Relatório de Monitoria

August 23, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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I-DADOS DE IDENTIFICA IDENTIFICAÇÃO ÇÃO 1-  MONITOR:  Nome: Dara Priscila Machado Sousa Sousa CPF: 041.111.515-4 041.111.515-400 Curso: Direito Monitoria Institucional 2-  DISCIPLINA:  Nome: Lingua Portuguesa II 3-  PROFESSOR ORIENTADOR:  Nome: Angelica Silvia Curso: Direito

II-INTRODUÇÃO

A atividade de monitoria é fundamental importância para a trajetória do aluno de graduação, além de colocar o aluno frente aos desafios presentes em sala de aula,  promove a integração entre as práticas e saberes do ensino. A monitoria leva o aluno de graduação ao contato direto com os diferentes processos de aprendizagem que estão  presentes em em sala de aula, o qu quee desenvolve desenvolve aptidão nece necessária ssária para lidar com eles. A monitoria tem a função de formar o monitor para o exercício da atividade acadêmica, para que o mesmo demonstre capacidade técnico-didática necessária para atuação e também promove a formação integrada do monitor. Essa atividade ainda estabelece novas novas práticas e experiências pedagógicas e fortalecem a aarticulação rticulação entre teoria e prática; discente e docente. Além das atividades promovidas em sala à atividade extra-sala tem um papel fundamental de resgatar as dificuldades ocorridas em sala de aula e propor medidas capazes de amenizá-las, propiciando apoio aos alunos na apreensão dos conteúdos trabalhados em sala de aula.

 

O trabalho em equipe é outro fator que deve ser destacado, pois permite a troca de experiências entre ambas as partes; professor, monitor e alunos. Essa atividade garante um papel mais ativo do monitor. E as vivências adquiridas a partir da monitoria são importantes para o monitor conhecer mais de perto a experiência da docência.

III-DESENVOLVIMENTO

O período de realização da minha monitoria teve início no segundo semestre de 2018, na disciplina: Língua Portuguesa II, II, com a professora Angelica Silvia  posteriormente houve uma substituição da professora e a orientadora passou a ser Professora Vera Carvalho. Dentre as atividades propostas, o monitor tinha a responsabilidade de acompanhar e organizar os textos da disciplina, elaborar tabelas de controle de notas e pontos, oferecer reforço dos textos para apresentação de seminários, tirar dúvidas de questionamentos. As atividades a serem realizadas por um monitor são: elaborar a lista de controle dos fichamentos e também a lista de controle dos grupos de apresentação dos seminários e a lista de frequência. Oferecer apoio pedagógico aos alunos e subsídios intelectual, arcabouço teórico, orientação, tirar dúvidas. Oferecer apoio, suporte nas atividades em sala de aula e extraclasse. Discutir os textos com os alunos antes da apresentação dos seminários. Minimizar a distância entre professor e aluno, estabelecer vínculo de aproximação, conexão entre os saberes. Trocar experiências e vivencias na trajetória acadêmica. Elaborar tabelas, arquivar dados, computar informações referentes aos estudante. Constante acompanhamento acompanhamento e avaliação do desenvolvimento do estudante. A disciplina estudante ofereceu a seus educandos conceitos referentes à Língua Portuguesa Jurídica e sua formação enquanto disciplina e campo específico do saber. Demostrou também a importância da Lingua Portuguesa para o Curso de Direito.

 

Sem a palavra, não existiriam as grandes realizações da espécie humana, pois é através dela que a Ciência, a Filosofia, a Arte, a Religião e a Cultura são transmitidas através das gerações. A função da palavra é transmitir um sentido. Seu significado associa um ser, um fato, uma ideia a um signo capaz de evocá-los. Saussure (1975, p. 80) estabelece que “o signo linguístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica”, sendo assim, uma combinação desses elementos.  Para Warat (1995, p. 73) “A linguagem não só permite o intercâmbio de

informações e de conhecimentos humanos, como também funciona como meio de controle de tais conhecimentos”.  Esclarece Bittar(2010, p.13) que “As linguagens determinam e constituem a

condição humana, e esta questão não pode ser pensada sem que se possa evocar a ideia de que o homem é ser de ação e fala”.  Os recém-universitários brasileiros têm muita dificuldade para escrever uma redação com coerência e clareza. Situação preocupante já que muitos deles estão no curso de Direito.  Nos cursos de direito, o aluno, ao contrário do que o senso comum pensa, não  passa cinco anos “decorando” leis e códigos, pelo contrário, ele tem que entender e

saber encontrar as leis de que precisa para estudar e que necessitará no seu futuro  profissional. No momento em que ingressa no curso ele não só estudará leis, mas todo um conjunto de matérias que envolvem a área jurídica e que o aluno precisa entender, contextualizar e interpretar de forma clara e adequada para assim também de expressar. (NETO, 2005, p. 22) É neste momento que o acadêmico do curso de Direito percebe sua deficiência ao não conseguir entender o que lê, ao expressar-se muito mal e escrever sem os  padrões básicos básicos da norma culta, culta, com coesão coesão e coerência. coerência. Gonçalves (1997, p.03) diz que “O Direito é, por excelência, a ciência da

 palavra, como devem tratá-la aqueles que fazem dela seu instrumento de trabalho?”  Para o advogado, capacidade de falar e escrever devem ser plenos, porém, a realidade, o que se percebe no cotidiano das universidades e fóruns é diferente. Certo é que o profissional que não sabe escrever corretamente não saberá se expressar. Ficará

 

limitado à simples cópia de argumentos e petições. A Língua Portuguesa é um instrumento eficaz, necessário e fundamental na atividade dos advogados e de todos os operadores da área jurídica. Para Gonçalves (1997, p.13) “O Direito é a profissão da palavra e ao jurista, mais do que qualquer outro profissional, cumpre utilizar corretamente a Língua Portuguesa. Para o jurista e para o advogado, a palavra é o seu s eu “cartão de visitas”   Todas as profissões possuem seu vocabulário especial. Até chegar ao domínio efetivo das palavras da área profissional, é necessário um processo metódico de aquisição anterior, já que o acervo normal mostra-se insuficiente. O estudante de Direito não percebe como é grande a relação entre o curso acadêmico e o estudo da Língua Portuguesa, já que esta é uma útil ferramenta no raciocínio jurídico. Aquino e Douglas apud professor Wilney Magno (2010, p. 20), expõem que “O conhecimento que deseja adquirir está apresentado em Língua

Portuguesa. É uma afirmação óbvia, mas poucos se dão conta, verdadeiramente, do que significa.” 

E será na produção dos textos jurídicos que o acadêmico terá consciência da dimensão, da importância do estudo e do conhecimento da linguagem como realidade ligada à área jurídica. (BITTAR, 2010) O currículo do curso de Direito não é uniforme no Brasil. Conforme as Diretrizes Curriculares dos Cursos de Direito no Brasil, as universidades devem seguir um Currículo Pleno. Esta denominação é exposta pelos Pareceres CES/CNE 776/97, 583/2001, 67/2003 e 55/2004. Os conteúdos curriculares dos pareceres relatam que: Eixo de Formação Profissional, abrangendo, além do enfoque dogmático, o conhecimento e a aplicação do Direito, observadas as peculiaridades dos diversos ramos do Direito, de qualquer natureza, estudados sistematicamente e contextualizados segundo a evolução da Ciência do Direito e sua aplicação às mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais do Brasil e suas relações internacionais, incluindo-se, dentre outros condizentes com o projeto  pedagógico, conteúdos essenciais sobre, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Tributário, Direito Penal, Direito Civil, Direito Empresarial, Direito do Trabalho, Direito Internacional e Direito Processual. (BRASIL, 2004, art. 5º)

 

Diante uma análise comparativa entre algumas matrizes curriculares deste curso, observa-se que mesmo diante de toda a problemática envolvendo o ensino da língua materna em busca de profissionais competentes, grande parte das universidades não incorporou em sua matriz curricular a disciplina de Língua Portuguesa, seja através de estudos de leitura e interpretação ou redação. As diretrizes dão espaço para essa incorporação na matriz como disciplina obrigatória, optativa ou complementar, conforme as disposições de organização curricular exposta pela Resolução. É real a necessidade de incorporar o trabalho com a disciplina de Língua Portuguesa na grade curricular do Curso de Direito, com foco direto na capacitação para a interpretação e produção de textos dissertativos. Constata-se que a defasagem no ensino da Língua Portuguesa inicia na educação  básica e diversos são os fatores que evidenciam essa situação, como as práticas  pedagógicass ultrapassadas, as salas superlotadas, os baixos salários dos professores, a  pedagógica falta de ênfase na importância do domínio da matéria e das habilidades decorrentes. Os alunos saem do ensino médio e ingressam nas Universidades sem o efetivo domínio da língua materna. Salienta-se que essa defasagem não pode afetar os ingressantes do curso de Direito, já que a proficiência total da Língua Portuguesa é mais do que necessária, é essencial para um bom entendimento e aproveitamento das disciplinas ofertadas. A capacidade de se expressar utilizando a forma língua culta, na fala e na escrita, é condição sine qua non do bom desempenh desempenhoo das habilidades inerentes ao operador do direito. A análise da matriz curricular de três Universidades possibilitou a confirmação da problemática, bem como o fato de que essas instituições encontram dificuldades ou sequer evidenciam a situação. Apresentam um estudo ligado a Linguagem Jurídica,  porém esquecem que, para um estudo aprofundado aprofundado de termos jurídicos, é necessário um  bom entendimento entendimento da norma culta da da Língua Portuguesa. Portuguesa. Das matrizes curriculares analisadas, uma destaca-se exatamente por apresentar a disciplina de Proficiência em Língua Portuguesa. Há também, nesta Universidade, a  prova de Proficiência em Língua Portuguesa, sendo sua aprovação pré-requisito para a matrícula do aluno na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso.

 

Existem formas de elevar o nível dos profissionais jurídicos apresentados ao mercado. A inserção de disciplina que valorize as habilidades decorrentes do domínio da Língua Portuguesa nos Cursos de Direito deve ser melhor analisada e considerada. Cada Universidade tem a liberdade de optar pela melhor forma de ofertar este ensino, através de uma disciplina optativa ou obrigatória, em formato presencial ou a distância. Salienta-se a importância de disponibilizá-la para os acadêmicos, visando, sempre, a formação de profissionais cada vez melhor e mais preparados para o mercado de trabalho e para o pleno exercício das atividades inerentes à profissão escolhida.

IV-CONSIDERAÇÕES FINAIS

A experiência de monitoria deixou como legado uma série de contribuições que serão válidas em minha trajetória acadêmica, não só no aspecto pessoal, mas também no aspecto profissional, pois a monitoria tem essa característica de preparar para o mercado de trabalho. A monitoria é uma atividade que integra as relações estabelecidas entre discentes e docentes e que complementa e acrescenta a interação de ambos. As trocas de experiências e conhecimentos acontecem de forma integral formando vínculo e aproximando alunos, professores e monitores, contribuindo para o processo de ensinoaprendizagem e a fluência dos conteúdos e cronograma proposto. As relações que se estabelecem, as dificuldades compartilhadas e os desafios que surgem, exercem o papel de preparar para novas experiências em sala e fora de sala de aula.

 

V-REFERÊNCIAS

AQUINO, Renato; DOUGLAS, William. Manual de Português e Redação Jurídica. Niterói: Impetus, 2010. BRASIL, Conselho Nacional de Educação Superior. Superior. Pareceres CES/CNE 776/97, 583/2001, 67/2003 e 55/2004. Resolução nº 7, de 29 de março de 2006. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Ciências Econômicas,  bacharelado, e dá outras providências. providências. Disponível Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne http://portal.mec.gov.br/cne Acesso em 20 de julho de d e 2013. BITTAR, Eduardo C. B.. Linguagem Jurídica. São Paulo: Saraiva. 5ª ed. 2010. CHRISTOFOLI, Giulianna Louise. O papel da língua portuguesa na carreira do advogado. 2005. Disponível em: http://www.jurisway.org.br. Acesso em 21 de agosto de 2013. FARIA, J.; SCHNEIDER, M. S. P. S. Monitoria: uma abordagem ética. (mimeo) FREITAS, Vladimir Passos de. O português e a redação dos alunos de Direito . Revista O Consultor Jurídico. 2012. Disponível em: http://www.conjur.com http://www.conjur.com.br. .br. Acesso em 21 de agosto de 2013. FREGONEZI, Durvali Emílio. O Ensino de Língua Portuguesa: Reflexões. Londrina: UEL, 1996. GONÇALVES, Emílio. Direito, Direito,  Processo Processo  e Língua Portuguesa: de como os Juristas têm descurado da Língua Portuguesa. São Paulo: Lejus, 1997.  NETO, Franscisco Franscisco Barros. A necessidade do Ensino de Língua Portugusa nos Cursos de Direito.2005. Disponível em: http://www.avm.edu.br. Acesso em 21 de agosto de 2013. SCHNEIDER, M.S.P.S. Monitoria: instrumento para trabalhar com a diversidade de conhecimento em sala de aula . Revista Eletrônica Espaço Acadêmico, v. Mensal,  p.65, 2006  2006  SILVA, Luciano Correia . Português Forense.São Paulo:Saraiva, 1991. STRUCHINER, Noel. Direito e Linguagem: Uma Análise da Textura Aberta da Linguagem e sua Aplicação ao Direito. Rio de Janeiro: Renovar, 2002. XAVIER, Ronaldo Caldeira. Português no Direito. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 15ª ed, 1999. WARAT, Luis Alberto. O Direito e sua Linguagem. Porto Alegre: Fabris, 2ª ed, 1995.

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