Resenha Os 3 Ensaios Sobre Sexualidade

March 1, 2019 | Author: Tania Amorim Carvalho | Category: Sigmund Freud, Libido, Sexuality, Behavioural Sciences, Psicologia e ciência cognitiva
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Resenha sobre “O discurso da Pulsão: Os três ensaios sobre a sexualidade”

Livro: Freud e o inconsciente; inconsciente; Roza, Luiz Alfredo Garcia, 2009, 24ª. Edição

Freud no princípio de sua teoria ao construir o Projeto da Psicanálise, baseava-se as teorias na noção do Instinto, que posteriormente vai ser substituída pelo conceito genérico de

(al. Trieb , ing. drive ) onde compreendemos na psicologia como um impulso energético interno que direciona o comportamento do indivídu o. Porém o texto “Os três ensaios sobre a sexualidade”, (Freud, 1905) fala especificamente da pulsão sexual em particular e também mais tarde vai fornecer a Freud os elementos indispensáveis para a compreensão do Complexo de Édipo, através da teoria da sedução,devido as narrações dos pacientes que ele caracterizava o comportamento das suas pacientes histéricas como resultante de reais tentativas de sedução paterna no contexto da infância.Mais tarde conferida ao complexo de Édipo se daria tanto pela descoberta da sexualidade infantil quanto do papel da fantasia e dos desejos no terreno clínico da psicopatologia. A superação da teoria do trauma implicava em 2 descobertas: o papel da fantasia e a da sexualidade infantil. Apesar dele não citar o complexo de Édipo uma vez nesta obra, a não ser em notas de rodapé de pagina acrescentadas posteriormente. uma

Pulsão

Vale salientar que Freud não admitia ainda a existência de uma sexualidade infantil, portanto não poderia haver sedução infantil e ainda não tinha concebido o conceito de inconsciente. Mas a sexualidade estava presente desde os Estudos sobre a histeria (18931895) onde a teoria e a terapia sustentavam que a histeria provinha de um trauma psíquico que teria sido recalcado e da vítima ter sido seduzida seduzida sexualmente na infância transformando em em patogênico. Freud concebeu a priori 2 momentos para o caráter traumático: o primeiro, haveria apenas a cena na qual a criança sofreria a sedução sexual; e o segundo momento, ocorreria a partir da puberdade quando a sexualidade já tivesse surgido. De acordo com Roza, essas historias passam a ser consideradas, então, como fantasias cuja elaboração foi decorrente de impulsos edipianos anormalmente intensos.  A teoria psicanalítica tem fundamentação sobre 2 textos produzidos distintamente de uma mesma problemática por Freud: “ A interpretação de sonhos” como o discurso do desejo; e os “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”como o discurso da puls ão, que necessita satisfazer-se e a perda da inocência infantil. Portanto como o foco está na obra os Três ensaios da sexualidade será necessário descrever estes ensaios da obra de Freud. O primeiro dos três ensaios é “As aberrações sexuais”; o segundo ensaio é “A teoria da sexualidade infantil” e o terceiro ensaio foi titulado como “As transformações da puberdade”.

 A obra dos Três ensaios sobre a sexualidade, Freud propõe reconstru ir a pré-hitória pré -hitória da sexualidade e as vicissitudes a que ela foi submetida. Ele constitui a pulsão sexual como modelo da pulsão em geral diferenciando-se do instinto sexual. No primeiro ensaio, as aberrações sexuais, Freud inicia a definição de Objeto Sexual que é a pessoa de quem procede a atração sexual; e o Objetivo Sexual é o ato a que a pulsão conduz. No instinto temos padrões de conduta fixos ligando o objetivo e o objeto, enquanto na pulsão esses padrões são fixados durante a história do individuo.Para melhor compreender  essa diferença,podemos afirmar que o instinto caracteriza-se pela biologia que teria a função de reprodução e seria tido como perversa se a conduta sexual não tivesse este propósito. No ponto de vista psicanalítico o fundamental é o prazer e não a reprodução. Freud achava provável que a pulsão independe do seu objeto ou dos seus atrativos e estaria relacionado com o objetivo sexual que ele define como desvios.

Conforme Roza, Freud descreve o objetivo sexual como a união dos órgãos genitais que conduz a um alivio da tensão sexual e as perversões são definidas como atividades sexuais que se estendem, num sentido anatômico, além das regiões do corpo que destinam a união sexual, ou demoram-se nas caricias prévias , que passam a ser mais importante do que o objetivo sexual final. E o grau da perversão permitido por cada pessoa está na dependência da maior ou menor resistência oferecida pelas forças psíquicas sobretudo a vergonha e a repugnância que vão ser responsáveis pela transformação desses impulsos em sintomas neuróticos, ou seja, considerar a neurose como o negativo das perversões. Nesse caso, as excitações continuam a ser geradas mas são psiquicamente impedidas de atingir seu objetivo, sendo desviada para outras formas de expressão. Podendo haver uma vida sexual próximo do normal mas acompanhada de manifestações neuróticas. O segundo ensaio, a sexualidade infantil, Freud inicia o desenvolvimento da teoria da sexualidade infantil, tornando-a um fundamento essencial a psicanálise. No início desta teoria, Freud não admitia uma organização sexual antes da puberdade. Para ele havia uma sexualidade anárquica ligada à zonas erógenas fontes de diversas pulsões parciais. Fala do

esquecimento do infantil localizando a pré-história do sujeito nos primeiros anos da infância. Tratando da amnésia do infantil. . Freud denominou o auto-erotismo  como o prazer que o órgão retira de si mesmo; essas pulsões, de forma independente, procuram cada qual por si, sua satisfação no próprio corpo. Anteriormente ao auto-erotismo, a pulsão sexual mantém relação com as funções vitais e de autoconservação fornecendo fonte orgânica, uma direção e a um objeto da pulsão: o seio materno. Essa função vital que possui fonte é o próprio instinto que leva ao seu objeto, o alimento satisfazendo a necessidade orgânica. Em paralelo os lábios comportam-se como uma zona erógina. O autoerotismo tem inicio quando o objeto da pulsão, o seio materno, é abandonado e o objetivo quanto a alimentação ganha autonomia, a busca pelo chupar o dedo constitui um protótipo da sexualidade oral para Freud. Logo o auto-erotismo é um estado original da sexualidade infantil anterior e contrário ao conceito de Narcisismo, onde a pulsão sexual do narcisismo está ligada a um órgão ou a excitação de uma zona erógena encontra-se em um objeto externo. Foi a partir da noção de zona erógena e da suposição de que algumas partes do corpo são predestinadas a sentir as pulsões, Freud desenvolveu o seu conceito de organização da libido e pré genital. Introduziu a noção de uma "organização da libido em fases sucessivas", sendo que cada fase corresponderia as zonas erógenas. Assim, descreve a fase oral, a fase sádico-anal e fálica Fase Oral é a primeira fase da evolução sexual pré genital onde o prazer está ligado à ingestao de alimentos e à excitacao da mucosa dos labios e da cavidade bucal.  A zona bucal como zona erógena ou fonte corporal pulsional. Geralmente, dá-se esse nome de "fase oral" à fase de organização libidinal que vai do nascimento ao desmame.  A fase Anal-sádica é a segunda fase preé-genital da sexualidade infantial situada por volta dos 2 a 4 anos. A oposição do par atividade-passividade  marca profundamente as relações objetais próprias dessa fase. É sobre o esquema dualista ativo-passivo , derivado do investimento anal, que a criança é sensibilizada, em sua relação com os objetos. O essencial da relação implica no par subjugar-ser subjugado, dominar-ser dominado  quando se instala o controle esfincteriano, quando o ato de defecação se torna um ato sobre o qual a criança pode adquirir um domínio suficiente, que o prazer ligado a essa defecação, assim como os conflitos específicos que se ligam a ela, ocupam uma situação privilegiada.

Em 1923, explica que na fase fálica um único tipo de órgão é reconhecido: o pênis no menino e seu equivalente na menina, o clitóris. A importância da fase fálica é que ela assinala o ponto culminante eo declínio do complexo de Édipo pela ameaça da castração. No menino a fase fálica se caracteriza por um interesse narcísico que ele tem pelo prórpio penis e na menina a ausencia. O desenvolvimento da sexualidade seguiria uma progressão a partir das fases prégenital de organização da libido - oral, sádico-anal e fálica - até a organização genital, esta última instituindo-se na puberdade. Na puberdade a caracteristica essencial é o crescimento dos órgãos sexuais externos e órgaos genitais internos. O aparelho é movimentado por  estimulos do mundo externo, o interior do organismo e a prórpia vida mental, produzindo escitação sexual que se mostra por duas formas: as indicaçòes mentais (estado de tensão) e as indicações corporais (consistem em alterações nos órgãos genitais). A estimulação apropriada de uma zona erógena sempre produz prazer, que tambem provoca tensao que é responsavel pelo desencadeamento da energia motora visando a descarga da tensão.

Portanto podemos concluir que a libido designa uma energia de pulsão sexual e seu objetivo é a satisfação. É de natureza masculina e ativa independentemente se o objeto é o homem ou mulher. Freud tinha uma hipótese que o ser humano é essencialmente bissexual. E retoma a questões dos fatores constitucionais e hereditários no desenvolvimento da sexualidade bem como de características anormais por fatores acidentais tais como: Sexualidade Perversa, no recalque levando a manifestações neuróticas e o processo de sublimação.

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