Quadro do Paisagismo no Brasil, Silvio Soares Macedo.pdf
March 2, 2017 | Author: UlyPulga | Category: N/A
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Silvio Soares Macedo Yolanda Barozzi
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A produção paisagística brasileira tem, no século 20, seu período de expansão e consolidação, tanto conceitual como formal. Esse fato é favorecido pelo intenso processo de urbanização do país, que, aliado a um crescimento real dos diversos segmentos da população, criou um mercado usuário e, portanto, consumidor de espaços livres, tanto privados (pátios, jardins, parques, áreas de recreação, etc.) como públicos pelo país afora. Por outro lado, a criação da disciplina Paisagismo dentro da universidade e posteriormente (anos 90) de grupos de pesquisa sobre o assunto, tanto em escolas de agronomia como, e especialmente, nas escolas de arquitetura e urbanismo, formaliza a necessidade de entendimento e evolução do assunto no meio acadêmico. O projeto paisagístico, até o início do século passado, restrito às áreas de moradia das elites e as áreas centrais (também palco da vida das elites da Velha República), passa a ser demandado para a solução das áreas coletivas públicas e privadas de extensos segmentos urbanos. Observa-se a multiplicação das praças e parques e a criação e implantação dos calçadões nas áreas centrais e nas áreas litorâneas urbanas, especialmente na segunda metade do século, bem como um crescimento expressivo da solicitação de resolução paisagística para pátios junto de condomínios verticais e horizontais. Nessa forma de habitação, condominial, cujos espaços de recreação e lazer são coletivos, o projeto paisagístico se torna uma resposta corriqueira às necessidades de arranjo espacial de equipamentos coletivos/recreativos como piscinas e playgrounds e de sua articulação com jardins e áreas de estar, portanto, na formalização do que denominamos pátios, isto é, das áreas de estar e lazer que entremeiam um ou mais prédios de apartamentos. O processo de verticalização é ainda um fato urbano recente dentro do processo de urbanização nacional, tendo sua origem nos anos 20 na cidade do Rio de Janeiro, em sua área central e ao longo da orla, mas só se espraiando, de fato, por todas as cidades de grande e médio porte a partir da década de 60. Mesmo a cidade de São Paulo, já na época a grande metrópole do país, apresenta um processo de verticalização concentrado e incipiente em relação ao tamanho já gigantesco de sua malha urbana. Nesta cidade tem origem a figura do prédio isolado no lote, tanto com destinação habitacional como para serviços, no qual é criada a forma de espaço livre de edificações condominiais. Este é, primeiramente, destinado a jardins e ao uso misto, depois à recreação e contemplação (jardins), e é objeto de tratamento paisagístico especial, desde seus primórdios (nos anos 50).
Foto 1: Campo de Santana Crédito: Silvio Soares Macedo
Foto 2: Calçadão Rio das Ostras Crédito: Silvio Soares Macedo
Foto 3: Condomínio vertical no Alto da Lapa Crédito: Silvio Soares Macedo
Foto 4: Condomínio horizontal Alto da Boa Vista – São Paulo, 2005 Crédito: Silvio Soares Macedo
Nesses anos, Roberto Coelho Cardoso e Valdemar Cordeiro, os dois principais paisagistas paulistanos, atuaram e criaram modos de projeto para esses espaços, sendo acompanhados por outros tantos e importantes seguidores como Miranda Magnoli, Rosa Kliass e outros mais. Ao final do século, nos anos 90 outro tipo de condomínio, o horizontal, começa a ser implantado em larga escala, resultando em novas formas de espaço comum, a maioria ajardinada (nas vilas e condomínios residenciais), e até algumas áreas de conservação de vegetação nativa (em condomínios residenciais, tanto urbanos como de segunda residência). Paralelamente, as novas torres de escritório isoladas nos lotes, construídas à semelhança de congêneres americanos e asiáticos, são cercadas de jardins vistosos concebidos em formas anódinas, misturas de tropicalidades e formas arquitetônicas pós-modernistas e são sempre objeto de ação paisagística. O tratamento do espaço livre é, enfim, de suma importância, tanto no jardim da pequena casa, cujo dono se inspira para sua execução em manuais ou novelas de televisão, seja ele um milionário ou um trabalhador comum, como nos espaços coletivos, públicos e privados, clubes, pátios de edifícios, calçadões, vias – parques, praças, etc., e sua existência está vinculada à idéia de qualidade de vida urbana.
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Foto 5: Praça Bairro Grajaú – São Paulo Crédito: Silvio Soares Macedo, 2004
Foto 6: Praça Nossa Senhora da Luz Crédito: Francine Sakata
Foto 7: Aterro do Flamengo Crédito: Silvio Soares Macedo
Foto 8: Praça da Liberdade – Belo Horizonte Crédito: Fabio Robba, 2004
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Mesmo nos bairros mais populares, observa-se o plantio de árvores nas ruas, a colocação de vasos e plantas nos mirrados espaços livres, a formalização de quadras poliesportivas – uma forma de tratamento destes espaços, a construção pelo Estado de praças “pós-modernas” ou de núcleos recreativos, enfim, as mais diversas ações paisagísticas. Por outro lado, as preocupações ecológicas, introduzidas formalmente no léxico urbano nos anos 80, começam a ser apropriadas pela população, que exige a conservação da vegetação (nem que seja uma árvore raquítica), sua introdução em ambientes antes áridos e a conservação da vegetação antes muito desprezada, como as florestas de manguezais. O espaço livre urbano, em especial, apresenta-se, no início deste século, sobrevalorizado de um lado, com o crescente interesse da população por sua existência, com o restauro de obras importantes como o Parque Aterro do Flamengo
Paisagismo no brasil contemporâneo
(1) MAGNOLI, Miranda. Espaços livres e urbanização: Uma introdução a aspectos da paisagem metropolitana . São Paulo: FAUUSP. Tese de livre-docência, 1983. (2) Vide MACEDO, Silvio Soares. Espaços livres. Revista Paisagem e Ambiente – Ensaios. São Paulo: FAUUSP, n. 7, p. 15-56, 1995.
O objeto do paisagismo é o espaço urbano ou livre de edificações e territorial – livre de urbanização; neste caso, estamos diretamente vinculados às questões de morfologia da paisagem, inter-relacionadas com processos de dinâmica ambiental do lugar. O objeto de estudo do Projeto Quadro do Paisagismo no Brasil – QUAPÁ, é o espaço urbano e livre de edificações. Este termo foi utilizado formalmente, pela primeira vez, por Miranda Magnoli1 em sua tese de livre-docência em 1982, adotado como uma das premissas de trabalho do grupo de professores de paisagismo da FAUUSP e, desde então, é utilizado como premissa básica dos estudos em paisagismo no Brasil. O espaço livre de edificação é um dos elementos básicos da configuração formal da paisagem urbana e em suas diversas formas pode ser encontrado na cidade brasileira – vias, praças, parques e jardins públicos e privados, bosques e áreas de conservação urbanos, terrenos baldios, pátios e outros mais. Sua constituição se dá sempre por meio de uma ação de um agente qualquer, proprietário particular ou Estado, em suas diversas estâncias, que o produz de modo a servir ao cotidiano urbano e, portanto, ao desenvolvimento das diversas ações sociais, tanto para circulação como para trabalho, lazer e conservação de recursos, ou até mesmo tendo como destino a mera função de reserva ou estoque para ações futuras, como os denominados vazios urbanos. Todo espaço público serve genericamente ao menos para circulação de pedestres, mas o que se tem observado na cidade brasileira contemporânea é uma especialização extrema desses espaços, divididos claramente em áreas de: • circulação e acesso – calçadões, ruas, avenidas, vilas e vielas, praças, etc.; • lazer e recreação – parques, jardins, praças e calçadões de praia, etc.; • conservação – parques e áreas rústicas2 .
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de Roberto Burle Marx e outros (2001), no Rio de Janeiro ou a Praça da Liberdade de Reynaldo Dieberger, em Belo Horizonte, com a constante concepção e construção de novos espaços; por outro lado, as carências são grandes perante as demandas em constante expansão e os órgãos públicos, muitos mal-aparelhados e estruturados, de fato, não atendem às solicitações e necessidades populares. Fatores como privatização e segregação do uso do espaço livre são fatos corriqueiros e facilmente detectados em todas as cidades, em seus condomínios murados, nas cercas e impedimentos de uso de vias públicas, bem como na invasão de áreas de pedestres pelo comércio informal com seus conflitos decorrentes, na expulsão de usuários de praças por gangues organizadas (uma outra forma de exclusão e segregação tão cruel como a dos muitos dos grandes condomínios privados). Nesse quadro geral de contradições e demandas, de criação e de segregação de sofisticação, luxo e pobreza, de soluções simples e complexas, surge e resulta, tanto no âmbito público como privado, o paisagismo brasileiro – um reflexo da cidade, da urbanização contemporânea, tendo como resultante espacial um conjunto de obras importantes de qualidade e que só agora se começa a entender e a estudar.
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O espaço privado, composto de jardins, pátios, quintais e parques, tende a também ter destinos altamente especializados, com exceção dos quintais e pátios, áreas de atividades mistas, da recreação infantil ao serviço, do cultivo de plantas à criação esporádica de animais. O foco da pesquisa é a ação de projeto sobre tais espaços, isto é, a adaptação formal desses espaços para o uso cotidiano. No caso, interessa aquele “projeto” elaborado para um espaço existente, reservado e estruturado previamente para essa ou aquela atividade, como um pátio, jardim ou parque. Entende-se projeto como uma ação formal de construção e, portanto, de adaptação e qualificação de um espaço para uma ou mais atividades simultâneas, dentro de padrões estéticos preestabelecidos. O projeto pode ser classificado em dois tipos, de acordo com sua forma de concepção: • Informal – cujo autor, sem conhecimento de fundamentos de arquitetura paisagística, executa um arranjo espacial baseado em formas de organização conhecidas, simplesmente copiando soluções-padrão. Nesse caso, dificilmente o projetista tem noção do uso da vegetação como elemento, com o qual se pode organizar o espaço, utilizando-a de um modo complementar/decorativo. • Formal – o autor tem noções básicas e/ou domina os princípios de projeto paisagístico. No caso, entende-se que cada projeto implica na existência de um desenho/ projeto referência, que serve de guia e consulta em sua construção e de possível referência para manutenção. Somente casos especiais, como alguns dos projetos de Roberto Burle Marx, prescindiram ou prescindem de “projeto desenhado” ou projeto técnico, que, no caso, sua manutenção futura de acordo com a idéia original é difícil ou praticamente impossível, exigindo a criação de um desenho referência após a implantação do projeto. O desenho técnico é fundamental para se guardar a idéia e no Projeto QUAPÁ tem sido utilizado como referência para os diversos estudos e levantamentos de campo e, principalmente, como testemunho de uma idéia. A referência básica do Projeto QUAPÁ nessa fase atual é o projeto contemporâneo (no sentido de ter sido produzido na última década), tanto público como privado, isto é, aquele executado nos últimos anos e no presente imediato. Como recorte temporal adotamos a última década do século 20 e os primeiros anos do século 21, no qual, segundo nossos estudos anteriores, foram introduzidas e consolidadas novas formas de uso e configurações, como a intensificação da criação de praças de alimentação ao ar livre, ou a volta do uso, em larga escala, de gazebos, pérgulas, podas topiárias e esculturas mitológicas em jardins particulares e públicos. O conjunto de projetos em produção ou recentemente produzidos pode ser preliminarmente dividido em duas categorias distintas, de acordo com sua estrutura morfológica: A) Conservadores – que remetem diretamente às formas do passado distante ou recente, reproduzindo suas características de plantio, paginação de piso e articulação espacial. B) Contemporâneos ou atuais – no sentido inovador, de pesquisa formal, apresentando resultados morfológicos distintos, estruturando-se, basicamente, em três subcategorias:
Foto 10: Praça da Ressurreição – São Luís do Maranhão Crédito: Fabio Namiki, 2003 Foto 9: Jardins residenciais Jurerê – Florianópolis Crédito: Silvio Soares Macedo
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B.1) Formal-cenográfica – nitidamente baseada em elementos edificados em sua concepção – projetos do Programa Rio Cidade, por exemplo. B.2) Natural-ambientalista – o ambiente rústico é sobrevalorizado, com o aproveitamento da vegetação nativa existente. B.3) Tropical – a vegetação tropical é usada à larga, mas convive com elementos arquitetônicos neoecléticos ou nitidamente pós-modernistas. No caso, o termo contemporâneo aqui adotado segue a divisão das três linhas projetuais estabelecidas por nós no livro Quadro do paisagismo no Brasil . Pesquisar o projeto contemporâneo significa buscar o entendimento da atualidade, de nossos espaços concebidos para as demandas do dia-a-dia urbano e como as velhas estruturas foram adaptadas ou continuaram sendo eficientes para tal. Significa no Projeto QUAPÁ, de fato, uma abertura no estudo do campo de ação do projeto paisagístico para o espaço privado, de modo a cobrir toda sua abrangência, com foco especial para as áreas coletivas junto de condomínios residenciais e de serviços e áreas descobertas de shopping centers, pátios, jardins e estacionamentos. O estudo dos espaços da atualidade, portanto contemporâneos, presta-se a tal ação, pois nos fornecem uma idéia do estado da “arte”, pela facilidade imediata de obtenção de dados, pois os projetos estão implantados e consolidados ou em fase de amadurecimento. O conhecimento pleno do universo do paisagismo contemporâneo brasileiro, em termos tanto de adequação funcional como formal, é extremamente importante pelo porte e qualidade das obras executadas e por seu significado social. Representam em suas formas a liberação de antigos e estabelecidos preceitos modernistas, o aceite quase irrestrito de novas experiências formais e funcionais e uma inserção enfática do viés ecológico em projetos de porte como parques urbanos e até algumas praças e jardins privados. Por outro lado, como foi dito, muitos velhos espaços têm sido restaurados obedecendo aos cânones concebidos no passado, em uma evidente tendência social a valorizar obras antigas.
Essa é, de fato, uma fase do cotidiano do projeto paisagístico, daqueles executados sob encomenda para atender a demandas de segmentos específicos da sociedade (vanguardistas, de elite em geral), pois do outro lado centenas de espaços livres públicos continuam a ser projetados ou, como se pode afirmar, traçados de um modo vernacular, utilizando preceitos simplificados de épocas diversas, muitas vezes por leigos e curiosos. Observa-se, no caso, que a maioria dos jardins privados é, de fato, concebida por seus proprietários de um modo próprio, apoiado por jardineiros ou manuais e, somente em casos específicos, por paisagistas. O projeto paisagístico formal brasileiro possui, há décadas, uma identidade própria, principalmente a partir dos anos 50 e 60, quando houve uma abertura de mercado para a ação de muitos autores, com o aumento da demanda, advindo do crescimento urbano e das necessidades sociais decorrentes, permitindo a consolidação de um modo de pensar e criar o espaço livre3 .
Objetivos atuais (2002-2007) pós-
238 (3) Vide como referência MACEDO, Silvio Soares. Quadro do paisagismo no Brasil . São Paulo: QUAPÁ/ FAUUSP, 1999.
Estudar as características morfológicas e funcionais e os procedimentos de produção do paisagismo contemporâneo brasileiro. Foi adotado o ano de 1990 como referência, já que esse foi o ano da construção da Praça Itália – considerada por nós o marco da linha projetual contemporânea brasileira (vide MACEDO, Silvio Soares. Quadro do Paisagismo no Brasil. São Paulo: QUAPÁ/FAUUSP, 1999). Pretende-se, pois, construir um quadro geral do pensamento gerador de tais projetos, dos procedimentos e agentes intervenientes e das características morfológicas resultantes, tanto no âmbito público como privado. Esse quadro será formalizado em um texto síntese, dividido preliminarmente nas seguintes partes: 1) A morfologia dos espaços livres urbanos brasileiros contemporâneos, demanda e agentes produtores; 2) influências e conceitos – apresentando as influências formais e morfológicas advindas do exterior e as idéias geradoras/orientadoras dos projetos; 3) o espaço público – programas de ação e geração de espaços livres, como praças, parques e calçadões; 4) o espaço privado – as novas demandas e a consolidação dos condomínios horizontais e verticais; a paisagem dos subúrbios e o jardim urbano do cotidiano. Como subproduto da pesquisa, pretende-se complementar o banco de dados QUAPÁ, referente a projetos públicos, que será atualizado com informações recentes (novos projetos em implementação pelo país e nas cidades citadas) e iniciar a etapa de disponibilização de projetos privados.
Logradouros em cidades ainda não-estudadas Temos notícias da existência de um conjunto de espaços públicos com projeto de qualidade – as cidades de Maringá (PR), Uberlândia (MG), Petrópolis e Nova Friburgo (RJ) e as capitais brasileiras: Palmas, Rio Branco, Macapá e Boa Vista. No caso, Palmas possui um conjunto de praças recém-implantadas e ajardinadas com tapetes de arbustos e forrações.
Projetos novos ou não-detectados anteriormente
Foto 11: Parque da Pampulha – Belo Horizonte Crédito: Silvio Soares Macedo
Foto 12: Praça Corporativa Times Square – São Paulo Crédito: Silvio Soares Macedo
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Em cidades que vêm sendo pesquisadas há pelo menos cinco anos, nas quais sabemos existir um conjunto de novos projetos de qualidade. São elas: Rio de Janeiro – pesquisa em projetos novos vinculados ao Projeto Rio Cidade II – processo de renovação urbana de áreas centrais; Projeto Rio Favela – ação sobre espaços livres em áreas de favelas; novos projetos da Fundação Parques e Jardins (municipal) e Instituto Pereira Passos (estadual) e em logradouros públicos da zona norte, da qual possuímos poucos exemplares codificados e estudados, necessários para se fazer uma avaliação precisa de conjunto. São Paulo – estudo do Projeto Nova Faria Lima, praças mantidas por empresas e praças em implementação e reformas efetivadas pelo Departamento de Parques e Áreas Verdes e por regionais administrativas. No ano de 2003, 52 logradouros estão sendo reformados ou criados de acordo com programas de uso e formas de organização espacial, estas seguindo padrões de caráter totalmente pitoresco. Curitiba – pesquisa de novos parques urbanos. São Luís – pesquisa em conjunto de praças do Projeto Viva Cidade, bancada pelo governo estadual em áreas populares, em fase de implementação no ano de 2000, quando pesquisamos a área. Porto Alegre – pesquisa em novos parques (cinco no total) e praças. Campo Grande – pesquisa em dois novos parques e praças públicas diversas. Recife – pesquisa sobre novos investimentos na área central (calçadões) e praças de bairro e belvederes nos rios Beberibe e Capibaribe. Belém – pesquisa em área das docas e praças públicas recém-restauradas e criadas. Salvador – pesquisa em novas áreas de lazer na orla. Manaus – investimentos públicos de qualidade visível, concebidos por arquitetos; pesquisa em novas praças públicas. Fortaleza – investimentos públicos em áreas turísticas; orla em especial. Belo Horizonte – novos parques públicos.
Brasília – projeto orla, praças públicas. Santo André – conjunto de novas praças e parques implementados de acordo com padrões pitorescos e que influenciam (como modelo formal) os novos logradouros construídos em São Paulo. No caso de espaços privados, pretende-se enfocar, especialmente, aqueles espaços paisagisticamente tratados e criados no entorno de edifícios (casas e edifícios de apartamentos) e conjuntos residenciais (vilas e conjuntos verticalizados) no entorno de edifícios comerciais – como as denominadas “plazas” junto das sedes das grandes corporações financeiras ou espaços tratados de shopping centers ao ar livre.
Resultados obtidos
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Em 1999, lançamos como resultado dos primeiros cinco anos do Projeto QUAPÁ (I e II) o livro Quadro do paisagismo no Brasil, primeiro livro a colocar o paisagismo brasileiro como um conjunto coeso e expressivo, articulado dentro da realidade urbana e social nacional. A obra estabelece bases escritas e fundamentadas em documentação confiável (extraída de textos, arquivos e livros e embasada em pesquisa vultosa de campo), para a compreensão teóricometodológica do paisagismo brasileiro. É adotada como bibliografia básica em disciplinas de Paisagismo por todo o Brasil, em muitas disciplinas de Urbanismo e História do Urbanismo, atestando, de um modo inequívoco, o aceite de nossas conclusões pelo corpo científico especializado nacional. Ainda como decorrência do trabalho dos projetos, lançamos, em 2002, mais dois livros intitulados Parques urbanos no Brasil, de Silvio Soares Macedo, e Francine Sakata, e Praças brasileiras, de Fábio Robba e Silvio Soares Macedo, ambos com apoio técnico de toda a equipe QUAPÁ. São, de fato, os primeiros textos abrangentes e demonstrativos da construção dos parques e praças no Brasil. Produzimos também os CD-ROMs Arquitetura paisagística, em 1998; Paisagismo brasileiro: Guia de parques e praças, 2000; o Paisagismo contemporâneo no Brasil, em 2003 e em 2005 o Paisagismo contemporâneo: Um painel sobre o paisagismo no Brasil e no mundo; as exposições Quadro do paisagismo no Brasil, para o II ENEPEA – Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, em 1995; Visões da paisagem para a IV Bienal Internacional de Arquitetura; e as exposições itinerantes Quadro do paisagismo no Brasil (1999) para a IV Bienal Internacional de Arquitetura, montada em várias cidades do país, e Paisagismo contemporâneo no Brasil (2004), para V Bienal Internacional de Arquitetura e Design; e ainda o banco de dados on-line , disponível ao público em geral no site www.usp.br/fau/quapa.
Silvio Soares Macedo Professor na graduação e professor orientador no curso de pós-graduação da FAUUSP e coordenador do QUAPÁ. Yolanda Barozzi Pesquisadora do Projeto QUAPÁ.
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