Psicologia Arquetípica.James Hillman

November 27, 2018 | Author: Laura Tadini | Category: Carl Jung, Archetype, Psychology & Cognitive Science, Imagination, Dream
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[p)~~CC(QJ[L (Q)(GJ ~~ ~~@(UJ[Eu~[p)~CC~ Um Breve Relato

Tradução LÚCIA ROSENBERC CUSTAVa BARCELLOS

EDITORA CULTRIX sÃo

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Título do original: Archetypal Psychology A Brief Account

Sumário -

Copyright © 1983 by [ames Hillman, Listagem Completa dos Trabalhos de [ames Hillman © 1988 by [ames Hillman.

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INTRQDUÇAO - Gustavo Barcellos 7 PREFACIO- [ames Hillrnan 17 . PARTE 1 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7_ 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15.

Origens da Psicologia Arquetipica 21 Imagem e Alma: A Base Poética da Mente 27 Imagem Arquetipica 33 Alma 40 - Anima e Retórica 43 - Alma eMito 44 Alma, Metáfora e Fantasia 46 Alma e Espírito 51 Cultivo da Alma 54 Profundeza e Direção Vertical 57 Locus Cultural: Norte e Sul 59 Psicologia Politeísta e Religião 62 Psicopatologia 69 A Pratica da Terapia 75 - Sentimento 81 Eros 84 Teoria da Personalidade: Personificação 87 Biográfico 91

ADo

Edlçl0 1· 2-3-.-5-6-1-8-g

92-93-9.-95

Direitos de tradução para a língua portuguesa adquiridos com exclusividade pela EDITORA CULTRIX LTDA. Rua Dr. Mário Vicente, 374 - 04270 - São Paulo, SP - Fone: 272-1399 que se reserva a propriedade literária desta tradução. Impresso nas oficinas gráficas da Editora Pensamento.

PARTE 2 Referências 97 PARTE 3 Listagem Completa das Obras de James Hillman 107

Introdução: A Anima 30 Anos Pós-Jung

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Em James Hillman es~eveu um artigo para a revista Spnng com o seguinte título: ''Por que Psicologia Arquetípica?" Era a primeira vez que o termo era utilizado como tal. Com esse artigo, Hillman abria uma possibilidade diferente de pensar a psicologia junguiana. Logo de início, visava se distanciar do termo mais comumente utilizado de "analítica", exatamente por suas ~mplicações a princípio exclusivamente ligadas à prática da psicoterapia. . Quais são as conseqüências reais desse afastamento do analítico em busca do arquetípico? Qual é a marca essencial da contribuição de Hillman e de seus companheiros para a psicologia junguiana e, mais, qual a sua importância? Este livro aborda essas questões da forma mais objetiva possível. O leitor interessado numa compreensão mais sistemática da psicologia arque típica e, mais especificamente, da obra de Hillman, encontra aqui uma espécie de guia capaz de orientá-lo na leitura dessa obra. Aqui está o traçado intelectual de cada um dos conceitos fundamentais que Hillman, em outros trabalhos, ocuparse-á de ampliar e saborear mais profundamente. Essa é a importância deste volume. James Hillman aparece de fato como a figura central dentro dessa perspectiva de pensam~nto que, é preciso deixar claro, pretende-se menos como uma "escola"

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em si e mais corno um aprofundamento e um avanço das idéias originadas no trabalho do psicólogo suíço Carl Gustav Jung. Por isso é difícil falar em psicologia arquetípica corno uma linha ou urna escola. Simplesmente, não faz sentido. Hillman, seguindo uma tradição essencialmente retomada por Jung, fala de alma, de um sentido de alma. Acima de tudo, alma aqui é entendida corno "urna rd perspectiva, ao contrário de urna substância, um pon,,_ to de vista sobre as coisas, mais do que urna coisa em, ,si",l Seus textos e os de seus amigos falam da alma do mundo, do amor, do puer, do senex, da guerra, da psicoterapia, da imaginação, do estado da cultura, dos sonhos, da masturbação, da arquitetura, examinam os detalhes das figuras míticas em busca de urna psicopatologia descrita numa .linguagern mais rica e sensual. Falam, portanto, de muita coisa. F'alam, acima de ~ tudo, de anima. Falam de anima de urna maneira libertária, que identifica anima imediatamente com alma, i:. com psique. Retomam, assim, o sentido, presente eI1l J.~ng, de desfazer a ilusão subjetivizante de que a anima está em nós em vez de nós estarmos na anima. Hillman diz que "porque tornamos a anima person'alisticamente, ou porque ela engana o ego dessa forma, perdemos o significado mais amplo de anima=.? Esse significado mais amplo constela a alma corno perspectiva genuinamente psicológica: esse in anima, nos diz Jung, "!3erhumano é ser na alma desde o come 0".3 Anima 3 anos depois da morteae-Jung, essa anima de 30 anos, essa ''baIsaquiana", talvez esteja se tornando assim mais independente. Com Hillman talvez ela

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possa agora livrar-se de ser pensada sempre em termos de opostos, sempre presa nas sizígias, seja com animus, com sombra, com self. Podemos ver que anima, alma, ~stá or tudo e em tudo, não só na interioridade femi~a do homem. Está no "ornem na mulher. Anima pertence a t coisas exatamente corno a ssibili: .ade de interioridade de, tcx:ias_as_coi~~ Anima refere-l se, numa só alavra, a interiorida e po emos ter, enfim, uma metodologia com a qual entender e penetrar os mistérios que nos apaixonam e perseguem. Para essa rs ectiva, a área mais fundamental do tra o e Jung é naturalmentefa teoria arquetípica. É para lá que voltamos a nossa atenção. Estamos nos referindo aqui ao trabalho de Jung na maturidade, onde o conceito de arquétipo ganha a profundidade e o alcance que ele apontava desde o início. Corno comenta o próprio Hillman, há um aprofundamento constante no trabalho de Jung: do pessoal para o universal, da consciência para o inconsciente, do particular para o coletivo, enfim, dos tipos para os arque-tipos. Diferentemente de Freud, que- regularmente revisava suas idéias em busca de urna teoria sistemática, Jung não revisava nada. Jung não tem, nesse sentido, urna mente crítica, aristotélica. Ele construía em cima do que já tinha, num modo peculiar de aprofundamento.4 E também nesse espírito que me parece inscrever-se o trabalho da psicologia arquetípíça, ~ A formulação do{conceito de arguétiEõJ é encarada corno a contribuição mais radical e importante de Jung para a história do pensamento psicológico no Ocidente. O conceito de arquétipo aqui parece fundamental não só

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Introdução: A Anima 30 Anos Pós-Jung

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I rque reflete a profundidade do trabalho de Jung, mas lt mbém porque leva a reflexão psicológica para além da

' reocupação clínica e dos modelos científicos: "arguetípico ) I rtence a toda a cultura, a todas a~ formas de atividade humana .... Assim, os vínculos primários da psicologia arlU típica são mais com a cultura e a imaginação do que m a psicologia médica e empírica".5 Hillman nos faz enxergar os arquétipos como as estruturas básicas da imaginação, e nos diz que a natureza fundamental dos arquétipos só é acessível à imagi.n ção e apresenta-se como imagem. Se o conceito básico da psicologia arque típica é ent o o arquétipo, sua área de atuação focaliza-se na imagem. Encontramos a psicologia arquetípica voltada para trabalho com a imaginação, voltada para ressuscitar n sso interesse pela capacidade espontânea da psique de 'ar imagens. Hillman cita Jung quando diz que /limam é si ue"6, radicalizando assim a idéia de que ã"Teã11 a e psíquica é constituída de imagens. Dessa forma, icar com a imagem" transformou-se numa regra básica no met o a pSIcologia arquetípica. , icar com a imagem" irá influenciar todo o procedimenl terapêutico, especialmente no que toca a questão da interpretação. As imagens psíquicas são encaradas como f nômenos naturais, são espontâneas, quer seja no indivíduo, quer na cultura, e necessitam, na verdade, ser exrimentadas, cuidadas, acariciadas, entretidas, enfim, resndídas] As imagens necessitam de relaoonamentol não d explicação. No momento em que interpretamos, transe rmamos o que era essencialmente natural em conceito, m linguagem êonceitual, afastando-nos do fenômeno. 1/

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Uma imagem é sempre mais abrangente, mais complexa, que um conceito. Nessa perspectiva, a imagem, em sonhos, nas fantasias, na poética, nos mitos e na sua maneira de revelar os padrões arque típicos, é sempre o primeiro dado psicológico: as imagens são o meio 'através do qual toda a experiência se torna possível. Elas têm uma qualidade autônoma, independente, e indicam complexidade: em toda imagem há uma múltipla relação de significados, de disposições, de proposições presentes simultaneamente. Nossa dificuldade em compreendê-Ias, por exemplo, nos sonhos, vem de nosso vício de linearidade. Nossa incapacidade de experimentar e vivenciar a simultaneidade de significados de cada imagem vem da necessidade de transformá-Ias em história, em temporalidade: urna coisa por vez, uma coisa depois da outra. Aqui, como sempre, o mito do desenvolvimento: nossa abordagem fortemente evolutiva dos eventos nos faz ver primeiro o desenvolvimento. Mas no reino do imaginal, todos os processos ue ertencem a urna imagem são inerentes a ela "e estão presentes ao mesmo tempo, t o o tempo. Nessa ênfase tão grande e radical com relação à imagem na vida psíquica, cabe-nos então buscar por urna imagem que nos facilite penetrar mais diretamente, e den~ tro d~, s~a PAró~riaretórihca,na perspectiva da psicologia v arque IpIca. Imagem-c ave que assim nos aparece é RI ["profündldad'§ Desde Freud, Adler, e passando natural·v mente por Jung e seus colaboradores, falamos de uma .--V psicologia profunda. Com Hillman, percebemos a exten,§ sãoda metáfora. Uma psicologia profunda é aquela que ~avança para o inconsciente, e na metáfora o inconsciente r

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aquele terreno de experiências que está mais abaixo da onsciência, subposto. "O campo da psicologia profunda t m sido sempre direcionado para baixo, quer seja na ireção de memórias enterradas na infância, quer em direção a mitologemas arcaicos"? A metáfora do profundo leva a psicologia arquetípia a urna direção sempre de aprofundarnento vertical e a obriga, nesse sentido, a concentrar-se na[depressãofcomo paradigma da psicopatologia, tal qual a histeria para 'reud, ou a esquizofrenia para Jung. A depressão leva o ujeíto necessariamente para baixo, para um aprofundamento em si mesmo. Diminui o ritmo, desacelera o int lecto, aproxima o horizonte. Talvez nada hoje em dia onsiga para nós o que consegue a depressão, e por isso ua presença tão marcante: esforços da farmacologia à .parte, na depressão somos lançados irremediaYelment~o vale da alma. A preocupação com profundidade e depressão também permite à psicologia arquetípica urna crítica à cultura, na medida em que "urna sociedade que não permite a seus indivíduos deprimir-se não pode encontrar sua profundidade e deve ficar permanentemente inflada numa perturbação maníaca disfarçada de 'crescimento'" .8 Tudo isso afasta a si colo ia ar uetí ica das traduções interpretativas horizont . antes de sintomas, sonhos, fantasias, enfim imagens, e constela a própria análise corno descjda; um procedimento que deseja aprofundar-se, que de fato começa por baixo, procurando os sonhos, o inconsciente, aquilo que está naturalmente abaixo da vida cotidiana.

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Na psicologia arque típica, a dire ão vertic se confunde, além do mais, com a direção para o sul Aqui, diferentemente que em Jung, onde se convencio ou o dilema de Leste/Oeste, Norte e Sul tomam-se geografias simbólicas, ao mesmo tempo que culturais e étnicas. A Viena de Freud ou a Zurique de Jung são lugares da fantasia e "situam as idéias numa imagem geográfica"." Assim, a psicologia arque típica, em suas bases, afasta-se da língua alemã e da visão de mundo judeu - protestante do "norte" europeu ariano, apolônico, positivista, racionalista, cientificista em direção ao "sul" mediterrâneo, à Grécia da mitologia clássica, onde os padrões arquetípicos são elaborados em histórias, em mitos, e à Itália da Renascença com Ficino, e depois com Vico em Nápoles no século XVllI, com suas imagens e seu humanismo sensual. Aqui, segundo Hillman, "a cultura da imaginação e a maneira de viver carregavam aquilo que seria formulado ao norte corno 'Psícología"." Ao fazê-Io, a psicologia estará certamente deslocando a morada da alma do cérebro para o coraçã9' A direção vertical, a metáfora do profundo, acima de tudo leva a psicologia arquetípica e a contribuição essencial de Hillman a mostrar finalmente sua verdadeira marca, sua verdadeira importância: novamente, enxergar interiormente corno urna possibilidade em todas as coisas, e a buscar em cada evento algo mais profundo. "O 'interior refere-se àquela atitude dada pela anima que pe~cebe a vida psíquica dentro da vida natural. A própria vida natural toma-se o vaso no momento em que rec~ nhecemos que ela possui um significado interior, no momento em que vemos que ela também sustenta e carre:.

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g< psique. A anima faz vasos em todos-os lugares, em 1}J 19uer lugar, ao ir para dentro."ll Nenhuma outra perspectiva dentro da psicologia '111 lítica parece-nos demonstrar de modo tão integral e rente como é possível. e enriquecedor levar as categorias do pensamento junguiano para a análise e a comI r ensão também das coisas do mundo, também para aquilo que está do lado de fora dos consultórios de psico1 ia. Hillman e seus companheiros insistem em escrev r e refl .ir sobre a alma do mundo, a anima mundi, m strand alma como ossibilidade de todas as coi. O dinheiro, a organização ur ana, o transporte pulico, os tetos, o caminhar, os esportes, a AIDS, as edifiações e a própria arquitetura foram e são temas de artigos e livros. Portanto, alma é a metáfora-chave, e indica na verdade aquilo de que se está falando. O que está por baixo, na direção vertical, na profundeza, é a alma. Alma referea profundidade, tem a ver com profundeza. Em Hillm n, alma refere-se a uma perspectiva reflexiva entre nós os eventos. liA alma deve ser a metáfora primária da icologia", nos diz ele", uma metáfora já etimologicamente determinada: psicologia, logos da psique, significa discurso ou a narrativa ou a verdadeira fala da alma. A alma, no entanto, deve ser imaginada, não definia. É uma metáfora, e ao mesmo tempo um campo de xperiências. Essa metáfora, além de tudo, toca a análise diretam nte, que, na perspectiva de uma psicologia arquetípia, não intenciona a cura da alma, ma~ facilitar aquilo que Hillman define como(cultivo dã de novo, um ,

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aprofundamento dos eventos em experiências. A opus da psicologia é necessariamente a alma. Podemos nos aproximar um pouco mais do uso que a psicologia arque típica faz da palavra alma contrastandc:a, como de fato o faz em=diversos trabalhos o próprio Hillman, com seu oposto, espírito. Este contraste serve, acima de tudo, para clarificar nosso caminho, como ~sicólogos, de vol ta à alma. Se a alma é aquilo que está !.ano fundo, nas profundezas, o espírito está nas alturas. A, é .n;~ltipla, pessoal, feminina, metafórica; o es- Wl~~ pmto e unltano, concentrado, masculino, racional. O contraste serve para nos mostrar que a análise não é uma O~p~ção espiritual. "Há uma diferença entre Yoga, me-·- J' ditação transcendental, contemplação religiosa e recolhi-I\! . »f mento, e até mesmo Zen, por um lado, e a -psicoterapía, ~ por ou tr o.1113 AI'a ma nos remete aos sonhos e às Imagens; o espírito nos conduz à iluminação e aos milagres. Na metáfora famosa de Hillman, o espírito está nos pi_cos, a alma está nos vales. r Para terminar, uma nota sobre psicopatologia. A alma ~olta sempre às suas mesmas feridas, ela insiste nas mesmas figuras e emoções, vemos os mesmos temas nos sonhos p~r muit?s e muitos anos. Desse ângulo, a psicoEatologIa em SI aponta para a circularidade da alma. A ~ma repete-se infinitamente, e na repetição está uma tent~tiva de aprofundamento. A alma volta constantemente às suas feridas para extrair delas novos significados; volta em busca de uma experiência renovada. Ficamos familiarizados .com nossos complexos e nosso sofrimento. O ego, identificado com o arquétipo do herói, chama a repetição de neurose. Mas na repetição, na circularidade,

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o go é forçado a consàentizar-se de que há uma outra [ rça governando a coisa toda. Na repetição o ego é _rçado a servir à psique. Há um aspecto ritual aqui, uma humilhação. A cirCUlaridade, por fim, nos personaliza. Do 1I nto de vista da alma, a repetição é uma maneira de , n tomarmos aquilo que somos.

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Gustavo Barcellos Junho 1991 T Congresso Brasileiro de Psicoterapia Junguiana, Anos Pós Jung", São Paulo 6/9 Junho de 1991.

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Notas 1. [ames Hillman, Psicologia Arquetípica: Um Breve Relato, Editora Cultrix, 1991. 2. [arries Hillman, Ani11Ul:Anatomia de U11UlNoção Personificada, tradução de Lúcia Rosenberg e Custavo Barcellos, Editora Cultrix, São Paulo, 1990. 3. [arries, Hillman, op. cito 4. [ames Hillman, citado em The Wisdom of the Dream, Stephen Segaller e Merril Berger, Shambala, Boston, 1989, p. 43. 5. [ames Hillman, Psicologia Arquetípica: Um Breve Relato, Editora Cultrix, 1991. 6. C. C. Jung, CW 13, pgr. 75. 7. [ames Hillman, op. cito 8. [ames Hillman, op. cito 9. [ames Hillman, op. cito 10. [ames Hillman, op; cito 11. [ames Hillman, Ani11Ul: Anatomia de U11UlNoção Personificada, tradução de Lúcia Rosenberg e Custavo Barcellos, Editora Cultrix, 1990. 12. James Hillman, Psicologia Arquetípica: Um Breve Relato, Editora Cultrix, 1991. 13. [ames Hilman, Re-Visioning Psychology, Harper & Row, New York, 1975, p. 67.

PrefJcio

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Esta monografia foi escrita durante o outono de 1979, a pedido do Instituto dell'Enciclopedia Italiana para ser incluída no Volume V (páginas 813-27) da Enciclopedia dei Novecento, publicada em .1981, onde ela pode ser lida na tradução italiana de Bianca Garufi, cuja atenção constante muito ajudou para que essas formulações tão condensadas encontrassem sua forma final. Embora me sinta hesitante quanto a esse tipo de abreviações, pareceu-me que, estando a tradução já publicada, por que não o original? Para esta primeira publicação em inglês fiz pouquíssimas alterações, quer seja atualizando a literatura (apenas algumas inserções), quer seja enumerando. as direções que a psicologia arquetípica tomou, em diversas mãos, desde 1979, ou ainda informando sobre palestras, conferências, encontros. Os desenvolvimentos se 'fazem tão rapidamente que a fantasia de "manter-se atualizado" parece deslocada. Ao contrário, este ensaio serve meramente para situar a psicologia arque típica como um tópico de idéias apresentado no estilo de uma enciclopédia do século XX. A fim de suprir essa monografia com sua própria bibliografia, induiu-se uma listagem completa de meus trabalhos, traduções e ensaios inéditos, que substitui e amplia aquela disponível em Locee Ends, que se estendia até 1975.

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Prefácio

Sou extremamente grato a Robert Scott Dupree por u trabalho de mestre com essa listagem, a Susan Dupree, que compôs o texto com perícia e cuidado, e a Mary Helen Gray por supervisionar e editar todo o trabalho. Ela fez este livro. J.H. Dallas, outubro de 1982

Parte 1

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1. Origens da Psicologia Arquetípica A psicologia arque típica, conforme denominação de Hillman (197Gb), teve desde seu início a intenção de ir além da pesquisa clínica dentro do consultório de psicoterapia, ao situar-se dentro da cultura da imaginação ocidental. É uma psicologia deliberadamente ligada às artes, à cultura, e à história das idéias, na forma como elas florescem da imaginação. O termo "arguetípico", em oposição a "analítico", referência comum utilizada para a psicologia junguiana, foi preferido não só porque reflete aqyprofundidade teórica dos y.ltimos trabalhos de Jung, os quais tentam resolver os problemas psicológico~ ~~ra além dos modelos científicos" (Hillman 197GbY&í~ preferido principalmente gorque "arquetípico" pertence a toda a cultura, a todas as formas de atividade humana, e não somente aos profissionais que praticam a tera êutica moderna. Pela definição tradicional, arquétipos são as formas prImarIas que governam a pSIque. as nao po em ser contIdos apenas pela psique, uma vez que também se ~anifestam nos planos fíSICO,sOCIal,lmguistlcoL eSlético e espiritual. Assim, os primeiros vínculos da psicologia arquetípica são mais com a cultura e ãfrnaginação do que com a psicologia médic~~eml?ír~ca, que

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ndem a confinar a psicologia às manifestações posilivistas da condição da alma do século XIX. A psicologia arquetí pica pode ser vista como um movimento cultural; parte de sua tarefa é a revisão da psicologia, da psicopatologia e da psicoterapia de acordo com a jmaginação cultural do Ocident~. Numa revisão recente do campo e num exame de uas principais afirmações, Goldenberg (1975) vê a psico1 gia arque típica como uma· "terceira geração" derivada da escola 'un iana, na qual Jung ê reconh~~do como onte, mas não como outrína. 015temas que e e evanta - a ênfase na psicopatologia e a radical relativização e desubstanciação do ego - serão discutidos adiante. Não há dúvida de que o pai direto da psicologia arquetípica é o psicólogo suíço C. G. Jung, (1875-1961). Hillman, Lopez-Pedraza, Berry, Kugler, M. Stein, Guggenbühl, Garufi, Grinnell, e outros tantos autores que serão r feridos abaixo foram treinados como analistas junguianos. (De qualquer maneira, um número significativo de outros autores mencionados - Miller, Casey, Durand, Watkins, Sardello -' não receberam formação junguiana specífica e contribuem para a psicologia arquetípica através da fenomenologia, da literatura, da poesia, da filosofia, dos estudos religiosos, etc.). De Jung vem a idéia de gue as estruturas básicas e universais da psique, o~ padrões formais de seus modos de relação, são padrões arguetípicos. São como órgãos físicos, e aparecem de forma congênita na psique (ainda que não necessariamente herdados geneticamente), mesmo que de alguma maneira modificados por fatores históricos e geográficos. Esses padrões ou "archai" aparecem nas artes, nas religiões, nos t

Origens da Psicologia Arquetípica

Origens da Psicologia Arquetípica

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sonhos e nos hábitos sociais de todos os povos, e manifestam-se espontaneamente em distúrbios mentais.l!'.wa JungJ eles são antropológicos, culturais e também esp~r~- . tuais na medida em que transcendem o mundo emplri- ,j co do tempo e espaço e, de. .f~to, não são propriamente!fenomenais. A. psicologia arguetípiCa, dlÍerenfemenfe d~ _.V Jun lana, êonsidera o arque típico sempre como feno- 7'\ me~ v,:ns 198 _ ~evltan o aSSIm o 1 ea l:mç> kantiano 1m lícito em ung (de Voogd 1977).* ~~ ~~ mguãgem primária. e irredutível de@s ;;drõe~ arque típicos é o discurso metafórico dos mitos. Eles podem assim ser compreendidos como os padrões fundamentais da existência humana. Para estudar a natureza humana no seu nível mais básico, é necessário voltar-se para a cultura (mitologia, religião, arte, arquitetura, o épico, o drama, o ritual) onde esses padrões são retratados. Esse movimento, que se afasta das bases bioquímicas, histórico-sociais e comportamentais da natureza humana, e privilegia a imaginação, foi articulado por Hill~a~ como "a base poética da mente". Suporte para o slgmficado psicológico e arquetípico do mito, além do trabalho de Jung, vem também de Ernest Cassirer, de Karl Kerényi, de ~rich Neumann, de I;:Ieinrich Zimmer, de Gilbert Durand, de Joseph Campbell e de David Miller. . O segundo nome da psicologia arque típica é Henry Corbin (1903-1978), acadêmico francês, filósofo e místico, conhecido principalmente por sua interpretação do pensamento islâmico. De Corbin (1971-73) vem a idéia de que o mundus archetypalis ('alam al-mithãl) é também o mundus imaginalis. É um campo distinto de realidades imaginais, que requer métodos e habilidades pe;cep~ais d.if~ . L->,

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