Resenha Do Documentário Seremos História
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Resenha
sobre o documentário “Seremos História?” do National Geographic
O documentário mostra a iniciativa de Leonardo DiCaprio como embaixador da ONU para o clima, em sua busca pelo conhecimento das atividades humanas que degradam o meio ambiente e os prejuízos que esses tem causado como consequências dessas atividades para os ecossistemas e para própria humanidade em si. A narrativa inicia com uma analogia interessante ao atual cenário ambiental terrestre e a presença dos seres humanos, e o que esses tem feito com o que lhes foi dado. Trata- se da obra “O Jardim das Delícias Terrenas” de Hieronymus Bosch, que é dividida em três partes. Na primeira parte, é
retratada a entrega do Jardim por Deus ao primeiro casal, Adão e Eva, perfeito, sem nenhum defeito. A segunda parte retrata a multiplicação da humanidade e a instalação de suas atividades, vícios e caprichos. Na terceira e última parte é retratado o que seria o resultado do que fora executado na segunda parte, um cenário completamente destruído e destituído de toda a preservação e integridade de quando foi entregue por Deus. Ao analisar essa obra questiona- se: “O que a humanidade tem feito com a dádiva do planeta Terra que lhe foi confiada?” O contexto com o qual Leonardo DiCaprio se depara é de qu e a humanidade movida pela ganância e pelo controle do poder econômico usa indiscriminadamente e de maneira desiquilibrada os combustíveis fósseis como o carvão mineral, o petróleo e o gás natural, provocando assim uma quase que total destruição de nosso planeta. Uma parte majoritária de tudo que consumimos advém do consumo desses elementos o que tem emitido uma estrondosa quantidade de dióxido de carbono na atmosfera e causado sérias alterações climáticas. Além do dióxido de carbono, o metano resultante na produção de carne bovina e derivados, como apresentado no documentário, pode ser até mais de vinte vezes mais nocivo do que o dióxido de carbono. E o problema não para por aí. Aquilo que traria a estabilidade para tal emissão de poluentes está sendo dizimado igualmente. Ecossistemas inteiros como florestas estão sendo derrubados tanto para a utilização da madeira que delas provém como a utilização do espaço e do solo que essas ocupam para o plantio de grandes monoculturas como óleo de palma e alimento principalmente para o gado. Quando então se para afim de pensar em quem poderia dar pelo menos início a solução do problema depara-se com uma grande articulação das megaempresas de modo a manipular os governos e a mídia de forma a acreditarem que não há nenhum problema ambiental acontecendo, que o aquecimento global é apenas uma farsa criada por ambientalistas chatos e cientistas bitolados. O documentário chega a citar até o novo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que em um discurso se mostra avesso ao aquecimento global, dizendo que isso é uma grande invenção e que um pouco de calor no frio dos Estados Unidos não faria mal. E com isso as pessoas passam a desconsiderar a importância da preservação ambiental, pensando que as atividades humanas são irrelevantes no que diz respeito a “saúde” do meio ambiente e sua sustentabilidade. Porém, como constatado pelo embaixador, o que acontece é exatamente o contrário. Com a desenfreada degradação do meio ambiente, tem se agravado o aquecimento global e com isso está o correndo o derretimento das geleiras, aumentando o nível do mar, o que causa vários acontecimentos como o desaparecimento de ilhas inclusive habitadas pelo homem, e coloca em risco todas as regiões litorâneas do planeta podendo o mar avançar e ocupar áreas povoadas. Os relatos dos habitantes das regiões mais prejudicadas tais como a Ásia, onde o nível do mar já apresenta sinais alarmantes, é muito preocupante, visto que propriedades perto da costa estão sendo completamente destruídas e seus proprietários tendo perdas incalculáveis. Espécies tanto animais quanto vegetais têm entrado em extinção causando a desestabilização dos ecossistemas. O aumento da temperatura torna impossível que seres vivos e elementos importantes como corais marítimos, que são parte da retenção do dióxido de carbono na atmosfera deixem de existir.
Mesmo o ator sendo inexperiente no assunto ambientalista, o mesmo procura se aprofundar no assunto quando entra em contato com os principais cientistas que dominam o tema e também os grandes líderes mundiais como Barack Obama e o diretor geral da ONU Ban-Ki-Moon, sem falar que o mesmo discursa como embaixador na própria ONU com argumentações fundadas nos relacionamentos em que teve durante sua trajetória no documentário. Importante salientar também que foi escolhido um ícone do cinema internacional para atrair o interesse do público para a causa, o que quando se assiste tem-se esse sentimento. Diante de tal cenário, a necessidade de mudanças se faz urgente. A humanidade vai continuar crescendo e boa parte dela ainda não possui sequer acesso à energia e os mais básicos bens de consumo. Leonardo DiCaprio chega então a conclusão de que é necessário mais do que apenas alguns grupos organizados se conscientizarem e mudarem seus hábitos, é necessária uma ação de escala global. As indústrias e megaempresas do setor de combustíveis fósseis e de agronegócio são as que possuem maior influência e capital no mundo. Se formos esperar alguma mudança dos governos, que em sua maioria são influenciados e financiados por aqueles atores, ela não irá acontecer sozinha. Porém não se pode desfalecer diante desse fato. De acordo com os cientistas e pesquisadores que participaram do documentário, se tomarmos a decisão correta e mudarmos nossas práticas e até mesmo hábitos de consumo optando pelo sustentável, é possível reverter tal cenário de degradação. Os avanços tecnológicos têm tido bons resultados no que diz respeito a possibilidade de produzir energias limpas e renováveis e tem dado passos na direção de uma popularização de tais recursos. Sendo assim, é necessário que cada pessoa adote o desenvolvimento sustentável como um ideal de vida, optando por alternativas menos degradantes ao meio ambiente e formando uma cultura que desconstrói certos padrões de vida como o “American Way of Life” para que no longo prazo o planeta possa se recuperar e assim sair dessa situação
crítica que se encontra.
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