Resenha A Escravidão Na África Paul Lovejoy
December 5, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE Disciplina: História e Cultura Afro-Brasileira Professora Maria Emília Vasconcelos Data: 26 de junho de 2018 Nathália Niédja da Costa Barbosa
LOVEJOY, Paul E. A África e a escravidão. In: A escravidão na África: uma história de suas transformações;Tradução Regina A. R. F. Bhering e Luiz Guilherme B. Chaves. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2002. p.27-56
O autor da obra resenhada é Paul Lovejoy, canadense e um dos mais reconhecidos historiadores africanistas. É professor da Universidade de York, em Toronto no Canadá. Onde ministra aulas de História da África e da Diáspora Africana. Também é conhecido por ser estudioso da histórica econômica, com enfoque e nfoque na escravidão africana e sua diáspora, especialmente no Sudão Central. Possui diversas obras e artigos que versam sobre a África, sua economia e claro, sobre a economia economia movimentada pela escravidão. escravidão. O capítulo é dividido em cinco tópicos: A escravidão: Uma definição; A escravidão nas formações sociais; O ambiente africano; O fator Islâmico ; O comércio transatlântico .
Ja de início a expansão escravidão também é subdividida, esta em três estágios: De 1350 a 1600; De 1600 a 1800; De 1800 a 1900. Tal expansão é exposta em dois níveis. O primeiro aponta para a expansão geográfica da escradidão e seu envolvimento com o comércio exterior. A segunda aponta para a crescente importância do papel do escravo na economia e sociedade. Talvez para reafirmar o ja dito, talvez para que o leitor não esqueça, mas o autor retoma varias vezez durante o decorrer do capítulo as mesmas ideias. Principalmente o fato de que as pessoas escravizad escravizadas as eram tratadas como uma propriedade, daqueles que se diziam seus senhores, utilizando-se de termos como “bens móveis”e “mercadorias” O autor realiza uma relativização do conceito de liberdade, onde nenhum ser é totalmente livre devido às determinações sociais. A escravidão faz com que ocorra uma coação física ou psicológica que impede até os mais simples atos da vida civil, não há classe ou direito de escolha para estas pessoas. Na sociedade escravocata as pessoas 1
livres possuem direitos e deveres definidos por seu status social, político e até religioso, aqui oss escravos possuem apenas obrigações. A escravidão também é apresentada com forma de negar a cultura do outro. Uma vez que é mais fácil ignorar a cultura, a língua e a crença que não lhe é nativa. Quanto mais semalhante ao dominador menor o nível de exploração e/ou de escravos. Por isto, era comum enviar os cativos a locais distantes , porém de certo modo a convivência dificultava a manutenção do distanciamento, cultural, linguístico e religioso. As guerras na África eram a principal forma de adquirir escravos, usada tanto pelos Europeus como pelos Islâmicos, ambos compravam os cativos de guerra das comunidades locais. Também era possível haver escravidão como forma de punição a crimes como assassinato, roubo, adultério e bruxaria, existiam procedimentos judiciais e religiosos responsáveis por este processo. A escravização voluntária também era possível, mas esta era fruto do desespero humano, quando ja não haviam mais opções além de morrer de fome. Mesmo com tanta importância econômica dada ao trabalho forçado, este coexistia com outras formas laborais, como a servidão, a clientela, o trabalho assalariado, o penhor e o trabalho comunal. Estes trabalhadores ainda que dependessem de alguém para garantir o seu sustento possuiam a relativa liberdade inerente a todos aqueles que pertenciam a classe “livre” da sociedade, no caso dos trabalhadores escravos os senhores decidiam se estes poderiam casar-se e com quem. Inclusive seus direitos reprodutivos eram tolhidos, muitos homens eram castrados, no caso das mulheres, seus desejos raramente eram levados em consideração. As famílias, legalmente falando não poderiam se separadas, mas na prática muitas vezes isto não ocorria e núcleos familiares eram desfeitos. Ainda dentro da questão familiar e de natalidade surge a questão da expectativa de vida muito baixa devido aos mais diversos fatores. O trabalho muito rigoroso, uso dos escravizados como sacrifícios funerários, operações de castração malsucedidas, o transporte em condições precárias e o desequilíbrio demográfico entre os sexos. Em muitos locais haviam mais homens que mulheres, e algumas destas acabavam sendo utilizadas como concubinas ou tomadas como esposas pelos homens livres que não possuiam dinheiro suficiente para pagar o dote de uma esposa em condição social equivalente. Nestes casos, a mulher tomada como esposa tornava-se livre, ou o mais próximo disto. Diante de uma inserção tão intensa de estrangeiros escravizados este tipo de mão de obra tornou-se essencia para o funcionamento da economia de locais como América e 2
Islã. Existem três situações que refletem bem a necessidade deste modo de produção, a primeira é a relação entre a África e a demanda por escravos no mundo islâmico do norte da África e Oriente Médio; a segunda enfatiza a conexão entre a África e as Américas; a terceira diz respeito a utilização produtiva de escravos na África. Antes de iniciar i niciar a abordagem ao comércio transatlântico é importante salientar que as problemáticas deste caso, no Brasil, são tratadas com os estudantes brasilerios desde a mais tenra idade, sedo possível observar, sem dificuldades, uma identificação com o que o autor relata. Assim, é apresentado ao leitor uma tabela que estima a quantidade de africanos trazidos as Américas para serem escravizados. Aqui, ao contrário do que ocorria na África e no Oriente Médio, dificilmente os senhores iam capturar pessoalmente os escravos. De modo que o tráfico também movimentava a economia e por vezes os seres humanos eram a principal “mercadoria”.
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