RESENHA O Q É RELIGIÃO

April 2, 2019 | Author: Luciana Brigati Defavari | Category: Homo Sapiens, Ciência, Karl Marx, Sociology, Philosophical Science
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O QUE É RELIGIÃO – RUBEM A. ALVES No livro O que é religião? o autor Rubem Alves apresenta apresenta uma visão científica do fenômeno religioso englobando em sua análise fatos sociológicos que vão desde a Idade Média até os dias atuais. No início do capitulo Perspectivas o que me chamou a atenção foi a relação que ele fez com o fato de não precisarmos mais da religião em nossa vida cotidiana e de como ela perdeu espaço na sociedade e individualmente. Antigamente tudo era relacionado ao divino, porém, com o avançar da ciência e a sua metodologia ateísta para resolver problemas a religião foi caindo em desuso. Não que ela tenha desaparecido, pois a experiência religiosa pessoal é inegável, mas ela agora se limita a isso e não é mais expressada, vivida e solicitada como outrora. Todavia ela permanece, como uma “presença invisível, sutil, disfarçada que se constitui num nos fios com que de tece o acontecer do nosso cotidiano”. E para o autor  o estudo da religião é como um espelho em que nos vemos é autoconsciência e autoconhecimento. No capitulo O Exílio Sagrado o autor começa desmistificando a cultura, ao revelar o qual frágil artificial e convencional é a nossa cultura, e o quão sólida são as coisa naturais, neste contexto ele diz que “coisas” naturais foram inventadas, símbolos são repetidos e compartilhados e de tanto que viram realidades para muitas gerações que não se atrevem a nada contestar. contestar. Porém, a ciência ciência surge para contestar contestar como bem frisado por Rubem Alves, na ciência não vemos alguns objetos específicos de estudos, mas cremos neles e trabalhamos por muitos anos pesquisando aquilo que não pode ser visto, como por exemplo os átomos, a mente humana, o inconsciente. Por que não adotar essa postura perante a religião? Aponto que um dos problemas é confundir religiosidade com espiritualidade. O fenômeno religioso deve ser visto separadamente do fenômeno espiritual. O cientista ou o homem - pode vivenciar a sua espiritualidade, sem ter nenhuma religião. A

religião é uma instituição criada como forma de controle, poder e dominação e que surgiu quando nossos ancestrais já vivenciavam e acreditavam em transcendências. Não se pode negar o transcendente, pois ele sempre fez parte da cultura humana desde a antigüidade. Um fenômeno que persiste desde tempos remotos deve ser  analisado de forma funcional e não excluído do campo do saber científico, como fizeram os sociólogos Émile Durkeim e Karl Marx. Homem e religião estão interligados. O fenômeno da religião deve ser incluído nas análises científicas da mesma forma que o fenômeno humano. Quando Marx afirmou ser a religião o ópio do povo, ele demonstrou claramente o quanto temos relações estreitas entre ambos os fenômenos. É claro que o inconcebível é utilizar a religião como uma forma de alienação, uma forma de justificativa para o não agir ou o agir incorretamente, tanto por parte de alienados (quando não reagem a opressão), quanto por parte dos opressores (quando oprimem em nome de um Deus). É importante perceber como a religião, que outrora dominava os conhecimentos científicos, ficou por longos anos excluída deste campo, mas hoje ocorre uma retomada da busca pela religião, ou melhor pela espiritualidade. Por isso, é importante frisar, como aprendizagem abstraída do livro, que o rigor científico, historicamente tendo a sua estrutura influenciado pelo positivismo, hoje cede espaço para explicações e aceitações da religião como fator importante na vida do ser  humano por discriminar que o fenômeno religioso faz parte do cotidiano das pessoas e têm uma função de nele existir. Os Símbolos da Ausência é para mim o capítulo mais intrigante, nele o autor  faz comparações entre animais e o homem, revela as diferenças entre nós de uma forma singela, quase poética “O animal é seu corpo. Sua programação biológica é completa, fechada, perfeita. Não há problemas não respondidos. E, por isto mesmo, ele não possui qualquer brecha para que outra coisa nova seja

inventada”... “ Porque o homem, diferentemente do animal que é seu corpo, tem o seu corpo. Não é o corpo que o faz. É ele que faz o seu corpo.” “Os animais sobrevivem pela adaptação física ao mundo. Os homens, ao contrário, permanecem ser  constitucionalmente desadaptados ao mundo, tal como ele lhes é dado.”

Rubem Alves descreve as ações e produções humanas não como fruto de um ser racional, mas como fruto de um ser de desejo, movido pelo desejo que segundo ele é sintoma de ausência e privação. E define a atividade humana como uma “simples luta pela sobrevivência que, uma vez resolvida se dá o luxo de produzir o supérfluo.” A cultura e a religião seria fruto disso. O homem tem muitas necessidades, entre elas está a necessidade de dar  nome as coisa, ele tem medo e anseios. Neste sentido não sobrevivendo só de pão, os símbolos e símbolos sagrados vieram para suprir essas ansiedades. Deste capitulo a conclusão chegada é de como o homem é frágil e dependente, quando criança depende de outros para que o ensine a viver, quando adulto busca se apagar a algo seja religião ou outras formas de culto, culto a símbolos, tudo é simbólico pois o homem não é um ser carnal e sim espiritual.

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