mais seguranc¸a e maior tecnologia

para a explorac¸ a˜ o de petr o´ leo em a´ guas cada vez mais profundas. Mostrando que sempre h a´ uma forma de superar o que parece ser imposs´ıvel, a partir de soluc¸ ˜oes t´ecnicas engenhosas. Essa superac¸ a˜ o ao longo da hist o´ ria levou ao t´ıtulo de maior profundidade j´a explorada at e´ os dias atuais na categoria de plataformas  Spar .

5. Refer ˆencias Gigante da Engenharia - Plataforma de Petr o´ leo, Document´ario da National Geographic Channel. Liapis S, Li Y, Lu H, Peng T. “Bigfoot” Direct Vertical Access Semisubmersible Model Tests and Comparison With Numerical Predictions. ASME. J. Offshore Mech. Arct. Eng. 2016;138(5):051301-051301-13. DOI:10.1115/1.4032561.

[1] https://www.shell.com/about-us/major-projects/perdido.html [2] https://subseaworldnews.com/2013/03/08/video-technips-spar-transportation-and-installation/  [3] https://www.popsci.com/scitech/article/2009-02/extreme-engineering-deepest-oil-well [4] http://www.technip.com/en/entities/finland/offshore-oil-and-gas-production-platforms [5] http://www.drillingcontractor.org/production-kicks-off-from-perdido-world’s-deepest-offshoredrilling-and-production-facility-5022

[6] http://www.technip.com/en/entities/finland [7] http://texaspelagics.com/gom-info/gom-loop/  COC 797 - An´alise e Projeto de Estruturas Offshore I Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 24 de Maio de 2018

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