RESENHA DO LIVRO A SEDUÇÃO NO DISCURSO.pdf
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INSTITUTO PARAIBANO DE ENSINO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA CURSO DE BACHARELO EM DIREITO ALUNA: Juliana Targino Nóbrega DISCIPLINA: Português Jurídico PROFESSORA: Rivaldete Maria Oliveira da Silva TURMA: 1º Período “J” RESENHA DO LIVRO “A SEDUÇÃO NO DISCURSO” DE GABRIEL CHALITA Fruto de sua tese de doutoramento em Comunicação e Semiótica, o autor Gabriel Chalita escreveu o livro A Sedução no Discurso, Discurso , com o objetivo de apresentar a importância do discurso jurídico em sua manifestação fundamental entre promotores e advogados. Para fundamentar o seu estudo, o autor recorre à análise de quatro grandes filmes (Tempo ( Tempo de Matar, Filadélfia, Questão de Honra e Assassinato em Primeiro Grau) Grau) que retratam os papeis de cada um desses membros em um processo judicial. O autor inicia seu livro apresentando algumas características sobre o processo judiciário, apontando que estas, quando isoladas, não surtem o efeito esperado. Assim ele afirma que o papel dos advogados e promotores é demasiado importante quando afirma que: “Sem dúvidas, as falas do promotor de justiça e do advogado de defesa têm um papel decisivo. E, ao ponderar esse ess e aspecto, somos obrigados a considerar o poder da sedução de cada parte como elemento das obrigações intrínsecas à aplicação do Direito, assim como à sua complexidade e à sua subjetividade”. Como objetos de pesquisa para o livro, Chalita delimita-se a duas situações: a fala dos profissionais de Direito durante o discurso jurídico dentro do Direito Penal e, consequentemente, o exercício do poder de sedução dos advogados e promotores durante o tribunal do júri. Em seguida, Chalita apresenta a motivação na escolha do título da obra e qual a relação dele com o tema abordado no livro. Ele explica todo o processo de sedução destacando o papel do agente sedutor, do agente seduzido, as consequências do discurso sedutor, mas, principalmente, a diferença entre sedução e persuasão. Neste ponto, de acordo com Machado (2009), afirma que “para permitir maior clareza de sua obra, Chalita procura diferenciar sedução de persuasão. Vale ressaltar que no discurso aparecem esses dois elementos, mas em seu livro Gabriel Chalita procura mostrar que o emocional é o fator de maior importância e influência na decisão judicial, ressaltando que para convencer e envolver o júri, os praticantes do Direito devem utilizar tanto recursos emotivos e retóricos quanto racionais e lógicos.” Ainda neste momento, Chalita analisa o romance O beijo da mulher amada de Manuel Puig. Esta narra à estória de convivência de dois prisioneiros dentro de uma cela onde um seduz o outro através do discurso e da retórica. Chalita usa esta obra para enfatizar a importância do discurso sedutor e suas características. No segundo capítulo, o autor analisa analis a o discurso sedutor s edutor encenado nos quatro filmes citados aqui anteriormente. O primeiro deles, Tempo de Matar retrata um crime bárbaro que envolve preconceito racial, r acial, estupro de vulnerável¹ e ato de vingança com a morte daqueles que cometeram comet eram aqueles crimes. Diante deste cenário, cria-se uma disputa judicial sobre aquele que praticou o ato de vingança: ele deve ser condenado ou absolvido; fundamentar a decisão no seu tom de pele (negra) ou na motivação que o levou a praticar tal ato? Sobre este filme, o autor destaca que, dentre a atuação do advogado de defesa, o pedido para os jurados fecharem os olhos e a pausa que ele faz ao final de seu discurso podem deixar um ar de dúvida entre os jurados. No filme Filadélfia, Filadélfia, o enredo trata da discriminação existente ao redor das pessoas soro positivas (portadoras do vírus da AIDS) quando o jovem advogado de um escritório de advocacia é demitido ao se ter conhecimento de sua síndrome. Uma grande disputa judicial é iniciada e ao final, o estagiário ganha a causa. ___________ ¹ estupro de vulnerável: Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos. (Art. 217-A do Código Penal).
Chalita deseja destacar na análise deste filme, é o fato de se criar ideias sobre um tema, que na época do filme (década de 1990), existia tanto preconceito e discriminação. Já no filme Questão de Honra, Honra, enreda sobre a morte de um soldado morto na base naval de Guantánamo, em Cuba. Dois soldados são acusados do crime e um tenente é nomeado para defendê-los. Durante todo o processo, o tenente descobre que há muito mais indícios a serem descobertos sobre a verdadeira motivação do crime que o comando ocultava. Neste filme, Chalita destaca que não só de provas dos autos se faz um processo, mas especialmente especialmente de “atitudes, palavras adequadas, silêncios nos momentos indicados, simulações, posturas físicas, etc”. Por fim, no filme Assassinato em Primeiro Grau, Grau, baseado em fatos reais, retrata a história de um jovem que rouba o dinheiro de uma loja para comprar comida para sua irmã. A loja funciona como correio e nos Estados Unidos crimes contra o correio é crime federal. O jovem foi preso, condenado e encaminhado ao presídio de Alcatraz. Lá ele tenta por várias vezes fugir da prisão e por essa razão o diretor do presídio coloca-o em uma solitária por três anos. Na solitária o jovem é torturado, humilhado e aleijado pelo diretor do presídio. Depois da solitária, o jovem comete um assassinato e o seu advogado, durante o seu julgamento, acaba descobrindo as diversas barbaridades praticadas dentro do presídio. O que o autor deseja extrair desse filme é a estratégia que o advogado usou para ganhar a causa: “optou por aplicar um esforço de envolvimento da comunidade como um todo, e não apenas do júri. Foi dessa maneira que acabou por seduzir os seus membros, que se renderam a uma comoção explícita no grupo social que o cercava”. No quarto capítulo Chalita destaca a importância do uso da palavra durante um discurso. Ele diz que “frases bem articuladas podem garantir garant ir que os significados sejam transmitidos corretamente”. Ele ainda diz que às vezes uma palavra em uma comunicação pode possuir outros significados. Para essa teoria o autor fundamenta-se fundamenta-se na importância de levarmos “em consideração o tom da voz, o ritmo das da s frases e o modo como elas são articuladas pelo falante”. O quinto capítulo Chalita usa para enfatizar as características do discurso jurídico quando realizado sob os aspectos objetivos (trâmites do processo judiciário) e subjetivos (sensibilização dos oradores). Em sua análise do discurso jurídico, o autor demonstra que não é possível existir um bom discurso jurídico sem o uso da sensibilidade do advogado ou do promotor expressando “elementos verbais e não verbais decisivos para obter a atenção, a confiança confian ça e a credibilidade da audiência”. No sexto capítulo o autor trata dos aspectos que envolvem o júri no Brasil apontando desde a sua formação até as funções e formas de atuação. Chalita ainda destaca o cuidado que se deve ter o advogado e o promotor do caso ao escolher o seu disc urso para que a decisão final do júri não seja influenciada de forma indesejada. No sétimo e último capítulo o autor reforça a importância da sedução e da persuasão no discurso jurídico. Segundo Machado (2009), Chalita “enfatiza que o tribunal do júri não se restringe a aspectos puramente jurídicos, estando sujeito ao poder da sedução, que, se verificada na prática, é simples e corriqueira”. Por fim, o livro A Sedução do Discurso retrata bem a importância do uso correto das palavras durante um discurso jurídico, que por sua vez, segundo o autor, deve ser sedutor e persuasivo para que advogados e promotores promotores tenham sucesso perante o tribunal do júri.
REFERÊNCIAS CHALITA, Gabriel. A sedução no discurso . São Paulo: Planeta. 2012. MACHADO, Bernardo M.C. A Sedução no Discurso : O Poder da Linguagem nos Tribunais do Júri. Skoob. 2009. Disponível em: . Acesso em: 18 mar. 2013.
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