Resenha Filme Patch Adams

December 4, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Discente: Raquel Furlani Rocon Braga RESENHA CRÍTICA - FILME: PATCH ADAMS- O AMOR É CONTAGIOSO

Rir é o Melhor Remédio:Uma Reflexão sobre Saúde e Cuidado. "Se vamos combater uma doença, vamos combater a mais terrível delas, a indiferença." ​ atch Adams é um filme de 1998, estrelado por Robin Williams, ​que se baseia na P experiência de vida do ​médico norte-americano​ ​Hunter Doherty "Patch" Adams durante os anos 60/70. No filme, dirigido por ​Tom Shadyac, encontram-se algumas alterações na biografia de Patch para apresentá-la de modo cômico e dramático, onde o roteiro é capaz de equilibrar de forma lúdica esses dois lados. Ao retratar durante toda a narrativa forte crítica a​o paternalismo médico tradicional- muito predominante na época- aponta questões muito importantes a um passado não tão distante mas que mantém sua importância na década atual, sendo muito adequado ao público em geral, mas em especial aos profissionais da saúde, já que aborda temas essenciais para desenvolvimento dos mesmos.. O enredo evidencia o conflito de opiniões entre médicos mecanizados, cujo olhar se limita a doenças e diagnósticos, e Adams, que preconiza o cuidado e atenção ao paciente e a afirmação de que se tornar médico não o faz superior. Contudo, ao expor essa visão de igualdade médico-paciente, o ainda estudante de medicina burla diversas regras correndo o risco de não conseguir sequer se formar. Abordagem essa precipitada do roteiro, conforme discorre o médico em entrevista à Roda Viva (2007), onde afirma que o teor cômico exagerado do filme não condiz com a realidade, entretanto, que a amizade pode modificar de maneira significativa o estado do paciente e modificar de maneira benéfica o ambiente hospitalar, mensagem que aplica até hoje em seu trabalho. A conduta do também humorista preconizou uma mudança necessária na visão médica, assim como a inserção do lúdico nos leitos de hospitais pelo mundo- “​Nossa função é melhorar a saúde. Significa melhorar a qualidade de vida, não só adiar a morte.-​ Patch Adams"​- ​e​ com o mesmo efeito segue reafirmando que o objetivo do médico é cuidar, não curar, brilhantemente defendendo o contato verdadeiro com o paciente além do olhar meramente científico e frívolo ainda presente atualmente. Ao expandir essa reflexão aos profissionais da saúde como um todo, é possível finalmente vislumbrar qual deve ser o real objetivo desses: O Paciente. O conteúdo exposto pelo filme e por Adams na entrevista aponta a necessidade de um ambiente humanizado e acolhedor para um tratamento verdadeiramente eficaz, que vise além da cura de uma mazela em si, abrangendo o conforto e a qualidade de vida do doente. Ainda nesse raciocínio afirma Marcelo Bendhack, doutor em Uro-oncologia pela Universidade de Düsseldorf, “O bom relacionamento com o paciente é também fundamental, pois permite deixá-lo mais confortável e à vontade. Assim, espera-se conseguir abrir um caminho para

identificar a origem do problema e, aos poucos, solucioná-lo”. Todos esses princípios apontam uma realidade, agora em contexto brasileiro, garantida pelo Sistema Único de Saúde nas diretrizes que garantem a universalidade, a equidade e a garantia da integralidade no atendimento das necessidades de saúde de seus usuários. Essa afirmativa é válida quando se analisa o conceito de necessidade além de seu aspecto biológico, ampliando-o também ao biopsicossocial ao observar, por exemplo, a síndrome do Jaleco Branco. Esse quadro de extrema ansiedade, muitas vezes desencadeado pela ausência de confiança no profissional da saúde, gera no paciente medo/ aversão por relacioná-lo a alguém que causa dor, não que traz cura. Ao examinar os males gerados pelo distanciamento e superficialidade no relacionamento entre profissional e o paciente, conforme citado acima, compreende-se que a luta por empatia na área da saúde é imprescindível. Por meio de toda essa discussão é possível compreender não só a necessidade de humanizar o próprio ser humano, mas também de enxergar além da doença, como representado em determinada cena do filme - “Está se concentrando no problema. Assim, não pode ver a solução” . O verdadeiro entendimento da saúde inclui uma mudança na forma de pensar do profissional e, principalmente, nas suas motivações. O início dessa mudança foi desencadeado em 1969, com Patch, mas agora é o momento de expandir o cuidado em saúde respeitando sua multidisciplinaridade e importância para cada profissional da saúde. Para tal modificação, no entanto, será necessária a reflexão de outro trecho do filme, que afirma “Não vai ser fácil, mas o que é bom sempre é difícil”. Afinal, parafraseando o Professor Protásio da Luz, do Instituto do Coração, em São Paulo (Incor, SP), “O profissional da saúde pode ser visto como um companheiro solidário no infortúnio, sempre disposto a ajudar o paciente, ou como um profissional que, embora competente, fica restrito à verdade científica, esquecido das emoções e sentimentos envolvidos no caso”. Por meio dessa linha de pensamento será possível combater a indiferença, modificando não só o pensamento dos profissionais em relação aos pacientes, mas também sua atitude para com os mesmos e consequentemente a visão desses pacientes sobre o suporte médico e dos demais profissionais.

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