Relações Internacionais teoria
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Relações Internacionais Modelos das Relações Internacionais O século XX foi bastante rico em transformações que alteraram a ordem mundial. De início registrou uma hegemonia européia nas decisões que afetavam a sociedade internacional, mas esse hegemonia foi substituída pela ascensão do Estados Unidos , como maior potência econômica e militar do pós-Guerra e, na segunda metade do século, as transformações foram fruto da internacionalidade da economia.
Relações Internacionais I – O Modelo Idealista • Predominou entre as duas guerras mundiais Seu princípio esta centrado na paz universal e não beligerância. Necessário estruturar um trabalho em favor do sistema internacional, universal e integrado para a manutenção da paz. Diplomacia da Guerra Diplomacia da Paz
Relações Internacionais
Principais Caracteristicas da Teoria Idealista: Diplomacia aberta; O desarmamento geral, começando pela redução dos arsenais militares, até o nível compatível com a segurança nacioanal; Remoção de barreiras comerciais eo estabelecimento da igualdade de trocas entre todas as nações; O estabelecimento de uma associação geral das nações; Liberdade de navegação fora das águas territoriais; Aplicação dos princípios da autodeterminação dos povos; Substituição de governos autoritários por governos democráticos.
Relações Internacionais II – O modelo Realista • Conhecido como o modelo tradicional da teoria da Relações Internacionais. O dado fundamental explicativo do sistema internacional é o uso ou ameaça de uso da força militar, por parte dos Estados, o que dá ao sistema internacional um caráter anárquico onde
imperam as relações de força. Termos como paz/guerra, estratégia/diplomacia, aliança militar ou armamento, uma constante no vocabulário realista.
Principais Características do Modelo Realista:
O ambiente internacional é anárquico e de conflito; O Estado possui legitimidade para fazer usos da força; O estado é o ator central das Relações Internacionais; A política interna difere da política externa do Estado; A racionalidade das escolhas para a política externa
Relações Internacionais III- O Realismo Moderno ( Neo-Realismo) • Entende que a política, bem como toda sociedade, é governada por leis objetivas, advindas da natureza humana. Não dá ao conceito de “interesse definido como poder” um significado único, o interesse pertence à essência da política e não se altera diante da circunstância de tempo e lugar. Relações Internacionais IV - O modelo Marxista • Acreditam que a política externa de um determinado Estado é decorrente da estrutura socioeconômica adotada internamente. É a idéia de que, embora individualmente os capitalistas sejam racionais (como presumem os liberais), o sistema capitalista em si mesmo é irracional. O mercado competitivo, obriga os capitalistas a: poupar; investir; e acumular. Se a busca de lucros é o combustível do capitalismo , os investimentos são o seu motor; e o resultado é a acumulação. De modo geral, esse capital acumulado dos capitalistas individuais leva à superprodução periódica de bens, ao excesso de capital e ao desaparecimento dos incentivos para investir. Relações Internacionais
Principais Características do Modelo Marxista: a. A construção marxista apresenta em sua base considerações sobre o espaço internacional;
A política externa de um Estado é decorrente da estrutura socieconômica adotada internamente; e A política externa de um Estado é resultado dos interesses burgueses. Principais Características do Sistema Liberal: a. O comércio internacional é indispensável para o desenvolvimento econômico contínuo (prosperidade das sociedades modernas); O comércio internacional cria laços entre as nações que reduzem as tensões e políticas agressivas; A medida que se aprofundasse a interdependência econômica entre as nações, a reciprocidade seria cada vez mais assumida; e A economia Mundial interdepende, baseada no livre comércio, na especialização e na divisão internacional do trabalho. A corrente liberal tem como enfoque as relações sociais e o bem estar dos indivíduos, a Produção de bens coletivos, a construção de instrumentos de segurança coletiva, essenciais para a efetiva edificação de uma sociedade internacional, que visa proteger os direitos, valores e liberdades individuais.
V – O modelo Liberal • Concordam com a necessidade de respeito à liberdade individual e ao direito de propriedade como condições fundamentais para a consecução dos objetivos econômicos. Os Liberais não compartilham todas as idéias das questões internacionais, mas defendem a governança corporativa. Reconhecem que o estado de conflito que predetermina no sistema internacional, é uma ameaça constante à liberdade e para amenizar essa ameaça é necessário que os Estados promovam a Paz. O conteúdo básico dessa idéia é a realidade do processo de globalização ( Internacionalização do capital e a globalização financeira). ---/---As Teorias das Relações Internacionais são instrumentos teórico-conceituais por meio dos quais podemos compreender e explicar os fenômenos relativos à ação humana que transcende o espaço interno dos Estados, ou seja, que tem lugar no meio “internacional”.*1+ Teorias costumam ter a intenção de tornar o mundo mais compreensível para seus interlocutores, e em alguns casos de explicar e desenvolver possíveis previsões para o futuro. É lícito falar, nas relações internacionais, de teorias positivistas, isto é, que acreditam em verdades universais e científicas, e de teorias pós-positivistas, ou seja, aquelas que duvidam da legitimidade do conhecimento científico e contestam as bases epistemológicas, metodológicas e teóricas dos discursos dominantes. Podemos ainda falar em meta-teorias, como algumas faces do construtivismo. O realismo e o neo-realismo são as correntes dominantes de pensamento nas relações internacionais ainda hoje embora possamos falar em descentralização e fragmentação no campo.
Realismo e Neo-realismo A rigor, não se pode falar em origem das relações internacionais nem em teorias absolutamente homogêneas. Tradicionalmente, porém, se considera que o primeiro esforço sistematizado em pensar as relações internacionais ocorreu em 1917 com a fundação na Escócia do primeiro departamento de Relações Internacionais da história. Pensando numa forma de evitar os males da guerra (tendo em vista os desastres da Primeira Guerra Mundial) os cientistas dessa escola debateram formas de normatizar as relações internacionais. Na véspera do início da Segunda Guerra Mundial, contudo, um estudioso chamado Edward Carr criticou pela primeira vez os postulados desses primeiros cientistas em seu livro Vinte Anos de Crise, denominando-os como idealistas, por pensarem o mundo na forma como ele deveria ser ao invés de pensarem o mundo como ele efetivamente era. O realismo se define, sobretudo, baseado na oposição de Carr aos idealistas, ou seja, como uma teoria que vê o mundo da forma como ele realmente é, desvinculado de princípios morais. Não obstante, a expressão mais consolidada do realismo toma forma apenas após a Segunda Guerra Mundial, com a publicação do livro Política Entre as Nações de Hans Morgenthau. Com as mudanças no campo das ciências humanas e a transformação do meio internacional (guerra fria e degelo, expansão das organizações internacionais e aceleração do processo de globalização, etc.), muitos autores, realistas ou não, começaram a criticar e rever a obra de Morgenthau, oferecendo visões muito diversas de realismo, como o realismo estruturalista de Kenneth Waltz, cuja obra Teoria Da Política Internacional, de 1979, teve um impacto profundo nas ciências políticas...[2] Conceitos Realistas Os realistas partilham algumas características que permitem que muitos autores os reúnam em um só grupo teórico. Nas teorias realistas das relações internacionais, que reivindicam um caráter objetivo, empírico e pragmático, o Estado é colocado no centro das discussões, pois se considera que o Estado é o ator principal das relações internacionais. Esse Estado sempre atua servindo ao interesse nacional, que em sua forma mais básica é o desejo de sobreviver, mas que também se traduz no acumulo e na manutenção do poder. O poder é tido como um instrumento por meio do qual os Estados garantem sua sobrevivência no meio internacional, este último considerado, de acordo com os realistas, como anárquico, isto é, na ausência completa de ordem. Os realistas não se preocupam com a origem histórica dos Estados, mas os tomam como dados (“naturais”), além de homogêneos, e geralmente pensam a natureza humana de forma pessimista, reivindicando como base de suas idéias as obras de Maquiavel, Hobbes e até mesmo Tucídides. Nas ciências sociais, e também para os realistas, o Estado deve ser definido a partir de sua capacidade de monopolizar a força coercitiva, ou seja, o poder interno sem o qual não há ordem. No plano internacional, contudo, não há “Estado” e, portanto, não há monopólio do poder coercitivo, resultando disso os conflitos e guerras em que mergulha a humanidade freqüentemente. Dessa forma, o âmbito internacional é perigoso, e os Estados devem pensar em estratégias de segurança para impedir que sua soberania (autoridade legítima de cada Estado sobre seu território e sua população) seja ameaçada, e para assegurar sua sobrevivência. Encontramos essa descrição dos fenômenos políticos em Hobbes, que caracteriza a sociedade sem Estados como uma disputa constante de todos contra todos. Muitas vezes os Estados são obrigados a cooperar e fazer alianças para sobreviverem, sobretudo em função de um equilíbrio de poder, isto é, buscando manter um
equilíbrio na distribuição de poder no plano internacional. Logo, se um estado se torna muito poderoso, os outros podem formar um bloco para neutralizar seu poder e reduzir seu perigo para a segurança de cada nação. No pensamento realista a ética ocupa espaço reduzido, uma vez que, buscando a sobrevivência, os Estados podem quebrar qualquer acordo e desobedecer qualquer regra moral. A Realpolitik, do alemão “Política Real”, prática da política externa definida como maquiavélica, é normalmente associada a esse pensamento de cunho realista. Auto-ajuda é, para os realistas, a noção de que os Estados só podem contar com a sua própria capacidade no que diz respeito às relações internacionais. Em suma, os realistas enxergam o sistema internacional como um espaço de disputa pelo poder, motivada por um tema saliente em suas exposições: a segurança.
Hans Morgenthau Hans Morgenthau, o pai do realismo clássico, circunscreveu alguns princípios que, em sua concepção, orientavam a política externa. Para ele, a natureza humana era a referência básica de qualquer análise política, os Estados tinham como objetivo comum a busca pelo poder e a moralidade seria limitada e definida em termos particulares (ver: seis princípios do realismo político[3]). O objetivo supremo de todo o Estado seria a sobrevivência e o poder seria instrumentalizado para servir aos interesses nacionais.O prestígio poderia ser, também, um objetivo dos Estados no sistema internacional.[4]
]John Herz Contemporâneo de Morgenthau, John Herz trouxe importantes contribuições para o pensamento realista clássico. Embora partilhasse com Morgenthau grande parte do núcleo da teoria realista, Herz admitia que a ética tivesse um papel importante dentro das relações internacionais. Além disso, Herz introduziu no pensamento realista a idéia de dilema de segurança: quando um Estado se sente ameaçado, ele investe em armas, o que faz, em determinado prazo, com os Estados ao seu redor se sintam igualmente ameaçados, de forma que eles também investem em armamentos. Dessa forma, todos os Estados acabam numa situação pior do que antes em termos de segurança, mesmo que o objetivo original de determinado Estado tenha sido o de aumentar sua segurança.
Liberalismo/ Pluralismo Nas relações internacionais o Liberalismo, ou Pluralismo, é uma corrente teórica alicerçada principalmente na obra de Immanuel Kant. Normalmente considerados como “idealistas” pelos expoentes das escolas realistas, os liberais tem uma visão predominantemente positiva da natureza humana, e vêem o Estado como um mal necessário. Para os liberais, as relações internacionais podem envolver cooperação e paz, possibilitando o crescimento do comércio
livre e a expansão dos direitos universais dos homens. Os liberais enfatizam as relações internacionais como um palco em que atua uma multiplicidade de personagens, como os Estados, as organizações internacionais, as empresas transnacionais e os indivíduos, motivo pelo qual são chamados também de pluralistas. Eles acreditam que as relações internacionais podem assumir um aspecto mais otimista e sem guerras, motivado basicamente pelo livre comércio. Conceitos Liberais Embora os liberais tendam a concordar com os realistas no que diz respeito á caracterização do sistema internacional como anárquico, suas teorias normalmente enfatizam os aspectos desse sistema que privilegiam a paz e a cooperação. Para os teóricos do liberalismo, herdeiros do iluminismo de Kant, Montesquieu e do liberalismo de Adam Smith, a guerra seria desfavorável ao desenvolvimento do livre-comércio, de forma que o crescimento do comércio em escala internacional favoreceria a instauração de uma era de paz e cooperação nas relações internacionais. Um conceito particularmente importante desenvolvido pelos liberais é o de interdependência. Num mundo cada vez mais integrado economicamente, conflitos em determinadas regiões ou tomadas de decisões egoístas poderiam afetar mesmo Estados distantes, a despeito de seus interesses. A crise do petróleo é um exemplo de impacto da interdependência. Nesse caso, os Estados tenderiam a cooperar visando evitar situações desastrosas para a economia. A idéia de paz democrática também é muito importante para as relações internacionais hoje. Ela se funda na idéia Kantiana de que Estados com regimes em que prevalece a opinião pública não entrariam em guerra entre si. A opinião pública alteraria os interesses dos Estados, colocando em pauta questões que interessam aos indivíduos, como liberdades, bem-estar social e outras questões de natureza moral.[5] Os Quatorze pontos de Wilson O discurso do dia 8 de janeiro de 1918 é um dos memoráveis episódios da História da Primeira Guerra Mundial. Nesse dia, o presidente norte-americano Woodrow Wilson apresentou uma proposta consistindo em catorze pontos cardeais do que deveria ser a nova ordem mundial. As interpretações da proposta de Wilson correspondem, de certa forma, às questões vinculadas ao debate “realismo versus liberalismo”, já que os primeiros consideram o presidente Wilson um idealista, enquanto os segundos o consideram um brilhante precursor duma ordem mundial cooperativa. O décimo quarto ponto das propostas wilsonianas pedia que as nações desenvolvidas formassem uma associação com o objetivo de garantir a integridade territorial e a independência política dos países. Essa foi a fracassada Liga das Nações, que, não obstante, figura hoje como modelo precursor das Nações Unidas e primeira experiência liberal do tipo. Embora Woodrow Wilson tenha se esforçado por convencer a população americana da necessidade de se estabelecer uma Liga das Nações, o presidente acabou sofrendo sérios problemas de saúde, sendo obrigado a se retirar de cena, enquanto um congresso cético rejeitava o seu projeto de paz perpétua.
"Os 14 pontos foram apresentados em 8 de janeiro de 1918 ao Congresso dos EUA, que o rejeitou, sob a forte influência do isolacionismo na política externa americana. A rejeição
deixou os EUA de fora da Liga --que anos mais tarde falhou em evitar a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Depois das complexas negociações entre as nações vencedoras e aliadas, que envolveram discussões sobre a retomada de terras dominadas e conflitos anteriores à Primeira Guerra, uma versão reformulada do tratado de 14 pontos foi aprovada. Um mês depois, em 28 de junho de 1919, em Paris, o estatuto da Liga das Nações foi assinado como parte do Tratado de Versalhes, que definiu as cláusulas do fim da guerra. A primeira assembléia geral da Liga foi realizada em 15 de novembro de 1920, na neutra Genebra. Conheça os 14 pontos da proposta de paz de Woodrow Wilson: 1) Inaugurar pactos de paz, depois dos quais não deverá haver acordos diplomáticos secretos, mas sim diplomacia franca e sob os olhos públicos; 2) Liberdade absoluta de navegação nos mares e águas fora do território nacional, tanto na paz quanto na guerra, com exceção dos mares fechados completamente ou em parte por ação internacional em cumprimento de pactos internacionais; 3) Abolição, na medida do possível, de todas as barreiras econômicas entre os países e o estabelecimento de uma igualdade das condições de comércio entre todas as nações que consentem com a paz e com a associação multilateral; 4) Garantias adequadas da redução dos armamentos nacionais até o menor nível necessário para garantir a segurança nacional; 5) Um reajuste livre, aberto e absolutamente imparcial da política colonialista, baseado na observação estrita do princípio de que a soberania dos interesses das populações colonizadas deve ter o mesmo peso dos pedidos equiparáveis das nações colonizadoras; 6) Retirada dos Exércitos do território russo e solução de todas as questões envolvendo a Rússia, visando assegurar melhor cooperação com outras nações do mundo. O tratamento dispensado à Rússia por suas nações irmãs será o teste de sua boa vontade, da compreensão de suas necessidades como distintas de seus próprios interesses e de sua simpatia inteligente e altruísta; 7) Bélgica, o mundo inteiro concordará, precisa ser restaurada, sem qualquer tentativa de limitar sua soberania a qual ela tem direito assim como as outras nações livres; 8) Todo território francês deve ser libertado e as partes invadidas restauradas. O mal feito à França pela Prússia, em 1871, na questão da Alsácia e Lorena, deve ser desfeito para que a paz possa ser garantida mais uma vez, no interesse de todos; 9) Reajuste das fronteiras italianas, respeitando linhas reconhecidas de nacionalidade; 10) Reconhecimento do direito ao desenvolvimento autônomo dos povos da Áustria-Hungria, cujo lugar entre as nações queremos ver assegurado e salvaguardado;
11) Retirada das tropas estrangeiras da Romênia, da Sérvia e de Montenegro, restauração dos territórios invadidos e o direito de acesso ao mar para a Sérvia; 12) Reconhecimento da autonomia da parte da Turquia dentro do Império Otomano e a abertura permanente do estreito de Dardanelos como passagem livre aos navios e ao comércio de todas as nações, sob garantias internacionais; 13) Independência da Polônia, incluindo os territórios habitados por população polonesa, que devem ter acesso seguro e livre ao mar; 14) Criação de uma associação geral sob pactos específicos para o propósito de fornecer garantias mútuas de independência política e integridade territorial dos grandes e pequenos Estados. Interdependência Poder e Interdependência (1977), a obra liberalista de Robert Keohane e Joseph Nye, é um marco para a discussão de interdependência nas relações internacionais. Analisando as mudanças proporcionadas pela acelerada globalização no mundo contemporâneo, que envolvia o surgimento de transnacionais, o crescimento do comércio e a integração internacional intensiva, os autores defendiam que a tomada de decisões por atores estatais e não-estatais tendiam a ser recíprocos, isto é, a trazer conseqüências para muitos outros agentes do sistema internacional. Dessa forma, os efeitos econômicos de uma decisão tomada do outro lado do mundo poderiam ser muito prejudiciais para os países envolvidos. Para Keohane e Nye, a interdependência é um fenômeno custoso para os atores do sistema internacional, traduzida em termos de sensibilidade (repercussão de uma decisão em um país sobre outro) e vulnerabilidade (alternativas de contornar a sensibilidade). As conseqüências desse processo de integração, segundo os teoristas, era a redução do uso da força nas relações entre nações. Nessa perspectiva, a melhor maneira de solucionar conflitos gerados pela interdependência seria a instituição de instâncias supranacionais, por exemplo. Essa abordagem é importante porque subverte a relação estabelecida pelos realistas de “baixa” e “alta” política: as questões comerciais pareciam ter grande importância para a política de poderes.
Neoliberalismo Keohane reelaborou seu pensamento institucionalista com novas bases após severas críticas direcionadas às teorias da interdependência por parte dos realistas. O neoliberalismo, como ficou conhecido, mais uma vez tentava defender de forma científica que a formação de entidades supranacionais era o melhor caminho para a solução de conflitos internacionais. Assim, o autor reiterou os postulados realistas, segundo os quais o sistema internacional é anárquico e os Estados são seus principais atores. No entanto, Keohane se esforçou por demonstrar que a falta de transparência e o egoísmo completo podem ter conseqüências pouco benéficas e, por conseguinte, menos lógicas, para as nações envolvidas. As instituições internacionais teriam, portanto, a função de permitir uma melhor transparência nas relações internacionais e, assim, garantiriam resultados relativamente mais proveitosos do que aqueles
que seriam obtidos sem a sua existência. É importante ressaltar que a perspectiva de Keohane reconsidera o papel das instituições internacionais, inserindo-as dentro de uma perspectiva de políticas de interesses, descartando a dimensão ética dessas instituições reivindicada por outros liberais.
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Idealismo: Na teoria das relações internacionais, o idealismo se refere à escola de pensamento que, na história diplomática dos Estados Unidos, se desenvolveu com base nas idéias de Woodrow Wilson, tanto que é constantemente denominado como Wilsonianismo ou Idealismo Wilsoniano . Teve influência nos pensadores do Iluminismo europeu, como Kant, e que se contrapõe fortemente ao realismo político. A primeira formulação de uma teoria liberal das relações internacionais ocorreu no imediato pós-Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e foi sintetizada nos 14 pontos da proposta de paz de Woodrow Wilson, em 1918. O idealismo liberal pretendia entender as causa da guerra e prescrever formas de evitar outro conflito de amplas proporções Pressupostos * Os indivíduos são bons por natureza, seu interesse no bem-estar coletivo estimula o desenvolvimento por meio da cooperação possível. * A natureza anárquica do sistema internacional não é imutável e pode ser amenizadade ou extinguida com a formação e fortificação de organizações internacionais e o direito internacional. * Estados democráticos não buscam a expansão militar e territorial. Estados com instituições não representativas são dominados por elites autoritárias e agressivas, e essas buscam afirmar e aumentar seu poder. * É necessário garantir a liberdade individual e proteger os indivíduos dos abusos de poder que os Estados podem empreender * A guerra pode ser evitada.
Meios de tornar o Sistema Internacional mais cooperativo '* Os Estados democráticos dificilmente entram em conflito bélico, então a expansão desse tipo de governo e a promoção de instituições democráticas nos paises e fora deles, segundo o idealismo, diminuiria a probabilidade de guerra. A expansão dos Estados governados democraticamente estimula a criação e sustenta a manutenção de organizações e leis
internacionais, o que, por sua vez, facilita a difusão da democracia em âmbito internacional, resultando em um círculo virtuoso.
*O Liberalismo económico cria laços entre povos e países, por meio de cooperação e de comércio internacional, contribuindo para redução e a expansão do poder bélico até o limite da auto-defesa. Quando Estados podem obter ganhos políticos ou econômicos simultaneamente por mais de um agente. O caráter de benefício mútuo promove a cooperação entre eles. *Apesar dos interesses de diferentes Estados poderem ser antagônicos e conflituosos em algumas ocasiões, quando esses interesses são negociados por sociedades governadas democraticamente tendem a buscar um equlíbrio nas negociações, assim como acontece com os interesses individuais no mercado. Quando promovidos os verdadeiros interesses nacionais, é possível, com as instituições internacionais (OMC, por exemplo) e o direito internacional como mediadores, buscar a comunicação e o entendimento entre as partes, resultando na redução de hostilidade e guerra. Realismo 1: Na teoria das relações internacionais, o realismo, também conhecido como realismo político, abrange diversas teorias que compartilham a ideia de que Estados são primordialmente motivados pelo desejo de poder e segurança, tanto militar quanto econômico, em vez de se preocuparem com ideais ou com a ética. O realismo se contrapõe muito ao idealismo. História Tucídides (a.C.) escreveu “História da Guerra de Peloponeso” que relata a guerra entre Esparta (regime autoritário) e Atenas (democracia directa). Esta guerra durou 30 anos e ambos os países ficaram destruídos. As Relações Internacionais questionam quais as causas da guerra: duas potências mais ou menos equilibradas que desconfiam uma da outra. Atenas queria expandir o seu domínio, pois era imperialista. Conclui que não há forma de se evitar a guerra porque os Estados estão em Estado de Natureza. Maquiavel (século XV) escreve “O Príncipe”, 25 ensaios em forma de carta, onde conclui-se que os “fins justificam os meios” e, por isso, é preciso utilizar a força quando necessário. Thomas Hobbes diz que os Estados entre si vivem num Estado de Natureza pois lutam para realizaram os seus objetivos (interesses) nacionais. Defende que o Homem está dividido entre desejo e Razão. Dificilmente controlado, o Homem é dominado pelo desejo e a Razão ajuda a controlar esse desejo. O Estado de Natureza pode ser controlado por “Leviatã” (nome do seu livro mais famoso) que é a autoridade. No interior do Estado há uma autoridade que mantém as relações pacíficas entre as pessoas. Segundo Hobbes, nas Relações Internacionais não há “Leviatã”, não há autoridade acima dos Estados. Carl von Clausewitz, general alemão do início do século XIX, escreve “Sobre a Guerra” onde refere que “A guerra é a continuação da política por outros meios”. Escreve que há aqueles
que mandam e aqueles que obedecem e que a guerra é um meio para se conseguir obediência, tentativa de se estabelecer essa relação de poder, mas por meio da violência generalizada. “A guerra é um acto Humano”. Reinhold Niebuhr, um padre protestante, escreve “Homem moral e sociedade imoral”, ainda antes da II Guerra Mundial. Tenta-se que a sociedade seja organizada segundo valores morais. Escreve também “Ironia da história Norte-americana” onde diz que a verdadeira razão para a política externa americana são os interesses dos EUA. Nicholas John Spykman, de certa forma o pai da OTAN, é autor do livro “Estratégia Norteamericana na Política Internacional”, de 1942, onde se pode ler que a luta entre Estados é mais ao nível do espaço (território, petróleo, …) para se tornarem mais fortes. Hans Morgenthau, um dos principais teóricos, fundou uma escola sobre política internacional chamada “Power Politics” que é posteriormente seguida por vários políticos norte americanos. Afirma que conquistar é exercer poder. Os Estados lutam pelo interesse nacional ligado aos três elementos centrais do Estado: território, população e governo. Assim, preservar a integridade territorial e assegurar o bem-estar da população são os objectivos principais dos Estados. Morgenthau disse que há uma constante competição pelo poder entre Estados para garantir a segurança e manutenção do território. Assim, os Estados vivem em Estado de Natureza. A confiança entre Estados traduz-se numa cooperação prolongada, uma interrupção da guerra que pode durar mais ou menos tempo. Deve-se procurar o equilíbrio entre os Estados. Após o desaparecimento da URSS, os EUA tornaram-se na única super potência mundial. Raymond Aron, francês intelectual, autor de “Paz e guerra entre Nações”, parte do mesmo pressuposto de todos os realistas. O seu pensamento tem dois elementos distintos mais importantes: Realismo De modo geral, a tradição realista se subdivide em duas vertentes: o realismo clássico e o realismo moderno (ou neoclássico) – concentremo-nos apenas nestas. No que concerne à primeira, os principais autores são Tucídides, Maquiavel e Hobbes. Já no tocante à segunda, Carr e Morgenthau são as referências indispensáveis e mais diretamente ligadas às Relações Internacionais, propriamente ditas. Primeiramente, tratemos dos realistas clássicos. Tucídides (471-400 a.C.), o antigo historiador grego que analisou a Guerra do Peloponeso (431–404 a.C.) – batalha travada entre Atenas e Esparta (foto) –, depreendeu que, “em um mundo onde os poderosos fazem o que têm o poder de fazer e os fracos aceitam o que têm que aceitar”, perdura o medo de não sobreviver e incita a guerra. Assim sendo, o historiador prenunciou o conceito de balança de poder, dado que os fracos tentarão se aliar aos poderosos, os quais ostentam rivalidades entre si, no intuito de manter uma situação relativamente pacífica em que todos possam sobreviver. Contudo, a sombra do conflito não se dissipa nesta interação. Por outro lado, a herança de Maquiavel (1469-1527) ao realismo encontra-se na ênfase depositada na sobrevivência do Estado como ator, retratando a conturbada época vivida pela Itália na qual o teórico político renascentista escreveu “O Princípe”. Para o teórico, o príncipe
(governante) deveria sempre estar preparado para a guerra de modo a garantir a segurança estatal. Por fim, o conceito hobbesiano de “estado de natureza” assemelha-se ao estado de anarquia no sistema internacional. Hobbes (1588-1679) argumentou que a natureza humana é essencialmente má e que a inexistência de um soberano (Leviatã) implicaria na guerra de “todos contra todos”. Internamente, o filósofo inglês defende que é possível a realização de um contrato que encerre o relacionamento conflituoso. Externamente, os Estados guerreiam entre si. Certamente, Hobbes prescreveu a idéia do dilema da segurança. Passemos agora para os realistas modernos ou neoclássicos. Edward H. Carr (1892-1982) é tido como um dos precursores desta vertente e sua obra “Vinte Anos de Crise – 1919-1939” delineia exatamente o Primeiro Debate nas Relações Internacionais. Ele é responsável por apresentar este debate, travado entre realistas e idealistas. Em sua obra, Carr refuta a ingenuidade do idealismo, afirmando que interpretaram erroneamente os fatos da história e que não entenderam a natureza das relações internacionais. Ademais, o autor recorda o poder como o motivador das ações dos Estados, embora tenhamos que admitir: Carr buscou muito mais uma síntese realismo-idealismo do que uma posição puramente realista. Já Hans Morgenthau (1904-1980) é sem dúvida a maior expressão do realismo e autor dos seis princípios que norteiam a essa tradição teórica. Resumidamente, são estes os princípios: 1) a política obedece a leis objetivas decorrentes da natureza humana; 2) o interesse estatal é sempre definido em termos de poder; 3) o interesse em termos de poder é um conceito universal; 4) os princípios morais universais são aplicados em consonância com a época e o local; 5) os princípios morais de uma nação em particular não podem governar os demais; e 6) a política é uma esfera autônoma, isto é, não se subordina a nenhuma outra (econômica, cultural, etc.). ---***---Na teoria das relações internacionais, os "Grandes Debates" referem-se aos muitos desentendimentos entre os estudiosos das relações internacionais.[1] Ashworth descreve como a disciplina de relações internacionais tem sido fortemente influenciada pelas narrativas históricas e que "nenhuma ideia tem sido mais influente" do que a noção de que existia um debate entre o pensamento utópico e o realista Primeiro Grande Debate: Realismo versus Idealismo O "Primeiro Grande Debate", também conhecido com o "Grande Debate RealismoIdealismo"[3] foi a disputa entre os realistas e idealistas ocorrida nas décadas de 30 e 40, fundamentalmente sobre o acordo com a Alemanha Nazista.[4][5] Os estudiosos Realistas enfatizaram a natureza anárquica das políticas internacionais e a necessidade da sobrevivência do estado. Os Idealistas enfatizaram a possibilidade da existência de instituições internacionais, como a Liga das Nações. Entretanto, alguns argumentam que a definição do debate entre o Realismo e o Idealismo, em termos de um grande debate, é uma caricatura enganosa, assim, descrevem o "grande debate" como um mito.[6][7]
Segundo Grande Debate O Segundo Grande Debate foi entre os estudiosos das "relações internacionais científicas" que procuram aperfeiçoar os métodos científicos de pesquisa na teoria das relações internacionais, e aqueles que insistiam em uma abordagem mais histórica/interpretativa da teoria das relações internacionais. O debate é denominado de "realismo versus behaviorismo" ou "tradicionalismo versus cientificismo".[8] Debate interparadigma Por vezes o debate interparadigma é considerado como sendo um grande debate. O debate interparadigma foi um debate entre o liberalismo, realismo e teorias radicais das relações internacionais.[9] O debate é também descrito como sendo entre o realismo, institucionalismo e o estruturalismo.[10] Quarto Grande Debate O Quarto Grande Debate é um debate entre as teorias positivistas e as teorias pós-positivistas das relações internacionais. Confusamente, ele é frequentemente descrito como o "Terceiro Grande Debate" em virtude daqueles que rejeitam a descrição do debate interparadigma como um Grande Debate.[11] Este debate preocupa-se com a epistemologia latente das escolas de relações internacionais, bem como é descrito como um debate entre os racionalistas e reflexivistas.[12] O debate foi iniciado por Robert Keohane em um debate na Associação Internacional de Estudos em 1988, e pode ser considerado um debate epistemológico em vez de um ontológico,[13] o que significa dizer, um debate sobre o que podemos afirmar conhecer. Crítica Steve Smith argumenta que as posições divergentes tem ignorado uma a outra, assim não faz muito sentido falar em "debates" entre os quadros teóricos rivais.[14]
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