Resenha do Capítulo 9, 10 e 11 do livro Filosofia da Ciência de Rubem Alves

May 8, 2019 | Author: George Melgaço | Category: Ciência, Philosophy Of Science, Thought, Truth, Reality
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FILOSOFIA DA CIÊNCIA - INTRODUÇÃO AO JOGO E SUAS REGRAS CAPÍTULO IX: A IMAGINAÇÃO  –  CAPÍTULO X: AS CREDENCIAIS DA CIÊNCIA CAPÍTULO XI: VERDADE E BONDADE ALVES, Rubens. Filosofia da Ciência: Introdução ao Jogo e Brasiliense, 1981.

Suas Regras . Editora

Nos três últimos capítulos, Rubem trata sobre a imaginação, sua relação com a ciência, as credenciais da ciência para o julgamento da realidade e relação entre a verdade e a bondade. Segundo o autor, por meio de citações relacionadas a Gauss, pessoas inovadoras conseguem evoluir seu pensamento por meio de saltos aleatórios, ou seja, imaginações,

estalos lúdicos, conclusões, e, posteriormente, ensinam aos demais, os destituídos de “asas”, o caminho que descobriram ou desenvolveram para chegar à tais constatações. Ou seja, cientistas tem visões de processos que nem eles mesmos conseguem entender e, de posse das mesmas, testam e aplicam o racional para confirmar a aplicabilidade pela realidade. Essa

visão mostra que cientistas trabalham com o “irreal” e o transformam em algo real, racional, para a resolução das questões científicas, por meio de testes. Ou seja, não há um desenvolvimento progressista, o desenvolvimento da teoria é feito regressivamente, da

conclusão ou do “produto acabado” para o início do problema. Cientistas são “fazedores de quebra-cabeças” cuja tarefa é buscar as peças que faltam para finalizar o modelo imaginado. Mas a imaginação abre espaço para interpretações subjetivas da realidade, entrando, aí, a questão da credencial da ciência. Com a valorização da objetividade por pensadores

como Nietzsche e Weber, cientistas foram “treinados” a serem seres frios e irracionais, a enxergar o mundo “acima da tempestade de sentimentos” que permeia o ser humano, da selvageria irracional relacionado ao sentir. Entretanto, teorias nascem com sonhos, fantasias,

visões “místicas”, não há como negar que a imaginação deve estar encrustada no caráter do cientista. A questão é que de nada adianta ter imaginação e resolver problemas se o cientista

“não para para pensar sobre a origem de seus próprios pensamentos” a fim de provar sua teoria imaginativa. A produção de conhecimento requer a busca sem fim da verdade credenciando os vários estágios dessa busca. A credencial de uma declaração é a

“falsificabilidade”, ou seja, tudo pode ser falsificado ou desmentido com contra teorias, pois não existem métodos que permitam a conclusão acerca da verdade definitiva. O cientista não pode jamais ter a pretensão de possuir a verdade absoluta. O mundo é visto de diferentes formas por diferentes seres e por diferentes olhos. O que garante que a visão sensorial de um ser humano seja diferente de um animal qualquer? A

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diferença é que o ser humano processa, pensa, usa essas sensações para tentar entender o mundo a sua volta. A bondade é a tentativa de não só entender, mas de melhorar esse mundo. Ela não necessita de legitimações, depende de cada pessoa, de cada cientista. Questões mundiais ficam em stand by porque a ciência está preocupada com questões aquém da produção de conhecimento e melhorias pra sociedade e para o mundo. Rubem, ao final, cita

Brecht: “Eu sustento que a única finalidade da ciência está em aliviar a miséria da existência humana”.

 José George George Melgaço Souza - Engenharia Elétrica Elétrica / CEFET-MG.

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