resenha GEERTZ

November 18, 2018 | Author: Josy Moreira | Category: Anthropology, Science, Psychology & Cognitive Science, Cognition, Psychological Concepts
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GEERTZ, Clifford. “Do ponto de vista dos nativos”: a natureza do entendimento antropológico. In: GEERTZ, Clifford.

O saber local.

Petropólis: Vozes, 1997. 1

Josy Marciene Moreira Silva2

Em “Do ponto de vista dos nativos”: a natureza do entendimento antropológico, antropológico, Geertz parte das discussões geradas na antropologia resultantes da publicação do Diário de Malinowsky, e para Geertz enquanto a maioria das discussões girava em torno do rompimento com o mito do pesquisador completamente adaptado e integrado com o ambiente exótico, e concentrando-se no caráter ou falta de caráter de Malinowsky, o ponto crucial que a  publicação do diário suscita, sus cita, e que havia sido deixada deix ada de lado, não é uma questão ética, mas uma questão epistemológica. Para além das formulações variadas do problema, das descrições que são vistas “de dentro” versus as que são vistas “de fora”, ou as descrições “na primeira pessoa” versus aquelas “na terceira pessoa”, nas teorias “fenomenológicas” versus “objetivistas” ou teorias “cognitivas” versus “comportamentais”, e outras variantes pautadas pautadas nesses pressupostos de oposição, Geertz propõe que uma forma mais simples e direta de colocar a questão é, talvez, vê-la nos termos de uma distinção, disti nção, tal como formulada pelo psicanalista Heinz Kohut, que são dos conceitos da “experiência“experiência- próxima”  próxima” e da “experiência“experiência-distante”. Entendidos como uma questão de grau e não de oposição, os conceitos da experiência próxima e distante não se baseiam em uma diferença normativa, não há, necessariamente, um melhor que o outro, nem tampouco se trata de escolher um em detrimento do outro. Para Geertz o conceito de “experiência“experiência - próxima”  próxima” é aquele que alguém usaria naturalmente e sem esforço para definir aquilo que seus semelhantes veem, sentem, pensam, imaginam etc. e que ele próprio entenderia facilmente, se os outros o utilizassem da mesma maneira. Enquanto que o conceito de “experiência“experiência-distante”  distante”  é aquele que especialistas de qualquer tipo utilizam para levar a cabo seus objetivos científicos, filosóficos e práticos. A questão é como relacionar-se com os papéis que os dois tipos de conceitos desempenham na analise antropológica que se propõe, e como devem ser empregados, em cada caso, para produzir uma interpretação do modus vivendi de vivendi de um povo, obter o ponto de vista dos nativos consiste então em poder situar-se entre eles e captar o sentido que dão àquilo 1 2

 Resenha apresentada à disciplina Epistemologia das Ciências Sociais.  Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da Universidade Federal do Maranhão.

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que se pretende conhecer. Segundo o autor as pessoas usam conceitos de experiência-próxima espontaneamente, naturalmente, por assim dizer, coloquialmente e não reconhecem a não ser de forma passageira e ocasional, que o que disseram envolve “conceitos". De acordo com Geertz, o pesquisador não é capaz de perceber o aspecto que deseja, tal como seus informantes o percebem, sendo possível ao pesquisador apenas compreender é o “com que”, ou “por meio de que”, ou “através de que” eles percebem.  Geertz parte de seus estudos sobre a concepção de “eu”, nas sociedades javanesa, balinesa e a marroquina, para demonstrar como a noção de pessoa, ou a ideia que elas têm do que é um “eu”, varia de acordo com as suas próprias concepções e construções. Segundo o autor é possível realizar essa tarefa procurando e depois analisando, as formas simbólicas (palavras, imagens, instituições, comportamento) em cujos termos as pessoas realmente se representam para si mesma e para os outros, em cada um desses lugares. Compreender, para Geertz, depende de uma habilidade para analisar os modos de expressão, aquilo que ele chama de sistemas simbólicos, e o ser aceito contribui para o desenvolvimento desta habilidade. No entanto ser aceito não implica necessariamente que o  pesquisador tenha a sensação ou experiência de ser aceito, pois o ser aceito está ligado a uma concepção própria do pesquisador e não com a deles.

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