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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori Olá, pessoal. É com grande satisfação que trabalharemos com vocês no Curso de Redação Discursiva para o STJ com o CESPE. CESPE. Apresentaremos a vocês nosso projeto de redação dissertativa, denominado pelos próprios alunos como REDAÇÃO ARROZ-COM-FEIJÃO e por nós TEORIA DAS MÁSCARAS. Ele apresenta algumas características inovadoras no conceito de produção de textos para concursos públicos e provas discursivas em geral. Antes de apresentarmos o curso a vocês, vamos nos apresentar para que os que não nos conhecem, c onhecem, saibam um pouco a nosso respeito. Meu nome é Luciane Aparecida Aggio Sartori, sou professora de Português há vinte e três anos, trabalho com concursos há dezesseis e com concurso público há dez. Para este último, ministro aulas de todas as frentes: gramática, interpretação de texto, redação discursiva e redação oficial. Meu nome é Nélson Sartori e sou professor de Português há vinte e dois anos. Trabalho com concursos há dezesseis e há dez com concursos públicos. Ministro aulas de gramática, interpretação de texto, redação discursiva, redação oficial, redação jurídica e linguagem forense. Realizamos constantes assessorias em recursos de questões discursivas e notamos a grande dificuldade que muitos têm em manter a continuidade lógica e clara da elaboração dos períodos, bem como em manter o texto texto com um único único objetivo. Além dessas dificuldades, um outro ponto importante é como começar o texto, atendendo à proposta de forma rápida, já que o tempo é curto e a criatividade nessa hora não vem, sem contar com o fato de, às vezes, não se saber muito sobre o assunto em questão. Assim, nosso curso tem por objetivo ajudá-los especialmente nesses aspectos, ou seja, saber iniciar o texto com rapidez - mesmo que não se conheça muito sobre o assunto -, conseguir dar continuidade lógica e clara a todo o texto, como também às suas partes, sem perder de vista a direção argumentativa, o objetivo do texto. Por que é tão difícil produzir um texto eficiente? Pois é, sempre ouvimos os temores de nossos alunos quanto às provas que cobram dos candidatos habilidades na produção de questões discursivas. Alguns diziam se sentirem tão despreparados que terminavam por desistir dos concursos que traziam a redação como critério de classificação. Temos de reconhecer que o hábito de escrever não está na prática do cotidiano da maioria das pessoas e que, hoje em dia, quando se dispõem a fazê-lo, exercitam essa habilidade normalmente em ambientes virtuais Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori como sites de relacionamento, MSN e na elaboração de e-mail. Nesses expedientes ocorre o que chamam de “pacto da mediocridade” – sem intenção ofensiva - que caracteriza a postura displicente de como se escreve e a aceitação mútua de erros e desvios da norma culta escrita: “ele escreve tudo errado, mas eu aceito para não ser cobrado por ele da mesma forma quando errar”. Usam-se imagens, símbolos gráficos, abreviações que mais se assemelham a códigos criptografados do que à própria língua portuguesa. O maior problema é que isso gera um reforço negativo: treina-se uma escrita que não promove a prática ideal da comunicação verbal normatizada. O resultado é que, quando ocorre a exigência da produção escrita, a prática que se tem não promove a eficiência nessa categoria de comunicação. Como, em pouco tempo, desenvolver a habilidade da escrita em quem tem dificuldade de passar para o papel o que tem na sua cabeça? Em um procedimento tradicional de curso de produção de textos, começa-se pela apresentação de exemplos de textos bem escritos, mostrase sua estrutura, apresentam-se as partes que o compõem. Depois disso, inicia-se a identificação dessas partes e de como elaborá-las separadamente: como se constrói um parágrafo; quais são as fases de sua elaboração; quais são os diferentes tipos de parágrafos. Também é mostrado como podem ser os parágrafos que introduzem, desenvolvem e concluem um texto dissertativo. E só depois de exercitar esses primeiros procedimentos é que se passa à produção de um trabalho completo, buscando a eficiência do todo por intermédio do agrupamento de cada uma das partes estudadas até a formação de um bloco contínuo e completo. O truncamento desse trabalho ocorrerá certamente se o aprendiz não se dispuser a praticar esses conceitos. É aí que começa a frustração dos potenciais autores, pois muitas vezes só vão tentar praticar a escritura da sua redação após terem terminado o curso e sentem muita dificuldade no momento do agrupamento, isto é, de fazer virar o todo, aquilo que aprendeu a fazer por partes. Se o resultado não for satisfatório, eles simplesmente assumirão a dificuldade como uma inabilidade pessoal. Como proposta de solução para essa dificuldade, partimos de um princípio inverso em que se começa da materialização do texto eficiente, satisfazendo os anseios dos nossos alunos – começamos pelo todo para depois estudarmos as partes. Esse trabalho consiste na elaboração de máscaras de redação que proporcionam ao candidato um ponto de partida concreto na produção de redações eficientes a partir de modelos prontos e que poderão ser reproduzidos e adaptados para qualquer tema proposto Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori pela banca organizadora do concurso, o CESPE, respeitando ainda o caráter da originalidade e da criatividade de cada autor. As máscaras de redação garantem a eficácia sobre os principais quesitos exigidos pelas bancas organizadoras dos critérios de correção dos textos, tais como progressão textual e sequencialização, coesão e consequentemente coerência, além de atender naturalmente à estrutura própria dos textos dissertativos. Outro ponto importante de nosso trabalho é o de ele permitir ao candidato uma projeção bem aproximada da extensão do seu texto em número de linhas. Outra finalidade dessa proposta é também a de desenvolver uma maior agilidade na projeção e na construção da redação, otimizando o tempo de sua elaboração durante a prova.
O que mais podemos oferecer? Neste curso, orientaremos também quanto às estratégias para a análise de propostas de redação em suas várias possibilidades de apresentação e debateremos algumas delas para que sirvam de treino para o desenvolvimento de outras propostas. Após o término do nosso curso, o candidato poderá produzir duas redações para avaliar a eficiência do método e também para que possamos analisá-las utilizando um padrão que tem por base os critérios de correção do próprio CESPE, levando em conta os quesitos apontados pela instituição. Assim, ao recebê-las corrigidas, será possível ter uma visão concreta dos resultados alcançados. A primeira redação deverá ser entregue na primeira semana após o término de nosso curso e a segunda na semana seguinte (fixaremos as datas na aula nº1). Devolveremos sua redação corrigida na semana seguinte à da entrega (Solicitamos um prazo de 5 dias úteis para correção). Como a instituição leva em conta a estética, as redações deverão ser manuscritas, escaneadas (digitalizadas) e enviadas para a correção pelo e-mail
[email protected]. O arquivo deve vir obrigatoriamente em PDF ou JPEG. Se você ainda não entendeu por que não enviar as redações digitadas em Word... Pessoal, cansamos de ver as pessoas se atrapalharem com as seguintes informações: linha cheia, texto em prosa, letra legível ou legibilidade, respeito às margens e paragrafação. Se não se atrapalham com essas informações, desprezam-nas, o que é um pecado. Assim, vamos Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori entender primeiro cada um desses pontos e, em seguida, vocês entenderão melhor o motivo de o texto ter de ser manuscrito. Quando se fala em texto em prosa, significa que o candidato não poderá fazer poema – texto em prosa é o contrário de texto em verso-, logo vocês deverão usar toda a linha (linha cheia), com exceção é claro dos espaços necessários para os parágrafos ou dos espaços que ficam quando o período acaba antes do final da linha. Já vimos muito aluno zerar a redação ou perder muito ponto por achar que, no texto em prosa, deveria haver diálogo com uso de travessão - assim, em vez de fazer uma dissertação, acaba fazendo uma narração - não é nada disso. Letra legível significa letra que se pode entender, inteligível, e não letra cursiva. Já vimos muitos alunos acharem que não poderão usar a letra de forma por causa desse quesito. A letra de forma só não poderá ser empregada se o edital exigir a cursiva. Outro detalhe importante é que, ao usar a letra de forma, o candidato deverá diferenciar letra maiúscula de minúscula, senão haverá erro de grafia. Caso vocês nos enviem o texto em Word, como poderemos avaliálos e orientá-los nesse quesito, se não saberemos se no texto manuscrito vocês procederão de maneira adequada? Além disso, observem que perder ponto por estes motivos é uma bobagem! Vamos caprichar na estética – vejam que, no caso da prova do CESPE, esse quesito corresponde 10% da prova, então, por que não tê-los? Veja aqui ao lado um exemplo de como corrigiremos sua redação. Ela deverá vir escaneada e nós a devolveremos aproximadamente 5 dias uteis após recebê-las. Quase sempre devolvemos antes, mas por garantia determinamos um período não frustrar suas expectativas.
Como será desenvolvido o nosso curso? Em razão da previsão da prova para 6 de maio de 2012, realizaremos nosso curso em três aulas distintas, além desta aula demonstrativa. Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori Aula 1 – Demonstrativa: Estrutura do curso, dúvidas frequentes e tipologia textual; Aula 2 – Estrutura dissertativa – coesão, coerência, paralelismo e progressão discursiva - e Teoria das Máscaras – seleção de algumas propostas das principais instituições; Aula 3 - Aprofundamento da elaboração do parágrafo dissertativo, introdutório e conclusivo; Aula 4 – Projeto de texto – análise de propostas e respectivos projetos possíveis – e Dicas Finais.
A que cada aula se refere especificamente, então? Vamos entender um pouco do conteúdo de cada aula? A primeira aula é esta que estamos tendo, na qual já estamos eliminando as dúvidas mais comuns que as pessoas costumam apresentar em relação aos procedimentos da redação no dia da prova. Além disso, mostraremos a diferença entre dissertação, narração e descrição. Na segunda aula, apresentaremos a vocês as características da dissertação com ênfase nos aspectos de maior peso na nota do seu texto, ou suja, aquilo que assume maior pontuação na elaboração dos textos. Vamos, ainda, facilitar sua vida – e muito! – apresentando a todos uma fórmula prática e eficiente para se fazer textos dissertativos, alcançando uma nota mínima satisfatória, sem que se tenha que perder muito tempo no dia da prova – a Teoria das Máscaras -; nesse momento, encaminharemos propostas de redação para que vocês escolham uma delas e já elaborarem a primeira redação de vocês para correção. Na terceira aula, aprofundaremos a elaboração das redações, portanto das máscaras também, para que vocês possam aperfeiçoar o desenvolvimento do seu texto e também diversificar a introdução e a conclusão do seu texto – vale lembrar que a introdução pode ter de ser alterada conforme a estrutura da proposta que às vezes muda. Por fim, na quarta e última aula, mostraremos a vocês como montar o projeto do seu texto para que a criatividade surja e vocês não se percam no momento de redigir; nesta aula encaminharemos mais propostas para vocês possam selecionar uma delas para desenvolver e nos enviar para correção. O que mais? Estudaremos as estratégias quanto ao melhor momento de elaboração da redação durante a prova e ao final das aulas, faremos sugestões de propostas para que vocês possam escolher uma delas para nos enviar para correção. Alertamos para a necessidade de suas redações virem acompanhadas das propostas escolhidas por vocês. Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori Então, vamos lá? I. Dúvidas frequentes quanto à redação para concursos públicos. Nós selecionamos aqui as dúvidas que frequentemente nos são apresentadas pelos alunos sobre as redações para concursos públicos e que certamente também são as de muitos de vocês. Vejamos... 1. Qual o peso ou a importância da redação em um concurso público? O peso da redação é muito grande, ela faz a diferença na aprovação. Nos concursos atuais, a redação se tornou o passaporte para o ingresso em grande parte das carreiras públicas, pois de nada vale um resultado positivo na prova objetiva se não obtiver sucesso com resultado de sua redação. Os candidatos costumam dedicar seu tempo de estudos à prova objetiva e deixar a redação por último. Na maioria das vezes, passam naquela e reprovam nesta. Não dá para subestimar a redação, é preciso exercitar. 2. O que conta mais para um bom resultado: ter bons conhecimentos sobre o assunto apresentado na proposta ou ter bons conhecimentos em língua portuguesa? Em verdade, os dois aspectos são equivalentes em importância. No que diz respeito aos conhecimentos de língua portuguesa, estamos nos referindo à estrutura e à linguagem do texto dissertativo. Subentende-se que quem domina estes dois aspectos não tenha dificuldades com a ortografia e outros aspectos gramaticais que, em prova, inclusive, pouco peso têm. 3. Qual é a diferença entre tema e título? Tema é o assunto proposto pela instituição. Tem caráter geral e abrangente, e propõe questões que devem ser abordadas obrigatoriamente com objetividade pelo candidato. Essa objetividade é um fator determinante para que sua composição fique delimitada àquilo que é possível desenvolver em sua redação. E o que é a delimitação do tema? É simples. É a elaboração de sua tese que, por sua vez, é seu posicionamento sobre esse tema. Na maioria das vezes, o número de linhas que é proposto para se desenvolver o tema é limitado. Geralmente não passa de 30 linhas, por isso é preciso ser claro e direto no desenvolvimento da argumentação.
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori Título é o nome que você dá à sua redação. Ele tem a função de apresentar e chamar a atenção sobre o assunto desenvolvido. Porém, é importante lembrar que são poucas as instituições que solicitam que o candidato dê um título ao texto. Se ele não for pedido, não é para colocá-lo. 4. Se tiver de pôr título, qual palavra dele deve-se pôr em maiúscula? Há duas possibilidades. A primeira forma convencionada diz que só a primeira palavra do título deve ser iniciada por letra maiúscula, como em: É bom fazer redação com o Nélson e com a Luciane! A segunda forma permite que você coloque todas as palavras com iniciais maiúsculas, com exceção dos vocábulos monossilábicos e átonos (sem sentido próprio), como preposições e artigos: É Bom Fazer Redação com o Nélson e com a Luciane! Atenção!
Nomes próprios são sempre com iniciais maiúsculas. Use pontuação significativa se for necessário, interrogação e exclamação. O ponto final é dispensável.
como
5. É preciso usar letra cursiva ou pode ser de forma? Como já dissemos, a letra cursiva (letra de mão) só será necessária se for uma exigência do edital. De uma maneira geral, o que se pede é a legibilidade. Nesse caso você pode até misturar tudo: C aligrafia /
Caligrafia / C ALIGRAFIA / C a liG rA f ia
Mas deve sempre se lembrar de respeitar as regras de caixa alta e caixa baixa, ou seja, maiúscula e minúscula devem ser diferenciadas:
C aixa alta
caixa
baixa
6. O que é texto em prosa? Como já dissemos, mas vale a pena repetir, texto em prosa é aquele que naturalmente usamos para escrever um bilhete, uma carta, nos comunicarmos em “e-mail”. Ele se constrói em estrutura linear (linha cheia) por meio de parágrafos. É a forma comum de escrever. É contrária ao verso, que exige uma elaboração estrutural e demonstra preocupação com rimas e arranjos vocabulares alheios à sintaxe. Veja um exemplo de texto em verso: Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori A r o s a d e H ir o x i m a
Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroxima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada. (http://www.revista.agulha.nom.br/vm.html/rosa)
Agora um exemplo de texto em prosa: “ H i r o s h i m a ou H i r o x i m a (em
japonês: 広島市) é uma cidade japonesa localizada na província de Hiroshima. Fica no rio Ota (Otagawa), cujos seis canais dividem a cidade em ilhas. Cresceu em torno de um castelo feudal do século XVI. Recebeu o estatuto de cidade em 1589. Serviu de quartel-general durante a guerra sino-japonesa (1894-95). Em 6 de agosto de 1945 foi a primeira cidade do mundo arrasada por uma bomba atômica: 250 mil pessoas foram mortas ou feridas.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Hiroshima/28cidade/29) Nota: Não se esqueça! Redação para concurso é em prosa. 7. O que eu faço se errar uma palavra quando estiver passando a limpo minha redação? Erro é erro, não dá para voltar no tempo. Entregue a Deus e vá em frente. Porém, muitas instituições orientam os candidatos a passar um traço simples sobre a palavra e continuar escrevendo como se nada houvesse acontecido. Geralmente, nesses casos, o erro não é considerado. Sendo assim, não perca tempo sofrendo e faça como no exemplo a seguir: Vamos começar nossa dedação redação agora. 8. Mais dúvidas? Em nossas próximas aulas daremos algumas dicas que complementam as informações anteriores e que podem também representar algumas dúvidas sobre a redação. Se ainda assim vocês tiverem alguma outra, usem o fórum e nós os atenderemos. II. Tipologia textual Em geral nós classificamos os textos em três modalidades distintas quanto à tipologia textual. Dessa forma, o texto pode ser descritivo, Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori narrativo ou dissertativo. É comum que um texto se apresente com tipos mistos de modalidades (...), mas a intencionalidade estrutural do texto deve ser preservada para garantir uma tipologia predominante, isto é, o que importa é qual a intenção do autor que predomina no todo do texto. Podemos, então, pensar o seguinte: se na leitura do texto predomina a imagem de alguém ou de algo, assim como acontece quando olhamos uma foto, é porque o texto é descritivo; se predomina a revelação de um fato, o autor conta uma história, como uma fofoca, por exemplo, é porque esse texto é narrativo; se, na leitura, predomina o desenvolvimento de uma idéia, principalmente se autor quiser convencer-nos de algo, como uma propaganda, o texto é dissertativo. descrição imagem; narração fato; dissertação idéia.
Para simplificar
Vamos aprofundar o reconhecimento de cada tipo. Para isso, vamos ver quais são as características de cada modalidade para que vocês saibam diferenciá-los. 1. Descrição Comecemos pela descrição. Podemos ilustrar essa modalidade como uma espécie de fotografia textual, em que o observador absorve as informações por intermédio dos sentidos. Esse desenho feito com as palavras representa o que o observador vê paralisado no tempo, por isso nada muda no desenvolvimento do texto. Dessa forma não ocorre na representação do cenário (ou objeto) progressão temporal (sucessão de fatos), portanto não há passagem do tempo. Na descrição, as principais informações são passadas por intermédio de palavras adjetivas sempre submissas a palavras substantivas. Exemplo: Na mistura do sangue com o leite das garrafas quebradas, viam-se os fios castanhos do cabelo do jovem embebidos naquele grosso líquido. Não devia ter mais de 20 anos, mas mostrava nas mãos calos que foram cultivados parece que há muito mais tempo. O que vemos nesse texto? Observe: ¾
Sangue e leite estão misturados;
¾
As garrafas estão quebradas;
¾
Os cabelos são castanhos; Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori ¾
O jovem tem aproximadamente 20 anos;
¾
Os cabelos estão embebidos;
¾
O líquido é grosso;
¾
As mãos eram calejadas;
¾
Os calos foram cultivados.
Por causa desses elementos descritivos somos levados a imaginar o cenário estático. Observem que o todo do texto compõe uma imagem que nós, leitores, conseguimos criar em nosso raciocínio, como se fosse uma foto. Notem ainda que isso ocorre porque não há passagem do tempo, isto é, não houve sucessão de fatos, tanto que o cenário é único e nada se altera, nada muda do começo ao fim, logo é um texto que não apresenta progressão temporal. Por isso, o que predomina na leitura desse texto realmente é a imagem; trata-se, então, de uma descrição. 2. Narração Vamos agora à narração. Assim como fizemos com a descrição, podemos também ilustrar como um filme a elaboração do texto narrativo, pois aqui ocorre a passagem do tempo registrando a ação apresentada no texto, por isso sempre apresentará progressão temporal, pois sempre haverá uma mudança, uma transformação do fato apresentado inicialmente. A progressão temporal, como já vimos, trata-se de uma sucessão de fatos e é essa sucessão que nos revela o fato principal, ao que damos o nome de ação. Por essa razão é que dissemos, também, que a narração apresenta a revelação de um fato, nesse caso, o fato principal, que para acontecer depende de fatos de menor importância que ele. Na narração as informações importantes, portanto, estão associadas aos verbos sempre submissos a palavras substantivas. É bom lembrar ainda que a narração apresenta também elementos que a diferenciam dos demais tipos de texto. Esses elementos são: personagem ou personagens (com quem acontece algo, um fato), narrador (aquele que conta o que aconteceu, narra o fato), tempo (quando aconteceu o fato), lugar (cenário, onde o fato aconteceu) e ação (o que aconteceu). Nem todos aparecem obrigatoriamente em um único texto, mas o que nunca falta à narração é o personagem. Exemplo: Um jovem leiteiro foi confundido com um assaltante e morto nesta madrugada com um tiro no coração. Um morador de nossa cidade, Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori assustado com o barulho feito pelo trabalhador da madrugada, eliminou o suposto marginal em nome da segurança dos que dormiam inocentes. Vejamos como fica nosso esquema narrativo: ¾
Um jovem leiteiro foi confundido com um assaltante ;
¾
Um jovem leiteiro foi morto com um tiro no coração;
¾
Um morador e l i m i n o u o suposto marginal;
¾
Os inocentes d o r m i a m .
Os verbos garantem o dinamismo do texto, registrando o agente da ocorrência. Assim, entendemos bem a diferença entre a descrição, que não apresenta movimento, pois nela não há sucessão de fatos, e, por isso, o tempo não passa: sem progressão temporal, e a narração, que apresenta sucessão de fatos: com progressão temporal. Importante é perceber que o traço de diferença marcante entre os dois tipos de texto é a progressão do tempo. Para confirmar a progressão nesse texto, basta percebermos a mudança apresentada no contexto: o leiteiro estava vivo, trabalhando, e agora está morto. E, para completar a análise desse texto, a partir do levantamento das características da narração, vamos reconhecer seus elementos: ¾
Personagens: o leiteiro e o morador da cidade;
¾
Narrador: aquele que nos conta o fato;
¾
Tempo: nesta madrugada;
¾
Lugar: nossa cidade;
¾
Ação: assassinato.
Pessoal, de qualquer maneira, o que realmente diferencia a narração dos outros tipos de texto é a progressão temporal, não se esqueçam disso! 3. Dissertação A dissertação é o tipo de texto mais comum de ser cobrado em provas de concurso, tanto na argumentação geral sobre temas diversos, quanto na exposição de seus conhecimentos em questões discursivas. Na dissertação, propõe-se uma tese sobre uma suposta verdade. Tal verdade deve ter existência substancial, por isso é representada por uma palavra substantiva. A sustentação dessa verdade, por sua vez, pode ser ilustrada por outras palavras substantivas. Veja o que uma das principais fontes de pesquisa do mundo virtual, a enciclopédia livre Wikipédia, nos Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori apresenta sobre o que é dissertação (A explicação foi feita com uma linguagem bastante simples e clara, por isso destacamos essa informação): D is s e r t a ção é
um trabalho baseado em estudo teórico de natureza reflexiva, que consiste na ordenação de idéias sobre um determinado tema. A característica básica da dissertação é o cunho reflexivo-teórico. Dissertar é debater, discutir, questionar, expressar ponto de vista, qualquer que seja. É desenvolver um raciocínio, desenvolver argumentos que fundamentem posições. É polemizar, inclusive, com opiniões e com argumentos contrários aos nossos. É estabelecer relações de causa e conseqüência, é dar exemplos, é tirar conclusões, é apresentar um texto com organização lógica das idéias. Basicamente um texto em que o autor mostra as suas ideias. Assim, podemos entender a dissertação, diferenciando-a dos dois tipos anteriores, como um texto que apresenta a análise do autor sobre algo, revelando um entendimento lógico sobre o assunto que ele analisou. Por isso dissemos inicialmente que é um texto que apresenta uma idéia, ao que chamamos de tese, isto é, esse tipo de texto revela a idéia que o autor desenvolveu sobre um determinado assunto. Além disso, todas as informações que forem apresentadas sobre o assunto analisado serão os argumentos que representarão a análise feita pelo autor. Notem que os argumentos são os motivos que levaram o autor a ter um posicionamento, uma idéia, uma tese sobre o assunto. Exemplo: Não se pode mais tratar a vida humana como um simples exemplo de existência biológica. Já está na hora de se entender que é preciso ter respeito à vida como uma atitude existencial que deve ser encarada como essência de nossa natureza, o que vai além das próprias leis de um país. Atente para o que se pode destacar agora: ¾
A verdade geral defendida, o nome do assunto = vida, especificamente a humana;
¾
Argumentos que sustentam essa verdade: respeito e essência;
O substantivo vida representa a palavra chave quanto à verdade defendida na tese do autor de que “Não se pode mais tratar a vida humana como um simples exemplo de existência biológica.”. Essa verdade é sustentada por dois argumentos positivos na defesa dessa tese: o respeito à vida e a vida como essência de nossa natureza. Observem que, nesse texto, não há progressão temporal, pois não há mudança alguma, já que não existe uma seqüência de fatos; não há também a criação de uma imagem de alguém ou de algo; mas há uma Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori evolução, um desenvolvimento da idéia apresentada no início do texto em relação à vida humana, ao que chamamos de progressão dissertativa, afinal, turma, a idéia “progrediu”, a idéia inicial foi ficando sólida à medida que o texto se desenrolou. O que caracteriza definitivamente o texto dissertativo, então, é a existência de uma idéia base apresentada, a tese e o seu desenvolvimento, o seu fortalecimento por meio dos argumentos. Esse fortalecimento chamase fundamentação. E, no texto bem elaborado, a tese é tida como verdade pela fundamentação, portanto podemos reconhecer nele a progressão discursiva. Falaremos mais sobre a progressão do discurso em nossa próxima aula. Por ora, vamos retomar o esquema anterior e aprofundá-lo para que vocês não se esqueçam de como diferenciar os três tipos de texto: descrição imagem – não há progressão temporal; narração fato – há progressão temporal; dissertação idéia – progressão discursiva.
Vamos pôr isso tudo em prática? Apresentamos a seguir um exercício prático de reconhecimento da tipologia textual. Não vale colar, turma! Resolvam o exercício e só verifiquem o gabarito depois de já terem classificado todos os trechos. Exercício: Classifique os textos quanto à sua tipologia: ( 1 ) Descrição,( 2 ) Narração, ( 3 ) Dissertação. a) Era uma noite muito bonita: parecia com o mundo. O espaço escuro estava todo estrelado, o céu em eterna e muda vigília. E a terra embaixo com suas montanhas e seus mares. ( ) b) No esforço de se ajustarem ao novo perfil de mulher que emerge da ruptura de sua antiga identidade, as mulheres se vêem obrigadas a compatibilizar dois estilos de vida, dois registros intelectuais e afetivos, dois modelos de conduta cotidiana. ( ) c) "Após a reunião, o Presidente da República dirigiu-se para a Esplanada dos Ministérios. No percurso, parou para cumprimentar algumas pessoas que lhe acenavam. Neste momento, escorregou e foi auxiliado por alguns seguranças da comitiva. " ( ) d) Vejam-se as roupas dos velhinhos interioranos: aquele chapéu de feltro manchado, aquelas largas calças de brim cáqui, incontavelmente lavadas, aquele puído dos punhos de camisas já sem cor tudo combina Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Prof. Nélson Sartori e Prof. Luciane Sartori admiravelmente com a enorme jaqueira do quintal, com a generosa figueira da praça, com as teias do campanário da igreja. ( ) e) E um belo dia vai seguindo com o chefe pela Rua México. Já distraído de seus passados tropeços, mas, tropeçando obstinadamente no inglês com que se entendiam - quando vê do outro lado da rua um preto agitar a mão para ele. Era o sambista seu amigo. ( ) f) “Na medida que (sic) a caça é proibida no Brasil, não se pode admitir a existência de uma Associação Brasileira de Caça nem de lojas de caça e pesca. Um novo capítulo da Constituição Brasileira proíbe essas atividades”. ( ) Gabarito a) 1- descrição Nesse fragmento não há progressão temporal, notem que, ao final da leitura do texto, temos a formação da imagem da paisagem. b) 3 – dissertação Nesse fragmento não há progressão temporal, tanto que não há fatos que se sucedem, tampouco a elaboração de uma imagem, o que percebemos pela leitura é a análise do comportamento da mulher diante de um novo perfil seu “que emerge da ruptura de sua antiga identidade”. c) 2 – narração A leitura desse trecho revela uma sucessão de fatos do Presidente da República. Pessoal, essa não dava para errar, lembram-se de quando falamos que a narração é uma fofoca, esse fragmento mostra bem isso. d) 1 – descrição Sem progressão discursiva ou temporal, o trecho revela a criação da imagem das roupas dos velhinhos interioranos, notem como os adjetivos se destacam. e) 2 – narração Novamente, temos um trecho que mostra uma sucessão de fatos que nada mais são do que as ações de um homem que caminha pela rua com seu chefe e vê um amigo seu do outro lado da rua, “uma fofoca”. f) 3 – dissertação Encontramos outra vez um exemplo de fragmento dissertativo, pois apresenta progressão discursiva em relação à proibição da caça no Brasil. Notem que o argumento que se destaca nessa passagem para o fortalecimento da idéia é a citação da Constituição Brasileira. Prof. Nélson Sartori e Profª. Luciane Sartori
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Vamos dar uma espiada em nossa próxima aula?! Muito bem, minha gente! Nosso próximo passo é trabalhar com a estrutura do texto para redação em concursos públicos com ênfase no CESPE. Nosso foco será dado, logicamente, à modalidade da dissertação, já que, como comentamos anteriormente, esta é a principal forma de elaboração cobrada pelas instituições. Veremos a seguir como construir um texto coerente e coeso, que tenha progressão argumentativa e, principalmente, apresentaremos a vocês o nosso trabalho com as máscaras de redação. Vocês irão descobrir por que muitos alunos as denominaram “projeto arroz-com-feijão”.
Até lá!
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