Relatório de Bancada - Imunologia e Hormônios.pdf
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Testes não automatizados ASO (Antiestreptolisina O) A Estreptolisina O é uma exoenzima imunogênica tóxica produzida por estreptococos ß-hemolíticos do grupo A. A determinação da resposta dos anticorpos frente à presença de Estreptolisina O é um procedimento rotineiro para o diagnóstico e tratamento da febre reumática, glomerulonefrite aguda, escarlatina, amigdalite, erisipela, sépsis puerperal e outras infecções estreptocócicas do grupo A. O exame consiste basicamente em partículas de látex que são revestidas com Estreptolisina O, estáveis e puras que desenvolvem uma aglutinação visível quando são misturadas com um soro contendo níveis elevados de anticorpos Antiestreptolisina. Proteína C–reativa (PCR) A PCR é uma proteína plasmática, filogeneticamente muito conservada, que participa da resposta sistêmica à inflamação. Durante estados inflamatórios a sua concentração plasmática aumenta, característica muito utilizada para fins clínicos. A PCR é uma molécula de reconhecimento de padrões, ligada a configurações moleculares específicos que são expostos tipicamente durante a morte celular ou encontrado nas superfícies dos agentes patogénicos. O rápido aumento da síntese, dentro de horas após a lesão do tecido ou infecção, sugere que contribui para a defesa do hospedeiro e que é parte da resposta imune inata. Fator Reumatoide (FR) O FR refere-se a um grupo de macroglobulinas (antiglobulinas) que reagem com o fragmento Fc da IgG. Esta substância está presente em 50 a 90% dos casos de patologias reumáticas, e durante a fase ativa da doença, são encontradas concentrações mais elevadas, que começam a decair à medida que o paciente evolui para uma remissão clínica, mantendo-se presente em níveis baixos e estáveis e tornando a se elevar nos períodos de reativação da doença. Entretanto o FR F R ocorre comumente em níveis baixos, em indivíduos normais, e pode estar significativamente aumentado na velhice, doenças do tecido conjuntivo, hepatopatias crônicas, sífilis, tuberculose, hanseníase, endocardite bacteriana, mononucleose, sarcoidose, calazar, rubéola, neoplasias, infestações parasitárias, transfusões de sangue, transplante renal, síndrome de Sjögren. Apesar de o FR ser considerado um dos critérios para o diagnóstico, a sua ausência não elimina a possibilidade de um diagnóstico positivo. Waaler-Rose O Teste Waaler-Rose é uma alternativa na determinação qualitativa, em placa, de Fator Reumatoide por meio de aglutinação rápida. Apresenta resultados que podem ser positivo, quando na presença do Fator, ou negativo, na ausência deste. VDRL O VDRL (do inglês Venereal Disease Research Laboratory ) é um método de triagem para detecção de reaginas da sífilis, sendo utilizado somente para uso diagnóstico in vitro. O teste é baseado em reação de floculação, que ocorre devido à
combinação de lecitina, colesterol e cardiolipina possuir semelhança imunológica com antígenos do Treponema pallidum (agente causador da sífilis), consistindo em um antígeno não treponêmico. Porém, com possibilidade de ocorrência de resultados falsopositivos em certas patologias como: tuberculose, mononucleose infecciosa, hanseníase, hepatite, doenças do colágeno (lúpus eritematoso, artrite reumatoide), doenças autoimunes, malária, câncer. Sorologia de Dengue O teste realizado no laboratório para sorologia de dengue é o kit Dengue BIO (Bioclin), que detecta separadamente anticorpos das classes IgM e IgG para o vírus da Dengue. O kit contém anticorpos de cabra anti-IgG humano na linha teste para IgG, e anticorpos de cabra anti-IgM humano na linha de teste para IgM. Após a adição da amostra, antígenos do vírus da Dengue conjugado a partículas de ouro coloidal, presentes no kit, se ligam aos anticorpos da amostra e migram por capilaridade através da membrana. Em caso de amostras positivas para IgG, será formada uma linha vermelha na região teste para IgG. Amostras positivas para IgM formarão uma linha vermelha na região teste para IgM. A mistura amostra-antígeno continua percorrendo a membrana até linha controle, onde ocorre a formação de uma linha azul, tanto para amostras positivas quanto negativas. A formação da linha azul demonstra que o kit está adequado para uso. BhCG A tira de teste ultra gravidez de um passo (Abon Biopharm) é um imunoensaio cromatográfico rápido utilizado no laboratório para a detecção qualitativa da subunidade beta da Gonadotrofina Coriônica humana (hCG) em uma amostra de urina ou soro utilizando uma combinação de anticorpos monoclonais e policlonais para detectar seletivamente os níveis séricos elevados do hormônio. O teste possui sensibilidade de 10 mUI/mL, o que diminui as interferências cruzadas com outros hormônios glicoproteicos estruturalmente relacionados, FSH, LH e TSH, em níveis fisiológico saltos. O ensaio se realiza submergindo a tira de análise em uma amostra de soro e observando a formação das linhas de cor. A amostra migra por ação capilar pela membrana para reagir como conjugado de cor. As amostras positivas reagem com o conjugado de cor do anticorpo específico anti-hCG para formar uma linha de cor na região da linha do teste da membrana. A ausência desta linha de cor sugere um resultado negativo. Para servir como controle do procedimento, sempre aparecerá uma linha de cor na região da linha de controle, se o teste foi realizado corretamente. Monoteste O Monoteste (Wiener Lab) é utilizado na detecção da mononucleose infecciosa, que é uma doença benigna produzida pelo vírus Epstein-Barr (EBV), que se caracteriza em seu aspecto clínico pelo surgimento de febre irregular durante uma ou duas semanas, dor e inchação dos gânglios cervicais e irritação faríngea, com um quadro hematológico bastante característico devido à grande proliferação de células linfoides atípicas. Os anticorpos heterófilos associados à mononucleose infecciosa são detectados por sua capacidade de aglutinar os eritrócitos de cavalo, neutralizando-se simultaneamente os anticorpos não associados à mononucleose (anticorpos Forssman) com extrato de rim de cobaia. A aglutinação visualiza-se macroscopicamente.
Testes automatizados Os testes automatizados são realizados pelo equipamento Architect i2000SR (Abbott). O qual utiliza a tecnologia Chemiflex®, que se baseia na quantificação de antígenos ou anticorpos por quimioluminescência com derivados de acridina. A quimioluminescência caracteriza-se como o fenômeno pelo qual se obtém energia luminosa a partir de uma reação química. Os derivados de acridina são anéis cíclicos em equilíbrio com base neutra que, quando oxidados, emitem fótons de luz sem a necessidade de catalisador, com baixas interferências de fundo, rápido tempo de reação e elevadas sensibilidade, especificidade e estabilidade. Os testes realizados pelo Architect são os seguintes: MARCADORES CARDÍACOS Os marcadores cardíacos são substâncias libertadas no sangue quando existe uma lesão no coração. O teste a estes marcadores é usado para ajudar a diagnosticar, avaliar e controlar os pacientes com suspeita de síndrome coronária aguda (SCA). Os sintomas do SCA incluem a dor no peito, pressão, náuseas e/ou respiração insuficiente. Estes sintomas estão associados a ataques cardíacos e anginas, mas podem também ser detectados em condições que não estão relacionadas com o coração. As subidas em um ou mais marcadores podem identificar pacientes com SCA, permitindo um rápido diagnóstico e o tratamento adequado do seu estado. O SCA é causado por uma diminuição repentina na quantidade de sangue e, consequentemente, de oxigênio que chegam ao coração. Esta diminuição, também chamada isquemia, deve-se normalmente ao forte estreitamento das artérias coronárias ou ao bloqueio do fluxo sanguíneo nas artérias. Uma diminuição no fornecimento de sangue ao coração pode causar angina. Quando o fluxo sanguíneo para o coração é bloqueado ou significativamente reduzido, pode causar a morte das células cardíacas, provocando um infarto agudo do miocárdio (IAM ou ataque cardíaco). Isto pode levar à morte do músculo cardíaco afetado ou a uma lesão permanente, e posterior cicatrização do tecido cardíaco. Apenas alguns testes de marcadores cardíacos são usados habitualmente pelos médicos. O teste de marcador atual, escolhido para detectar lesões no coração é a troponina. Os outros marcadores cardíacos são menos específicos para o coração e devem ser avaliados nas lesões do músculo esquelético, doenças de fígado, ou doenças de rins. Há muitos outros potenciais marcadores cardíacos a serem investigados, mas não se estabeleceu ainda a sua utilidade clínica. Troponina A troponina é um complexo de três proteínas, e duas delas são adequadas para dosagem como marcadores cardíacos específicos: a troponina I e a troponina T. Essas duas proteínas têm diferentes propriedades, mas sua aplicação clínica é semelhante. Clinicamente, o infarto do miocárdio é essencialmente definido como uma síndrome coronariana aguda que causa liberação de troponina. Há um intervalo de horas entre o infarto do miocárdio e a detecção de troponina na circulação. O pico de elevação está em torno de 24 horas e declina dentro de muitos dias. O desenvolvimento de marcadores mais sensíveis e específicos de necrose, como a troponina, possibilitou a detecção quantitativa de áreas muito menores de lesão cardíaca.
CK-MB A CK-MB é uma alternativa aceitável quando a troponina não estiver disponível. Neste teste, a proteína é medida simplesmente como um antígeno, sem depender de suas propriedades enzimáticas. A isoenzima CK-MB tem maior concentração nos miócitos cardíacos do que nos esqueléticos. Ela oferece um ganho em sensibilidade e especificidade quando comparada a CK total. Apesar de a CK total ser um marcador sensível de dano miocárdico, tem baixa especificidade devido à sua alta concentração no músculo esquelético. No entanto, a CKMB também constitui de 1 a 3% da CK presente no músculo esquelético, e está presente em menores quantidades no intestino, diafragma, útero e próstata. Portanto, a especificidade da CKMB pode ser prejudicada em casos de lesão nesses órgãos, especialmente no músculo esquelético. Medidas seriadas são importantes para documentar a subida e a descida do marcador e para manter a especificidade do diagnóstico do IAM. Mioglobina Para os pacientes que se apresentam ao serviço de emergência dentro de 6 horas do início dos sintomas, um marcador precoce de necrose miocárdica deve ser considerado além da troponina. A mioglobina é o marcador mais usado para este propósito. A mioglobina aparece primeiro na circulação após o infarto do miocárdio, devido ao seu baixo peso molecular, mas ela também está presente no músculo esquelético. Estudos clínicos têm mostrado que o uso combinado da mioglobina e um marcador mais específico como a troponina ou a CKMB pode ser útil para a exclusão precoce de IAM. MARCADORES TUMORAIS: Os marcadores tumorais (ou marcadores biológicos) são macromoléculas presentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, cujo aparecimento e ou alterações em suas concentrações estão relacionados com a gênese e o crescimento de células neoplásicas. Tais substâncias funcionam como indicadores da presença de câncer, e podem ser produzidas diretamente pelo tumor ou pelo organismo, em resposta à presença do tumor. Os marcadores tumorais, em sua maioria, são proteínas ou pedaços de proteínas, incluindo antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas, enzimas e hormônios. Esses marcadores podem ser úteis no manejo clínico dos pacientes com câncer, auxiliando nos processos de diagnóstico, estadiamento, avaliação de resposta terapêutica, detecção de recidivas e prognóstico, além de auxiliar no desenvolvimento de novas modalidades de tratamento. Podem ser caracterizados ou quantificados por meios bioquímicos ou imunoistoquímicos nos tecidos ou no sangue, e por testes genéticos para pesquisas de oncogenes, genes supressores de tumores e alterações genéticas. O marcador ideal reúne as características de diagnóstico precoce de neoplasias e de sua origem, estabelecimento da extensão da doença, monitorização da resposta terapêutica e detecção precoce de recidiva, além de ser órgão-sítio específico e ter meia-vida curta, permitindo acompanhar temporariamente as mudanças do tumor. Este marcador ainda não existe no Brasil, e a maioria dos m arcadores disponíveis peca pela falta de especificidade e sensibilidade, exceção feita ao PSA que é utilizado para rastreamento de neoplasia prostática.
Entre os principais marcadores tumorais estão: AFP (alfafetoproteína); CYFRA 21-1; ß-hCG (gonadotrofina coriônica humana); CA 125; CA 15-3; CA 19-9; CEA (antígeno carcinoembrionário) e PSA (antígeno prostático específico). Sendo que, destes, apenas a AFP, o ß-hCG e o PSA são realizados neste setor. AFP A alfafetoproteína é uma importante proteína do soro fetal, que é sintetizada no fígado, saco vitelino e intestino do feto, com funções de transporte plasmático e de manutenção da pressão oncótica, desaparecendo no primeiro ano de vida. Na vida adulta, seus níveis séricos encontram-se entre 5ng/mL e 15ng/mL, possui vida média de 5-7 dias. Níveis acima de 500ng/mL são altamente sugestivos de malignidade, e valores acima 1000ng/mL são indicativos de presença de neoplasia. Esta proteína pode estar elevada em pacientes portadores de tumores gastrintestinais, hepatite, cirrose, hepatocarcinoma e gestantes. É sintetizada pelo carcinoma embrionário puro, teratocarcinoma, tumor de saco vitelino e por tumores mistos. O coriocarcinoma e o seminoma puro não a produzem. A alfafetoproteína tem como principal papel a monitorização da terapia para o carcinoma de testículo, sendo que sua presença sugere persistência da doença e sua concentração sérica propicia uma estimativa do tempo de crescimento tumoral. Este marcador tem sido também utilizado no diagnóstico de pacientes com carcinoma hepatocelular, em conjunto com a ultrassonografia abdominal. ß-hCG A gonadotrofina coriônica humana é uma glicoproteína composta por duas subunidades: α - partilhada por outros hormônios hipofisários; e β - específica com 2434 Kd e com meia-vida de 18-36 horas. Mais especificamente a fração beta (β-HCG) é utilizada para diagnóstico, monitorização e prognóstico de pacientes com tumores de células germinativas (testículo e ovário). Todos os pacientes com coriocarcinoma apresentarão elevação da β-HCG, contra apenas 40% a 60% dos pacientes com carcinoma embrionário. Cinco a dez por cento dos pacientes com seminomas puros podem apresentar níveis de β-HCG detectáveis. Esta glicoproteína também é usada como teste de gravidez, pois detecta gravidez normal após sete dias de implantação. PSA O marcador tumoral de maior utilidade clínica desenvolvido até o momento é o PSA. Este é secretado no lúmen dos ductos prostáticos, estando presente em grandes concentrações no líquido seminal (aproximadamente 2mg/mL). Aparentemente, teria a função de liquefazer o coágulo seminal. Muitos estudos demonstraram que o PSA é útil para o diagnóstico do câncer de próstata. Em geral, o valor preditivo positivo do PSA é de 20% em pacientes com valores ligeiramente elevados (entre 4,0ng/mL e 10,0ng/mL), e de 60% em pacientes com valores de PSA superiores a 10ng/mL. A utilização do PSA é otimizada quando combinada ao exame de toque retal. Em estudos que investigaram o uso combinado do PSA e do exame de toque retal, observou-se que 18% dos tumores não teriam sido diagnosticados se o exame de toque retal não tivesse sido realizado, e que 45% dos tumores teriam passado despercebidos se o PSA não tivesse sido feito. Estudos mostraram que o ultrassom transretal pouco
acrescenta ao PSA e ao exame de toque retal, quando estes dois são usados conjuntamente para o diagnóstico, devendo ser solicitado somente em caso de alteração de um dos dois exames. A medida do PSA é fundamental para o estadiamento do paciente com carcinoma de próstata. Vários estudos mostraram que cerca de 80% dos pac ientes com concentração de PSA menor do que 4ng/mL possuem tumor restrito à próstata. Por outro lado, metade dos pacientes com PSA maior do que 10ng/mL apresentam extensão extra capsular, e a maioria dos pacientes com PSA superior a 50ng/mL apresenta metástases para linfonodos pélvicos. Entretanto, exceto para valores extremos, o PSA não é suficientemente preciso para, de maneira isolada, estadiar o paciente. Espera-se que um paciente submetido à prostatectomia radical apresente PSA próximo a zero (até 0,2ng/mL) após o procedimento, já que toda a próstata teria sido removida. Vários estudos demonstraram que elevações dos níveis de PSA após a prostatectomia ocorrem meses a anos antes dos sinais clínicos de recorrência, indicando persistência da doença. Ao contrário do que ocorre após a prostatectomia radical, pós-radioterapia, níveis detectáveis de PSA podem se originar de tecido prostático normal residual. Espera-se que a queda do PSA seja lenta e gradual, ocorrendo o nadir de meses até três anos após a radioterapia. Como a radioterapia provoca redução do volume prostático após a irradiação, o valor considerado como normal após a radioterapia é bem menor do que o padrão (4ng/mL), e muitos autores o definem como em torno de 1ng/mL. Sabe-se que, com o aumento da idade, ocorrem modificações no epitélio prostático que acarretam um aumento da absorção do PSA para a corrente sanguínea. Portanto, os valores de PSA variam bastante nas diferentes faixas etárias. Vários estudos têm sugerido a alteração do ponto de corte do PSA de 4,0ng/mL para 2,5ng/mL, indicando biópsia prostática nos pacientes que apresentem valores superiores. Isto porque uma parcela significativa dos homens que apresentam PSA sérico inicial entre 2,6ng/mL e 4,0ng/mL desenvolverá PSA superior a 4,0ng/mL no exame de seguimento, durante os próximos quatro anos. Então, embora o ponto de corte consensual para a identificação de biópsia seja 4,0ng/mL, estudos recentes sugerem que, em pacientes jovens, com próstata pequena e sem prostatite, a biópsia prostática seja considerada com valores de PSA acima de 2,5ng/mL. CONGENITOS Citomegalovírus (CMV) O citomegalovírus (CMV) pertence à família do herpesvírus, a mesma dos vírus da catapora, herpes simples, herpes genital e do herpes zoster. As manifestações clínicas da infecção pelo CMV variam de uma pessoa para outra e vão desde discreto mal-estar e febre baixa até doenças graves que comprometem o aparelho digestivo, sistema nervoso central e retina. O citomegalovírus nunca abandona o organismo da pessoa infectada. Permanece em estado latente e qualquer baixa na imunidade do hospedeiro pode reativar a infecção. O citomegalovírus pode ser transmitido por via respiratória, por transfusão de sangue, por transmissão vertical da mulher grávida para o feto e por via sexual. Sendo que a infecção pelo CMV pode ser assintomática e passar despercebida, mas o vírus
ficará latente, a não ser que uma deficiência imunológica do hospedeiro favoreça sua reativação. Na fase aguda, a principal manifestação é a citomegalomononucleose, com sintomas semelhantes aos da mononucleose infecciosa: febre, dor de garganta, aumento do fígado e do baço, presença de linfócitos atípicos. Para o diagnóstico é realizado exame laboratorial específico para pesquisar anticorpos contra o citomegalovírus. Os anticorpos da classe IgM estão presentes apenas na fase aguda da infecção e os da classe IgG também aparecem na fase aguda, mas persistem por toda a vida. A reativação do quadro infeccioso está associada à deficiência do sistema imunológico. Nos imunodeprimidos, lesões ulceradas e dolorosas podem comprometer todo o aparelho digestivo (boca, garganta, faringe, esôfago, estômago, intestino grosso e delgado). Nos pacientes com AIDS, a complicação mais comum é a coriorretinite, que pode levar à cegueira, mas existem outras, como comprometimento dos intestinos, do fígado e do sistema nervoso central, que resultam em perda do movimento dos membros inferiores e em mielite e encefalite. Na fase aguda, o tratamento é sintomático. O uso de antivirais fica reservado para as formas graves da doença e deve ser mantido pelo menos durante um mês. A grande preocupação é com o efeito tóxico dessas drogas sobre os rins a aos glóbulos sanguíneos. Rubéola Rubéola é uma doença infectocontagiosa causada pelo Togavírus. Sua característica mais marcante são as manchas vermelhas que aparecem primeiro na face e atrás da orelha e depois se espalham pelo corpo inteiro. O contágio ocorre comumente pelas vias respiratórias com a aspiração de gotículas de saliva ou secreção nasal. Sendo a rubéola congênita a forma mais grave da doença, porque pode provocar malformações como surdez e problemas visuais na criança. O período de incubação do vírus é de cerca de 15 dias e os sintomas são parecidos com os da gripe: Dor de cabeça, Dor ao engolir, dores no corpo (articulações e músculos), coriza, aparecimento de gânglios (ínguas), febre e exantemas (manchas avermelhadas) inicialmente no rosto que depois se espalham pelo corpo todo. Por causa de sua semelhança com várias outras enfermidades, o diagnóstico preciso de rubéola só pode ser obtido pelo exame sorológico na pesquisa por IgG e IgM. O tratamento é sintomático. Antitérmicos e analgésicos ajudam a diminuir o desconforto, aliviar as dores de cabeça e do corpo e baixar a febre. Recomenda-se também que o paciente faça repouso durante o período crítico da doença. Criança que nasce com rubéola pode transmitir o vírus por até um ano. Por isso, devem ser mantidas afastadas de outras crianças e de gestantes. A vacina contra a rubéola é eficiente em quase 100% dos casos e deve ser administrada em crianças aos 15 meses de vida. Mulheres que não tiveram a doença devem ser vacinadas antes de engravidar. Toxoplasmose
Toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita ou adquirida, causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii , encontrado nas fezes dos gatos e outros felinos. Homens e outros animais também podem hospedar o parasita. Pode ser adquirida pela ingestão de alimentos contaminados — em especial carnes cruas ou mal passadas, principalmente de porco e de carneiro, e vegetais que abriguem os cistos do Toxoplasma, por terem tido contato com as fezes de animais hospedeiros ou material contaminado por elas mesmas. Ela pode ser transmitida congenitamente mas não se transmite de uma pessoa para outra. A toxoplasmose pode ser uma doença absolutamente assintomática ou provocar quadros graves no miocárdio, fígado e músculos, encefalite e exantema maculopapular (vermelhidão pelo corpo em forma de pequenas manchas e pápulas). No caso de haver sintomas, merecem destaque: Febre, manchas pelo corpo, cansaço, dores no corpo, linfadenopatia, dificuldade para enxergar que pode evoluir para cegueira e lesões na retina. Em caso de pacientes soropositivos, o tratamento é indispensável, pois a forma disseminada da doença pode envolver retina, pulmões, cérebro, pele, músculos, fígado e coração. Pacientes com Aids requerem tratamento e atenção especial para controlar a progressão da depressão imunológica associada à doença. FERTILIDADE Estradiol É o hormônio esteroide de ação feminilizante típica. Útil no estudo da puberdade precoce no sexo feminino, nos tumores feminilizantes adrenais ou testiculares e nas ginecomastias. Deve ser avaliado nos casos de irregularidade menstrual, esterilidade ou infertilidade e no acompanhamento da menopausa FSH O FSH é um hormônio glicoproteico produzido pela hipófise sob influência do fator liberador hipotalâmico (LHRH), ganhando a circulação em pulsos (não tão evidentes como os de LH, devido a uma maior vida média desta molécula). O FSH estimula os folículos ovarianos na mulher e a espermatogênese no homem e se eleva nas deficiências ovarianas ou testiculares. Pode aumentar quando há comprometimento da espermatogênese, menopausa, hipogonadismo primário, tumores hipofisários. Diminui na síndrome dos ovários policísticos, deficiência hipofisária, produção ectópica de esteroides. LH O hormônio luteinizante é uma glicoproteína produzida pelas células hipofisárias. A produção de LH é influenciada pela secreção pulsátil de LHRH. A dosagem de LH tem indicação nos adultos de ambos os sexos para diagnóstico de hipogonadismo hipogonadotrófico (lesão hipotalâmica ou hipofisária) ou em lesão testicular ou ovariana. Nas crianças em paralelo à dosagem de FSH, é útil para classificar causas da puberdade precoce. METABÓLICOS
Vitamina B12 A vitamina B12 é um cofator essencial na condução de reações de óxidoredução que utilizam o grupo prostético FAD e FMN. Sua deficiência é caracterizada por glossite, estomatite e faringite, além de alguns tipos de anemia. O teste é útil na caracterização de estados de deficiência da B12, que podem ser consequências, de mal absorção intestinal, alcoolismo, infecções, neoplasias, pelagra, gestação e lactação. Cortisol O cortisol é o principal glicocorticoide produzido pelo córtex da adrenal no ser humano em resposta ao estímulo do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). Sua principal indicação é no diagnóstico da síndrome de Cushing (hiperfunção da adrenal). Baixas concentrações ocorrem na doença de Addison e nos defeitos de síntese adrenal responsáveis por puberdade precoce, genitália ambígua e hiperplasia adrenal congênita. Ferritina A ferritina é a principal proteína responsável pelo armazenamento de ferro, havendo uma relação direta entre o nível sérico e a quantidade de ferro armazenado. É um exame útil no diagnóstico e seguimento de anemias ferroprivas e na hemocromatose e porfirias (em que está aumentada). Seus níveis séricos podem aumentar em doenças crônicas, doenças hepáticas, neoplasias (leucemia, Hodgkin). Ferritina é também uma proteína de fase aguda. Proteína C reativa normal serve para excluir a elevação da ferritina como indicadora de reações de fase aguda. TIREOIDE T3 O T3 ou triiodotironina, é o segundo produto secretado pela tireoide em condições normais e também resulta da transformação de T4 nos tecidos. É útil no diagnóstico e controle terapêutico de pacientes hipo e hipertireoidianos. Pode estar diminuído em situações como, pós-operatório, uso de propanolol, corticoides, fenitoína, idosos ou em desnutridos. Pode aumentar com uso de estrógenos, situação que requer medida do T4 livre. T4 e T4 livre A tiroxina é de produção exclusiva da tireoide, circulando ligada a proteínas (TBG). Está elevada no hipertireoidismo e diminuída no hipotireoidismo, e apresenta menor sensibilidade diagnóstica do que a dosagem de TSH ou de T4L. Estrógenos aumentam, e certas drogas, como fenitoína, diminuem o T4 total. Estas interferências são resolvidas com medida do T3 retenção ou do T4 livre. O T4L constitui a fração principal das iodotironinas, sendo o responsável direto pela regulação do metabolismo celular e pelo “feedback” do TSH. Sua determinação está indicada no diagnóstico do hipo ou hipertireoidismo, pois não sofre influência significativa dos níveis de TBG circulantes. Aumenta no hipertireoidismo, tireoidite subaguda. Diminui no hipotireoidismo primário (tireoidite de Hashimoto, mixedema idiopático, bócio endêmico), no hipotireoidismo secundário e na tireoidite subaguda avançada. Não se altera com uso de drogas capazes de aumentar ou diminuir o T4 total e o T3 total.
Anti – TPO São autoanticorpos que atuam contra a peroxidase tireoidiana (TPO). Estes anticorpos estão presentes em tireoidites de etiologia autoimune, em especial a de Hashimoto. A determinação concomitante dos anticorpos anti-tiroglobulina aumenta a sensibilidade diagnóstica. Presença de mixedema, bócio nodular, doença de Basedow Graves e carcinoma da tireoide podem apresentar positividade para este anticorpo.
Hemoglobina Glicada O termo genérico “hemoglobina glicada” refere-se a um conjunto de substâncias formadas com base em reações entre a hemoglobina A (HbA) e alguns açúcares. A HbA é a forma principal, no individuo adulto, da hemoglobina, sendo que a HbA0 é o principal componente da HbA. Na prática, esta corresponde à chamada fração não glicada da HbA. Por outro lado, a HbA1 total corresponde a formas de HbA carregadas mais negativamente devido à adição de glicose e outros carboidratos. Existem vários subtipos de HbA1 cromatograficamente distintos, tais como HbA1a1, HbA1a2, HbA1b e HbA1c. Desses todos, a fração HbA1c, ou apenas A1C, é a que se refere à hemoglobina glicada propriamente dita, cujo terminal valina da cadeia beta está ligado à glicose por meio de uma ligação estável e irreversível. A A1C é um componente menor da hemoglobina, sendo encontrada em indivíduos adultos não diabéticos em uma proporção de 1% a 4. Na prática, os valores normais de referência vão de 4% a 6%. Níveis de A1C acima de 7% estão associados a um risco progressivamente maior de complicações crônicas. Por isso, o conceito atual de tratamento do diabetes define a meta de 7% (ou de 6,5%, de acordo com algumas sociedades médicas) como limite superior acima do qual está indicada a revisão do esquema terapêutico em vigor. Os níveis de A1C não retornam ao normal imediatamente após a normalização dos níveis de glicose sanguínea, demorando de 8 a 10 semanas, aproximadamente, para serem totalmente normalizados. Isto significa que, para a avaliação da eficácia do tratamento, os níveis de A1C deverão ser avaliados somente após um a dois meses depois do início ou da modificação da terapia. Antes disto, os níveis de A1C não refletirão o verdadeiro efeito da mudança recente do tratamento, o qual poderá ser verificado através da avaliação dos níveis de glicose sanguínea, a qual reage mais rapidamente ao início ou à alteração da terapia.
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