Psicologia Aplicada Ao Paciente Idoso

February 14, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Psicologia aplicada ao paciente idoso  Artigo Martins OriginalSilva, /  Original  Original E.M.,Article et al

Psicologia aplicada ao paciente idoso

Psychology applied to the elderly patient  Eulália Maria Martins da Silva*, Marcelo Coelho Goiato**, Daniela Micheline dos Santos***, Valentim Adelino Ricardo Barão***, Ana Kelly Garcia Gallo***

* Professora Responsável pela Disciplina de Odontogeriatria do Programa de Pós-graduação em Odontologia, Área de Prótese Dentária, - FOA/  UNESP ** Professor Assistente Doutor da Disciplina de Prótese Total - FOA/UNESP *** Alunos de mestrado do Programa de Pós-graduação em Odontologia – Área de Prótese Dentária - FOA/UNESP Descritores

Resumo

Odontologia geriátrica, psicologia, psicosio-

 A idade trás algumas mudanças mudanças nas funções funções biológicas bem bem como um decréscimo da capacidade capacidade produtiva e reprodutiva. Essas mudanças são acompanhadas de alterações psicológicas no modo pelo qual o indivíduo constrói o mundo ao redor e sua percepção interna. Dessa forma, os idosos

logia relações dentista-paciente, qualidade de vida.

 

têm diculdade de aceitar algumas das evoluções do mundo e suas transformações inerentes. É comum observar em pessoas mais velhas a ausência de cuidados com a saúde e com o corpo, o

que mostra uma auto-estima baixa e um sentimento antecipado do m de sua vida. Por esse motivo, cuidar de idosos requer enxergar além do prognóstico e preferências para entender a dinâmica de  suas expectativas. Dessa forma, esse artigo tem por objetivo fazer uma abordagem psicanalítica quanto ao processo de envelhecimento, com o propósito de levar o cirurgião-dentista a uma melhor compreensão das características do paciente geriátrico, valorizando o conhecimento de suas particularidades, estreitando os laços com o paciente e facilitando, dessa forma, o atendimento

odontológico. Para isso, foi utilizado o indexador Medline database com o cruzamento dos termos  geriatric and psicologia, e o indexador BBO com o termo termo geriatria. Percebe-se que é de fundamen fundamental importância que o prossional entenda o paciente idoso como um todo, suas características, condições siológicas e principalmente psicológicas. Desse modo, o cirurgião-dentista promove além da saúde bucal, a qualidade de vida do idoso, devolvendo-o ao convívio social e familiar, fazendo-o enxergar com olhos diferentes o mundo que os cerca, para que envelheçam de maneira Key-words

Geriatric dentistry, psychology, psychophysiology,, dentist-patient relations, chophysiology quality of life.

 Abstract

The age makes some changes in the biological functions as well as a decrease of the productive and reproductive capacity. capacity. These changes are followed of psychological alterations in the way for which the individual around construct to the world and its internal perception. Thus, the elderly

people have inherent difculty to accept some of the evolutions of the world and its transformations. It is common to observe in older people the absence of cares with their health and with their body, what it shows auto-esteem low and an anticipated feeling of the end of their life. For this reason, to take care of the elderly requires to see beyond the prognostic and preferences to understand the dynamics of their expectations. The aim of this paper was to make a boarding psychoanalysis psychoanalysis about the elderly process, because of its important to take to the dentist one better understanding of the characteristics of older patient, taking more value in their particularities, making the dentistry at-

tendance more healthy. For this purpose, a peer-reviewed literature was completed using a Medline database, including geriatric and psicologia, and BBO with geriatric keyword. It is very important that the dentist have knowledge about of the elderly people, physiological conditions, mainly the psychological characteristics. Thus, the dentist improve the oral health of the patient, the quality of life, returning their social and familiar conviviality, making their to see the world, so that their  getting old in a healthful way. way.

Correspondência para / Correspondence to: Daniela Micheline dos Santos Faculdade de Odontologia de Araçatuba – UNESP - Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese Rua José Bonifácio, 1193 - Araçatuba - SP - CEP: 16015-050 / E-mail: [email protected]  

INTRODUÇÃO Viver é envelhecer. A cada instante, insensível e irreversivelmente, a ação do tempo vai se fazendo sentir sobre o organismo humano 7. Construtivo na época da concepção e do desenvolvimento, o tempo passa a ter ação deletéria a partir de certa idade 7, afetando, muitas vezes o psicológico do indivíduo 18. Segundo Boraks 4 (1998), a velhice, em épocas e culturas diferentes, sempre foi encarada sob pontos de vista diversos. Certos povos os velhos por sua Sua inutilidade e por primitivos serem umdesprezavam peso morto para a sociedade. doença e fragilidade recebiam o desprezo das civilizações que valorizavam a força bruta e o vigor físico. Outras culturas, como

chineses, japoneses, árabes e israelitas, dedicam respeito e veneração aos idosos, como meio de divulgação de sua história, sabedoria e experiência. Hoje, observa-se, na civilização moderna, que existe ainda um profundo sentimento negativista com relação à velhice. A idade trás algumas mudanças nas funções biológicas bem como um decréscimo da capacidade produtiva e reprodutiva. Essas mudanças são acompanhadas de alterações psicológicas no modo pelo qual o indivíduo constrói o mundo ao redor e sua percepção interna. Dessa forma, os idosos têm diculdade de aceitar algumas das evoluções do mundo suas transformações inerentes. É comum observar em pessoasemais

velhas a ausência de cuidados com a saúde e com o corpo, o que mostra uma auto-estima baixa e um sentimento antecipaantecipa-

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do do m de sua vida. Por esse motivo, cuidar de idosos requer

enxergar além do prognóstico e preferências para entender a dinâmica de suas expectativas 32. Na odontogeriatria, além dos cuidados orais, é necessário identicar os aspectos psicológicos particulares envolvidos na perda dentária: viuvez; perda da autoconança; auto-imagem auto-imagem

alterada; desagrado com a aparência; receio quanto à privacidade; comportamento alterado em socialização e formação de relacionamentos próximos 15. A percepção do global do indivíduo idoso é, muitas vezes, omuito aspecto mais importante da anamnese, em as nuances clínicas observadas. Essesuplantando conhecimento pode melhorar a relação paciente-prossional, valorizando a

função oral e estética e estimulando o cuidado pessoal com o corpo e auto-estima. Desse modo o presente artigo tem como propósito abordar e discutir as principais questões psicológicas que inuem

no idoso e em seu atendimento odontológico.

REVISÃO DE LITERATURA E DISCUSSÃO Para Badra 1 (1983) envelhecer é uma fatalidade bio-

lógica, a que nenhum ser vivo escapa, salvo quando morre antes dos limites xados pela natureza para cada espécie

animal. O homem, o mais diferenciado dos animais, possui plena consciência disto, mas nem sempre se conforma com o seu destino implacável. Poucos são, na realidade, os velhos

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que conservam a jovialidade do espírito, alegria viver, a esperança no futuro, sem se insurgir contraaas leis dade natureza, 1 que são sábias e irreversíveis . Percebe-se que com o passar da idade, o indivíduo vai perdendo o interesse dado aos outros e eventos, restringindo mais sua atenção ao interior. Neugarten 26 (1970) considera oito as congurações de envelhecimento possíveis: reorganizada, enfocada, desengajada, mantendo-se, contraindo-se, buscando auxílio, apáticas e desorganizadas. E, sendo administrado o processo, a pessoa continua a recorrer ao que foi, assim como ao que é. O abandono repentino do trabalho traz, em geral, um grande mal estar, que é o tédio do dia-a-dia. Esta aparente rotina que era bem suportada nos momentos de trabalho tem, na sua abrupta interrupção, uma fonte de um despertar de grande sentimento de perda e incapacidade ou inutilidade para o mundo do qual fazia parte há pouquíssimo tempo atrás, podendo daí advir diversos problemas psicológicos, que aparentemente encobertos pela prossão, encontram na

aposentadoria forçada um campo fértil de desenvolvimento e crescimento, especialmente pela potencialização dada por problemas físicos concretos e decorrentes da idade, mas cuja falta de tempo, na antiga rotina, os deixava como que imperceptíveis 29. A aposentadoria obrigatória, segundo Lidz 20  (1978), provoca inatividade forçada levando a mortes próximas ao episódio, principalmente àqueles que não se permitiam parar para descanso. Walsh 34 (2001) arma que a aposentadoria traz uma mudança da dinâmica familiar, acentuada pela ociosidade por um lado e por outro, a presença constante na casa, a restrição e connamento do orçamento.

Bischop 3  (1978) considera que para a pessoa idosa obter satisfação com aposentadoria, é preciso planejamento e esperança para o futuro, mantendo alguma atividade intelectual. Para o autor o problema localiza-se nas mudanças dos

padrões de vida onde a tendência é uma atitude conservadora com relação aos métodos novos. A necessidade de uma atividade física e mental produtiva durante toda a terceira idade é fundamental para o bem estar e suporte psicológico do idoso, sendo que as maiores iniciativas devem partir desde a meia-idade pela própria pessoa e com Odontologia. Clín.-Científ., Recife, 6 (3): 223-227, jul/set., 2007 www.cro-pe.org.br 

um planejamento do quê irá efetivamente fazer após ap ós a aposentadoria obtida junto aos órgãos governamentais ou privados. A perda súbita de uma rotina de muitos anos é o campo mais fértil para o desenvolvimento de problemas psicológicos e os físicos decorrentes 23. Becker 2 (1978) pontua que o marco do herói nca-se entre o desejo de viver e sua negação à morte, seu temor ou enfrentamento. O diálogo com a morte chega a ser compreensível e até necessário, abrindo chances à grandeza da existência na superação dos limites. As pessoas que construíram uma eternidade sabem que a morte é necessária e vital para dar sentido à vida. Conforme os entes queridos ou não vão partindo, a solidão vai traçando o caminho para a solitude e então, a companhia do inesperado. Os sentimentos que são desenvolvidos com respeito à solidão estão, segundo Jones 19 (1987), ligados a experiências que remontam à nossa infância. Tudo o que acontece para um indivíduo - vivências, esperanças, angústia, felicidade, dor, separações, perdas - vai ter um peso diferente conforme a idade em que ele for atingido. A solidão será tanto maior quanto menores forem as esperanças de reencontro, de novos relacionamentos, o que ocorre de uma forma maior na velhice. O idoso não deve esperar que seus semelhantes, companheiro, lhos ou socieda de, protejam-no da solidão. É necessário um preparo interior, para fazer frente a esses diversos agentes causais. Neugarten 26  (1970) comenta o signicado da viuvez na vida. Como este fato ocorre, na maioria da vezes, entre as mulheres, essas mostram diculdades grandes em buscar um

novo relacionamento e despegar-se do falecido, sendo que os homens viúvos são mais permeáveis a novas relações. Lopatta 21  (2001), considera que deve existir três fases para uma boa elaboração da morte do companheiro: a inicial para desatar os laços e aceitar a sua ida; a segunda, em cerca de um ano após a perda, para readequação do cotidiano; e, então, a terceira com uns dois anos, para abertura a novas possibilidades. Ocorre que, em várias situações, a interferência dos lhos por motivos

variados como os preconceitos sociais, a descrença no interesse até pela atividade sexual e mesmo as questões concernentes a testamentos e heranças podem conturbar tal empreendimento, trazendo tensões ou desconsolo para o interessado. Para Butler e Lewis 9 (1985) outro dado muito importante para esses pacientes é o fator sexo, onde há uma perda total ou parcial da potência do indivíduo, criando decepções para muitos difíceis de suplantar, gerando um momento propício para o aparecimento de estados depressivos, que mesmo com odaapoio da companheira acabam por gerar um agravamento condição física. O posicionamento do homem idoso costuma levá-lo a um grau maior de passividade e acomodação enquanto que, a idosa tende à assertividade e atividade. Na verdade, um perl

androginóide, ou seja, comum ao homem e mulher, instala-se, exibilizando os contatos externos 30. Já, em situação onde problemas de saúde são inseridos na relação da família, alguns pontos devem ser compreendidos. Nesse momento, o ancião sente desconforto pela instabilidade e ansiedade no meio em que vive. Em geral, os lhos estão com projetos com os seus próprios lhos, tendo pouca disponibilidade até mesmo nanceira para auxiliar. Zarit

et al. 37 (1980) e Cantor 10 (1983) expõem que 86% dos idosos sofrem de algum mal crônico que exige cuidados no mínimo medicamentosos, abalando a tranqüilidade e a integridade, reetindo diretamente no psicológico do idoso.

Fajardo e Grecco 13 (2003) acreditam que a condição limitante do senil leva o paciente idoso a compreender compre ender que está se tornando cada vez mais dependente, chegando chegando a uma certa obediência aos cuidadores como lhos ou membros da gera ção abaixo, para ter ganhos na relação, parecido mas não na mesma característica que na infância pois os anciãos sempre terão a experiência avançada ao seu cuidador. Os planos para o futuro geralmente são modestos, atentando-se para procurar ter utilidade ao contexto, para que não seja um estorvo.

ter utilidade ao contexto, para que não seja um estorvo.  

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Desse modo é de suma importância o reconhecimento do idoso e a busca de seu respeito, promovendo seu bem-estar e qualidade de vida, que serão molas propulsoras no estabelecimento da dignidade do indivíduo e do fortalecimento de sua comunidade e família 13. Stoppe 31 (1997) arma que um dos pontos de maior impacto na qualidade de vida do idoso é o quadro depressivo, geralmente multifatorial e de difícil determinação clínica e de tratamento também. De acordo com o autor, a medicina conseguiu muitos meios para manter as pessoas vivas, mas

O horário das consultas também deve ser analisado, dando preferência ao período da manhã ou bem no início da tarde, sem invadir o horário de almoço, evitando criar condições de stress e ansiedade. O tempo de atendimento clínico deve ser curto para que o paciente da terceira idade não sinta a sobrecarga de atividades no dia de consulta 28. Porém, o mais objetivo possível, pois um tratamento demasiadamente longo, pode levar à desistência do paciente, pela impaciência característicaa do indivíduo de idade avançada 24. característic Garcia e Barciero 17 (1990) abordam o fato do paciente

pouco obteve para manter a mente funcionando e tratá-la quando apresenta problemas. As barreiras para atingir e satisfazer este público tão

odontogeriátrico ter uma crença que os problemas dentais

angustiado são bastante complexas. Iniciam pela qualicação do próprio prossional, que necessita conscientizar-se que o

idoso não é simplesmente um paciente no seu consultório, e sim um paciente muito especial que espera e necessita ser bem acolhido e compreendido. Em razão disto, torna-se necessário que o prossional esteja muito bem preparado para poder

atendê-lo com paciência e bondade, de conformidade com uma nova losoa para o idoso 22. Werner 35 (1998) acredita que com o aumento da vida média da população, o conceito de qualidade de vida torna-se mais importante, e a saúde bucal tem um papel relevante na qualidade de vida do idoso, uma vez que o comprometimento da saúde bucal pode afetar negativamente o nível nutricional, o bem estar físico e mental, bem como diminuir o prazer de uma vida social ativa. O cirurgião-dentista pode também detectar doenças mentais como depressão da vida tardia, a qual causa distração individual, comprometimento da função social, e prejuízo das habilidades para manutenção da própria vida. Isto ocorre porque indivíduos sob tratamento de depressão tardia e aqueles cujas doenças ainda não foram diagnosticadas ou tratadas, freqüentemente, apresentam alguma alteração na cavidade oral, que são facilmente diagnosticadas pelos cirurgiõesdentistas 16. Wolf 36  (1998) relata que a perda dos dentes é fator desencadeante de sentimentos de desamparo e diminuição da auto-estima. Brunetti e Montenegro 7 (2002), Fajardo et al. 14  (2002) e Moriguchi 25 (1992) referem-se à propensão dos pacientes idosos a apresentar quadros depressivos, para os quais a perda dos dentes colabora bastante. Por isto preservar,

manter e tratar os dentes é um aspecto de suma importância para integração social e econômica destes pacientes.

são inevitáveis e que sua prevenção é impossível. Para estes

pacientes grande parte do tratamento se dirige mais ao alívio das consequências da doença odontológica que a prevenção em seu início e evolução. Madeira e Madeira 22 (2000) relatam que os idosos aceitam pacientemente pacientemente os problemas bucais que vão aoran do com a idade, geralmente resignados, admitindo-os como fenômenos irreversíveis inerentes ao envelhecimento. O autor acrescenta o fator da aversão reinante ao consultório odontológico, presentes ainda nestes pacientes como “injeção, arrancar dente, tirar o nervo, dor de dente...”. Nestes casos é preciso que o cirurgião-dentista tenha em mente que o idoso de hoje está vindo de uma outra época, onde as grandes novidades se resumiam no rádio de válvulas com suas enormes antenas externas, no cinema mudo, em preto e branco, seguido do falado e depois em cores. Viveram em um pretérito muito diferente e o mundo de hoje é outro. A ciência evoluiu e os idosos, particularmente os do mundo subdesenvolvido, não estavam preparados para acompanhar esse desenvolvimento técnico-cientíco técnico-cientíco tão rápido, em todos

os ramos do saber humano. Em razão disto persistem hábitos e costumes de um passado distante 22. Turano e Turano 33 (2000), acenam para o desgosto que os idosos possam ter para o fator estético, onde o prossional

que lida com tal aspecto, necessita de sensibilidade para lidar com a situação. Os autores ainda armam que existem ainda variações de reações psicológicas. Portanto, os realistas são

tidos como pessoas que compreendem os fatores da vida, tendendo a losócos e exigentes, sendo respeitados por

seu ciclo de relações, geralmente realizadas e seguros. Já os inconformados demonstram-se ressentidos ou resignados. No primeiro caso, costumam ser queixosos, protestantes, protestantes, perdem respeito próprio e com outros, descuidando de seu trato

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Conforme Radan  (1985) é necessário considerar uma característica que inuencia bastante no atendimento odontoló gico de pacientes da terceira idade, a ansiedade. Com a idade, as pessoas por se tornarem rmes quanto ao que pensam e acreditam, acabam por carem ansiosas, ou seja, já sabem a resposta da pergunta que estão fazendo ao prossional, bem como vivem com o somatório de pré-julgamentos que zeram

ou ouviram de terceiros sobre determinado tópico ao qual o prossional está relatando no momento.

Uma boa comunicação é importante para evitar a ansiedade do paciente, aumentando seu conforto 6. A escolha da terapia a ser indicada deve ser racional, realizada do melhor modo possível, considerando previamente todos os fatores modicadores, inclusive os anseios e expectativas do indiví  duo 12. As etapas do tratamento devem ser cuidadosamente apresentadas, discutindo com o paciente e/ou familiares as vantagens e desvantagens de um certo cer to procedimento, custo e tempo necessário para cada terapia.

pessoal e social, enquanto que o resignado demonstra uma atitude passiva frente os fatos e ocorrências que vão acometendo sua existência. Nesse ponto estético e social é que Brunetti Br unetti et al. 8 (1998) reforçam a importância psicológica de uma saúde do sistema mastigatório. A integração social, a aparência, e familiar, o beijo e o sorriso, cam comprometidas em uma condição bucal inadequada. O falar ca prejudicado, realçando um convívio

social alterado. Sem contar o fato de que os dentes desgastados (abrasionados) reforçam o aspecto de agressividade. Garcia e Barciero 17 (1990) ainda nos colocam que os prossionais devem esforçar em mudar os valores e crenças

sobre a importância de restaurar acima da exodontia dos elementos dentários, que em longo prazo isto irá mudar o perl

de saúde oral da população. Ettinger 11  (1987) afirma que é necessário tratar o paciente como um todo, procurando uma interação entre aspectos biológicos, psicológicos, sociais e econômicos da doença, porque o tratamento do idoso difere, em muitos pontos, daquele exigido para os mais jovens. Para o autor, é preciso que o prossional mude suas crenças sobre o tratamento de

pacientes geriátricos, como àquela relacionada à xerostomia, que é um problema associado às medicações ingeridas pela idadeOdontologia. e não pelaClín.-Científ., idade. Recife, 6 (3): 223-227, jul/set., 2007 www.cro-pe.org.br  Braun e Marcus 5 acreditam que os prossionais devem

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aprender uma nova losoa quando forem tratar os pacientes

idosos, mais do que um novo conjunto de habilidades clínicas e técnicas. As exigências destes indivíduos podem ser, de alguma forma, bastante diferentes das pessoas jovens e, por outro lado, bem semelhantes. Não deve fazer generalizações que cubram todo o vasto espectro de pacientes idosos e sim cada caso deve ser tratado com todas as particularidades que possa ter e que muitas vezes serão comuns a todos os pacientes independendo qual seja sua faixa etária. Durante o tratamento do paciente idoso, ocorrem

8. Brunetti RF, Montenegro FLB, Manetta CE. Odontologia geriátrica no Brasil. Atual Geriatr, 1998; 3(15): 29.

também muitas oscilações de ordem física e emocional, e o cirurgião-dentista deve estar preparado para compreendê-las e manter uma atitude mental positiva, bem como realizar alterações que adequem o plano inicial as novas situações 24. Ourique e Montenegro 27 (1998) citam um interessante caso de desconforto com próteses bucais que só pode ser suplantado quando se buscou uma maior aproximação entre a paciente e

11. Ettinger Rl. Clinical training for geriatric dentistry. Gerodontology, 1987; 3(4): 275-279.

seu lho, que estava afastado, distante nos últimos anos. Os

13. Fajardo RS, Grecco P. O que o cirurgião-dentista precisa

autores relatam que refeita a união os procedimentos odontológicos puderam ser realizados sem maiores problemas. Desse modo, coube ao cirurgião-dentista descobrir esta questão, que é clara quando se pensa na pessoa como um todo, compreendendo seus anseios e expectativas.

saber para compreender seu paciente geriátrico – parte I: aspectos psicossociais. J Bras Odonto-Psicol Odontol Paciente Espec, 2003; 1(4): 324-330.

CONCLUSÃO Por tudo que foi exposto, percebe-se que é de fundamen tal importância para o prossional entender o paciente idoso como um todo, suas características, condições siológicas e

principalmente psicológicas. Percebendo que tais pacientes necessitam de cuidados

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especiais, o cirurgião-dentista possui condições de realizar um atendimento adequado, fazendo com que o paciente se sinta bem e conante, quanto ao tratamento proposto. Para alcan çar sucesso neste tratamento é necessário, acima de tudo, comunicar-se bem com estes pacientes, ouvindo e entendendo as suas expectativas, elucidando dúvidas e quebrando tabus. Desse modo, o cirurgião-dentista promove além da saúde bucal, a qualidade de vida do idoso, devolvendo-o ao convívio social e familiar, fazendo-o enxergar com olhos diferentes o mundo que os cerca, para que envelheçam sorrindo.

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Recebido para publicação em 13/03/2007  Aceito para publicação publicação em 08/05/2007 08/05/2007

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