Qualidade de Software

June 17, 2019 | Author: Juliano Gomes | Category: Standardization, Usability, Quality (Business), User Interface, Software
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Univrsidad Univ rsidad do Sul d Santa Catarina

Qualidade de Sotware Disciplinaa na modalidad a distância Disciplin

Palhoça UnisulVirtual 2011

Créditos Universidade do Sul de Santa Catarina – Campus UnisulVirtual – Educação Superior a Distância Avenida dos Lagos, 41 – Cidade Universitária Pedra Branca | Palhoça – SC | 88137-900 | Fone/fax : (48) 3279-1242 e 3279-1271 | Reitor Unisul

Ailton Nazareno Soares Vice-Reitor

Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria

Willian Máximo Pró-Reitora Acadêmica

Miriam de Fátima Bora Rosa Pró-Reitor de Administração

Fabian Martins de Castro Pró-Reitor de Ensino

Mauri Luiz Heerdt Campus Universitário de Tubarão Diretora

Milene Pacheco Kindermann Campus Universitário da Grande Florianópolis Diretor 

Hércules Nunes de Araújo Campus Universitário UnisulVirtual Diretora

Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual  Diretora Adjunta Patrícia Alberton  Secretaria E xecutiva e Cerimoni al  Jackson Schuelter Wiggers (Coord.)

Marcelo Fraiberg Machado Tenille Catarina

 Assessoria d e Assuntos Internacionais

Murilo Matos Mendonça  Assessoria d e Relação com Poder  Público e Forças Armadas

Adenir Siqueira Viana Walter Félix Cardoso Junior  Assessoria DAD - Disci plinas a Distância Patrícia da Silva Meneghel (Coord.)

Carlos Alberto Areias Cláudia Berh V. da Silva Conceição Aparecida Kindermann Luiz Fernando Meneghel Renata Souza de A. Subtil

 Assessoria d e Inovação e Qualidade de EAD

Denia Falcão de Bittencourt (Coord (Coord)) Andrea Ouriques Balbinot Carmen Maria Cipriani Pandini Iris de Sousa Barros  Assessoria d e Tecnologia

Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coord.) Felipe Jacson de Freitas Jeerson Amorin Oliveira Phelipe Luiz Winter da Silva Priscila da Silva Rodrigo Battistotti Pimpão Tamara Bruna Ferreira da Silva

Coordenação Cursos Coordenadores de UNA

Diva Marília Flemming Marciel Evangelista Catâneo Roberto Iunskovski

 Assistente e Au xiliar de Coordenação

Maria de Fátima Martins (Assistente) Fabiana Lange Patricio Tânia Regina Goularte Waltemann Ana Denise Goularte de Souza Coordenadores Graduação

Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luísa Mülbert Ana Paula R. Pacheco Arthur Beck Neto Bernardino José da Silva Catia Melissa S. Rodrigues Charles Cesconetto Diva Marília Flemming Fabiano Ceretta José Carlos da Silva Junior Horácio Dutra Mello Itamar Pedro Bevilaqua Jairo Aonso Henkes Janaína Baeta Neves Jardel Mendes Vieira Joel Irineu Lohn Jorge Alexandre N. Cardoso José Carlos N. Oliveira José Gabriel da Silva José Humberto D. Toledo Joseane Borges de Miranda Luciana Manroi Luiz G. Buchmann Figueiredo Marciel Evangelista Catâneo Maria Cristina S. Veit Maria da Graça Poyer Mauro Faccioni Filho Moacir Fogaça Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Fontanella Rogério Santos da Costa Rosa Beatriz M. Pinheiro Tatiana Lee Marques Valnei Carlos Denardin Roberto Iunskovski Rose Clér Beche Rodrigo Nunes Lunardelli Sergio Sell Coordenadores Pós-Graduaç Pós-Graduação ão

Aloisio Rodrigues Bernardino José da Silva Carmen Maria Cipriani Pandini Daniela Ernani Monteiro Will Giovani de Paula Karla Leonora Nunes Leticia Cristina Barbosa Luiz Otávio Botelho Lento Rogério Santos da Costa Roberto Iunskovski Thiago Coelho Soares Vera Regina N. Schuhmacher Gerência Administração  Acadêmica Angelita Marçal Flores (Gerente)

Fernanda Farias

 Secretaria de En sino a Distâ ncia

Samara Josten Flores (Secretária de Ensino) Giane dos Passos (Secretária Acadêmica) Adenir Soares Júnior Alessandro Alves da Silva Andréa Luci Mandira Cristina Mara Schauert Djeime Sammer Bortolotti Douglas Silveira Evilym Melo Livramento Fabiano Silva Michels Fabricio Botelho Espíndola Felipe Wronski Henrique Gisele Terezinha Cardoso Ferreira Indyanara Ramos Janaina Conceição Jorge Luiz Vilhar Malaquias Juliana Broering Martins

Luana Borges da Silva Luana Tarsila Hellmann Luíza Koing Zumblick Maria José Rossetti Marilene de Fátima Capeleto Patricia A. Pereira de Carvalho Paulo Lisboa Cordeiro Paulo Mauricio Silveira Bubalo Rosângela Mara Siegel Simone Torres de Oliveira Vanessa Pereira Santos Metzker Vanilda Liordina Heerdt Gestão Documental  Lamuniê Souza (Coord.)

Clair Maria Cardoso Daniel Lucas de Medeiros Eduardo Rodrigues Guilherme Henrique Koerich Josiane Leal Marília Locks Fernandes

Gerência Administrativa e Financeira Renato André Luz (Gerente) Ana Luise Wehrle Anderson Zandré Prudêncio Daniel Contessa Lisboa Naiara Jeremias da Rocha Raael Bourdot Back Thais Helena Bonetti Valmir Venício Inácio Gerência de Ensino, Pesquisa e Extensão Moacir Heerdt (Gerente) Aracelli Araldi Elaboração de Projeto e Reconhecimento de Curso

Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Francielle Arruda Rampelotte Extensão

Maria Cristina Veit (Coord.) Pesquisa

www.unisul.br/unisulvirtual /unisulvirtual E-mail : [email protected] | Site: www.unisul.br Jeerson Pandolo Karine Augusta Zanoni Marcia Luz de Oliveira

Gerência de Desenho e Desenvolvimento de Materiais Didáticos Márcia Loch (Gerente)

 Assuntos Ju rídicos

Desenho Educacional 

Bruno Lucion Roso

Cristina Klipp de Oliveira (Coord. Grad./DAD)  Marketin g Estratégi co Silvana Souza da Cruz (Coord. Pós/Ext.) Raael Bavaresco Bongiolo Aline Cassol Daga Portal e Comunicação Ana Cláudia Taú Catia Melissa Silveira Rodrigues Carmelita Schulze Andreia Drewes Carolina Hoeller da Silva Boeing Luiz Felipe Buchmann Figueiredo Eloísa Machado Seemann Marcelo Barcelos Flavia Lumi Matuzawa Raael Pessi Gislaine Martins Isabel Zoldan da Veiga Rambo Gerência de Produção Jaqueline de Souza Tartari Arthur Emmanuel F. Silveira (Gerente) João Marcos de Souza Alves Francini Ferreira Dias Leandro Romanó Bamberg Letícia Laurindo de Bonfm Design Visual  Lygia Pereira Pedro Paulo Alves Teixeira (Coord.) Lis Airê Fogolari Adriana Ferreira dos Santos Luiz Henrique Milani Queriquelli Alex Sandro Xavier Marina Melhado Gomes da Silva Alice Demaria Silva Marina Cabeda Egger Moellwald Anne Cristyne Pereira Melina de La Barrera Ayres Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Michele Antunes Corrêa Daiana Ferreira Cassanego Nágila Hinckel Diogo Raael da Silva Pâmella Rocha Flores da Silva Edison Rodrigo Valim Raael Araújo Saldanha Frederico Trilha Roberta de Fátima Martins Higor Ghisi Luciano Roseli Aparecida Rocha Moterle Jordana Paula Schulka Sabrina Bleicher Marcelo Neri da Silva Sabrina Paula Soares Scaranto Nelson Rosa Viviane Bastos Oberdan Porto Leal Piantino Patrícia Fragnani de Morais  Acessibili dade Vanessa de Andrade Manoel (Coord.)  Multimí dia Letícia Regiane Da Silva Tobal Sérgio Giron (Coord.) Mariella Gloria Rodrigues Dandara Lemos Reynaldo Cleber Magri  Avaliação da aprendi zagem Fernando Gustav Soares Lima Geovania Japiassu Martins (Coord.) Gabriella Araújo Souza Esteves Conferência (e-OLA) Jaqueline Cardozo Polla Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.) Thayanny Aparecida B.da Conceição Bruno Augusto Zunino

Daniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC) Mauro Faccioni Filho (Coord. Nuvem)

Gerência de Logística Jeerson Cassiano A. da Costa (Gerente)

Produção Industrial  Marcelo Bittencourt (Coord.)

Pós-Graduação

Logísitca de Materiais

Gerência Serviço de Atenção Integral ao Acadêmico Maria Isabel Aragon (Gerente) André Luiz Portes Carolina Dias Damasceno Cleide Inácio Goulart Seeman Francielle Fernandes Holdrin Milet Brandão Jennier Camargo Juliana Cardoso da Silva Jonatas Collaço de Souza Juliana Elen Tizian Kamilla Rosa Maurício dos Santos Augusto Maycon de Sousa Candido Monique Napoli Ribeiro Nidia de Jesus Moraes Orivaldo Carli da Silva Junior Priscilla Geovana Pagani Sabrina Mari Kawano Gonçalves Scheila Cristina Martins Taize Muller Tatiane Crestani Trentin Vanessa Trindade

Anelise Leal Vieira Cubas (Coord.) Biblioteca

Salete Cecília e Souza (Coord.) Paula Sanhudo da Silva Renan Felipe Cascaes

Gestão Docente e Discente Enzo de Oliveira Moreira (Coord.) Capacitação e Assessoria ao Docente Simone Zigunovas (Capacitação) Alessandra de Oliveira (Assessoria)

Adriana Silveira Alexandre Wagner da Rocha Elaine Cristiane Surian Juliana Cardoso Esmeraldino Maria Lina Moratelli Prado Fabiana Pereira Tutoria e Suporte

Claudia Noemi Nascimento (Líder) Anderson da Silveira (Líder) Ednéia Araujo Alberto (Líder) Maria Eugênia F. Celeghin (Líder) Andreza Talles Cascais Daniela Cassol Peres Débora Cristina Silveira Francine Cardoso da Silva Joice de Castro Peres Karla F. Wisniewski Desengrini Maria Aparecida Teixeira Mayara de Oliveira Bastos Patrícia de Souza Amorim Schenon Souza Preto

Carlos Eduardo D. da Silva (Coord.) Abraao do Nascimento Germano Bruna Maciel Fernando Sardão da Silva Fylippy Margino dos Santos Guilherme Lentz Marlon Eliseu Pereira Pablo Varela da Silveira Rubens Amorim Yslann David Melo Cordeiro  Avaliações Pre senciais Graciele M. Lindenmayr (Coord.)

Ana Paula de Andrade Angelica Cristina Gollo Cristilaine Medeiros Daiana Cristina Bortolotti Delano Pinheiro Gomes Edson Martins Rosa Junior Fernando Steimbach Fernando Oliveira Santos Lisdeise Nunes Felipe Marcelo Ramos Marcio Ventura Osni Jose Seidler Junior Thais Bortolotti

Gerência de Marketing Fabiano Ceretta (Gerente) Relacionamento com o Mercado

Eliza Bianchini Dallanhol Locks Relacionamento com Polos Presenciais Alex Fabiano Wehrle (Coord.)

Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher

Qualidade de Sotware Livro didático Dsign instrucional Dênia Falcão d Bittncourt Carolina Hollr da Silva Boing Vivian Bastos

5ª dição

Palhoça UnisulVirtual 2011

Copyright © UnisulVirtual 2011 Nnhuma part dsta publicação pod sr rproduzida por qualqur mio sm a prévia autorização dsta instituição.

Edição – Livro Didático Proessora Conteudista

Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher Design Instrucional

Dênia Falcão de Bittencourt Carolina Hoeller da Silva Boeing Viviane Bastos Projeto Gráfco e Capa

Equipe UnisulVirtual Diagramação

Vilson Martins FIlho Frederico Trilha (5a ed.) Revisão Ortográfca

Jaqueline Tartari

005.3 S41

Schuhmachr, Vra Rjan Nidrsbr Nidrsbrg g Qualidad d sotwar : livro didático / Vra Rjan Nidrsbrg Schuhmachr ; dsign instrucional Vivian Bastos. – 5. d., rv.  atual. – Palhoça : UnisulVirtual, 201 2011. 1. 230 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliograa. 1. Sotwar – Control d qualidad. 2. Programas d computador. I. Bastos, Vivian. II. Título.

Ficha catalográca laborada pla Bibliotca Univrsitária da Unisul

Sumário Aprsntação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 Palavras da prossora. prossora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Plano d studo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 - Qualidad: concito  aplicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 UNIDADE 2 - A qualidad do procsso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 UNIDADE 3 - Qualidad do produto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

d so sotwar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 UNIDADE 4 - Métricas d UNIDADE 5 - Qualidad da intr ac . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113 mcanismos da da p prcpção hu humana. . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 UNIDADE 6 - Os m proc ocs ssso d ds sig ign n c cn ntr trad ado o no us usuá uári rio o . . . . . . . . . . . . . . 16 1677 UNIDADE 7 - O pr UNIDADE 8 - Avaliação da usabilidad . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187

Para concluir o studo. studo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 213 Rrências ..........................................................215 Sobr a prossora co contudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 219 Rsp R spos osta tass  com comn ntá tári rios os da dass ati ativi vida dad dss d d auto autoav aval alia iaçã ção o . . . . . . . . . . . . . 22 2211 Bibliotca Vi Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225 Anxos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 227

Apresentação Este livro didático d idático corresponde corresponde à disciplina Qualidade de Sotware. O material oi elaborado visando v isando a uma aprendizagem autônoma autônoma e aborda cont conteúdos eúdos especialment especial mentee selecionados e relacionados à sua área de ormação. Ao adotar uma linguagem didática e dialógica, objetivamos acilitar seu estudo a distância, proporcionando condições avoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e ecaz. Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, será acompanhada e monitorada constantemente pelo Sistema  Tutorial  T utorial da UnisulVirtual, UnisulVirtual , por isso a “distância” ca caracterizada somen somente te na modalidade modal idade de ensino que você optou para sua ormação, ormação, pois na relação de aprendizagem aprendizagem proesso proessores res e instituição estarão sempre conectados com você. Então, sempre que sentir necessidade entre em contato; você tem à disposição diversas erramentas e canais de acesso tais como: como: teleone, teleo ne, e-mail e o Espaço Unisul Virtual Virt ual de Aprendizagem, que é o canal mais recomendado, recomendado, pois tudo o que or enviado e recebidoo ca registrado recebid reg istrado para seu maior controle e comodidade. Nossa equipe técnica e pedagógica terá o maior prazer em lhe atender,r, pois sua aprendizagem é o nosso principal objetivo atende objetivo.. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual.

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Palavras da proessora  Já não é novidade o uso do computador como erramenta de trabalho, como meio de comunicação, como uma erramenta utilizada para vendas de produtos dos mais variados tipos, inclusive treinamento e educação. São muitas as áreas de atuação e o uso cada vez mais intenso no cotidiano do homem torna preemente o pensamento sobre o desenvolvimento de qualidade. Nos dias atuais, o termo qualidade está presente no seu cotidiano, em comerciais de TV, na propaganda de preeituras e do governo, no trabalho, em hospitais e na divulgação dos mais diversos produtos, do iogurte ao sabão em pó que você compra. Isso acontece porque as organizações que buscam o sucesso empresarial devem estar preparadas para aceitar grandes desaos técnicos e aproveitar as oportunidades de negócios através da implantação de um processo contínuo de transormação e melhoria da qualidade de seus produtos. A melhoria da qualidade do produto de sotware passa pelo uso de normas técnicas e a adaptação de modelos de processos. A qualidade da interace é um ator determinante sendo necessário estabelecer um bom nível de conversação entre usuário e sistema computacional. Em uma boa interace o usuário deve aprender a tarea e não a tecnologia, o sistema ideal deve esconder a tecnologia, ser transparente ao usuário e conortável na utilização. Estudos estimam que 80% das aplicações são ormatadas a partir de entradas ornecidas pelo usuário ou saídas destinadas ao usuário. Assim, 80% das aplicações destinam-se à interace homem-máquina. Quando você projeta uma interace de orma adequada, entre outros beneícios, poupa o usuário do uso excessivo da carga mental para a realização de suas tareas, aumenta sua concentração e motivação para o trabalho.

Universidade do Sul de Santa Catarina

Nesta disciplina, você vai estudar a importância da qualidade do processo e produção de sotware e a importância do uso de medidas para o desenvolvimento de qualidade. Durante seu estudo, vai conhecer aspectos relevantes à área de Interace Humano-Computador por meio de conceitos, técnicas e métodos que vão auxiliar seu dia a dia no projeto de interaces, tornando seus aplicativos mais acessíveis ao usuário nal. Bons estudos! Vera Rejane Niedersberg Schuhmacher

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Plano de estudo O plano de estudo visa a orientar você no desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudo. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas ormas de ação/mediação. São elementos desse processo: 

o livro didático;



o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);





as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de autoavaliação); o Sistema Tutorial.

Ementa

Denição da qualidade. Conceitos, políticas e losoa da qualidade. Componentes básicos da unção de qualidade. Ciclos dos produtos. Programas da qualidade. Qualidade de processo e produto. As principais reerências acadêmicas e normativas do Brasil e do mundo. Qualidade de interaces. Usabilidade: denição e métodos para avaliação.

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Objetivos Geral:

Identicar a importância da qualidade e dos atores humanos no processo de desenvolvimento de sotware.

Específcos: 















Reconhecer a importância da qualidade no processo de desenvolvimento de sotware. Reconhecer dierentes normas e observar as necessidades da empresa, além de identicar a que mais se adapta às necessidades da empresa desenvolvedora. Incentivar o estudo mais aproundado acerca do tema qualidade de sotware. Apresentar os conceitos básicos que envolvem a interace humano-computador. Estudar os conceitos relacionados à memorização que permitam integrar ao projeto aspectos que a promovam. Identicar a importância do uso de cores e sua melhor aplicação nos produtos. Proporcionar o estudo sobre a aplicação e as características de dierentes técnicas de avaliação baseadas em conceitos de IHC. Apresentar o processo de design centrado no usuário e sua repercussão no projeto da interace.

Carga Horária

A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula.

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Qualidade de Sotware

Conteúdo programático/objetivos

Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se reerem aos resultados que você deverá alcançar ao nal de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade denem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua ormação. Unidades de estudo: 8

Unidade 1 - Qualidade: conceito e aplicação

Nesta unidade, serão abordados os conceitos básicos de qualidade, sua importância no mercado atual e possíveis utilizações a partir dos mecanismos certicadores existentes.  Também serão apresentados os passos necessários para a condução de um programa de qualidade, assim como a proposta de atividades de garantia de qualidade.

Unidade 2 - Qualidade do processo

A qualidade do processo de sotware envolve conceitos relacionados a todas as atividades presentes em seu desenvolvimento, e é sobre ela que esta unidade vai tratar. Assim, o estudo desta unidade possibilita conhecer o conceito de qualidade no processo de desenvolvimento de sotware e as normas e os padrões reconhecidos internacionalmente e que promovem qualidade ao mesmo.

Unidade 3 - Qualidade do produto

Apresenta as normas utilizadas na avaliação da qualidade do produto e os seus objetivos e características.

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Unidade 4 - Métricas de sotware

Esta unidade aborda a importância do uso de métricas no processo de desenvolvimento de sotware e seu impacto no processo de qualidade. Aqui também serão abordadas as técnicas diretas, como o LOC, e o Ponto por Função, assim como o novo modelo de mensuração existente no mercado o PSM – Practical  Sotware Measurement . Unidade 5 – Qualidade da interace

Esta unidade possibilita compreender que a qualidade do sotware passa por um ator undamental e a acilidade de uso do sotware pelo usuário. Aqui será abordado, também, sobre as normas de qualidade, como a ISO 9241, que procuram estabelecer critérios para que a qualidade da interace seja oerecida ao seu usuário nal. Unidade 6 – Os mecanismos da percepção humana

Nesta unidade, será abordada a importância dos mecanismos de percepção humana como a visão, a audição, o tato, a memória no mecanismo de interpretação das interaces oerecidas ao usuário nal. Unidade 7 – O processo de design centrado no usuário

Esta unidade apresenta o universo do design centrado no usuário, apontando o usuário nal como peça undamental no processo de desenvolvimento do sotware. O ciclo da engenharia de usabilidade, as características do design centrado no usuário e o design participativo serão apresentados como métodos para um bom desenvolvimento de interace. Unidade 8 – Avaliação da usabilidade

Esta unidade apresenta os métodos para a avaliação da usabilidade de um produto. O uso de métodos como checklist , avaliações heurísticas, questionários entre outros são abordados mostrando sua potencialidade no processo avaliativo. 14

Qualidade de Sotware

Agenda de atividades/ Cronograma 





Verique com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura, da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e proessor. Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina. Atividades obrigatórias

Demais atividades (registro pessoal)

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UNIDADe 1

Qualidade: conceito e aplicação Objetivos de aprendizagem Intragir com concitos undamntais rlacionados à qualidad.  Prcbr a ncssidad d qualidad no procsso d trabalho d mprsas d dsnvolvimnto d sotwar.  entndr o concito d SQA – Sotware Quality   Assurance. 

Seções de estudo Seção 1 Concito d qualidad Seção 2 Passos m dirção à política d qualidad Seção 3 Atividads da garantia d qualidad. Seção 4 Normas  Padrõs

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Para início de estudo Falar sobre qualidade parece banal, entretanto, é um assunto que está em nosso dia a dia, é moderno e atual. É certo que você ao ser questionado sobre qualidade quase que imediatamente consegue ormar uma opinião sobre o assunto. Esta opinião baseia-se, na maioria das vezes, em experiências pessoais relacionadas ao nosso cotidiano. Mas o que é qualidade em uma empresa? Quais suas implicações em uma empresa que desenvolve sotware? Como implantar um processo de controle de qualidade em uma organização? Diíceis de responder, estas questões nos levam imediatamente a pensar que qualidade, com certeza, é sinônimo de pereição. Mas qualidade não é sinônimo de pereição. Qualidade é algo relativo, dinâmico por natureza e naturalmente evolutivo. A qualidad possui uma caractrística única: o tratamnto d qualidad m uma mprsa d sotwar dpnd da spcicidad dos objtivos dnidos pla mprsa  das atividads dlinadas para atingir sts objtivos.

A crescente competitividade do mercado de sotware impulsiona as empresas a melhorar a qualidade de seus produtos, processos e mecanismos. Esta evolução é muitas vezes iniciada sem que para a organização esteja claro o real signicado desta iniciativa e suas implicações a curto e longo prazo. Qualidade pode ser o dierencial de uma empresa, pode alavancar seu sucesso, mas sua inexistência ou mau planejamento pode determinar seu racasso. Então, preparado para o estudo? Siga em rente e inicie o estudo sobre este assunto tão importante no mercado atual!

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Qualidade de Sotware

Seção 1 – Conceito de qualidade Qualidade é um conceito complexo, porque possui signicados diversos para dierentes pessoas, e se apresenta de orma altamente dependente, conorme o contexto. Portanto, não é nada ácil estabelecer a existência de medidas simples de qualidade aceitáveis para todos. Para stimar ou mlhorar a qualidad d sotwar numa organização, sgundo Kitchnham t al. (1996), é prciso dnir as caractrísticas d qualidad qu s stá intrssado , ntão, dcidir como srão mdidas.

Dierentes conceitos expressam a qualidade de um produto de sotware, tendo como base visões dierenciadas conorme a unção do indivíduo ou sua posição no processo de desenvolvimento. Você pode dizer que: 



Qualidade é estar em conormidade com os requisitos dos clientes. Neste caso, qualidade se exprime a partir da satisação de todas as necessidades expressas pelo cliente durante a análise de requisitos. Qualidade é antecipar e satisazer os desejos dos clientes. Neste caso, observa-se que a partir de um produto existente o desenvolvedor procura a evolução do produto, acrescentando novas uncionalidades ou apropriando o produto com novas tecnologias, muitas  vezes antes do cliente solicitar evolução dele. Um xmplo disto é o caso d lançamntos d novos modlos d clulars. Você s lmbra dos primiros clulars qu ralmnt só srviam para ralizar uma ligação tlônica? Agora, com a implmntação d uncionalidads, como scutar músicas, acsso à intrnt, intratividad, rcursos d gravação d áudio, câmra, WIFI tc., a indústria stá antcipando os dsjos do clint. Figura 1.1 - Smartphone Nokia.

Fonte: Disponível em .

Unidade 1

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Universidade do Sul de Santa Catarina



E nalmente, você pode expressar o termo qualidade simplesmente dizendo que é escrever tudo o que se deve azer e azer tudo o que oi escrito. Neste caso, o reexo do desenvolvimento precisa assegurar que tudo o que oi documentado será realizado pelo desenvolvedor.

1.1. E a qualidade de sotware?

Pressman (1995 p.125) dene a qualidade de sotware como a Concordância com os Requisitos Funcionais e de Desempenho claramente colocados, Padrões de Desenvolvimento explicitamente documentados e características implícitas que são esperadas de todo sotware prossionalmente desenvolvido.

Onde: 

Requisitos de sotware ormam a base a partir da qual

a qualidade é avaliada. Representam as necessidades na orma de uncionalidades solicitadas pelo cliente. Falta de concordância com os requisitos é alta de qualidade. 

Padrões especicados denem um conjunto de critérios

de desenvolvimento que orientam a maneira como o sotware é construído. Se o critério não or seguido, certamente haverá alta de qualidade. 

Requisitos implícitos, que na maioria das vezes não são

mencionados, também são conhecidos como requisitos não uncionais. (Ex: a possibilidade de portabilidade para dierentes sistemas operacionais, a necessidade de segurança em um site de e-commerce ). Se o sotware atende aos requisitos explícitos, mas alha nos requisitos implícitos, a qualidade é suspeita. Em 1990, Campos descreveu qualidade de sotware como uma tríade construída sobre os seguintes atores: 



20

A qualidade intrínseca  do produto ou serviço que pode ser atestada por sua conormidade com as normas. O custo que corresponde ao preço pelo qual o usuário se dispõe a pagar.

Qualidade de Sotware



O atendimento que pode ser entendido como a

satisação do usuário quanto a tempo, espaço e quantidade.

Você percebeu que o conceito de qualidade diere de autor para autor, mas todos os conceitos apontam para uma mesma direção: a satisação das necessidades do usuário. Para se alcançar esta satisação, é necessário que a empresa desenvolvedora passe a considerar qualidade como um trabalho contínuo, conquistado diariamente na busca pela melhoria dos produtos e/ou do processo de desenvolvimento. 1.2. Por que qualidade ?

Quando se aborda o problema da qualidade, você precisa ter claro o que se entende por qualidade de sotware. Mais claro ainda, precisa estar a razão pela qual você deve se preocupar com a qualidade de sotware. Acompanhe a seguir alguns atores interessantes: 





O uso de um sotware com bugs não é nada agradável, além de trazer prejuízos para o cliente. Imagine uma página de e-commerce  com bug no ormulário de compras, muitos clientes deixarão de comprar até que o problema seja resolvido. Um bug pode azer um banco como o Banco do Brasil, por exemplo, perder milhões e perder a conança dos correntistas. O aumento de qualidade sempre é acompanhado por aumento de produtividade e redução de custos. Como? Você vai ter menos retrabalho e menor índice de reugo. Na terceira via, você terá um aumento na satisação do cliente, o que pode reetir nas vendas do produto. Qualidade hoje é sinônimo de competitividade. Em um mercado tão acirrado, o cliente hoje exige do desenvolvedor a comprovação de que seu produto realmente apresenta quesitos de qualidade. Isto se dá, na maioria das vezes, pelo uso de certicações internacionais.

Leia a seguir uma reportagem que apresenta a importância da qualidade de sotware e o mercado brasileiro.

Unidade 1

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Exportação cresce, mas desafos continuam

O Brasil ncrrou o ano d 2010 com US$ 4 bilhõs m xportaçõs d sotwar  srviços d tcnologia da inormação (TI) - US$ 500 milhõs acima da mta stimada plo stor -  o quivalnt a um crscimnto d 33,3% m rlação a 2009, quando o mrcado brasiliro xportou um volum d US$ 3 bilhõs. Os númros, apurados pla Associação Brasilira das emprsas d Tcnologia da Inormação (Brasscom), mostram qu a atividad já não é o patinho io d outrora  supra sgmntos conômicos tradicionais. As xportaçõs das indústrias têxtis  d calçados, por xmplo, atingiram US$ 1,8 bilhão m 2009  US$ 2 bilhõs m 2010, sgundo dados do Ministério do Dsnvolvimnto, Indústria  Comércio extrior. O órgão não tm dados spcícos sobr as xportaçõs da indústria d sotwar  srviços d TI. Apsar disso, a soma d US$ 4 bilhõs ainda é considrada baixa para um mrcado qu movimntou globalmnt crca d US$ 101 bilhõs m 2010, sgundo a consultoria IDC,  qu tm como su principal xpont a Índia. [...] A qustão qu prmanc para as mprsas brasiliras é o qu azr para aumntar sua participação no bolo mundial - uma dúvida qu o stor tnta rspondr, com sucsso apnas rlativo, há muitos anos. Para Djalma Ptit, dirtor d mrcado da Associação para Promoção da exclência do Sotwar Brasiliro (SOFTeX), nada indica qu a Índia prdrá a lidrança nos próximos anos. “A disputa é para vr qum vai abocanhar uma parcla signicativa do rstant dss mrcado”, arma o xcutivo, qu cita China  Rússia ntr os principais concorrnts do Brasil. As ntidads do stor no país traçaram como mta alcançar US$ 20 bilhõs m xportaçõs m 2020. Para 2011, a xpctativa é xportar US$ 5 bilhõs. Atingir ss objtivo, no ntanto, vai xigir suprar barriras comuns a outros sgmntos, como a valorização do ral, além d qustõs spcícas da ára d TI. “O grand gargalo ainda é a mão d obra, sja plo custo ou pla alta d prossionais”, diz Bnjamin Quadros, prsidnt da BRQ IT Srvics. No ano passado, a mprsa obtv no xtrior 10% d su aturamnto, d R$ 240 milhõs, com a prstação d srviços a 30 clints intrnacionais. Um studo rcnt da Sotx, mostra qu m 2010 o décit d mão d obra no stor d TI oi d 71 mil prossionais. S nada or ito, obtr um prossional spcializado no uturo srá uma

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Qualidade de Sotware

tara árdua. Para 2020, a projção é d qu 300 mil vagas não srão prnchidas por alta d mão d obra. [...] A dspito dssas mudanças, porém, é consnso ntr os xcutivos do stor qu as companhias brasiliras prcisam dnir uma stratégia mais cint d concorrência no xtrior, qu não stja basada mramnt no prço - um qusito no qual a Índia é imbatívl. O ponto qu dvria sr mais xplorado é a qualidad dos sistmas criados no país, uma qualidad qu tm lvado algumas companhias nacionais a participaçõs signicativas no mrcado intrno, msmo concorrndo com grands multinacionais. Claudio Bssa, dirtor d opraçõs intrnacionais  novos ngócios da Totvs - mprsa qu obtém 5% d suas rcitas com xportaçõs -, diz qu o ato d o mrcado intrno sr muito sosticado troux vantagns para o país. “Até por conta d advrsidads scais, lgais  conômicas, tmos xpriência para dsnvolvr sistmas qu outros paíss não têm”. entr as áras  sgmntos d atividad nos quais as companhias brasiliras consguiram conquistar spaço, stão o stor nanciro, tlcomunicaçõs, varjo  govrno ltrônico. [...] Font: DRSKA, Moacir. Rvista Valor econômico. Publicado m 21/01/2011. Disponívl m: . Acsso m: 02 v. 2011.

Imagin sua mprsa xportando sotwar para a Inglatrra. Sua mprsa não é conhcida, mas prcisa sr aprsntada ao mrcado intrnacional. Uma boa carta d rrência pod sr uma crticação d qualidad rconhcida intrnacionalmnt, como uma norma ISO, por xmplo.

Quando você inicia um programa de qualidade em uma empresa, deve ter em mente a necessidade de estabelecer aspectos técnicos (desenvolvimento de padrões e técnicas que possibilitem a implementação de todas as atividades) e culturais (todos na empresa devem aceitar a prática da qualidade, todos os uncionários devem estar conscientes de suas responsabilidades dentro do processo).

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A dcisão d dsnvolvr a mprsa nst sntido passa por programas d ducação  trinamnto sobr qualidad para todos os mmbros da quip.

Quando você der partida em um processo de qualidade, tenha em mente que a qualidade ocorre pelo elo de pequenas ações, onde cada uma ocorrerá é undamental para se atingir o objetivo maior. A qualidade está diretamente ligada ao trabalho de cada uncionário, do analista de requisitos ao responsável pelo suporte ao cliente. - Agora que você já estudou sobre a importância da qualidade de software, estude, na próxima seção, sobre os passos a serem  seguidos na direção da qualidade.

Seção 2 – Passos em direção à política de qualidade Quando a empresa decide por uma política de qualidade, dois escopos são bem denidos: 

 Aprimorar o processo de desenvolvimento e, em

consequência, melhorar a qualidade do produto resultante.



 Avaliar a qualidade do produto visando emitir

documento ocial sobre a qualidade de um sotware e sua conormidade em relação a uma norma ou padrão.

Denido o escopo que se pretende atingir, existem dois passos importantes para dar partida neste processo: 

Preparação de uma política de qualidade – a gerência da

empresa deve ormular a política de qualidade desejada,  validando-a para que posteriormente seja comunicada e implantada em todos os segmentos da empresa. 

Estabelecer uma equipe de suporte em qualidade –

ao implementar uma política de qualidade, torna-se necessário estabelecer um quadro de uncionários responsáveis pelo aumento da qualidade. Esta equipe será responsável por estabelecer e manter um programa de qualidade em toda a organização, incluindo tareas 24

Qualidade de Sotware

como planejamento, monitoramento e avaliação dos procedimentos adotados. A gerência deve estar representada em um comitê de qualidade diretamente ligado à equipe de execução do projeto de qualidade. Em uma empresa de sotware, você tem a possibilidade de avaliar a qualidade do processo de sotware e a qualidade do seu produto.

Qual a dirnça ntr qualidad do procsso d sotwar  a qualidad do produto d sotwar?



O processo de sotware é ormado pelo conjunto de

atividades, métodos, práticas e tecnologias utilizadas para desenvolver e manter sotware e produtos relacionados. Quando é avaliado o processo de sotware, avaliam-se todas as etapas do processo de produção do produto, da análise do problema à manutenção do mesmo no cliente. Se a empresa possui um processo de desenvolvimento imaturo, seu projeto não é rigorosamente cumprido, o controle da qualidade e as uncionalidades do produto podem car comprometidos e os custos de manutenção podem ser elevados. Todo o projeto pode car comprometido. 

Quando a qualidade do produto de sotware é avaliada você estará avaliando o produto desenvolvido pela empresa, não se preocupando basicamente com o processo de desenvolvimento do mesmo, mas sim com a qualidade externa que deve estar explicitamente denida na Especicação de Requisitos do Projeto e pela qualidade interna ormada por atributos que são geralmente acrescentados pela empresa.

Como buscar a qualidad?

Assim como é diícil chegar a um consenso sobre o conceito de qualidade, também são grandes as dierenças entre técnicas e métodos para obtê-la. Unidade 1

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Os sotwares podem ser divididos em dois grandes grupos: 

Pacotes ou suítes: compõem a maioria dos programas

aplicativos, programas de aquisição e uso praticamente imediato que atendem ao grande público em geral. São programas planejados para um usuário comum, padrão, logo podem não corresponder a exigências mais especícas. 

Sotwares personalizados: são planejados e escritos

geralmente por programadores e consultores para atender a uma determinada tarea especíca. Na maioria das  vezes, o número de usuários que irá utilizá-lo é restrito. Quando você ala de qualidade de sotware para estes dois grupos, deve lembrar que a estratégia proposta para se alcançar esta meta passa obrigatoriamente por dierentes atores. Um produto de sotware personalizado tem um público-alvo conhecido, que normalmente possui um vínculo com a empresa desenvolvedora. No caso dos pacotes, este público é desconhecido, sendo possível estudá-lo apenas por meio de amostras e o vínculo com os desenvolvedores na maioria das vezes não existe.

Seção 3 – Atividades da garantia de qualidade As atividades de garantia de qualidade - SQA – Sotware Quality   Assurance apontam para atividades que devem apoiar o processo de desenvolvimento de qualidade. Pressman (1995) descreve as 7 atividades necessárias para que o processo ocorra de orma eciente: I - Aplicação de métodos e erramentas técnicas: apoia

o projeto, especicações e desenvolvimento de maior qualidade.

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Qualidade de Sotware

II - Realização de revisões técnicas: deve avaliar a

qualidade do arteato de sotware gerado pela etapa do desenvolvimento (especicação, modelagem, casos de teste etc.). III - Atividades de testes: devem complementar as

revisões e outras técnicas, ajudando na detecção de erros; IV - Aplicação de padrões: na documentação, no

projeto, no estilo de codicação, na aplicação de testes, no processo etc. A documentação torna o processo de sotware visível, por isto deve ser consistente e legível. Os padrões podem ser determinados por normas internacionais ou pela empresa, caso possua um padrão interno para o processo.  V - Controle de alterações: mudanças no sotware

tendem a produzir novos erros ou mesmo problemas em outros módulos do sistema. O controle de mudanças durante o desenvolvimento e a manutenção é essencial para garantir a qualidade, pois permite rastrearmos o problema e também tornar a alteração conhecida por toda a equipe de desenvolvimento.

 VI - Medição: é necessário estabelecer métricas para

rastrear a qualidade do sotware. Medindo, poderemos saber se as ações de melhoria deram resultado e assim mostrar à administração que os recursos destinados às melhorias oram bem empregados.

Medições também são usadas para indicar a qualidade do produto e a produtividade das pessoas para a avaliar beneícios derivados de novos métodos e erramentas e para  justicar pedidos de novas erramentas ou treinamento. Um exemplo de métrica de produto são as técnicas que medem o comprimento de um módulo em linhas de código e o número de módulos chamados por outro módulo.  VII - Manutenção de registros: manter histórico com

resultados de revisões, auditorias, controle de alterações e outras atividades de garantia de qualidade, que devem ser levados ao conhecimento dos desenvolvedores.

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O item 2, sobre revisões técnicas, é um dos pontos determinantes do SQA. As revisões devem ser aplicadas em vários pontos durante o desenvolvimento do sotware. Para realizá-las, você vai utilizar a diversidade de um grupo de pessoas para apontar melhorias necessárias ao produto, conrmar as partes de um produto em que uma melhoria não é desejada ou necessária, realizar um trabalho técnico com uma qualidade mais uniorme am de torná-lo mais administrável. As revisões podem ser eitas de dierentes maneiras: 

Discussão de um problema técnico na hora do caé

(quantas vezes você cou horas e horas tentando resolver um problema e simplesmente não conseguiu?). Durante um momento inormal (tomando um caezinho com seu colega), você pode chegar a esta solução, talvez por sugestão do seu interlocutor ou porque você relaxou e conseguiu enxergar a amosa “luz no nal do túnel”. 

 Apresentação do projeto de sotware para uma audiência

de clientes, administradores e pessoal técnico. Imagine que você vá apresentar a primeira solução de design da página, uma apresentação perante o cliente vai validar suas ideias com as exigências do cliente.



Revisões Técnicas Formais inclui avaliações técnicas de sotware realizadas em pequenos grupos (walkthrough).

Segundo Pressmann (1995), em uma revisão técnica ormal temse objetivos claros: 





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descobrir erros de unção, lógica ou implementação em qualquer representação do sotware;  vericar se o sotware que se encontra em revisão atende a seus requisitos; garantir que o sotware tenha sido representado de acordo com padrões predenidos;



obter um sotware que seja desenvolvido uniormemente;



tornar os projetos mais administráveis.

Qualidade de Sotware

Além destes objetivos, você vai ter o ganho de um espaço de treinamento que possibilita, tanto ao bolsista quanto ao gerente de projeto, a observação e interação sobre dierentes abordagens, a análise, projeto e implementação de sotware. Outro ponto orte da revisão ormal é a promoção do backup e continuidade. Várias pessoas se amiliarizam com partes do sotware que de outro modo poderiam não conhecer. A rvisão técnica ormal é conduzida m uma runião  srá bm-sucdida s or planjada, controlada  cuidada.

Independentemente do ormato de revisão técnica, toda reunião de revisão deve: 





Envolver de 3 a 5 pessoas na revisão (se o número de pessoas or maior, será diícil manter uma linha coerente de discussão). Preparar previamente a reunião (essa preparação não deve exigir mais de 2 horas de trabalho de cada pessoa). Durar menos de 2 horas (um tempo maior torna a reunião improdutiva pelo cansaço dos temas e mesmo pela diculdade de se manter o oco da reunião). A rvisão técnica ormal ocaliza uma part spcíca (pquna) do sotwar - maior probabilidad d dscobrir rros.

Quando você zer uma revisão técnica, tenha em mente um conjunto mínimo de diretrizes, que de acordo com Pressmann (1995) são: 1) Revise o produto, não o produtor (evite revanches entre colaboradores). 2) Fixe e mantenha uma agenda (reute intervenções de participantes ora da pauta). 3) Limite o debate e a reutação (evite a ormação de polêmicas durante a revisão). Unidade 1

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4) Enuncie as áreas problemáticas, mas não tente resolver cada problema anotado (as reuniões acontecerão semanalmente, o problema pode ser pauta da próxima reunião). 5) Faça anotações por escrito. 6) Limite o número de participantes e insista numa preparação antecipada. 7) Desenvolva uma lista de conerência (checklist ) para cada produto que provavelmente será revisto. 8) Atribua recursos e uma programação de tempo para as revisões técnicas ormais (jamais marque reuniões de revisão para depois do expediente, isto ará com que a produtividade e a qualidade da reunião quem abaixo do esperado). 9) Realize um treinamento signicativo para todos os revisores (deixe claro a importância da revisão). 10) Reveja suas antigas revisões.

Figura 1.2 - Revisões técnicas ormais. Fonte: Pressman (1995).

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Qualidade de Sotware

Seção 4 – Normas e Padrões Um dos pontos mais atuais do controle de qualidade é o uso de normas e padrões de qualidade para avaliar o processo e o produto de sotware. Segundo Koscianski (2007), as normas são criadas a partir do trabalho de especialistas de todo o mundo. Ao serem denidas, tornam-se a base para a especicação de produtos, organizam o ornecimento de serviços podendo chegar à colaboração para a elaboração da legislação em vários países. Quais são as normas  padrõs d qualidad?

Quando se iniciaram o desenvolvimento de normas e padrões, o principal objetivo oi criar um padrão único mundial de orma que, mesmo não tendo nenhum contato entre as empresas, osse possível garantir a qualidade de seu trabalho (uma empresa de desenvolvimento de sotware educacional da Tailândia dicilmente conhece uma empresa de desenvolvimento de sotware educacional do Brasil, o cliente na Ásia que irá comprar o produto, talvez não conheça o histórico das duas empresas). A denição de um padrão surge normalmente de uma necessidade que é solucionada. Existem, no entanto, dois tipos de padrões: “de acto”e “de jure”. Segundo Koscianski (2007), “de acto” é uma expressão utilizada para denir um padrão conhecido e aplicado na prática, mas que não possui uma regulamentação escrita na orma de uma lei ou norma. Um exemplo de padrão “de acto” é o padrão UML (Unied   Modeling Language utilizado para a modelagem de sistemas de sotware) e o padrão CORBA (Common Object Request Broker   Architecture ). Já o padrão “de jure” é ormalizado na orma de lei. Neste caso, são reconhecidos e aprovados por instituições consideradas adequadas para sua avaliação, como é o caso das normas ISO. Este documento é emitido a partir de uma avaliação, baseando-se em critérios unívocos para todas as empresas que

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zerem uso da mesma avaliação. A norma pode ser internacional, regional ou nacional, dependendo de sua área de aplicação. Existem várias empresas de normalização espalhadas pelo mundo, a citar: 











DIN - Deutches Institut ür Normung . IEEE - Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica. ISO - International Organization or Standardization, undada em 1947, coordena o trabalho de 127 países membros para promover a padronização de normas técnicas em âmbito mundial. IEC - International Electrotechnical Commission, undada em 1906, conta com mais de 50 países e publica normas internacionais relacionadas com eletricidade, eletrônica e áreas ans. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas , undada em 1940, edita as normas nacionais. Trata-se de uma entidade privada sem ns lucrativos que representa o Brasil nas entidades de normalização internacional como a ISO e a IEC.  JTC1 - Joint Technical Committe 1 é a primeira comissão conjunta (criada pela ISO e pelo IEC) responsável pela criação de normas relacionadas à tecnologia da inormação.

A certicação é normalmente restrita a uma linha de produtos ou serviços. Existem centenas de normas, cada uma delas propõe padrões e processos sob dierentes aspectos e características. A empresa que contrata uma certicação deve considerar na escolha da norma o tipo de produto que desenvolve, seus objetivos com a aplicação da norma e o reconhecimento de sua clientela em relação a mesma. O número de normas relacionadas ao desenvolvimento de sotware tem crescido signicativamente, observe a seguir algumas mais conhecidas: 

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ISO 9001:2000 – Requisitos para sistemas de gerenciamento de qualidade.

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ISO/IEC90000-3 – Diretrizes para aplicação da norma ISO 9001 ao sotware. ISO12207 – Trata o processo de ciclo de vida de sotware. ISO/IEC12119 – Avalia pacotes de sotware, requisitos de qualidade e testes. ISO/IEC14598-1 – Avalia a qualidade dos produtos de sotware. ISO9126 – Trata o modelo de qualidade baseado em características. ISO/IEC25000 – Modelo de qualidade de sotware, nova versão da série 14598 e 9126. ISO9241 – Ergonomia de sotware. ISO/IEC20926 – Medida de sotware por ponto por unção. ISO 15408 – Norma para produtos que propõe requisitos de segurança e descreve a avaliação de sistemas em relação a estes requisitos. Apresenta um conjunto de três  volumes: o primeiro discute denições e metodologia; o segundo lista um conjunto de requisitos de segurança; o terceiro apresenta metodologias de avaliação. ISO 15504 – Norma voltada ao processo, determina a capacidade dos processos de uma empresa, orientando-a para uma melhoria contínua de seus processos.

Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade em Sotware - PBQP Sotware

Em junho de 1993, oi instalado no Brasil o Subcomitê Setorial da Qualidade e Produtividade em Sotware - SSQP/SW, hoje PBQP - Sotware, instituído a partir do Grupo de Trabalho GT4: Qualidade e Produtividade em Sotware, da Câmara Setorial de sotware, concebido e estruturado no âmbito do Programa Unidade 1

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Brasileiro da Qualidade e Produtividade - PBQP. Este programa se iniciou a partir da preocupação do governo brasileiro com a globalização do mercado de inormática e a competitividade da indústria de sotware no mercado internacional. O PBQP-Sotware procura estimular a adoção de normas, métodos, técnicas e erramentas da qualidade e da engenharia de sotware, promovendo a melhoria da qualidade dos processos, produtos e serviços de sotware brasileiros, de modo a tornar as empresas mais capacitadas a competir em um mercado globalizado (MCT, 2005). Além de incentivar a qualidade por meio de incentivos scais às empresas de sotware, também promove pesquisas nacionais sobre a aplicação de qualidade no segmento de desenvolvimento de sotware. Estes resultados assim como inormações sobre órgãos certicadores são disponibilizados ao público em geral. Na sala virtual dsta disciplina, você ncontra txtos complmntars sobr os assuntos abordados nsta Unidad. Acss a sala virtual  bons studos!

Síntese Nesta unidade, você oi apresentado à qualidade de sotware e sua importância junto ao cliente e às empresas que desenvolvem sotware. Embora muitas empresas iniciem seus investimentos em qualidade, motivados pela garantia de competitividade ou mesmo pelas vantagens imediatas de mercado, ao longo da aplicação de metodologias e padrões, a empresa acaba por perceber o retorno de sua aplicação em termos de aumento de produtividade e diminuição de problemas como manutenção e retrabalhos de projeto. A qualidade é inquestionável em sua importância. Isto pode ser comprovado pela preocupação, cada vez mais contundente, das empresas e sua corrida em busca de certicações. O controle eito 34

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para a garantia da qualidade de sotware pode ser realizado em dois momentos: durante a sua geração (processo) e após estar nalizado (produto).

Atividades de autoavaliação Ao nal d cada unidad, você ralizará atividads d autoavaliação. O gabarito stá disponívl no nal do livro didático. esorc-s para rsolvr as atividads sm ajuda do gabarito, pois, assim, você stará promovndo (stimulando) a sua aprndizagm. 1) D acordo com o qu você studou sobr qualidad d sotwar, assinal nas sntnças a sguir (V) para as considradas vrdadiras ou (F) para as alsas. a) ( ) A qualidad d sotwar stá dirtamnt ligada a conormidad com os rquisitos do clint. b) ( ) A qualidad do produto d sotwar indpnd da qualidad do procsso d sotwar. c) ( ) Os rquisitos implícitos do sotwar rprsntam as ncssidads do clint m trmos d uncionalidads. d) ( ) Na avaliação do produto d sotwar, a procupação é com a qualidad xtrna do produto, como por xmplo a intrac do produto. ) ( ) Na avaliação do procsso, dv-s considrar o conjunto d atividads, métodos, práticas  tcnologias utilizadas para dsnvolvr  mantr sotwar  produtos rlacionados.

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2) Assinal a altrnativa corrta: a) ( ) A avaliação da qualidad aprsnta 3 scopos bm dnidos: o aprimoramnto do procsso d dsnvolvimnto, a avaliação da qualidad do produto  a avaliação da satisação do clint m rlação ao produto d sotwar. b) ( ) As rvisõs podm sr itas d três maniras: por discussão, aprsntação  rvisõs técnicas ormais. c) ( ) As rvisõs dvm sr aplicadas m 2 pontos spcícos do projto:na spcicação d rquisitos  na anális dos algoritmos. d) ( ) Na aprsntação, o projto ou part dl é aprsntado para os dsnvolvdors.

3) Rlacion a 2ª coluna com a 1ª: a) Métricas

( ) Dnm um conjunto d critérios d dsnvolvimnto qu orintam a manira como b) Rvisão técnica o sotwar é construído. ormal ( ) Procura dscobrir rros d unção, lógica ou c) Padrão implmntação m qualqur rprsntação do sotwar vricando s atnd a sus d) Organismos rquisitos. normativos ( ) Indicam a qualidad do produto, a produtividad das pssoas qu produzm o produto, avaliam bnícios drivados d novos métodos  rramntas. ( ) Criam padrõs mundiais garantindo a qualidad dos produtos, um d sus rprsntants é o comitê ISO.

Saiba mais Para aproundar as questões abordadas nesta unidade, você poderá pesquisar em: SOMMERVILLE, Ian. Engenharia de Sotware. São Paulo: Prentice-Hall, 2003. (leia o Cap. 24 - Gerenciamento de Qualidade do livro). 36

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Qualidade do processo Objetivos de aprendizagem entndr o univrso da qualidad no procsso das mprsas dsnvolvdoras d sotwar.  Conhcr a norma ISO/IeC 12207 rlacionada à qualidad do procsso.  Comprndr os principais concitos do modlo CMM  CMMI  sua importância no cnário d dsnvolvimnto d sotwar. 

Seções de estudo Seção 1 O procsso d qualidad Seção 2 ISO/IeC 12207 Seção 3 ISO/IeC 15504 Seção 4 Capability Maturity Model - CMM Seção 5 Capability Maturity Model Integration CMMI

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Para início de estudo

A globalização da economia e do mundo dos negócios, quando relacionada às tecnologias e sistemas, impulsiona cada vez mais a reestruturação das empresas no sentido da promoção da qualidade. Não basta apenas querer a qualidade, é necessário reestruturar a empresa movendo-a neste sentido. No entanto, a reestruturação de uma empresa é um processo complexo, e, quando o cenário é uma empresa de desenvolvimento de produtos de sotware, o quadro ca ainda mais complicado. Existem várias estratégias que buscam a promoção da qualidade, como normas e modelos que auxiliam este processo e encontramse em ranca ascendência no Brasil, entre elas gura a norma ISO/12207. Focada no processo e no cliente, esta norma é especíca para o processo de desenvolvimento de sotware. Além da qualidade do processo, também surgem no mercado modelos centrados nos conceitos de maturidade dos processos e na capacidade dos processos de sotware. O modelo CMM (Capability Maturity Model) apresenta uma abordagem que permite a avaliação dos processos da empresa e enquadramento da organização em níveis de maturidade. A evolução e a diculdade de aplicação do CMM a pequenas empresas, sua complexidade e seu alto custo de implementação promoveram a evolução para o projeto CMMI (Capability Maturity Model   Integration). Centenas de organizações do mundo inteiro estão migrando seus esorços de melhoria de processos para o modelo integrado CMMI, e até o nal de 2002 cerca de 7.000 pessoas realizaram o curso de Introdução ao CMMI ministrado pelo SEI (Sotware Engineering Institute da Carnegie Mellon University  ) e pelos seus parceiros autorizados. Nesta unidade, você vai estudar alguns pontos sobre a qualidade do processo e seus beneícios junto à qualidade do produto nal da organização. Bons estudos!

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Qualidade de Sotware

Seção 1 – O processo de qualidade O processo de sotware, segundo Humphrey (1995), é uma sequência de estágios para desenvolver ou manter o sotware, apresentando estruturas técnicas e de gerenciamento para o uso de métodos e erramentas e incluindo pessoas para as tareas do sistema. A avaliação de processos de sotware pretende, de acordo com Oliveira (1995): 

compreender o estado dos processos de uma

organização, oerecendo a melhoria dos mesmos; 

promover a conormidade dos processos em uma

organização com um requisito em particular ou uma classe de requisitos; 

determinar a adequação dos processos de uma outra

organização com um contrato ou uma classe de contratos. Quando s ala m qualidad do procsso d sotwar, lmbr-s qu um rquisito básico é o d qu todas as atividads nvolvidas sjam sistmáticas  passívis d rptição indpndnt d qum as xcut.

A qualidade de um produto de sotware é dependente da qualidade do processo pelo qual ele é construído e mantido. Quando você atua sobre o processo de sotware você pode deni-lo, gerenciá-lo, medi-lo e melhorá-lo. Mas para denir o processo de sotware, é necessário conhecer o processo atual, ou seja, determinar a capacidade do processo, avaliar a proposta de melhorias e a possível evolução deste. Além de denir o processo, você precisa descrevê-lo em detalhes para que todos os seus colaboradores consigam usá-lo de orma consistente. O qu nvolv a ralização d um modlo d procsso?

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Lembre-se que a implantação de um programa de qualidade se inicia pela denição e implantação de um processo de sotware. A partir daí, o processo deve estar documentado, ser compreendido e seguido.

Métodos

Ferramentas

Pro cedimentos

Processo

Figura 2.1 - Modelo de Processo Fonte: Elaboração do Autor.

O modelo do processo envolve o uso de métodos, procedimentos, que precisam denir a relação entre os métodos, e as erramentas utilizadas para simplicar a utilização dos métodos. A automatização das tareas e uma equipe treinada nos métodos e no uso das erramentas propiciam um processo de qualidade

- A melhoria da qualidade do processo já não é uma preocu pação isolada de uma ou outra empresa. A sociedade SOFTEX  desenvolve um trabalho para a promoção da melhoria da qualidade do processo de software por meio de um modelo de referência. Para conhecer mais sobre a SOFTEX, leia, a seguir, um trecho do artigo de Maurício F. Galimberti.

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Qualidade de Sotware

Sotware: uma abordagem brasileira

Com a missão d “transormar o Brasil m um cntro d xclência na produção  xportação d sotwar”, a socidad SOFTeX atua d divrsas ormas  m divrsas rnts para o crscimnto  diusão da indústria brasilira d sotwar. Um dos últimos mprndimntos da socidad SOFTeX stá rlacionado à mlhoria d procssos d sotwar. em virtud do cnário mundial d dmanda por produtos  procssos d qualidad, a SOFTeX criou o projto “Mlhoria d Procssos d Sotwar Brasil” (Mps.Br), qu é ormado plo Modlo d Rrência  plo Modlo d Ngócio. O Mps.Br visa a mlhoria d procssos d sotwar m mprsas brasiliras, a um custo acssívl, spcialmnt na grand massa d micro, pqunas  médias mprsas. O Projto Mps.Br tm como objtivo principal dnir  implmntar o Modlo d Rrência para mlhoria d procsso d sotwar (MR mps) m 120 mprsas, até junho d 2006, com prspctiva d mais 160 mprsas nos dois anos subsqunts”. O projto tm como objtivos scundários dissminar, m divrsos locais no país, a capacitação no uso do modlo (cursos d Introdução ao MR mps  cursos  provas para Consultors d Implmntação  Avaliadors do modlo); o crdnciamnto d instituiçõs implmntadoras /ou avaliadoras do modlo, spcialmnt instituiçõs d nsino  cntros tcnológicos; a implmntação  avaliação do modlo com oco m grupos d mprsas. Font: GALIMBeRTI, Maurício F. Disponívl m: . Acsso m: 20 v. 2006.

Atualmente, são inúmeras as normas e os dierentes modelos de denição, avaliação e melhoria dos processos. Por isso, nesta disciplina, você conhecerá algumas, tais como: 









a norma ISO/IEC 12207 – Processos do Ciclo de Vida do Sotware; o modelo CMM – Capability Maturity Model ; o modelo CMMI – Capability Maturity Model   Integration; a norma ISO/IEC 15504; e o modelo de reerência Mps.Br. Unidade 2

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Seção 2 – ISO/IEC 12207 A norma ISO/IEC 12207 Inormation Technology – Sotware  Lie Cycle Processes (Processos do ciclo de vida do sotware) oi aprovada em 1995. Esta norma estabelece processos, atividades e tareas a serem aplicados na aquisição, ornecimento, desenvolvimento, manutenção e operação do sotware. Além de promover um processo de ciclo de vida bem denido. A norma pode ser aplicada para qualquer tipo de atividade, como por exemplo atividades aeroespaciais, equipamentos médicos, telecomunicações, comerciais, militares etc. Os usuários-alvo da norma são compradores e ornecedores com conhecimentos técnicos considerados elevados e que estejam envolvidos em projetos que apresentam riscos em termos de custos, prazos, qualidade ou técnicos. Ela descreve a arquitetura de processos de ciclo de vida do sotware, mas não especica os detalhes de como implementar ou realizar as atividades e tareas incluídas nos processos. Tratar do procsso não signica limitar a mprsa m trmos d dcisõs, m outras palavras, na norma não são prscritos métodos d dsnvolvimnto a srm sguidos ou msmo dnidos modlos spcícos d ciclo d vida qu dvam sr adotados. Da msma orma, não são stablcidos modlos d documntação qu dvam sr sguidos. Na vrdad, la apnas indica ond a mprsa dv chgar para crticar-s, mas não como dv azr isto.

A norma é composta por 17 processos do ciclo de vida organizados em três grandes classes. A seguir, conheça sinteticamente quais são as classes e seus processos:

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Qualidade de Sotware

Classes

Processos undamentais se prolongam do início à execução do desenvolvimento, operação ou manutenção do sotware durante todo o seu ciclo de vida.

Processos

Inclui

1 - Aquisição

aspectos reerentes à denição da necessidade de adquirir um so tware (produto ou serviço), pedido de resposta, seleção de ornecedor, gerência da aquisição e aceitação do sotware.

2 - Fornecimento

preparar uma proposta, assinatura de contrato, determinação dos recursos necessários, planos de projeto e entrega de sot ware.

3 - Desenvolvimento 4 - Operação

análise de requisitos, projeto, codicação, integração, testes, instalação e aceitação do sotware. a operação do sotware e suporte operacional aos usuários.

5 - Manutenção

atividades de quem az a manutenção do sotware.

6 - Documentação

planejamento, projeto, desenvolvimento, produção e manutenção dos documentos necessários a gerentes, engenheiros e usuários do sotware.

de armazenamento, liberações, manipulação, distribuição e 7 - Gerência de Conguração controle modicação de cada um dos itens que compõem o sotware.

Processos de apoio auxiliam outros processos.

8 - Garantia da Qualidade

garante que os processos e produtos de sotware estejam em conormidade com os requisitos e os planos estabelecidos.

9 - Vericação

determina se os produtos de sotware de uma atividade atendem completamente aos requisitos ou condições impostos a eles.

10 - Validação

determina se os produtos e o produto nal ( sistema ou sotware) atendem ao uso especíco proposto.

11 - Revisão Conjunto

dene as atividades para avaliar a situação e os produtos de uma atividade de um projeto. determina de orma independente a conormidade de produtos identicados e atividades com planos, requisitos e contrato. denir a orma para analisar e resolver os problemas de qualquer natureza ou onte, descobertos durante a execução do desenvolvimento, operação ou manutenção.

12 - Auditoria 13 - Resolução do Problema Processos organizacionais implementam uma estrutura constituída de processos de ciclo de vida e pessoal associados, melhorando continuamente a estrutura e os processos.

14 - Gerência

trata do gerenciamento de processos,

15 - Inraestrutura 16 - Melhoria

hardware, sotware, erramentas, técnicas, padrões de desenvolvimento, operação ou manutenção. estabelece atividades para estabelecer, avaliar, medir, controlar e melhorar um processo de ciclo de vida de sotware.

17 - Treinamento

relaciona atividades para prover e manter o pessoal treinado.

Quadro 2.1 - Classes e processos da norma ISO/IEC 12207 Fonte: Elaborado pelo Autor.

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Observe que cada uma das classes apresenta os seus processos denidos e os seus usuários potenciais. 

No processo de aquisição e ornecimento , a visão é de

contrato, os usuários são clientes e ornecedores. 

No processo de operação, temos a visão operacional

onde os usuários são o operador e o usuário. 



Na visão de engenharia, temos os processos de desenvolvimento e manutenção em que os usuários serão a equipe de manutenção e a equipe de desenvolvimento.  Todos os processos de apoio azem parte da visão da

equipe de apoio e são utilizados por ela.

Seção 3 – ISO/IEC 15504 A ISO/IeC 15504 tm por objtivo a avaliação d procssos propondo a mlhoria contínua ou a dtrminação d su nívl d capacidad.

A ISO 15504 dene um ramework para avaliação de processos de sotware e baseia-se nas melhores características de vários modelos existentes, tais como: CMM, Trillium e Bootstrap, SPICE, além das Normas ISO 9001/9000-3 (interpretação da ISO9000 para sotware) e ISO/IEC 12207. A versão atual da norma é internacional e introduz o conceito de modelo de reerência de processo. Para ser aplicada a sotware, a norma deve ser complementada com a ISO 12207. O modelo de reerência de processo contém uma descrição de escopo e uma descrição de requisitos. Koscianski (2007) relata que cada requisito estabelece os resultados esperados da execução de cada processo. 44

Qualidade de Sotware

A ISO/IEC 15504 é composta por cinco partes: 

Parte 1 - Conceitos e vocabulários;



Parte 2 - Estrutura do processo de avaliação;







Parte 3 – Recomendações para realização de uma avaliação; Parte 4 – Recomendações para melhoria de processos e determinação de capacidade; Parte 5 – Exemplo da aplicação.

De acordo com Koscianski (2007), quando se pretende realizar uma medição usando esta norma, deve ser denido primeiramente o modelo de medição (PAM), o qual realiza a identicação dos elementos da organização a serem examinados. Neste caso, são denidos dois indicadores: as práticas-base e os arteatos produzidos. Estes indicadores irão apoiar o controle da execução do processo. Por meio do PAM, conorme mostra Koscianski (2007), a norma estabelece os níveis de capacidade para todos os níveis de processo, são eles: 











Nível 0 ou incompleto – processo não implementado. Nível 1 ou executado – o processo atinge os objetivos apesar de pouco planejamento e rigor no processo. Nível 2 ou gerenciado – o processo é planejado, monitorado e ajustado. Nível 3 ou estabelecido – o processo é implementado de orma sistemática. Nível 4 ou previsível – existe um controle sobre o processo vericando o alcance de metas desejadas. Nível 5 ou otimizado – o processo é melhorado de orma continua para atingir melhores resultados. Na sala virtual dsta disciplina, você ncontra um txto complmntar sobr a xpriência da aplicação da Norma ISSO/IeC 15504 na mprsa InoGlobo Comunicaçõs. Acss a sala virtual  bons studos!

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MPSBR – Melhoria do Processo de Sotware Brasileiro

Segundo a SOFTEX (2007), o MPS.BR é um programa para Melhoria de Processo do Sotware Brasileiro coordenado pela Associação para Promoção da Excelência do Sotware Brasileiro (SOFTEX), contando com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ele é baseado nas normas ISO / IEC 12207, ISO / IEC 15504 e na realidade do mercado de sotware brasileiro. Além disso, ele é compatível com o CMMI. Uma de suas principais vantagens é o seu custo reduzido para certicações, sendo assim, ideal para micros, pequenas e médias empresas. O MPS.BR está descrito por meio de documentos em ormato de guias, que são listadas a seguir: 

guia geral - contém a descrição geral do MPS.BR 

e detalha o Modelo de Reerência (MR-MPS), seus componentes e as denições comuns necessárias para seu entendimento e aplicação; 

guia de aquisição - descreve um processo de aquisição de

sotware e serviços correlatos. É descrito como orma de apoiar as instituições que queiram adquirir produtos de sotware e serviços correlatos, apoiando-se no MR-MPS; 

guia de avaliação - descreve o processo e o método de

avaliação MA-MPS, os requisitos para avaliadores líderes, avaliadores adjuntos e Instituições Avaliadoras (IA); e 

guia de implementação - composto de 7 partes,

cada uma delas descrevendo como implementar um determinado nível do MR-MPS. De acordo com a SOFTEX (2007), o MPS.BR baseia-se nos conceitos de maturidade e capacidade de processo para a avaliação e melhoria da qualidade e produtividade de produtos de sotware. Assim, o MPS.BR se divide em três partes: Modelo de Reerência (MR-MPS), Método de Avaliação (MA-MPS) e Modelo de Negócio (MN-MPS).

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Qualidade de Sotware

Método de Avaliação (MA-MPS)

O método considera a aderência aos processos estabelecidos para cada nível e a adequação dos atributos de processo (AP) que implementam os processos. O grau de implementação dos resultados dos atributos de processo (RAP) deve ser avaliado a partir de indicadores, que são: 





direto (D) - documentos comprovam que a atividade oi realizada; indireto (I) - arteatos intermediários resultantes de alguma atividade; armação (A) - entrevista com os membros do projeto avaliado.

O grau de implementação dos indicadores deve ser avaliado: totalmente implementada (T); largamente implementada (L); parcialmente implementada (P); e não implementada (N). (MPS, 2007). Quando a empresa decide por azer uso do MPSBR, pode denir a unidade organizacional que será avaliada (um setor, uma divisão, a empresa toda). A avaliação possui validade de 2 anos, devendo ser submetidos dois projetos concluídos e dois projetos em andamento para o processo de avaliação. Modelo de Reerência (MR-MPS)

Este modelo dene níveis de maturidade, que são uma combinação entre processos e sua capacidade. A denição dos processos segue os requisitos para um modelo de reerência de processo, que estão especicados na ISO/IEC 15504-2. O MR-MPS é dividido em 7 níveis de maturidade, que se inicia no nível G e vai progredindo até o nível A. São eles: 

nível A (em otimização);



nível B (gerenciado quantativamente);



nível C (denido);



nível D (largamente denido);



nível E (parcialmente denido); Unidade 2

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nível F (gerenciado);



nível G (parcialmente gerenciado).

De acordo com a SOFTEX (2007), para cada um destes sete níveis de maturidade, é atribuído um perl de processos que indicam onde a organização deve colocar o esorço de melhoria. O quadro a seguir exibe os níveis de maturidade do modelo, os seus processos e as capacidades necessárias para cada nível. Nível Processo

Capacidade

A

AP1.1, AP2.1, AP2.2, AP3.1 e AP3.2 AP1.1, AP2.1, AP2.2, AP3.1 e AP3.2

B C D

E

F

G

Inovação e implementação na Organização Análise e resolução de Causas Desempenho do Processo Organizacional Gerência Quantitativa do Projeto Análise de Decisão e Resolução Gerência de Risco Desenvolvimento de Requisitos Solução Técnica Integração do Produto Instalação do Produto Liberação do Produto Vericação Validação Treinamento Avaliação e Melhoria do Processo Organizacional Denição do Processo Organizacional Adaptação do Processo para Gerência de Projeto Medição Gerência de Conguração Aquisição Garantia da Qualidade Gerência de Requisitos Gerência de Projetos

Quadro 2.2 - Níveis de maturidade do MPS.BR. Fonte: Colenci (2008).

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AP1.1, AP2.1, AP2.2, AP3.1 e AP3.2 AP1.1, AP2.1, AP2.2, AP3.1 e AP3.2

AP1.1, AP2.1, AP2.2, AP3.1 e AP3.2

AP1.1, AP2.1 e AP2.2

AP1.1 e AP2.1

Qualidade de Sotware

De acordo com Colenci (2008), processos consistem em um conjunto de operações realizadas segundo métodos próprios, desenvolvidos para o entendimento de necessidades estabelecidas ou implícitas. Eles respondem ao “como azer”. Segundo o SOFTEX (2007), os processos são agrupados de acordo com o seu objetivo principal no ciclo de vida do sotware. Este agrupamento consiste em 3 dierentes classes de processos, que são: 

undamental - atende o início e a execução do

desenvolvimento, operação ou manutenção dos produtos; 

de apoio - auxilia outro processo e ajuda no sucesso e

qualidade do projeto de sotware; 

organizacional - uma empresa pode usar estes processos

em nível coorporativo para estabelecer, implementar e melhorar um processo do ciclo de vida. A gura a seguir demonstra as classes de processos undamentais, organizacionais e de apoio do Mps.Br, bem como destaca os pontos a serem considerados no desenvolvimento de sotware.

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Processos Fundamentais

Processos Organizacionais

Aquisição

Gerência de Projetos

Gerência de Requisitos

Denição do Processo Organizacional

Desenvolvimento de Requisitos

Adaptação do Processo para Gerência do Projeto

Solução Técnica

Avaliação e Melhoria do Processo Organizacional

Integração do Produto

Gerência de Riscos Treinamento Gerência Quantitativa do Projeto Desempenho do Processo Organizacional Análise de Causas e Resoluções Implantação de Inovações na Organização

Processos de Apoio

Garantia da Qualidade

Vericação

Gerência de Conguração

Validação

Medição

Análise de Decisão e Resolução

Quadro 2.3 – Classes de processos do MPS.BR. Fonte: Colenci (2008).

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Qualidade de Sotware

Seção 4 – Capability Maturity Model - CMM O CMM, ou modelo para a melhoria da maturidade da organização, oi desenvolvido pelo Sotware Engineering Institute . O projeto oi inicialmente nanciado pelas orças armadas americanas que queriam que osse estabelecido um padrão de qualidade para os sotwares desenvolvidos a ela. Deste modo, um alerta oportuno a azer, é que como o projeto todo previa o desenvolvimento de grandes projetos, por isso seu uso para projetos menores deverá ser cuidadoso, pois precisa ser adaptado com a realidade da organização que pretende utilizá-lo. O CMM pod sr ntndido como um modlo para a mlhoria da maturidad da organização. Mas o qu é maturidad d uma organização?

Acompanhe o raciocínio: quando uma empresa é imatura, todo o processo é improvisado, a empresa não possui base histórica sobre seu processo de desenvolvimento, logo não há maneira objetiva de julgar a qualidade do produto. Normalmente, em uma organização imatura a qualidade e a uncionalidade do produto são sacricadas, pois não existe um rigor no processo a ser seguido, sendo que a equipe invariavelmente encontra-se envolvida na resolução de crises imediatas. Um xmplo prático é quando o dsnvolvimnto ncontra-s com um atraso d 60 dias no projto do clint X. Mas na minha mprsa tnho 3 quips, m dirnts projtos. Para compnsar st atraso  atndr o clint X, u rtiro a quip qu stá dsnvolvndo para o clint B (qu stava com o cronograma m dia ) 3 dsnvolvdors  os scalo no projto, procurando colocá-lo m dia. O qu você acha qu vai acontcr? Rsolvri o problma do clint X? Criari um novo problma para o clint B? Rsolvri todos os problmas com sta atitud?

É diícil dizer o que irá acontecer, na verdade é pouco previsível o resultado desta operação, mas o que é certo é a imaturidade do processo.

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A consquência da imaturidad é o alto custo d manutnção d sus produtos, a baixa produtividad, a qualidad duvidosa  um risco lvado quando s dsja azr alguma inovação tcnológica.

Para melhor entender o contexto, imagine ainda a seguinte metáora: você oi convocado para azer parte de um time de utebol, mas na verdade não oram denidas as posições pela competência dos jogadores, alguns jogam, outros olham e a maioria reclama e ainda por cima tenta impor suas ideias sobre como melhorar a partida e ganhar o jogo. Apesar da conusão, seu time pode vencer, é bem provável que isto ocorra pela capacidade pessoal de um ou outro jogador, mas você não pode garantir que o mesmo se repita ou que o jogo possa ser de alguma maneira controlado. Moral da história, este time é imaturo. Na mesma medida, isto ocorre requentemente em empresas desenvolvedoras de sotware. Mesmo que a empresa seja imatura, não signica que ela não possa produzir um excelente produto. Mas será que ela conseguirá repetir este sucesso? Talvez todo o projeto esteja na mão de apenas um desenvolvedor e a saída deste membro da equipe pode literalmente echar a empresa! Uma organização considerada madura apresenta alguma características, como por exemplo: 







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Na organização madura, estão bem claros e denidos todos os papéis e responsabilidades. A empresa possui uma base histórica de seus processos e decisões. A qualidade dos processos e produtos é completamente monitorada, sendo que seu processo pode ser constantemente atualizado e melhorado. Em uma organização madura, a comunicação entre gerências e seus grupos é eciente e motivada pela empresa. Como consequência deste processo, a empresa tem a satisação de cronogramas, uncionalidades, custos e qualidade do produto.

Qualidade de Sotware

O CMM é um modelo que não abrange áreas de empresa como recursos humanos e nanças, isto signica que seu uso não garante a viabilidade da organização. Seu principal oco é o processo, promovendo promovendo para as empresas que o usam o conhecimento conhecimen to e melhoria dos seus processos, utilizando-se util izando-se de práticas denidas. (KOSCIANSKI e outros, 2007). 20 07). O CMM dscrv princípios  práticas dos quais dpnd a maturidad do procsso d sotwar, assim prmit o apoio às organizaçõs qu prtndm aumntar a maturidad d su procsso por um caminho volutivo volutivo..

Deste modo, o CMM permite ao client cl ientee e ao empresário medir a maturidade da empresa segundo princípios preestabelecidos.

Quais são os nívis d maturidad?

O CMM oi dividido em cinco níveis de maturidade relacionadoss ao desenvo relacionado desenvolvimento lvimento do sotware: sotwa re: inicial, repetitivo, denido, gerenciado, otimizado.

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Figura 2.2 - Níveis do CMM Fonte: Elaborado pelo Autor.

Cada um dos níveis possui áreas-chaves que estabelecem temas que devem ser abordados por meio de metas e que, na verdade, identicam as questões essenciais que caracterizam o nível. Observe a gura 2.2, para cada área-chave existem práticaschaves. As práticas-chave especicam “o que” deve ser eito para implementar o modelo como: documentos, treinamentos, políticas denidas para as atividades, medições e análises. As práticas-chavs nunca stablcm “como “como”” las dvm sr implmntadas, somnt dnm “o qu” dv sr ralizado.

A gura também mostra que o nível gerenciado possui duas áreas-chaves: o Gerenciamento de Qualidade e o Gerenciamento Quantitativo do Processo. Para você entender melhor as características de cada nível apresentado na gura 2.2, leia atentamente atentamente o texto que segue. seg ue.

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Qualidade de Sotware

1º Nível CMM:

No primeiro nível, o inicial, inicia l, o processo de desenvo desenvolvimento lvimento é desorganizado e até caótico. Poucos processos são denidos e o sucesso no desenvolvimento desenvolvimento depende da compet competência ência das pessoas. Grande parte dos problemas para empresas neste nível são de ordem gerencial e não técnica. O gerente não possui a  visibilidade do processo e de como ele ocorre ocorre e, com certeza, terá problemas na denição e cumpriment cumprimentoo de crono c ronograma, grama, orçamentos orçamen tos e manutenção da qualidade. qua lidade. 2º Nível CMM:

No segundo nível, o repetitivo, os processos básicos de gerenciamento gerenciamen to de projeto estão estabelecidos e permitem monitorar moni torar custos, cronograma e uncionalidade. u ncionalidade. A disciplina necessária ao processo está estabelecida de orma a poder ser repetida com sucesso em projetos com aplicações semelhantes. Neste nível já existem padrões na empresa que são seguidos pela equipe, já é possível acompanhar custos, cu stos, cronogramas cronogramas e planejamento. 3º Nível CMM:

O nível denido possui as atividades de gerenciamento gerenciamento e as de engenharia do processo de desenvolvimento desenvolvimento de sotware sotwa re documentadas, padronizadas e integradas em um padrão de desenvolvimento da organização. Todos os projetos utilizam uma versão aprovada e adaptada do processo padrão de desenvolvimento desenvo lvimento de sotware da organização. Sempre que a empresa está neste nível, a evolução do produto produto é  visível através do processo. processo. 4º Nível CMM:

No nível 4, o nível gerenciado, a gerência consegue tomar suas decisões sobre bases objetivas, todo o processo é medido e gerenciado quantitativamente. Produto e processo de desenvolvimento desenvo lvimento de sotware sot ware são entendidos e controlados quantitativamente.

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Neste nível medidas de qualidade qua lidade e produtividade são coletadas em todos os projetos, projetos, ocorre a avaliação ava liação e análise a nálise contínua do desempenho.. É estabelecido o controle estatístico de processos. desempenho 5º Nível CMM:

Quando a empresa chega no nível 5, o melhoramento contínuo contínuo do processo é conseguido pelo “eedback” “eedback ” quantitativo dos processos e pelo uso pion pioneiro eiro de ideias e tecnol tecnologias ogias inovadoras. A melhoria contínua do processo é propor proporcionada cionada pela realimentação quantitativa do processo e pela implementação de novas ideias e tecnologias. tecnologias. Em outras palavras, palav ras, a empresa consegue medir quantitativamente o impacto e a eciência das mudanças implementadas. No nível 5 são identicados os pontos racos e deeitos, promovendo uma ação preventiva sobre causas. Assim como, mudanças mais signicativas signi cativas de processos ou de tecnologias são eitas a partir de análises de custo/beneício com base em dados quantitativos cuja coleta iniciou-se no nível 4.

Como stá o Brasil no ranking d qualicação CMM?

Apesar de comp complexo lexo em sua implantação, o número de adesões de empresas brasileiras vem crescendo. Para você ter conhecimento, conhecimento, acompanhe o quadro a seguir: O Processo de Avaliação no Brasil

No último rlatório do SeI/CM SeI/CMU, U, publicado m stmbro d 2005 com dados até junho do msmo ano, o Brasil ncontra-s ncontra-s m 14º lugar dntr os paíss com maior númro d avaliaçõs CMM ralizadas por ss instituto (após tr prmancido na 13ª posição dsd dzmbro d 2001), sndo o único país da América Sul qu aparc com mais d 20 avaliaçõs (29); Chil possui 20 avaliaçõs; Argntina, Argntina, Colômbia, Pru, Uruguai  Vnzula aparcm com mnos d 10 avaliaçõs. A Integrated System Diagnostics Brasil  - ISD-Brasil, ISD- Brasil, subsidiária subsidiária da nort-amricana ISD Inc, conta com as crdnciais do SeI para

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Qualidade de Sotware

tuar avaliaçõs ociais  com prossionais autorizados a conduzir avaliaçõs d procssos com rsultados rconhcidos. Organizaçõs com Qualicação CMM no Brasil – 1997-2005 Desde

2

1997 1998

Nível Atual 3 4

5

No ano

Até o ano

1

1

1

2

1 1

1999

2

2000

2

2001

4

4

6

1

4

10

17

27

9

36

2002

3

2003

16

2004

6

3

2005

15

1

Total

41

10

1

16 52 1

52

Quadro 2.2 - Ranking brasileiro de qualicação CMM Fonte: ISD - Brasil.

No Brasil, existe apenas uma empresa classicada no nível 4 de maturidade e somente 8 empresas possuem o nível 3. A gura a seguir mostra alguns números do CMM no Brasil.

Figura 2.3 - Organizações com Qualicação CMM no Brasil – 1997-2006 Fontes: ISD Brasil, Procesix, empresas qualicadas e imprensa especializada, compilado por MCT/SEPIN/ DIA. Disponível em: . Acesso em: 20 jun. 2006. Unidade 2

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 5 – Capability Maturity Model Integration - CMMI No rastro do modelo CMM e de sua boa aceitação, criaram-se novos modelos como o P-CMM para gestão de recursos humanos e o SE-CMM moldado à engenharia de sistemas. Os novos modelos, no entanto, apresentavam estruturas, ormatos e terminologia dierentes, o que dentro de uma organização provoca incoerências quando dierentes modelos são necessários. O CMMI oi criado com o intuito de integrar estes dierentes modelos, assim, o modelo possui heranças dos modelos Sotware CMM – Staged, o SECM – Continuous e o IPD CMM – Hybrid. O oco do CMMI baseia-se nas disciplinas de um desenvolvimento integrado do produto e processo, o desenvolvimento de sistemas (incluindo sotware ou não), o desenvolvimento de sotware, a subcontratação e a integração dos modelos e redução dos custos com melhorias de processo. Fazem parte dos principais objetivos do CMMI:

ISO 15504 A norma dene um modelo bi-dimensional cujo objetivo é a realização de avaliações do processo do sotware e sua melhoria.



aumento do oco das atividades;



integração dos processos existentes;



eliminar inconsistências;



reduzir duplicações;



ornecer terminologia comum;



assegurar consistência com a norma ISO 15504;



exibilidade e extensão para outras disciplinas.

Koscianski (e outros, 2007) descreve quatro disciplinas para o CMMI: 

Engenharia de sistemas – a partir das necessidades,

restrições e qualidades apontadas pelo cliente, o engenheiro de sotware propõe soluções resultantes do ciclo de desenvolvimento. 

Engenharia de sotware – propõe a aplicação de orma

sistemática, disciplinada e quanticável do desenvolvimento, operação e manutenção do sotware (IEEE). 58

Qualidade de Sotware



Desenvolvimento e integração de produtos e processos

– abordagem sistemática que usa como parceiros os conhecedores do negócio, proporcionando um melhor conhecimento sobre as necessidades do uturo cliente. Estes processos se integram aos demais processos da organização. 

 Aquisição - em muitas situações é necessária a parceria

com ornecedores que implementam recursos para o produto a ser desenvolvimento. Esta disciplina monitora a aquisição destes recursos. Quais são os nívis no CMMI?

Observe a seguir que no CMMI ocorre uma mudança nos nomes dos níveis em relação ao CMM: Nível

SW-CMM (v 1.1)

CMMI

1

Inicial

Executado - Inicial

2

Repetível

Gerenciado

3

Denido

Denido

4

Gerenciado

Quantitativamente Gerenciado

5

em Otimização

em Otimização

Quadro 2.3 - Comparação CMM e CMMI. Fonte: Elaboração do Autor.

Os cinco níveis do CMMI são na verdade as áreas do processo. Para que a empresa atinja um determinado nível, deve praticar obrigatoriamente todos os estágios relacionados a ele.

1º Nível CMMI:

No nível inicial, a organização possui um controle de processos inormal. O processo é caótico, não existe padronização, o cumprimento de prazos é raro e as alhas relacionadas aos requisitos do cliente são comuns. O sucesso do projeto é baseado em esorços individuais. Unidade 2

59

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2º Nível CMMI:

No nível gerenciado, ocorre um gerenciamento básico do projeto, os requisitos azem parte de processos planejados, medidos e controlados. Os processos são divididos em projetos individuais. O contato com o cliente a denição de prazos e aplicação de padrões já é prática comum na organização, estes padrões podem, no entanto, variar de projeto a projeto. Neste nível, o CMMI possui sete estágios: 

gerência de requisitos;



garantia de qualidade do processo e do produto;



planejamento do projeto;



gerência e controle do projeto;



medição e análise;



gerência de conguração;



gerência de ornecedores.

3º Nível CMMI:

O terceiro nível caracteriza-se pela padronização do processo constituído de vários projetos. Isto signica que os padrões, métodos e procedimentos já estão sedimentados na organização, sendo utilizados em todos os projetos. Neste nível, os processos são ricamente detalhados e possui doze estágios: 















60

denição do processo organizacional; desenvolvimento de requisitos; gerência de riscos; análise de decisão e resolução; integração do produto;  vericação;  validação; oco no processo organizacional;

Qualidade de Sotware



treinamento organizacional;



gerência de projeto integrado;



desempenho do processo organizacional;



solução técnica.

4º Nível CMMI:

No nível gerenciado quantitativamente, vários processos são acompanhados, mantendo-se a mesma padronização e azendo-se uso de técnicas quantitativas. No quarto nível, os processos passam pela gerência estatística, dados que até então eram qualitativos são transormados em quantitativos. Esta quanticação promove uma melhoria na previsão sobre o comportamento dos processos do desenvolvimento. Neste nível, o CMMI possui dois estágios: 

desempenho do processo organizacional;



gerência quantitativa do processo.

5º Nível CMMI:

No quinto nível, otimizado, ocorre a melhoria contínua do processo. No quarto nível, são obtidos dados quantitativos sobre os processos e sua consequente análise leva a reormulação do processo a m de melhorar sua perormance. Isto também ocorre pela implementação de novas tecnologias e erramentas. Os processos são medidos e avaliados. Neste nível, o CMMI possui dois estágios: 

inovação e implantação na organização;



análise e resolução de causas. Você sabia?

A Stanini oi a primira companhia nacional a conquistar o nívl 5 do CMMI qu conr à mprsa um padrão d qualidad intrnacional na ngnharia d sotwar.

Unidade 2

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O credenciamento CMMI é considerado hoje por empresas e pelo governo como undamental para o processo de incremento da exportação de sotware.

Exportação de Sotware e o CMMI

[...] Mas o qu é qualidad d sotwar? Como mdir a qualidad d um artato d sotwar? Como concluir qu um produto tm qualidad inrior a outro? Podmos tntar rspondr ssas prguntas a partir d vários argumntos, mas para alcançarmos xatidão com crtza gastarmos muito tmpo  dinhiro. Uma das ormas d atstar a qualidad d uma mprsa abricant d sotwar  sus produtos  abrir as portas para a xportação é invstir na aquisição d “slos” d qualidad, como o CMMI - Capability Maturity Modl® Intgration. Nota: CMMI não é uma crticação, é rsultado d uma avaliação qu atsta a maturidad/capacidad d uma mprsa m dsnvolvr sotwar com qualidad. A avaliação positiva é concluída a partir da missão d um laudo plo SeI – Sotwar enginr Institut. est laudo atsta qu a mprsa avaliada stá m conormidad com as boas práticas do CMMI. O invstimnto médio para adquação dos procssos às praticas do CMMI é d R$ 250 mil, mas xist variação do invstimnto d acordo com os cnários avaliados. No Brasil, ss valor já oscilou ntr R$ 150 mil  R$ 1,5 milhão. O tmpo médio para chgar a um nívl d maturidad oscila ntr 12  45 mss (tanto o invstimnto quanto o tmpo variam d acordo com o port da unidad avaliada  o nívl d maturidad almjado). Nota: Os dados citados não inclum mprsas qu possum o SW/CMM ou o Se/CMM. Mas por qu o númro d mprsas brasiliras qu possum CMMI é tão pquno? [...] Ond stá o ator limitador para as mprsas obtrm o CMMI? Cultura, carência nancira, comodismo, alta d incntivo do govrno? Font: VeNTURA , Plínio. Disponívl m: . Acsso m: 28 v. 2011.

62

Qualidade de Sotware

Na sala virtual dsta disciplina, você ncontra txtos complmntars sobr os assuntos abordados nsta Unidad. Acss a sala virtual  bons studos!

Síntese A Sotware Engineering Institute  publicou, em estudos recentes, números que impressionam relacionados à melhoria de desempenho em empresas que investiram em qualidade. Estas empresas tiveram um aumento médio de produtividade de 35% por ano, já o número de bugs encontrados após a entrega oi reduzido em 39%. Estes números levaram a um aumento de produtividade e redução de custos, retrabalho e manutenção em uma proporção de 5 para 1, chegando a 9 para 1 em alguns casos. Estes números comprovam que a implantação de modelos (CMM) ou normas (ISO 12207), mesmo com custos consideráveis de implementação, trazem a longo prazo retornos em termos de qualidade que pode ser quanticada no aumento da produtividade e dos lucros da empresa. Outro modelo importante, o CMMI, construído sobre a estrutura do CMM, procura apresentar-se de uma orma mais abrangente, englobando diversas disciplinas em um único modelo, com uma única estrutura, metodologia comum, nomenclatura padrão, podendo ser utilizado no desenvolvimento de produtos, serviços e manutenção, reunindo as melhores práticas de outros modelos. Apesar de recente já possuir uma boa representação no Brasil. A soma destes modelos proporciona um escopo de escolha razoável para todas as empresas que pretendem promover a melhoria de suas organizações por meio de processos mais controláveis e dinâmicos.

Unidade 2

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Atividades de autoavaliação Ao nal d cada unidad, você ralizará atividads d autoavaliação. O gabarito stá disponívl no nal do livro didático. esorc-s para rsolvr as atividads sm ajuda do gabarito, pois, assim, você stará promovndo (stimulando) a sua aprndizagm. 1) O modlo CMM - Capability Maturity Model avalia a maturidad das organizaçõs. A partir disso, rlacion as caractrísticas com as rspctivas dscriçõs. Obsrv qu podm ocorrr rptiçõs. a) dnido

( ) também conhcido como procsso prvisívl.

b) otimizado

( ) ocorrm trinamntos do grupo  a dnição do procsso da organização.

c) inicial d) grnciado ) rptitivo

( ) rsolução d criss imdiatas. ( ) promov o grnciamnto quantitativo do procsso. ( ) não xist bas histórica. ( ) promov o grnciamnto d rquisitos  a garantia da qualidad. ( ) prmit o grnciamnto d mudança do procsso  prvnção d ditos. ( ) também conhcido como procsso disciplinado.

2) Complt as lacunas com as sguints xprssõs: Os níveis de maturidade – as áreas-chaves do processo – características comuns – as atividades

No modlo CMM, pod-s dizr qu: a) As áras-chavs do procsso são organizadas por _______________ ncssárias para a implmntação. b) __________________ são ncssárias para atingirmos os objtivos c) __________________ indicam a capacidad do procsso. d) As caractrísticas comuns contêm práticas-bas qu dscrvm __________________.

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Qualidade de Sotware

3) existm alguns rquisitos ncssários para qu s inici um procsso d qualidad. Dscrva-os.

4) Rlat como é organizada a norma ISO/IeC 12207.

Unidade 2

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Saiba mais Para aproundar os assuntos abordados nesta unidade, você poderá pesquisar no seguinte livro: KOSCIANSKI, Andre. SOARES, Michel dos Santos. Qualidade de sotware . 2ª. Ed. São Paulo: Novatec, 2007.

66

UNIDADe 3

Qualidade do produto Objetivos de aprendizagem Conhcr as normas utilizadas na avaliação da qualidad do produto.  Comprndr os objtivos das normas  suas caractrísticas. 

Seções de estudo Seção 1 Qualidad do produto d sotwar . Seção 2 ISO/IeC 9126 Seção 3 ISO/IeC 14598 Seção 4 ISO/IeC 12119

3

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Para início de estudo

Nos dias atuais, os clientes de sotware, estão cada vez mais amiliarizados com a tecnologia e mais experientes no processo de aquisição de seus produtos. A consequência imediata é o aparecimento de clientes cada vez mais exigentes, e para os desenvolvedores de sotware, a consequência é a busca da qualidade de seus produtos. O uso de métodos de avaliação baseados em normas é uma orma eciente e segura de se atingir este objetivo. A Organização Internacional para Padronização – ISO – lançou um conjunto de normas de qualidade elaboradas especicamente para a padronização da avaliação da qualidade de produtos de sotware. As normas internacionais de avaliação de produto de sotware são recentes e a compreensão completa do processo de avaliação exige a análise de duas normas, a ISO/IEC 9126 e a ISO/IEC 14598. A ISO/IEC 9126 descreve um modelo de qualidade e alguns exemplos de métricas que podem ser utilizados na avaliação de produto de sotware. Já a ISO/IEC 14598, oerece uma visão geral dos processos de avaliação de produtos de sotware e ornece guias de requisitos para avaliação. Nesta unidade, a proposta é que você inicie o estudo sobre modelos de avaliação do produto e suas principais características. Sinta-se à vontade para o estudo exploratório sobre a qualidade do produto de sotware.

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Qualidade de Sotware

Seção 1 – Qualidade do produto de sotware Você pode entender por qualidade do produto de sotware como: Um conjunto d caractrísticas qu dvm sr alcançadas m um dtrminado grau para qu o produto atnda às ncssidads do usuário.

O detalhamento destas características, chegando ao nível de atributos e sua avaliação, é que determinam a qualidade do produto de sotware. Imagin o sguint xmplo: você ganha d prsnt d anivrsário um bolo maravilhoso d sus colgas d trabalho. Quando você olha ou msmo com o bolo, só consgu avaliar o produto nal, é possívl você avaliar atributos como o sabor  a aparência (por xmplo), mas torna-s diícil avaliar como ocorru o procsso d produção, o padrão d higin utilizado na concção do bolo ou msmo a qualidad dos ingrdints usados.

Para se avaliar um produto de sotware, é necessário usar um modelo que organize os atributos considerados importantes no processo de avaliação, que possibilite a avaliação do produto de sotware e, principalmente, que permita o entendimento de como cada atributo inuência positiva ou negativamente na qualidade do produto. Estes modelos são expressos e aceitos pelo mercado na orma de normas técnicas.

Lembre-se: a avaliação de um produto de sotware requer planejamento, controle e uso de técnicas adequadas de avaliação.

Quais são os modlos qu avaliam a qualidad do produto d sotwar?

Quando você avalia a qualidade do produto de sotware, é necessário vericar por meio de técnicas e atividades operacionais o quanto os requisitos são atendidos. Estes requisitos são na  verdade as necessidades expressas em termos quantitativos ou qualitativos e que denem as características do sotware. Unidade 3

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Existem várias normas associadas ao produto, mas para eeito de estudo desta disciplina (conorme os objetivos), serão apresentadas as seguintes: 

ISO/IEC 9126 – Qualidade do produto de sotware;



ISO/IEC 14598 – Avaliação de produtos de sotware;



ISO/IEC 12119 – Testes e requisitos de qualidade em pacotes de sotware.

Ao azer um exame sistemático para avaliar a qualidade do produto, você precisa ter : um processo de avaliação que seja  responsável por ornecer passos a serem seguidos por “quem” irá avaliar a qualidade do produto.

Como unciona o rlacionamnto ntr as normas?

A norma 14598 oerece um processo de avaliação adaptado para as três visões: 

a visão do desenvolvedor;



a visão do comprador; e



a visão do avaliador.

Neste processo, a especicação do modelo de qualidade utilizado é o da norma ISO/IEC 9126. Simplifcando: a norma ISO/IeC 14598 orc

os procdimntos para ralização do procsso d avaliação  a ISO/IeC 9126 orc o modlo do qu dv sr avaliado no produto.

70

Qualidade de Sotware

Observe que a ISO 9126 ornece os critérios para avaliar o produto de sotware como uncionalidade, portabilidade, usabilidade etc. A ISO 14598 az o suporte da avaliação e apóia o próprio processo avaliativo. A gura a seguir mostra como ocorre o relacionamento entre as normas. Observe.

Figura 3.1 - Relacionamento entre a norma ISO/IEC 9126 e ISO/IEC 14598. Fonte: ISO 9126 (1997).

Observe na gura a abrangência da norma ISO/IEC 14598 sobre o processo de avaliação e o uso da ISO/IEC 9126 na aplicação das métricas.

Unidade 3

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Seção 2 - ISO/IEC 9126 A Norma ISO/IEC 9126 é utilizada como reerência para o processo de avaliação do produto de sotware. É dnida como um conjunto d atributos qu tm impacto na capacidad do sotwar d mantr o su nívl d dsmpnho dntro d condiçõs stablcidas por um dado príodo d tmpo.

Segundo Rocha (2001), esta norma está dividida em duas partes: 



o modelo de qualidade para características externas e internas; e o modelo para qualidade em uso.

A norma NBR 13596 é a tradução ocial para o português, realizada pela ABNT, da norma ISO/IEC 9126 - Inormation Technology- Sotware Quality Characteristics and Metrics 

(Tecnologia da Inormação – Características e Métricas de Qualidade de Sotware). Quando a norma ISO/IeC 9126 é utilizada?

Você pode utilizar esta norma: 







72

na avaliação das especicações do sotware durante o desenvolvimento para vericar se os requisitos de qualidade estão sendo atendidos; na descrição das características e atributos do sotware implementado, por exemplo nos manuais de usuário; na avaliação do sotware desenvolvido antes da entrega ao cliente; na avaliação do sotware desenvolvido antes da aceitação pelo cliente.

Qualidade de Sotware

A norma está dividida em 4 grandes partes: Norma

Parte

1 - modelo de qualidade, ornece características e subcaracterísticas de qualidade, sendo uma norma essencialmente de denições.

     6      2      1      9      C      E      I      /      O      S      I

2 - defne métricas externas para a medição das características e subcaracterísticas de qualidade da ISO/IEC 9126-1. Essas métricas reerem-se a medições indiretas de um produto de sotware, a partir da medição do comportamento do sistema computacional do qual o produto az parte. 3 - estabelece métricas internas para a avaliação de um produto de sotware. Essas métricas reerem-se a medições diretas de um produto, a partir de suas características internas, sem que seja necessária a execução do programa. 4 - estabelece métricas de qualidade em uso.

Quadro 3.1 – Norma ISO/IEC 9126 e suas partes Fonte: ISO, (1997).

Como são classicados os atributos d qualidad no modlo d qualidad para caractrísticas xtrnas  intrnas?

Este modelo de qualidade classica os atributos de qualidade em seis grandes características, as quais, por sua vez, são descritas na orma de subcaracterísticas. Acompanhe a seguir, com atenção, quais são elas: Classifcação

Subcaracterísticas

Funcionalidade - as

Adequação unções e propriedades especícas do produto Acurácia que satisazem as necessidades do usuário, descreve o que Interoperabilidade az o sotware como e quando. Conormidade Segurança no acesso

existência de um conjunto de unções apropriadas para as tareas requeridas. o produto gera resultados precisos ou dentro do esperado pelo cliente. avalia a capacidade de interagir e interoperar com outros sistemas de acordo com o que oi especicado. o produto está de acordo com as convenções, as normas ou os regulamentos estabelecidos. aptidão para prevenir os acessos não autorizados a programas e dados. Continua...

Unidade 3

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Classifcação

Subcaracterísticas

Confabilidade -

Maturidade

conjunto de atributos que evidenciam a capacidade do sotware de manter seu nível de desempenho sob condições estabelecidas durante um período de tempo estabelecido. Usabilidade - a usabilidade reere-se ao esorço necessário para usar um produto de sotware assim como o julgamento individual do uso por um conjunto explícito ou implícito de usuários. Portatilidade -

acilidade do sotware poder ser transerido de um ambiente para outro.

capacidade do produto para manter determinados níveis de desempenho Tolerância a alhas mesmo na presença de problemas ou mesmo em caso de violação nas interaces especicadas. atributos do sotware que evidenciam sua capacidade de restabelecer seu nível Recuperabilidade de desempenho e recuperar os dados diretamente aetados em caso de alha e o esorço necessário para que isto aconteça. Inteligibilidade

acilidade com que o usuário reconhece a lógica de uncionamento de um produto e sua aplicação.

Apreensibilidade

medida da acilidade encontrada pelo usuário para aprender a utilizar o produto.

Operacionalidade

acilidade oerecida para operar e controlar operações pertinentes ao sotware.

Adaptabilidade

aculdade do produto poder ser adaptado a novos ambientes.

Instalabilidade

acilidade de instalação do produto de sotware.

Conormidade com padrões de portatilidade

o produto apresenta-se compatível com os padrões ou convenções de portatilidade.

Substituibilidade

o produto de sotware pode ser substituído por outro, sem grandes esorços.

Efciência - observa-se Comportamento

no tempo

medida do tempo de resposta e de processamento, assim como as taxas de processamento (throughput ), ao executar as unções prescritas.

Comportamento dos recursos

atributos do sotware que evidenciam seu tempo de resposta, tempo de processamento e velocidade na execução de suas unções.

Analisabilidade - reere-se ao esorço necessário para a realização de alterações Modicabilidade especícas no produto de sotware. Estabilidade

característica de ser possível diagnosticar deciências e causas de alhas.

nesta característica o nível de desempenho do sotware e a quantidade de recursos utilizados sob condições estabelecidas. Manutenibilidade

Testabilidade Quadro 3.1 – Norma ISO/IEC 9126 e suas partes. Fonte: ISO (1997).

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estado de maturação do sotware, detectada por sua baixa requência de alhas.

característica que o produto deve ter de orma a acilitar modicações e remoções de deeitos. medida do risco de eeitos inesperados provenientes de modicações. acilidade do produto ser testado.

Qualidade de Sotware

A norma ISO/IeC 9126-4 vidncia a qualidad m uso do produto.

A qualidade em uso reere-se ao alcance pelo usuário de metas como eetividade, produtividade, segurança e satisação. Rocha (2001) descreve as quatro metas: 

Eetividade: reere-se à capacidade do produto

de sotware possibilitar ao usuário atingir metas especicadas como acurácia (resultados precisos) e completeza em um contexto especicado de uso. 

Produtividade: reere-se à capacidade do produto

de sotware de possibilitar aos usuários utilizar uma quantidade adequada de recursos em relação à eetividade alcançada em um contexto de uso especicado. O produto de sotware, quando executa, ocupa CPU, memória dentro de um valor adequado para o tipo de objetivo para o qual oi desenvolvido? 

Segurança: reere-se à capacidade do produto de

sotware oerecer níveis aceitáveis de risco de danos e pessoas, negócios, sotware, propriedade ou ambiente em um contexto de uso especicado. 

Satisação: reere-se à capacidade do produto de

sotware em satisazer as necessidades do usuário em um contexto de uso especicado.

Os rquisitos d qualidad não são os msmos para todos os sotwars?

Apesar de todos os requisitos de qualidade serem importantes, observa-se que de acordo com o tipo de negócio apropriado ao sotware temos requisitos de qualidade que se tornam mais relevantes. Assim, um requisito acaba sendo mais impactante do que o outro.

Unidade 3

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Obsrv o xmplo a sguir: Sistema Contabilidade

Características

Sistema Controle Mísseis

Usabilidade Funcionalidade Eciência Manutenibilidade ou Manutenção Portabilidade Conabilidade

em um sistma d control d míssis, por xmplo, a ciência do sotwar  sua conabilidad são mais importants do qu sua portabilidad ou usabilidad.

Em um sistema contábil, a usabilidade é tão importante quanto sua uncionalidade.

Qum stá no Brasil crticando a norma ISO/IeC 9126?

 Temos no Brasil as seguintes empresas certicadoras da norma ISO/IEC 9126:

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CTI, Campinas / SP;



INSOFT, Fortaleza / CE;



Centros SOFTEX Gênesis;



GENE-JF, Juiz de Fora / MG;



GENORP, Londrina / PR;



ICMC/USP, São Carlos / SP;



UNISINOS, São Leopoldo / RS.

Qualidade de Sotware

Conhcr as caractrísticas  subcaractrísticas da ISO/IeC 9126 apnas inicia o trabalho.

A norma ISO/IEC 9126 nos detalha aspectos que devem ser avaliados em um produto para ser considerado de qualidade, mas para azer a avaliação é necessário a obtenção de maiores detalhes sobre como azer uma avaliação da qualidade de um sotware. É neste contexto que entra a ISO/IEC 14598. Esta norma descreve detalhadamente todos os passos para que se avalie um sotware.

Seção 3 - ISO/IEC 14598 A norma ISO/IEC 14598 dene um processo de avaliação da qualidade do sotware. Ela orienta que o seu uso deve ser eito em conjunto com a norma ISO 9126, já que esta dene as métricas de qualidade de sotware. A norma ISO/IeC 14598 inclui modlos para rlatórios d avaliação, técnicas para mdição das caractrísticas, documntos ncssários para avaliação  ass da avaliação.

No processo de avaliação denido nesta norma, a identicação das necessidades do usuário é um passo importante para a qualidade do uso.  Tais requisitos são inormais por natureza e precisam ser ormalizados. Eles podem ser quanticados e a qualidade de uso avaliada em métricas (ISO/IEC 9126). A norma leva em consideração três grupos de avaliadores: 

Empresas que desenvolvem sotware que procuram melhorar a qualidade de seu próprio produto. Unidade 3

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Empresas que adquirem sotware possibilitando determinar a qualidade do produto que irão adquirir. Empresas que azem certicação apoiando a emissão de um documento ocial sobre a qualidade de um sotware. Como a norma é aprsntada?

A norma é apresentada no quadro a seguir, na orma de seis processos, acompanhe: Norma

Processo Visão Geral - A primeira parte da norma ensina a utilizar as outras normas do grupo. Ela apresenta a estrutura de

uncionamento da série de normas para a avaliação da qualidade do produto de sotwar, assim como apresenta a denição de termos técnicos utilizados no modelo. Deve ser usada em conjunto com a ISO/IEC 9126 por todos aqueles que necessitem vericar a qualidade do produto de sotware. Planejamento e Gerenciamento - A segunda parte apresenta como azer uma avaliação, de orma geral. A

norma apresenta requisitos, recomendações e orientações para uma unção de suporte ao processo de avaliação do produto de sotware. O suporte reere-se ao planejamento e a gestão do processo de avaliação e a tecnologia necessária para realização da avaliação. Esta norma apoia o processo de avaliação conorme o público-alvo. Guia para Desenvolvedores - A terceira parte da norma propõe como avaliar sob o ponto do vista de quem      8      9      5      4      1      C      E      I      /      O      S      I

desenvolve. O desenvolvedor deve denir as condições sob as quais as medições devem ser executadas. Isto signica que deve identicar outros atributos cujos valores inuem nas medições. Lembre-se que esta norma pretende a denição e o acompanhamento e controle da qualidade durante o desenvolvimento do sotware. Guia para Aquisição - Como avaliar sob o ponto de vista de quem vai adquirir. A norma está dividida em dois

processos distintos: um para aquisição de produtos de sotware de prateleira e outro para aquisição de sotware sob encomenda ou modicação em produtos de sotwares existentes. É muito usada na aceitação ou seleção de um produto de sotware. Pense em como esta norma pode ser útil se você or o comprador de sotwares aplicativos para sua empresa. De orma segura, você vai poder avaliar qual o melhor produto para sua empresa entre tantos ornecedores! Guia para Avaliação - O guia de avaliação apoia empresas de certicação: como avaliar sob o ponto de vista

de quem certica. Fornece requisitos e recomendações para implementação prática de avaliação de produto de sotware. Deve ser usada para a denição e acompanhamento de um processo de avaliação. Módulos de Avaliação - O módulo de avaliação é uma norma de apoio, oerece detalhes sobre como avaliar

cada característica, denindo a estrutura e o conteúdo da documentação a ser utilizada para descrever um módulo de avaliação. Quadro 3.3 – Norma ISO/IEC 14598 e suas partes. Fonte: NBR ISO 14598 (2002).

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Qualidade de Sotware

Quais caractrísticas são spradas no procsso d avaliação da norma?

As características esperadas no processo, segundo Tsukumu (1997), é que ele seja: 

Repetitível – se você avaliar repetidamente um mesmo

produto, usando a mesma especicação da avaliação realizada por um mesmo avaliador, deve produzir resultados idênticos. 

Reprodutível – se você avaliar repetidamente um

mesmo produto, usando a mesma especicação da avaliação realizada por outro avaliador, deve produzir resultados idênticos. 

Imparcial – a avaliação não deve ser inuenciada rente

a nenhum resultado particular. 

Objetivo – os resultados da avaliação devem ser

actuais, não devem ser inuenciados por sentimentos ou opiniões do avaliador. Quais as atividads propostas no procsso d avaliação da norma?

De acordo com a NBR ISO 14598/2002, são cinco as atividades propostas: 

 Análise de requisitos da avaliação – na primeira

atividade, você descreve os objetivos da avaliação. Você pode considerar pontos de vista do ornecedor, do comprador, do desenvolvedor, entre outros.



Especicação da avaliação – nesta segunda atividade,

se estabelece o escopo da avaliação e as medidas a serem executadas no produto submetido à avaliação nos seus componentes. 

Projeto de avaliação – nesta terceira atividade,

documentam-se os procedimentos a serem usados pelo avaliador para executar as medidas especicadas na etapa Unidade 3

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Universidade do Sul de Santa Catarina

anterior. Nesta etapa o avaliador produz um plano de avaliação, no qual descreve os recursos necessários para executar a avaliação. 

Fase de execução da avaliação – na quarta atividade, é

o momento onde se colhe os resultados da execução de ações para medir e vericar o produto de sotware de acordo com os requisitos da avaliação.

Aqui já se produz um rascunho do relatório de avaliação e o registro da avaliação. 

Conclusão da avaliação - a quinta e última atividade,

é onde deve ser revisado o relatório de avaliação e disponibilizados os resultados do trabalho.

Seção 4 - ISO/IEC 12119 A norma ISO/IEC 12119, publicada em 1994, estabelece os requisitos e instruções a respeito de como testar um pacote de sotware , em relação aos requisitos estabelecidos para os pacotes conhecidos como “sotware de prateleira”. O escopo da norma reere-se ao pacote de sot ware oerecido no mercado e não aos processos de desenvolvimento e ornecimento do sotware.

O qu xatamnt trata a norma?

Esta norma trata de todos os componentes do produto disponíveis ao usuário (documentação, manual de instrução e guia de instalação) na orma como são oerecidos e liberados para uso. Os componentes de avaliação da norma são descritos na gura a seguir:

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Qualidade de Sotware

9

Figura 3.2 - Estrutura da Norma ISO/IEC 12119. Fonte: Adaptado de Tsukumo (1997).

4.1 - Requisitos de Qualidade

São requisitos de qualidade necessários para a realização da avaliação: 

Descrição do produto: é um documento que descreve as

propriedades do produto. Este documento deve orientar compradores potenciais na avaliação da adequação do produto antes de comprá-lo. Deve incluir declarações sobre uncionalidade, conabilidade, usabilidade, eciência, ou manutenção, e portabilidade. 

Documentação do usuário: é o conjunto de

documentos que podem ser impressos (manuais do usuário, instalação etc) ou digitais (Help, site de ajuda) oerecidos para o usuário visando orientá-lo na utilização do produto de sotware. 

Programas e dados: conjunto completo de programas

de computador e dados para a aplicação do produto de sotware. Deve descrever em detalhes cada uma das unções do sotware.

Unidade 3

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4.2. Instruções para Teste

São instruções necessárias para a realização da avaliação: 

Pré-requisitos de teste - lista de itens necessários ao

teste, incluindo documentos do pacote, componentes do sistema e material de treinamento. 

 Atividades de teste - instruções detalhadas sobre os

procedimentos de teste, inclusive instalação e execução de cada uma das unções descritas.



Registro de teste - inormações sobre como os testes

oram realizados, de tal orma a permitir uma reprodução destes testes. Deve incluir parâmetros utilizados, resultados associados, alhas ocorridas e até a identidade do pessoal envolvido. 

Relatório de teste - relatório incluindo identicação do produto, hardware e sotware utilizados,

documentos utilizados, resultados dos testes, lista de não conormidade com os requisitos, lista de não conormidade com as recomendações, datas etc.

Na sala virtual dsta disciplina, você ncontra txtos complmntars sobr os assuntos abordados nsta Unidad. Acss a sala virtual  bons studos!

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Qualidade de Sotware

Síntese A avaliação do produto de sotware tem sido utilizada por empresas desenvolvedoras para assegurar a qualidade de seus produtos. Para que esta avaliação ocorra com o sucesso, é necessário o uso de um modelo de qualidade que estabeleça claramente e permita avaliar os requisitos de qualidade, além disto o processo de avaliação deve ser claramente denido e estruturado. A ISO/IEC 9126-1 é um modelo de qualidade que privilegia a visão do usuário não importando se é usuário nal, programador ou analista. O modelo é hierárquico ormado por níveis. No primeiro nível, estão denidas as características de qualidade do produto e no segundo nível são denidas as subcaracterísticas relacionadas a cada uma das características do nível anterior. A norma ISO/IEC 14598 é usada em conjunto com a ISO/IEC 9126-1, servindo de apoio e completando o processo de avaliação. A ISO/IEC 14598 descreve inclusive modelos para relatórios de avaliação, técnicas para medição das características, documentos necessários para avaliação e ases da avaliação. A norma ISO/ IEC 12119 oi concebida para avaliação de “sotwares de prateleira”. Cada uma das três normas podem ser utilizadas de orma complementar. O uso de normas que avaliam o produto de sotware oerece respaldo para as empresas de desenvolvimento na orma de padrão e direcionamento para execução do processo, revertendo em produtos de qualidade para o usuário nal.

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Atividades de autoavaliação Ao nal d cada unidad, você ralizará atividads d autoavaliação. O gabarito stá disponívl no nal do livro didático. esorc-s para rsolvr as atividads sm ajuda do gabarito, pois, assim, você stará promovndo (stimulando) a sua aprndizagm. 1) Idntiqu (V) Vrdadiro ou (F) Falso para as xprssõs qu sgum: a) ( ) A norma ISO 12119 é rsponsávl pla avaliação d produtos d sotwar. b) ( ) A norma NBR 13596 é a tradução para o português da norma ISO/ IeC 14598. c) ( ) A ISO/IeC 9126 pod sr usada na avaliação do sotwar dsnvolvido ants da ntrga ao clint ou ants da acitação plo clint. d) ( ) A norma 14598 orc um procsso d avaliação adaptado para três visõs: a visão do dsnvolvdor, a visão do comprador  a visão do avaliador. ) ( ) A part 4 da ISO/IeC 9126 stablc as métricas para avaliação da qualidad d uso.

2) Assinal a(s) armativa(s) corrta(s). É corrto armar qu para dtrminar a qualidad do produto: a) ( ) A qualidad do produto pod sr dtrminada simplsmnt pla satisação do usuário. b) ( ) A satisação do clint pod sr considrada como um atributo ntr outros a sr avaliado. c) ( ) O uso d um modlo organiza os atributos a srm avaliados, dtrminando claramnt sua importância ou inuência na qualidad do produto.

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Qualidade de Sotware

3) Rlacion a 1ª coluna (as caractrísticas da ISO/IeC 9126) com a 2ª (suas subcaractrísticas): a) Funcionalidad b) Conabilidad c) Usabilidad

( ) Intligibilidad, aprnsibilidad, opracionalidad. ( ) Maturidad, tolrância a alhas, rcuprabilidad.

d) eciência

( ) Adquação, acurácia, introprabilidad, conormidad, sgurança d acsso. ) Manutnibilidad ) Portabilidad

( ) Comportamnto no tmpo  rcursos. ( ) Analisibilidad, modicabilidad, stabilidad, tstabilidad. ( ) Adaptabilidad, Instabilidad, substituibilidad.

4) Qual a importância na norma ISO/IeC 14598 da caractrística do procsso d avaliação sr rprodutívl  imparcial?

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5) Dscrva os rquisitos d qualidad ncssários para a avaliação da norma ISO/IeC 12119.

Saiba mais Para aproundar seu estudo sobre qualidade do produto, leia: SOMMERVILLE, Ian. Engenharia de Sotware. São Paulo: Editora Prentice-Hall, 2003.

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UNIDADe 4

Métricas de sotware Objetivos de aprendizagem Conhcr a importância do uso d mdidas no procsso d dsnvolvimnto d sotwar  sua rlação dirta no control do procsso d qualidad.  Tomar contato com técnicas  métodos d mdição rconhcidos pla comunidad d dsnvolvimnto d sotwar. 

Seções de estudo Seção 1 Por qu mdir? Seção 2 Os tipos d métricas Seção 3 PSM – Practical Sotware Measurement 

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Para início de estudo Quando você observa uma empresa de desenvolvimento de sotware com vários uncionários e logo imagina como o gerente consegue acompanhar a produtividade de seus uncionários, como administrar seus clientes e seus problemas, indiretamente  você está pensando no desempenho da empresa. E, é a partir deste ponto, que se orma a ideia da necessidade de quanticar ases do processo. A necessidade de quanticar ases de processo pode ser  viabilizada a partir da utilização de um mecanismo de medição que orneça um retrato da situação atual, de orma quantitativa . A busca pela qualidade utilizando métricas de sotware deve ser aplicada tanto às pessoas que produzem o produto, quanto para o processo em que se desenvolve o mesmo produto. Dicilmente se encontra uma organização de desenvolvimento de sotware que não tenha, de alguma orma, uma inraestrutura de medição, assim como é impossível imaginar um processo de qualidade sem que o mesmo aça uso de medidas. A partir das inormações obtidas com a medição, você toma decisões e estabelece ações de melhoria ou correções necessárias, mas para medir é necessário denir o que medir, como medir e como analisar o que oi medido. Nesta unidade, você vai estudar algumas técnicas utilizadas na medição de produtos e processos de sotware e sua relevância para se obter a qualidade. Bem-vindo ao estudo da unidade medidas de sotware!

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Qualidade de Sotware

Seção 1 – Porque medir? Quando você inicia o estudo de métricas ou medidas de sotware vai encontrar nos livros de engenharia de sotware uma  justicativa que se repete em todos os autores: Medições e métricas auxiliam a entender o processo usado para  se desenvolver um produto. Mas você pod s prguntar: por qu mdir? A implantação d um procsso d qualidad não é o sucint para garantir a qualidad do produto?

A resposta inelizmente é não! Medindo, você pode saber se as ações de melhoria implementadas no processo deram resultado. Ao medir, você pode mostrar à administração que os recursos destinados às melhorias oram bem empregados. Resumindo: o uso de métricas apoia e valida quantitativamente a

evolução da qualidade do processo e consequentemente do produto! e as mdiçõs, quando s trata d sotwar?

Medições são necessárias para analisar a qualidade e a produtividade do processo de desenvolvimento e manutenção, bem como do produto de sotware construído. Assim, você pode justicar a medição do sotware pensando em uma orma de indicar a qualidade do produto, avaliar a produtividade das pessoas que produzem o produto ou mesmo para avaliar beneícios derivados de novos métodos e erramentas,  justicando pedidos de novas erramentas ou treinamento. Para ntndr o alcanc das métricas, é important dividi-las m duas catgorias: as diretas  as indiretas.

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Se você pensar em termos de medidas diretas no processo de engenharia de sotware você deve incluir questões como custo e esorço aplicados no processo. Então pense: o que poderia ser uma medida direta? Você poderia usar como medida direta o número de linhas de código do programa, o número de erros observados durante os testes, a quantidade de memória utilizada por um determinado programa ou mesmo a quantidade de processador necessário para rodar o programa. Se você pensar em medidas indiretas do produto, então  vai estar medindo questões como a uncionalidade, a qualidade, a complexidade, a eciência, a conabilidade e a manutenibilidade do produto. Imagin qu você sja scalado para mdir a manutnibilidad d um wb sit . Nst caso, você podria usar como mdida o tmpo  o númro d pssoas ncssárias para a ralização d solicitaçõs d atualização do clint, por xmplo.

Medidas diretas e indiretas: acilidades

As medidas diretas são mais áceis de serem aplicadas quando um padrão claro de medição é adotado antecipadamente, já as indiretas são mais diíceis de serem medidas. Acredito que a esta altura você já esteja convencido da importância das métricas que permitem a melhoria do processo e o aumento da qualidade do produto.

As métricas apropriadas para o processo e o produto

Para chegar a esta resposta e consequente à implementação de um programa de métricas, é preciso identicar os tipos e categorias de métricas existentes (métricas de tamanho de sotware, métricas de qualidade, métricas de produtividade e outras) e os usuários das métricas (os que arão uso dos resultados). 90

Qualidade de Sotware

Ao iniciar a aplicação de um programa de métricas, procure denir métricas simples de entender e objetivas, exitando a inuência de  julgamento pessoal na coleta, cálculo e na análise dos resultados. As métricas usadas devem ser inormativas, seus resultados devem retornar na orma de inormações que possibilitem avaliar resultados de decisões e ações realizadas no passado (acertadas ou não), que evidenciem a ocorrência de eventos presentes, bem como prever a possibilidade de ocorrências de eventos uturos. As métricas devem ser eetivas no custo, ou seja, o valor da inormação obtido como resultado das medições deve compensar o custo de coletar, armazenar e calcular as métricas (CAMPELO, 2002).

As características desejáveis em um conjunto de métricas

Algumas características desejáveis, segundo Brito e Abreu (1994), relacionam que as métricas devem: ser bem denidas; ser dimensionáveis ou expressas em alguma unidade; ser obtidas o mais cedo possível no ciclo de vida do sistema; ser acilmente calculadas; estar em uma escala que aumente sua precisão; ser vistas como probabilidades de orma a permitir a aplicação de teorias estatísticas sobre as mesmas; A utilização de métricas, quando bem utilizadas, oerecem ao gerente do projeto estimativas que são usadas para manter o projeto dentro do cronograma e custo previstos. 











O projeto de desenvolvimento de um sotware se assemelha em muito a um rally. Muitos são os riscos que podem atrasar ou comprometer a qualidade do projeto, o uso de estimativas minimiza e até mesmo apoia o preparo da equipe para estas situações. Para ilustrar bem esta comparação, leia com atenção o texto que segue:

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Métricas e estimativas de Sotware - O início de um rally de regularidade

Imagin qu você aça part d uma quip d rally,  qu você  sua quip tnham qu atravssar um dsrto norm  chio d obstáculos  qu 50% dos ators críticos d sucsso dpndam do su navgador para stimar o tmpo do prcurso  a distância. Agora imagin-s diant d um projto d Sistmas d Inormação ond 50% dos ators críticos d sucsso stão nos prazos  custos. Crtamnt você trá qu azr uma cint métrica  stimativa d sotwar. As métricas  stimativas d sotwar vêm s tornando um dos principais tópicos na engnharia da Inormação com a crscnt xigência d sus consumidors pla qualidad, rapidz, comodidad  baixo custo d implantação  manutnção. É impossívl não nxrgar tais técnicas como alavanca para um produto d mlhor qualidad, com custos adquados. Mas xistm ainda muitas barriras qu impdm os prossionais da ára d utilizarm tais técnicas ou d o azrm d manira rrôna, mbora a litratura disponívl atualmnt sobr ngnharia da inormação sja rlativamnt ampla  variada, o qu nos lva a qustionar: Tais qustõs nos lvam a crr qu algumas métricas  stimativas d sotwar caram obsoltas  outras ganharam vigor nas épocas atuais, quando a busca da qualidad d sotwar vm crscndo com grand rapidz. A métrica d sotwar tm como princípios spcicar as unçõs d colta d dados d avaliação  dsmpnho, atribuir ssas rsponsabilidads a toda a quip nvolvida no projto, runir dados d dsmpnho prtncnts à complmntação do sotwar, analisar os históricos dos projtos antriors para dtrminar o ito dsss ators  utilizar sss itos para psar as prvisõs uturas. ests princípios nos prmit prvr o rsto do procsso, avaliar o progrsso  rduzir a complxidad, como numa prova d rally, ond a cada corrida camos mais sclarcidos das condiçõs  limits da quip. Font: GOMeS, Álvaro eduardo. Revista Linha de código. Publicado m: 09/05/2003. Disponívl m: . Acsso m: 7 v. 2011.

Agora que você compreendeu a importância de medir, conheça na próxima unidade quais são os tipos de métricas.

92

Qualidade de Sotware

Seção 2 – Os tipos de métricas Pressman (1995) dividiu o domínio das métricas de sotware sob o ponto de vista da aplicação em: a) Métricas de qualidade: oerecem uma indicação de quanto o

sotware pode adequar-se às exigências implícitas e explícitas do cliente. Normalmente, a qualidade é medida durante todo o processo de engenharia de sotware (complexidade, modularidade e tamanho do programa) e depois que o produto é entregue a seu usuário (número de deeitos, manutebilidade do sistema). Tipicamente empresas desenvolvedoras utilizam-se da norma ISO/IEC 9126, que possuem um conjunto de métricas relacionadas às suas características.  b) Métricas de produtividade: concentra-se na saída do processo de

engenharia de sotware.

c) Métricas técnicas: concentra-se na característica do sotware, na sua

complexibilidade lógica e grau de manutenibilidade e não no processo por meio do qual o sotware oi desenvolvido.

d) Métricas orientadas ao tamanho: são medidas diretas do sotware e

do processo por meio do qual ele é desenvolvido.

e) Métricas orientadas para unção: são medidas indiretas do

sotware e do processo por meio do qual ele é desenvolvido, determina de orma consistente o tamanho e a complexidade de um sotware. ) Métricas orientadas às pessoas: compilam inormações sobre

a maneira segundo a qual as pessoas desenvolvem sotware de computador, e as percepções humanas sobre a eetividade das erramentas e métodos.

A classicação das métricas não é uma unanimidade, em alguns casos parecem até redundantes, como no caso das métricas de produtividade e orientadas ao tamanho. A seguir, acompanhe mais detalhes sobre as métricas orientadas ao tamanho e a unção:

Métricas orientadas ao tamanho

As métricas de sotware orientadas ao tamanho são medidas diretas do sotware e do processo de desenvolvimento de sotware. Unidade 4

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Imagin a sguint situação: você tm uma pquna mprsa d dsnvolvimnto  mantém rgistros rlacionados ao tamanho dsts projtos (m linhas d código) no dcorrr dos últimos 5 anos. ests dados srão a bas para alimntar um conjunto d métricas d qualidad  d produtividad orintadas ao tamanho para cada projto. Obsrv a gura a sguir: Projeto

Esorço

Folha de Pagamento Contabilidade Contas a Pagar

$

24 168 62 440 43 314

KLOC Pg/Doc Erros Pessoas

12.1 27.2 20.2

365 1224 1050

29 86 64

3 5 6

Lgnda: Esorço - númro d mss d dsnvolvimnto $ - custo m dólars ( X 100 ) KLOC - númro d linhas d código ( X 100 ) PG/Doc - rr-s ao númro d páginas d documntação Erros - rros ncontrados na as d tsts Pessoas - númro d pssoas nvolvidas no dsnvolvimnto

Obsrv qu as métricas orintadas ao tamanho giram m torno do númro d linhas d código (LOC) como a principal mdida. Vja qu, a partir do quadro aprsntado, torna-s possívl calcular a produtividad, a qualidad, o custo  o nívl d documntação do projto. Acompanh: Produtividad = KLOC/pssoa-mês Qualidad = rros/KLOC Custo = $/LOC Documntação = páginas documntação/KLOC

Contas a Pagar Produtividad = 20200 / 6 = 3366,67 Qualidad = 64/20200 = 0,003168 Custo = 31400/20200 = 1,55 Documntação = 1050/20200 = 0,05198 No sistma d contas a pagar, o custo por linha d código do projto oi d US$ 1,55, ntão oram implmntadas 20.200 linhas a um custo d US$ 1,55 por linha d código. Já a produtividad da quip oi d 3366,67 linhas d código para cada mmbro da quip d dsnvolvimnto.

Este tipo de métrica, orientada ao tamanho, possui como grande  vantagem sua ácil obtenção, o grande volume de literatura 94

Qualidade de Sotware

e dados históricos disponíveis. Mas seu uso possui muitos opositores que criticam a dependência da métrica do tipo de linguagem de programação. Seu uso com linguagens procedurais é eciente, mas de diícil utilização em linguagens nãoprocedurais como linguagens orientadas a objetos (JAVA), pois não considera questões como herança, penalizando programas bem escritos. De qualquer maneira, sua aplicação depende de uma base histórica de projetos anteriores.

Métricas orientadas à unção

A métrica orientada à unção mede o sotware através da quanticação de sua uncionalidade ornecida ao usuário. Consiste em um método para medição de sotware que determina de orma consistente o tamanho e a complexidade de um sotware , sob a perspectiva do usuário, independentemente da tecnologia utilizada. Não são contadas linhas de código. A métrica orientada à unção concentra-se na uncionalidade ou utilidade do programa. Uma abordagem oi sugerida baseada nesta proposta chamada de pontos por unção ( unction point ). Os pontos por unção (FPs) são derivados, usando-se uma relação empírica baseada em medidas de inormações e complexidade do sotware.

Pontos de Função e Medidas: o que é um Ponto de Função? O que é Tamanho Funcional?

Tamanho uncional é uma mdida d tamanho d sotwar basada m uma avaliação padronizada dos rquisitos lógicos dos usuários. Smlhant aos mtros quadrados d uma casa, pontos d unção são indpndnts dos métodos ísicos, rramntas ou linguagm d dsnvolvimnto utilizados para construir o sotwar. O procsso d cálculo d pontos d unção stá contido no Manual d Práticas d Contagm (atualmnt m sua vrsão 4.0) do Grupo Intrnacional d Usuários d Pontos d Função (IFPUG).

Unidade 4

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O que são Pontos de Função?

Da msma manira qu a mdida m mtros quadrados do tamanho d uma casa não prmit dduzir a vlocidad com a qual a casa pod sr construída ou o su tmpo d construção, o tamanho m Pontos d Função NÃO md a produtividad ou o sorço d dsnvolvimnto. Pontos d unção mdm o tamanho do QUe o sotwar az, ao invés d COMO l é dsnvolvido  implmntado. Isto signica qu, dado um conjunto d rquisitos d usuário, o tamanho uncional do sotwar srá o msmo, sja l dsnvolvido com a utilização d COBOL ou DB2, usando dsnvolvimnto rápido d aplicaçõs (RAD) ou métodos struturados d dsnvolvimnto.

Como calcular pontos d unção?

Pressmann (1995) identica as unções de negócio no cálculo do ponto de unção em 5 unções principais: 

Entradas (EE) - são inormações ornecidas ao sistema

pelo usuário, ou seja, entrada de dados no sistema eitas pelo usuário, por exemplo a inclusão, alteração ou exclusão dos dados cadastrais para azer sua cha na locadora, ou o lançamento dos dados de um DVD recebido pela locadora. 

Saídas (SE) - as saídas são relatórios, mensagens de erro,

telas do sistema. Usando como exemplo, um sistema de  videolocadora uma SE seriam relatórios de clientes, a impressão do bloqueto de assinatura de retirada de ta. 

Consultas (CE) - são perguntas diretas em uma base de

dados ou em um arquivo que busca por dados especícos, usam chaves simples, requerem resposta imediata e não azem nenhuma atualização (saídas para as consultas do usuário). Você pode contar aqui telas de consulta, como a tela para vericar se o DVD que você deseja alugar está na locadora ou não, ou mesmo uma tela de consulta do seu cadastro para vericar pendências de pagamento.

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Qualidade de Sotware



 Arquivos (ALI) - cada agrupamento lógico de dados,

que pode ser uma parte do banco de dados ou um arquivo convencional, é contado. Um exemplo de ALI é o arquivo que armazena as inormações de todos os clientes e os DVDs da locadora.



Interaces Externas (AIE) - com outro sistema, todas

as interaces legíveis por máquina, como arquivos de dados em ta ou disco que sejam usadas para transmitir inormações a outro sistema, são contadas. Imagin um procsso qu xija a transmissão d dados como no caso d duplicatas cobradas por um dtrminado banco. O su sistma gra as duplicatas  postriormnt stas são transmitidas para o sistma do banco qu irá cobrá-las. est é um xmplo d intrac xtrna).

Quando as unções (EE, SE, CE, ALI, AIE) são avaliadas,  você vai ponderar a complexidade das unções em baixa, média ou alta. São atribuídos pesos de acordo com a complexidade de cada unção de negócio. Por exemplo, se você tiver uma entrada de dados em um dos programas do sistema considerado como complexa, você vai multiplicar 1 X 6 e o valor da contagem para este programa será 6. Parâmetro de medida

Contagem

Fator de Ponderação

Pontos

Simples

Médio

Complexo

EE

X3

X4

X6

SE

X4

X5

X7

CE

X3

X4

X6

ALI

X7

X 10

X 15

AIE

X5

X7

X 10

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Vja outro xmplo: Imagin qu você prtnda calcular o ponto por unção d um sistma simpls, composto apnas por um cadastro d alunos, cadastro d notas, rlatório m ordm alabética d aluno  xportação dos dados do aluno para um arquivo no ormato excl qu srá utilizado por outro stor da scola. O primiro passo vai sr a idnticação das unçõs do ngócio. Contagm: ALI = 02

(temos no sistema o arquivo de alunos e o arquivo de notas)

AIE = 0 SE = 01

(como saída, só existe uma listagem de alunos em ordem alabética)

EE = 02

(existem duas entradas de dados, uma para inclusão de dados do aluno e outra para inclusão de notas)

CE = 01

(os dados do aluno são exportados para que possam ser consultados no arquivo Excel)

Todos os tipos d unção srão considrados d complxidad SIMPLeS nst xmplo. Parâmetro Contagem de medida

Fator de Ponderação

Simples

Médio

Complexo

Pontos

EE

02

X3

06

SE

01

X4

04

CE

01

X3

03

ALI

02

X7

14

X5

0

AIE Total

27

Para calcular os pontos por unção, você vai utilizar sta órmula: FP = contagm total x [0,65 + 0,01 x SOMA(Fi)]

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Qualidade de Sotware

O qu é a SOMA(Fi)?

A Fi representa um ator de ajuste sobre atores que inuenciam a implantação do sotware. Este ator de ajuste é extraído de uma lista de atores (exemplo: 14 atores) adaptada às necessidades da empresa, podendo ser modicada de acordo com suas necessidades. A tabla aprsntada é um xmplo d ators qu podm sr considrados na avaliação: 1. Comunicação d dados 2. Procssamnto d dados distribuído (unçõs distribuídas) 3. Prormanc 4. Conguração do quipamnto 5. Volum d transaçõs 6. entrada d dados on-lin 7. Intrac com o usuário 8. Atualização on-lin 9. Procssamnto complxo 10. Rusabilidad 11. Facilidad d implantação 12. Facilidad opracional 13. Múltiplos locais 14. Facilidad d mudanças Fonte: Koscianski (2007)

Cada ator deve ser pontuado com valores de 0 a 5, de acordo com sua inuência sobre o processo de desenvolvimento:   

0: Sem inuência 1: Incidental 2: Moderado

  

3: Médio 4: Signicativo 5: Essencial

Acompanhe que na tabela a seguir o ator de ajuste do sistema de alunos pela contagem dos atores. Lembre-se que esta contagem é um exemplo e pode ser dierente de acordo com o projeto ou mesmo a situação da empresa desenvolvedora. Unidade 4

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Fator

Contagem

1. Comunicação de dados

0

2. Processamento de dados distribuído (Funções Distribuídas)

0

3. Perormance

3

4. Conguração do equipamento

3

5. Volume de transações

2

6. Entrada de dados on-line

3

7. Interace com o usuário

4

8. Atualização on-line

5

9. Processamento complexo

0

10. Reusabilidade

0

11. Facilidade de implantação

0

12. Facilidade operacional

0

13. Múltiplos locais

0

14. Facilidade de mudanças

0

Total

20

Neste caso, considere que a perormance do sotware tem uma inuência média no projeto, que a atualização on-line de notas é essencial que a interace do usuário é um ator signicativo para o sucesso do produto. Assim, substituindo na órmula: FP = contagem total x [0,65 + 0,01 x SOMA(Fi)] FP = 27 X [ 0,65 + 0,01 X 20 ] FP = 22,95 Ao chegar ao valor do ponto por unção (22,95), você pode usar as seguintes medidas para cálculos de produtividade, qualidade e custos já utilizados anteriormente usando KLOC: Calcular a produtividad > Produtividad = FP/pssoa-mês. Calcular a qualidad > Qualidad = ditos/FP. Calcular o custo > Custo = $/FP. Calcular a documntação > Documntação = páginas d documntação/FP.

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Qualidade de Sotware

Lembre-se: para usar as métricas d ponto por unção

para uma proposta orintada a objtos, é ncssário adaptar a contagm dos pontos considrando o númro d classs, númro d cases, númro d métodos, médias d métodos, médias d métodos por class, linhas d código por método, proundidad máxima da hirarquia d classs, a rlação xistnt ntr métodos públicos  privados, ntr outros.

Quais são os bnícios das métricas orintadas à unção?

As métricas orientadas à unção apresentam vários beneícios, sendo usadas como: 







orma de dimensionar aplicações;  veículo para quanticar custo, esorço e tempo; erramenta para cálculo de índices de produtividade e qualidade do mesmo; ator de normalização para comparar sotware.

Hoje ela é usada em conjunto na implantação do modelo CMM e CMMI como apoio à implantação das áreas-chaves Gerência de Requisitos, Planejamento e Acompanhamento de Sotware e Gerência de Subcontratação de Sotware. O uso do ponto por unção ultrapassou as barreiras para avaliação da qualidade e sua quanticação está sendo usada inclusive para a aquisição de produtos de sotware.

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A Solução Australiana para os Projetos de Desenvolvimento de Sistemas

O govrno do estado d Victoria, Austrália, possui um orçamnto anual para sotwar da ordm d US$ 26 milhõs, crca d R$ 66 milhõs, sndo o lídr nacional na utilização da TI para provr srviços aos cidadãos. Assim como outras organizaçõs la também tm nrntado sérios problmas no dsnvolvimnto d sotwar. Antriormnt, os prços ram xos nas contrataçõs d dsnvolvimnto. Os orncdors cotavam prços baixos nas licitaçõs, a m d ganhar o contrato, na xpctativa d qu o clint solicitass muitas altraçõs no dcorrr do projto. essas altraçõs ram cobradas a um prço alto, d modo a compnsar o prço baixo original. A solução adotada oi a contratação basada m um prço xo por ponto d unção. Com bas m uma spcicação prliminar, é licitado o prço por ponto d unção. O orncdor é scolhido com bas no prço orcido  na capacitação técnica. O pagamnto é tuado com bas no prço por ponto d unção contratado, no tamanho do sotwar ntrgu  nas modicaçõs solicitadas ao longo do projto. Font: AGUIAR, Mauricio. A Solução Australiana para os Projetos de Desenvolvimento de Sistemas. PMI Inormation Systms Local Intst Group – Rio. Disponívl: . Acsso m: 19 jan. 2011.

No Brasil, empresas como Correios, Serpro, Dataprev e Caixa Econômica Federal selecionam e pagam seus ornecedores usando pontos por unção. Neste caso, é utilizado para determinar custo, qualidade e produtividade. Agora que você conhece algumas métricas existentes no mercado, estude na próxima seção um modelo de mensuração que oi desenvolvido recentemente.

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Seção 3 - PSM – Practical Software Measurement  PSM é um modelo de mensuração patrocinado pelo Departamento de Deesa Americano (DoD). Este modelo é bastante recente e oi publicado pela primeira vez em 1997. Apesar de novo, tem sido usado no mundo todo como base para elaborar a Process Area Measurement and Analysis do CMMI e oi padronizado pela norma ISO/IEC 15939 Sotware Engineering –  Sotware Measurement Process Framework.

Segundo Aguiar (2005), o PSM é adaptado para abordar os objetivos, questões e requisitos de inormação especícos do sistema e do sotware, pertinentes a cada programa ou projeto. O processo de medição do PSM é denido a partir de um conjunto de 9 melhores práticas, denominadas princípios da medição. Você sabia?

Fazm part do dsnvolvimnto do PSM, organizaçõs muito dirnts como a Força Aéra, a Marinha  o exército amricano, a Boing, o Mitr, GTe ntr outros.

Segundo Aguiar (2002), o modelo de estruturação de atividades de mensuração em um projeto de sotware, o PSM, deve resolver alguns problemas básicos: 



especicar ormalmente as medidas que serão utilizadas no processo; conduzir o processo de medição.

O PSM atinge estes dois problemas azendo uso de 2 modelos: o modelo de inormação e o modelo de processo. A seguir, conheça mais detalhes sobre cada um destes modelos.

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Modelo de Inormação

No modelo de inormação, você vai denir a estrutura e as medidas que serão utilizadas no projeto. Neste modelo, existem alguns conceitos: 

 Atributo – propriedade considerada undamental sob

o ponto de vista de necessidades da inormação (um atributo importante pode ser as horas trabalhadas ou mesmo as uncionalidades que você obtém a partir das especicações do projeto).











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Método – operação que mapeia o atributo para uma

escala (você pode usar o ponto por unção para obter o tamanho do projeto ou contar o tamanho do projeto em número de horas ou mesmo linhas de código). Medida básica  – resultado da aplicação do método sobre o atributo (se você aplicar o ponto por unção vai ter como medida básica o tamanho do projeto em pontos por unção). Função – algoritmo que combina duas ou mais medidas básicas (se você contou o projeto em pontos por unção, pode dividir estes pontos pelo número de horas trabalhadas nele, assim terá a medida do esorço para seu desenvolvimento). Modelo – algoritmo que combina medidas e critérios de decisão. Indicador – estimativa que promove uma baseline para tomada de decisões.

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Figura 4.1 - Construção Mensurável. Fonte: Aguiar (2005).

Modelo de Processo

O modelo de processo é um roteiro que apoia a equipe de medição na condução das atividades para a execução da mesma. O modelo é composto de três pontes principais: os processos técnicos gerencias, os processos centrais de mensuração e a avaliação da mensuração.

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Figura 4.2 - Modelo de Processo. Fonte: Aguiar (2005).

De acordo com a gura, observe que o processo que o processo mais central compreende as atividades centrais de medição. Neste processo, você tem atividades undamentais como o planejamento da medição. Para planejar a medição, é necessário a execução de 3 subprocessos: 



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O primeiro deles é a identicação e priorização das necessidades de inormação. Neste subprocesso, você considera questões como objetivos, itens críticos, ambiente de execução, melhorias e mudanças necessárias. O PSM classica estas necessidades em categorias como prazo e progresso, recursos e custo, tamanho e estabilidade do produto, qualidade do produto, perormance do processo, ecácia da tecnologia e satisação do usuário. A segunda atividade deve ser a seleção e especicação das medidas. Nesta etapa você vai selecionar os indicadores, medidas básicas e derivadas.

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A terceira atividade é a integração da medição aos processos de apoio. Nesta atividade, você vai analisar como os dados serão coletados e analisados.

 Todos os procedimentos de coleta de dados devem ser integrados aos processos que ornecem dados. No plano de medição, você vai ter o arteato gerado neste processo, com toda sua documentação. Outro processo central é a execução da medição composto por 3 atividades principais: 





A primeira atividade é a coleta e o processamento de dados. Aqui você realiza a coleta de dados considerando a especicação contida no plano de medição, sua preparação e armazenamento de orma que a inormação seja acilmente recuperável. A segunda atividade, análise dos dados, envolve a transormação das medidas básicas em indicadores e sua utilização em questões relacionadas ao planejamento e ações corretivas. A última atividade do processo de execução é a produção de recomendações. Nesta etapa, são eitas avaliações do projeto e projeções para o uturo.

Além deste processo central, você também tem processos periéricos, como avaliar medição onde são avaliadas as medidas, o próprio processo de mensuração e a base de experiência são avaliadas e melhorias são identicadas e implementadas. Outro processo periérico é o estabelecimento e sustentação de compromissos que propõe obtenção do comprometimento organizacional, denição de responsabilidades, previsão de recursos e revisão do progresso do programa de mensuração. Apesar do PSM ser um modelo relativamente novo, sua aceitação no mercado tem sido expressiva principalmente ao ser combinada com modelos como o CMM e o CMMI.

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Síntese O interesse pelo uso de métricas por empresas desenvolvedoras de sotware tem aumentado de orma surpreendente nos últimos anos. Isto tem ocorrido pelo reconhecimento por parte das empresas, da necessidade de se estabelecerem métodos e medidas consistentes que acompanhem a avaliação, o planejamento, o gerenciamento e a evolução dos processo de produção. A melhoria do processo acontece pela medição de seus atributos signicativos e pelo desenvolvimento de uma série de métricas que orneçam indicadores capazes de apontar uma estratégia de melhoria para este processo. Medir não traz beneícios relacionados somente ao cumprimento de prazos ou mesmo à estimativa de custo de um projeto, mas traz beneícios gerais ao uncionário, possibilitando melhoria no dimensionamento de sua carga de trabalho. Possibilitar cursos e treinamentos, reequilibrar divisões de tareas, alterar processos considerados diíceis readequar equipes são alguns dos resultados possíveis por meio da análise do processo de medição. Nesta unidade, observou-se que técnicas e métodos independentes, como o ponto por unção e o PSM, podem ser usados isoladamente ou em conjunto com outros modelos, como no caso do CMM. Vericou-se que undamental no processo de medição é a denição do que medir, como medir e como analisar os resultados desta medição.

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Qualidade de Sotware

Atividades de autoavaliação Ao nal d cada unidad, você ralizará atividads d autoavaliação. O gabarito stá disponívl no nal do livro didático. esorc-s para rsolvr as atividads sm ajuda do gabarito, pois, assim, você stará promovndo (stimulando) a sua aprndizagm. 1) Idntiqu (D) para as mdidas Dirtas  (I) para as Indirtas: a) ( ) Númro d rros ocorridos na as d tsts. b) ( ) Conabilidad no sistma d arquivos do projto. c) ( ) Horas d manutnção do produto d) ( ) Númro d rlatórios d consulta xistnts no projto. ) ( ) Portabilidad do produto. ) ( ) Usabilidad da intrac. 2) Tndo m vista o qu você studou sobr métricas, lia as sntnças a sguir , para cada uma, labor uma justicativa. a) Métricas dvm sr obtidas o mais cdo possívl no ciclo d vida do sistma.

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b) Métricas dvm sr vistas como probabilidads, d orma a prmitir a aplicação d torias statísticas sobr as msmas.

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Qualidade de Sotware

3) Imagin-s na sguint situação: você dsnvolvu um projto contábil com a implmntação d 27.200 linhas d código com uma quip d 5 pssoas, o projto tv um custo d U$44.000 m um príodo d 62 mss. A sguir, calcul a produtividad  o custo por linha d código dst projto.

4) Idntiqu (V) Vrdadiro ou (F) Falso para as sguints armativas sobr ponto por unção : a) ( ) Pontos por unção mdm o qu o sotwar az. b) ( ) Pontos por unção mdm o sorço d dsnvolvimnto. c) ( ) As saídas computadas no ponto d unção são rlatórios  mnsagns d rro do sistma. d) ( ) Bass d dados com inormaçõs prsistnts, como cadastros d produtos m um sistma d stoqu, são os arquivos computados no ponto d unção. ) ( ) As unçõs do ponto d unção podm sr avaliadas somnt m alta  baixa. ) ( ) A dnição d atributos do qu dv sr rlvant para considrar uma unção como d complxidad alta, dv sr dnido pla mprsa qu implanta a métrica.

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5) Quais são os dois modlos usados plo PSM?

6) Dscrva a sguir quais são as atividads xistnts no planjamnto da mdição.

Saiba mais Para aproundar os assuntos abordados nesta unidade você poderá pesquisar o seguinte livro: PRESSMAN, Roger S. Engenharia de sotware. São Paulo: Makron Books, 1995.

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UNIDADe 5

Qualidade da interace Objetivos de aprendizagem Comprndr a rlvância  os concitos rlacionados à intrac humano- computador – IHC no procsso d qualidad.  Idnticar a usabilidad como rquisito da qualidad.  Analisar o usuário-alvo  o contxto d utilização da intrac com bas m concitos d usabilidad.  Dtrminar os principais aspctos da usabilidad d uma intrac. 

Seções de estudo Seção 1 Intrac humano-computador Seção 2 O início da usabilidad Seção 3 Os undamntos para usabilidad

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Para início de estudo O uso da tecnologia da inormação se disseminou pelo mundo nos últimos 10 anos. Os avanços desta tecnologia, passando do desenvolvimento de novas linguagens à nanotecnologia, revolucionaram o seu cotidiano propondo acilidades, aumento de produtividade, entretenimento e eciência. É impossível descrever em adjetivos o alcance destas novas tecnologias. O uso de sistemas computacionais já era considerado revolucionário, mas ao ingressar no mundo da internet o usuário conheceu a globalização, o mundo está ao seu alcance por meio de sites e dos mais diversos produtos oerecidos em suas páginas coloridas. No segundo trimestre de 2010, a base mundial de domínios na internet cresceu cerca de 12,3 milhões, o que representa 7% em relação ao mesmo período de 2009. No Brasil, segundo estudo publicado pela VeriSign, o número de domínios subiu 5% em base anual. Neste relatório, o Brasil aparece como o sétimo maior registrador de novos domínios com código de país do mundo, entre abril e junho. Esta grande oerta de sites e o uso cada vez  mais intenso da tecnologia no dia a dia do cidadão comum, no entanto, nem sempre produz uma interação agradável. Para muitos sites, a interação torna-se um obstáculo intransponível para o usuário, provocando erros, distrações, adiga e rustração. Nesta unidade, você irá perceber que a melhoria da interação do seu cliente nal e das interaces que você constrói a partir da  visão de IHC apoiam a qualidade do produto de sotware.

Seção 1 - Interace humano-computador  Talvez você já tenha presenciado alguém elogiar um sistema. “O sistema que usei no banco X é sensacional, z um pagamento de um título como se estivesse em um caixa de atendimento pessoal”. No entanto, sabemos que a realidade é, muitas vezes, bem dierente.

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Qualidade de Sotware

Você pod imaginar os motivos plos quais, apsar d tantos avanços da ára d tcnologia, ainda tnhamos tantas diculdads para intragir com sistmas inormatizados?

Isto acontece porque o sistema deveria esconder a tecnologia, em outras palavras, os usuários não deveriam notar sua presença. As pessoas deveriam estar preocupadas em aprender a tarea e não a utilizar a tecnologia. Se osse assim, no caso apresentado a seguir, a esposa estaria ocada no objetivo de realizar a tarea (pagar o resgate do marido) e a tecnologia seria usada para aumentar sua produtividade, seu poder ou divertimento, sendo portanto invisível ou transparente para o usuário. É justamente deste ponto que trata o estudo da disciplina de IHC – Interace Humano Computador. Segundo a ACM SIGCHI (2005), interação humano-computador é uma área de pesquisa dedicada a estudar os enômenos de comunicação entre pessoas e sistemas computacionais. Entre os principais objetivos do IHC estão: 



a produção de sistemas usáveis, seguros e uncionais; desenvolver ou melhorar a segurança, utilidade, eetividade e usabilidade de sistemas computacionais. estudos m IHC stão ortmnt ligados à acitabilidad da intrac  consquntmnt a qualidad do produto d sotwar.

Um ator important  árduo nsta ára d conhcimnto é o ntndimnto sobr o mio, a orma  a ordm com qu o homm intrag com o sistma computacional, a m d atingir su objtivo ao xcutar sua tara.

 Toda interação envolve diálogos orientados pela tarea, entre o homem e o sistema computacional. O sucesso deste diálogo é dependente das inormações ornecidas pelo homem ao sistema Unidade 5

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e do eedback promovido pelo sistema. IHC é, portanto, o estudo da relação existente entre o homem e o computador, sendo que nenhum aspecto do homem nem do sistema é considerado irrelevante. Absolutamente tudo deve ser estudado, permitindo a pereita comunicação e principalmente, observando-se os limites de cada um: homem e computador. Imagin qu u tnha lh prsntado com st clular, só qu para podr car com l você dv compltar a sguint tara m 3 sgundos: adicionar mu nom  tlon na agnda do clular. Você consguiria? esta tara parc simpls, mas pod sr xtrmamnt complxa, não é msmo? Por quê? esta complxidad stá ligada à diculdad imposta para qu a intração ocorra. Prdominantmnt, s dv a problmas d projto da intrac. A cada novo clular é xigido qu o clint s adapt a orma d xcutar as taras  não o contrário. Muitas vzs a intrac não orc squências  corência para o usuário, nst caso o msmo s snt prdido  incrto sobr sus passos. Não raro, xcuta a tara para alcançar su objtivo com a snsação d qu não vai tr sucsso.

Qual é a dnição da intrac humano-computador ?

A interace humano-computador é denida como o componente interativo do sotware, capaz de transormar as entradas de usuários e ativar uncionalidades do sistema promovendo eedback e coordenação destas interações. A interace pode ser vista, ainda, como a parte do sistema, encarregada de mapear as ações do usuário na aplicação do processamento de requisições e apresentação de seus resultados pelo sistema.  A interace é o meio que permite a comunicação entre o usuário e o computador.

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Seção 2 - O início da usabilidade Você já ouviu alar na palavra usabilidade? Mas com certeza  já ouviu alar de sites da internet ou sistemas que irritam ou rustram seu usuário pela diculdade encontrada em atingir um determinado objetivo, como comprar um produto.  Talvez até você mesmo já tenha passado por este sentimento de impotência ao instalar um sotware em sua máquina. não conseguindo entender o que deve ser eito para emitir um determinado relatório ou mesmo como a erramenta unciona. E que tal aquela situação constrangedora na la do caixa eletrônico em que o sujeito não consegue completar uma tarea? Ou ainda quando após o preenchimento de um longo cadastro na internet,  você conrma os dados e lhe é apresentada uma mensagem solicitando a digitação de um campo obrigatório. Mas ... surpresa!!  Todo o cadastro oi limpo e você deve reiniciar a digitação. Como você se sente? Bom, estes exemplos são na verdade exemplos da alta de usabilidade de um produto.

O qu é usabilidad?

O termo usabilidade começou a ser usado ainda na década de 80 por ciências como a Ergonomia e a Psicologia. Inicialmente, oi utilizado o termo “amigável” em apologia a uma versão traduzida da expressão “user-riendly ”. Esta expressão amigável, no entanto, era subjetiva, levando a conitos em casos em que uma interace pereitamente amigável para um usuário experiente tornava-se um tormento incalculável para um usuário inexperiente.

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A usabilidade depende da existência de três componentes para que possa existir:

Figura 5.1 - Os três componentes da usabilidade. Fonte: Elaboração do Autor.

A usabilidade está relacionada à qualidade A usabilidad do produto d sotwar indica a acilidad com qu su usuário s rlaciona com a intrac qu dv usar diariamnt.

Um usuário que az uso de uma interace que não atende a suas necessidades, ou seja, que diculta a execução de suas tareas diárias, atinge diretamente a qualidade do produto de sotware apesar do produto, em muitas situações, atender requisitos de qualidade como portabilidade ou conabilidade. O critério usabilidade está presente em normas como a ISO 9126, onde é tratada como uma das características a serem observadas na avaliação do produto, e possui normas completas que tratam do assunto, como é o caso da norma ISO 9241 – Requisitos Ergonômicos para Trabalho de Escritórios com Computadores e a ISO13407 Human-centred design processes or interactive systems . Segundo Medeiros (1999), a norma ISO/IEC 9241 – Ergonomic  requirements or oce work with Visual Display Terminals  (VDTs) teve seu primeiro drat apresentado em evereiro de 1993, elaborada pelo Comitê Técnico ISO/TC 159 (Ergonomia) e Subcomitê SC 4 (Ergonomia de Interação Homem-Sistema). A norma é composta por 17 partes, são elas: 118

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1. General Introduction  2. Guidance on task requirements  3. Visual display requirements  4. Keyboard requirements  5. Workstation layout and postural requirements  6. Environmental requirements  7. Display requirements with refections  8. Requirements or displayed colours  9. Requirements or non-keyboard input devices  10. Dialogue principles  11. Guidance on usability specication and measures  12. Presentation o inormation 13. User guidance  14. Menu dialogues  15. Command dialogues  16. Direct manipulation dialogues  17. Form lling dialogues 

Medeiros (1999) relata que a norma aborda aspectos relativos a requisitos da tarea, ambiente e estação de trabalho, hardware e sotware abordados por assunto nas seguintes partes: 









Introdução - parte 1 Recomendações sobre requisitos da tarea - parte 2 Estação de trabalho e ambiente - partes 5 e 6 Ergonomia do hardware - partes 3, 4, 7, 8 e 9 Ergonomia da interace de sotware - partes 10 a 17

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Qual é a importância do usuário?

No design de um projeto, o usuário é peça undamental. Para o sucesso do projeto, é necessária a identicação do usuário que ará uso do sistema proposto. Ao trazer o usuário para o centro do projeto, você pode ocar claramente em suas necessidades, características e particularidades. Quando o sistema a ser desenvolvido compreende uma organização com cargos e unções claras, este trabalho torna-se relativamente simples, sendo possível mapear seu usuário, identicar suas principais características e necessidades. Mas quando o usuário do projeto pode ser qualquer indivíduo, como no caso de um site web? Como proceder? Como identicar o usuário do web site? O usuário pode ser qualquer pessoa conectada à rede mundial de computadores. Uma saída para este contexto é analisar uma amostra da população-alvo. Assim será possível detectar o segmento que se pretende atingir e conseguir uma boa taxa de aceitação. Por xmplo, para um sit qu prtnd a vnda d produtos para o mrcado odontológico, msmo tntando atingir o mrcado d orma globalizada, é possívl mlhorar a intrac quando utiliza-s uma amostra d usuários com as sguints caractrísticas: idntica-s prossionais, odontólogos, qu stjam dispostos a colaborar no projto;  divrsica-s as aixas tárias da população, procurando sr abrangnt nst qusito;  são introduzidos na amostra prossionais com ou sm xpriência no uso da intrnt;  procura-s divrsicar a localização gográca da amostra, divrsicando tanto quanto possívl a cidad, stado ou msmo o país d origm. 

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Qualidade de Sotware

Como próximo passo, procure pensar no usuário, tentando identicar o que ele pensa quando vê o site. Imagine que o usuário realize tais indagações: 

O sistema tem a inormação ou o serviço que eu preciso?



Onde posso encontrar a inormação ou o serviço?



Como posso solicitar este serviço?



Quais inormações devo ornecer?



Qual oi o resultado? Era o que eu queria?



Para que serve este elemento?



O que signica esta gura?



Para onde “leva” este link? Quais aspctos do usuário prcisam sr avaliados?

A norma ISO 9241, parte 11 editada em 1988, sugere que sejam avaliados os seguintes aspectos reerentes ao usuário: 

 Tipos de usuário – identique todos os usuários

primários (usuários que arão entrada de dados no sistema) e secundários (usuários que arão uso de consultas e relatórios).



Habilidades e conhecimentos – para cada usuário

identicado, relacione suas características como habilidade/conhecimento no produto, habilidade/ conhecimento do sistema, experiência na tarea, experiência organizacional, nível de treinamento, habilidade nos dispositivos de entrada, qualicações, habilidade de linguagem, conhecimento geral. 

 Atributos pessoais – idade, gênero, capacidades ísicas,

limitações ísicas, habilidade intelectual, atitude e motivação.

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Usuários Primários:

Médicos – 34 médicos, todos possum spcialização, conhcimntos básicos d inormática, noção do uncionamnto  procdimntos da clínica. A aixa tária s ncontra ntr 30  48 anos. Nnhum médico possui qualqur dciência ísica.  Atndnts – 2 atndnts possum o sgundo grau complto, razoávl xpriência m inormática  conhcimnto do procsso d uncionamnto da clínica. estão na clínica há aproximadamnt 3 anos. Faixa tária d 25 a 35 anos, nnhuma dciência ísica. 

Quando projetamos, temos que pensar que o design deve ser  consistente com as características cognitivas, ísicas e sociais do usuário.

Ao nos aproximarmos do usuário, aspectos especícos são identicados, o projeto deve reconhecer estilos particulares de um determinado público. Imagin-s dsnvolvndo um sistma qu srá utilizado por indivíduos da trcira idad (talvz um sit qu vnda produtos voltados para st público). Quando pnsamos sob o ponto d vista cognitivo, pssoas mais vlhas têm problmas d prda da acuidad visual rlacionada à prcpção d cors  visualização d txtos. Além da acuidad visual, o idoso passa por qustõs rlacionadas à diminuição da capacidad d mmorização  talvz, ainda tnhamos qu considrar qu l possa tr problmas motors para ralizar apontamntos com o mous. Nst caso, você projtista dvrá conduzir o usuário d orma a rsolvr suas ncssidads, atingindo sus objtivos d orma conortávl, tntando prvnir st obstáculos.

Um ponto undamental é a observação de características culturais, religiosas, econômicas e éticas do nicho da  população que se tornará o público-alvo do site.

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Você sab o qu o usuário qur?

Quando você desenvolve um site, deve considerar a existência de usuários que gostam de ir direto ao seu objetivo, sem ter que passar por subetapas. Pensando assim, o site de um loja virtual, por exemplo, oerece a possibilidade de encontrar o produto desejado a partir dos links de departamento ou por meio de um mecanismo de busca. Assim, o cliente não precisa necessariamente saber qual a classicação do produto dentro da loja virtual e pode procurar a máquina otográca diretamente pelo mecanismo de busca. Mas o site não pode desconsiderar o cliente que aprecia entrar no setor desejado para vericar as marcas existentes até encontrar o produto que deseja. Oerecendo estas duas opções, você está pensando no perl dos dierentes usuários. O qu azr para mlhorar a usabilidad?

O uso da barra de erramentas com ícones que permitem o acesso rápido para tareas mais requentes é uma orma de melhorar e adaptar a interação do usuário.

Figura 5.2 - Barra de erramentas Microsot Ofce. Fonte: Microsot Ofce.

Uma vez entendida a necessidade da interace e sua usabilidade, na seção seguinte estude e conheça alguns undamentos da usabilidade.

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Seção 3 – Os undamentos para usabilidade Rocha (2000) relata que, em 1998, cerca de três bilhões de dólares deixaram de ser ganhos na Web norte-americana por causa de design mal eito de páginas, que dicultava a compra em vez de acilitar. A IBM constatou que o recurso mais popular em seu site era a unção de busca, porque as pessoas não conseguiam descobrir como navegar, e o segundo mais popular era o botão ajuda. A solução oi um amplo processo de redesign, envolvendo centenas de pessoas e milhões de dólares. Resultado: na primeira semana depois do redesign, em evereiro de 1999, o uso do botão de ajuda caiu 84% enquanto as vendas aumentaram 400%. Nilsn dn, m 1993, qu a usabilidad d um sistma stá dirtamnt associada ao grau d acitação do msmo, ou a sua capacidad d satisazr as ncssidads  xigências do usuário m potncial  outros usuários atingidos plo sistma, como clints  grnts.

Para Nielsen (1993), a denição de usabilidade pode ser determinada por múltiplos componentes e está tradicionalmente associada a atributos como: 

a acilidade de aprendizagem do sistema;



sua eciência de uso;







a capacidade com que o sistema promove a memorização das ações necessárias para que o usuário atinja seus objetivos; um bom controle da gestão de erros, minimizando e reutando situações possíveis de ocorrências;e, principalmente a satisação que o sistema promove ao usuário ao ser utilizado.

Os undamentos da usabilidade baseiam-se na tarea do usuário e nas características e dierenças individuais dos usuários.

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Por que a acilidade de aprendizagem é importante para a usabilidade?

Imagine um usuário novato, que interage com o sistema pela primeira vez. O sistema é ácil de aprender, é previsível. O usuário consegue a partir de interações anteriores determinar o resultado de uma interação utura e constrói um modelo mental de como o sistema se comporta, determinando uma ação utura baseada em interações realizadas no passado. Este modelo mental pode ser construído a partir do seu sistema ou até da experiência do usuário com outros sistemas e aplicativos e principalmente com o mundo real. Um bom xmplo disto são os caixas bancários. Você é corrntista do Banco do Brasil  ntão torna-s corrntista do Bradsco. Ao usar o caixa ltrônico, vai usar o su modlo mntal do sistma qu você já conhc, isto provavlmnt irá ajudá-lo  tranquilizálo m suas primiras intraçõs.

Outra questão importante sugere que ao pensarmos em nosso mundo real o uso de ícones sugestivos que lembram ações do mundo real acilitam ações que seriam diíceis de explanar textualmente, por exemplo: o uso da lixeira para remover, a tesoura para cortar, a impressora para imprimir etc. O uso d uma mnsagm m vrmlho traz ao usuário uma lmbrança: alrta, par. esta prvisibilidad vm da lmbrança, talvz, d sinais d um smáoro d placas d par qu são vrmlhas, assim como o vrd intuitivamnt nos lva a pnsar qu a passagm stá livr  podmos sguir m rnt.

Para uma melhor compreensão, visualize no anexo, no nal do livro didático, esta gura colorida.

Figura 5.3 - Uso da previsibilidade no avorecimento da aprendizagem. Fonte: a) Bp blogspot. b) Internet Explorer 6. Unidade 5

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Para tornar o sistema ácil de aprender (seja ele um sistema para desktop ou um site web) uma ação importante é azer uso da generalização. A gnralização prmit ao usuário stndr um conhcimnto adquirido m sistmas similars  qu são aplicados no su sotwar.

Um exemplo desta possibilidade são os sites de biblioteca digital. A sequência de ações de acesso para a maioria dos acervos é padronizada. Isto az com que o usuário sinta-se amiliarizado com as mais dierentes bibliotecas. Acompanhe, a seguir, a descrição de como unciona a tarea de pesquisa rápida, que normalmente é composta por 3 passos. Passo 1 – Selecionar o tipo de pesquisa (rápida)

Figura 5.5 – Passo 1: consulta ao acervo de uma Biblioteca Digital. Fonte: Disponível em: .

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Passo 2 – Inormar o assunto a pesquisar: Web

Figura 5.6 – Passo 2: consulta ao acervo de uma Biblioteca Digital. Fonte: Disponível em: .

Passo 3 – Recebimento do resultado da pesquisa

Figura 5.7 – Passo 3: consulta ao acervo de uma Biblioteca Digital. Fonte: Disponível em: .

De uma orma geral, a maneira de realizar a busca em uma biblioteca digital segue um raciocínio para acilitar a busca. Os usuários em uma biblioteca geralmente estão à busca de inormações e, para isto, azem uso de algumas inormações em comum, como nome da obra, autores, editora, ISBN. Por isso, para ser de ácil aprendizado, o sistema deve ser compatível com o contexto de uso.

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Como você estudou no início desta unidade, o sistema precisa atender às necessidades dos usuários, isto signica: necessidades psicológicas, culturais e técnicas. As tareas necessitam ser organizadas de acordo com as expectativas e costumes dos usuários. Deve-se evitar termos técnicos e privilegiar o uso de terminologias amiliares. Nielsen (1999) arma que, se o usuário é um especialista na área abordada pelo projeto, deve se adotar terminologia especializada e uma maior densidade de inormações. Para usuários leigos, a quantidade de inormações deve ser maior, azendo-se uso de manuais, glossários e telas mais detalhadas. É importante determinar estas dierenças. O excesso de inormações para um usuário especialista torna o sistema enadonho. A economia de inormações para um usuário leigo pode levar o usuário a desistir da interação! Para determinar o grau de habilidade do usuário de um sistema,  você pode solicitar que ele execute um conjunto de tareas típicas, dentro de um tempo mínimo predeterminado para a conclusão. O tempo e o sucesso ou não da interação darão parâmetros para identicarmos o grau de experiência na tarea. Como idnticar a ciência d uso?

Quando se ala sobre eciência , tem-se um aspecto importante a ser relacionado, o tempo de resposta ou o tempo necessário para que o sistema inorme ao usuário alterações em seu estado. Frequentemente, você pode escutar algum usuário com o seguinte comentário: - A página demora a carregar! A resposta demora a ser exibida! - A atualização do banco é muito lenta! Neste caso, quando a resposta imediata é impossível, o usuário deveria receber um eedback indicando que sua solicitação está sendo processada.

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Outro aspecto importante na eciência de uso é a portabilidade. No caso da internet, quantas vezes você tentou carregar uma página e ela cou pela metade por não ser compatível com o browser ?

Figura 5.8 - Feedback visual para processamentos demorados. Fonte: Outlook Express 6.0.

Indicadores de progressão evitam aquela situação em que você

ca na dúvida se o processamento é lento ou se o sistema está travado. Por qu a acilidad d mmorização dv sr considrada na construção do su sistma?

Sabe como é possível perceber se seu sotware possui acilidade implícita no design (sequências de ações e opções de design áceis de memorizar)? Imagin uma situação ond o usuário z uso do su sotwar aproximadamnt um ano, mas quando l volta a utilizá-lo raliza todas as açõs para ralizar a tara d orma sgura  tranquila. Nsta situação você pod dizr qu o usuário provavlmnt não prcisou raprndr a orma d intragir com o sistma, l na vrdad não squcu d como o sistma unciona.

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No caso de sistemas disponibilizados na web, tem-se cada  vez mais a visita de usuários casuais e, por isto, é importante concebermos o site permitindo a rápida memorização. Um aspecto undamental para o usuário no aprendizado é o uso de títulos, rótulos e nomenclatura amiliar que conduzem o usuário durante a tarea. Um xmplo caractrístico é o da dclaração do imposto d rnda, dsd o acsso ao sit até o uso do sistma, agora disponívl também na wb, dvria sr considrado o ato d qu programadors, médicos, costuriras, ou sja, todos os prossionais d dirnts aixas culturais arão uso do sistma, mas apnas uma vz por ano. O qu você acha? O sotwar para dclaração d imposto d rnda prnch st qusito d usabilidad?

Figura 5.9 - Trabalho anual da declaração do Imposto de renda. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 03 mar. 2011.

Como lidar com os rros durant a utilização do sistma?

Mesmo o usuário experiente não espera enrentar qualquer tipo de problema, nem cometer erros induzidos pela má qualidade do sistema. Situações como erros de programação ou inormações que 130

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levam o usuário a situações de erro devem ser detectadas antes da publicação do site ou da disponibilização do sistema a seu usuário. Durante o design reserve um bom tempo para a conecção de mensagens de erro coerentes, e principalmente úteis ao usuário para restaurar a tarea. A possibilidade de corrigir erros e/ ou restaurar o cenário anterior à ocorrência do mesmo, é undamental para a credibilidade do projeto. Ao encontro da satisação do usuário

O usuário tem que gostar de utilizar seu produto. Ao reetir sobre um produto para a Web, você terá que considerar que para muitos usuários a cor do site, imagens, animações, som, entre outros atores, podem ser preponderantes à velocidade ou mesmo à eciência do site. Para detectar o grau de satisação do usuário, sugere-se a aplicação de um questionário de satisação onde o usuário possa classicar sua experiência ao utilizar seu produto. A avaliação deve ser conduzida por um grupo representativo de usuários. Us a consistência como norma!

O projeto gráco consistente torna o projeto harmônico.  Tareas similares requerem ações similares, assim como ações iguais devem acarretar eeitos iguais. Quando uniormizamos o uso da cor, tamanho e localização de elementos, acilitamos automaticamente o aprendizado e mesmo sua visualização. Um xmplo claro é a conusão qu sntimos ao utilizarmos a barra d rramntas do ditor d txtos d nosso colga d trabalho qu stá prsonalizada com outros lmntos ou msmo com outra squência d localização.

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Flexibilizar para atrair o usuário

Ao permitir que o usuário adapte sua interace às suas preerências ou que ele execute sua tarea de dierentes maneiras, você estará contribuindo para que o mesmo sinta-se amiliarizado ao projeto. Ao oerecer dierentes ormas de chegar a uma determinada inormação, por um mecanismo de busca ou por hiperlink, você estará permitindo um acesso personalizado de acordo com os hábitos do usuário. No portal da Justiça Fdral é possívl para o dcint visual, altrar o tamanho da ont para maior ou mnor  ainda altrar a vrsão para monocromática ou para alto contrast. ests rcursos promovm o acsso do dcint visual ao portal conortavlmnt.

Figura 5.10 - Flexibilizar o projeto adaptando as necessidades do usuário. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 03 mar. 2011

O tema da usabilidade e desenvolvimento merece uma pesquisa continuada do projetista. Por isso, é importante ampliar o estudo sobre este assunto.

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Síntese Nesta unidade, o termo usabilidade tornou-se parte do seu cotidiano como projetista de interace. Aqui você percebeu que para acilitar o uso da interace é obrigatório o uso de recursos de exibilidade, de consistência, da importância de incorporar mecanismos de memorização e do cuidado necessário no controle de erros e de suas mensagens. O envolvimento do usuário, conhecendo suas habilidades e características, promove o projeto de interaces mais seguras e conortáveis para o cliente nal. Então, pronto para aplicar a usabilidade na prática? Na próxima unidade, você vai aproundar seus conhecimentos a partir de conceitos relacionados ao mecanismo de percepção humano, aliado undamental do projeto de interaces.

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Atividades de autoavaliação Ao nal d cada unidad, você ralizará atividads d autoavaliação. O gabarito stá disponívl no nal do livro didático. esorc-s para rsolvr as atividads sm ajuda do gabarito, pois, assim, você stará promovndo (stimulando) a sua aprndizagm. 1) Como surgiu o trmo usabilidad?

2) Rlacion os concitos a sguir: a) Usuário

( ) estuda o diálogo xistnt ntr usuário  computador.

b) Intrac humanocomputador ( ) entndido como sndo a part d um sistma computacional com a qual uma c) Intrac pssoa ntra m contato ísica, prcptiva  concitualmnt. ( ) Fundamntal para a caractrização das ncssidads  dscrição da xcução da tara.

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3) Lia com atnção o nunciado  rsponda às qustõs qu sgum: Imagin qu um clint ncomndou o dsnvolvimnto d um sit para uma Pt shop. O sit dv prmitir ao intrnauta a compra d dirnts produtos para cãs, gatos, pássaros  ramstrs. Além da vnda d raçõs, vstuário, mdicamntos  acssórios, o sit dv também aprsntar os srviços d hotl, banho, tosa  clínica vtrinária. a) No sit da Pt Shop, dscrva qual o rcurso qu você pod propor para promovr a xibilidad

b) Sabndo qu grand part dos visitants do sit srão casuais  qu visitarão o sit muito sporadicamnt, o qu você pod azr para torná-lo ácil sob o aspcto da aprndizagm?

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4) Assinal com [V] Vrdadiro ou [F] Falso: ( ) A xpriência do usuário não intrr na quantidad d matrial d ajuda qu dv sr orcido no sit. ( ) Na ocorrência d um rro, é important orncr uma solução, uma opção d contato técnico ou uma orma d rtomar a navgação. ( ) O uso d mtáoras do mundo ral,raramnt apoiam o aprndizado na utilização do sit. ( ) O uso d rótulos claros m campos d dados minimiza a ocorrência d rros d digitação. ( ) Tmpos d rspostas lntos não são aspctos qu intrrm na boa usabilidad do sit. ( ) Quanto mnor o númro d açõs qu usuário trá qu ralizar para atingir su objtivo, mlhor para a usabilidad do sit. ( ) O uso d mnsagns d rro qu propicim a corrção são undamntais para a intração. ( ) As páginas do sit, quando imprssas, prdndo a ormatação, o qu não é problma, pois o sit pod sr visto pritamnt no monitor d vído.

Saiba mais Para aproundar os assuntos abordados nesta unidade, você poderá pesquisar o seguinte livro: ROCHA, H.V.; BARANAUSKAS, M. C. C. Design e avaliação das interaces humano-computador . 12ª Escola de Computação, São Paulo, IME-USP, 2000.

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Os mecanismos da percepção humana Objetivos de aprendizagem Comprndr a ncssidad d utilização d mcanismos qu prmitam acilitar o procsso prcptório  d mmorização dos srs humanos.  entndr o mcanismo siológico d rconhcimnto dos sntidos.  Prcbr os cuidados ncssários para o uso da cor. 



Obsrvar a ncssidad d projtos d intrac qu privilgim a construção d modlos mntais.

Seções de estudo Seção 1 Como os srs humanos prcbm o mundo Seção 2 Visão humana, audição  tato Seção 3 Como ocorrm os modlos mntais

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Para início de estudo Alguma vez você já se perguntou como seu(sua) colega de trabalho consegue lembrar de assuntos tratados em uma reunião que aconteceu na empresa há um ano? Por que seu cliente simplesmente não consegue perceber que o undo amarelo indica obrigatoriedade dos campos? Por que a interace gráca torna-se mais ácil de usar do que uma interace de comandos? Muitas vezes as pessoas acreditam que a acilidade de memorização, a capacidade de perceber nuances em guras é uma habilidade do indivíduo que de certa maneira é considerado uma herança genética. Mas na verdade, isto acontece pela capacidade do indivíduo de perceber e reconhecer. Parte desta capacidade é determinada por enômenos siológicos, podendo ser melhorada ou piorada de acordo com o uso que você az de determinados elementos. A partir deste ponto de vista, torna-se importante compreender as capacidades e os limites dos seres humanos para saber aproveitá-los da melhor orma possível no projeto de interaces. Em outras palavras, no projeto de interação é possível azer uso de conceitos conhecidos relacionados à visão, audição, processamento e armazenamento da inormação, tirando o melhor proveito possível da capacidade do indivíduo. Nesta unidade, você vai estudar e compreender como o indivíduo percebe o mundo ao seu redor, armazena e processa as inormações, de orma a desenvolver projetos mais adequados e adaptados aos seres humanos.

Seção 1 – Como os seres humanos percebem o mundo? O ser humano absorve do meio ambiente em que vive todas as inormações necessárias à sua sobrevivência. Quando você acorda pela manhã, ao abrir os olhos, reconhece inormações que são percebidas e processadas, isto ocorre pelo tratamento da inormação sensorial. Ao tratar estas inormações, órgãos perceptivos são ativados gerando ações e reações. Este mecanismo complexo é capaz de explicar os motivos pelos quais você lembra com mais habilidade de algumas inormações, 138

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porque uma determinada cor ou onte na tela inuência na legibilidade ou mesmo a orma e a velocidade com que você lê uma inormação na tela. Acompanhe, a seguir, alguns exemplos e situações em que podemos observar a complexidade da percepção humana. Observe a gura a seguir. Procure ler os nomes das cores contidas em cada palavra; busque dizer o nome das cores, e não as palavras. Para uma melhor compreensão, visualize no anexo, no nal do livro didático, esta gura colorida.

Figura 6.1 – Os nomes das cores. Fonte: Elaboração do Autor.

O nosso cérebro produz uma sensação estranha, pois o lado direito tenta indicar a cor, mas o lado esquerdo insiste em indicar a palavra. Mas o que acontece ou como acontece quando um estímulo ísico é percebido pelo ser humano de uma orma dierente do que ele é na realidade? Analise a gura a seguir: nela estão desenhados sete rostos. Observe com atenção e procure identicá-los.

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Para uma melhor compreensão, visualize no anexo, no nal do livro didático, estas guras coloridas.

Figura 6.2 – Rostos de pessoas. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 4 jan. 2011.

A gura seguinte oi trabalhada com apenas 3 cores: o verde, o branco e o rosa. No entanto, numa olhada rápida, pode-se perceber mais cores.

Figura 6.3 – Ilusão de cores. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2006.

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 Todas estas guras incríveis comprovam as atividades de percepção do ser humano e sua interpretação. A percepção deve ser usada de orma a auxiliar na comunicação que se deseja obter no projeto de interaces. Ao interagir com computadores, o usuário recebe inormações que são apresentadas de orma visual ou auditiva no computador. O usuário, por sua vez, responde por meio da entrada de inormações no computador. Em 1983, Card, Moran e Newel descreveram o Modelo de Processamento Humano que é uma visão simplicada do processamento humano envolvido em uma interação.

Figura 6.4 - Modelo Humano de Processamento de Inormação. Fonte: Elaboração do Autor.

No Modelo Humano de Processamento de Inormação, são estabelecidos três subsistemas: a) Sistema perceptual - sinaliza estímulos do mundo

exterior;

 b) Sistema motor  - controla ações viabilizando respostas

para o sistema cognitivo;

c) Sistema cognitivo - provê o processamento que conecta

os dois outros sistemas utilizando-se de inormações da Memória de Curta Duração e da Memória de Longa Duração para a tomada de decisão.

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No sistema cognitivo, há três procedimentos, que são: 1. Resolução de problemas - o usuário procura solucionar as

tareas que não são amiliares. Esta tarea ocorre a partir de conhecimentos adquiridos anteriormente por tentativa e erro, analogias ou mesmo pela subdivisão do problema.

2. Tomada de decisão - o usuário procura resolver o

problema. Quando ocorre uma situação nova, percebe-se, no processo de decisão, várias alternativas, para que no nal ocorra a escolha de uma delas.

3. Pensamento criativo. - Na interface humano-computador, existem três canais perceptivos considerados signifcativos: a visão (acuidade, cor, ilusão de ótica), a audição e o tato. Por isso, a proposta para a próxima seção é que você estude sobre algumas das características principais destes canais.

Seção 2 - Visão humana, audição e tato Quando se ala em interace humano-computador, os canais perceptivos possíveis de serem utilizados são visão humana, audição e tato. Destes sentidos, é a visão, sem dúvida, o sentido mais importante na interação com o computador. O olho humano é o órgão rsponsávl pla rcpção da visão.

O olho é ormado pelo globo ocular que é uma esera com aproximadamente 2,5 cm de diâmetro. Quando você xa o olhar sobre um objeto, a imagem deste objeto atravessa a córnea depois, passa pela íris que é responsável por regular a quantidade de luz  recebida por meio da pupila.

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Figura 6.5 - Globo Ocular. Fonte: Disponível em: .

Após atravessar o cristalino, a imagem é ocada sobre a retina (invertida, depois o cérebro acerta isto!). Você conhc o mcanismo d uma máquina otográca?

Nosso globo ocular pode ser comparado a uma máquina otográca. O cristalino seria a objetiva, a íris o diaragma e a retina seria a placa ou película. Quando a imagem chega ao cristalino, é ajustada, sendo levada para trás ou para rente, permitindo que ela se projete sobre a retina. Nossa retina está provida de duas espécies de células sensíveis à luz: os bastonetes e os cones. Cones e bastonetes 

Os bastonetes permitem a visão para intensidades luminosas muito pequenas (noite, crepúsculo). Recebem apenas impressão de luminosidade e nenhuma impressão cromática. Por isto, quando saímos da cama à noite no escuro, os objetos coloridos aparecem sem cor, nossa visão está por conta dos bastonetes. Os bastonetes (120 milhões de células) não percebem dierenças nas de orma e cor. Unidade 6

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Os cones permitem a impressão colorida em claridades média e grande (visão diurna), assim, a imagem ornecida é mais nítida e detalhada. Existem três tipos de cones (três milhões de células) no olho humano, cada um distingue uma cor dierente: vermelho, verde ou azul. Você sabia?

A quantidad d cons vrmlho, vrd ou azul é 40:20: 1. É por st motivo qu sua snsibilidad para o azul é muito mnor do qu para o vrmlho. em outras palavras, você vê um númro maior d tons d vrmlho do qu azuis.

Campo Visual

Acuidade Visual é a capacidade do olho de distinguir entre dois pontos próximos a qual depende de diversos atores, em especial do espaçamento dos otorreceptores na retina e da precisão da reração do olho.

A capacidade de percepção das cores está diretamente relacionada ao campo visual. A distribuição das células otoreceptoras não é uniorme. Observe a gura a seguir: na área central, existem apenas células do tipo cone (1); no campo central (2), existem células do tipo cone e bastonetes; e na área periérica, encontramse apenas bastonetes (3). Na região da óvea (1) ocorre a projeção da imagem do objeto ocalizado. Nós enxergamos com nitidez somente objetos ocados na óvea. A óvea permite que a luz atinja os otorreceptores sem passar pelas demais camadas da retina, maximizando a acuidade visual. Segundo Ventura (1994), no undo do olho, está o ponto cego, insensível à luz, não há cones nem bastonetes, e dele emergem o nervo óptico e os vasos sanguíneos da retina. Segundo Winckler (2000), a área central da visão (1) é a responsável pela leitura e deve receber máxima percepção e contraste. O campo central (2) deve contrastar com a área central com uma relação de 2:1 e o campo visual periérico que não deve exceder de 10:1. A área periérica percebe apenas movimentos e vultos.

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Para uma melhor compreensão, visualize no anexo, no nal do livro didático, esta gura colorida.

Figura 6.6 - Campo Visual. Fonte: Winckler (2000).

Para uma melhor compreensão, visualize no anexo, no nal do livro didático, esta gura colorida.Observe as seguintes situações: 1) Você já chegou ao cinema após o início da sessão? Saiu da ante-sala com muita claridade e entrou na sala de projeção exatamente no momento em que a cena estava muito escura? Provavelmente, você sentiu diculdades para enxergar. A cegueira momentânea é causada pela acomodação dos cones e aumento da sensibilidade dos bastonetes. O inverso também acontece; quando saímos de uma sala com baixa luminosidade para um gramado em um dia de sol intenso. 2) Imagine aquela sensação de proundidade que você tem ao observar um objeto dentro de um jogo de utebol. A percepção de proundidade é eita através da sobreposição dos objetos. Em uma cena, podemos identicar a distância dos objetos em relação ao observador através da comparação de tamanho dos mesmos. Formação de imagens coloridas na retina

Em 1966, Isaac Newton descobriu que a luz branca, como a luz  do sol, ao passar por um prisma de cristal se decompõe em luz  de dierentes cores, ormando um espectro como o arco-íris (em radiações de larguras variáveis: magenta, alaranjado, amarelo,  verde, azul ciano, anil e violeta). Ou seja, Newton demonstrou que sem luz não existe cor!

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A impressão destas radiações sobre a retina do olho é o que distinguimos como cor . Você sabia?

Quando você vê um arco-íris, você stá vndo a luz solar dcomposta nstas 7 cors. Você sab o qu unciona como prisma nst caso? As gotículas d água!

A cor pode ser denida como um comprimento de onda. O comprimento de onda para o vermelho é de 580 nm (nanômetros), para o verde 540 nm e para o azul 440 nm. Durant todo o procsso da prcpção visual, o cristalino s modica, s adapta, d modo a ocalizar sobr a rtina a imagm do objto visualizado.

A acomodação e convergência do cristalino depende da cor do objeto visualizado. Isto acontece porque as ondas verde, azul e  vermelha convergem a dierentes distâncias da retina. Na gura a seguir, é possível observar que as ondas vermelhas convergem além da superície da retina, enquanto os comprimentos de ondas verdes sobre a retina e azuis convergem antes da retina. Quando ocalizamos objetos avermelhados, o cristalino se torna mais convexo, como se o objeto estivesse próximo do observador. Quando ocalizamos um objeto azul, o cristalino ca menos convexo (mais relaxado), como se objeto estivesse distante. (WINCKLER, 2000).

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Para uma melhor compreensão, visualize no anexo, no nal do livro didático, esta gura colorida.

Figura 6.7 - Foco sobre a retina. Fonte: Borges (2003).

O uso de cores intensas causa adiga visual justamente pela necessidade constante de adaptação do cristalino. Imagine o uso do azul e do vermelho simultaneamente, as dierentes proundidades de oco são atigantes! A cegueira para algumas cores

Você sabia que o daltonismo é uma deciência na visão que diculta a percepção de uma ou de todas as cores? Na sua  variação mais comum, o daltônico não distingue o vermelho do  verde. O daltonismo é uma deciência quase que exclusivamente masculina, para 10% da população masculina apenas 1% das mulheres apresentam o problema. No projeto Web, é preciso considerar esta parcela da população azendo uso da luminância, de orma a permitir a dierenciação da cor. Que tal você vericar sua acuidade visual? O teste, a seguir, tenta detectar a deciência da percepção da cor – o daltonismo. Observe as eseras na gura e procure identicar os números nelas contido. Em tempo, os números nas eseras são o 5 e o 6!

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Para uma melhor compreensão, visualize no anexo, no nal do livro didático, esta gura colorida.

Figura 6.8 – Teste de visão? Fonte: Disponível em: .

 Talvez você esteja se perguntando: como o indivíduo daltônico dierencia as luzes verdes e vermelhas do semáoro, já que para esse indivíduo as duas cores são apenas variações do cinza? Ao utilizar-se da cor, você deve azer uso do conhecimento já disponível que se encontra na orma de recomendações para o melhor uso da cor, servindo como mecanismo de comunicação. Recomendações para o uso das cores

Como você já viu, as cores exercem dierentes eeitos siológicos sobre o organismo humano e tendem a produzir vários juízos e sentimentos. A cor é um lmnto undamntal m qualqur procsso d comunicação  mrc uma atnção spcial.

São apresentadas a seguir, algumas recomendações sobre o uso da cor coletadas em Parizotto (1997), Winckler (2002), Robertson (1993), Nielsen (1996) e Schneidermann (2000), acompanhe: 1ª - Recomenda-se que as cores de uma página na Web não sejam selecionadas separadamente, e sim dentro de um contexto geral. A aparência de uma janela pode ser alterada quando outras

 janelas são abertas na mesma tela.

2ª - Recomenda-se que sejam respeitadas as dierenças culturais e siológicas entre os indivíduos. Pessoas idosas têm uma

sensibilidade reduzida para cores, o que, por sua vez, pode requerer o uso de cores mais brilhantes. Alguns países têm cores associadas 148

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a alguns objetos e atos, no Japão marginais usam chapéu azul, no Egito o amarelo é a cor da alegria e prosperidade, as caixas de correio são vermelhas na Inglaterra, azuis nos Estados Unidos, amarelas na Grécia e verdes ou amarelas no Brasil. 3ª - Recomenda-se o uso de um grupo limitado de cores, dando ao usuário a opção de mudá-las no máximo de “cinco mais ou menos duas”. Desse modo, as páginas de um mesmo site estarão

mais propensas a terem um “padrão” consistente.

4ª - Use a cor como uma orma de inormação adicional ou aumentada. Evite conar na cor como o único meio de expressar

um valor ou uma unção particular.

5ª - Use cor para realçar ao invés de usar sublinhado (e use sublinhado ao invés de itens piscando). Restrinja o uso do

sublinhado para links, para não conundir o usuário.

6ª - Sempre que possível, evite usar cores muito quentes, tais como o rosa e o magenta. As cores muito quentes parecem pulsar

na tela e cam diíceis de ocalizar.

7ª - Se or usado um undo colorido, selecione as cores do texto, de modo a obter o contraste mais orte entre o texto e o undo. Isso aumenta a visibilidade e a legibilidade do texto. 8ª - Recomenda-se o uso mnemônico da cor. O uso mnemônico

da cor é empregado respeitando os estereótipos para criar ortes associações e ajudar no reconhecimento, na lembrança e no tempo de busca. Em alguns sites, como o Submarino, percebemos a divisão das seções azendo uso da cor para dierenciá-las. 9ª - Use cores brilhantes e contrastantes com cautela. Esses

elementos atraem a atenção do usuário e o seu emprego deve ser reservado para áreas importantes, caso contrário, o usuário pode achar mais diícil saber para onde olhar e car conuso. 10ª - Use cores monocromáticas para o texto sempre que or  possível. As cores monocromáticas são mais nítidas, aumentando a

legibilidade e visibilidade do texto.

11ª - Recomenda-se o uso de uma cor neutra para undos. As

cores neutras (por exemplo, cinza-claro) aumentam a visibilidade das outras cores. Unidade 6

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12ª - Não use simultaneamente alto croma e cores que estejam muito distantes no espectro solar. Para relações gura-gura e

muitas gura-undo, ortes contrastes de vermelho/verde, azul/ amarelo, verde/azul e vermelho/azul criam vibrações, ilusões de sombras e imagens posteriores.

13ª - Use um código de cores consistente e amiliar, com reerências apropriadas. As denotações comuns no ocidente são

as seguintes: 

Vermelho: pare, perigo, quente, ogo.



Amarelo: cuidado, devagar, teste.



Verde: ande, OK, livre, vegetação, segurança.



Azul: rio, água, calmo, céu.







Cores quentes (amarelo, laranja, vermelho, violeta): ação, resposta requerida, proximidade. Cores rias (azul, turquesa, verde-mar, verde-alace): status, inormação de undo, distância. Cinza, branco e azul: neutralidade.

14ª - Use a cor para aumentar a inormação mostrada em preto e branco. No que concerne ao aprendizado e compreensão,

a cor é superior ao preto e branco em termos do tempo de processamento e de reações emocionais, mas não há dierença na habilidade em interpretar a inormação. A cor é mais apreciável e a memória para inormação colorida também parece ser superior do que em preto e branco. 15ª - Recomenda-se projetar primeiramente em preto e branco, e então adicionar a cor. A cor aumenta o processamento cognitivo

e visual de uma inormação que unciona bem em preto e branco, pois ajuda a localizar, classicar e associar imagens. 16ª - Evite o uso de blink. O uso intensivo de piscar (blink)

um texto ou imagem causa adiga visual. Dependendo das cores usadas para undo e texto ou imagem, o olho precisa reposicionar o correspondente sensor da cor a ser usada em cada instante do eeito de piscar, ou dependendo das cores usadas reposicionar o oco a cada instante.

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17ª - Evite undos escuros. Fundo preto não é recomendado, pois

há poucas cores que contrastam e causa cansaço visual. No caso de impressão em P & B, a cor usada para o texto ou imagem pode ser convertida para escuro e se conundir com o undo (além de gastar grande quantidade de toner/tinta). 18ª - Não usar cores alternativas para links. Pode-se acrescentar

cores para casos alternativos como (mantendo-se os padrões): 





Link ainda não visitado que ca na mesma página (âncora) - verde. Link já visitado na mesma página - rosa. Link para o modo hierarquicamente superior - laranja/ amarelo âmbar.

19ª - Não tornar a tela muito brilhante ou escura , use as cores

brilhantes em áreas pequenas e cores suaves em áreas maiores.

20ª - Procure evitar cores que juntas causam ilusões óticas como: 



 verde/vermelho azul/amarelo



 verde/azul



 vermelho/azul

21ª - Use combinações legíveis para texto/undo: 

preto/branco



branco/preto



amarelo/preto



 verde/preto



branco/vermelho



preto/amarelo



preto/verde



ciam/magenta



branco/marrom

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amarelo/marrom



 verde/marrom



ciam/marrom



magenta/marrom

22ª - Use as cores da óvea e periéricas apropriadamente ,

a óvea ca na região central da retina, é composta de cones sensíveis ao detalhe: 





use azul para áreas grandes ou ormas pequenas, azul é bom para undo de tela; use vermelho e verde no centro do campo visual e não na perieria; use preto, branco, amarelo e azul na perieria do campo  visual.

23ª - Lembre-se que cor mal utilizada é pior do que não usar cores.

Como usar a audição nos projetos de interace?

O uso da audição é requentemente, pouco ou mal utilizado nos projetos de interace, apesar de ser um recurso rico e que permite a imersão do usuário. Estudos cientícos demonstram que o ser humano responde mais rapidamente aos estímulos sonoros que os estímulos visuais. A audição ornece inormações sobre objetos que podem não estar no campo visual do usuário (como por exemplo, um beep que solicita a atenção do usuário). Segundo Gayton (2002), o ouvido humano possui, no entanto, uma capacidade limitada de 80dB para suportar a pressão sonora e de 20 Hz a 20 KHZ para a percepção dos sons. Mas cuidado, o ouvido apresenta sua melhor percepção nas requências de 2 KHz a 4 KHz. Quais são as dicas para o uso d sons?

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O uso de som em sua interace deve ser utilizado quando se deseja: 

obter a atenção do usuário;



apresentar inormações de estado interno do sistema;



apresentar um recurso de conrmação de uma ação;



como recurso alternativo para propiciar a navegação. Você sabia?

A capacidad d xposição do sr humano a ruídos é crítica: um indivíduo pod car xposto por apnas 30 minutos a um ruído d 105dB  4 horas para um ruído d 90dB sm qu haja squlas ao mcanismo auditivo. O qu pod produzir um som com mais d 90dB? O quadro a sguir, mostra a intnsidad obsrvada para alguns tipos d sons: Murmúrio Conversação em voz baixa Interior de residência de campo Interior de residência de cidade Escritório Orquestra sinônica a dez metros de distância Martelo penumático Ruído numa rua central Cabine de avião Começa limiar da dor (Fórmula 1) Conjunto de rock metaleiros Decolagem de avião a jato

15 dB´s 20 dB´s 25 dB´s 45 dB´s 55 dB´s 85 dB´s 90 dB´s 95 dB´s 100 dB´s 120 dB`s 130 dB´s 140 dB´s

Quadro 6.1 – Intensidade sonora. Fonte: Adaptado pelo Autor.

Como usar o tato nos projetos de interace?

O tato ornece inormações sobre objetos que podem estar ora do campo visual do usuário, mas não muito distantes. Seu uso hoje está bastante ligado a aplicações de realidade virtual imersiva. Seu uso é característico, pois permite uma resposta motora adequada.

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As três principais sensações sinalizadas por dierentes receptores relacionadas ao tato são: 





a pressão; a textura; e a temperatura.

O tato é possível pelo uso do organismo de receptores de superície. Curioso? Observe a gura a seguir, nela você percebe os Receptores de Kause responsáveis pela sensação percebida de rio e os Receptores de Rufni que percebem as sensações de calor. Para uma melhor compreensão, visualize no anexo, no nal do livro didático, esta gura colorida.

Figura 6.9 – O sistema tátil. Fonte: BEAR, M.F., CONNORS, B.W. & PARADISO, M.A. Neurociências: desvendando o Sistema Nervoso. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.

Segundo Bear (2002), os Discos de Merkel são responsáveis pela percepção do tato e pressão. Os Receptores de Vater-Pacini são também responsáveis pela percepção da pressão e os Receptores de Meissner pela percepção do tato. Quando você sente dor, esta percepção é possível pela existência das terminações nervosas livres.

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Seção 3 – Como ocorrem os modelos mentais O sistema cognitivo humano, segundo Cybis (2005), é caracterizado pelo tratamento de inormações simbólicas. Isso signica dizer que as pessoas elaboram e trabalham sobre a realidade através de modelos mentais ou representações que montam a partir de uma realidade. É o modelo que as pessoas têm de si próprias, dos outros, do ambiente, e das coisas com as quais interagem. Pessoas ormam modelos mentais por meio da experiência, treinamento e instrução. (NORMAN, 1983).

Quando o indivíduo interage com o ambiente, com outros indivíduos ou com arteatos tecnológicos, ele passa a construir modelos mentais das coisas com as quais interage, o modelo passa a ser a sua visão da realidade. Quando você ala d um sistma intrativo, o modlo mntal construído plo indivíduo sobr o sistma vai sr dirnt para cada indivíduo qu utiliza o sistma.

Isto acontece porque cada um destes indivíduos teve dierentes experiências passadas ou mesmo pela evolução do próprio indivíduo dentro do processo de aprendizagem. Nossa habilidade para executar modelos mentais é limitada pelos mecanismos perceptuais e cognitivos. Assim, os modelos mentais serão particulares a cada usuário, sendo que modelos mentais desenvolvidos por projetistas e por usuários se dierenciam grandemente. Para o projeto de interaces humano-computador, além da  variabilidade nos indivíduos e no tempo, é importante saber o que avorece ou limita a elaboração, armazenagem e a recuperação destas representações em estruturas de memória e por meio da percepção da realidade.

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Os mecanismos de memorização

A visão humana é o sentido que provê o maior volume de inormações a serem processadas pelo cérebro. Estima-se que metade do potencial de processamento cerebral humano seja utilizado na organização de inormações visuais. Nossos usuários de sotware percebem as inormações por meio de um sistema sensorial. Os novos recursos da tecnologia permitem que esta percepção ultrapasse o sentido da visão azendo uso da audição e do tato. No mecanismo de percepção, olhos e cérebro atuam em conjunto na interpretação das inormações. Ao percebermos as inormações, as mesmas são codicadas e processadas usando-se argumentos de raciocínio e armazenadas na memória para posterior recuperação. A Memória

A memória é o mecanismo que nos permite recordar pessoas, acontecimentos, coisas que aconteceram anteriormente. Desde que o ser humano iniciou suas trajetória em áreas de pesquisa, o uncionamento e as circunstâncias em que ocorre a memorização são arduamente discutidos. Nas últimas décadas, muito se tem estudado a respeito das características e uncionamento da memória humana. Estudos evoluíram permitindo a compreensão dos meios siológicos, de como o ser humano armazena as inormações, assim com as razões pelas quais podemos perdê-las. O uso deste conhecimento para os projetistas de sotware na construção de projetos de Web, permite uma melhor adaptação do projeto às características e delimitações da memória humana, considerando suas habilidades e capacidade em termos cognitivos. A naturza da mmória prssupõ dois ators: a codifcação (stratégias d mmorização)  a recordação.

A codicação vai permitir a maior ou menor acilidade de se recordar determinada inormação. A recordação pode ser livre ou por reconhecimento (somos expostos a pistas que no reavivam a memória). Quando reproduzirmos o que entrou, recupera-se a memória.

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Você sabia?

Richard Järnlt d Hlsinki, Finland, conquistou m 1999 o Guinssbook com um rprtório d 3.000 músicas tocadas no piano sm partituras, apnas com o uso da mmória.

Figura 6.10 - Recorde no Guinessbook. Fonte: Disponível em: .

Quais são as parts da mmória?

A memória humana pode ser dividida em três partes, cada uma com dierentes características: 

Memória rápida ou de curto termo.



Memória de trabalho ou sensorial.



Memória permanente ou de longo termo.

Acompanhe a seguir mais detalhes sobre cada parte: a) Memória de Curto Termo

A memória de curto termo armazena inormações na memória em apenas um curto espaço de tempo, de 10 a 25 segundos no máximo. É uma memória rápida e recebe as inormações de entrada captadas pelos órgãos dos sentidos (olhos, ouvidos, olato e tato) e os passa ao sistema cognitivo. Nesta memória, são armazenadas respostas aos estímulos como inormações expressas pela ala, movimentos e ações. As inormações são armazenadas por um período de Unidade 6

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aproximadamente 10 segundos e armazena poucas inormações a cada vez. A memória de curto termo guarda em média um número de 7 inormações captadas pelos órgãos dos sentidos (MILLER, 1996 e BODDLEY, 1986). Para recuperar inormações armazenadas na memória de curto termo, a mesma deve ser agrupada de orma signicativa para o indivíduo. Qu tal rptirmos um xprimnto ralizado m 1956 por Millr? Faça um ditado d 30 palavras com su amigo mais próximo. Finalizado o ditado, pça para qu l scrva todas as palavras qu l consgu rcordar. e ntão? Qual oi o rsultado? est tst nos dá uma idia da quantidad d inormação armaznada na mmória d curto trmo.

b) Memória Sensorial

A memória sensorial também é conhecida como memória de trabalho. Na memória sensorial, são trabalhadas as inormações captadas pela memória de curto termo e, posteriormente, enviadas à memória permanente. A memória de trabalho pode armazenar inormações por um tempo que pode variar de minutos a dias, mas, mesmo assim, a inormação será posteriormente eliminada. Você já studou para azr um concurso ou vstibular? Cursinhos são spcialistas m criar mcanismos para conctar  organizar inormaçõs, d orma qu as msmas prmançam na mmória prmannt prmitindo qu você as rcupr mais tard (dias, mss, anos). Você lmbra d alguma situação ond studou para uma avaliação scolar  uma smana dpois não lmbrava mais do contúdo? Tnt dscrvr a siologia da célula ou os noms dos rios qu azm part da Rgião Nort!

Quando o assunto não é considerado undamental ou importante para o indivíduo, ele não estabelece mecanismo de codicação. 158

Qualidade de Sotware

Desse modo, este conteúdo dicilmente irá atravessar as ronteiras da memória sensorial. Lembramos do conteúdo até realizar a prova, uma semana depois apesar de boa nota, não lembramos mais do assunto e dicilmente repetiríamos a boa nota sem estudar novamente. A memória de curto termo recupera inormação na memória permanente. Mas quais mecanismos podemos usar para registrarmos ou recuperarmos a inormação na memória sensorial? Podemos usar metáoras, analogias, regras e tudo aquilo que de alguma maneira chame a atenção do indivíduo. Lembra das amosas musiquetas cantadas por proessores de química e ísica? c) Memória de longo termo

Quando armazenamos uma inormação na memória de longo termo, ela permanece na memória para sempre. Além da possibilidade de recuperação, também temos a característica relacionada à sua capacidade, até hoje não temos como quanticar as inormações que podem ser armazenadas nela ou mesmo seu espaço. Algumas inormaçõs são rcupradas dirtamnt da mmória prmannt para a mmória d curto prazo, sm passar pla mmória snsorial.

Isto acontece porque são inormações utilizadas pelo indíviduo há muito tempo e de orma repetida. Se neste momento perguntar para você qual o seu nome? Quando você nasceu? Qual o nome de sua esposa(o) ou namorada(o)? São respostas imediatas,  já estão a um longo tempo com você e não são necessários mecanismos de recuperação.

Unidade 6

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Figura 6.11 - Esquema de Funcionamento da Memória. Fonte: Schneiderman (1992).

Segundo Tulving (1985), a memória de longo termo apresenta tipos de conhecimento: 

o conhecimento procedimental;



o conhecimento semântico; e



o conhecimento episódico.

 Tulving (1985, p. 386) dene memória semântica  como “uma enciclopédia mental do conhecimento organizado que uma pessoa mantém sobre palavras e outros símbolos mentais” É um registro estruturado de atos, conceitos e habilidades. Por memória episódica , o autor (op.cit., p. 387) dene como a recordação consciente de “acontecimentos pessoalmente vividos enquadrados nas suas relações temporais”. É o sistema de memória mais especializado, o último a desenvolver-se na inância e o primeiro a deteriorar-se na velhice. Armazena eventos e experiências de orma serial. Já a memória procedimental, Tulving dene como sendo o sistema onde as deciências de uncionamento seriam mais diíceis de detectar. A memória procedimental seria constituída por capacidades perceptivas e motoras que no decurso do tempo e com a prática se transormaram em rotinas e hábitos e que de pouco ou nada se tem consciência.

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Qualidade de Sotware

Se você quer que seu usuário memorize algo, deve lembrar que: 







o uso da repetição az com que a inormação seja transerida da MCT para a MLT; que a quantidade de inormação retida é proporcional ao tempo da prática; otimize a memorização pela divisão da aprendizagem ao longo do tempo; oereça a inormação de orma estruturada, ela deve azer sentido e ser amiliar ao usuário.

Lembre-se, o aprendizado depende da memorização. Você pode acilitar o aprendizado apoiando a memorização pelo uso de analogias, pela estruturação e organização da inormação e apresentado a inormação em unidades incrementais. Restrições de tempo em relação à memorização

Ben Schneiderman (1992), realizou vários estudos relacionados ao mecanismo de memorização e percepção. Estes resultados nos ornecem dicas para a boa utilização da memória em projetos de interaces. Nestes estudos, o pesquisador aponta a insatisação de usuários com mecanismos de interace onde o tempo de resposta é superior a 2 segundos. A razão para isto é que o ser humano guarda inormações na memória de curto termo por no máximo, 15 segundos. Quando o usuário espera além deste tempo, ele precisa recordar o que estava azendo, o que torna a interação mais diícil e lenta. O grande problema é que de acordo com a tarea, os tempos de resposta aceitáveis são dierentes, veja os resultados coletados por Schneiderman (1992) e Galitz (1993): 







digitar, movimentar o cursor, ou selecionar com o mouse: 50-150 milissegundos; tareas simples como o iniciar um browser: menos de 1 segundo; introduzir dados para buscas de dados: 1-4 segundos; tareas complexas como cálculos, registros : 8-30 segundos. Unidade 6

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O tempo de resposta é crucial para um bom projeto, assim como o uso ao longo do projeto de mecanismos de codicação que permitam tornar o site interessante é inesquecível. Dicas para a boa utilização da memória do usuário 



Evite a carga de elementos de multimídia, que levam um intervalo de tempo longo para serem carregados em conexões de baixa velocidade. O limite de tempo ideal para operações de carga é 15 segundos. Insira indicadores de eedback (barras de progressão, ampulhetas girando, quando não é possível determinar o tempo necessário até o término da tarea) quando o tempo de processamento é longo.

Figura 6.12- Indicadores de eedback 









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O sistema deve reagir após uma ação, em um tempo máximo de 0,1 segundo. 1,0 segundo é o tempo limite para que o uxo de pensamento do usuário permaneça ininterrupto. 10 segundos é o tempo limite para manter a atenção do usuário ocada num diálogo. 10 segundos é o tempo que a memória de curto tempo se mantém carregada com alguma inormação captada pelo sistema cognitivo. As inormações devem estar visíveis ao usuário por um período que permita sua identicação e reconhecimento (páginas que somem rapidamente sem dar oportunidade de identicação são esquecidas com a mesma velocidade).

Qualidade de Sotware





Projetistas devem criar mecanismos para associação de ações. Por exemplo, para voltar a um ponto anterior, deve haver uma indicação explícita, como uma tecla  Voltar . Operações requentes acabam sendo memorizadas na memória de longo termo e a escolha de ícones para ações deve ser consistente. Nos dois exemplos e , o uso do carrinho para indicar o ato de comprar em sites de e-commerce são acilmente interpretados, pois já oram memorizados pela repetição de uso em dierentes sites.. Figura 6.13- Ícones http://www.americanas.com, www.pontorio.com.br



Projetistas devem tomar um cuidado redobrado com operações que, pela repetição, tornam-se óbvias para o projetista e acabam não sendo explicadas para o usuário, mas que, na verdade não são óbvias para ele. Na sala virtual dsta disciplina, você ncontra txtos complmntars sobr os assuntos abordados nsta Unidad. Acss a sala virtual , bons studos!

Síntese Nesta unidade, você estudou a importância dos mecanismos de percepção do ser humano e seu uso para que o projeto de interação de seu sistema seja utilizado com eciência e segurança. A maneira como o indivíduo percebe o mundo depende de sua visão, audição de como o indivíduo percebe cores e ormas. Ao usar sons, cores e imagens, você pode estar comunicando ou prejudicando seu usuário, pois reconhecer quando e como usar estes elementos é undamental. O uso dos sentidos de orma coerente acilita o aprendizado e seu mecanismo de memorização. Unidade 6

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Ao estudar esta unidade, você pôde entender como os homens percebem o mundo ao seu redor, armazena e processa as inormações, ajuda a desenvolver projetos mais adequados e adaptados aos seres humanos, que reconhecer é muito mais eetivo que lembrar e, portanto, é necessário reduzir na interace o número de componentes que precisam ser lembrados. A interace deve ser desenvolvida de orma a ajudar o usuário a construir modelos mentais adequados à sua interação com o sistema, acilitando assim todo o processamento da inormação.

Atividades de autoavaliação Ao nal d cada unidad, você ralizará atividads d autoavaliação. O gabarito stá disponívl no nal do livro didático. esorc-s para rsolvr as atividads sm ajuda do gabarito, pois, assim, você stará promovndo (stimulando) a sua aprndizagm. 1) Rlacion os tmas rrnts ao armaznamnto da mmória: A. Mmória d curto trmo B. Mmória d trabalho C. Mmória d longo trmo

( ) Armazna a inormação por um spaço d 10 a 25 sgundos. ( ) Prmit o armaznamnto d inormaçõs por um longo príodo. ( ) Armazna inormaçõs por horas  até dias. ( ) É a mmória rsponsávl por nviar inormaçõs para a mmória prmannt. ( ) Armazna inormaçõs rlacionadas aos sntidos como ala, audição. ( ) É a mmória rsponsávl por rcuprar inormaçõs da mmória prmannt. ( ) Armazna no máximo st inormaçõs  as apaga da mmória rapidamnt.

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Qualidade de Sotware

2) em trmos d projto d intrac, quais artiícios você pod utilizar para snsibilizar o usuário azndo com qu o msmo “rcord” do diálogo xistnt na sua página?

3) Sobr a visão humana é possívl armar qu : ( ) Os bastonts prmitm a visão noturna. ( ) Os bastonts são rsponsávis por imprssõs cromáticas. ( ) A visão m claridads médias  grands é possibilitada plos cons. ( ) existm 3 tipos d bastonts cada um é rsponsávl pla distinção d uma cor dirnt (vrmlho, vrd ou azul).

Saiba mais Para aproundar os assuntos abordados nesta unidade você poderá pesquisar o seguinte livro:  WINCKLER, M., BORGES, R.C., BASSO, K., Considerações sobre o uso de cores em interaces WWW. In: III Workshop de Fatores Humanos em Sistemas e Computação, 2000, Gramado, RS.

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UNIDADe 7

O processo de design centrado no usuário Objetivos de aprendizagem Rconhcr concitos rlacionados ao dsign cntrado no usuário.  Comprndr as tapas nvolvidas no ciclo d dsnvolvimnto d ngnharia d usabilidad.  Prcbr a importância do usuário m todo o procsso d dsign da intrac. 

Seções de estudo Seção 1 A importância do dsign Seção 2 Dsign cntrado no usuário Seção 3 Dsign participativo

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Para início de estudo Durante muito tempo, o projeto de um sistema servia para a equipe de desenvolvimento azer uma demonstração de habilidade da tecnologia. O sistema era otimizado, e isto era considerado undamental. O objetivo era o uncionamento utilizando-se o mínimo de recursos, mesmo que isto viesse a se tornar um complicador torturante para o usuário da interace. Esta situação ez surgir uma insatisação crescente nos milhares de usuários espalhados pelo mundo. A abordagem do design centrado no usuário surgiu como reação às abordagens anteriores em que os resultados insatisatórios começavam a se acumular. Percebeu-se que o usuário nal do produto era realmente a gura central do processo e que deveria de ser consultado no processo de tomada de decisões para o projeto da tarea e, consequentemente, que a interace reetisse suas necessidades e opiniões. O design centrado no usuário é uma losoa que desloca o desenvolvedor do mundo das máquinas e dados, para centrá-lo em seu verdadeiro objetivo: o ser humano e sua interação com as interaces. Esta nova orma de visualizar o projeto começa com o estudo do usuário (suas características, restrições e necessidades), suas tareas e atividades envolvidas em cada tarea, o ambiente onde executa seu trabalho e até aspectos organizacionais envolvidos no processo. Nesta unidade, você vai conhecer o design centrado no usuário, suas etapas e metodologias aplicáveis no desenvolvimento de produtos de sotware e sua contribuição para o desenvolvimento de projetos adequados ao usuário nal. De modo a acilitar o seu estudo, é importante retomar o conceito de design no contexto de um projeto.

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Seção 1 - Qual é a importância do design? Design é um processo que nunca ocorre de orma estática, por isso, não pode e não deve ser representado estaticamente. Ele é dinâmico, sore transormações durante o desenvolvimento de soluções parciais e intermediárias que, por vezes, embora não necessariamente, azem parte do design nal. Na literatura, encontramos alguns sinônimos acerca do termo design, tais como: criar, projetar, desenvolver, dar orma através de uma sequência de atividades, entre outros. O design tanto se aplica ao urbanismo (design urbano), à arquitetura (design da habitação), como a um componente eletrônico, um automóvel (design de produto) ou mesmo o design gráco usado para comunicar (por exemplo: interaces). A palavra design, ao ser usada no projeto gráco de uma interace, abrange mais do que a ideia da representação pictórica ou de leiaute gráco, ela engloba todo o processo no qual se insere a representação ou o desenvolvimento do leiaute, processo este que não pode ser dissociado do elemento humano que o concebe, que o produz ou que se relaciona com o seu resultado (MARTINEZ, 2003).

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Disponível em: . Disponível em: . Acesso em: 14 nov. 2006. Acesso em: 14 nov. 2006.

Disponível em: . Acesso em: 14 nov. 2006. Figura 7.1 - O design em suas dierentes ormas

Todos os projtos m dsign são uncionais?

Na verdade, não. Nem sempre um projeto de design contempla plenamente as necessidades de seu cliente. Segundo Dargan (1996), o processo de design em engenharia muitas vezes oerece pouca relação entre as ações do designer e as necessidades dos usuários. Na verdade, ocorre uma “cegueira”, por parte do projetista, no domínio de ações no qual os usuários vivem e trabalham. E, quando se trata do projeto de interaces tradicional, isto não é dierente, muitas vezes o desenvolvimento do projeto é realizado observando-se apenas os requisitos uncionais.

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Qualidade de Sotware

Seção 2 - Design centrado no usuário Ao iniciar um processo de design centrado no usuário, o sistema será desenvolvido a partir das necessidades, capacidades e limitações dos usuários. O design se rearma a partir do conhecimento do ambiente de trabalho do usuário, de suas características individuais e principalmente do envolvimento do usuário em todo o processo adaptando-se aos interesses do usuário. Resumindo, o objetivo do design centrado no usuário deve estar alinhado com a produção de sistemas áceis de aprender e também de usar. O sistema deve ser seguro, trazer a satisação do cliente, evoluindo e se adaptando às necessidades e à orma como o usuário realiza suas atividades. E o principal: o design deve estar adequado às características do usuário. D acordo com Santos (2006),

a tecnologia não existe isoladamente, pois qualquer sistema ou interace será utilizado por pessoas em alguma instância. Diícil é entender quem é essa pessoa ou grupo de pessoas. O ser humano deve ser visto como elemento undamental para o projeto de produtos ou sistemas. Disto se entende que o real conhecimento das características humanas inormará ao projetista como conduzir as soluções ao encontro dos requisitos da tarea e às necessidades do usuário. Deve-se ter sempre em mente o ato de que qualquer interace ou sistema desenvolvido será, em alguma instância, utilizado por pessoas.

O caminho em direção ao design centrado no usuário já é uma realidade no marketing, pois se tornam cada vez mais comuns campanhas com apelo ao individualismo e à dierenciação. Por “individualismo” não cabe aqui nenhuma carga negativa ou pejorativa a tais campanhas. Pelo contrário, creio que reetem bem o atual momento da sociedade ocidental de consumo. Uma dtrminada indústria d laticínios qu, ao lançar uma nova linha com variados tipos d lit, dsnvolvu uma séri d anúncios ond gurava a ras qu dizia, mais ou mnos, qu havia um lit para cada tipo d pssoa. Os anúncios oram bastant divulgados m rvistas smanais  cada pça aprsntava smpr pssoas d dirnts tipos ísicos, idads, homns  mulhrs, caractrizados ora como xcutivos, ora como sportistas.

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Este exemplo reete a preocupação das empresas em se dierenciarem através da oerta de produtos que supram diretamente necessidades de dierentes grupos de consumidores, mostrando que as dierenças têm que ser respeitadas e, além disso, pode-se tirar proveito comercial, uma vez que existem possibilidades tecnológicas para a chamada produção individual em massa. Ainda conorme mostra com Santos (2006), por “usuário”, devese entender qualquer pessoa que entre em contato com o sistema, seja o trabalhador, o operador, o mantenedor, o instrutor, o consumidor, seja no trabalho, no lazer ou no ócio. A abordagem de projeto centrado no usuário assume que é a pessoa que controla o sistema, que o opera, que dirige o seu curso e monitora as suas atividades. Ao azer isso, é o operador quem tem metas e desejos e que pode mudar o sistema através de seus procedimentos operacionais. [...] No desenrolar destas interações, as pessoas trazem para o sistema um conjunto de raquezas e qualidades inerentes (incluindo experiências, expectativas, motivação e assim por diante). O entendimento de tais características contribui para a melhoria do sistema, a partir da adoção de critérios como eciência e segurança.

O Ciclo de engenharia de sotware

Ao pensar no design centrado no usuário, Cybis (2005) propõe um modelo denominado “ciclo de engenharia de usabilidade”, cuja estrutura está demonstrada na gura a seguir.

Figura 7.2 - O design iterativo centrado no usuário. Fonte: Adaptado de Cybis (2005).

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Qualidade de Sotware

O ciclo de engenharia de usabilidade prevê três etapas: a análise, a síntese e avaliação. A seguir, acompanhe uma lista de detalhamentos sobre características e cuidados a serem assumidos durante o ciclo de engenharia da usabilidade. 1) A Etapa de análise

Na atividade de análise ocorre o reconhecimento da realidade do trabalho do usuário. Para realizar a análise, é necessário reconhecer o usuário que az parte do processo (categorias, perl, habilidades, necessidades), entender e compreender a tarea (objetivos, elementos, condicionantes, estrutura, atributos...), o ambiente ísico, técnico e organizacional (equipamento, sotware, iluminação, ruído, estilo de chea etc). 1.a) Análise do usuário

O primeiro passo a ser realizado é a análise das características do usuário-alvo. Não se pode esquecer que é necessário que sejam reconhecidas as características das categorias de usuários diretos do sistema. A norma ISO 9241 parte 10 dene tópicos que devem ser cobertos para que você possa reconhecer claramente as características do usuário, como o tipo (primário que interage com o sistema alimentando seus dados; secundário que az o acesso a consultas requentemente na orma de relatórios ou on-line e o indireto cuja alimentação no sistema - pelo usuário primário - interere em sua atuação diária), atributos pessoais, habilidades e conhecimentos.

Figura 7.3 - Descrição do usuário (Norma ISO 9241-10) Fonte: Do Autor. Unidade 7

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Vja um xmplo prático: você dv dsnvolvr uma intrac para um sistma d contabilidad, na mprsa você sab qu arão uso dirto do sistma: contadors, auxiliars d contabilidad (usuários primários, pois são rsponsávis por ntradas  atualizaçõs nos dados)  o próprio dirtor da mprsa qu dv consultar dados grais da contabilidad (usuário scundário). Mas como você vai procdr a anális dos msmos? Dtrmin os atributos pssoais dos 3 tipos d usuários  habilidads gnéricas para cada grupo. Dpois procur idnticar a xpriência dos msmos na tara  habilidads rlacionadas ao uso do sistma. Obsrv a xpriência do usuário no uso do computador, na manipulação d dispositivos como mous/tclado. Acrscnt obsrvaçõs qu possam intrrir no uso d su novo sistma. Obsrv os itns atitud  motivação, caso você prcba a xistência d um usuário qu não aprsnta uma atitud positiva m rlação à implmntação, é mlhor dtctá-lo m tapas iniciais, pois pod sr uma grand ont d problmas uturos.

1.b) Análise do trabalho

Sempre que você realiza a análise do trabalho deve lembrar que para especicar um novo trabalho é necessário conhecer como ele é realizado para melhorá-lo. Ao descrever como o usuário realiza seu trabalho, é possível  vericar e mesmo avaliar a complexidade da tarea, sua requência, possíveis erros e momentos críticos que possam produzir situações críticas. Lembre-se:

Analisar o usuário na ralização d taras m situaçõs normais é undamntal, mas analisar  dscobrir situaçõs críticas ou d strss são igualmnt importants.

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Qualidade de Sotware

Pns: m um ambint como o sistma acadêmico da Unisul, durant o smstr intiro, o acsso d alunos é rlativamnt stávl (sndo considrado como a situação normal d uso), mas no príodo d matrícula o acsso ao sistma é mássico. em apnas 3 dias, todos os alunos dvm ntrar no ambint para ralizar sua matrícula (é um príodo crítico). esta inormação é undamntal  dv sr prvista plo dsignr , pois pod condnar o projto ao racasso, caso o ambint não stja prparado para tal.

Observe que o projeto da interace deve ser derivado de resultados das análises realizadas.

Neste caso, todas as sequências que você identicar quando realizar a decomposição das tareas atuais podem ser respeitadas no projeto do diálogo. Isto torna possível uma classicação das tareas existentes, de orma a utilizar esta classicação, por exemplo, no projeto de menus. A denição de ações e opções deault no projeto podem ser resultado da análise da requência de uso ou importância na tarea. 1.c) Análise das tareas

A análise das tareas é realizada por meio da análise de documentação e de entrevistas com os representantes dos usuários diretos e indiretos (CYBIS, 2005). Você pode dar início a esta atividade realizando entrevistas com gerentes, procurando a identicação de objetivos, procedimentos, restrições, dados organizacionais, econômicos e expectativas relacionadas à inormatização. O uso de entrevistas com usuários vai oportunizar o conhecimento sobre como o usuário enxerga a tarea que realiza e suas considerações sobre a mesma. 1.d) Descrição das tareas

Você vai descrever a tarea que será realizada com seus casos de uso principais, considerando seus principais usuários e gerentes do sistema. Cybis (2005) sugere a descrição de blocos de tareas a partir dos elementos: Unidade 7

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Objetivo último a alcançar.



Decomposição em subtareas/subobjetivos.



Relações entre as subtareas.



Nomes, denominações e denições das subtareas.



Objetivos a alcançar nas subtareas.



Métodos que o operador utiliza em cada subtarea.



Estados inicial e nal do sistema para cada subtarea.



Pré e pós-condições das subtareas.

A norma ISO 9241 parte 10 dene tópicos que devem ser cobertos para que você possa reconhecer claramente as tareas executadas para a realização dos objetivos do usuário:

Figura 4 - Descrição da tarea (Norma ISO 9241-10) Fonte: Do Autor.

É possívl complmntar a dscrição dsts blocos usando-s o Método Analítico Dscritivo – MAD (SCAPIN, 1993) qu prmit uma comprnsão mais dtalhada da orma hirárquica, tanto para taras simultânas, parallas, squnciais  altrnativas. Para sabr mais sobr o M.A.D, acss a Midiatca da sala virtual da disciplina.

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Qualidade de Sotware

1.e) Análise do ambiente

Quando você realiza a análise do trabalho atual, deve se preocupar também com a descrição do ambiente de trabalho, questões como o ambiente técnico, ísico (iluminação, ruído), atmosérico, cultural e social. Um ambiente com problemas de ruído, iluminação ou mesmo temperatura (imagine o usuário de sistemas em uma empresa como a Usiminas, que trabalha próximo a um autoorno) interere no uso do sistema pelo usuário que não está em uma condição térmica ideal de uso. Imagin um usuário qu dv utilizar o ambint qu você stá projtando ao ar livr (técnicos agrícolas utilizam notebooks  pads no control d lavouras), a intrac ca prjudicada pla luminosidad.

Nestes dois exemplos, a partir da análise do ambiente você pode propor alternativas de melhoria que aumentarão a perormance da interace. 1.) Análise das atividades

Durante a análise das atividades, a presença do analista procura a validação das descrições e inormações que oram coletadas e que compõem as representações sobre o trabalho. Assim, você observa o que o usuário realmente az para executar seu trabalho. A anális das atividads é a anális do comportamnto do homm no trabalho, conrmando ou invalidando inormaçõs qu você obtv na tapa d anális das taras.

Esta etapa é mais eciente quando se az uso de recursos que permitam o registro em vídeo, áudio ou mesmo por meio de anotações.

De acordo com Cybis (2005), ao realizar a análise das atividades  você vai reconhecer quais as inormações que são: 

necessárias e a ordem em que se tornam disponíveis;



diíceis de obter;



inúteis (não são utilizadas);



impertinentes (que atrapalham e induzem a erros de interpretação). Unidade 7

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 Também deve-se obter inormações complementares sobre as atividades detectadas: procure perceber quais são as atividades mais requentes; observe a duração; o modo de utilização; e que atento às possíveis deciências, problemas e incidentes encontrados. Lembre-se de identicar suas causas, os motivos do aparecimento, requência e os procedimentos possíveis para recuperar a situação de normalidade. 







2) A síntese

Na etapa de síntese, ocorre a especicação, o projeto e o desenvolvimento da interace com o usuário. Durante a etapa de síntese ,algumas atividades devem ser realizadas: 1ª especicação do contexto

de uso da interace e para o qual a mesma está sendo desenvolvida. Na midiateca, você encontra na norma ISO 9241-10 um excelente modelo que determina o que deve ser especicado nesta etapa.

2ª apresentar o processo de trabalho

azendo uso do novo sistema. Em muitos casos, o próprio processo de realização da tarea é modicado e melhorado. Então, neste documento, é necessário que que claro como o processo deve ser executado e quais usuários devem realizá-lo. Lembre-se, as características cognitivas da tarea e do usuário devem ser consideradas tanto na denição do processo como na escolha do usuário que deve uturamente realizá-la.

3ª especicação do desempenho

em termos de usabilidade que a interace deve alcançar (incluindo especicações quantitativas e qualitativas). Neste caso, você pode azer uso de normas ou mesmo heurísticas (como as que serão vistas na unidade 4).

4ª elaboração do projeto da interace

Todos os detalhes da especicação do contexto de uso devem ser descritos. O uso de protótipos é undamental neste momento, o centro das atenções deve ser apenas a acilidade de uso para o usuário, então esqueça, por enquanto, as questões relacionadas a uncionalidades e ao desenvolvimento da mesma. Continua ...

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Qualidade de Sotware

5ª etapa da síntese

é responsável pela especicação das regras que devem ser seguidas no momento do projeto da interace. Isto signica que neste momento você vai denir as recomendações ou normas que devem ser seguidas para que a interace consiga promover a usabilidade.

Quadro 7.1 – Atividades da etapa de síntese. Fonte: Cybis (2005).

3) A avaliação

Na última etapa do ciclo temos o processo de avaliação. Na avaliação, você procura vericar se o projeto realizado representa realmente a usabilidade desejada dentro das necessidades do cliente. Assim, você percebe nesta etapa a ecácia que o usuário consegue alcançar azendo uso da interace para a realização de seu trabalho, a satisação do usuário nesta realização e a vericação de aspectos relacionados a recursos necessários na realização da tarea, como carga mental do usuário ou mesmo incoerências da interação que aetam o trabalho realizado.

Seção 3 – Design participativo O Design participativo – PD teve início na região Escandinávia (Suécia, Noruega, Dinamarca e Islândia) na década de 70, por meio da colaboração de Kristen Nygaard , que procurou especicar os direitos dos trabalhadores de participar em decisões de design relativas ao uso de novas tecnologias no trabalho.

Em inglês, Participatory  Design.

Este movimento pretendia o desenvolvimento de competência  dos trabalhadores, de modo que estes pudessem infuenciar  nas decisões que aetariam o trabalho e o seu ambiente.

Para Muller (1997), não há denição única para design participativo, sua aplicação na interace humano-computador é vista como uma prática que consiste na participação dos usuários nais do sistema. Esta participação deve se dar por meio de contribuições eetivas, que reitam suas perspectivas e necessidades em alguma ase do projeto e do desenvolvimento do ciclo de vida do sotware. Unidade 7

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Por dsign participativo dv sr ntndido a participação ativa dos usuários  não apnas como mras onts d dados utilizados para rspondrm qustionários ou qu dvm sr obsrvados ao utilizar o produto d sotwar.

O PD baseia-se em três motivações que são convergentes, segundo Muller e outros (1997): 





a democrática (modelo escandinavo); a da eciência, habilidade e qualidade (modelo americano); e a do compromisso de compra (relação cliente/ ornecedor).

Classifcação das técnicas aplicadas ao Participatory Design envolvr as pssoas no dsnvolvimnto d projtos não é uma tara simpls. As técnicas mais conhcidas são: qustionário, ntrvista  obsrvação. Considrando qu nos studos da ergonomia d HCI a participação dos usuários pod acontcr d três ormas: inormativa, consultiva  participativa, os citados instrumntos d psquisas são utilizados para obtr o nvolvimnto do usuário d modo inormativo quando l contribui com inormaçõs para o projto a sr dsnvolvido. No modo consultivo, os usuários participam das dcisõs d projtos já xistnts. A técnica d obsrvação é aplicada nos casos d anális da tara ou visitas ao local d trabalho do usuário. Fonte: Maria Esther Russo Lima. Disponível em: . Acesso em: 12 jan 2006.

Existem várias técnicas no uso do PD. Na maioria das vezes, são técnicas simples e de pouco comprometimento de recursos como: brainstorming, storyboarding, workshops e até mesmo, o uso de exercícios em papel e caneta. Dessas, a mais comum é a Storyboarding, que consiste na especicação, por intermédio de imagens, para descrever certas situações. Fortemente ligado à técnica de cenários, o storyboarding pode atuar de orma conjunta com estes. Esta técnica é muito utilizada na validação do ormato  visual de cenários e na elaboração de protótipos não operacionais. 180

Qualidade de Sotware

Quais são os métodos do PD?

Existem hoje no mercado dezenas de métodos de PD, quem podem ser usados especicamente em uma determinada ase do desenvolvimento ou em qualquer ase. Veja alguns deles: 

CSCW design – o objetivo do modelo é o trabalho com

cenários do trabalho, arteatos do trabalho, utilizando-se de checklists  que suportem a análise e a comunicação. 

Contextual Inquiry - a Pesquisa Contextual (CE) é

uma técnica utilizada para examinar a compreensão dos usuários sobre um sistema já utilizado ou a ser desenvolvido, seu ambiente de trabalho, as tareas por ele realizadas, suas preerências e assuntos de interesse. 

ETHICS - é um método participativo para desenvolver

sistemas e consiste em equilibrar os aspectos sociais e técnicos, de modo a assegurar o apereiçoamento de um sistema existente. Sua aplicação requer o uso de poucos materiais: papeletas ( post it), quadro-negro, ou similar, e caneta. 

Group Elicitation – este método consiste de seis ases

de trabalho na orma de ocinas que promovem a sustentação de decisões a partir do compartilhamento de ideias em um ormato de brainstorming . 

 Hiser Design Method  – este método incorpora aspectos

de HCI para desenvolver sistemas com usabilidade dentro da realidade do mundo real. São usados neste modelo papéis, canetas e materiais normais do escritório como papel utilizado para prototipação. A prototipação por meio de aplicativos também é utilizada.



ORDIT - Organizational Requirements Denition

or IT systems - o método é ormado por processos e erramentas que suportam uma comunicação entre usuários do problema e colaboradores para gerar e avaliar opções sociotécnicas alternativas para o uturo. São usados na técnica materiais que possibilitem a modelagem e a prototipação. Unidade 7

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SSADM - Mmetodologia de análise e desenho estruturado

proposta por Learmonth em 1981 é um acrônimo para “Structured Systems Analysis and Design Methodology ”. 

SSM - a metodologia tem como ponto orte a análise de

situações do problema, onde todas as partes interessadas são incluídas, a m de desenvolver perspectivas múltiplas que possibilitem derivar soluções possíveis e desejáveis. São usados subsídios como papel,  fip-charts , canetas para criar cenários e modelos. Na sala virtual dsta disciplina, você ncontra matrial complmntar sobr os assuntos abordados nsta Unidad. Acss a sala virtual  bons studos!

Síntese Durante a unidade, você estudou a importância do uso do design centrado no usuário para a concepção de produtos que não devem apenas privilegiar a eciência das uncionalidades, mas também aspectos uncionais adequados às capacidades do usuário. O design centrado no usuário reduz custos, pois aumenta a satisação e também a produtividade dos usuários, uma vez que sua solução  vai partir da análise de suas necessidades, evoluindo conorme suas expectativas e sugestões. O envolvimento dos usuários vai ocorrer já no início do projeto, para tanto, é undamental o contato com estas pessoas, descobrindo seus processos mentais e expectativas, incluindo-os como parte integrante do desenvolvimento, ouvindo suas dicas, necessidades, analisando sua linguagem, nível cultural e receptividade. A análise de tareas vai esclarecer questões relacionadas ao seu dia a dia, como são executadas as tareas, os problemas, diculdades e momentos críticos do usuário durante as atividades que deve realizar para atingir seus objetivos. O reconhecimento da tarea permite 182

Qualidade de Sotware

a melhoria do processo e a identicação com o sistema, já que a interace segue seus modelos mentais. Mas apenas a análise não é suciente, é necessário validar o projeto com o usuário nal vericando se todo o processo realmente absorveu as expectativas do cliente. Na próxima unidade, você vai estudar as técnicas de avaliação de usabilidade, undamentais na validação das decisões especicadas durante o projeto de design.

Atividades de autoavaliação Ao nal d cada unidad, você ralizará atividads d autoavaliação. O gabarito stá disponívl no nal do livro didático. esorc-s para rsolvr as atividads sm ajuda do gabarito, pois, assim, você stará promovndo (stimulando) a sua aprndizagm. 1) A partir dos studos ralizados na unidad, na Anális do Usuário, labor 8 qustõs qu possam sr aplicadas para idnticar as caractrísticas d um usuário Aluno no ambint d nsino da Unisul Virtual.

Unidade 7

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2) Por qu o procsso d dsign é considrado dinâmico?

3) Qual a rlação xistnt ntr a anális da tara  a anális da atividad?

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Qualidade de Sotware

4) O dsign participativo vm sndo usado no mundo todo como uma orma d produção d projtos stávis  altamnt acitos plo usuário. Como você xplicaria o sucsso do método nst sntido?

Unidade 7

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Universidade do Sul de Santa Catarina

Saiba mais Para aproundar os assuntos abordados nesta unidade, você poderá pesquisar o seguinte livro: DIAS, Cláudia. Usabilidade na Web: criando portais mais acessíveis. 2ª. Ed. Rio de Janeiro: Editora Alta Books, 2007.

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UNIDADe 8

Avaliação da usabilidade Objetivos de aprendizagem Conhcr os critérios d usabilidad d um produto.  Aprndr a avaliar um sotwar. 



Rconhcr técnicas d avaliação.

Seções de estudo Seção 1

A importância m s avaliar intracs

Seção 2

As técnicas prospctivas

Seção 3

As técnicas prditivas

Seção 4

As técnicas objtivas

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Para início de estudo Quando você desenvolve um projeto, o desenvolvimento com ideias e decisões az com que nossa capacidade de avaliação que limitada, em unção do envolvimento com o projeto. Existem muitos métodos que podem determinar se sua interace é boa ou ruim. Muitos destes métodos ocorrem em estágios iniciais do projeto. Precisamos então, estabelecer exatamente quais critérios devem ser avaliados e qual metodologia mais se adapta ao projeto. Quando você realiza uma avaliação undamentada na usabilidade, deve vericar a satisação ou insatisação que o cliente tem ao utilizar seu produto, a eciência com que o usuário consegue executar a tarea completamente e os recursos necessários para tal. Nesta unidade, você irá analisar algumas metodologias que nos permitem avaliar os quesitos acima. Você vai ter a oportunidade de colocar em prática algumas destas metodologias avaliando seus próprios projetos!

Seção 1 - A importância em se avaliar interaces O motivo que nos leva a aplicar uma avaliação de interaces é garantir que o sistema reúna realmente todos os requisitos necessários a uma interação conortável entre o usuário e a interace. Para que você aça uma avaliação realmente eetiva, ela deveria ser aplicada em todo o ciclo de vida do projeto de um aplicativo. A aplicação de um teste especíco para cada ase, depende da aplicação e do que se pretende saber sobre o produto. Em 1993, Hix armou que ao realizarmos uma avaliação de usabilidade tem-se por nalidade: 

 validar a ecácia da interação entre o usuário/ sotware conrontando a execução das tareas

pretendidas pelo usuário;

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Qualidade de Sotware



 vericar o quanto a interace oi eciente durante esta interação, observando aspectos relacionados ao

tempo necessário para realização da tarea, problemas encontrados, necessidade de uso de ajuda etc;



observar aspectos subjetivos como satisação do usuário

com a interace. 

A interação é completamente dependente do ambiente ísico, tipo de tarea, tipo de usuário e equipamentos em que ela ocorre. O sucesso ou o total racasso da interação são completamente dependentes destes atores. em qu situação pod-s usar cada uma dlas?

De acordo com Cybis (2005), é possível distinguir três tipos de técnicas de avaliação ergonômica: 

técnicas prospectivas, que buscam a opinião do usuário

sobre a interação com o sistema; 

técnicas preditivas ou diagnósticas , que buscam

prever os erros de projeto de interaces sem a participação direta de usuários; 

técnicas objetivas ou empíricas, que buscam constatar

os problemas a partir da observação do usuário, interagindo (utilizando) com o sistema.

A pergunta a se azer é: em que situação se usa cada uma delas? A gura a seguir tenta esclarecer esta dúvida apontando as técnicas mais “interessantes” para cada etapa do ciclo de vida:

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Figura 8.1 - Uso de técnicas de avaliação no decorrer do projeto. Fonte: Elaboração do Autor.

O uso destas técnicas pode acontecer em etapas iniciais do projeto conorme apresentado na gura 1. Durante a especicação de requisitos e no projeto preliminar, pode-se aplicar técnicas prospectivas. Quando estamos no projeto detalhado, aplicam-se técnicas preditivas e durante a implementação lançamos mão das técnicas objetivas. Para o sucesso da avaliação da usabilidade de um sotware, é undamental reconhecer ou azer uso destas técnicas.

Seção 2 - As técnicas prospectivas As técnicas prospectivas baseiam-se na aplicação de questionários/entrevistas com o usuário para avaliar sua satisação ou insatisação em relação ao sistema e sua operação.

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Qualidade de Sotware

O uso do questionário pode ser aplicado durante toda a vida útil do sistema, sendo uma onte primorosa de inormações sobre acilidades, diculdades sugestões e críticas do usuário potencial. Conheça, a seguir, dois modelos de questionários que são utilizados para avaliar a usabilidade de sistemas: QUIS e SUMI. O modelo QUIS

O QUIS - Questionaire or User Interaction Satisaction é um modelo de questionário de satisação disponibilizado na internet, desenvolvido por um time de pesquisadores da Human/Computer   Interaction Laboratory da Universidade de Maryland. Ele abrange aspectos como legibilidade, leiaute de telas, signicado de ícones, interação e terminologia. Veja na tabela a seguir um recorte do questionário QUIS. Tabla 8.1 - Rcort do qustionário QUIS 5.3.Mensagens que aparecem na tela são:

Conusas

Claras 1 2 3 4 5 6 7 8 9

5.4 Instruções para comando ou seleção são:

Conusas

Não aplicável Claras

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Não aplicável

Fonte: Elaboração do Autor.

O modelo SUMI

O SUMI oi desenvolvido pelo Human Factors Research Group da Universidade de Cork, Irlanda, e procura medir a usabilidade, considerando percepção e atitudes dos usuários. O questionário é distribuído em categorias como: usabilidade geral, eeito psicológico, suporte ao usuário, acilidade de aprendizado, eciência, controle e análise consensual dos itens. Se você pretende elaborar um questionário de satisação, ou adaptar um existente, observe os seguintes itens: 





elabore um número pequeno de questões; cuidado com questões ambíguas, seja sucinto; permita ao usuário expressar sua opinião por meio de sugestões e críticas. Unidade 8

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Estudadas as técnicas prospectivas, na próxima seção conheça mais um tipo de técnica de avaliação ergonômica, as técnicas preditivas ou diagnósticas.

Seção 3 - As técnicas preditivas Quando resolvemos utilizar técnicas preditivas, o uso de usuários que participam de orma direta na avaliação não acontece. Normalmente, a avaliação baseia-se em inspeções de versões intermediárias ou versões nais. Como são classicadas as técnicas prditivas?

Cybis (2000) classica estas inspeções como: 

 Avaliações Analíticas envolvem a decomposição

hierárquica da estrutura da tarea para vericar as interações propostas.



 Avaliações Heurísticas se baseiam nos conhecimentos

ergonômicos e na experiência dos avaliadores que percorrem a interace ou seu projeto, para identicar possíveis problemas de interação humano-computador.



Inspeções por Checklist dependem do conhecimento

agregado à erramenta de inspeção, uma vez que se destinam a pessoas sem uma ormação especíca em ergonomia.

Acompanhe, a seguir, mais detalhes sobre cada uma destas técnicas.

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Qualidade de Sotware

O uso das avaliações analíticas

O uso da avaliação analítica procura prever a usabilidade a partir de modelos ou representações de sua interace e de seus usuários. A avaliação é aplicada nas etapas iniciais do projeto, quando inicia-se a concepção de interaces humano-computador. Mesmo que nesta ase tenhamos poucas certezas sobre o projeto, já é possível vericar questões como a consistência, a carga de trabalho e o controle do usuário sobre o diálogo proposto. Quando se inicia o trabalho de especicação da utura tarea interativa, se pode utilizar ormalismos como o GOMS (Goals, Operators, Methods and Selections rules ) e a MAD ( Méthode   Analytique de Description des tâches ). A seguir, conheça mais sobre cada um deles: O modelo GOMS

O modelo GOMS – Goals, Operations, Methods and Selection rules  (metas, operações, métodos e seleção de unções) oi proposto em 1983 por Card, Moran e Newell. Este modelo agrupa técnicas de modelagem e de análise de tareas. Neste modelo, são descritos os métodos necessários à realização de objetivos especícos. Neste caso, você vê os métodos como uma série de passos que consistem em operadores (ações) que os usuários realizam. Quando há mais de um método disponível para a realização de um objetivo, o modelo GOMS inclui regras de seleção (SRs) que permitem escolher o método apropriado, dependendo do contexto (PREECE, 1994). O objtivo (Goals) é o qu o usuário qur ralizar, sua mta.

É possível subdividir o objetivo geral em subobjetivos hierarquicamente.

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Ao acessar um site de banco na internet, posso ter o objetivo principal de realizar um determinado pagamento. Mas tenho objetivos menores como: inormar conta, inormar senha, dados da atura. O qu é oprador ?

O operador é uma ação que deve ser realizada a serviço de um objetivo.

Os operadores podem ser atos motores (clicar, teclar, arrastar, mover rosto), cognitivos (lembrar, planejar, raciocinar), perceptivos (ver, ouvir, sentir) ou uma combinação de todos.

Figura 8.2 - Uso de Operador na metodologia GOMS. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2006.

O método é a squência d passos para s atingir uma mta.

Para eetuar a compra neste site do CD selecionado, posso solicitar que o mesmo seja embrulhado para presente, entregue em um determinado endereço, a venda seja parcelada em 2 vezes. Selection rules xprssam opçõs altrnativas ntr

métodos  opradors.

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Qualidade de Sotware

O modelo MAD

O modelo MAD ( Méthode Analytique de Description des Taches ) oi sugerido por Scapin (1989, 1990) e permite decompor as tareas em subtareas. O conceito de tarea é representado por um objeto genérico chamado de objeto-tarea, que é denido por um conjunto de elementos. Além disso, cada objeto-tarea (olha da árvore hierárquica da decomposição) é identicado por um nome e um número. Assim, cada tarea será representada pelas seguintes características: 

Identicação da tarea  (número e nome).



Elementos da tarea  (nalidade, estágio inicial,

precondições, corpo da tarea, pós-condições, estágio nal). 

 Atributos da tarea.

O uso das avaliações heurísticas A avaliação hurística é uma técnica qu propõ a avaliação sistmática para idnticação d problmas d usabilidad.

Por ser uma técnica de ácil aplicação, é largamente utilizada. Os problemas são detectados através de uma grade de análise (ormada por princípios reconhecidos de usabilidade) que orientam o avaliador em aspectos relacionados às tareas e objetivos do usuário nal (CYBIS 2005). Quando você inicia este tipo de avaliação, é importante ornecer aos avaliadores, antes da inspeção, inormações sobre o contexto de uso do site, possíveis cenários em que a interação ocorre e passos necessários para que o usuário atinja suas metas. As dierentes abordagens descritas por Pollier (1993) para se conduzir uma avaliação heurística são:

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por objetivos dos usuários. O avaliador aborda a

interace a partir de um conjunto de tareas e subtareas principais dos usuários ou relacionadas aos objetivos principais do sotware. 

pela estrutura de interace . Por esta estratégia,

especialmente direcionada para diálogos por menu, o avaliador aborda a interace como uma árvore de menu com níveis hierárquicos das ações que permitem as transições de um nível a outro. Dois encadeamentos são possíveis nessa estratégia; exame por proundidade ou largura da árvore. 

pelos níveis de abstração. O avaliador aborda a interace

como um modelo linguístico estruturado em camadas de abstração que podem ser examinadas em dois sentidos; topdown ou bottom-up. 

pelos objetos das interaces. O avaliador aborda a interace

como um conjunto de objetos. 

pelas qualidades das interaces. O avaliador aborda

a interace a partir das qualidades ou heurísticas de usabilidade que elas deveriam apresentar.

S você prtnd ralizar uma avaliação hurística, considr como idal o númro d 3 a 5 avaliadors.

O uso de avaliadores experientes aumenta a chance de sucesso na avaliação, pois a avaliação é baseada no conhecimento de usabilidade dos avaliadores. Para uma avaliação heurística é necessário que você obtenha conhecimentos ergonômicos. - Conheça, a seguir, mais detalhes sobre as heurísticas propostas em 1993 por Scapin e Bastien. Heurísticas ergonômicas de Bastien e Scapin

Sgundo Cybis (2003), os critérios dnidos por Bastin  Scapin subdividm-s m oito critérios principais d usabilidad qu são subdivididos m subcritérios lmntars. Conhça-os a sguir.

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Qualidade de Sotware

a) Condução

A condução reere-se aos meios disponíveis para aconselhar, orientar, inormar, e conduzir o usuário na interação com o computador (mensagens, alarmes, rótulos etc.). Uma boa condução acilita o aprendizado e a utilização do sistema permitindo que o usuário: 





saiba a qualquer tempo onde ele se encontra numa sequência de interações ou na execução de uma tarea; conheça as ações permitidas, bem como suas consequências; e obtenha inormações suplementares (eventualmente por demanda).

Quatro subcritérios participam da condução: 

a presteza;



o agrupamento/distinção entre itens;



o eedback imediato, e



a legibilidade.

b) Carga de Trabalho

O critério carga de trabalho diz respeito a todos elementos da interace que têm um papel importante na redução da carga cognitiva e perceptiva do usuário e no aumento da eciência do diálogo. Quanto maior or a carga de trabalho, maior será a probabilidade de se cometer erros. E também, quanto menos o usuário or distraído por inormações desnecessárias, mais ele será capaz de desempenhar suas tareas ecientemente. Além disso, quanto menos ações orem necessárias, mais rápidas as interações. O critério carga de trabalho está subdividido em dois subcritérios: brevidade e densidade inormacional.

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Vja na gura a sguir, qu, para ralizar a busca do imóvl por stado, o intrnauta dv prcorrr toda a lista d slção até ncontrar o stado dsjado. A caixa aprsnta os stados sm nnhum tipo d classicação, dicultando a localização do stado dsjado plo usuário, aumntando a carga d trabalho, pois trá qu prcorrr a lista lndo as ltras iniciais d todos os stados até ncontrar o dsjado.

Figura 8.3 - Exemplo de quebra do critério carga de trabalho.Fonte: Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2006.

Outro xmplo pod sr o mnu d opçõs para a opção xtrato do caixa ltrônico do Banco do Brasil. Caso você tnha acsso, obsrv, a numração do mnu. ela r o critério carga d trabalho, pois não é uma numração qu acilit a mmorização, a numração salta d um itm para o outro.

c) Controle Explícito

O critério controle explícito diz respeito tanto ao processamento explícito pelo sistema das ações do usuário, quanto do controle que os usuários têm sobre o processamento de suas ações pelo sistema. Quando os usuários denem explicitamente suas entradas, e quando estas entradas estão sob o controle deles, erros e ambiguidades são limitados. Além disso, o sistema será melhor aceito pelos usuários se eles tiverem controle sobre o diálogo.

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Qualidade de Sotware

O critério controle explícito se divide em dois subcritérios: 

ações explícitas do usuário, e



controle do usuário. Um xmplo ngativo d alta d control do usuário ocorr m caixas ltrônicos ond você stá tntando ralizar o pagamnto d uma conta por mio do código d barras, mas, até você consguir dobrar adquadamnt o papl d orma a ralizar a litura do código d barra, o sistma é “rstartado” (isto é, trmina o prazo d sistma ativo)  volta à tla inicial. Provavlmnt, você cará irritado  riniciará o procsso. Outro xmplo: no sit do grupo Pão d Açúcar, a promoção orcida d dados xclusivos é aprsntada sobr o contúdo da página, sm qu o intrnauta possa vitar sta ocorrência, l não tm control sobr a aprsntação. Além disto, o usuário para lr o contúdo da página tm qu char a janla, o qu aumnta o númro d açõs para iniciar a intração.

Figura 8.4 - Exemplo de quebra do critério Controle Explícito. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2006.

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d) Adaptabilidade

A adaptabilidade de um sistema diz respeito a sua capacidade de reagir conorme o contexto, conorme as necessidades e preerências do usuário. Uma interace não pode atender ao mesmo tempo a todos os seus usuários em potencial. Para que ela não tenha eeitos negativos sobre o usuário, esta interace deve, conorme o contexto, se adaptar ao usuário. Por outro lado, quanto mais variadas são as maneiras de realizar uma tarea, maiores são as chances que o usuário possui de escolher e dominar uma delas no curso de seu aprendizado. Deve-se, portanto, ornecer ao usuário procedimentos, opções e comandos dierentes, permitindo-lhe alcançar um mesmo objetivo. Dois subcritérios participam da adaptabilidad: a xibilidad  a considração da xpriência do usuário.

A adaptabilidade se reere à exibilidade e aos meios colocados à disposição do usuário que lhe permitem personalizar a interace, a m de levar em conta as exigências da tarea, de suas estratégias ou seus hábitos de trabalho. Ela corresponde também ao número de dierentes maneiras à disposição do usuário para alcançar um certo objetivo. Trata-se, em outros termos, da capacidade da interace se adaptar às variadas ações do usuário. No xmplo a sguir, o usuário pod listar os produtos por ordm d produto, mnor ou maior prço  marca. Isto xibiliza a utilização do sit.

Figura 8.5 - Exemplo positivo de adaptabilidade. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2006.

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e) Gestão de Erros A gstão d rros diz rspito a todos os mcanismos qu prmitm vitar ou rduzir a ocorrência d rros, , quando ls ocorrm, qu avorçam sua corrção.

Este critério diz respeito aos mecanismos empregados para detectar e prevenir os erros de entradas de dados ou comandos, ou possíveis ações de consequências desastrosas e/ou não recuperáveis. Reere-se também à qualidade das mensagens, à pertinência, à legibilidade e à exatidão da inormação dada ao usuário sobre a natureza do erro cometido (sintaxe, ormato etc.), e sobre as ações a executar para corrigi-lo.  Três subcritérios participam da gestão dos erros: 





proteção contra os erros; qualidade das mensagens de erro; correção dos erros.

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Na gura 6, ao iniciarmos a intração, oi solicitada a busca no stado da Bahia para casas com locação disponívl para tmporada.

Figura 8.6 - Exemplo de quebra do critério Carga do Trabalho e Consistência. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2006.

O rsultado da busca oi sta página, ond o intrnauta s prgunta: digiti algo rrado? Ond stão os imóvis da Bahia? Nst caso, tmos um rro d aprsntação. Por outro lado, s l quisr continuar a intração msmo assim, a inormação já digitada na gura 5.4 (stado) dv sr rdigitada, o qu duplica a carga d trabalho do usuário. Mas nsta página, somnt o stado do Rio d Janiro stá disponívl, quando na primira tínhamos uma lista d stados a sr slcionada! Isto nos traz problmas d gstão d rros, compatibilidad. S o usuário ntrou na psquisa porqu quria um imóvl na Bahia, como só posso locar no Rio d Janiro?

) Homogeneidade

O critério homogeneidade reere-se à orma na qual as escolhas na concepção da interace (códigos, denominações, ormatos, procedimentos etc.) são conservadas idênticas em contextos idênticos e dierentes para contextos dierentes.

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Obsrv os botõs dsta página (cliqu aqui, psquisar, ntrar). els são homogênos no projto d dsign?

Figura 8.7 - Exemplo da quebra do critério homogeneidade. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2006.

Obsrv qu a ont do rótulo dos botõs é dirnt m todos os botõs, assim como a cor do rótulo, a orma do botão  a cor do botão.

Os procedimentos, rótulos, comandos etc. são mais acilmente reconhecidos, localizados e utilizados quando seu ormato, localização ou sintaxe são estáveis de uma tela para outra, de uma seção para outra. Nestas condições, o sistema é mais previsível e a aprendizagem mais generalizável; os erros são diminuídos. É necessário escolher opções similares de códigos, procedimentos, denominações para contextos idênticos e utilizar os mesmos meios para obter os mesmos resultados. É conveniente padronizar tanto quanto possível todos os objetos quanto ao seu ormato e sua denominação e padronizar a sintaxe dos procedimentos. A alta de homogeneidade nos menus, por exemplo, pode aumentar consideravelmente o tempo de procura.

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g) Compatibilidade

O critério compatibilidade reere-se ao acordo que possa existir entre: 





as características do usuário (memória, percepção, hábitos, competências, idade, expectativas, etc.) e das tareas; a organização das saídas, das entradas e do diálogo de uma dada aplicação; o grau de similaridade entre dierentes ambientes e aplicações.

 A eciência é aumentada quando: 





os procedimentos necessários ao cumprimento da tarea são compatíveis com as características psicológicas do usuário; os procedimentos e as tareas são organizadas de maneira a respeitar as expectativas ou costumes do usuário; e quando as traduções, as transposições, as interpretações, ou reerências à documentação são minimizadas.

Os desempenhos são melhores quando a inormação é apresentada de uma orma diretamente utilizável (telas compatíveis com o suporte tipográco, denominações de comandos compatíveis com o vocabulário do usuário etc.). h) Signifcado dos Códigos e Denominações

O critério signicado dos códigos e denominações diz respeito à adequação entre o objeto ou a inormação apresentada ou pedida e sua reerência.  Termos pouco expressivos para o usuário podem ocasionar problemas de condução onde ele pode ser levado a selecionar uma opção errada. Se você utiliza uma codicação signicativa, a recordação e o reconhecimento são melhores, se isto não ocorre, o usuário é conduzido a cometer erros.

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Há alguns anos atrás, o sit do Dtran/SC aprsntava sta intrac:

Figura 8.8 - Exemplo da quebra do critério signicado dos códigos. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2006.

A inspeção cognitiva da intuitividade

Esta técnica é um tipo de avaliação heurística, em que os especialistas enocam especicamente os processos cognitivos que se estabelecem quando o usuário realiza a tarea interativa pela primeira vez (KIERAS e POLSON, 1991). Ela visa avaliar as condições que o sotware oerece para que o usuário aça um rápido aprendizado das telas e das regras de diálogo. A intuitividad é o aspcto cntral na aplicação d uma inspção cognitiva.

Ao realizar esta inspeção, o avaliador precisa observar atentamente a capacidade do usuário de realizar a tarea, assim como seu conhecimento no uso de sistemas inormatizados.

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O avaliador deve estar ciente do caminho a ser percorrido pelo usuário para atingir seus objetivos. De posse destas inormações ele passa a percorrer os caminhos previstos para cada ação, utilizando uma lista de vericação, conorme Cybis (2005):

Checklist inspeção cognitiva:

O usuário raliza a tara corrtamnt?  Ao ncontrar-s no passo inicial d dtrminada tara, o usuário, basado no qu lh é aprsntado, consgu ralizar o objtivo prvisto plo projtista?  O usuário prcb o objto associado a sta tara? est objto stá sucintmnt à vista do usuário?  O usuário rconhcrá o objto como associado à tara? As dnominaçõs ou rprsntaçõs grácas são rprsntativas da tara  signicativas para o usuário?  O usuário sabrá oprar o objto? O nívl d comptência na opração d sistmas inormatizados é compatívl com a orma d intração proposta?  O usuário comprndrá o eedback  orncido plo sistma como um progrsso na tara? 

A ideia dos autores desta técnica é que os próprios projetistas (você, por exemplo) possam aplicá-la durante o desenvolvimento de um sistema interativo. Como aprsntar os rsultados da avaliação hurística?

Quando você detecta os problemas de usabilidade, eles devem ser associados aos princípios de usabilidade que oram violados. Ao azer o relatório, você pode ainda azer sugestões quanto à solução mais interessante. O relatório deve ser consistente, para tanto, a padronização nas descrições dos problemas é undamental. Os problemas podem ainda ser classicados quanto ao grau de severidade, o que permite uma maior sensibilização da equipe de desenvolvimento.

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O uso das listas de verifcação

As inspeções de usabilidade por listas de vericação são vistorias baseadas em requisitos considerados necessários para atingir um objetivo à luz de considerações ergonômicas. A aplicação de uma lista de vericação ou um site pode ser realizada por prossionais, não especialistas em ergonomia, com boas possibilidades de sucesso. Isto é possível devido ao ormato proposto nas listas que normalmente são elaboradas de orma objetiva. Como agrupar as qustõs?

As questões são agrupadas em categorias e solicitam a conrmação ou negação das perguntas propostas: 



O site apresenta mapa? ( ) sim ( ) não

( ) não aplicável

A página apresenta o uso de ícones signicativos? ( ) sim ( ) não ( ) não aplicável Na scolha d uma lista d vricação, é important obsrvar s: os rsultados produzidos são uniorms  abrangnts, m trmos d idnticação d problmas d usabilidad;  a lista prmit ao avaliador a insrção d comntários;  sndo a lista automatizada, qual é o ormato do rlatório nal;  as catgorias propostas atingm os objtivos d sua avaliação. 

Agora que você estudou as técnicas prospectivas e preditivas, alta ainda as técnicas objetivas. Este é o tema da próxima seção. Siga com determinação!

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Seção 4 - As técnicas objetivas As técnicas empíricas, que contam com a participação direta de usuários, se reerem basicamente aos ensaios de interação e às seções com sistemas espiões. Como azr nsaios d intração?

Quando você realiza um ensaio de interação, o usuário participa da avaliação por meio de uma amostra do público-alvo utilizando-se do site a ser avaliado. Você deve usar cenários com tareas típicas ou críticas, os dados são originados da observação dos usuários durante a interação. Para a aplicação dos ensaios de interação, Chan (1996) sugere algumas: 

 Teste com pares de usuários – pares de usuários são

colocados na execução das tareas. Neste caso, o diálogo entre os usuários é ortalecido, proporcionando a troca de inormações e auxiliando na execução de tareas.



 Teste com usuário e avaliador  – o observador

acompanha a interação. Em caso de necessidade, auxilia o usuário. O observador deve evitar o constrangimento do usuário, permitindo que o mesmo execute a tarea de orma pessoal, sem intererências.



 Verbalização simultânea  – durante o teste, o usuário

comenta seu raciocínio. Nesta técnica, além da execução da tarea, o usuário verbaliza o raciocínio que o levou a tomar esta ação.

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Ao aplicar sta técnica d nsaio d intração, obsrv: esclarça o usuário sobr o tst  sua nalidad. Slcion usuários qu quiram participar, não orc sta participação. Rspit os limits do usuário. O cansaço ou constrangimnto muitas vzs invalidam os rsultados do nsaio. O uso d câmaras d vído, gravadors  sotwars spiõs (gravadors d vntos) colaboram para a prcisão do nsaio. ests rcursos prmitm qu dtalhs ocorridos durant a intração sjam rproduzidos  rvistos d orma mais minuciosa. Dix claro ao usuário qu sua comptência pssoal não sta sndo avaliada mas sim a intrac.  







Na sala virtual dsta disciplina, você ncontra txtos complmntars sobr os assuntos abordados nsta Unidad. Acss a sala virtual  bons studos!

Síntese Quando você estudou as três primeiras unidades, oram apresentados conceitos e recomendações para garantir que o projeto apresentasse um bom grau de usabilidade junto ao usuário. Mas durante um projeto é comum que, apesar de todos os cuidados, ocorram descuidos e que este descuido acabe por gerar problemas de usabilidade na interace. Outra onte de problemas pode ser o desenvolvimento de um projeto sem a observação de requisitos de usabilidade, assim, a garantia de usabilidade do produto ca totalmente comprometida. Nestes casos, a solução proposta na unidade 4 é a aplicação de testes de usabilidade. Nestes testes, você pode garantir que o sistema reúna os requisitos necessários a uma interação conortável entre o usuário e a interace.

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Você estudou nessa unidade dierentes técnicas como a prospectiva (com intervenção direta do usuário) e a preditiva (sem a participação eetiva do usuário). Durante o estudo, você conheceu heurísticas, como as de Bastien e Scapin, que apóiam avaliações heurísticas pautadas em políticas de usabilidade. Foram apresentadas situações de uso para as dierentes técnicas, como a utilização de listas de vericação, uma atividade de avaliação bastante simples que não exige conhecimento do usuário; avaliações por meio de ensaios de interação em que o objetivo é reconhecer e identicar a orma como o usuário atinge seus objetivos. No processo que está sendo avaliado, utilizando-se a gura de um observador; avaliações analíticas como o GOMS e o MAD em que tareas são decompostas, oerecendo o entendimento completo de como o usuário realiza o seu processo de trabalho.

Atividades de autoavaliação Ao nal d cada unidad, você ralizará atividads d autoavaliação. O gabarito stá disponívl no nal do livro didático. esorc-s para rsolvr as atividads sm ajuda do gabarito, pois, assim, você stará promovndo (stimulando) a sua aprndizagm. 1) Assinal a(s) rsposta(s) corrta(s). O qu você dv vitar quando stá laborando qustõs para um qustionário d satisação? ( ) elaborar um númro d qustõs qu cubra todos os aspctos da intrac, msmo qu isto rprsnt um númro lvado d qustõs. Pois, quanto mais complto, mlhor srá su grupo d inormaçõs sobr o sit. ( ) evit sugstõs do usuário ou você trá qu modicar todo su projto. ( ) Qustõs d duplo sntido conundm o usuário  dvm sr vitadas. ( ) Incntiv a xprssão d críticas, pois as msmas contribum para o apriçoamnto d su projto.

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2) Rlacion a 1ª coluna com a 2ª, idnticando o qu pod  o qu é valido para: a) Tsts com pars d usuários. b) Tsts com vrbalização. c) Tsts com usuário  avaliador. d) Todas as técnicas.

( ) esta técnica é utilizada quando o projtista ncontra diculdads m ntndr a lógica d ralização da tara por part do usuário, sndo qu o usuário tm diculdad m xprssar sta lógica. ( ) É undamntal na técnica qu o usuário s sinta conortávl, sm constrangimntos. ( ) Nst caso, o avaliador apoia toda a intração  s or ncssário intrvém orcndo ajuda. ( ) A troca d idias ntr os usuários provoca um ambint inormal, ortalcndo a sgurança do usuário na xcução da tara. ( ) Quando usamos sta técnica, ocorr a vrbalização da tara plo usuário.

Saiba mais Para aproundar os assuntos abordados nesta unidade, você poderá pesquisar o seguinte livro: CYBIS, W. Engenharia de Usabilidade: uma abordagem ergonômica. Laboratório de Utilizabilidade, UFSC, 2003.

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Para concluir o estudo Ao se dedicar ao estudo das unidades apresentadas neste livro didático, você teve a oportunidade de interagir e consolidar alguns conceitos sobre a qualidade do processo e do produto e sobre os atores que determinam uma boa interace humano-computador sendo o principal deles: o usuário. Contudo, vale ainda destacar mais um ponto: - A qualidade do processo e do projeto se az no dia a dia da empresa, no comprometimento de toda uma equipe, do gerente ao estagiário da empresa com a qualidade e com o bom projeto.  Todavia, também, só comprometimento não é o suciente, é necessário o uso de métodos, normas, padrões que direcionem o esorço da equipe e de medições que avaliem suas melhorias e possíveis necessidades de correções, isto é, é necessário competência. É importante você observar que cada empresa possui sua história e não existem modelos miraculosos que resolvam os problemas de todas as empresas. O bom gerente deve avaliar, conhecer e adaptar as melhores soluções para seu contexto. Não existem modelos ou normas ideais, mas soluções apropriadas construídas pelo uso de seu conjunto. Você estudou parcialmente algumas destas soluções, para colocá-las em prática, será importante você prosseguir azendo pesquisas, procure aproundar seus estudos sobre as que lhe despertaram interesse ou que sejam possíveis de serem aplicadas em sua empresa. Então, bons estudos!:

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Universidade do Sul de Santa Catarina

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