Questionário sobre Teoria Piagetiana

June 4, 2019 | Author: Francielle Machado | Category: Émile Durkheim, Morality, Cognitive Science, Psicologia e ciência cognitiva, Psychological Concepts
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Questionário de Processos de Desenvolvimento I  Teorias Piagetianas

1.Explique e exemplifique os seguintes conceitos da teoria de Piaget: a) Organização b) Assimilação c) Acomodação d) Equilibração e) Estruturas físicas f) Estruturas psicológicas Organização é a tendência de todas as espécies de sistematizar seus processos

em sistemas coerentes que podem ser físicos ou psicológicos. A assimilação é o processo cognitivo pelo qual uma pessoa integra (classifica) um novo dado perceptual, perceptual, motor ou conceitual às estruturas estruturas cognitivas cognitivas prévias, prévias, quando a criança tem novas experiências (vendo coisas novas, ou ouvindo coisas novas) ela tenta adaptar esses novos estímulos às estruturas cognitivas que já possui. possui. A criança tenta continuamente continuamente adaptar os novos estímulos aos esquem esquemas as que ela possui até aquele momento, como o próprio Piaget postula: a criança “uma inte integr graç ação ão à estr estrut utur uras as prév prévia ias, s, que que pode podem m perm perman anec ecer  er  realiza (...) “uma invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação”.  Acomodação é a criação de novos esquemas ou a modificação de velhos

esquemas que resulta em uma mudança na estrutura cognitiva (esquemas) ou no seu desenvolvimento. Costuma ocorrer quando as características do esquema apresentado à pessoa não se aproximam daqueles presentes nos esquemas já disponíveis. Os conceitos dos processos de assimilação e acomodação deixam claro que da mesma forma como não há assimilação sem acomodações (anteriores ou atuais), também não existem acomodações sem assimilação, o que equivale dizer que o meio não provoca simplesmente o registro de impressões ou a formação de cópias, mas desencadeia ajustamentos ativos do e no organismo cognoscente, segundo Piaget o que acontece é "acomodação de esquemas de assimilação". O proc proces esso so de equilibração po pode de se serr de defifini nido do co como mo um me meca cani nism smoo de organização de estruturas cognitivas em um sistema coerente que visa a levar o indivíduo indivíduo a construção construção de uma forma forma de adaptação adaptação à realidade, realidade, sugerindo sugerindo algo móvel e dinâmico, na medida em que a constituição do conhecimento coloca o indivíduo frente a conflitos cognitivos constantes que movimentam o organismo no sentido de resolvê-los.) No processo interativo da criança em relação ao meio ambiente, ao poucos, a cria crianç nçaa de dese senv nvol olve ve es estr trut utur uras as ps psic icol ológ ógic icas as qu quee sã sãoo co comp mpos osta tass po porr vá vári rios os esquemas em integração. Esquemas, por sua vez, são modelos de comportamentos ou ações que se dão através de uma ordem ou coerência, em que a criança aplica um modelo para vários objetos. As estruturas físicas são transmitidas hereditariamente, como por exemplo,o sistema nervoso característico às espécies. 2. Caracterize o estágio sensório motor do desenvolvimento cognitivo.

O estágio sensório-motor, é essencialmente pré-verbal, dura aproximadamente os 18 primeiros meses de vida. Durante este estágio desenvolve-se o conhecimento prático, que se constitui a subestrutura do conhecimento representativo posterior. Um exemplo é a construção do esquema do objeto permanente. Para um bebê, durante os primeiros meses, um objeto não tem permanência. Quando ele desaparece do campo perceptivo, não mais existe. Não há tentativa de pegá-lo novamente. Mais tarde o bebê buscará achá-lo e o achará por sua localização espacial. Consequentemente, junto com a construção do objeto permanente surge a construção do espaço prático ou sensório-motor. Similarmente há a construção da sucessão temporal e da causalidade sensóriomotora elementar. 3. Caracterize o estágio pré-operatório do desenvolvimento cognitivo e explique o que significa o pensamento egocêntrico atribuído por Piaget às crianças na fase préoperatório? Que implicações esse pensamento têm sobre as relações sociais da criança?

Pode-se considerar o estagio pré-operatório como a fase me que surgem as condutas de representação ou manifestações da função simbólica ( esta consiste na capacidade que a criança adquire de diferenciar significantes e significados) através das quais a criança torna-se capaz de representar um significado (objeto, acontecimento) em um significante diferenciado e apropriado para tal representação. Dessa forma, dos dois aos sete anos, aproximadamente, a criança adquire as condutas de representação por meio da construção de imagens mentais, imitação diferida, jogos simbólicos, linguagem e desenho. A passagem do egocentrismo infantil para a objetividade e para o pensamento lógico encontra-se, segundo esse autor, estreitamente relacionada à linguagem socializada, isto é, à linguagem cujos termos e conceitos são compartilhados por  todos os membros do grupo, a qual possui uma estrutura lógica. Contudo, embora o alcance do pensamento apresente transformações importantes, ele caracteriza-se, ainda, pelo egocentrismo, uma vez que a criança não concebe uma realidade da qual não faça parte, devido à ausência de esquemas conceituais e da lógica. Um exemplo relacionado à questão, são falas características desta fase do desenvolvimento "o meu carro do meu pai", assim, neste estágio, embora a criança apresente a capacidade de atuar de forma lógica e coerente (em função da aquisição de esquemas sensório-motores na fase anterior) ela apresentará, paradoxalmente, um entendimento da realidade desequilibrado (em função da ausência de esquemas conceituais). 4. Caracterize o estágio operacional concreto e operacional formal do desenvolvimento cognitivo.

No estágio operacional concreto já se tem uma organização assimilativa mais intensa, o sistema cognitivo da criança já trabalha de uma maneira mais integrada, uma vez que, ela já tem acumulado bastante conhecimento. Começa-se a ter  ações mais internas, diferentemente do estágio anterior. A criança desenvolve também a capacidade de abstração, começa a resolver operações numéricas e

lógicas. Aqui, ela já categoriza grupos e subgrupos. Desenvolve-se noções de tempo, ordem, espaço, causalidade. A noção de reversibilidade também já pode ser notada na criança desse estágio. O egocentrismo, aqui, deixa de estar tão presente. Já no estágio de operações formais, na fase da adolescência, nota-se a presença do raciocínio abstrato sem a necessidade do real. O adolescente formula hipóteses e as testa, pensando em possibilidades, mesmo que ele não as tenha vivido experiencialmente. Nesse estágio o desenvolvimento cognitivo chega ao seu ápice, ou seja, ao seu mais alto nível. 5. Conforme Piaget, qual a relação entre as regras do jogos infantis e as regras morais?

Piaget acredita serem os jogos coletivos de regras modelos para a moralidade humana. O que o faz acreditar nisso é o fato de que essa prática constitui uma atividade intersubjetiva regulada por normas, que apesar de terem sido estabelecidas no passado, podem ser modificadas pelo acordo mútuo. Além disso, o respeito a essas normas pode ter um caráter moral, uma vez que envolve critérios de justiça e honestidade; à isso acrescenta-se o fato de que a aceitação dessas normas não são produto da simples aceitação de imposições exteriores dos jogadores, mas de acordos comuns entre eles. Dado o exposto, a prática de jogos com regras são de considerável relevância para o desenvolvimento, na criança, da moral da autonomia, na qual o respeito pelas regras é percebido como resultado de mútuos acordos entre os jogadores, que poderão criar novas regras desde que essas passem pelo crivo dos demais participantes - o que não acontece na moral da heteronomia, por volta dos 9- 10 anos quando a criança compreende as regras como algo imutável, imposto à  priori, cuja mudança é encarada como “trapaça“. 6. Por que a coação corresponde a um nível baixo de socialização? Por que é considerada por Piaget uma etapa necessária da socialização da criança?

Piaget postula que o desenvolvimento da criança acontece na interação social se dando em duas categorias relacionais distintas, a coação e a cooperação. A coação é fator inicial indispensável para aflorar na criança a construção da escala de valores morais , mais precisamente na relação estabelecida entre crianças e pais, ou adultos significativos, na qual valor absoluto é atribuído às opiniões e valores desses, sendo necessária ao desenvolvimento da socialização da criança. A coação corresponde ao mais baixo nível de socialização, uma vez que, reforça o egocentrismo, em que a criança apresenta dificuldades para entender e aceitar o ponto de vista do outro, uma vez que, na prática apesar da interação, o coagido e o autor da coação se mantém isolados, cada um no seu respectivo ponto de vista. O coagido limita-se a ouvir, memorizar, aceitar e valorar como verdades as opiniões e o autor da coação nem precisa ouvir a outra parte pois àquele não tem a tarefa crítica ativa no seu discurso. Isso impede a construção de estruturas mentais operatórias que possibilitaria

melhor interação social, uma vez que Piaget coloca como condição para que essa construção a necessidade do sujeito. 7. Explique as etapas da anomia e da heteronomia moral. Como a criança compreende a noção de justiça e das sanções morais na fase da heteronomia moral?

Segundo Piaget, no aspecto moral a criança atravessa por uma fase pré-moral, denominada pela anomia. Acontecendo ao mesmo tempo o que chamamos de egocentrismo infantil e que segue aproximadamente até 4 ou 5 anos de idade. Neste progresso, a criança começa a entrar na fase da moral heterônoma e caminha finalmente para a fase autônoma. Piaget acredita que a criança aprende a cooperar, a respeitar e amar o próximo no decorrer dessas fases. Anomia : Para a criança ainda pequena, no que acredita-se ser a fase do ‘’egocentrismo infantil’’, naturalmente não existem regras e normas para ela. Tomamos como exemplo, um bebê que está faminto, chora e imediatamente quer  ser alimentado/saciado. Porém, quando essas normas são obedecidas, são acompanhadas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado. Um bebê que chora até ser saciado é um bom exemplo dessa fase. Essas necessidades denominadas de básicas determinam o que chamamos de normas de comportamento. Se isso ainda vier ocorrer em um adulto, caracteriza-se por aquele indivíduo que comete violação as leis, normas, pessoas e regras. No decorrer do crescimento da criança, ela compreende que o mundo em que vive possui regras. Ela percebe e descobre isso quando brinca com crianças maiores, que são extremamente úteis para que ela avance para a fase da heteronomia. Heteronomia: As crianças nessa fase tomam consciência que as regras não devem ser quebradas, os deveres são percebidos como externos impostos e não como obrigações elaboradas pela consciência. Para elas o certo é a observação de que as regras não devem ser transgredidas. O indivíduo por sua vez começa a obedecer às regras por medo de punição. Na ausência de autoridade, ocorre à desordem, a indisciplina. É nessa fase que a criança compreende a noção de justiça e das sanções morais, pois começa a perceber que a regras devem ser obedecidas pelo simples fato de trazer algo bom e não por ser obrigação. 8. Como a criança compreende a noção de justiça e das sanções morais na fase da autonomia moral?

Na moralidade autônoma a criança se sujeita à sua própria lei e de acordo com esta, passa a ter experiências emocionais e sentimento de culpa, ao violar  as regras morais, aparecem questões de certo e errado. Deste modo pode-se concluir que a criança nessa fase tem as regras internalizadas porém opta por  segui-las ou não. 9. Descreva os pontos em comum e as discordâncias entre as ideias de Piaget e Durkheim sobre a moral.

Os teóricos Jean Piaget e Émile Durkheim apresentam ideias divergentes quanto ao tema moral . Enquanto o primeiro apresenta uma concepção na qual o sujeito participa ativamente de seu desenvolvimento moral e intelectual, postulando, desse modo, uma possibilidade de autonomia do indivíduo frente à sociedade; o segundo, defende que o desenvolvimento moral e intelectual decorre de uma interiorização feita da cultura vigente pela criança. Um outro ponto de discordância entre os dois é em relação à educação: Durkheim se mostra como um reformador da educação moral tradicional, resgatando laços da religiosidade que ele considera como positivos; Piaget, por  outro lado, propõe uma ruptura pedagógica, que se faz perceptível pelo seu grande agrado com o movimento da Escola Ativa. As dissidências entre os dois envolvem ainda, o fato de que, enquanto Durkheim entende a sociedade como um “ser”, acreditando na unidade dos fatos sociais e identificando uma raiz comum para as noções de bem e dever , Piaget, que vê a sociedade como um conjunto de relações interindividuais, nega a unidade dos fatos morais, já que fala da moral de coação e de cooperação e acredita que noções de bem e dever  têm origens distintas. Para Piaget, é nas relações de coação (imposição) que está a origem do sentimento de dever , enquanto que o bem é produzido pela cooperação (acordo mútuo). Entretanto, algumas ideias em comum podem ser apontadas, Piaget concorda com Durkheim na afirmação de que a educação moral se faz constantemente na participação social da criança, embora discorde da suposição de que apenas a imposição de autoridade propicia o desenvolvimento moral. Piaget defende que métodos coercivos são necessários no início da educação, mas diferente do que pensa Durkheim, não devem permanecer exclusivos - sob pena de estagnar a criança na fase da heteronomia, em que essa não apresenta posicionamento crítico frente às regras. 10. Qual a importância da afetividade na teoria de Jean Piaget? Para Piaget, a afetividade é um elemento de suma importância no desenvolvimento cognitivo, isso porque ela é a mola propulsora da atividade cognitiva. Aspectos cognitivos e afetivos se influenciam mutualmente, são indissociáveis, pois toda a ação contém necessariamente ambos os aspectos, cognitivo e afetivo. Sempre que há uma construção cognitiva, uma construção afetiva desponta. Segundo Piaget a afetividade influencia na inteligência alterando ou retardando. Portanto na teoria piagetiana afetividade e inteligência são aspectos inseparáveis e irredutíveis, isso pode ser notado na dificuldade que algumas crianças apresentam em adquirir conhecimento na escola, quando esse se faz de modo descontextualizado e com metodologias que não favoreçam ou atinjam o aspecto afetivo dessas crianças.

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